O documento discute o poder da linguagem na antiguidade e como ela foi usada para explicar o mundo através de mitos e razão. Também aborda como a linguagem pode ter poder criativo e transformador, e como a Teoria dos Atos de Fala analisa diferentes tipos de ações realizadas por meio da linguagem.
2. •Qual o poder da linguagem?
•Aquele que domina a linguagem
domina também algum tipo de
poder?
3. •Na antiguidade Clássica, havia o poder
do mythos (mito) e do logos;
•O mythos é a palavra “encantada” da
narrativa;
•Servia para descrever o comportamento
dos deuses, suas origens e histórias, mas
também para narrar a origem dos seres
humanos e descrever suas características
e habilidades;
4. • O logos expressa a palavra racional, o
discurso , a razão e o pensamento que
conhece a realidade;
• O dialogo é o modo de compartilhar o
discurso entre dois ou mais, tal como faziam
Sócrates e Platão.
• O poder que a linguagem assumiu na
Antiguidade foi bem retratado por Górgias,
em uma defesa feita à personagem grega
5. • Na Grécia os mitos eram pronunciados pelos
poetas em solenidades públicas geralmente
ligadas às coisas sagradas.
• Os mitos eram a maneira pela qual, através
da linguagem, os homens organizavam,
explicavam e justificavam a realidade.
6. • Na mitologia religiosa a um elemento de
força criadora:
• Está no livro de gêneses:”E Deus disse, faça-
se luz, e a luz se fez”.
• a linguagem também aparece com o poder
da transformação.
• “Este é o corpo de Cristo; este é o sangue de
Cristo”.
7. • Marilena Chauí:
“a linguagem tem, assim, um poder
encantatório, isto é, uma capacidade para
reunir o sagrado e o profano, trazer os
deuses e as forças cósmicas para o meio do
mundo ou, como acontece com os místicos
em oração, tem o poder de levar os
humanos até o interior do sagrado. Eis por
que, em quase todas as religiões, existem
profetas e oráculos, isto é, pessoas
escolhidas pela divindade para transmitir
mensagens aos humanos”.
8. • A linguagem também pode criar tabus;
• Certas palavras, de acordo com cada cultura,
não devem ser pronunciadas sob pena de
que quem as pronunciou, e quem estiver a
seu redor, sejam atingidos por desgraças.
9. • As palavras são carregadas de significações,
símbolos e valores;
• Determinam nossas interpretações sobre
suas forças da natureza, da sociedade e da
cultura.
10. • A Teoria dos Atos de Fala surgiu da Filosofia da
Linguagem;
• Entendiam a linguagem como uma forma de ação =
("todo dizer é um fazer");
• Passaram a refletir sobre os diversos tipos de ações
humanas que se realizam através da linguagem: os
"atos de fala“;
11. • Pensavam que as afirmações serviam apenas para
descrever um estado de coisas, e, portanto, eram
verdadeiras ou falsas.
• Austin põe em xeque essa visão descritiva da língua;
• Mostrou que certas afirmações não servem para
descrever nada, mas sim para realizar ações.
12. • Inicialmente, Austin (1962) distinguiu dois tipos de enunciados:
I. Os constativos;
II. Os performativos:
I. Enunciados Constativos - são aqueles que descrevem ou relatam um
estado de coisas;
Se submetem ao critério de verificabilidade, isto é, podem ser
rotulados de verdadeiros ou falsos;
São os enunciados comumente denominados de afirmações,
descrições ou relatos;
Exemplos: Eu jogo futebol ; A Terra gira em torno do sol; etc.;
13. II. Enunciados - são enunciados que não descrevem, não relatam, nem
constatam absolutamente nada;
Não se submetem ao critério de verificabilidade (não são falsos nem
verdadeiros);
São enunciados que, quando proferidos na primeira pessoa do
singular do presente do indicativo, na forma afirmativa e na voz
ativa, realizam uma ação;
Exemplos: Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo; Eu te condeno a dez meses de trabalho comunitário;
Não servem para descrever nada, mas sim para executar atos;
14. Divisão dos atos de fala:
1. Ato Locutório: corresponde ao ato de pronunciar um
enunciado.
• O falante e sua sequência logica de fala;
2. Ato Ilocutório: corresponde ao ato que o locutor realiza
quando pronuncia um enunciado em certas condições
comunicativas e com certas intenções, tais como ordenar,
avisar, criticar, perguntar, convidar, ameaçar, etc.
• As ações e intenções do falante
15. 3. ato perlocutório: corresponde aos efeitos que um dado ato
ilocutório produz no alocutário.
Verbos como convencer, persuadir ou assustar ocorrem neste
tipo de atos de fala, pois informam-nos do efeito causado no
alocutário.
• O efeito que o falante produz.