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UNIVERSIDADE DE UBERABA

     MARIA DA CONCEIÇÃO ALVES VERSIANI CUNHA




A CRIANÇA E A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO: UMA PROPOSTA
                     PEDAGÓGICA




                 BELO HORIZONTE/MG

                       2012
Maria da Conceição Alves Versiani Cunha

             UNIVERSIDADE DE UBERABA




A CRINÇA E A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO: UMA PROPOSTA
                    PEDAGÓGICA




                           Trabalho   de    Conclusão     de      Curso
                           apresentado     como   pré-requisito    para
                           aprovação no curso de licenciatura em
                           Pedagogia - Uniube, Belo Horizonte.




                  BELO HORIZONTE-MG

                         2012
Dedico este trabalho aos meus pais (in
memória) aos meus irmãos aos meus filhos o
meu   esposo   e   os   amigos   que   sempre
acreditaram e me fizeram sentir capaz de
vencer.
Agradecimentos




Agradeço primeiramente a Deus que com sua luz iluminou meus caminhos me
dando força e sabedoria e aos meus pais, pois sem eles nada seria possível.

A minha família que sempre deu sinais de confiança em minha capacidade,
oferecendo suporte necessário e força para continuar em minha caminhada.
Pessoas que são tão especiais e minha razão de vida, minha filha Yxxxxxxx Kxxx,
meu filho Yxxx Sxxxxxx e meu esposo Cxxxx.

À Preceptora Kxxxxxx Axxxxxx que foi meu suporte e grande apoio durante o curso.

Os meus irmãos Jxxxx, Axxxxx, Nxxxx, Exxxx, Dxxxxx e Exxxxx que não poderia
deixar de mencioná-los aqui, pois estes, sempre acreditaram na minha força e são
meus eternos incentivadores da minha jornada de vida.

Às minhas amigas e colegas de turma, que durante o trajeto do curso ofereceram
muita atenção, dedicação e carinho.

Às professoras e mestres que acompanharam o desenvolvimento e avaliação deste
trabalho.
"Sem a curiosidade que me move, que me inquieta,

que me insere na busca, não aprendo nem ensino".

                                 (FREIRE. 2007)
A criança e a ludicidade na educação

CUNHA, Maria da Conceição Alves Versiani-Uniube-tucaversiani@hotmail.com; Belo
Horizonte; 2012.




        A ludicidade tem sido um tema bastante discutido no meio educacional, pois,
estudos alertam das muitas contribuições que atividades lúdicas quando aplicadas
às práticas pedagógicas, em especial na Educação Infantil, suas dimensões como
ferramenta são essenciais facilitando tanto a aprendizagem dos alunos quanto o
trabalho do professor-educador. O tema desta pesquisa surgiu da necessidade de
compreender o valor da ludicidade no processo ensino-aprendizagem, no que tange:
desenvolvimento     físico,   emocional   e   intelectual,   favorecendo   a   futuras
aprendizagens. Esta pesquisa tem como objetivo principal fomentar a discussão de
que aprender brincando traz influências positivas no ensino- aprendizagem. Outro
ponto que merece destaque são as brincadeiras em áreas livres e espaços públicos
praças, parques e ruas. Certamente, quem um dia “brincou na rua” lembra que
brincar nas ruas e praças era referência para uma infinidade de atividades
realizadas ao ar livre. Hoje em dia, por limitações óbvias, dificilmente encontramos
crianças utilizando estes espaços para brincar. Mas o que importa é encontrar tempo
e lugar para brincar e a escola, neste sentido, entre todos os espaços públicos, é um
espaço realmente privilegiado para as brincadeiras acontecerem. A análise desse e
outros assuntos apresentam-se fundamentada em pesquisas realizadas através da
consulta de livros referentes ao tema, na biblioteca virtual Pearson; em sites e blogs,
leitura dos Referencias Curriculares Nacionais da Educação Infantil e da observação
de crianças brincando em áreas livres (pracinhas, ruas, pátio de uma escola
municipal da cidade de Moeda-MG).




Palavras-chave: Brincadeiras; Desenvolvimento; Aprendizagem.
SUMÁRIO




1 INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------------07

2 DESENVOLVIMENTO ----------------------------------------------------------------------------09

      2.1 A Criança e a Ludicidade na educação: uma Proposta Pedagógica -------09

      2.2 O Que é Ludicidade?------------------------------------------------------------------------12
      2.3 Porque trabalhar o lúdico na Educação Infantil -----------------------------------15

      2.3.1 O que é Educação Infantil? ----------------------------------------------------------19

      2.3.2 Como deve ser o olhar lúdico do professor de Educação Infantil --------19

      2.4 O Brincar pode auxiliar no processo ensino- aprendizagem -----------------20

      2.4.1 Brincadeiras livres ----------------------------------------------------------------------26

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ---------------------------------------------------------------------30

4 REFERÊNCIAS -------------------------------------------------------------------------------------32

5 ANEXO ------------------------------------------------------------------------------------------------34
7



INTRODUÇÃO

          A ludicidade é um tema bastante interessante e muito abrangente, pois o
lúdico é uma excelente ferramenta para o educador. Trabalhar com a proposta da
ludicidade, na sala de aula, oferece inúmeras possibilidades de brincar e aprender.
Aprender brincando enriquece o trabalho do professor, o processo de aprendizagem
e contribui para o desenvolvimento integral da criança, desenvolvendo nela o gosto,
a alegria e o prazer em aprender, além de aproximar ampliando os laços de
afetividade entre aluno e professor.

          A análise que esta pesquisa se propõe é considerar o valor de trabalhar
com atividades lúdicas inseridas na proposta pedagógica da Educação Infantil.
Considerando que o “brincar” é parte da essência da criança, e, portanto, não pode
ser desvinculado da proposta pedagógica da escola.

          Esta pesquisa resulta da leitura minuciosa das apostilas do curso de
Pedagogia, da observação e da consulta a considerações de autores que se
dedicaram a estudar o universo infantil e valorizaram as brincadeiras como forma de
dar impulso a aprendizagem na escola. É considerada, ainda, nesta análise
questões como:

          Sem a brincadeira (lúdico) o processo de aprendizagem se torna tedioso.
Portanto, é fundamental que a construção desse processo se faça por meio do jogo,
da brincadeira e da imaginação, do conhecimento do corpo.

          Como deve ser o olhar lúdico do professor da Educação Infantil.

          O brincar da criança possibilita ao educador diagnosticar perceber seu
estágio de desenvolvimento, seus desejos.

          O lúdico nem sempre é prazeroso. A criança quando perde, tende a
experimentar o sofrimento.

          Não da para falar em brinquedo e brincar sem falar de criança, pois,
ambos estão intimamente ligados favorecendo-se mutuamente, ou seja, um sem o
outro não ocorrerá desenvolvimento.
8



           Aprender brincando, traz influências positivas no ensino- aprendizagem.
No período da educação infantil, é que a criança começa a fazer alguns ensaios
significativos para se descobrir e descobrir o meio em que vive, sem o “brincar” não
será possível.

           Na escola, em especial na educação infantil, o lúdico precisa ser
explorado levando em consideração o valor do “brincar” como suporte fundamental
na aprendizagem significativa.

           Em suma, considerando todas as discussões existentes em relação à
ludicidade no contexto escolar, este trabalho propõe uma reflexão sobre o valor de
trabalhar com a ludicidade, presente no cotidiano escolar. O lúdico, como ferramenta
na aprendizagem proporciona os desenvolvimentos necessários à vida da criança,
tornando-a um adulto mais feliz no futuro.

           Espera-se com esta pesquisa demonstrar para os que trabalham com e
para a criança, em especial os professores da área da educação infantil, a
necessidade de buscar conhecer melhor todos os benefícios de aplicar a ludicidade
em suas práticas, para isso acontecer é necessário o professor resgatar os
momentos lúdicos que com certeza fizeram parte do seu caminhar, fazer uma
reflexão profunda, pois “brincar” para a criança é viver.

           A análise a seguir apresenta-se fundamentada em pesquisas realizadas
através da consulta de livros referentes ao tema, na biblioteca virtual Pearson; em
sites e blogs, leitura dos Referencias Curriculares Nacionais da Educação Infantil e
da observação de crianças brincando em áreas livres (pracinhas, ruas, pátio de uma
escola municipal na cidade de Moeda-MG).
9



2. A criança e a Ludicidade na educação: uma proposta pedagógica




             A ludicidade tem sido um tema atualmente muito discutido, por diversos
estudiosos, no meio acadêmico, no Brasil e no mundo. O tema é de bastante
relevância para ser investigado, a fim de que se compreenda como a prática
pedagógica voltada para “o brincar”, pode ajudar a transformar o cotidiano escolar,
não somente na questão da forma de aquisição do conhecimento, mas como
ferramenta para subsidiar as práticas pedagógicas, contribuindo de forma
significativa, criando elos de amizade e cumplicidade entre alunos e professores.

             São inúmeros os estudos e pesquisas que têm buscado explicar o valor
da ludicidade no processo ensino-aprendizagem, no que tange: desenvolvimento
físico, emocional e intelectual, favorecendo as futuras aprendizagens. Na atividade
lúdica, não importa somente o resultado, mas a ação e o movimento vivenciado.

             Ação, movimento e interação dos pares durante as atividades lúdicas,
são componentes crucias do desenvolvimento humano, possui caráter educativo e
tem grande influência na vida das crianças, por proporcionar alegria e prazer. Ver
crianças brincando e ao mesmo tempo aprendendo, faz do lúdico uma excelente
ferramenta que deve ser usada pelo educador (a) na promoção e avanços, de forma
prazerosa, de futuras aprendizagens, além de garantir um direito à criança de
“brincar”.

             Brincar é universal e um direito, garantido por lei, publicada pelo Fundo
das Nações Unidas para a Infância, a UNICEF, em 1959. O documento diz que: “A
criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar
dirigidos para educação”. Sendo assim, não deve ser negada à criança espaço e
oportunidade de brincar como forma de se desenvolver e aprender, pois o “brincar”
faz parte de sua essência, de seus direitos e da sua cultura.

             A escola é um espaço privilegiado para o resgate da cultura do brincar,
pois este se constitui um direito e, portanto, deve fazer parte do cotidiano infantil. A
esse respeito, o Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil (1998, V.1,
P.13) também diz: “o direito das crianças a brincar, como forma particular de
expressão, pensamento, interação e comunicação infantil”.
10



            Nessa perspectiva é possível percebermos a importância do professor
incentivar as brincadeiras como eixo norteador do seu trabalho, como objetivo de
oferecer um aprender através da liberdade de expressão e do pensamento, por meio
de brincadeiras e momentos que oportunizem a interação e a comunicação entre as
crianças.

            O brincar envolve além da ação o interesse da criança, a sua faixa etária,
seu desenvolvimento sócio-afetivo, seus hábitos culturais e o ambiente favorável e
estimulante.

            É possível dizer que o ambiente condiciona a brincadeira, pois dentro de
uma mesma cultura, crianças brincam com temas comuns. E quando o contexto
muda, as brincadeiras também mudam adquirindo peculiaridades regionais ou
locais, uma vez que, o modo e o condicionamento das mesmas estão atrelados, o
que irá delinear o perfil das brincadeiras influenciando no modo de brincar. No
entanto, existe uma pluralidade de ações lúdicas, que são espontâneas, praticadas
pelas crianças.

            Vale ressaltar outros fatores que também tem influenciado nas
brincadeiras, como: as mídias, televisão e a industrialização dos brinquedos (suporte
das brincadeiras). Com a industrialização do brinquedo, perderam-se algumas
características da ação da criança em relação ao brincar com um brinquedo que faz
tudo praticamente sozinho, deixando-a como mera expectadora. E outros fatores,
como a redução das brincadeiras em áreas livres (parques, pracinhas e outros),
também tem contribuído nas mudanças e condicionamentos das brincadeiras.

            Não é objetivo aqui explanar aprofundando em tais mudanças, mas fazer
algumas considerações que possam ser necessárias, para melhor entendimento, em
relação às brincadeiras das crianças do passado e as da atualidade.

            Os brinquedos estão cada vez mais modernos, atrativos e interessantes,
sem nenhuma dúvida e os antigos cada vez mais esquecidos ou pouco valorizados.
O carrinho de madeira, por exemplo, antes construído pelos pais ou mesmo pela
criança, era impulsionado pela própria ação desta ao manuseá-lo. Atualmente, a
maioria dos brinquedos, produzidos com diversos materiais, são recheados de
11



recursos “prontos” para a criança brincar e no apertar dos botões do controle
remoto, colocá-lo em movimento.

          Outro exemplo são as bonecas de pano que por muito tempo encantaram
as meninas e enriqueceram as brincadeiras, dando asas à fantasia e à imaginação,
hoje, substituídas pelas sofisticadas bonecas que falam com ou pela criança. Sem
falar dos jogos eletrônicos que a criança não tem oportunidade de opinar ou criar,
pois a regra já vem estabelecida pelo criador do jogo.

          Não é pretensão aqui, com o exposto, dizer que o brinquedo
industrializado e o eletrônico não tenham nenhum valor ou que não sejam
educativos, pelo contrário, até tem e são educativos. Mas, houve um tempo em que
a criança dava mais vida ao brinquedo, inventando e reinventando diferentes formas
de brincar.

          Neste sentido, o sociólogo americano Howard Chudacoff, também
professor da Universidade de Brown e autor do livro “Crianças Brincando:
uma história americana”, em entrevista à revista Época, diz: “‘O prazer real de uma
criança é criar seu próprio jogo’ e defende os brinquedos simples, como um simples
bastão de madeira, no lugar dos industrializados e dos eletrônicos.’ Em outro trecho
da entrevista, lhe é perguntado: “ ‘Qual é o melhor brinquedo para uma criança, em
sua opinião? Chudacoff responde: ‘O melhor brinquedo é um bastão. Pode ser
chocante o que eu disse, mas, se você pensar, um bastão, uma bola ou uma caixa
são o tipo de brinquedo com que todo mundo brinca. Você pode fazer tantas coisas
com eles, pode usar sua imaginação e criar muito. Na maioria das vezes, as
crianças enjoam dos brinquedos industrializados muito rápido’ ”.

          Em outras épocas e regiões, as brincadeiras ocorriam de forma natural,
através do suporte (brinquedo) bem menos sofisticado, como demonstram as
imagens do quadro a seguir, escolhido para exemplificar o valor das brincadeiras e
da importância de se resgatar a cultura do lúdico. Para tanto, a escola e os
professores tem papel fundamental nesse resgate.
12




Pieter Brueghel - "Jogos de crianças” (cultura lúdica do séc. XVI ) – 1560   Figura 1

           Observando o quadro de Pieter Brueghel, logo é possível identificar
variadas brincadeiras (jogos e brinquedos) como pega-pega, balanço, cinco Marias
(cinco pedrinhas, ou saquinhos), pião, plantar bananeira, perna de pau, cavalo de
pau, cambalhota, castelo de areia, bola de gude, trensinho, cabra cega, entre tantas
outras. Os objetos e a imaginação das crianças dão suporte às brincadeiras.
Portanto, estas são de extrema importância para a formação cultural e social das
crianças dentro e fora da escola.




2.1- O Que é Ludicidade ?

           Na busca por entender as conceituações sobre ludicidade e apresentar
sugestões que possibilite melhor compreender o lúdico e para traçar os contornos de
como o consideramos, apropriaremos da definição de alguns estudiosos desse
tema.

Para Rau (2011, p.31) “a ludicidade se define pelas ações do brincar que são
organizadas em três eixos: o jogo, o brinquedo e a brincadeira”, a autora ainda nos
diz que “ensinar por meio da ludicidade é considerar que a brincadeira faz parte da
vida do ser humano e que, por isso, trás referenciais da própria vida do sujeito”,
13



entendo que para autora, na atividade lúdica não importa somente o resultado, mas
a ação, o movimento vivenciado. Nesta perspectiva as atividades lúdicas o jogo, o
brinquedo e a brincadeira devem estar presentes, na rotina das crianças, sendo
estimulada por pais e professores.

            Brincar é a linguagem usada pelas crianças como forma de se manifestar,
expressar e descobrir o mundo, para isso, precisa interagir com o outro o tempo
todo. Quando incentivada, pelo outro, em especial pais e professores, à criança
tende a adquirir novas habilidades desenvolvendo e ampliando o imaginário e a
autonomia. O que faz com que sinta encorajada a refletir sobre suas ações e, sem
medo de agir a explorar todas as possibilidades de diversão e aprendizado que o
brincar proporciona , tornando-se uma criança mais feliz. Neste sentido, o lúdico é
necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente.

            As brincadeiras através de jogos e brinquedos sempre exerceram fascínio
na vida das crianças e quem não gosta de se divertir, de ter tempo para o lazer,
fantasiar, ter entretenimento, descontração e ser feliz não é verdade? Ser feliz é o
que retrata o Artista Plástico Ivan Cruz em suas obras de arte, baseando seu
trabalho na frase que criou:




Ivan Cruz                                                   Figura 2

O artista Ivan Cruz já retratou mais de 100 brincadeiras diferentes que brincou
quando criança em quadros (mais de 500), em desenhos e esculturas.
14



           Para o autor a beleza de ser criança está nas brincadeiras e no valor que
elas têm para a vida, para o desenvolvimento e formação da identidade. Em sua
frase: “(...) ao adulto que quando criança nunca brincou, falta-lhe um pedaço no
coração”, portanto, é um sujeito que não teve infância, que não viveu plenamente,
falta-lhe sensibilidade, em especial, para entender o universo infantil. Só quem
brincou realmente, teve infância, carrega consigo pulsando dentro de si, as
lembranças da criança ainda viva no peito.

           Difícil imaginar alguém que nunca tenha brincado quando criança. Pois o
ser humano é lúdico por natureza e brincar pode ser possível até mesmo sem ter
nada nas mãos, como ocorre durante o pega-pega, pique esconde e a ciranda. As
cenas no quadro a seguir, mais uma das obras do autor Ivan, descreve brincadeiras
diversas com ou sem brinquedos as crianças brincam e se divertem.




Título da obra: “Várias Brincadeiras II” do Artista Plástico Ivan Cruz -2006 Figura 3

           Quando, nos reportamos a nossa própria infância e do nosso tempo de
escola, compreendemos a singularidade da criança e o seu jeito de ser e estar no
mundo. A criança brinca de faz de conta vivendo um cenário articulado a dimensão
imaginária, sente-se impulsionada a conquistar novas possibilidades de criação, seu
15



repertório de brincadeiras é amplo e nos remete a muitas variedades do como
brincar e para que brincar.

          Podemos dizer que a brincadeira, a cultura e o conhecimento forma a
tríade da infância com caráter lúdico e significativo. Em relação a estas afirmativas,
Borba (2006, p.40) afirma que:

                A liberdade do brincar se configura no inverter a ordem, virar o
                mundo de ponta-cabeça, fazer o que parece impossível, transitar em
                diferentes tempos-passado, presente e futuro.Rodar até cair, ser rei,
                caubói, ladrão, polícia, desafiar os limites da realidade cotidiana.

          Notável como a autora retratou muito bem a experiência do brincar, com
clareza demonstra que é possível construir uma ponte entre o imaginário e o mundo
real. As atividades lúdicas permitem isso, faz com que a criança estabeleça relações
com o outro e com diferentes culturas.

          É durante as brincadeiras que as crianças adquirem iniciativa e
autoconfiança, quando lhes é dado oportunidade de ter autonomia e liberdade.
Importante que o adulto ao trabalhar com a proposta da ludicidade na Educação
Infantil, crie oportunidades para que a criança assimile o conhecimento, de forma
prazerosa, desenvolvendo habilidades e atitudes que a estimule na construção da
autonomia.




2.3- Porque Trabalhar o Lúdico Na Educação Infantil

          Com se sabe, a questão universal pedagógica da atualidade é ensinar
com o lúdico diversificado em vários aspectos, principalmente na educação infantil,
onde a criança aprende muito mais brincando. A esse respeito Cunha (2001, p.28)
afirma que: “o brinquedo proporciona o aprender, fazendo e brincando”. Por meio
das brincadeiras e jogos, a criança adquire e aprende novos conceitos e
informações e até mesmo supera dificuldades de aprendizagem.

          Para os profissionais da educação, em especial o professor, quando se
fala em Educação infantil não podem deixar de pensar os elementos construtivos do
espaço escolar: jogos, brincadeiras, faz de conta, cantinho de interesse, artes,
16



teatro, poema, poesia, dramatizações, brinquedos variados para brincadeiras livres
ou com fins educativos, entre outros como os momentos de contação de história. A
criança pequena quando assume o papel de um personagem dos contos de fadas
está experimentando como é adotar o papel de outra pessoa.

            Vale ressaltar que a criança da Educação Infantil é um ser em processo
de formação motivada pela necessidade de ampliar seus conhecimentos e
experiências alçando graus progressivos de autonomia, frente às estimulações do
ambiente.

            Nessa perspectiva, creio que o objetivo primordial da Educação Infantil
deva ser a ampliação do universo infantil, dando as crianças oportunidades de
desenvolverem os aspectos: cognitivos, sociais e emocionais por meio das
brincadeiras.

            Pensar o ato lúdico é como explorar a magia do brincar com as palavras,
inverter a ordem, criar. Assim, vamos pensar a poesia, brincar com as palavras, de
falar e dizer, de rimar, e construir novos sentidos e caminhos entre o ensinar e o
aprender, abrindo espaço para aprender com prazer. Possibilitando o “brincar” com
o movimento das palavras, com linhas, cores e formas e construindo significados e
sentidos de viver.

                                                                            Poesia
                                                             é brincar com palavras
                                                                    como se brinca
                                                          com bola, papagaio, pião.
                                                                            Só que
                                                               bola, papagaio, pião
                                                                    de tanto brincar
                                                                        se gastam.
                                                                   As palavras não:
                                                              quanto mais se brinca
                                                                          com elas
                                                                 mais novas ficam.
                                                                Como a água do rio
                                                          que é água sempre nova.
17



                                                                          Como cada dia
                                                           que é sempre um novo dia.
                                                            Vamos brincar de poesia?
                                                                     (José Paulo Paes)


             Portanto, a criança precisa ser instigada a pensar e a criar, pelo o
professor, na sala de aula, sendo estimulada e motivada a compreender o mundo
que a cerca, a ter prazer em construir seus conhecimentos e reelaborá-los para
aplicá-lo em suas práticas sociais de forma natural. Neste aspecto Vygotsky entende
que “o mundo não é visto simplesmente com cor e forma, mas também como um
mundo com sentido e significado”. (1991, p. 37). E para este autor, as experiências
infantis ganham sentido e significado nas interações sociais, em que estabelecem
trocas importantes de convívio, que auxiliam no despertar psicológico da criança.

             A ludicidade, entendida como uma tomada de consciência do corpo, suas
relações com o meio social envolvendo o desenvolvimento de jogos e brincadeiras
no desenvolvimento cognitivo e afetivo do ser humano, é tema obrigatório quando se
trata da Educação Infantil. É neste sentido que a escola precisa buscar trabalhar o
lúdico a partir de contextos culturais para formação da criança.

             Para Rau (2011), “a atitude pedagógica do professor na utilização da
ludicidade    como    recurso   pedagógico”   é   fundamental      para   caminhar   na
aprendizagem, limitando ou proporcionando mais conhecimentos aos educandos.
Assim, a autora afirma que:

                 Brincar propicia o trabalho com diferentes tipos de linguagens, o que
                 facilita a transposição e a representação de conceitos elaborados
                 pelo adulto para os educandos. Educar, nessa perspectiva, é ir além
                 da transmissão de informações ou de colocar à disposição do
                 educando apenas um caminho, limitando a escolha ou seu próprio
                 conhecimento. (Rau, p.39)




             Ainda pensando na influência do lúdico na aprendizagem e na vivência
das crianças, é possível percebermos que o brincar pode auxiliar no processo
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ensino-aprendizagem. Para isso, é fundamental que os educadores reconheçam a
importância de se utilizar em sala de aula os jogos e as brincadeiras, não como
meros passatempos, mas como instrumentos de construção da aprendizagem e do
desenvolvimento da criança. Importante que se faça a mediação e a intervenção
adequada, proporcionando alegria às crianças, para que sejam vias da
aprendizagem.

          A criança se envolve no jogo, por meio da brincadeira, e nessa atividade
sente a necessidade de partilhar com o outro, dividir com o colega, numa relação de
troca onde expõe suas potencialidades, nesse momento de troca os participantes
vivem emoções e sensações que põe a prova suas aptidões, testando limites e
novos desafios.

          Nesse contexto a criança estabelece relações de troca, parceria,
convivência social e cultural.    Importante lembrarmos-nos dos jogos tradicionais,
importantes da cultura, retrato da infância vivida guardadas na memória, ainda viva,
da maioria dos adultos. A esse respeito, Kishimoto (1993, p. 15) afirma:

                  Os jogos têm diversas origens e culturas que são transmitidas pelos
                  diferentes jogos e formas de jogar. Este tem função de construir e
                  desenvolver uma convivência entre as crianças estabelecendo
                  regras, critérios e sentidos, possibilitando assim, um convívio mais
                  social e democracia, porque “enquanto manifestação espontânea da
                  cultura popular, os jogos tradicionais têm a função de perpetuar a
                  cultura infantil e desenvolver formas de convivência social”.

          Neste sentido é com o outro que aprendemos outras coisas das quais não
sabemos, ou seja, nos apropriamos da cultura e de conhecimentos de outras
pessoas que também se apropriam dos nossos conhecimentos, numa troca
constante, interagindo socialmente.

          Para Vygotsky (1987), a aprendizagem acelera processos superiores
internos que são capazes de atuar quando a criança encontra interagida com o meio
ambiente e com outras pessoas. O autor ressalta a importância de que esses
processos sejam internalizados pela criança. E a brincadeira proporciona tudo isso
19



para a criança, além do prazer em brincar com o outro, a abstração de
conhecimentos entre seus pares.




2.3.1 O que é Educação Infantil?

          A Lei no 9394 de 1996 destaca que “a educação infantil é considerada a
primeira etapa da educação básica (título V, capítulo II, seção II, art. 29), tendo como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos (cinco anos)          de
idade.”




2.3.2 Como deve ser o olhar lúdico do professor de Educação Infantil.

          Para o professor, trabalhar com o lúdico aflorado em sua prática
pedagógica é um grande desafio. Isso porque, critérios bem definidos quanto aos
recursos matérias e pedagógicos adequados para que sejam interessantes para
seus alunos. São escolhas fundamentais, mas antes de tudo precisa ter um olhar
“lúdico”, levando em conta a faixa etária com a qual se trabalha e conhecer o aluno,
bem como o estágio em que se encontra.

           Importante também, o professor, valorizar o conhecimento prévio dos
alunos, como ponto de partida na sua prática, respeitando o tempo, o interesse, o
limite e as necessidades de cada um na aprendizagem.

          A aprendizagem quando ocorre de forma prazerosa todos ganham alunos
e professores no processo ensino-aprendizagem. Neste sentido concordo com Rau
(2011,p.62) quando a autora diz que: “A ludicidade como recurso pedagógico ocupa
um espaço no processo ensino e aprendizagem, atendendo às necessidades e aos
interesses do educando e do educador no processo de ensino-aprendizagem”.

          Os jogos e brincadeiras devem ser compreendidos como um ato de
liberdade e para que isso aconteça faz-se necessário a existência do “prazer”. Neste
aspecto é preciso que o professor procure “conectar” conteúdos, as atividades
lúdicas, através de jogos como: dominó, bloco lógico, material dourado etc., ou
através de atividades livres e dirigidas na área de laser da escola.
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          Para que a aprendizagem aconteça, é fundamental garantir que
primeiramente a criança manipule e fica livre para descobrir como se deve trabalhar.
Só então, caso necessite, o professor orienta dando pista e questionamento sempre.

          Há uma diferença do brinquedo para o material pedagógico baseado na
natureza da ação educativa. Neste sentido Kishimoto (2001) apresenta seu interesse
sobre o jogo pedagógico, quando afirma que:

               Ao permitir a manifestação do imaginário infantil, por meio de objetos
               simbólicos   dispostos   intencionalmente,   à   função   pedagógica
               subsidia o desenvolvimento integral da criança. Neste sentido,
               qualquer jogo empregado na escola, desde que respeite a natureza
               do ato lúdico, apresenta caráter educativo e pode receber também a
               denominação geral de jogo educativo (KISHIMOTO, 2001, p.83).

          O educador deve ter um olhar apurado para propor atividades
pedagógicas quando se trabalha para a criança e com a criança. Assim, suas
escolhas precisa ter sentido educativo despertando no aluno a vontade de aprender.

          Uma aula com características lúdicas não precisa, necessariamente, ter
jogos ou brinquedos. O que traz ludicidade para a sala de aula é muito mais uma
"atitude" lúdica do educador e dos educandos. Assumir essa postura implica
sensibilidade, envolvimento, uma mudança interna, e não apenas externa, implica
não somente uma mudança cognitiva; mas, principalmente, uma mudança afetiva.

          Diante tudo isso, vale refletir de que forma o olhar lúdico do professor em
sala de aula serve como uma ferramenta importante no desenvolvimento do ensino
e, que o mesmo, promova a aprendizagem.




2.4 O Brincar pode Auxiliar no Processo Ensino- aprendizagem

Qual é a palavra chave quando se pensa em ludicidade?

                LIBERDADE!
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             Pois bem, pressupõe que o brincar tem alguns pontos importantes e que
precisam ser levado em conta pelos profissionais da educação, em especial, o
professor:

             Quando pensamos na criança, devemos entender que qualquer objeto e
também o próprio corpo, possui duas funções: a lúdica e a pedagógica.

             O jogo pode ser usado tendo com objetivo, lúdico ou pedagógico.
Embora, deva-se primeiro trabalhar o lúdico, permitindo que as crianças manipulem
e brinquem como quiserem e somente depois, promover as atividades pedagógicas.

             Grandes autores como: Piaget, Vygotsky, Froebel, etc., defendem o lúdico
como um grande aliado do professor e um fator importante para o desenvolvimento
da criança. Portanto, a atividade lúdica deve ser privilegiada nas instituições de
educação.

             Nesta perspectiva é importante recordarmos um pouco das contribuições
do estudioso Froebel, dedicado à atividade lúdica, esse autor comparava a criança a
pequenas      sementes    que,   adubadas   e   expostas   a   condições   favoráveis,
desabrochariam e estariam livres para criar e imaginar. Por isso a proposta
educacional de Froebel incluía atividades de cooperação e, na sua proposta, o jogo
era entendido como origem da atividade mental.

             O estudioso, Froebel, partia da ideia de espontaneidade infantil e
preconizava a autoeducação da criança pelo jogo, por suas vantagens intelectuais e
morais, além do seu valor no desenvolvimento físico.

             No entanto é preciso entender que o lúdico nem sempre é prazeroso para
a criança, pois quando perde, tende a experimentar o sofrimento. Neste aspecto,
cabe ao professor intervir de forma adequada, mediando, sem desprezar os
sentimentos do educando, ensinando-o a lidar com a derrota.          Este é um dos
desafios enfrentado pelo educador ao trabalhar com a proposta do lúdico em sala,
através de jogos e brincadeiras. Por isso, a palavra chave do lúdico é liberdade.

             Quando o adulto impõe o jogo à criança, está fazendo com que parte da
ludicidade se perca prejudicando a aprendizagem. Uma vez, que o lúdico é o meio
para a aprendizagem potencialmente significativa.
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          Nesta perspectiva a aprendizagem significativa é aquela que faz conexão
com conceitos ou habilidades pré-existentes.

          Ao trabalhar com a proposta da ludicidade na Educação Infantil, o
professor, deve ter como foco as brincadeiras, jogos e descobertas da criança e não
pode faltar a contação de histórias, os contos de fada são os preferidos das crianças
pequenas. Pois o lúdico, quando inserido a prática pedagógica, não apenas contribui
para a aprendizagem dos educandos como possibilita ao professor tornar suas aulas
mais dinâmicas, atrativas e prazerosas.

          Todavia é interessante que o professor saiba não só diferenciar
momentos de brincadeiras livre de momentos de brincadeiras com fins pedagógicos,
como compreender que o lúdico é uma ferramenta essencial no ensino-
aprendizagem se bem direcionado.

          A brincadeira é a ação mais séria que a criança desempenha ao
concretizar as regras do jogo e ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o
lúdico em ação. Brincar não é apenas recrear, é muito mais, significa uma das
formas mais complexas da criança comunicar-se consigo mesma e com o mundo
que a cerca.

          No jogo simbólico, preferido das crianças pequenas, acontece uma
representação de um objeto por outro, a atribuição de novos significados, a
significação de temas como: brincar de cavalinho com apenas um cabo de vassoura,
ou adoção de papeis “sou o pai”, “sou a mãe”, “sou o médico”, etc. Em suas
brincadeiras, brincam imitando barulhos de canhão, roncos de aviões ou apenas
com pedaços de madeiras criam diferentes formas de brincar. Através do jogo, a
criança forma conceitos, relações lógicas, integra percepções, estimula à linguagem
e ideias, estimativas compatíveis com o seu crescimento físico e desenvolvimento, e
o importante, acontece à socialização.

                 “Jogar é tornar real qualquer coisa que não existe.
                  Jogar é poder ser outra pessoa que não somos.
                Jogar é viver por um instante num lugar impossível.
                        E ser dono do tempo e da distância.
                      Jogar é fazer sair o sol em plena noite e
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                       a lua em pleno dia, é esvaziar o mar...”
                                   (Pipo Pescador)



          Viver ludicamente, é experimentar diferentes papeis, ir alem do
inimaginável, é necessidade do encantamento e na fantasia da inocência infantil. O
poema de Pipo Pescador retrata o viver ludicamente, quando diz: “Jogar é tornar
real qualquer coisa que não existe, [...] é poder ser outra pessoa que não somos, [...]
é viver por um instante num lugar impossível”. Esta é característica primeira do jogo
“liberdade”, a segunda característica atribuída ao jogo é que ele não é vida
“corrente” e nem vida “real”, é fuga para uma esfera maior. A criança bem sabe,
quando está “só fazendo de conta” e quando está “só brincando”.


          Neste sentido o jogo traz para a criança situações de desafios, sempre
com caráter novo, com grandes novidades o que é fundamental para despertar o
interesse e a curiosidade dos alunos, e este despertar torna o jogo um excelente
integrador da prática no cotidiano escolar.

          É através do jogo, que a criança tem a oportunidade de assimilar o mundo
a sua maneira. Usa da fantasia, do faz de conta, para dar asas à imaginação,
expressa o contentamento em ser como ela quer ou quem deseja ser: médico,
astronauta, caubói, policia, ladrão, rei, rainha, princesa, super-herói, etc. No jogo a
criança é desafiada, superando dificuldades e desenvolvendo o raciocínio lógico.

Nesta perspectiva, RAU (2011,p.34) afirma que:

                Quando você entra na ação do jogo, elabora metas (seus objetivos),
                prepara estratégias (sua ação cognitiva e motora no jogo), elabora
                caminhos (elabora hipóteses), brinca de “faz de conta” (vivencia
                papéis), raciocina e enfrenta desafios (tenta superar os obstáculos),
                vivencia emoções e conflitos (alegria, ansiedade),organiza o
                pensamento (supera os problemas,percebe erros e acertos), e
                sintetiza (compreende resultados, vencendo ou perdendo).

          Brincar é algo espontâneo da criança, facilita a comunicação dela
consigo mesma e com os outros. A criança é espontânea, inventa e cria situações
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de brincadeiras, sozinhas ou acompanhadas, vivencia experiências de imaginação e
criatividade inéditas. No entanto, precisa apenas de tempo e de espaços adequados.

          Nesta perspectiva RAU (2011, p.106) enfatiza sobre o brincar
espontâneo,

                Para brincar de forma espontânea, sozinha ou acompanhada, a
                criança precisa de tempo e espaço adequados. Atualmente,
                dependendo da localidade onde as crianças residem, estas se
                tornam cada vez mais limitadas nos seus movimentos. Neste
                sentido, o espaço reservado aos brinquedos, seja na sala de jogos
                ou de aula, cantos pedagógicos, quadras ou parques devem
                possibilitar às crianças liberdade para os seus movimentos e suas
                expressões.

          É explorando o prazer de aprender brincando, que abre um leque de
possibilidades e facilidade para o professor conduzir uma aula, partindo da
curiosidade dos alunos. Muitos educadores, ainda, acreditam que dinamizar as suas
aulas utilizando jogos e brincadeiras é "perda de tempo".

              “Brincar com as crianças não é perder tempo, é ganhá-lo.
                         Se é triste ver meninos sem escola,
          mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar,
                               com exercícios estéreis,
                       sem valor para a formação do homem.”
                            (Carlos Drumond de Andrade)



          Ensinar e aprender envolve busca, procura, alegria no aprender e ensinar.
Segundo o pensamento de Paulo Freire “A alegria não chega apenas no encontro do
achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se
fora da procura, fora da boniteza e da alegria”.

          Por meio das brincadeiras o educador tem a oportunidade de passar para
as crianças a vontade de construir um aprendizado satisfatório e prazeroso, que não
fique baseado em simplesmente passar o lápis em cima da letrinha do nome ou
25



pegar o giz de cera e pintar aquela figura que mais se parece com a criança.
Quando a criança brinca na escola está construindo sua identidade.

          Importante, que o professor selecione atividades lúdicas que apresentam
benefício para a criança, para o desenvolvimento completo do corpo e da mente por
inteiro. Nas atividades lúdicas importa não apenas o produto da atividade que dela
resulta, mas a própria ação. Os momentos de fantasia são transformados em
realidade, a percepção, a criatividade, os conhecimentos, momentos de vida.

          Para que esse método funcione com mais eficácia, o professor (a) deve
contar com dois grandes aliados: áreas livres, mobiliários e materiais apropriados,
pois estes são indispensáveis para a realização plena do desenvolvimento infantil e
seu respectivo aprendizado.

          Toda criança precisa de espaço, área verde e móveis apropriados, que
estimulem e colaborem para o seu conhecimento. E dentro desses espaços podem-
se explorar diversas maneiras criativas de ensinar e aprender, como por exemplo:
quando brinca de mamãe e filhinho, dono de posto de gasolina, de médico, de
boneca, de carrinho, de serem os seus heróis preferidos como, o Homem-Aranha e
o Super-Homem, etc..

Trecho do poema “ Apenas brincando”.

             [...] Quando você me pergunta o que eu fiz na escola hoje,
                                Eu digo, eu brinquei.
                           Por favor, não me entenda mal.
                    Porque enquanto brinco, estou aprendendo.
         Eu estou aprendendo a ter prazer e ser bem sucedido no trabalho.
                       Eu estou me preparando para amanhã.
             Hoje, eu sou uma criança e o meu trabalho é...BRINCAR!
          Anita Wadley, educadora norte-americana, retrata muito bem, em seu
belo poema, o valor da brincadeira. Este texto é encontrado facilmente em vários
sites e blogs destinado a crianças.

          Observando o poema, fica claro que criança precisa ter oportunidade de
brincar, enquanto brinca ela se conhece e se socializa. É fundamental que pais e
profissionais da educação tenham consciência dessa tamanha importância. Pois o
26



brincar quando bem direcionado, seguindo uma linha de aprendizagem para o
alcance de objetivos, é o caminho. Quanto maior for à qualidade deste “brincar”
maior será o desenvolvimento cognitivo.

            Neste sentido, percebemos que a escola tem o papel fundamental de
proporcionar tempo e espaço para que a criança brinque, contribuindo com suas
evoluções nos aspectos sociais, intelectuais, físicos e motores.

            Não há como negar, que através de jogos e brincadeiras os alunos muitas
das vezes revelam sua própria imagem e criatividade, portanto, usá-los na sala de
aula é bastante pertinente, pois, possibilita que o processo de ensino e
aprendizagem possa fluir prazerosamente. Mas as atividades em educação devem
possibilitar que os conteúdos sejam apresentados de forma lúdica, onde o aluno
aprende brincando, como por exemplo, na disciplina matemática, os jogos
numéricos favorecem, dentre outras coisas, a criança fazer o uso dos números,
amplia suas representações e os familiariza mais com a matéria.

2.4.1 Brincadeiras livres.

            Os momentos de brincadeiras livres na instituição escolar, por exemplo, o
recreio, deve ser garantia de oportunidade para que aja bastante descontração,
promovendo assim, alegria e contentamento com pouca interferência do professor
durante o brincar das crianças. Embora, não deixa de ser educativo e sempre é bom
o educador ficar de olho, observando o comportamento de cada criança, assim,
verifica quais dificuldades surgem no momento da socialização.

            O parquinho da escola também constitui em um momento divertido para a
meninada e agrada a todas as idades e sexos. Os alunos (em especial os da
educação infantil), quando levados para brincar nesse ambiente (parquinho)
vivenciam momentos de extrema alegria, descontração, socialização e de grande
movimentação do corpo.

            Portanto, são momentos ricos quando a criança brinca com liberdade e
movimento. Pois não há aprendizado satisfatório sem movimento, sem liberdade,
sem ação, a aprendizagem abre o caminho da vida, do mundo, das possibilidades
de ser feliz.
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          A ludicidade deve fazer parte do cotidiano escolar. No entanto, para que
aconteça a atividade lúdica na sala de aula depende da boa vontade, da criatividade
e da sensibilidade do educador ao desenvolver sua prática, atrelada as brincadeiras
e os jogos como fonte e suporte do desenvolvimento integral de seus educandos. O
interesse pelo brincar no universo infantil é latente, tendo em vista, que toda criança
tem a necessidade da brincadeira como parte integrante de seu processo de vida.

          Neste sentido Piaget (1998) diz que “a atividade lúdica é o berço
obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável à
prática educativa”.

          Ainda este mesmo o autor alerta que “tudo o que se ensina a uma
criança, a criança não pode mais, ela mesma, descobrir ou inventar” esclarece ainda
que “nas brincadeiras, uma criança age de acordo com sua visão do mundo”.

          Outro estudioso, o suíço Vygotsky (1998) nos fala “que as maiores
aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro
tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade”. Ainda nos diz que “o saber
que não vem da experiência não é realmente saber”.

          Assim, garantir a presença das brincadeiras dentro da escola, saber
quando e como aplicá-las, em momentos livres e outros direcionados com fins
pedagógicos, são de extrema importância            e relevância no processo de
desenvolvimento e aprendizagem da criança. É compreender que a brincadeira traz
a percepção de que existem regras a serem seguidas e portanto, desenvolve a
socialização. É importante jogar com os outros, esperar a vez e respeitar o ritmo dos
colegas. A realização de jogos e brincadeiras exigem várias ações que ocorrem ao
mesmo tempo, por exemplo, nas cantigas de roda a criança gira, bate palmas e
canta. É brincando que a criança desenvolve o senso de companheirismo.

          Pensando em relação aos brinquedos e brincadeiras que mais agradam
as crianças na escola, a bola é o brinquedo indispensável e que mais aparece nos
momentos de brincadeiras livres. A bola é um brinquedo básico e indispensável a
qualquer criança que possa movimentar-se.
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           As brincadeiras durante o recreio, em função da “liberdade”, também
requer o olhar atento e a intervenção do professor. Vale pôr um companheiro para
uma criança que está só. Porque pula, rola, é um eterno convite á ação e ao jogo.
Em todas as situações, há ludicidade e desenvolvimento da coordenação dos
movimentos amplos e da sociabilidade.

           Enquanto algumas crianças correm, pulam, joga futebol outras gostam
mesmo é de brincar com os bonecos. São os super-heróis os preferidos, onde o
bem sempre vence o mal através de lutas e guerras.

           O brincar de matar, por exemplo, é muito comum entre as crianças e,
certamente quando o fazem não estão abrangendo a dimensão da morte. Sabemos
que enquanto houver violência nos filmes apresentados na televisão, as crianças
tende a brincar de guerra, mas para isso não necessitam de revolveres idênticos aos
verdadeiros, qualquer pedaço de pau pode ser transformado em arma e seu boneco
em pessoas pela imaginação da criança.

           CHUDACOFF (2008) fala em entrevista concedida a Revista Época, que
“as brincadeiras nos dizem não só sobre as crianças, mas sobre nós mesmos.
Todos fomos crianças, temos memórias sobre as brincadeiras e ideias sobre como
as crianças devem brincar. Por causa disso, muitas vezes, tentamos guiar e
controlar o modo como às crianças brincam sem perceber que o prazer real delas é
criar seu próprio jogo”.

           Nesta perspectiva, é importante que o professor esteja atento e sempre
acompanhando as brincadeiras, mas intervir o mínimo e quando se fizer necessário.

           Infelizmente, os momentos de brincadeiras em áreas livres (praças e
ruas) estão cada vez mais carentes da presença infantil, pois com o crescente
aumento da violência nas cidades, muitos pais, para segurança dos filhos, têm
restringido um pouco o brincar nesses ambientes.

           Contudo, ainda é possível ver algumas crianças brincando em praças e
ruas, acompanhadas por um adulto, brincam naturalmente com folhas, gravetos e
outros objetos (suporte da brincadeira) caídos no chão. Algumas crianças preferem
mesmo é correr, subir nos bancos da praça e outras, escolhem brincar com os
29



próprios brinquedos (velotrol, bicicleta, carrinho e boneca) que trazem de casa
desfrutando desse delicioso momento de lazer.

          A escola vem sendo considerada, por pais e educadores, como local para
se brincar de forma saudável, das aprendizagens para o desenvolvimento pleno. O
ambiente escolar tem sido valorizado não só como lugar para ensinar e aprender,
mas para aprender brincando e brincando para aprender.

          As brincadeiras na escola têm sido cada vez mais valorizadas. Isso
acontece, não só pela escola possuir um espaço privilegiado, onde se encontra um
número maior de crianças para interagir e brincar, mas por ser este espaço ainda o
mais seguro e de garantia para que aconteça o resgate das velhas e boas
brincadeiras.

          Certamente, quem um dia “brincou na rua” lembra que brincar nas ruas e
praças era referência para uma infinidade de atividades realizadas ao ar livre. As
ruas e praças serviam de espaço lúdico para as crianças (adultos também).

          Hoje em dia, por limitações óbvias, dificilmente encontramos crianças
utilizando estes espaços para brincar. A violência, o trânsito, e outros, limitam a
utilização desses espaços públicos para diversão.

          O que importa é encontrar tempo e lugar para brincar e a escola, neste
sentido, entre todos os espaços públicos, é um espaço realmente privilegiado para
as brincadeiras acontecerem.

              Enfim, por tantos motivos podemos dizer que a ludicidade é também uma
necessidade inerente do ser humano em qualquer idade não podendo ser apenas
vista como mera diversão, mas como fonte de aprendizagem na construção do
conhecimento e do pleno desenvolvimento integral dos indivíduos envolvidos no
processo ensino aprendizagem.

          .
30



CONSIDERAÇÕES FINAIS



          No desenvolver deste trabalho foi possível perceber as características
que envolvem o brincar, que contagia todas as crianças, independentes de sexo,
classe social, etnia e que sempre esteve presente em diferentes épocas ou cultura.
Para termos uma ideia da importância do ato de brincar na construção do
conhecimento é fundamental que se observe a criança brincando. É possível
aprender muito mais pela observação e se formos bastante atentos e sensíveis,
descobriremos os muitos caminhos que a criança trilha ao aprender sem que aja a
intervenção do adulto.

          Certamente, quem um dia “brincou na rua” lembra que brincar nas ruas e
praças era referência para uma infinidade de atividades realizadas ao ar livre. As
ruas e praças serviam de espaço lúdico para as crianças (adultos também). Hoje em
dia, por limitações óbvias, dificilmente encontramos crianças utilizando estes
espaços para brincar. A violência, o trânsito, e outros, limitam a utilização desses
espaços públicos para diversão. Mas o que importa é encontrar tempo e lugar para
brincar e a escola, neste sentido, entre todos os espaços públicos é um espaço
realmente privilegiado para as brincadeiras acontecerem.

          A ludicidade então, se configura como conjunto de ações lúdicas e,
portanto, proporciona “prazer” e “proporcionar prazer” é a característica primeira do
lúdico. Neste sentido, até chupar chupeta é uma atividade “lúdica”, pois proporciona
prazer a criança.

          Observando as crianças brincando foi possível perceber que, pelas
brincadeiras elas adquirem iniciativa e autoconfiança, quando lhes é permitido ter
autonomia e liberdade. Neste sentido, as brincadeiras proporcionam não só o
desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração, mas a
socialização, o exercício da liderança ou passividade, ou seja, desenvolvem a
personalidade e o controle da mesma. As brincadeiras e jogos também colaboram
com o exercício da competitividade, tendo em vista que vencer é motivo de orgulho
e prazer, bem como agir diretamente na cooperação do grupo levando a
31



participação   coletiva.   Neste   aspecto   as   atividades   lúdicas,   quando   bem
administradas, trazem diversos benefícios às crianças.

          Não é o objetivo deste trabalho, e o mesmo não tem nenhuma pretensão,
de esgotar as possibilidades sobre a reflexão do valor atribuído aos jogos e
brincadeiras como recurso pedagógico, o que seria impossível. Tendo em vista que
há uma infinidade de possibilidades ao se trabalhar com jogos e brincadeiras,
enriquecendo a aprendizagem e a descoberta das atribuições do valor de aplicá-lo
no cotidiano da sala de aula.

          Por tantos motivos, pode-se dizer que a ludicidade é também uma
necessidade inerente ao ser humano em qualquer idade, não podendo ser apenas
vista como mera diversão, também deve ser vista como fonte de aprendizagem,
construção do conhecimento e do pleno desenvolvimento integral dos indivíduos
envolvidos no processo ensino aprendizagem.

          Finalmente, pode-se concluir que o brinquedo e o ato de brincar são
extremo, terapêutico, prazeroso, e o prazer é o ponto fundamental da essência do
equilíbrio humano, e há nele uma aprendizagem significativa.

          Diante do exposto, conclui-se que a ludicidade é valiosa e uma grande
aliada do professor, principalmente, quando se trabalha com a Educação Infantil.

          Com tudo, espero que estas orientações possam “lançar luz” nos
momentos de trabalhar com atividades lúdicas, aliada as práticas pedagógicas, no
contexto escolar. Conhecimentos imprescindíveis que adquiri com esta pesquisa e
que me serão úteis e me auxiliarão, tanto na vida pessoal quanto na profissional,que
com certeza, aplicarei na sala de aula como Pedagoga.
32



REFERÊNCIAS




BORBA, Ângela Meyer. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In:
Brasil MEC/ SEB. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da
criança de seis anos de idade/ organização Jeanete Beauchamp, Sandra Denise
pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. _ Brasília: Ministério da Educação, Secretaria
de Educação Básica, 2007.


BRASIL.Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional
para a Educação Infantil. Vols.1 e 2. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRUEGHEL,Pieter.Jogos de crianças-cultura lúdica do séc.XVI–1560, disponível
em:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000012746.pdf> Coleção
Proinfantil,p.20. 2005.

CUNHA, Maria da Conceição Alves Versiani. Fotos de brincadeiras- momento do
estágio na Educação Infantil. Escola Municipal Cláudio Pinheiro de Lima. Moeda,
2011.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia saberes necessário à prática
educativa. 36 ed. São Paulo: Paz Terra, 2007.

GUERRA, Ludmila.Várias Brincadeiras II. Acervo do artista, Ivan Cruz. 2006.
Disponível em: < http://www.brincadeiradecriança.com.br > acesso em: abr.2012.

KISHIMOTO, M.T. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. Cortez editora.
5.ed São Paulo, 2001.


KISHIMOTO, T. M. (2001). Brinquedos e materiais pedagógicos nas escolas
infantis. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v.27, n.2, pp.229-245.

PAES,     José     Paulo.   Jornal   de    Poesia.    Convite.     Disponível    em:
<http://www.revista.agulha.nom.br/jpaulo1.html#convite> acesso em: 26 abr. 2012.
33



PRADO, C.A.Miranda; ARRUDA, M.R. de Barros. /Ludicidade Contribuições-No-
Processo-De-Desenvolvimento-e-Aprendizagem-Ifantil.            disponível   em:
<http://www.webartigos.com/articles/27594/1/Ludicidade Contribuições-NoProcesso-
De-Desenvolvimento-e-Aprendizagem-Ifantil/pagina1.html> acesso em: maio.2011


RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. A Ludicidade na educação: uma atitude
pedagógica. Série educação.2. ed. Local. editora Ibpex ,2011. p. 245.
SORG, Letícia. As crianças têm de brincar mais. Revista Época, disponível em:
<http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG82228-9556,00
AS+CRIANCAS+TEM+DE+BRINCAR+MAIS.html>ed.512, acesso em:25 abr.2012.

Vygotsky, L. S. A formação social da mente. 1. ed., São Paulo, Martins Fontes.
1994.
34



ANEXO

 A criança e a ludicidade na educação: uma proposta pedagógica.

Os contos de fadas na Educação Infantil. Imagens do estágio. Ed. Infantil na Escola
Municipal Cláudio Pinheiro de Lima. Moeda-MG. Fotos e materiais de autoria da aluna.




Autoria: Maria da Conceição Alves Versiani Julho.2011         Foto 1 e 2

Bonecos de emborrachado, papelão, caixa de sapato, e outros recursos de sucata; livrão
Branca de Neve e os Sete Anões.
35




(Fotos de Maria da Conceição Alves Versiani), estágio Ed. Infantil. Julho.2011(Foto 3 e 4)
36



Brincar e aprender, jogos com recurso de sucata.




(Fotos de Maria da Conceição Alves Versiani) Julho.2011   Foto 5 e 6
37



Personagens dos contos de fada e de seriados da TV.




Fotos de Maria da Conceição Alves Versiani. Julho de 2011   Foto 7 e 8
38




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  • 1. UNIVERSIDADE DE UBERABA MARIA DA CONCEIÇÃO ALVES VERSIANI CUNHA A CRIANÇA E A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO: UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA BELO HORIZONTE/MG 2012
  • 2. Maria da Conceição Alves Versiani Cunha UNIVERSIDADE DE UBERABA A CRINÇA E A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO: UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como pré-requisito para aprovação no curso de licenciatura em Pedagogia - Uniube, Belo Horizonte. BELO HORIZONTE-MG 2012
  • 3. Dedico este trabalho aos meus pais (in memória) aos meus irmãos aos meus filhos o meu esposo e os amigos que sempre acreditaram e me fizeram sentir capaz de vencer.
  • 4. Agradecimentos Agradeço primeiramente a Deus que com sua luz iluminou meus caminhos me dando força e sabedoria e aos meus pais, pois sem eles nada seria possível. A minha família que sempre deu sinais de confiança em minha capacidade, oferecendo suporte necessário e força para continuar em minha caminhada. Pessoas que são tão especiais e minha razão de vida, minha filha Yxxxxxxx Kxxx, meu filho Yxxx Sxxxxxx e meu esposo Cxxxx. À Preceptora Kxxxxxx Axxxxxx que foi meu suporte e grande apoio durante o curso. Os meus irmãos Jxxxx, Axxxxx, Nxxxx, Exxxx, Dxxxxx e Exxxxx que não poderia deixar de mencioná-los aqui, pois estes, sempre acreditaram na minha força e são meus eternos incentivadores da minha jornada de vida. Às minhas amigas e colegas de turma, que durante o trajeto do curso ofereceram muita atenção, dedicação e carinho. Às professoras e mestres que acompanharam o desenvolvimento e avaliação deste trabalho.
  • 5. "Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino". (FREIRE. 2007)
  • 6. A criança e a ludicidade na educação CUNHA, Maria da Conceição Alves Versiani-Uniube-tucaversiani@hotmail.com; Belo Horizonte; 2012. A ludicidade tem sido um tema bastante discutido no meio educacional, pois, estudos alertam das muitas contribuições que atividades lúdicas quando aplicadas às práticas pedagógicas, em especial na Educação Infantil, suas dimensões como ferramenta são essenciais facilitando tanto a aprendizagem dos alunos quanto o trabalho do professor-educador. O tema desta pesquisa surgiu da necessidade de compreender o valor da ludicidade no processo ensino-aprendizagem, no que tange: desenvolvimento físico, emocional e intelectual, favorecendo a futuras aprendizagens. Esta pesquisa tem como objetivo principal fomentar a discussão de que aprender brincando traz influências positivas no ensino- aprendizagem. Outro ponto que merece destaque são as brincadeiras em áreas livres e espaços públicos praças, parques e ruas. Certamente, quem um dia “brincou na rua” lembra que brincar nas ruas e praças era referência para uma infinidade de atividades realizadas ao ar livre. Hoje em dia, por limitações óbvias, dificilmente encontramos crianças utilizando estes espaços para brincar. Mas o que importa é encontrar tempo e lugar para brincar e a escola, neste sentido, entre todos os espaços públicos, é um espaço realmente privilegiado para as brincadeiras acontecerem. A análise desse e outros assuntos apresentam-se fundamentada em pesquisas realizadas através da consulta de livros referentes ao tema, na biblioteca virtual Pearson; em sites e blogs, leitura dos Referencias Curriculares Nacionais da Educação Infantil e da observação de crianças brincando em áreas livres (pracinhas, ruas, pátio de uma escola municipal da cidade de Moeda-MG). Palavras-chave: Brincadeiras; Desenvolvimento; Aprendizagem.
  • 7. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------------07 2 DESENVOLVIMENTO ----------------------------------------------------------------------------09 2.1 A Criança e a Ludicidade na educação: uma Proposta Pedagógica -------09 2.2 O Que é Ludicidade?------------------------------------------------------------------------12 2.3 Porque trabalhar o lúdico na Educação Infantil -----------------------------------15 2.3.1 O que é Educação Infantil? ----------------------------------------------------------19 2.3.2 Como deve ser o olhar lúdico do professor de Educação Infantil --------19 2.4 O Brincar pode auxiliar no processo ensino- aprendizagem -----------------20 2.4.1 Brincadeiras livres ----------------------------------------------------------------------26 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ---------------------------------------------------------------------30 4 REFERÊNCIAS -------------------------------------------------------------------------------------32 5 ANEXO ------------------------------------------------------------------------------------------------34
  • 8. 7 INTRODUÇÃO A ludicidade é um tema bastante interessante e muito abrangente, pois o lúdico é uma excelente ferramenta para o educador. Trabalhar com a proposta da ludicidade, na sala de aula, oferece inúmeras possibilidades de brincar e aprender. Aprender brincando enriquece o trabalho do professor, o processo de aprendizagem e contribui para o desenvolvimento integral da criança, desenvolvendo nela o gosto, a alegria e o prazer em aprender, além de aproximar ampliando os laços de afetividade entre aluno e professor. A análise que esta pesquisa se propõe é considerar o valor de trabalhar com atividades lúdicas inseridas na proposta pedagógica da Educação Infantil. Considerando que o “brincar” é parte da essência da criança, e, portanto, não pode ser desvinculado da proposta pedagógica da escola. Esta pesquisa resulta da leitura minuciosa das apostilas do curso de Pedagogia, da observação e da consulta a considerações de autores que se dedicaram a estudar o universo infantil e valorizaram as brincadeiras como forma de dar impulso a aprendizagem na escola. É considerada, ainda, nesta análise questões como: Sem a brincadeira (lúdico) o processo de aprendizagem se torna tedioso. Portanto, é fundamental que a construção desse processo se faça por meio do jogo, da brincadeira e da imaginação, do conhecimento do corpo. Como deve ser o olhar lúdico do professor da Educação Infantil. O brincar da criança possibilita ao educador diagnosticar perceber seu estágio de desenvolvimento, seus desejos. O lúdico nem sempre é prazeroso. A criança quando perde, tende a experimentar o sofrimento. Não da para falar em brinquedo e brincar sem falar de criança, pois, ambos estão intimamente ligados favorecendo-se mutuamente, ou seja, um sem o outro não ocorrerá desenvolvimento.
  • 9. 8 Aprender brincando, traz influências positivas no ensino- aprendizagem. No período da educação infantil, é que a criança começa a fazer alguns ensaios significativos para se descobrir e descobrir o meio em que vive, sem o “brincar” não será possível. Na escola, em especial na educação infantil, o lúdico precisa ser explorado levando em consideração o valor do “brincar” como suporte fundamental na aprendizagem significativa. Em suma, considerando todas as discussões existentes em relação à ludicidade no contexto escolar, este trabalho propõe uma reflexão sobre o valor de trabalhar com a ludicidade, presente no cotidiano escolar. O lúdico, como ferramenta na aprendizagem proporciona os desenvolvimentos necessários à vida da criança, tornando-a um adulto mais feliz no futuro. Espera-se com esta pesquisa demonstrar para os que trabalham com e para a criança, em especial os professores da área da educação infantil, a necessidade de buscar conhecer melhor todos os benefícios de aplicar a ludicidade em suas práticas, para isso acontecer é necessário o professor resgatar os momentos lúdicos que com certeza fizeram parte do seu caminhar, fazer uma reflexão profunda, pois “brincar” para a criança é viver. A análise a seguir apresenta-se fundamentada em pesquisas realizadas através da consulta de livros referentes ao tema, na biblioteca virtual Pearson; em sites e blogs, leitura dos Referencias Curriculares Nacionais da Educação Infantil e da observação de crianças brincando em áreas livres (pracinhas, ruas, pátio de uma escola municipal na cidade de Moeda-MG).
  • 10. 9 2. A criança e a Ludicidade na educação: uma proposta pedagógica A ludicidade tem sido um tema atualmente muito discutido, por diversos estudiosos, no meio acadêmico, no Brasil e no mundo. O tema é de bastante relevância para ser investigado, a fim de que se compreenda como a prática pedagógica voltada para “o brincar”, pode ajudar a transformar o cotidiano escolar, não somente na questão da forma de aquisição do conhecimento, mas como ferramenta para subsidiar as práticas pedagógicas, contribuindo de forma significativa, criando elos de amizade e cumplicidade entre alunos e professores. São inúmeros os estudos e pesquisas que têm buscado explicar o valor da ludicidade no processo ensino-aprendizagem, no que tange: desenvolvimento físico, emocional e intelectual, favorecendo as futuras aprendizagens. Na atividade lúdica, não importa somente o resultado, mas a ação e o movimento vivenciado. Ação, movimento e interação dos pares durante as atividades lúdicas, são componentes crucias do desenvolvimento humano, possui caráter educativo e tem grande influência na vida das crianças, por proporcionar alegria e prazer. Ver crianças brincando e ao mesmo tempo aprendendo, faz do lúdico uma excelente ferramenta que deve ser usada pelo educador (a) na promoção e avanços, de forma prazerosa, de futuras aprendizagens, além de garantir um direito à criança de “brincar”. Brincar é universal e um direito, garantido por lei, publicada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, a UNICEF, em 1959. O documento diz que: “A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para educação”. Sendo assim, não deve ser negada à criança espaço e oportunidade de brincar como forma de se desenvolver e aprender, pois o “brincar” faz parte de sua essência, de seus direitos e da sua cultura. A escola é um espaço privilegiado para o resgate da cultura do brincar, pois este se constitui um direito e, portanto, deve fazer parte do cotidiano infantil. A esse respeito, o Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil (1998, V.1, P.13) também diz: “o direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil”.
  • 11. 10 Nessa perspectiva é possível percebermos a importância do professor incentivar as brincadeiras como eixo norteador do seu trabalho, como objetivo de oferecer um aprender através da liberdade de expressão e do pensamento, por meio de brincadeiras e momentos que oportunizem a interação e a comunicação entre as crianças. O brincar envolve além da ação o interesse da criança, a sua faixa etária, seu desenvolvimento sócio-afetivo, seus hábitos culturais e o ambiente favorável e estimulante. É possível dizer que o ambiente condiciona a brincadeira, pois dentro de uma mesma cultura, crianças brincam com temas comuns. E quando o contexto muda, as brincadeiras também mudam adquirindo peculiaridades regionais ou locais, uma vez que, o modo e o condicionamento das mesmas estão atrelados, o que irá delinear o perfil das brincadeiras influenciando no modo de brincar. No entanto, existe uma pluralidade de ações lúdicas, que são espontâneas, praticadas pelas crianças. Vale ressaltar outros fatores que também tem influenciado nas brincadeiras, como: as mídias, televisão e a industrialização dos brinquedos (suporte das brincadeiras). Com a industrialização do brinquedo, perderam-se algumas características da ação da criança em relação ao brincar com um brinquedo que faz tudo praticamente sozinho, deixando-a como mera expectadora. E outros fatores, como a redução das brincadeiras em áreas livres (parques, pracinhas e outros), também tem contribuído nas mudanças e condicionamentos das brincadeiras. Não é objetivo aqui explanar aprofundando em tais mudanças, mas fazer algumas considerações que possam ser necessárias, para melhor entendimento, em relação às brincadeiras das crianças do passado e as da atualidade. Os brinquedos estão cada vez mais modernos, atrativos e interessantes, sem nenhuma dúvida e os antigos cada vez mais esquecidos ou pouco valorizados. O carrinho de madeira, por exemplo, antes construído pelos pais ou mesmo pela criança, era impulsionado pela própria ação desta ao manuseá-lo. Atualmente, a maioria dos brinquedos, produzidos com diversos materiais, são recheados de
  • 12. 11 recursos “prontos” para a criança brincar e no apertar dos botões do controle remoto, colocá-lo em movimento. Outro exemplo são as bonecas de pano que por muito tempo encantaram as meninas e enriqueceram as brincadeiras, dando asas à fantasia e à imaginação, hoje, substituídas pelas sofisticadas bonecas que falam com ou pela criança. Sem falar dos jogos eletrônicos que a criança não tem oportunidade de opinar ou criar, pois a regra já vem estabelecida pelo criador do jogo. Não é pretensão aqui, com o exposto, dizer que o brinquedo industrializado e o eletrônico não tenham nenhum valor ou que não sejam educativos, pelo contrário, até tem e são educativos. Mas, houve um tempo em que a criança dava mais vida ao brinquedo, inventando e reinventando diferentes formas de brincar. Neste sentido, o sociólogo americano Howard Chudacoff, também professor da Universidade de Brown e autor do livro “Crianças Brincando: uma história americana”, em entrevista à revista Época, diz: “‘O prazer real de uma criança é criar seu próprio jogo’ e defende os brinquedos simples, como um simples bastão de madeira, no lugar dos industrializados e dos eletrônicos.’ Em outro trecho da entrevista, lhe é perguntado: “ ‘Qual é o melhor brinquedo para uma criança, em sua opinião? Chudacoff responde: ‘O melhor brinquedo é um bastão. Pode ser chocante o que eu disse, mas, se você pensar, um bastão, uma bola ou uma caixa são o tipo de brinquedo com que todo mundo brinca. Você pode fazer tantas coisas com eles, pode usar sua imaginação e criar muito. Na maioria das vezes, as crianças enjoam dos brinquedos industrializados muito rápido’ ”. Em outras épocas e regiões, as brincadeiras ocorriam de forma natural, através do suporte (brinquedo) bem menos sofisticado, como demonstram as imagens do quadro a seguir, escolhido para exemplificar o valor das brincadeiras e da importância de se resgatar a cultura do lúdico. Para tanto, a escola e os professores tem papel fundamental nesse resgate.
  • 13. 12 Pieter Brueghel - "Jogos de crianças” (cultura lúdica do séc. XVI ) – 1560 Figura 1 Observando o quadro de Pieter Brueghel, logo é possível identificar variadas brincadeiras (jogos e brinquedos) como pega-pega, balanço, cinco Marias (cinco pedrinhas, ou saquinhos), pião, plantar bananeira, perna de pau, cavalo de pau, cambalhota, castelo de areia, bola de gude, trensinho, cabra cega, entre tantas outras. Os objetos e a imaginação das crianças dão suporte às brincadeiras. Portanto, estas são de extrema importância para a formação cultural e social das crianças dentro e fora da escola. 2.1- O Que é Ludicidade ? Na busca por entender as conceituações sobre ludicidade e apresentar sugestões que possibilite melhor compreender o lúdico e para traçar os contornos de como o consideramos, apropriaremos da definição de alguns estudiosos desse tema. Para Rau (2011, p.31) “a ludicidade se define pelas ações do brincar que são organizadas em três eixos: o jogo, o brinquedo e a brincadeira”, a autora ainda nos diz que “ensinar por meio da ludicidade é considerar que a brincadeira faz parte da vida do ser humano e que, por isso, trás referenciais da própria vida do sujeito”,
  • 14. 13 entendo que para autora, na atividade lúdica não importa somente o resultado, mas a ação, o movimento vivenciado. Nesta perspectiva as atividades lúdicas o jogo, o brinquedo e a brincadeira devem estar presentes, na rotina das crianças, sendo estimulada por pais e professores. Brincar é a linguagem usada pelas crianças como forma de se manifestar, expressar e descobrir o mundo, para isso, precisa interagir com o outro o tempo todo. Quando incentivada, pelo outro, em especial pais e professores, à criança tende a adquirir novas habilidades desenvolvendo e ampliando o imaginário e a autonomia. O que faz com que sinta encorajada a refletir sobre suas ações e, sem medo de agir a explorar todas as possibilidades de diversão e aprendizado que o brincar proporciona , tornando-se uma criança mais feliz. Neste sentido, o lúdico é necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente. As brincadeiras através de jogos e brinquedos sempre exerceram fascínio na vida das crianças e quem não gosta de se divertir, de ter tempo para o lazer, fantasiar, ter entretenimento, descontração e ser feliz não é verdade? Ser feliz é o que retrata o Artista Plástico Ivan Cruz em suas obras de arte, baseando seu trabalho na frase que criou: Ivan Cruz Figura 2 O artista Ivan Cruz já retratou mais de 100 brincadeiras diferentes que brincou quando criança em quadros (mais de 500), em desenhos e esculturas.
  • 15. 14 Para o autor a beleza de ser criança está nas brincadeiras e no valor que elas têm para a vida, para o desenvolvimento e formação da identidade. Em sua frase: “(...) ao adulto que quando criança nunca brincou, falta-lhe um pedaço no coração”, portanto, é um sujeito que não teve infância, que não viveu plenamente, falta-lhe sensibilidade, em especial, para entender o universo infantil. Só quem brincou realmente, teve infância, carrega consigo pulsando dentro de si, as lembranças da criança ainda viva no peito. Difícil imaginar alguém que nunca tenha brincado quando criança. Pois o ser humano é lúdico por natureza e brincar pode ser possível até mesmo sem ter nada nas mãos, como ocorre durante o pega-pega, pique esconde e a ciranda. As cenas no quadro a seguir, mais uma das obras do autor Ivan, descreve brincadeiras diversas com ou sem brinquedos as crianças brincam e se divertem. Título da obra: “Várias Brincadeiras II” do Artista Plástico Ivan Cruz -2006 Figura 3 Quando, nos reportamos a nossa própria infância e do nosso tempo de escola, compreendemos a singularidade da criança e o seu jeito de ser e estar no mundo. A criança brinca de faz de conta vivendo um cenário articulado a dimensão imaginária, sente-se impulsionada a conquistar novas possibilidades de criação, seu
  • 16. 15 repertório de brincadeiras é amplo e nos remete a muitas variedades do como brincar e para que brincar. Podemos dizer que a brincadeira, a cultura e o conhecimento forma a tríade da infância com caráter lúdico e significativo. Em relação a estas afirmativas, Borba (2006, p.40) afirma que: A liberdade do brincar se configura no inverter a ordem, virar o mundo de ponta-cabeça, fazer o que parece impossível, transitar em diferentes tempos-passado, presente e futuro.Rodar até cair, ser rei, caubói, ladrão, polícia, desafiar os limites da realidade cotidiana. Notável como a autora retratou muito bem a experiência do brincar, com clareza demonstra que é possível construir uma ponte entre o imaginário e o mundo real. As atividades lúdicas permitem isso, faz com que a criança estabeleça relações com o outro e com diferentes culturas. É durante as brincadeiras que as crianças adquirem iniciativa e autoconfiança, quando lhes é dado oportunidade de ter autonomia e liberdade. Importante que o adulto ao trabalhar com a proposta da ludicidade na Educação Infantil, crie oportunidades para que a criança assimile o conhecimento, de forma prazerosa, desenvolvendo habilidades e atitudes que a estimule na construção da autonomia. 2.3- Porque Trabalhar o Lúdico Na Educação Infantil Com se sabe, a questão universal pedagógica da atualidade é ensinar com o lúdico diversificado em vários aspectos, principalmente na educação infantil, onde a criança aprende muito mais brincando. A esse respeito Cunha (2001, p.28) afirma que: “o brinquedo proporciona o aprender, fazendo e brincando”. Por meio das brincadeiras e jogos, a criança adquire e aprende novos conceitos e informações e até mesmo supera dificuldades de aprendizagem. Para os profissionais da educação, em especial o professor, quando se fala em Educação infantil não podem deixar de pensar os elementos construtivos do espaço escolar: jogos, brincadeiras, faz de conta, cantinho de interesse, artes,
  • 17. 16 teatro, poema, poesia, dramatizações, brinquedos variados para brincadeiras livres ou com fins educativos, entre outros como os momentos de contação de história. A criança pequena quando assume o papel de um personagem dos contos de fadas está experimentando como é adotar o papel de outra pessoa. Vale ressaltar que a criança da Educação Infantil é um ser em processo de formação motivada pela necessidade de ampliar seus conhecimentos e experiências alçando graus progressivos de autonomia, frente às estimulações do ambiente. Nessa perspectiva, creio que o objetivo primordial da Educação Infantil deva ser a ampliação do universo infantil, dando as crianças oportunidades de desenvolverem os aspectos: cognitivos, sociais e emocionais por meio das brincadeiras. Pensar o ato lúdico é como explorar a magia do brincar com as palavras, inverter a ordem, criar. Assim, vamos pensar a poesia, brincar com as palavras, de falar e dizer, de rimar, e construir novos sentidos e caminhos entre o ensinar e o aprender, abrindo espaço para aprender com prazer. Possibilitando o “brincar” com o movimento das palavras, com linhas, cores e formas e construindo significados e sentidos de viver. Poesia é brincar com palavras como se brinca com bola, papagaio, pião. Só que bola, papagaio, pião de tanto brincar se gastam. As palavras não: quanto mais se brinca com elas mais novas ficam. Como a água do rio que é água sempre nova.
  • 18. 17 Como cada dia que é sempre um novo dia. Vamos brincar de poesia? (José Paulo Paes) Portanto, a criança precisa ser instigada a pensar e a criar, pelo o professor, na sala de aula, sendo estimulada e motivada a compreender o mundo que a cerca, a ter prazer em construir seus conhecimentos e reelaborá-los para aplicá-lo em suas práticas sociais de forma natural. Neste aspecto Vygotsky entende que “o mundo não é visto simplesmente com cor e forma, mas também como um mundo com sentido e significado”. (1991, p. 37). E para este autor, as experiências infantis ganham sentido e significado nas interações sociais, em que estabelecem trocas importantes de convívio, que auxiliam no despertar psicológico da criança. A ludicidade, entendida como uma tomada de consciência do corpo, suas relações com o meio social envolvendo o desenvolvimento de jogos e brincadeiras no desenvolvimento cognitivo e afetivo do ser humano, é tema obrigatório quando se trata da Educação Infantil. É neste sentido que a escola precisa buscar trabalhar o lúdico a partir de contextos culturais para formação da criança. Para Rau (2011), “a atitude pedagógica do professor na utilização da ludicidade como recurso pedagógico” é fundamental para caminhar na aprendizagem, limitando ou proporcionando mais conhecimentos aos educandos. Assim, a autora afirma que: Brincar propicia o trabalho com diferentes tipos de linguagens, o que facilita a transposição e a representação de conceitos elaborados pelo adulto para os educandos. Educar, nessa perspectiva, é ir além da transmissão de informações ou de colocar à disposição do educando apenas um caminho, limitando a escolha ou seu próprio conhecimento. (Rau, p.39) Ainda pensando na influência do lúdico na aprendizagem e na vivência das crianças, é possível percebermos que o brincar pode auxiliar no processo
  • 19. 18 ensino-aprendizagem. Para isso, é fundamental que os educadores reconheçam a importância de se utilizar em sala de aula os jogos e as brincadeiras, não como meros passatempos, mas como instrumentos de construção da aprendizagem e do desenvolvimento da criança. Importante que se faça a mediação e a intervenção adequada, proporcionando alegria às crianças, para que sejam vias da aprendizagem. A criança se envolve no jogo, por meio da brincadeira, e nessa atividade sente a necessidade de partilhar com o outro, dividir com o colega, numa relação de troca onde expõe suas potencialidades, nesse momento de troca os participantes vivem emoções e sensações que põe a prova suas aptidões, testando limites e novos desafios. Nesse contexto a criança estabelece relações de troca, parceria, convivência social e cultural. Importante lembrarmos-nos dos jogos tradicionais, importantes da cultura, retrato da infância vivida guardadas na memória, ainda viva, da maioria dos adultos. A esse respeito, Kishimoto (1993, p. 15) afirma: Os jogos têm diversas origens e culturas que são transmitidas pelos diferentes jogos e formas de jogar. Este tem função de construir e desenvolver uma convivência entre as crianças estabelecendo regras, critérios e sentidos, possibilitando assim, um convívio mais social e democracia, porque “enquanto manifestação espontânea da cultura popular, os jogos tradicionais têm a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência social”. Neste sentido é com o outro que aprendemos outras coisas das quais não sabemos, ou seja, nos apropriamos da cultura e de conhecimentos de outras pessoas que também se apropriam dos nossos conhecimentos, numa troca constante, interagindo socialmente. Para Vygotsky (1987), a aprendizagem acelera processos superiores internos que são capazes de atuar quando a criança encontra interagida com o meio ambiente e com outras pessoas. O autor ressalta a importância de que esses processos sejam internalizados pela criança. E a brincadeira proporciona tudo isso
  • 20. 19 para a criança, além do prazer em brincar com o outro, a abstração de conhecimentos entre seus pares. 2.3.1 O que é Educação Infantil? A Lei no 9394 de 1996 destaca que “a educação infantil é considerada a primeira etapa da educação básica (título V, capítulo II, seção II, art. 29), tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos (cinco anos) de idade.” 2.3.2 Como deve ser o olhar lúdico do professor de Educação Infantil. Para o professor, trabalhar com o lúdico aflorado em sua prática pedagógica é um grande desafio. Isso porque, critérios bem definidos quanto aos recursos matérias e pedagógicos adequados para que sejam interessantes para seus alunos. São escolhas fundamentais, mas antes de tudo precisa ter um olhar “lúdico”, levando em conta a faixa etária com a qual se trabalha e conhecer o aluno, bem como o estágio em que se encontra. Importante também, o professor, valorizar o conhecimento prévio dos alunos, como ponto de partida na sua prática, respeitando o tempo, o interesse, o limite e as necessidades de cada um na aprendizagem. A aprendizagem quando ocorre de forma prazerosa todos ganham alunos e professores no processo ensino-aprendizagem. Neste sentido concordo com Rau (2011,p.62) quando a autora diz que: “A ludicidade como recurso pedagógico ocupa um espaço no processo ensino e aprendizagem, atendendo às necessidades e aos interesses do educando e do educador no processo de ensino-aprendizagem”. Os jogos e brincadeiras devem ser compreendidos como um ato de liberdade e para que isso aconteça faz-se necessário a existência do “prazer”. Neste aspecto é preciso que o professor procure “conectar” conteúdos, as atividades lúdicas, através de jogos como: dominó, bloco lógico, material dourado etc., ou através de atividades livres e dirigidas na área de laser da escola.
  • 21. 20 Para que a aprendizagem aconteça, é fundamental garantir que primeiramente a criança manipule e fica livre para descobrir como se deve trabalhar. Só então, caso necessite, o professor orienta dando pista e questionamento sempre. Há uma diferença do brinquedo para o material pedagógico baseado na natureza da ação educativa. Neste sentido Kishimoto (2001) apresenta seu interesse sobre o jogo pedagógico, quando afirma que: Ao permitir a manifestação do imaginário infantil, por meio de objetos simbólicos dispostos intencionalmente, à função pedagógica subsidia o desenvolvimento integral da criança. Neste sentido, qualquer jogo empregado na escola, desde que respeite a natureza do ato lúdico, apresenta caráter educativo e pode receber também a denominação geral de jogo educativo (KISHIMOTO, 2001, p.83). O educador deve ter um olhar apurado para propor atividades pedagógicas quando se trabalha para a criança e com a criança. Assim, suas escolhas precisa ter sentido educativo despertando no aluno a vontade de aprender. Uma aula com características lúdicas não precisa, necessariamente, ter jogos ou brinquedos. O que traz ludicidade para a sala de aula é muito mais uma "atitude" lúdica do educador e dos educandos. Assumir essa postura implica sensibilidade, envolvimento, uma mudança interna, e não apenas externa, implica não somente uma mudança cognitiva; mas, principalmente, uma mudança afetiva. Diante tudo isso, vale refletir de que forma o olhar lúdico do professor em sala de aula serve como uma ferramenta importante no desenvolvimento do ensino e, que o mesmo, promova a aprendizagem. 2.4 O Brincar pode Auxiliar no Processo Ensino- aprendizagem Qual é a palavra chave quando se pensa em ludicidade? LIBERDADE!
  • 22. 21 Pois bem, pressupõe que o brincar tem alguns pontos importantes e que precisam ser levado em conta pelos profissionais da educação, em especial, o professor: Quando pensamos na criança, devemos entender que qualquer objeto e também o próprio corpo, possui duas funções: a lúdica e a pedagógica. O jogo pode ser usado tendo com objetivo, lúdico ou pedagógico. Embora, deva-se primeiro trabalhar o lúdico, permitindo que as crianças manipulem e brinquem como quiserem e somente depois, promover as atividades pedagógicas. Grandes autores como: Piaget, Vygotsky, Froebel, etc., defendem o lúdico como um grande aliado do professor e um fator importante para o desenvolvimento da criança. Portanto, a atividade lúdica deve ser privilegiada nas instituições de educação. Nesta perspectiva é importante recordarmos um pouco das contribuições do estudioso Froebel, dedicado à atividade lúdica, esse autor comparava a criança a pequenas sementes que, adubadas e expostas a condições favoráveis, desabrochariam e estariam livres para criar e imaginar. Por isso a proposta educacional de Froebel incluía atividades de cooperação e, na sua proposta, o jogo era entendido como origem da atividade mental. O estudioso, Froebel, partia da ideia de espontaneidade infantil e preconizava a autoeducação da criança pelo jogo, por suas vantagens intelectuais e morais, além do seu valor no desenvolvimento físico. No entanto é preciso entender que o lúdico nem sempre é prazeroso para a criança, pois quando perde, tende a experimentar o sofrimento. Neste aspecto, cabe ao professor intervir de forma adequada, mediando, sem desprezar os sentimentos do educando, ensinando-o a lidar com a derrota. Este é um dos desafios enfrentado pelo educador ao trabalhar com a proposta do lúdico em sala, através de jogos e brincadeiras. Por isso, a palavra chave do lúdico é liberdade. Quando o adulto impõe o jogo à criança, está fazendo com que parte da ludicidade se perca prejudicando a aprendizagem. Uma vez, que o lúdico é o meio para a aprendizagem potencialmente significativa.
  • 23. 22 Nesta perspectiva a aprendizagem significativa é aquela que faz conexão com conceitos ou habilidades pré-existentes. Ao trabalhar com a proposta da ludicidade na Educação Infantil, o professor, deve ter como foco as brincadeiras, jogos e descobertas da criança e não pode faltar a contação de histórias, os contos de fada são os preferidos das crianças pequenas. Pois o lúdico, quando inserido a prática pedagógica, não apenas contribui para a aprendizagem dos educandos como possibilita ao professor tornar suas aulas mais dinâmicas, atrativas e prazerosas. Todavia é interessante que o professor saiba não só diferenciar momentos de brincadeiras livre de momentos de brincadeiras com fins pedagógicos, como compreender que o lúdico é uma ferramenta essencial no ensino- aprendizagem se bem direcionado. A brincadeira é a ação mais séria que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo e ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação. Brincar não é apenas recrear, é muito mais, significa uma das formas mais complexas da criança comunicar-se consigo mesma e com o mundo que a cerca. No jogo simbólico, preferido das crianças pequenas, acontece uma representação de um objeto por outro, a atribuição de novos significados, a significação de temas como: brincar de cavalinho com apenas um cabo de vassoura, ou adoção de papeis “sou o pai”, “sou a mãe”, “sou o médico”, etc. Em suas brincadeiras, brincam imitando barulhos de canhão, roncos de aviões ou apenas com pedaços de madeiras criam diferentes formas de brincar. Através do jogo, a criança forma conceitos, relações lógicas, integra percepções, estimula à linguagem e ideias, estimativas compatíveis com o seu crescimento físico e desenvolvimento, e o importante, acontece à socialização. “Jogar é tornar real qualquer coisa que não existe. Jogar é poder ser outra pessoa que não somos. Jogar é viver por um instante num lugar impossível. E ser dono do tempo e da distância. Jogar é fazer sair o sol em plena noite e
  • 24. 23 a lua em pleno dia, é esvaziar o mar...” (Pipo Pescador) Viver ludicamente, é experimentar diferentes papeis, ir alem do inimaginável, é necessidade do encantamento e na fantasia da inocência infantil. O poema de Pipo Pescador retrata o viver ludicamente, quando diz: “Jogar é tornar real qualquer coisa que não existe, [...] é poder ser outra pessoa que não somos, [...] é viver por um instante num lugar impossível”. Esta é característica primeira do jogo “liberdade”, a segunda característica atribuída ao jogo é que ele não é vida “corrente” e nem vida “real”, é fuga para uma esfera maior. A criança bem sabe, quando está “só fazendo de conta” e quando está “só brincando”. Neste sentido o jogo traz para a criança situações de desafios, sempre com caráter novo, com grandes novidades o que é fundamental para despertar o interesse e a curiosidade dos alunos, e este despertar torna o jogo um excelente integrador da prática no cotidiano escolar. É através do jogo, que a criança tem a oportunidade de assimilar o mundo a sua maneira. Usa da fantasia, do faz de conta, para dar asas à imaginação, expressa o contentamento em ser como ela quer ou quem deseja ser: médico, astronauta, caubói, policia, ladrão, rei, rainha, princesa, super-herói, etc. No jogo a criança é desafiada, superando dificuldades e desenvolvendo o raciocínio lógico. Nesta perspectiva, RAU (2011,p.34) afirma que: Quando você entra na ação do jogo, elabora metas (seus objetivos), prepara estratégias (sua ação cognitiva e motora no jogo), elabora caminhos (elabora hipóteses), brinca de “faz de conta” (vivencia papéis), raciocina e enfrenta desafios (tenta superar os obstáculos), vivencia emoções e conflitos (alegria, ansiedade),organiza o pensamento (supera os problemas,percebe erros e acertos), e sintetiza (compreende resultados, vencendo ou perdendo). Brincar é algo espontâneo da criança, facilita a comunicação dela consigo mesma e com os outros. A criança é espontânea, inventa e cria situações
  • 25. 24 de brincadeiras, sozinhas ou acompanhadas, vivencia experiências de imaginação e criatividade inéditas. No entanto, precisa apenas de tempo e de espaços adequados. Nesta perspectiva RAU (2011, p.106) enfatiza sobre o brincar espontâneo, Para brincar de forma espontânea, sozinha ou acompanhada, a criança precisa de tempo e espaço adequados. Atualmente, dependendo da localidade onde as crianças residem, estas se tornam cada vez mais limitadas nos seus movimentos. Neste sentido, o espaço reservado aos brinquedos, seja na sala de jogos ou de aula, cantos pedagógicos, quadras ou parques devem possibilitar às crianças liberdade para os seus movimentos e suas expressões. É explorando o prazer de aprender brincando, que abre um leque de possibilidades e facilidade para o professor conduzir uma aula, partindo da curiosidade dos alunos. Muitos educadores, ainda, acreditam que dinamizar as suas aulas utilizando jogos e brincadeiras é "perda de tempo". “Brincar com as crianças não é perder tempo, é ganhá-lo. Se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem.” (Carlos Drumond de Andrade) Ensinar e aprender envolve busca, procura, alegria no aprender e ensinar. Segundo o pensamento de Paulo Freire “A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”. Por meio das brincadeiras o educador tem a oportunidade de passar para as crianças a vontade de construir um aprendizado satisfatório e prazeroso, que não fique baseado em simplesmente passar o lápis em cima da letrinha do nome ou
  • 26. 25 pegar o giz de cera e pintar aquela figura que mais se parece com a criança. Quando a criança brinca na escola está construindo sua identidade. Importante, que o professor selecione atividades lúdicas que apresentam benefício para a criança, para o desenvolvimento completo do corpo e da mente por inteiro. Nas atividades lúdicas importa não apenas o produto da atividade que dela resulta, mas a própria ação. Os momentos de fantasia são transformados em realidade, a percepção, a criatividade, os conhecimentos, momentos de vida. Para que esse método funcione com mais eficácia, o professor (a) deve contar com dois grandes aliados: áreas livres, mobiliários e materiais apropriados, pois estes são indispensáveis para a realização plena do desenvolvimento infantil e seu respectivo aprendizado. Toda criança precisa de espaço, área verde e móveis apropriados, que estimulem e colaborem para o seu conhecimento. E dentro desses espaços podem- se explorar diversas maneiras criativas de ensinar e aprender, como por exemplo: quando brinca de mamãe e filhinho, dono de posto de gasolina, de médico, de boneca, de carrinho, de serem os seus heróis preferidos como, o Homem-Aranha e o Super-Homem, etc.. Trecho do poema “ Apenas brincando”. [...] Quando você me pergunta o que eu fiz na escola hoje, Eu digo, eu brinquei. Por favor, não me entenda mal. Porque enquanto brinco, estou aprendendo. Eu estou aprendendo a ter prazer e ser bem sucedido no trabalho. Eu estou me preparando para amanhã. Hoje, eu sou uma criança e o meu trabalho é...BRINCAR! Anita Wadley, educadora norte-americana, retrata muito bem, em seu belo poema, o valor da brincadeira. Este texto é encontrado facilmente em vários sites e blogs destinado a crianças. Observando o poema, fica claro que criança precisa ter oportunidade de brincar, enquanto brinca ela se conhece e se socializa. É fundamental que pais e profissionais da educação tenham consciência dessa tamanha importância. Pois o
  • 27. 26 brincar quando bem direcionado, seguindo uma linha de aprendizagem para o alcance de objetivos, é o caminho. Quanto maior for à qualidade deste “brincar” maior será o desenvolvimento cognitivo. Neste sentido, percebemos que a escola tem o papel fundamental de proporcionar tempo e espaço para que a criança brinque, contribuindo com suas evoluções nos aspectos sociais, intelectuais, físicos e motores. Não há como negar, que através de jogos e brincadeiras os alunos muitas das vezes revelam sua própria imagem e criatividade, portanto, usá-los na sala de aula é bastante pertinente, pois, possibilita que o processo de ensino e aprendizagem possa fluir prazerosamente. Mas as atividades em educação devem possibilitar que os conteúdos sejam apresentados de forma lúdica, onde o aluno aprende brincando, como por exemplo, na disciplina matemática, os jogos numéricos favorecem, dentre outras coisas, a criança fazer o uso dos números, amplia suas representações e os familiariza mais com a matéria. 2.4.1 Brincadeiras livres. Os momentos de brincadeiras livres na instituição escolar, por exemplo, o recreio, deve ser garantia de oportunidade para que aja bastante descontração, promovendo assim, alegria e contentamento com pouca interferência do professor durante o brincar das crianças. Embora, não deixa de ser educativo e sempre é bom o educador ficar de olho, observando o comportamento de cada criança, assim, verifica quais dificuldades surgem no momento da socialização. O parquinho da escola também constitui em um momento divertido para a meninada e agrada a todas as idades e sexos. Os alunos (em especial os da educação infantil), quando levados para brincar nesse ambiente (parquinho) vivenciam momentos de extrema alegria, descontração, socialização e de grande movimentação do corpo. Portanto, são momentos ricos quando a criança brinca com liberdade e movimento. Pois não há aprendizado satisfatório sem movimento, sem liberdade, sem ação, a aprendizagem abre o caminho da vida, do mundo, das possibilidades de ser feliz.
  • 28. 27 A ludicidade deve fazer parte do cotidiano escolar. No entanto, para que aconteça a atividade lúdica na sala de aula depende da boa vontade, da criatividade e da sensibilidade do educador ao desenvolver sua prática, atrelada as brincadeiras e os jogos como fonte e suporte do desenvolvimento integral de seus educandos. O interesse pelo brincar no universo infantil é latente, tendo em vista, que toda criança tem a necessidade da brincadeira como parte integrante de seu processo de vida. Neste sentido Piaget (1998) diz que “a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável à prática educativa”. Ainda este mesmo o autor alerta que “tudo o que se ensina a uma criança, a criança não pode mais, ela mesma, descobrir ou inventar” esclarece ainda que “nas brincadeiras, uma criança age de acordo com sua visão do mundo”. Outro estudioso, o suíço Vygotsky (1998) nos fala “que as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade”. Ainda nos diz que “o saber que não vem da experiência não é realmente saber”. Assim, garantir a presença das brincadeiras dentro da escola, saber quando e como aplicá-las, em momentos livres e outros direcionados com fins pedagógicos, são de extrema importância e relevância no processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança. É compreender que a brincadeira traz a percepção de que existem regras a serem seguidas e portanto, desenvolve a socialização. É importante jogar com os outros, esperar a vez e respeitar o ritmo dos colegas. A realização de jogos e brincadeiras exigem várias ações que ocorrem ao mesmo tempo, por exemplo, nas cantigas de roda a criança gira, bate palmas e canta. É brincando que a criança desenvolve o senso de companheirismo. Pensando em relação aos brinquedos e brincadeiras que mais agradam as crianças na escola, a bola é o brinquedo indispensável e que mais aparece nos momentos de brincadeiras livres. A bola é um brinquedo básico e indispensável a qualquer criança que possa movimentar-se.
  • 29. 28 As brincadeiras durante o recreio, em função da “liberdade”, também requer o olhar atento e a intervenção do professor. Vale pôr um companheiro para uma criança que está só. Porque pula, rola, é um eterno convite á ação e ao jogo. Em todas as situações, há ludicidade e desenvolvimento da coordenação dos movimentos amplos e da sociabilidade. Enquanto algumas crianças correm, pulam, joga futebol outras gostam mesmo é de brincar com os bonecos. São os super-heróis os preferidos, onde o bem sempre vence o mal através de lutas e guerras. O brincar de matar, por exemplo, é muito comum entre as crianças e, certamente quando o fazem não estão abrangendo a dimensão da morte. Sabemos que enquanto houver violência nos filmes apresentados na televisão, as crianças tende a brincar de guerra, mas para isso não necessitam de revolveres idênticos aos verdadeiros, qualquer pedaço de pau pode ser transformado em arma e seu boneco em pessoas pela imaginação da criança. CHUDACOFF (2008) fala em entrevista concedida a Revista Época, que “as brincadeiras nos dizem não só sobre as crianças, mas sobre nós mesmos. Todos fomos crianças, temos memórias sobre as brincadeiras e ideias sobre como as crianças devem brincar. Por causa disso, muitas vezes, tentamos guiar e controlar o modo como às crianças brincam sem perceber que o prazer real delas é criar seu próprio jogo”. Nesta perspectiva, é importante que o professor esteja atento e sempre acompanhando as brincadeiras, mas intervir o mínimo e quando se fizer necessário. Infelizmente, os momentos de brincadeiras em áreas livres (praças e ruas) estão cada vez mais carentes da presença infantil, pois com o crescente aumento da violência nas cidades, muitos pais, para segurança dos filhos, têm restringido um pouco o brincar nesses ambientes. Contudo, ainda é possível ver algumas crianças brincando em praças e ruas, acompanhadas por um adulto, brincam naturalmente com folhas, gravetos e outros objetos (suporte da brincadeira) caídos no chão. Algumas crianças preferem mesmo é correr, subir nos bancos da praça e outras, escolhem brincar com os
  • 30. 29 próprios brinquedos (velotrol, bicicleta, carrinho e boneca) que trazem de casa desfrutando desse delicioso momento de lazer. A escola vem sendo considerada, por pais e educadores, como local para se brincar de forma saudável, das aprendizagens para o desenvolvimento pleno. O ambiente escolar tem sido valorizado não só como lugar para ensinar e aprender, mas para aprender brincando e brincando para aprender. As brincadeiras na escola têm sido cada vez mais valorizadas. Isso acontece, não só pela escola possuir um espaço privilegiado, onde se encontra um número maior de crianças para interagir e brincar, mas por ser este espaço ainda o mais seguro e de garantia para que aconteça o resgate das velhas e boas brincadeiras. Certamente, quem um dia “brincou na rua” lembra que brincar nas ruas e praças era referência para uma infinidade de atividades realizadas ao ar livre. As ruas e praças serviam de espaço lúdico para as crianças (adultos também). Hoje em dia, por limitações óbvias, dificilmente encontramos crianças utilizando estes espaços para brincar. A violência, o trânsito, e outros, limitam a utilização desses espaços públicos para diversão. O que importa é encontrar tempo e lugar para brincar e a escola, neste sentido, entre todos os espaços públicos, é um espaço realmente privilegiado para as brincadeiras acontecerem. Enfim, por tantos motivos podemos dizer que a ludicidade é também uma necessidade inerente do ser humano em qualquer idade não podendo ser apenas vista como mera diversão, mas como fonte de aprendizagem na construção do conhecimento e do pleno desenvolvimento integral dos indivíduos envolvidos no processo ensino aprendizagem. .
  • 31. 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS No desenvolver deste trabalho foi possível perceber as características que envolvem o brincar, que contagia todas as crianças, independentes de sexo, classe social, etnia e que sempre esteve presente em diferentes épocas ou cultura. Para termos uma ideia da importância do ato de brincar na construção do conhecimento é fundamental que se observe a criança brincando. É possível aprender muito mais pela observação e se formos bastante atentos e sensíveis, descobriremos os muitos caminhos que a criança trilha ao aprender sem que aja a intervenção do adulto. Certamente, quem um dia “brincou na rua” lembra que brincar nas ruas e praças era referência para uma infinidade de atividades realizadas ao ar livre. As ruas e praças serviam de espaço lúdico para as crianças (adultos também). Hoje em dia, por limitações óbvias, dificilmente encontramos crianças utilizando estes espaços para brincar. A violência, o trânsito, e outros, limitam a utilização desses espaços públicos para diversão. Mas o que importa é encontrar tempo e lugar para brincar e a escola, neste sentido, entre todos os espaços públicos é um espaço realmente privilegiado para as brincadeiras acontecerem. A ludicidade então, se configura como conjunto de ações lúdicas e, portanto, proporciona “prazer” e “proporcionar prazer” é a característica primeira do lúdico. Neste sentido, até chupar chupeta é uma atividade “lúdica”, pois proporciona prazer a criança. Observando as crianças brincando foi possível perceber que, pelas brincadeiras elas adquirem iniciativa e autoconfiança, quando lhes é permitido ter autonomia e liberdade. Neste sentido, as brincadeiras proporcionam não só o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração, mas a socialização, o exercício da liderança ou passividade, ou seja, desenvolvem a personalidade e o controle da mesma. As brincadeiras e jogos também colaboram com o exercício da competitividade, tendo em vista que vencer é motivo de orgulho e prazer, bem como agir diretamente na cooperação do grupo levando a
  • 32. 31 participação coletiva. Neste aspecto as atividades lúdicas, quando bem administradas, trazem diversos benefícios às crianças. Não é o objetivo deste trabalho, e o mesmo não tem nenhuma pretensão, de esgotar as possibilidades sobre a reflexão do valor atribuído aos jogos e brincadeiras como recurso pedagógico, o que seria impossível. Tendo em vista que há uma infinidade de possibilidades ao se trabalhar com jogos e brincadeiras, enriquecendo a aprendizagem e a descoberta das atribuições do valor de aplicá-lo no cotidiano da sala de aula. Por tantos motivos, pode-se dizer que a ludicidade é também uma necessidade inerente ao ser humano em qualquer idade, não podendo ser apenas vista como mera diversão, também deve ser vista como fonte de aprendizagem, construção do conhecimento e do pleno desenvolvimento integral dos indivíduos envolvidos no processo ensino aprendizagem. Finalmente, pode-se concluir que o brinquedo e o ato de brincar são extremo, terapêutico, prazeroso, e o prazer é o ponto fundamental da essência do equilíbrio humano, e há nele uma aprendizagem significativa. Diante do exposto, conclui-se que a ludicidade é valiosa e uma grande aliada do professor, principalmente, quando se trabalha com a Educação Infantil. Com tudo, espero que estas orientações possam “lançar luz” nos momentos de trabalhar com atividades lúdicas, aliada as práticas pedagógicas, no contexto escolar. Conhecimentos imprescindíveis que adquiri com esta pesquisa e que me serão úteis e me auxiliarão, tanto na vida pessoal quanto na profissional,que com certeza, aplicarei na sala de aula como Pedagoga.
  • 33. 32 REFERÊNCIAS BORBA, Ângela Meyer. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In: Brasil MEC/ SEB. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade/ organização Jeanete Beauchamp, Sandra Denise pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. _ Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. BRASIL.Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Vols.1 e 2. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRUEGHEL,Pieter.Jogos de crianças-cultura lúdica do séc.XVI–1560, disponível em:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000012746.pdf> Coleção Proinfantil,p.20. 2005. CUNHA, Maria da Conceição Alves Versiani. Fotos de brincadeiras- momento do estágio na Educação Infantil. Escola Municipal Cláudio Pinheiro de Lima. Moeda, 2011. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia saberes necessário à prática educativa. 36 ed. São Paulo: Paz Terra, 2007. GUERRA, Ludmila.Várias Brincadeiras II. Acervo do artista, Ivan Cruz. 2006. Disponível em: < http://www.brincadeiradecriança.com.br > acesso em: abr.2012. KISHIMOTO, M.T. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. Cortez editora. 5.ed São Paulo, 2001. KISHIMOTO, T. M. (2001). Brinquedos e materiais pedagógicos nas escolas infantis. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v.27, n.2, pp.229-245. PAES, José Paulo. Jornal de Poesia. Convite. Disponível em: <http://www.revista.agulha.nom.br/jpaulo1.html#convite> acesso em: 26 abr. 2012.
  • 34. 33 PRADO, C.A.Miranda; ARRUDA, M.R. de Barros. /Ludicidade Contribuições-No- Processo-De-Desenvolvimento-e-Aprendizagem-Ifantil. disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/27594/1/Ludicidade Contribuições-NoProcesso- De-Desenvolvimento-e-Aprendizagem-Ifantil/pagina1.html> acesso em: maio.2011 RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. A Ludicidade na educação: uma atitude pedagógica. Série educação.2. ed. Local. editora Ibpex ,2011. p. 245. SORG, Letícia. As crianças têm de brincar mais. Revista Época, disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG82228-9556,00 AS+CRIANCAS+TEM+DE+BRINCAR+MAIS.html>ed.512, acesso em:25 abr.2012. Vygotsky, L. S. A formação social da mente. 1. ed., São Paulo, Martins Fontes. 1994.
  • 35. 34 ANEXO A criança e a ludicidade na educação: uma proposta pedagógica. Os contos de fadas na Educação Infantil. Imagens do estágio. Ed. Infantil na Escola Municipal Cláudio Pinheiro de Lima. Moeda-MG. Fotos e materiais de autoria da aluna. Autoria: Maria da Conceição Alves Versiani Julho.2011 Foto 1 e 2 Bonecos de emborrachado, papelão, caixa de sapato, e outros recursos de sucata; livrão Branca de Neve e os Sete Anões.
  • 36. 35 (Fotos de Maria da Conceição Alves Versiani), estágio Ed. Infantil. Julho.2011(Foto 3 e 4)
  • 37. 36 Brincar e aprender, jogos com recurso de sucata. (Fotos de Maria da Conceição Alves Versiani) Julho.2011 Foto 5 e 6
  • 38. 37 Personagens dos contos de fada e de seriados da TV. Fotos de Maria da Conceição Alves Versiani. Julho de 2011 Foto 7 e 8
  • 39. 38 Fotos de Maria da Conceição Alves Versiani. Julho de 2011 Foto 9 e 10