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TECNOCIÊNCIA E AS ANOTAÇÕES
SOBRE: “O CONCEITO DE TECNOLOGIA”
DE ÁLVARO VIEIRA PINTO.
GERALDO MEDEIROS DE AGUIAR
ANALISTA DE TECNOLOGIA E INOVAÇÃO DA SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - PE
RECIFE, JUNHO DE 2013
Imagens fractais. Fonte Google
2
Neste ensaio o Autor GERALDO MEDEIROS DE AGUIAR produz
suas REFLEXÕES sobre TECNOCIÊNCIA e suas ANOTAÇÕES sobre a
obra de ÁLVARO VIEIRA PINTO intitulada “O CONCEITO DE
TECNOLOGIA” publicada no Rio de Janeiro pela Editora Contraponto, em
2005, em dois volumes com 1.328 p.
“A tecnologia de qualquer tipo, constitui uma propriedade inerente à ação
humana sobre o mundo e exprime por essência a qualidade do homem, o
único ser vivo em todo o processo biológico, que se apodera
subjetivamente das conexões lógicas existentes entre os corpos e os fatos
da realidade e as transfere, por invenção e construção para outros corpos,
as máquinas. Graças a elas, altera a natureza, com uma capacidade de
ação imensamente superior à que caberia aos seus instrumentos inatos, os
membros de que é dotado. Pela faculdade tecnopoética, identificada à
invenção da máquina, o homem se afirma como ser pensante, não em
caráter abstrato, mas porque pensa segundo as leis da realidade.
Superpõe-se definitivamente aos animais brutos, incapazes de tornarem
sua a racionalidade a que obedecem”.
Álvaro Vieira Pinto
3
DEDICATÓRIAS
Este trabalho é dedicado à memória de:
Abreu e Lima, Visionário Pernambucano, Revolucionário Brasileiro e Herói Nacional da
Venezuela, Colômbia, Equador e Bolívia;
Pedro Pomar, Herói do povo brasileiro;
Álvaro Vieira Pinto, Filósofo e Cientista do Povo Brasileiro;
Don Helder Câmara, Arcebispo Brasileiro (Olinda e Recife);
Francisco Cândido Xavier, Renomado Espírita Brasileiro;
Darcy Ribeiro, Antropólogo e Cientista do Povo Brasileiro;
Paulo Freire, Pedagogo, Professor e Educador do povo Brasileiro;
Gregório Bezerra, Revolucionário e Comunista Brasileiro;
Osvaldo Orlando da Costa, Guerrilheiro Brasileiro;
Margarida Maria Alves, Agricultora Revolucionária Brasileira;
Francisco Julião, Líder Camponês e Político Brasileiro;
Francisco (Chico) Mendes, Extrativista e Ambientalista Brasileiro;
Caio Prado Júnior, Historiador e Ativista Marxista Brasileiro;
Celso Furtado, Economista e Historiador Brasileiro;
Leôncio Basbaun, Ativista Político, Historiador e Intelectual Brasileiro;
Florestan Fernandes, Sociólogo, Político e Marxista Brasileiro;
Josué de Castro, Humanista Internacional, Geografo e Cientista Brasileiro;
Milton Santos, Geógrafo e Cientista Social Brasileiro;
Miguel Arraes, Político Brasileiro e Governador de Pernambuco;
Todos eles, exemplos de vida e de amor ao Povo Brasileiro que, independentemente,
de suas formas de lutas e ações, foram os PROFETAS DO POVO BRASILEIRO.
Entre os vivos, dedico o trabalho aos meus filhos: Eugênio, Milena, Tiago e Lucas, à
minha esposa Mauriceia Marta Wanderley de Aguiar aos meus netos Thaís, Andrei e Ian Victor
ao meu Genro Fabrício Azevedo e aos colegas Vantuil Barroso Filho, George Emílio, Luís Perira
da S8ilva e ao mestre argentino Manuel Figueroa. Dedico-o, também, a todos aqueles e aquelas
que, no seu dia-a-dia, buscam construir um BRASIL GRANDE COM INCLUSÃO SOCIAL. Ao
Presidente LULA, na certeza de a esperança vencer o medo e de ele conformar uma ÉPOCA
HISTÓRICA NACIONAL mais significativa que as marcadas pelos eminentes e saudosos
presidentes: GETÚLIO VARGAS e JUSCELINO KUBITSCHEK
4
SUMÁRIO
DEDICATÓRIAS .........................................................................................................................3
APRESENTAÇÃO........................................................................................................................5
I. REFLEXÕES SOBRE TECNOCIÊNCIA.........................................................................................7
II. SINOPSES DAS REFLEXÕES SOBRE TECNOCIÊNCIA...............................................................14
III. AS ANOTAÇÕES DO LIVRO “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” DE ÁLVARO VIEIRA PINTO
.................................................................................................................................................................322
PARTE I - ANÁLISES DE ALGUMAS NOÇÕES FUNDAMENTAIS ..................................................35
Capítulo I. EM FACE DA “ERA TECNOLOGIA”.............................................................................366
Capítulo II. O HOMEM E A MÁQUINA.......................................................................................399
Capítulo III. A TÉCNICA...............................................................................................................45
Capítulo IV. A TECNOLOGIA......................................................................................................55
PARTE II - O CONCEITRO DE RAZÃO TÉCNICA ........................................................................... 65
Capítulo V - AS ANTECIPAÇÕES DA “RAZÃO TÉCNICA”..............................................................70
Capitulo VI. O CONCEITO DE “TECNO-ESTRUTURA”..................................................................77
Capítulo VII. DESENVOLVIMENTO E CATEGORIAS DA RAZÃO TÉCNICA.....................................82
PARTE III - QUESTÕES DA TECNOLOGIA ATUAL .........................................................................90
CAPÍTULO VIII. TEMAS PROPOSTOS PELA CIBERNÉTICA............................................................. 91
CAPÍTULO IX. NATUREZA E TIPOS DOS SISTEMAS CIBERNÉTICOS............................... ...........99
CAPÍTULO X. PROBLEMAS GERAIS DA INFORMAÇÃO............................................................... 106
CAPÍTULO XI. LÓGICA E INFORMAÇÃO ..................................................................................... 117
CAPÍTULO XII. O CARÁTER SOCIAL DA CIBERNÉTICA ................................................................ 123
CAPÍTULO XIII . O PROCESSO HISTÓRICO E O CARÁTER DA INTELIGÊNCIA........................... 127
CAPÍTULO XIV. A CIBERNÉTICA E O DESTINO DO HOMEM....................................................... 135
PARTE IV – TECNOLOGIA E PROBLEMAS DA EXISTÊNCIA ......................................................... 140
CAPÍTULO XV. AS PERSPECTIVAS DA TECNOLOGIA.................................................................. 141
CAPÍTULO XVI. TECNOLOGIA, ESCATOLOGIA E CLASSES SOCIAIS............................................. 147
IV. CONCLUSÕES DO AUTOR ....................................................................................................151
O AUTOR ..................................................................................................................................176
NOTA 1:..................................................................................................................................... 177
NOTA 2:..................................................................................................................................... 178
5
APRESENTAÇÃO
O presente ensaio tem o propósito de trazer ao público em geral e, em particular aos
alunos e aos colegas do Autor o breve entendimento que tem sobre tecnociência, e, ainda, do
pensamento filosófico do Professor Àlvaro Vieira Pinto sobre “O Conceito de Tecnologia”.
O Autor presta serviços à Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco – SECTEC
que tem como vinculadas as seguintes organizações: ITEP, UPE, PORTO DIGITAL, PARQTEL,
FACEPE, Espaço Ciência e o Território Estadual de Fernando de Noranha. É, também, professor
das faculdades: Boa Viagem e São Miguel.
Em nenhum momento o Autor das Reflexões sobre Tecnociência e das Anotações do
livro “O Conceito de Tecnologia” teve a pretenção de seguir ou cumprir, na produção deste
ensaio, as normas da ABNT e muito menos submetê-lo a uma revisão gramatical e ortográfica
da língua portuguesa. Também, não procedeu qualquer revisão do conteúdo. Manteve seus
textos escritos de forma espontânea e coloquial (como se tivesse fazendo uma palestra ou
dando uma aula) na esperança de ser melhor inteligível ao leitor comum. Este trabalho será
disponibilizado no site www.geraldoaguiar.com.br para compartilhamento com aqueles
que se dignarem em apreciá-lo no todo ou em partes e, também, proceder suas críticas e
sugestões.
Vale informar que as presentes Reflexões sobre Tecnociência, e as Anotações, agora
apresentadas, são, ainda, uma continuação do trabalho intitulado “Apontamentos sobre
Consciência e Realidade Nacional de Ávaro Vieira Pinto”. O livro em dois volumes de
“Consciência e Realidade Nacional” sobre o qual se processou os Apontamentos foi produzido
pelo grande cientista, pensador e professor quando era Diretor do Instituto Superior de Estudos
Brasileiros – ISEB do Ministério da Educação e Cultura extinto pelos militares em abril de 1964.
Os Apontamentos da obra do filosofo Alvaro Vieira Pinto já se encontram disponíveis para o
público da INTERNET no site www.geraldoaguir.com.br
Tanto as Reflexões quanto as Anotações são fiéis ao propósito do livro “O Conceito de
Tecnologia” e, tem a pretenção de ser uma sintese da dita obra de forma a contribuir ao
conhecimento que se tem sobre o assunto. As Reflexões refletem o texto que o Autor produziu
para a SECTEC sobre “Tecnociência, Sociedade e Meio Ambiente” e as Anotações foram
elaboradas seguindo fielmente as: partes, capítulos e tópicos correspondentes a obra de Álvaro
Vieira Pinto “O Conceito de Tecnologia”.
6
A linguagem utilizada pelo Autor é simples e direta, porque é do cotidiano daqueles
envolvidos com estudos e pesquisa cientifica, mas também, porque expressa a singeleza de
simples Reflexões, Anotações e Apontamentos e não a de um livro texto acadêmico clássico. Já as
transcrições do livro de Álvaro Vieira Pinto estão apresentadas entre as aspas que se encontram
nos períodos dos textos.
Com esse mínimo de informação espera-se estimular o público alvo às leituras mais
profundas, e quem sabe, colaborar para a ampliação do debate e da consciência crítica sobre
esses importantes assuntos entre aqueles que produzem, ensinam, divulgam e utiliza o
conhecimento científico e tecnológico inclusive o público leigo em geral.
A clientela alvo é como já se disse a de estudantes e profissionais que lidam com
tecnologia. Com um pouco de boa vontade, se incluí aqueles estudantes e profissionais das áreas
de: Ciências Humanas, Ciências Biológicas e Ciências Exatas na medida em que a abordagem é
transdisciplinar.
Em verdade, uns números cada vez maiores, de estudantes e profissionais de diferentes
áreas, percebem que, sem um conhecimento básico na temática da tecnociência, além de não
terem oportunidade de contribuir para o desenvolvimento dos conhecimentos: científico e
tecnológico sentem-se prejudicados na qualidade de sua labuta diária. Além disso, adquirem a
consciência de que é uma condição sine qua non, para tornar-se um bom profissional, conhecer a
linguagem técnica e científica seus métodos e, principalmente, entendê-la e criticá-la.
Claro está que aqueles leitores que tiverem acesso e procederem à leitura ou o estudo de
“O Conceito de Tecnologia” certamente, ao condicionarem seu ponto de vista, descobrirão textos
que necessariamente deveriam ser anotados e farão interpretações mais ricas e profícuas que as
apresentadas aqui pelo Autor das Anotações que limitou e condicionou seu ponto de vista às suas
atividades profissionais na SECTEC e aulas nas faculdades (FBV e São Miguel) e fica na esperança
de receber críticas e sugestões dos leitores no e-mail gmaguiar@yahoo.com.br
7
I. REFLEXÕES SOBRE TECNOCIÊNCIA
É sabido que em ciência, tecnologia, inovação, planejamento, coordenação, supervisão
e administração de atividades nas sociedades causam dissonâncias, transtornos e desconfortos
em níveis dos setores: público e privado, governos e de classes sociais em permanentes lutas de
interesses desde sua formação até os dias de hoje no modo de produção capitalista. Haja vista
o uso de epítetos ideológicos como são exemplos a chamada “era tecnológica”, aplicada à
sociedade contemporânea como se fosse à única fase revolucionária da tecnociência e “tecno-
estrutura” às corporações. A candura de tais conceitos é uma negação da história da
humanização do animal Homo sapiens sapiens em toda seu processo de hominização e
evolução até aos dias atuais.
Esses epítetos “era tecnológica” e “tecno-estrutura” passam a ter características
dominantes e ideológicas após a REVOLUÇÃO MUNDIAL DE 1968-1970 quando emerge o
processo de globalização do capital, simultaneamente, com a virada cibernética (ciberespaço),
a biotecnologia, a robótica e a nanotecnologia, agora, amparadas pela física quântica e seus
novos paradigmas.
Como apêndice do processo da Revolução Mundial de 1968-1970 aconteceu, também,
a mudança radical do código do modo de produção capitalista que na sociedade industrial era
de: concentração, centralização, padronização, sincronização e maximização e passou a ser
com a chamada “virada cibernética”, na sociedade em rede, a seguinte:
Interatividade constituída de vasta rede de aparelhos eletrônicos interativos
onde é deslocado o poder das redes de televisão para os usuários na medida
em que estes podem modificar as imagens com total liberdade e, portanto,
atenuar ou erradicar a passividade do telespectador. Está imbricada ao
desenvolvimento da telemática e informática, principalmente via telefones
celulares
Mobilidade característica da comunicação em linha imediata de qualquer lugar
para qualquer parte do planeta ou situação de trânsito ou lugar fixo. O
imediatismo da comunicação móvel ou fixa, inserta nesta categoria, permite a
efetividade da conversão ou transferência de informação de um meio para
outro instantaneamente
8
Conversibilidade ou conectividade é a capacidade de transformar a
mobilidade de um sistema de aparelho para outro independentemente de uma
marca ou país de origem. A conversibilidade é, também, um elo fundamental
da rede interativa e de sua mobilidade
Ubiqüidade consiste na sistemática disseminação dos sistemas de
comunicação em rede pelo mundo e por todas as classes e estratos sociais dos
países hegemônicos e periféricos. Esta categoria é responsável, hoje, pela
divisão da população mundial em "inforrica e infopobre”, ou seja, de
inclusão/exclusão digital
Globalidade/mundialidade aponta para as ilações de troca onde se explicitam
os fenômenos políticos de mundialização versus fragmentação. Também, dá-se
o processo sócio-econômico de exclusão versus inclusão, ou a criação de um
sistema mundo onde, ainda, não se visualiza o novo rumo do existente modo
de produção capitalista ou de sua possível superação ou negação histórica, por
outro modo de produção que não se sabe qual é.
Nesse processo revolucionário os atores principais da sociedade deixam de serem os
estados nacionais que passam a se submeter ao poder e controle das grandes corporações
transnacionais que os capturam e induzem tal ideologia no sistema mundo do capitalismo.
Dentro dessa perspectiva fluem, também, os conflitos entre os estados ricos contra os estados
pobres sob a hegemonia, manipulação e controle das ditas corporações. Claro que, o processo,
gera o conflito Norte x Sul explícito, nos fóruns: Econômico Mundial (Davos) versus Social
Mundial (Porto Alegre que se reúna cada ano em um continente diferente) na mesma data em
que se realiza o de Davos.
É notório, também, que o modo de produção capitalista globalizado passa, hoje, por
uma crise sistêmica que pode levá-lo ao desespero apocalíptico ou abortar a perversidade de
seu metabolismo hedonístico de lucro e poder submetendo o poder das corporações aos
estados globalizados em blocos de integração recuperando ou criando uma nova forma de
convivência social que passa longe da destruição da natureza humana na sociedade
conformando novos avanços da tecnociência e da cibernética (agora induzida pelo sistema
nervoso central dos humanos e não mais como prolongamento de seu corpo) e que se discute
nesse ensaio.
9
O Ministério da Ciência e Tecnologia e as secretarias de ciência, tecnologia e inovação
dos estados brasileiros, têm na sua concepção (por indução do Governo Federal) a missão de
articular e apoiar o sistema de CT&I, para o desenvolvimento tecnológico, econômico, social e
ambiental visando promover a igualdade de oportunidades para todos a partir de um
pensamento muita das vezes ingênuo (oriundo do neocolonialismo) e, também, de uma
postura linear que acreditam ser crítica.
Sua visão está acoplada ao sistema nacional e estadual de CT&I e integrada às
corporações transnacionais e empresas inovadoras e competitivas distribuídas no território
nacional e demandantes de mão de obra local qualificada, com melhor padrão de vida para a
população.
A preocupação máxima neste ensaio é o propósito de inserir em um debate lógico,
sistêmico e holístico aquilo que foi tratado no trabalho realizado para a SECTEC tratando de:
TECNOCIÊNCIA, SOCIEDADE e MEIO AMBIENTE como reflexo da Revolução Mundial de
1968/1970 (cujo início se deu com os acontecimentos da primeira e segunda guerra mundiais)
e gestada na chamada Guerra Fria. Note-se que aquela Revolução, em muito modificou o
metabolismo do capital frente aos processos de trabalho. Até esse acontecimento todo o
movimento dos proletários ou trabalhadores era dirigido contra o capital e o capitalista, isto é,
“guerra” dos pobres contra os ricos através dos sindicatos e outras organizações e movimentos
reivindicatórios de trabalhadores. Já no período pós-revolucionário 1968-1970 tudo se inverte,
ou seja, a “guerra” passa a ser dos ricos contra os pobres refletindo-se no fato de milhões de
trabalhadores ou proletários implorarem aos capitalistas, estados e ao capital para lhes
explorarem através de um emprego ou ocupação e eles solenemente ignoram ou fazem
ouvidos de surdo-mudo sobre essas reivindicações em completo e perverso hedonismo
econômico-social.
Foram nos anos 68-70, do século passado, que teve início no planeta aquilo que se
convencionou chamar de “virada cibernética” que imprime às forças produtivas, às relações
de produção e à superestrutura noológica do modo de produção capitalista um salto
qualitativo com tendências a negá-lo e apontar sua substituição por um novo modo de
produção que não se sabe se será pior, ou melhor, que o atual. Este novo modo de produção,
ainda, muito nebuloso, focado para além da antroposfera (psicosfera, sócioesfera e noosfera)
leva e traduz a informação conceituada como “a diferença que faz a diferença” (Gregory
Bateson citado por Laymert) é totalmente, voltado para interesses hedonísticos imbricados ao
10
metabolismo do capital. É notório que toda biosfera passa, também, a ser matéria-prima para
atender o metabolismo do capital pelo seu potencial de informações (gene e DNA) para novas
tecnologias.
Hoje, a plutocracia que administra as corporações e se apropriarem dos estados
nacionais sabe que a riqueza maior existente no planeta é o acesso tecnológico e a apropriação
das informações dos genes, RNA e DNA e digital que fazem a grande diferença no sistema
mundo do capitalismo que se encontra momentaneamente em crise sistêmica. A informação e
a comunicação se transformaram em mercadorias e, por isso, são hoje por demais
desperdiçadas e apropriadas. Em contraponto a essa lógica do capital Maria Rita Kehl,
diferentemente de Bateson, pensa que “a informação, no sentido dos bites de informação,
nessa lógica do: 1+1+1+1,... ad infinitum, não produz diferença, mas indiferenciação. Ou seja,
na lógica do acréscimo de informação na cadeia sem que seja reformulá-la toda”. (Revolução
Tecnológica Internet e Socialismo, Câmara Brasileira do Livro, 2003, p. 37)
Essa narrativa leva a se ter necessidade de imbricar as estratégias, políticas e ações a
busca de informação, da criação e do desenvolvimento de banco de dados genéticos da flora e
da fauna dos biomas existentes nos estados brasileiros através de universidades públicas e
privadas e outras instituições científicas. Nos bancos genéticos de dados cabem, também,
peixes, moluscos, crustáceos, algas, insetos, fungos, liquens e outros seres vivos.
Em outras palavras “a virada cibernética”, quando associa o capital à informação e ao
conhecimento, adiciona às forças motrizes do capital (lucro e poder) uma nova qualidade a sua
fonte de informação e poder que é o genoma e o DNA de tudo que é vivo (através da biologia
molecular e da biotecnologia) para o processo de incessante acumulação de capital. Isso se dá
nos sistemas produtivos e de circulação de mercadorias e uso dos novos materiais, oriundos
daquilo que existe na natureza bruta, agora, transformados em mercadorias via inovação
tecnológica química, física, nanotecnologia, ciberespacial e outras técnicas doando ao recurso
natural absoluta infinitude contrariando o pensar ingênuo daqueles que apregoam que a
natureza do planeta está sobre utilizada pelos humanos.
Acelera-se, o fetiche dos recursos naturais como mercadoria a partir dos valores: de
uso, de troca e de desenvolvimento do processo de trabalho no desenvolvimento das forças
produtivas, suas correspondentes relações de produção e sua superestrutura noosférica ou
noológica.
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A tecnociência como segmento da revolução do saber na sociedade da informação e
do conhecimento (conforme se mostra no ensaio supra dito) deve, provavelmente, adotar em
muitos casos, o conceito de Gregory Bateson sobre informação, ou seja: “a diferença que faz a
diferença” para cumprir sua missão dialética, didática e coordenadora das Políticas de Ciência,
Tecnologia e Inovação.
A essência da técnica em tal processo (no dizer de Álvaro Vieira Pinto) lhe são
conferidas pela acumulação qualitativa do trabalho humano em termos de resolver suas
contradições com a natureza e o cosmo que, como sabemos não é dotada da capacidade de
doar sentido salvo pela hominização do animal Homo sapiens sapiens, por ela criado, em seu
processo de evolução na biosfera. É o fazer bem e o fazer novo no propósito de se produzir,
manejar, e se criar alguma coisa que dá conteúdo a técnica. Já a ciência pode ser entendida no
seu sentido mais amplo, ou seja, referência a qualquer conhecimento ou prática sistemática
dos humanos. Etimologicamente, o seu conceito vem do latim scientia cujo significado é
conhecimento. Aqui se tratam das conveniências de se debater em conjunto ciência e
tecnologia.
A tecnociência quando associada ou aliada ao capital global através da informática de
dominação ou da informática da libertação gera infinitos processos de: combinação,
recombinação, regerenciação e reconfiguração de todas as matérias: viva e bruta existentes no
planeta.
Para estas Reflexões e Anotações se reproduz, em parte, aquele ensaio, com vistas ao
debate sobre Tecnociência pretendido no documento supra citado produzido para a SECTEC
(Secretaria de Ciência e Tecnologia), onde se recorreu a três importantes metodos científicos
de análises:
Cartesiano de Francis Bacon, Descartes, Adam Smith, Hume, Darwin,
Newton, Liebnitz e outros cujos paradigmas estão sendo revisitados e revistos
a partir da teoria da física quântica e das teorias da complexidade e do caos
Materialista dialético de Karl Marx, Engels, Kautsky, Plekanov, Rosa
Luxemburgo, Lukács, Meszáros, Álvaro Vieira Pinto e outros que dão
cientificidade à lógica e ao método dialético
Complexidade ou dialético-sistémico-holístico de Edgar Morin, Fritjof Capra,
Michel Seres, Pedro Demo, Álvaro Vieira Pinto e outros.
12
Também, se buscou, em parte, às idéias de Jean Baudrillard, Laymert Garcia dos
Santos que, mesmo sendo laicas e lógicas, tendem a uma visão fatalista, apocalítica e
catastrófica da sociedade futura.
No ensaio supramencionado sobre “Tecnociência, Sociedade e Meio Ambiente” o
debate proposto continua vivo no presente trabalho. Para este propósito e informação ao leitor
aquele ensaio foi dividido em oito capítulos sendo o primeiro uma Introdução semelhante a
deste ítem.
O segundo capítulo, daquele ensaio produzido para a SECTEC, tratou de colocar o
leitor em contato com um conjunto de conceitos e reflexões que servem para um melhor
entendimento da proposição do Autor e que, por isso, estão aqui incorporados.
O capítulo terceiro estáva voltado para as forças produtivas, relações de produção e
superestrutura noológica da tecnociência na sociedade. Procurava-se nele tratar da gênese
das: tecnologias, ciências e sociedades. A aceleração total e a “virada cibernética” deram
origens aos comentário sobre os relatórios: Nora-Minc, Lugano e à Declaração do Milênio
elaborada pela ONU e nele comentadas. Também, aqui se reproduzem aquelas reflexôes.
O quarto capitulo tratou dos enfoques e análises da tecnociência na sociedade
contemporânea naquilo que diz respeito a:
Processo de reconfiguração do trabalho na sociedade contemporânea
Lógica neomalthussiana de extermínio dos pobres do mundo com ações
militares da OTAN, Estados Unidos, Inglaterra, França e Canadá com o
beneplácito da ONU e, também, do uso da biotecnologia com recombinações
de germes, doenças e pragas para flagelar os pobres do mundo islâmico da
Ásia e os negros da Africa
Aliança do capital global com a tecnociência (“virada cibernética”) com vistas a
dotar as coorporações capitalistas transnacionais de super poderes e
exponenciação de seus lucros e suas externalizações ambientais a partir da
grande produção de lixo (por elas apelidados nos estados nacionais de
resíduos sólidos) e da poluição genética e sibernética que podem proporcionar
ao meio ambiente
A tecnização da vida, a vida artificial - Cyborgs e robôs “que já pensam” que
tendem, aparentemente e ingenualmente, cada vez mais, a promover o
13
temido e falso “obsoletismo dos seres humanos” trabalhadores na sociedade,
assim como, os processos de trabalho com o seu sucateamento.
O capítulo quinto procurou trazer ao debate proposto a revolução cibernética-
informacional-biológica-molecular-digital e seus efeitos na sociedade contemporânea. O
próprio título do capítulo é um desafio no tocante a tecnociência e as ingenuidades explícitas
pelo mundo hegemônico e de dominação.
O capítulo sexto tratou da desconstrução da: ideologia do desenvolimento-
subdesenvolvimento, envolvendo: a natureza humana, a humanidade natural, a “obsolescência
do humano”, a população de não-pessoas sociais segundo o pensar cândido, o reconhecimento
e mudanças na antroposfera e de suas componentes: psicoesfera, socioesfera e noosfera.
O sétimo capítulo fez referências a apropriação do futuro através dos sete fios de
análises elaborados por Jeremy Rifkyn em seu livro “O Século da Biotecnológia” (São Paulo,
Makron Books, 1999).
O capitulo oitavo, remeteu o leitor a debater a doutrina/ideologica do ambientalismo
(A questão ambiental vista pelo Prof. Vantuil Barroso) via tecnociência com base na falsa e
ilusória destruição antropocêntrica do ambiente ou da natureza a partir do chamado efeito
estufa, buraco de ozônio e outras fraudes sob o beneplácito e propaganda do IPCC da ONU.
Coloca-se, hoje, essas fraudes ou doutrina/ideológica como tábula rasa da salvação terrestre
com alianças e subsídios das religiões abraâmicas monoteistas (judaismo, cristianismo e
islamismo) que propulgam a salvação celeste.
Essa doutrina/ideologica do ambientalismo macula a antroposfera e todos seus
componentes dialéticos (psicosfera, socioesfera e noosfera). O grande poder dessa nova
doutrina/ideologia está nos financiamentos, dos seus propósitos, por parte do Clube de Roma,
Clube de Paris e do CFR (Council on Foreig Relations) através de ONG e grandes corporações
transnacionais podendo levar, no campo noológico da humanidade, a horrores piores, dos já
vistos no nazismo e no estalinismo. Tudo isso, hoje, a partir da vulgarizada “virada cibernética”
naquilo que se volta e se imbrica a “lógica de extermínio” dos pobres implícita e explícita no
Relatório Lugano.
14
II. SINOPSES DAS REFLEXÕES SOBRE TECNOCIÊNCIA
A luz do tema proposto, neste e naquele ensaio, se desenvolve e se conecta, entre si,
os conceitos e as reflexões dos seguintes tópicos ou epítetos imbricados a tecnociência:
1. Conhecimentos: reflexivos e prospectivos. São atributos únicos dos humanos, são
os pontos ou referências que diferenciam o ser humano da sua natureza animal na qual está
inserto. É a razão e a essência do conhecimento humano reflexivo/prospectivo e noológicos,
que só o gênero Homo possui, na medida em que é o único ser vivo que projeta sua ação com
vistas à resolução de suas contradições com a natureza e entre si na sociedade. Sua essência no
processo de humanização está nas seguintes virtualidades ou virtualizações imbricadas à
cultura:
Linguagem
Técnica
Sociedade (violência, contrato social)
Arte.
Estas virtualizações são os elementos essenciais que conformaram e, ainda,
conformam os processos de evolução e hominização do gênero animal Homo sapiens sapiens
desde sua gênese evolutiva dos Australopitecos até aos nossos dias.
2. Conexões dialéticas e sistêmicas na antroposfera (psicosfera, sócioesfera e
noosfera). São essas categorias da antroposfera que dotam os humanos de consciência crítica e
raciocínio complexo do conhecimento do real e do virtual. Entende-se que o virtual tem como
negação dialética o atual. É a atualização que se opõe ou se torna o antônimo da virtualização
no real/realidade. Segundo Engels a dialética é a "grande idéia fundamental segundo a qual o
mundo não deve ser considerado como um complexo de coisas acabadas, mas como um
complexo de processos em que as coisas, na aparência estavam, do mesmo modo que os seus
reflexos intelectuais no nosso cérebro, as idéias, passam por uma mudança ininterrupta de devir
e decadência, em que finalmente, apesar de todos os insucessos aparentes e retrocessos
momentâneos, um desenvolvimento progressivo acaba por se fazer hoje". Para a dialética, as
coisas não são analisadas na qualidade de objetos fixos, mas em movimento: nenhuma coisa
está "acabada", encontrando-se sempre em vias de se transformar, desenvolver, emergir e
evoluir. Segundo ela, o fim de um processo é sempre o começo de outro. São quatro as leis da
dialética:
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Ação recíproca, unidade polar ou "tudo se relaciona"
Mudança dialética, negação, negação da negação ou "tudo se transforma"
Passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa
Interpenetração dos contrários, contradição ou luta dos contrários
Ordem, desordem e organização simultâneas e recíprocas.
Por suas leis a dialética afirmam que as coisas não existem isoladas, destacadas uma
das outras e independentes, mas como um todo unido, coerente e em conexões recíprocas.
3. Sociedade (forças produtivas, relações de produção e superestrutura noológica). A
sociedade é o ponto de partida para apreensão da tecnociência e da vida social humana em
toda sua complexidade. A tecnociência é parte da superestrutura da sociedade, portanto, pode
ser vista, ainda, como ideologia e está inserida na noologia. No dizer de Álvaro Vieira Pinto em
sua obra “O Conceito de Tecnologia” (Rio de Janeiro, Contraponto, 2005, 2 volumes, 1.328 p.)
“a técnica, de qualquer tipo, constitui uma propriedade inerente à ação humana sobre o mundo
e exprime por essência a qualidade do homem, o único ser vivo, em todo o processo biológico,
que se apodera subjetivamente das conexões lógicas existentes entre os corpos e os fatos da
realidade e as transfere, por invenção e construção para outros corpos, as máquinas. Graças a
elas altera a natureza, com uma espacialidade de ação imediatamente superior à que caberia
aos seus instrumentos inatos, os membros de que é dotado. Pela faculdade tecnicopoética,
identificada à invenção da máquina, o homem se afirma como ser pensante não em caráter
abstrato, mas porque pensa segundo as leis da realidade. Superpõe-se definitivamente aos
animais brutos, incapazes de tornarem sua a racionalidade a que obedecem”.
4. Informação. Segundo o pensar de Gregory Bateson, a informação é, “a diferença
que faz a diferença”, portanto, pode levar a total mudança no metabolismo da vida e do
capital, naquilo que toca as suas forças motrizes, lucro e poder. Também, da compreensão da
sociedade contemporânea a partir da “virada cibernética” entendida esta não como parte da
ideologia que prega a chamada “era tecnológica” como apologia do sistema mundo capitalista
e sua rapacidade através das corporações, via tecnociência sobre os povos do planeta
desapropriados dos fabulosos engenhos cibernéticos e robóticos atuais. Outrossim, de um
modo geral, segundo reza a Wikipédia, “Informação é o resultado do processamento,
manipulação e organização de dados, de tal forma que represente uma modificação
(quantitativa ou qualitativa) no conhecimento do sistema (pessoa, animal ou máquina) que a
16
recebe. Informação enquanto conceito carrega uma diversidade de significados, do uso
quotidiano ao técnico. Genericamente, o conceito de informação está intimamente ligado às
noções de restrição, comunicação, controle, dados, forma, instrução, conhecimento,
significado, estímulo, padrão, percepção e representação de conhecimento”. No que se
refere à comunicação humana a Wikipédia conceitua a como um processo que envolve a troca
de informações, e utiliza os sistemas simbólicos como suporte para este fim. Está envolvida
neste processo uma infinidade de maneiras de se comunicar: duas pessoas tendo uma conversa
face-a-face, ou através de gestos com as mãos, mensagens enviadas utilizando a rede global de
telecomunicações, a fala, a escrita que permitem interagir com as outras pessoas e efetuar
algum tipo de troca informacional. No processo de comunicação em que está envolvido algum
tipo de aparato técnico que intermédia os locutores, diz-se que há uma comunicação
mediada. O estudo da Comunicação é amplo e sua aplicação é ainda maior. Para a Semiótica,
o ato de comunicar é a materialização do pensamento/sentimento em signos conhecidos pelas
partes envolvidas. Estes símbolos são então transmitidos e reinterpretados pelo receptor. Hoje,
é interessante pensar também em novos processos de comunicação, que englobam as redes
colaborativas e os sistemas híbridos, que combinam comunicação de massa, comunicação
pessoal e comunicação horizontal. O termo comunicação também é usado no sentido de
transportes (por exemplo, a comunicação entre duas cidades através de trens). Comunicação
via mídias (falada, escrita, televisiva e INTERNET), e ciberespaço são as forças motrizes da
“virada cibernética” para o processo de acumulação incessante do capital e manipular a
sociedade não somente pela formação de opinião, mas, principalmente, pelo entretenimento e
propagandas subliminares, largamente usadas pelas corporações transnacionais.
5. Fetichismos dos recursos naturais. A partir de novos materiais, que os tornam
infinitos como são as necessidades humanas. Esse fetichismo leva as pessoas não somente a
ilusões e delírios à noosfera, mas também, às chantagens e fraudes ideológicas
(neomalthussianas via neoliberalismo) que primam em dizer que o planeta está sobre utilizado
e que não há lugar para os pobres que devem ser evitados (em sua gestação) ou exterminados
quando a ela sobrevivem. Haja vista o ressurgimento e adoção pelos estados nacionais de
doutrinas ultra-reacionárias que pregam radical controle de natalidades (cognominada por
Álvaro Vieira Pinto como complexo de Herodes) e o extermínio dos pobres como está explícito
na estratégia do Relatório Lugano. O controle da natureza pelos entes humanos envolve as
relações entre cultura e materialidade pelo processo de trabalho social que é histórico e,
17
portanto, dotado de sentido. O ser humano é a origem de finalidades na ação transformadora
no planeta, isto é, da conversão do desconhecido em conhecido. A própria consciência
humana é sabedora de que só da natureza pode emanar e advir os bens que lhe oferecerão a
infinitude dos recursos naturais para uma vida humanizada feliz quando, ainda, se envolve em
uma visão antro política no dizer de Morin. Esta é mediada pela sociedade a que os humanos
pertencem. Isto os obriga a se envolverem na trama das contradições dialéticas de ordem intra
e inter-humanas nos diferentes conflitos sejam eles: culturais, de classes sociais, religiosos,
raciais, étnicos, tribos, nações, etc. por um objetivo mediato a transformação da sociedade e a
humanização da existência que acontece pelo seu papel político. A antro política (Morin) ou
possibilidades de ações criativas representa o discurso de articulação e de inclusão da inclusão
social usando-se a tecnociência contemporânea ou os saberes: científicos, tecnológicos,
políticos e sociais configurados na não classe no dizer de André Gorz em “Adeus ao
Proletariado para além do Socialismo” (Rio de Janeiro, Forense-Universitária, 1987)
6. A Natureza humana. Esta se fundamenta na existência dos humanos na biosfera
com seus respectivos prolongamentos no reino da antroposfera, (Morin) ou ainda, como
“conjunto de características descritas pela filosofia, incluindo formas de agir e pensar, que todos
os seres humanos têm em comum” (Wikipédia). A esse respeito comenta Alvaro Vieira Pinto
“os animais inferiores não produzem. A natureza produz para eles tudo quanto necessitam. (...)
No homem, cessou o patrocínio direto da natureza. O animal humano foi dotado do recurso de
que necessita para resolver por si as suas contradições com o meio. Tal recurso foi a posse de
um sistema nervoso suficientemente desenvolvido para elaborar na forma de idéias abstratas e
universais, o reflexo da realidade, tornando-se capaz de comandar a produção dos meios de
vencer as dificuldades. (...) A fórmula que a natureza encontrou para realizar o tipo
qualitativamente superior de animal, que é o homem, foi investí-lo da função de produtor.(...)
Somente o homem é um animal que produz. Neste atributo encerra-se a essência de sua
realidade” (Contra-capa do livro “O Conceito de Tecnologia”. V. I, Rio de Janeiro, Contraponto,
2005).
7. Humanidade natural. Explicita-se como atributo da evolução do gênero animal
Homo sapiens sapiens na terra e que se diferencia de entes humanos já extintos e dos (futuros)
geneticamente modificados ou recombinados pela biotecnologia e pela robótica que venham a
existir como evolução natural da técnica. Vale se refletir sobre o paradoxo existente na cultura
dos indígenas da América Latina e, especialmente do Brasil, quando na sua cultura afirmam
18
existir: uma cultura muitas naturezas em contraponto ao ponto-de-vista ocidental da
existência de uma natureza e muitas culturas. Este paradoxo convida o leitor a um novo
enfoque para análise do processo de ocidentalização do mundo frente à humanidade natural.
Ver a história dos maias, astecas e incas antes da sua destruição ou do seu extermínio pelos
europeus colonizadores (espanhóis e ingleses)
8. Cibernética. Ciência da informação e da computação digital e responsável pela
vulgarmente chamada “virada cibernética” a partir da Revolução Mundial de 1968-1970 que
leva a humanidade à Revolução do Conhecimento e da Informação ou, ainda, à “Revolução
Informacional-Bio-Molecular-Digital” que se encontra em plena infância em seu processo
evolutivo nas sociedades humanas. O nascimento da cibernética como ciência, segundo a
Wikipédia, está, no entanto, associado aos trabalhos de Norbert Wiener juntamente com
outros investigadores (nomeadamente Arturo Rosenblueth professor na Universidade de
Harvard), a quem o governo norte-americano, durante a segunda guerra mundial, incumbiu à
tarefa de estudar a possibilidade de regular automaticamente o tiro da artilharia antiaérea. O
objetivo era elaborar uma máquina capaz de localizar o avião, prever qual o caminho que
seguia, e, por sua vez, prever as reações, simulações e estratégia do piloto. Foi na procura de
uma resolução para o caso, que os investigadores se aperceberam da unidade essencial entre
os problemas relacionados com a comunicação, controlo e mecânica estatística, quer na
máquina quer no ser vivo. Em 1943 é publicado um artigo por Wiener, Rosenblueth e Bigelow
que expõe a nova teoria, mas apenas quatro anos mais tarde a teoria é batizada por Norbert
Wiener com o nome de cibernética. Consagra-se como tecnociência a partir dos anos 1968-
1970. Na tecnociência da cibernética insere-se a Informática da dominação e a informática da
libertação na dualidade do seu uso na INTERNET ou ciberespaço nas sociedades humanas. A
informática é uma das ramificações da ciência cibernética. Esta trata, também, da: automação,
técnica dos computadores, teoria da informação, teoria dos sistemas, teoria matemática dos
jogos, teoria dos algoritmos e da regulação
9. Inteligência artificial. Esta se dá a partir de uma robótica que candidamente se
supõe que já pensa. Tal hipótese leva o pensar ingênua a induzir, cada vez mais, ao propalado
“obsoletismo dos entes humanos” e a modificação de sua natureza na biosfera. Esta avaliação
simplista da antroposfera (esfera da linguagem, tecnosfera, psicosfera, sócioesfera e noosfera)
que são partes da biosfera em toda sua plenitude e que, em nada, nega o processo de sua
evolução, mas pelo contrário, reafirma-o como um dado revolucionário na tecnociência. Já a
19
vida artificial, com vistas à criação ou invenção de Cyborgs, (Cybernetics Organisms) e, quiçá,
de uma vida silícica proveniente da possibilidade de vir haver replicação ou autopoiese
(tecnopoiese) de Nano Robôs quando usados em entes vivos de vida carbônica com replicações
autocriativa em base silícica.
Note-se que a nanotecnologia tem amplo uso na medicina humana e na veterinária.
Realmente tal evento não é uma probabilidade, mas pode vir a ser uma possibilidade cujas
conseqüências não se têm a mínima idéia de sentido para o bem ou para o mal de tal
tecnologia ou mutação. Talvez, caso aconteça, seja útil para a conquista de outros astros
celestes do sistema solar e outros ambientes terrestres inóspitos ou não, ainda, não
conquistados pelos humanos. O próprio grafeno é, hoje, um novo material mais forte e flexível
já demonstrado pela nanotecnologia e que consiste em uma folha de átomos de carbono
densamente compactados em uma grade de duas dimensões com aplicações muito superiores
ao do silício que revolucionou a cibernética. Tudo aponta que o grafeno venha, em muito
substituir o silício nas suas aplicações cibernéticas, robóticas, medicinais e aeroespaciais. O
grafeno valeu dois prêmios Nobel da física em 2010 ao cientista russo Konstanin Novoselov e
ao cientista holandês, nascido na Rússia, Andre Geim
10. Obsolescência do humano. Esta falácia que se projeta pela velocidade das
informações que tornam os seres humanos cada vez mais dependentes e “simbióticos” com as
máquinas insertas na estratégia de aceleração total que teve início no nazismo e no estalinismo
nos anos 30 e 50 do século XX. Esse conceito é de uma ingenuidade ímpar na medida em que é
sabido que o sistema nervoso central dos humanos projeta a técnica como parte da essência da
sua natureza humana que se realiza no processo de trabalho social.
A falsa “simbiose entre ser humana-máquina”, sem a menor dúvida, aparentemente,
em muito, se acelera em termos de mídia com as máquinas cibernéticas e robóticas no devir da
evolução das sociedades humanas sem que, por isso, torne os entes humanos obsoletos em sua
essência e criatividade com vistas as suas contradições com a natureza e seu controle sobre ela.
Logo, não tem procedência científica à probabilidade e a possibilidade do ente humano se
tornar obsoleto nas sociedades humanas. Uma análise heurística relativa à criação da técnica,
da máquina ou ferramenta mais simples até a da técnica da máquina ou ferramenta mais
complicada indica que toda e qualquer máquina/ferramenta produzida ou construída pelo ser
humano constitui uma mediação entre ele e a natureza com o fim de estabelecer sobre a
relação entre tal extrema outra relação de segundo grau, não percebida por muitos à primeira
20
vista, e, no entanto contendo a essência e a razão de ser da criação das máquinas, a saber, a
ligação pelo vínculo do trabalho, entre um ser humano e os seus semelhantes. Esta é uma das
razões de a cibernética ser sempre a tecnociência criada e aperfeiçoada pelos humanos para
auxiliar, com as máquinas eletro-eletrônico e robôs, na qualidade da produção de artefatos,
instrumentos e meios para solucionar dificuldades e problemas vividos pelos humanos.
Lembre-se que as máquinas, por mais sofisticadas e complicadas que sejam jamais terão
problemas pelo fato de não serem capazes de terem consciência e de doarem sentido. A sua
própria existência constituir solução final de problemas humanos. Foram e serão sempre
objetos do sujeito humano
11. Dimensão virtual da realidade versus dimensão da realidade virtual. A última é a
INTERNET ou ciberespaço. O “software” que faz parte da primeira dimensão participa dos
reinos dos animais, vegetais, seres inanimados e às máquinas. A dimensão da realidade virtual
vê os seres vivos como um “software”, ou como um design no seu plano molecular ou
elementos mínimos de informações genéticas e de DNA. Os Recursos genéticos e DNA como
informação, em banco de dados digitais, na aliança capital global com tecnociência para
maximização de lucro e poder nas grandes corporações transnacionais capitalistas, (hoje,
detentoras dos estados nacionais, insertos ou não, nos megablocos econômicos de integração
ou de livre comércio) são, sem dúvida, contemporaneamente, o capital mais importante.
Mesmo com tal perspectiva e horizonte objetivo é, por demais improváveis que venham a ser
um flagelo da técnica como preconizam os intelectuais e midiáticos detentores da consciência
singela.
Nada justifica que o ente humano venha pela tecnociência abdicar de continuar sua
eterna luta de mitigar e resolver sua contradição fundamental com a natureza e o cosmo. Como
Virtual (fenômeno com potencial ainda não realizado) pode e deve ser estudada a luz da
Semiótica peirceana que se preocupa com os fenômenos do universo. Segundo Pierre Lévy em
“O que é o Virtual?” (São Paulo, Editora 34, 1996) “o virtual não se opõe ao real, mas sim ao
atual. Contrariamente ao possível, estático e já construído, o virtual é como o complexo
problemático, o nó de tendências ou de forças que acompanham uma situação, um
acontecimento, um objeto ou uma entidade qualquer, e que chama um processo de resolução: a
atualização”. Note-se que é muito comum se ler ou ouvir afirmações do tipo apropriação do
futuro e dimensão virtual da realidade com a tecnização da vida pela tecnociência e sua
correspondente apropriação pelas corporações capitalistas que tomaram e controlam os
21
estados nacionais e o desenvolvimento técnico e científico no planeta. É comprovado que no
processo de hominização do animal Homo sapiens o desenvolvimento da técnica sempre criou
essa apropriação de futuro a partir da virtualização da realidade mesmo sem se ter consciência
de sua atualização.
12. Mudanças climáticas. Este fenômeno é divulgado a partir da fraude do efeito
estufa e da equivocada eliminação do gás da vida vegetal CO² (dióxido de carbono) que é o
responsável através da fotossíntese pela produção de oxigênio que é o gás necessário a vida
animal no planeta. Essa fraude visa esconder efeitos muito mais deletérios da questão climática
que são as ondas eletromagnéticas Shumann desenvolvidas pelo Projeto Norte Americano
HAARD, abreviação de “Hight Frequency Active Auroral Reseaarch Programm” (Programa Ativo
de Alta Freqüência para a Pesquisa da Aurora Boreal), realizado em caráter secreto para fins
bélicos. Ver detalhes no livro de Kurt G. Bluchel intitulado “A Fraude do Efeito-Estufa”. (São
Paulo, PHL, 2008).
Este Projeto, Norte Americano, é de alta periculosidade para o planeta e para a
humanidade na medida em que se torna possível não somente provocar: terremotos, secas,
tempestades, furacões e outras calamidades e desastres em determinados territórios, assim
como, mudanças climáticas radicais em grandes e pequenas escalas. Ele é muito mais nocivo,
catastrófico e pernicioso do que a badalada fraude do efeito estufa. O HAARD, sim é que
deveria ser objeto de sérias preocupações da ONU, do campo religioso e dos estados nacionais
como um todo.
13. Relatório Nora-Minc (INFORMÁTICA: QUAL SOCIEDADE?). Redigido por Simon
Nora e Alain Minc, publicado em Le Nouvel Observateur, em 22 de maio de 1978, que mostra,
já naquela época, a formação de uma sociedade profundamente diferente, “capaz de trazer o
pior ou o melhor” da tecnociência cujo “novo desafio é o da incerteza: não há boas previsões,
somente boas perguntas”. Já o Relatório Lugano é o libelo ou tratado da inviabilidade da
população excluída no processo de globalização do capitalismo via Tecnociência. O Relatório
Lugano foi publicado na França em 1999 e apresentado no Fórum Social Mundial de Porto
Alegre em 2002. Nele se encontra toda a “lógica de extermínio” do processo da globalização
segundo análise de Laymert Garcia dos Santos na apresentação que fez, ao dito Relatório, na
edição em português analisado e apresentado com todo rigor crítico pela cientista Susan
George e publicado em São Paulo pela Editora Boitempo, em 2002. Na prática o Relatório
Lugano serve de Guia para as ações que Álvaro Vieira Pinto (Ver O Conceito de Tecnologia, v. I
22
p.504, Rio de Janeiro, Contraponto, 2005) apelidou de “Complexo de Herodes”. Segundo ele “a
teoria e a prática do controle da natalidade, principal imposição atualmente feitos pelos centros
imperialistas aos povos subdesenvolvidos e colonizados enquadram-se numa forma de
concepção e de comportamento políticos a que julgamos caber, com justeza, o nome de
“complexo de Herodes”. Escolhemos o nome em alusão ao mito bíblico da matança dos
inocentes, porque nos parece resumir num conceito único, facilmente memorizável, o estado de
espírito, a ética, os interesses e os procedimentos que movem a mentalidade e a ação dos
dirigentes das nações hegemônicas e seus cúmplices nas regiões indefesas” (...) “A sentença
política, que sob o esburacado véu de concentração científica, impõe a pena da imolação dos
nascituros é ditada pela potência imperialista como punição pela culpa atual das populações
pobres de se multiplicarem ‘excessivamente’, mas na verdade visa a servir de meio preventivo
contra a proliferação de uma próxima geração de jovens reclamadores. O ‘complexo de
Herodes’ define-se pelo horror aos recém-nascidos, à infância, de onde surgirão as multidões
jovens cada vez mais numerosas e reivindicadoras de amanhã, as que pedirão contas às
gerações adultas da forma de sociedade que organizaram para a mocidade”.
14. Revolução molecular-digital no processo de trabalho. Com reconfiguração e
obsoletismo de muito dos processos de trabalho e doação de ênfase ao trabalho técnico-
científico para inovação tecnológica com vistas à produtividade do trabalho e à intensidade de
produção levam a competitividade e, em decorrência, ao hedonismo político-econômico das
corporações. Ainda, aponta para “o fim dos empregos” segundo o “futurologista” norte
americano Jeremy Rifkin (ver “O Fim dos Empregos”. São Paulo, Makron Books, 1995). Tal
maneira de pensar, sem dúvida, reflete mais um sentimento que uma crítica a realidade social
vigente no sistema mundo capitalista. Também, aparecem os epítetos de além do humano,
transhumano e póshumano como conceitos de caracteres difusos, e cândidos oriundos das
ciências: antropologia, psicologia, sociologia, biologia molecular e biotecnologia na tecnociência
das sociedades.
Na prática tais conceitos são estigmas da consciência ingênua numa tentativa de
macular o conceito de técnica como parte da essência humana no processo de acumulação
qualitativa do trabalho para resolver sua contradição básica com a natureza e o cosmo. Para
isso, vem eternamente criando confusos epítetos e, ainda, as “eras tecnológicas” e não apenas
a que, hoje, vivemos com o cognome, também, de “virada cibernética”. Agora, também, a
nanotecnologia imbricada ao reino dos estudos do átomo representa uma das mais
23
revolucionárias tecnologias. É a capacidade potencial de se criar coisas a partir do menor,
usando técnicas da ciência quântica. Está, em muito, associada a: medicina, eletrônica, ciência
da computação, física, química, biologia, robótica e engenharia dos materiais
15. Apropriação da vida. Pelo sistema privado de propriedades intelectuais e de
patenteamentos das criações e das descobertas científicas. Constitui-se, tal fato, na maior
aberração jurídica internacional sobre a tecnociência sob a égide ou controle das corporações
transnacionais capitalistas em seu domínio político-econômicas no planeta. Todo o aparato
sistêmico de saques pela lei internacional de patentes é protegido pela Organização Mundial do
Comércio (OMC), pela ONU e, principalmente, pelo Departamento de Estado dos EUA, que de
forma coercitiva faz valer as usurpações e a rapacidade das corporações sobre os países pobres
do mundo. Hoje, a rapina se dá pela pirataria dos países hegemônicos sobre a biodiversidade
dos países pobres via processos de transformações dos genes e do DNA da matéria viva nas
grandes universidades e laboratórios dos países centricos por meio de:
Combinação
Recombinação
Regenciação
Reconfiguração
16. Sociedade pós-catastrófica. Oriunda da tecnociência desenvolvida no Século XX
que levou a construção da bomba nuclear, testada na segunda guerra mundial (1945) em
cidades japonesas e do atual processo de globalização do capital que leva a geração de
populações das “não-pessoas sociais” e, ainda, de uma família cibernética sobre as cinzas da
antiga e destruída família nuclear-compulsória-patriarcalista. Mesmo esse fato de destruição ou
obliteração em massa da vida, pela bomba, não valida à necessidade de se desprezar ou de se
abdicar da tecnologia nuclear que, também, aufere grandes benefícios para a humanidade, haja
vista, que o flagelo da bomba foi um ato político do Presidente dos Estados Unidos e não
daqueles cientistas que criaram a tecnologia que tem, hoje, alto valor para a humanidade.
Mais do que nunca cresce a convição que as soluções para os problemas do mundo,
brasileiros, nordestinos e locais demandam, cada vez mais, tecnociência, logo, não é com
menos ciência e menos tecnologia que eles serão resolvidos. Outrossim, não escapa a
consciência crítica de que a tecnociência não é um sinônimo de progresso e desenvolvimento
ela pode ser tão nefasta e antiprogressista em seu uso na medida em que sua indução política
24
seja catastrófica ou nociva aos humanos ou tenha finalidades bélicas como almejam as
corporações transnacionais e aparelhos de estado do mundo cêntrico, muito em particular pelo
seu braço armado que é a OTAN. Os Estados Unidos tem veementemente ameaçado e
chantageado o planeta com suas idéias e declaraçõe sobre: “ciberterrorismo”, “ciberataques”,
“ciberdefesas” e “ciberguerras”. Também, é verdade que o desenvolvimento da tecnociência,
inserto na antro política, desejada pelos humanos só será realidades a partir de muito mais
ciência e muito mais tecnologias que as agora existentes.
Como já foi dito a essência da técnica e da sua natureza de processo lhe é conferida
pela acumulação qualitativa do trabalho humano. Segundo Álvaro Vieira Pinto a técnica é o
fazer bem e o fazer novo no propósito de se produzir ou se manipular alguma coisa ou, ainda,
de se transformar um bem livre em um bem econômico, particularmente, na eterna luta dos
humanos para resolver a sua contradição fundamental com a natureza/cosmo.
O primeiro (fazer bem) quando aprovado pelo consenso geral como vantajoso tende a
resistir às inovações tecnológicas que visam melhorar seus resultados e, dessa forma, assume
um caráter de inércia da técnica. Já o fazer novo (“know-how”) é sempre um caráter
revolucionário de mudança por ser criativo e inventivo no processo tecnológico acumulativo da
qualidade do processo de trabalho humano.
Esse fato remete o leitor para entender e apreender ao que vem a ser a infinitude de
todo e qualquer recurso natural em seu processo de transformação de bem livre para bem
econômico mesmo quando se trata de novos materiais oriundos do desenvolvimento da
tecnociência. Os novos materiais se contrapõem a toda e qualquer idéia de finitude e
esgotamento de um recurso natural mesmo quando considerado não renovável como é o caso
dos hidrocarbonatos. Não há justificativas na tecnociência para as afirmações correntes de que
o planeta está sobre utilizado e saturado pelas atividades humanas. As leis da termodinâmica
continuam em sua plenitude no planeta com referência a qualquer recurso natural tanto como
bem livre quanto como bem econômico mesmo com todo seu fetiche na sua aparência e
essência. Os órgãos técnicos e as universidades podem e devem se responsabilizar pela
produção de novos materiais e banco de genes e patenteá-los.
Em todo momento o desenvolvimento da tecnociência afeta o processo de trabalho
humano existente e sobre ele deposita o modo novo inovador, inventivo e mais perfeito de
fazer bem e de fazer novo. Essa sedimentação histórica do processo de trabalho distinto
qualitativamente e superpostas como escamas e camadas, revelam a natureza de processo do
25
desenvolvimento científico e técnico que levam a infinitude de todo e qualquer recurso natural
para atender infinitas necessidades humanas.
Toda tecnociência revela-se por meios de ensaios de erros e acertos nos quais a
imaginação dialoga com o real, até que, no curso desse confronto, tensão e contradição a
inteligência pelo seu conhecimento prospectivo e reflexivo capta nova propriedade do real ou
nova possibilidade de agir até então desconhecida. Dessa forma, a tecnociência altera os
modos de: produzir, distribuir e consumir mercadorias, proporcionando outro nível de
existência, política, ambiental, econômica e social dos humanos na antroposfera.
A tecnociência é de natureza qualitativa, acumulativa e não apenas quantitativa para a
obtenção e transformação indispensável de um bem livre em um bem econômico. A técnica é
sempre a criação do novo a partir do velho ou antigo, é, pois, desenvolvimento, inovação,
invenção e criação do novo.
17. Emergência. O conceito desse fenômeno é muito bem explicado por Edgar Morin
em seu livro “A Natureza da Natureza” que constitui o primeiro volume de “O Método”
apresentado ao público em seis volumes e editados, no Brasil, pela Sulina, Porto Alegre, 2005.
Segundo aquele pensador o conceito de emergência está associado às teorias dos Sistemas
Complexos e à Teoria do Caos. A emergência ocorre através do tempo como evolução do
cérebro humano através de milhares de gerações sucessivas. A explicação desse fenômeno
caracteriza o advento do pensar científico contemporâneo quando as explicações teológicas e
teleológicas foram deixadas de lado.
Segundo Morin “na idéia de emergência aparecem estreitamente ligadas às idéias de:
Qualidade, propriedade,
Produto, já que a emergência é produzida pela organização do sistema,
Globalidade, já que ela é indissociável da unidade global,
“Novidade, já que a emergência é uma qualidade nova com relação às
qualidades anteriores dos elementos”.
Segundo ele “qualidade, produto, globalidade, novidade são, portanto, noções que
precisam estar ligadas para se compreender a emergência”.
18. Teoria do Caos. Essa teoria, também, é preocupação do pensador e cientista Edgar
Morin que a vê como aquela teoria que para a física, a matemática, a geometria fractal e os
atratores explicam o funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos. A essência do caos
26
descansa na dialética da desordem e ordem que a partir de interações leva a organização que,
por sua vez, leva a ordem que induz a desordem e suas interações que provocam nova
organização e, assim, ad infinito. Os cálculos matemáticos que envolvem a Teoria do Caos são
utilizados para descrever e entender fenômenos climáticos ou meteorológicos, crescimento de
populações, variações de ações nos mercados financeiros e movimentos de placas tectônicas
entre muitos outros problemas de alta complexidade. Uma das bases principais da Teoria é o
chamado “efeito borboleta” (teorizado pelo matemático Edward Lorenz em 1963) segundo o
qual “o bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque”.
Logo tudo está interado com tudo. Também, segundo Morin “é preciso se render a uma nova
evidência. A gênese não cessou. Nós ainda estamos num universo que se dilata. Nós ainda
estamos num universo em que se formam galáxias e sóis. Nós ainda estamos num universo que
se desintrega e se organiza num mesmo movimento. Nós ainda estamos no começo de um
universo que morre depois do seu nascimento”. Com referências as Teorias: dos Sistemas
Complexos e do Caos aquele eminente pensador assegura que “assim, não apenas eu não
excluo como eu pressinto que a visão do mundo deverá ainda se transformar e se relativizar.
Como sempre, a mudança teórica virá da dialética entre descoberta surpreendente e uma
nova maneira de conceber as evidências”.
19. Cibercultura. Esse fenômeno tem início com a Revolução Mundial de 1968 -1970 a
partir das organizações em redes e a globalização do capital com as chamadas: “virada
cibernética” e revolução feminista. Está voltada ao gerenciamento da INTERNET e aos
agenciamentos sociais em rede das comunidades no espaço eletrônico virtual. Seu conceito
descansa nas maneiras pelas quais se dão os relacionamentos: políticos, antropo-sociais,
econômicos, culturais e filosóficos dos indivíduos conectados em rede de forma mundial.
É consenso entre os estudiosos que a Cibercultura não seja apresentada como uma
cultura pilotada pela tecnologia, mas pelos estabelecimentos de relações íntimas entre as
novas formas de comunicações e como se apresentam as relações sociais de produção por
meios digitalizados. A partir da caducidade ou do fim da família nuclear ou compulsória,
induzida pela revolução feminista e advento das técnicas digitais, observa-se que está em
gestação e desenvolvimento uma nova modalidade de família que talvez possa ser apelidada de
“família cibernética” na medida em que, praticamente, as novas formas de educação e de
convivências familiares se dão pela INTERNET através de computadores, telefones celulares e
outros aparelhos eletrônicos cada vez mais aperfeiçoados. Embora as pessoas, principalmente
27
crianças e adolescentes, se apresentem aparentemente solitários e isolados com o manejo das
máquinas cibernéticas digitais, no âmbito de suas residências familiares, elas se encontram de
fato conectadas com o mundo consolidando esse fenômeno de Cibercultura que necessita ser
bem avaliado pelas suas características positivas e negativas e de desajustes e ajustes em
relação aos antigos hábitos culturais e familiares da já quase extinta família dita nuclear.
20. Entropia e negentropia. Etimologicamente a palavra entropia vem do grego no
sentido de volta tendo como negação a negentropia ou a entropia negativa. Outrossim,
entropia possui importantes significados como sejam: medida da incerteza existente ante um
conjunto de mensagens das quais apenas só se recebe uma única. Está dialeticamente
imbricada a negentropia, detalhadamente estudada e apresentada por Edgar Morin em “O
Método” volume um “A natureza da Natureza” (Sulina. Porto Alegre, 2005). Na física é
entendida como magnitude termodinâmica que mede a parte de energia não utilizável contida
em um sistema, ou, ainda, a medida da desordem de um sistema. Morin quando analisa a
informação a partir da entropia-negentropia é enfático em afirmar que informação não é fysis,
não é massa, não é espírito é tautologicamente, informação. Vai além, dessa tautologia
afirmando que não há vida sem informação e vice versa. A informação como fenômeno da vida
está imbricada à termodinâmica pela entropia e a negentropia. Deduz-se, também, do
raciocínio de Morin que a cibernética como nova ciência só pode ser entendida a partir do
conceito de entropia e negentropia e dos turbilhões de reações químicas generativas da vida
em um processo evolutivo pela autopoiese, simbiose e mutação. A síntese da informação
encontra-se no RNA/DNA e no gene das células primevias da vida no planeta terra.
21. Lógicas: Formal e Dialética. Para o entendimento e apreensão dos assuntos
tratados neste ensaio é imprescindível ao leitor um mínimo de conhecimento do que vem a ser
as lógicas: formal e dialética. Costuma-se dizer, no cotidiano acadêmico e vulgar, que lógico é o
estudo filosófico do raciocínio válido e científico. A lógica tem como objeto as formas que a
argumentação pode tomar em caráter de validade ou de falácia. Em geral, a lógica se aplica a
diferentes ramos de raciocínios e do saber como são exemplos as disciplinas: filosofia,
matemática, semântica, cibernética, ética, ontologia ou metafísica, epistemologia e teoria da
argumentação. A lógica se diferencia na analogia e na metafísica onde é conhecida e estudada
como lógica formal ou simbólica quando faz inferência com o conteúdo puramente formal. A
lógica, como formal, lida com a relação entre conceitos. Seu principal fundador foi o filósofo
Aristóteles.
28
Na Grécia Antiga os gregos Heráclito de Efeso, Demócrito de Abdera, Zenon de Eléia,
Sócrates e Platão fundaram, com seus raciocínios em diferentes etapas e estágios, uma lógica
na base da contradição dialógica que, com o tempo e uso, passou a ser conhecida como lógica
dialética. Esta se diferenciou como idealista no caso de Platão (Diálogos) e Hegel
(Fenomenologia do Espírito) e materialista como em Engels (Dialética da Natureza), Marx (O
Capital e Escritos Filosóficos), Morin (O método - em seis volumes) e muitos outro pensadores e
ativistas revolucionários como Lenine, Mao Tse Tung, Rosa Luxemburg, etc.
Por sua grande versatilidade de uso entre os diferentes pensadores dialéticos essa
lógica passou a ser orientada por Leis configurando aquilo que se chama Método Dialético
Marxista que adotou as seguintes leis da dialética:
1ª Lei: Negação da negação ou tudo se transforma
2ª Lei: Ação recíproca ou tudo se relaciona
3ª Lei: Interpenetração dos contrários, contradição ou luta dos contrários
4ª Lei: Passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa.
Vale informar que todo o raciocínio dialético obedece, através das leis da dialética, o
seguinte trivio: Tese – Antítese – Síntese. No Brasil os principais pensadores dialéticos foram:
Caio Prado Júnior, Nelson Werneck Sodré, Leôncio Basbaun, Florestan Fernandes, Álvaro de
Farias, Álvaro Vieira Pinto, Paulo Freire e outros contemporâneos.
22. Antroposfera. É a parte da biosfera naquilo que se refere à vida dos seres
humanos e suas atividades no planeta. Por sua vez a antroposfera é constituída pelas
virtualidades e virtualizações que se deram no processo de hominização do primata antropóide
que deu origem ao Homo sapiens sapiens. Para melhor entendê-la é necessário conhecer suas
componentes abaixo discriminadas e explicitadas:
Esfera da linguagem e comunicação humana. Constitui essa esfera aquela que
resulta da mutação, (segundo Chomsky) que levou à invenção e criação das
linguagens: faladas, orais, escritas, vocais, verbais, simbólicas, mímicas, sinais,
corporais, etc. que permitiram o animal primata antropóide (que viveu a perto
de dois milhões) e do Homo sapiens (perto de 100.000 anos atrás) se
humanizarem na medida em que substituía a comunicação e a aprendizagem
da repetição, pela comunicação e aprendizagem via processo de cognição na
29
transmissão de informações. Esse fato contribuiu, para desenvolver os
conhecimentos: reflexivos e prospectivos que diferenciaram os humanos das
demais formas de vida existentes na biosfera.
Sociosfera. Oriunda da necessidade daqueles animais, em processo de
hominização, viverem, como requisito básico, em sociedade. É na sociosfera
que tem origem a violência a partir do momento em que o animal da espécie
Homo sapiens, passa a explorar outro inserto na criada propriedade privada
cuja gênese foi à primeira divisão social do trabalho, ou seja, a invenção ou
criação da agricultura concomitantemente com o processo do sedentarização
humana na passagem do modo de produção do comunismo primitivo para o
do escravista da antiguidade.
Tecnosfera. É a habilidade e capacidade de os humanos poderem criar e
inventar ferramentas, máquinas e instrumentos de trabalho para o controle da
natureza com o propósito de resolver a sua contradição fundamental ou
básica com ela que se dá via processo de produção de bens para sua
subsistência necessária e obrigatoriamente em sociedade.
Psicosfera. É a capacidade de os seres humanos poderem criar: deuses,
deusas, demônios, satanases, bruxas, mitos, fantasmas, tabus, totens,
paraísos, purgatórios, céu, extraterrestres, papafigos, lobisomens, superheróis,
sacis, caaporas, alienígenas, etc. Foi pela psicosfera que os humanos criaram e
desenvolveu o campo religioso, (mono e politeísta), fato histórico muito
importante e poderoso no processo civilizatório.
Noosfera. Constitui a esfera das idéias. É também, conhecida como a “esfera
do pensamento humano”. É objeto da ciência noologia, ou seja, aquela que
tem como propósito o estudo das idéias.
Estas esferas que constituem a antroposfera, sem dúvida alguma, quando a ela se
conecta ou se acrescenta a arte tem-se aquilo que, com certeza, pode se chamar e se definir
como cultura que, na natureza, é atributo único e exclusivo do ser humano.
23. Ideologia do politicamente correto. Esta ideologia deletéria teve sua gênese no
campo religioso internacional, principalmente, pelos cristãos católicos romanos. É sem dúvia a
ideologia que, hoje, sutilmente, mais serceia e reprime o direito e liberdade de expressão do
30
indivíduo na sociedade brasileira na medida em que criou severos dispositivos jurídico-
institucionais para intimidar e punir todo e qualquer cidadão que, por motivos fúteis, pode ser
processado, colocando-o sempre em autodefesa e autocensura.
No Brasil essa ideologia está associada ao racismo, constrangimento pessoal,
intolerância, homofobia, machismo, feminismo, pedofilia, regionalismo e outras formas que são
julgadas juridicamente degradantes da dignidade humana. Sua maior nocividade, no campo
político, econômico e social brasileiro, está na sua transferência de objetivo para tratar os
coletivos humanos discriminados como pobres coitados ou, ainda, como coitadinhos que é o
seu viés mais anacional, deletério, conservador e pernóstico. A forma pela qual
institucionalmente rotula os pobres de coitadinhos essa ideologia é: mantenedora do status
quo; reacionária; ultraconservadora e mistificadora. O fato de tratar os cidadãos excluídos das
atividades econômico-sociais dos diferentes mercados brasileiros como pobres coitados, de
forma institucionalizada, a ideologia do politicamente correto em seu viés de pobres coitados,
faz abortar todo e qualquer projeto libertador das populações oprimidas e excluídas pelos
processos: políticos, sociais, ambientais e tecnológicos capaz de libertá-los.
Esta é, sem dúvida, a razão pela qual de em Pernambuco e no Nordeste a maioria
absoluta dos grandes projetos econômico-sociais abortarem, fracassarem e estarem sempre
vulneráveis à desenfreada corrupção dos plutocratas e cleptocratas que detém o parlamento, o
judiciário e o executivo brasileiro em todos os níveis de poder: federal, estadual e municipal.
Pelo seu generalizado uso a ideologia do politicamente correto/pobres coitados passou,
também, a ter imbricado em si as variantes de: social, ambiental, cultural e tecnologicamente
correto, e outras besteiradas. É valido chamar a atenção dos leitores que o tratamento dado
aos nordestinos e aos nortistas de pobres coitados é profundamente, discriminatório,
descabido e inaceitável na totalidade nacional. São exemplos de projetos falidos imbricados à
ideologia dos Pobres Coitados aqueles financiados pelo BIRD e BID: TIRIRI;
CATENDE/HARMONIA; POLONORDESTE; PRÓRURAL; PROMATA; CRÉDITO FUNDIÁRIO; DOM
HELDER CÂMARA; PCPR; PRODUZIR para não se falar dos frustrados, desencontrados e
descabidos projetos de colonização e reforma agrária do INCRA.
Ao se conceituar Corrupção Política como sendo transferência de recursos do setor
público para o setor privado vê-se que a maior corrupção política criada e institucionalizada no
Estado Brasileiro teve origem no governo FHC que é as chamadas Ementas Parlamentares pelas
31
quais os parlamentares se apropriam dos recursos públicos para promoverem o maior arbítrio
de política partidária à custa do erário público para se perpetuarem no poder.
32
III. AS ANOTAÇÕES DO LIVRO “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” DE
ÁLVARO VIEIRA PINTO
“A compreensão de uma obra complexa e criativa como a de Álvaro Vieira
Pinto passa pelo exame e discussão de pelo menos cinco pontos:
1º) o da lógica interna das proposições do autor;
2º) o da ideologia;
3º) o de algumas idéias vigentes na Europa nas décadas 1910 e1920;
4º) o da nossa história a partir de fins do século passado;
5º) o da indagação das propostas de outros autores ou doutrinas, ligadas
ao nacionalismo e anteriores a década de 1950.
A consciência de tais itens poderá nos ajudar a compreender a política
desse filósofo, sua teoria da educação, sua lógica, a teoria do
conhecimento e a ontologia.”
Jorge Roux
33
ÁLVARO VIEIRA PINTO
NASCEU EM CAMPOS em 11 de novembro de 1909 e FALECEU no RIO DE
JANEIRO em 11 de junho de 1987. MÉDICO, MATEMÁTICO, POLIGLOTA E FILÓSOFO.
PROFESSOR CATEDRÁTICO DA UNIVERSIDADE DO BRASIL (HOJE, UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO DE JANEIRO - UFRJ). EX-DIRETOR E PROFESSOR D0 ISEB (INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS
BRASILEIROS) DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA (INCENDIADO PELOS MILITARES NO
GOLPE DE ABRIL DE 1964).
AUTOR DOS SEGUINTES LIVROS:
CONSCIÊNIA E REALIDADE NACIONAL. DOIS VOLUMES, 1.077P.
CIÊNCIA E EXISTÊNCIA
SETE LIÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO DE ADUTOS
O CONCEITO DE TECNOLOGIA. DOIS VOLUMES, 1.328P.
POR QUE OS RICOS NÃO FAZEM GREVE?
IDEOLOGIA E DESENVOLVIMENTO NACIONAL
A QUESTÃO DA UNIVERSIDADE
A SOCIOLOGIA DOS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS
NOTA
Recomendam-se aos leitores das presentes ANOTAÇÕES as leituras: da Nota do Editor
e, principalmente a Introdução do Livro intitulada ”O quarto quadrante do círculo de Álvaro
Vieira Pinto” produzida por Marcos Cezar de Freitas Professor da PUC-SP e Pesquisador do
CNPq.
Nos dois volumes do livro “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” o plano de trabalho de
ÁLVARO VIEIRA PINTO é constituído de quatro partes com 16 capítulos que serão neste ensaio
objetos de reflexões, Anotações e contextualizações de forma sinótica produzidas por Geraldo
Medeiros de Aguiar. Os erros e imprecisões nas interpretações, contextualizações e
compilações, encontradas nos textos dos capítulos, são de responsabilidade do Autor das
Anotações. As compilações do pensamento do filósofo estão nos textos sempre reproduzidas
em itálico.
34
VOLUME 1
Além da nota do Editor e da Introdução: O quarto quadrante do circuito de Álvaro
Vieira Pinto, acima citadas, o volume 1 contém as partes I e II de “O Conceito de Tecnologia”
35
PARTE I – ANÁLISE DE ALGUMAS
NOÇÕES FUNDAMENTAIS
Essa parte do livro é constituída de quatro capítulos que remetem o leitor aos
assuntos objetos dos capítulos I a IV da supracitada obra. Todos serão objetos das
sinóticas Anotações a seguir apresentadas.
36
Capítulo I. EM FACE DA “ERA TECNOLOGIA”
Neste capítulo o pensador, poliglota, cientista e filosofo Álvaro Vieira Pinto em
seu livro “O Conceito de Tecnologia” desenvolve seu pensamento através de cinco tópicos
sinoticamente apresentados pelo Autor dessas Anotações.
1. O homem maravilhado. Aqui o poliglota, conhecedor de grego antigo, inicialmente
desconstrói o pensar hegemônico de intelectuais europeus na tradução de clássicos e tragédias
gregas para justificar a ocidentalização do mundo e uma falsa crise onde “a natureza humana
se substitui à natureza, ao mundo, como atual objeto de espanto, sem que disso os
contemporâneos tenham clara noção” acrescentando, ainda, “que o verdadeiro criador das
coisas é o homem, e não o mundo”. Demonstra com clareza Vieira Pinto, que “a atitude de
maravilhar-se com a criação humana não é apenas histórica, mas tem fundamento na
constituição da sociedade” como processo de humanização a partir da evolução dos primatas
que lhe deram origem. Explica ele, neste tópico, que a atitude de maravilhar-se com o processo
evolucionista e as criações dos seres humanos “não é apenas histórica, mas tem fundamento
na constituição da sociedade”.
2. A “era tecnológica” como ideologia. Nesse tópico o filósofo mostra que esses
raciocínios anestesiantes da ideologia das classes dominantes de endeusar o atual
desenvolvimento tecnológico pelas corporações que controlam os países cêntricos, apenas
buscam dois resultados: revestir tal ingenuidade com valor ético positivo e manejá-lo como
instrumento para silenciar as manifestações da consciência política e crítica das nações
subdesenvolvidas e emergentes com respeito ao seu desenvolvimento tecnológico. Politizando
este fato ele desconstrói a falsa ciência denominada “futurologia” com a assertiva de não ser
“possível prever o autêntico futuro sem reconhecer a possibilidade do surgimento do novo, do
inesperado e do imprevisível, resultante das transformações qualitativas que deverão ocorrer no
fluir da história”. Dessa forma ele ao aprofundar seu raciocínio crítico deixa claro e explícito a
“era tecnológica” como simples e alienante ideologia das classes que detém o poder nos países
hegemônicos.
3. O ponto de partida para a compreensão da técnica e da influência da mecanização
do trabalho. O pensador nesse tópico liga a técnica ao processo de produção de forma a
afirmar: “o que produz o que atualmente se produz é a estrutura econômica e política da
sociedade”. O filosofo mostra, ainda, que “toda possibilidade do avanço tecnológico está ligada
37
ao processo de desenvolvimento das forças produtivas da sociedade, a principal das quais se
cifra no trabalho humano”. Este é o ponto de partida para se entender e compreende a técnica
e sua influência na mecanização do processo de trabalho. A apologia que as classes dominantes
apregoam sobre a mecanização e automatizações do processo de trabalho as levam a propagar
no mercado rótulos e epítetos ingênuos da ideologia da propalada “era tecnológica” tais como:
”o homem e a técnica”, “tecnologia e humanismo”, “a técnica inimiga do homem’, “poder
avassalador da máquina”, “sociedade dirigida por cérebros eletrônicos” e outras mais. Com
respeito à compreensão da técnica afirma que “o homem se vai realizando na progressiva
conquista do conhecimento e nas ações técnicas pelas quais efetua o domínio da natureza”. Seu
ponto de chegada talvez seja explícito no fato de “o novo de cada momento representa sem
dúvida um novo diferente, distinto, possuindo caráter ímpar, do contrário não seria
reconhecido, mas deve ter, contudo algo em comum com todos os outros ‘novos’ precedentes,
justamente para ser percebido e conceituado como novo”.
4. A faculdade de projetar. Na introdução dessas anotações se falou do conhecimento
reflexivo (indutor da consciência) e do conhecimento prospectivo (doador da faculdade de
projetar). Explicitou-se, também, que são esses conhecimentos que diferenciam os seres
humanos de todos os demais entes vivos do planeta. Somente os humanos são dotados desses
conhecimentos que lhes permitem ter essa faculdade. No dizer do filósofo Álvaro Vieira Pinto
os entes humanos são os únicos seres vivos que projetam o seu ser, “mediante o trabalho
efetivo de transformações da sociedade material”. O projeto humano “é na verdade a
característica peculiar, porque engendra no plano do pensamento, da solução humana do
problema da relação do homem com o mundo físico e social”.
5. O conceito de produção e de “era tecnológica”. É sabido que os animais considerados
inferiores aos humanos ou chamados de irracionais não produzem, por ser a natureza
que produz para eles tudo quanto necessitam para viverem. Dependem totalmente do
meio ambiente em que vivem para não perecerem. Já o animal Homo sapiens sapiens,
humanizado em sua evolução, foi dotado pela natureza dos recursos que necessitava
para resolver por si suas contradições com a natureza, com a ecologia e com os seus
semelhantes em sociedade. Tais recursos resumem-se na “posse de um sistema nervoso
suficientemente desenvolvido para elaborar, em forma de idéias abstratas e universais,
o reflexo da realidade e capaz de comandar a produção, pelo indivíduo, dos meios de
vencer as dificuldades opostas à satisfação de suas exigências”. Por esse atributo (serem
38
dotados de um telecéfalo altamente desenvolvido e complexo) os humanos destacam-
se e se diferenciam frente ao “reino da animalidade inferior, que permanece
estacionada no nível de seres consumidores do que encontram ao redor” na natureza.
“Na oposição de consumidor e produtor está o caráter distintivo do salto qualitativo que
gerou o homem, e lhe dá sentido pelo qual se define, tanto ele quanto seus atos.”. Esta é
a razão de a técnica está presente por conceito e por definição em todo e qualquer ato
humano seja no fazer bem ou no fazer novo. Todo e qualquer ato humano nesses
aproximados trinta mil anos de história levou e levará diferentes “eras tecnológicas”
desde o machado de pedra do paleolítico até as mais complicadas e sofisticadas
máquinas cibernéticas, robóticas, biotecnológicas e nanotecnológicas. A natureza foi e
será sempre em parte subjugada pelos humanos, enquanto estes se fizerem presentes
no planeta mesmo no que pese a incomensurável violência da natureza no que toca às
suas freqüentes turbulências. Ela só age por causa e efeito e jamais doa sentido aos
fenômenos naturais, às coisas e à vida, por isso não tem problemas. O ente humano é o
animal que se produz a si mesmo pelas suas criações tecnocientíficas que lhe são
inerentes e, por isso, a história da técnica é evidentemente a história de todas as
produções humanas nos seus processos: virtual e atual de humanização.
39
Capítulo II. O HOMEM E A MÁQUINA
Na obra do cientista Álvaro Vieira Pinto, (“O Conceito de Tecnologia”) o presente
capítulo é contextualizado em sete tópicos sobre os quais o Autor, destas Anotações procede
as suas sinóticas e interpretações da seguinte maneira:
1. O fundamento da compreensão da máquina. Esse tópico visto criticamente pelo
filosofo leva o leitor a entender que a máquina desde as mais simples ferramentas até os mais
complicados artefatos ou máquinas automáticas, nanotecnológicas, cibernéticas, robóticas e
biotecnológicas, não tem inicio em si mesmas, mas sim naquelas que as antecedem sejam elas:
turbulentas, naturais e as criadas e produzidas pelos seres humanos. Por isso toda e qualquer
máquina é o resultado de um longo processo de acumulação de conhecimentos reflexivos e
prospectivos a respeito das propriedades dos corpos, dos materiais e dos fenômenos
encontrados na natureza. Daí ser a evolução do maquinismo o resultado da evolução do ser
humano que o constrói e que faz parte da linguagem usada no processo de trabalho principal
fator do processo de hominização pela via da técnica inserta na sociedade que promove a
cultura. Por isso é o ente humano o único ser vivo detentor de cultura e diferentes linguagens
em estado social. A máquina, segundo Álvaro Vieira Pinto, “resume uma forma de ser do
homem, um existencial, enquanto realização específica do homem, que nenhum animal é capaz
de efetuar”. É ingênuo pensar que “desde a entrada na era dos autômatos e dos computadores
eletrônicos ficou superada a reflexão sobre as máquinas simples, mecânicas, térmicas ou
elétricas.” Como médico que foi aquele pensador afirma que o cérebro “é um órgão que se
acha em pleno curso de desenvolvimento fisiológico seja com o aprendizado de idéias já
constituídas conforme acontece com as crianças ou nos adultos que as recebem de outros,
originais pelo pensador, matemático, físico ou técnico”. Segundo ele “na genealogia das
máquinas o primeiro motor é o humano, e isso em duplo sentido: ideal porque elas surgem do
projeto que só a constituição cerebral do homem é capaz de engendrar; e material, porque a
energia do corpo humano constitui a primeira fonte de movimento a ser aplicado aos mais
primitivos instrumentos e engenhos mecânicos. Mas as máquinas não se destinam à realização
de trabalho para um indivíduo isolado. O projeto de criá-las só pode ter origem e sentido no seio
de uma coletividade, de um grupo humano onde já vigoram relações normais de produção”. O
mestre Álvaro Vieira Pinto conclui esse tópico dizendo que “o papel decisivo da máquina, tanto
nas eras mais remotas quanto agora, consiste em modificar o sistema de relações de produção
40
do homem mediante a ampliação da rede de ligações com a natureza, dando-lhe a possibilidade
de possuir formas de ação sobre os corpos e as forças naturais, formas que significam o
aumento da capacidade de domínio do mundo circunstante. Essa alteração estabelece um
melhor um relacionamento qualitativo do sistema nervoso do homem com a natureza”. Fica
claro que nessas Anotações o Autor não leva em conta “as famílias das máquinas e o conceito
genérico de máquinas”, tratados por Edgar Morin em “A natureza da Natureza” que constitui o
volume um de “O Método” apresentado ao público mundial e brasileiro em seis volumes.
2. A evolução das máquinas e a libertação das energias humanas. É do
conhecimento geral que a lei que rege o processo de hominização e o progresso da
humanidade não consiste na diminuição, em valores absolutos, do processo de trabalho
humano, mas sim na transferência dele para modalidades mais nobres e mais difíceis. Como
consequência o aperfeiçoamento, cada vez maior, do maquinismo e, em geral, nas grandes
transformações tecnológicas libertam as energias humanas e contribuem para a oferta de mais
mercadorias e novos materiais até então inexistentes. A esse respeito o pensador Álvaro Vieira
Pinto adverte que “é preciso compreender que esse aperfeiçoamento enquanto tal não é da
máquina por si mesma, mas da consciência humana no conhecimento do mundo, refletindo-se
na série progressiva das criações mecânicas”. E acrescenta ele: ”as máquinas, até as
automáticas e as que poupam o trabalho intelectual, nada mais são do que modalidade de
mediação, cujo destino não reside na posse individual, mas no uso social, que se instalará
generalizadamente quando chegar a época na qual os instrumentos de produção retornarão á
sua origem, a sociedade de todos os homens”. Entre os humanos e as máquinas, desde a mais
simples a mais complicada, por eles criadas e inventadas no circuito de libertação de suas
energias são indutoras das transformações dos engenhos que produzem melhor os bens
econômicos que, por sua vez, recriarão os próprios entes humanos de modo a lhes darem
condições mais convenientes para sua vida social mais evoluída. Todos os passos de libertação
das energias humanas promovidos pela inovação tecnológica das máquinas conduzem a
entregar a máquina o serviço da sociedade como um todo. É bom lembrar que a cibernética, na
verdade sempre existiu nos computadores vivos (desde os seres unicelulares até aos mais
complexos) e, mesmo nos artefatos com outros nomes.
3. O homem e o significado das máquinas “criadoras” e “pensantes”. Nesse tópico o
filósofo dá inicio a desconstrução dos conceitos do pensar eurocêntrico sobre “máquinas
criadoras” e de “máquinas pensantes” a partir das idéias de Von Neumann de ser construível
41
uma máquina capaz de produzir qualquer outra inclusive ela própria explicando que “tal
máquina sempre existiu e esteve em ação, pois é o próprio sistema nervoso humano que criou
as máquinas até agora conhecidas e se reproduz a si mesmo no processo genético da
multiplicação de espécie”. Acrescenta o pensador “se algum dia se chegar a fabricar a máquina
capaz de engendrar diretamente outra máquina, planejando-a e executando-a, ainda aqui
estaremos em presença de uma obra humana, portentosa e admirável, sem dúvida, mas não
diferente em essência das precedentes na linguagem tecnológica”. Sobre a ingenuidade de se
falar e se reinficar os chamados ”cérebros eletrônicos” os apologéticos da cibernética esquecem
que “o cérebro está em outro lugar, na cabeça dos inventores e construtores” e não na máquina
depositária. Explica o filósofo “ocorreu no cérebro humano, no curso da evolução cultural, de
modo que a outorga às máquinas a função de realizar mecânica e eletronicamente tais
operações continua a ser um fato humano”... “pois foram fabricados com a missão explícitas de
funcionarem melhor, em termos físicos de velocidade e precisão, do que o pensamento capaz de
tê-los criado”. Segundo Vieira Pinto, “a máquina cibernética, para ser devidamente
compreendida na essência, tem de ser conceituada na perspectiva do processo biológico de
avanço e melhoria da função de comunicação entre indivíduos que se humanizaram e por isso
são capazes de recorrer a formas de transmissão de informações independentes da presença
física simultânea dos comunicadores. A máquina cibernética manifesta apenas a etapa atual do
avanço das exigências da comunicação social”. Epistemologicamente, as máquinas são objetos
que não trabalham na medida em que por definição o processo de trabalho significa um
atributo exclusivo do ser humano. O delírio de se atribuir às máquinas os processos de:
trabalho, pensar e ter problemas encobre e escamoteia o fato de quando o ente humano põe a
máquina a funcionar quem efetivamente está trabalhando é ele. “Se a base do pensamento
reside numa forma extremamente complexa do movimento da organização biológica da
matéria, a realização dele só tem lugar em condições sociais”.
4. A base social da máquina. A leitura desse item do capítulo “o homem e a máquina”,
pelo filósofo, “é sempre em função da fase da cultura vigente numa sociedade, de suas
exigências, que nela se originam as máquinas possíveis em tal situação, tanto no significado
criador, inventivo, quanto na posição passiva, meramente importadora de instruções ou dos
produtos acabados”. Segundo ele “a máquina corporifica um dos produtos da cultura, que por
sua vez representa a marcha do processo social da produção material da existência do homem
por ele mesmo. As estupendas criações cibernéticas com que hoje nos maravilhamos resultam
42
apenas do aproveitamento da acumulação social do conhecimento, que permitiu fossem
concebidas e realizadas”. Em todo o capítulo o mestre para tornar seu pensamento inteligível
procede na sua explicação a uma detalhada aplicação da lei dialética da transmutação do
acúmulo quantitativo em qualitativo. Mostra o pensador, que falta aos comentadores atuais da
base social da máquina, principalmente aos cibernéticos, “a noção global de processo histórico
e a compreensão da cultura e de seus produtos, como resultado da evolução biológica do
homem. Falta-lhes a percepção do caráter social da produção. Incorrem assim na separação
metafísica entre o produtor e o produto, sem ver a relação dialética que os liga e explica um
pelo outro”. Segundo ele “as lamentações da consciência ingênua sobre a desumanização por
efeito da civilização ‘mecanizada’ ocultam o fato essencial dos efeitos nocivos atribuídos à
última terem por origem, na verdade as estruturas sociais, diretamente, e não as relações no
ato da produção mantidas pelo trabalhador com os instrumentos, que aviltam a dignidade do
ser humano quando o tornam aparentemente ‘escravo da máquina’ ”. Prossegue seu raciocínio
de que “basta haver uma alteração no regime de posse das máquinas para cessarem de exercer
efeitos desumanos e revelarem a autêntica natureza de instrumentos intermediários de
produção, cuja finalidade definitiva está em servir toda humanidade, aumentando a
disponibilidade de bens de consumo e as condições de conforto”.
5. A historicidade e a definição da máquina. É dado, segundo Álvaro Vieira Pinto,
pela dialética “na perspectiva da gênese dela no processo histórico da sociedade que estimula a
criação do engenho porque suscita no pensamento do animal humano a concepção da
publicidade de utilizá-lo para resolver uma contradição com a natureza. Assim, nascendo para
servir de solução de uma contradição humana, a máquina, e em forma mais simplificada o
utensílio e a ferramenta vêm carregados de uma contradição interna que se resolverá pela sua
substituição por outra, mais perfeita, imaginada para superar as deficiências do tipo anterior.
Esta é a raiz do caráter contraditório de todo maquinismo, a que freqüentemente fazemos
alusão e se observa na descrição na história de um determinado ramo de sucessivos
maquinismos voltados à mesma atividade funcional. Ao surgir como recurso pelo qual o homem
soluciona uma contradição com a natureza, a máquina recebe do agente humano, ao realizar
as intenções dele, o caráter histórico as determinações dialéticas pertencentes originariamente
à ação do homem sobre o mundo”. Com tal sentido dialético as máquinas são objetos a que se
pode atribuir significado ambivalente, isto é, ora com operações voltadas para relações sociais
totalmente humanizadas, ora malignas, anti-humanas como aquelas que recebem
43
preponderadamente um sentido bélico de grande poder de destruição ou malefícios. Essa é a
razão de a tecnologia, seja ela qual for jamais ser neutra na medida em que está diretamente
condicionada ao uso político que a sociedade ou as classes dominantes lhe atribui ou lhe doam.
As máquinas devem ser incluídas nas bases materiais, históricas e sociais em que funcionam
para a satisfação das necessidades humanas pelo desenvolvimento das forcas produtivas das
quais fazem parte.
6. O homem e a regulação das máquinas. As máquinas não se auto-regulam porque
não tem consciência e interesse em fazê-lo, ou seja, não contem em si a finalidade de funcionar
bem. Um relê um robô e uns computadores não pensam, mas tem a função reguladora e,
assim, executam essa tarefa pela vontade e pelo pensamento do ser humano. Eles não têm
problemas e muito menos consciência do que fazem. A máquina é sempre um objeto e jamais
será um sujeito na historicidade do ser humano. “A máquina se constitui em exigência do
homem no curso do estabelecimento e de execução de finalidades a ele impostas pela
necessidade de conservação da existência. A máquina é um bem vital, um bem de produção de
ordem superior porque produz bens de produção de ordem elementar”. (...) ”Toda máquina é
uma máquina de uma máquina, no sentido em que constitui a forma de superação, a herança
multiplicada de outra anterior”. (...) “As máquinas incorporam a técnica, representam o caso
mais perfeito e comum em que esta se revela, mas não lhe dão origem, pois tal origem acha-se
em outro lugar, na ação humana, da qual a técnica é um dos aspectos existenciais”.
7. A consideração das máquinas em concreto. A dialética da ferramenta. A produção
desse tópico por Álvaro Vieira Pinto se aproxima muito do pensar dialético de Marx segundo o
qual o processo da máquina-ferramenta consiste em desprender a máquina da ferramenta
manual, em que inicialmente se baseava, e tomar forma livre, subordinada apenas à sua função
mecânica. Tal processo evolutivo far-se-á à custa da posição e resolução de contradições
dialéticas e está em pleno curso na fase de automação onde agora se penetra. Toda máquina
por um lado põe, isto é concretiza uma possibilidade de ação produtiva explicada pelos
conhecimentos que levaram a construção dela. A natureza não doa sentido nem tem
problemas e estratégia apenas age por causa e efeito e é dotada de incomensuráveis segredos.
“Na construção do conhecimento científico o homem luta contra o desconhecido, não contra o
dissimulado”. (...) ”A natureza não joga contra o homem, mas em compensação há nela um
infinito de virtualidades cognoscíveis, que desempenham permanentemente a função de
resistência e oposição, crescentes à medida que a inteligência humana penetra mais
44
fundamente em seus segredos, e estabelecem o conflito de base resolvido pelo avanço do
conhecimento, pela descoberta de novas forças motrizes e criação de maquinismos por ora
inimaginados”.
TECNOCIÊNCIA E AS ANOTAÇÕES SOBRE: “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” DE ÁLVARO VIEIRA PINTO.
TECNOCIÊNCIA E AS ANOTAÇÕES SOBRE: “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” DE ÁLVARO VIEIRA PINTO.
TECNOCIÊNCIA E AS ANOTAÇÕES SOBRE: “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” DE ÁLVARO VIEIRA PINTO.
TECNOCIÊNCIA E AS ANOTAÇÕES SOBRE: “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” DE ÁLVARO VIEIRA PINTO.
TECNOCIÊNCIA E AS ANOTAÇÕES SOBRE: “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” DE ÁLVARO VIEIRA PINTO.
TECNOCIÊNCIA E AS ANOTAÇÕES SOBRE: “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” DE ÁLVARO VIEIRA PINTO.
TECNOCIÊNCIA E AS ANOTAÇÕES SOBRE: “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” DE ÁLVARO VIEIRA PINTO.
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TECNOCIÊNCIA E AS ANOTAÇÕES SOBRE: “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” DE ÁLVARO VIEIRA PINTO.

  • 1. 1 TECNOCIÊNCIA E AS ANOTAÇÕES SOBRE: “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” DE ÁLVARO VIEIRA PINTO. GERALDO MEDEIROS DE AGUIAR ANALISTA DE TECNOLOGIA E INOVAÇÃO DA SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - PE RECIFE, JUNHO DE 2013 Imagens fractais. Fonte Google
  • 2. 2 Neste ensaio o Autor GERALDO MEDEIROS DE AGUIAR produz suas REFLEXÕES sobre TECNOCIÊNCIA e suas ANOTAÇÕES sobre a obra de ÁLVARO VIEIRA PINTO intitulada “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” publicada no Rio de Janeiro pela Editora Contraponto, em 2005, em dois volumes com 1.328 p. “A tecnologia de qualquer tipo, constitui uma propriedade inerente à ação humana sobre o mundo e exprime por essência a qualidade do homem, o único ser vivo em todo o processo biológico, que se apodera subjetivamente das conexões lógicas existentes entre os corpos e os fatos da realidade e as transfere, por invenção e construção para outros corpos, as máquinas. Graças a elas, altera a natureza, com uma capacidade de ação imensamente superior à que caberia aos seus instrumentos inatos, os membros de que é dotado. Pela faculdade tecnopoética, identificada à invenção da máquina, o homem se afirma como ser pensante, não em caráter abstrato, mas porque pensa segundo as leis da realidade. Superpõe-se definitivamente aos animais brutos, incapazes de tornarem sua a racionalidade a que obedecem”. Álvaro Vieira Pinto
  • 3. 3 DEDICATÓRIAS Este trabalho é dedicado à memória de: Abreu e Lima, Visionário Pernambucano, Revolucionário Brasileiro e Herói Nacional da Venezuela, Colômbia, Equador e Bolívia; Pedro Pomar, Herói do povo brasileiro; Álvaro Vieira Pinto, Filósofo e Cientista do Povo Brasileiro; Don Helder Câmara, Arcebispo Brasileiro (Olinda e Recife); Francisco Cândido Xavier, Renomado Espírita Brasileiro; Darcy Ribeiro, Antropólogo e Cientista do Povo Brasileiro; Paulo Freire, Pedagogo, Professor e Educador do povo Brasileiro; Gregório Bezerra, Revolucionário e Comunista Brasileiro; Osvaldo Orlando da Costa, Guerrilheiro Brasileiro; Margarida Maria Alves, Agricultora Revolucionária Brasileira; Francisco Julião, Líder Camponês e Político Brasileiro; Francisco (Chico) Mendes, Extrativista e Ambientalista Brasileiro; Caio Prado Júnior, Historiador e Ativista Marxista Brasileiro; Celso Furtado, Economista e Historiador Brasileiro; Leôncio Basbaun, Ativista Político, Historiador e Intelectual Brasileiro; Florestan Fernandes, Sociólogo, Político e Marxista Brasileiro; Josué de Castro, Humanista Internacional, Geografo e Cientista Brasileiro; Milton Santos, Geógrafo e Cientista Social Brasileiro; Miguel Arraes, Político Brasileiro e Governador de Pernambuco; Todos eles, exemplos de vida e de amor ao Povo Brasileiro que, independentemente, de suas formas de lutas e ações, foram os PROFETAS DO POVO BRASILEIRO. Entre os vivos, dedico o trabalho aos meus filhos: Eugênio, Milena, Tiago e Lucas, à minha esposa Mauriceia Marta Wanderley de Aguiar aos meus netos Thaís, Andrei e Ian Victor ao meu Genro Fabrício Azevedo e aos colegas Vantuil Barroso Filho, George Emílio, Luís Perira da S8ilva e ao mestre argentino Manuel Figueroa. Dedico-o, também, a todos aqueles e aquelas que, no seu dia-a-dia, buscam construir um BRASIL GRANDE COM INCLUSÃO SOCIAL. Ao Presidente LULA, na certeza de a esperança vencer o medo e de ele conformar uma ÉPOCA HISTÓRICA NACIONAL mais significativa que as marcadas pelos eminentes e saudosos presidentes: GETÚLIO VARGAS e JUSCELINO KUBITSCHEK
  • 4. 4 SUMÁRIO DEDICATÓRIAS .........................................................................................................................3 APRESENTAÇÃO........................................................................................................................5 I. REFLEXÕES SOBRE TECNOCIÊNCIA.........................................................................................7 II. SINOPSES DAS REFLEXÕES SOBRE TECNOCIÊNCIA...............................................................14 III. AS ANOTAÇÕES DO LIVRO “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” DE ÁLVARO VIEIRA PINTO .................................................................................................................................................................322 PARTE I - ANÁLISES DE ALGUMAS NOÇÕES FUNDAMENTAIS ..................................................35 Capítulo I. EM FACE DA “ERA TECNOLOGIA”.............................................................................366 Capítulo II. O HOMEM E A MÁQUINA.......................................................................................399 Capítulo III. A TÉCNICA...............................................................................................................45 Capítulo IV. A TECNOLOGIA......................................................................................................55 PARTE II - O CONCEITRO DE RAZÃO TÉCNICA ........................................................................... 65 Capítulo V - AS ANTECIPAÇÕES DA “RAZÃO TÉCNICA”..............................................................70 Capitulo VI. O CONCEITO DE “TECNO-ESTRUTURA”..................................................................77 Capítulo VII. DESENVOLVIMENTO E CATEGORIAS DA RAZÃO TÉCNICA.....................................82 PARTE III - QUESTÕES DA TECNOLOGIA ATUAL .........................................................................90 CAPÍTULO VIII. TEMAS PROPOSTOS PELA CIBERNÉTICA............................................................. 91 CAPÍTULO IX. NATUREZA E TIPOS DOS SISTEMAS CIBERNÉTICOS............................... ...........99 CAPÍTULO X. PROBLEMAS GERAIS DA INFORMAÇÃO............................................................... 106 CAPÍTULO XI. LÓGICA E INFORMAÇÃO ..................................................................................... 117 CAPÍTULO XII. O CARÁTER SOCIAL DA CIBERNÉTICA ................................................................ 123 CAPÍTULO XIII . O PROCESSO HISTÓRICO E O CARÁTER DA INTELIGÊNCIA........................... 127 CAPÍTULO XIV. A CIBERNÉTICA E O DESTINO DO HOMEM....................................................... 135 PARTE IV – TECNOLOGIA E PROBLEMAS DA EXISTÊNCIA ......................................................... 140 CAPÍTULO XV. AS PERSPECTIVAS DA TECNOLOGIA.................................................................. 141 CAPÍTULO XVI. TECNOLOGIA, ESCATOLOGIA E CLASSES SOCIAIS............................................. 147 IV. CONCLUSÕES DO AUTOR ....................................................................................................151 O AUTOR ..................................................................................................................................176 NOTA 1:..................................................................................................................................... 177 NOTA 2:..................................................................................................................................... 178
  • 5. 5 APRESENTAÇÃO O presente ensaio tem o propósito de trazer ao público em geral e, em particular aos alunos e aos colegas do Autor o breve entendimento que tem sobre tecnociência, e, ainda, do pensamento filosófico do Professor Àlvaro Vieira Pinto sobre “O Conceito de Tecnologia”. O Autor presta serviços à Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco – SECTEC que tem como vinculadas as seguintes organizações: ITEP, UPE, PORTO DIGITAL, PARQTEL, FACEPE, Espaço Ciência e o Território Estadual de Fernando de Noranha. É, também, professor das faculdades: Boa Viagem e São Miguel. Em nenhum momento o Autor das Reflexões sobre Tecnociência e das Anotações do livro “O Conceito de Tecnologia” teve a pretenção de seguir ou cumprir, na produção deste ensaio, as normas da ABNT e muito menos submetê-lo a uma revisão gramatical e ortográfica da língua portuguesa. Também, não procedeu qualquer revisão do conteúdo. Manteve seus textos escritos de forma espontânea e coloquial (como se tivesse fazendo uma palestra ou dando uma aula) na esperança de ser melhor inteligível ao leitor comum. Este trabalho será disponibilizado no site www.geraldoaguiar.com.br para compartilhamento com aqueles que se dignarem em apreciá-lo no todo ou em partes e, também, proceder suas críticas e sugestões. Vale informar que as presentes Reflexões sobre Tecnociência, e as Anotações, agora apresentadas, são, ainda, uma continuação do trabalho intitulado “Apontamentos sobre Consciência e Realidade Nacional de Ávaro Vieira Pinto”. O livro em dois volumes de “Consciência e Realidade Nacional” sobre o qual se processou os Apontamentos foi produzido pelo grande cientista, pensador e professor quando era Diretor do Instituto Superior de Estudos Brasileiros – ISEB do Ministério da Educação e Cultura extinto pelos militares em abril de 1964. Os Apontamentos da obra do filosofo Alvaro Vieira Pinto já se encontram disponíveis para o público da INTERNET no site www.geraldoaguir.com.br Tanto as Reflexões quanto as Anotações são fiéis ao propósito do livro “O Conceito de Tecnologia” e, tem a pretenção de ser uma sintese da dita obra de forma a contribuir ao conhecimento que se tem sobre o assunto. As Reflexões refletem o texto que o Autor produziu para a SECTEC sobre “Tecnociência, Sociedade e Meio Ambiente” e as Anotações foram elaboradas seguindo fielmente as: partes, capítulos e tópicos correspondentes a obra de Álvaro Vieira Pinto “O Conceito de Tecnologia”.
  • 6. 6 A linguagem utilizada pelo Autor é simples e direta, porque é do cotidiano daqueles envolvidos com estudos e pesquisa cientifica, mas também, porque expressa a singeleza de simples Reflexões, Anotações e Apontamentos e não a de um livro texto acadêmico clássico. Já as transcrições do livro de Álvaro Vieira Pinto estão apresentadas entre as aspas que se encontram nos períodos dos textos. Com esse mínimo de informação espera-se estimular o público alvo às leituras mais profundas, e quem sabe, colaborar para a ampliação do debate e da consciência crítica sobre esses importantes assuntos entre aqueles que produzem, ensinam, divulgam e utiliza o conhecimento científico e tecnológico inclusive o público leigo em geral. A clientela alvo é como já se disse a de estudantes e profissionais que lidam com tecnologia. Com um pouco de boa vontade, se incluí aqueles estudantes e profissionais das áreas de: Ciências Humanas, Ciências Biológicas e Ciências Exatas na medida em que a abordagem é transdisciplinar. Em verdade, uns números cada vez maiores, de estudantes e profissionais de diferentes áreas, percebem que, sem um conhecimento básico na temática da tecnociência, além de não terem oportunidade de contribuir para o desenvolvimento dos conhecimentos: científico e tecnológico sentem-se prejudicados na qualidade de sua labuta diária. Além disso, adquirem a consciência de que é uma condição sine qua non, para tornar-se um bom profissional, conhecer a linguagem técnica e científica seus métodos e, principalmente, entendê-la e criticá-la. Claro está que aqueles leitores que tiverem acesso e procederem à leitura ou o estudo de “O Conceito de Tecnologia” certamente, ao condicionarem seu ponto de vista, descobrirão textos que necessariamente deveriam ser anotados e farão interpretações mais ricas e profícuas que as apresentadas aqui pelo Autor das Anotações que limitou e condicionou seu ponto de vista às suas atividades profissionais na SECTEC e aulas nas faculdades (FBV e São Miguel) e fica na esperança de receber críticas e sugestões dos leitores no e-mail gmaguiar@yahoo.com.br
  • 7. 7 I. REFLEXÕES SOBRE TECNOCIÊNCIA É sabido que em ciência, tecnologia, inovação, planejamento, coordenação, supervisão e administração de atividades nas sociedades causam dissonâncias, transtornos e desconfortos em níveis dos setores: público e privado, governos e de classes sociais em permanentes lutas de interesses desde sua formação até os dias de hoje no modo de produção capitalista. Haja vista o uso de epítetos ideológicos como são exemplos a chamada “era tecnológica”, aplicada à sociedade contemporânea como se fosse à única fase revolucionária da tecnociência e “tecno- estrutura” às corporações. A candura de tais conceitos é uma negação da história da humanização do animal Homo sapiens sapiens em toda seu processo de hominização e evolução até aos dias atuais. Esses epítetos “era tecnológica” e “tecno-estrutura” passam a ter características dominantes e ideológicas após a REVOLUÇÃO MUNDIAL DE 1968-1970 quando emerge o processo de globalização do capital, simultaneamente, com a virada cibernética (ciberespaço), a biotecnologia, a robótica e a nanotecnologia, agora, amparadas pela física quântica e seus novos paradigmas. Como apêndice do processo da Revolução Mundial de 1968-1970 aconteceu, também, a mudança radical do código do modo de produção capitalista que na sociedade industrial era de: concentração, centralização, padronização, sincronização e maximização e passou a ser com a chamada “virada cibernética”, na sociedade em rede, a seguinte: Interatividade constituída de vasta rede de aparelhos eletrônicos interativos onde é deslocado o poder das redes de televisão para os usuários na medida em que estes podem modificar as imagens com total liberdade e, portanto, atenuar ou erradicar a passividade do telespectador. Está imbricada ao desenvolvimento da telemática e informática, principalmente via telefones celulares Mobilidade característica da comunicação em linha imediata de qualquer lugar para qualquer parte do planeta ou situação de trânsito ou lugar fixo. O imediatismo da comunicação móvel ou fixa, inserta nesta categoria, permite a efetividade da conversão ou transferência de informação de um meio para outro instantaneamente
  • 8. 8 Conversibilidade ou conectividade é a capacidade de transformar a mobilidade de um sistema de aparelho para outro independentemente de uma marca ou país de origem. A conversibilidade é, também, um elo fundamental da rede interativa e de sua mobilidade Ubiqüidade consiste na sistemática disseminação dos sistemas de comunicação em rede pelo mundo e por todas as classes e estratos sociais dos países hegemônicos e periféricos. Esta categoria é responsável, hoje, pela divisão da população mundial em "inforrica e infopobre”, ou seja, de inclusão/exclusão digital Globalidade/mundialidade aponta para as ilações de troca onde se explicitam os fenômenos políticos de mundialização versus fragmentação. Também, dá-se o processo sócio-econômico de exclusão versus inclusão, ou a criação de um sistema mundo onde, ainda, não se visualiza o novo rumo do existente modo de produção capitalista ou de sua possível superação ou negação histórica, por outro modo de produção que não se sabe qual é. Nesse processo revolucionário os atores principais da sociedade deixam de serem os estados nacionais que passam a se submeter ao poder e controle das grandes corporações transnacionais que os capturam e induzem tal ideologia no sistema mundo do capitalismo. Dentro dessa perspectiva fluem, também, os conflitos entre os estados ricos contra os estados pobres sob a hegemonia, manipulação e controle das ditas corporações. Claro que, o processo, gera o conflito Norte x Sul explícito, nos fóruns: Econômico Mundial (Davos) versus Social Mundial (Porto Alegre que se reúna cada ano em um continente diferente) na mesma data em que se realiza o de Davos. É notório, também, que o modo de produção capitalista globalizado passa, hoje, por uma crise sistêmica que pode levá-lo ao desespero apocalíptico ou abortar a perversidade de seu metabolismo hedonístico de lucro e poder submetendo o poder das corporações aos estados globalizados em blocos de integração recuperando ou criando uma nova forma de convivência social que passa longe da destruição da natureza humana na sociedade conformando novos avanços da tecnociência e da cibernética (agora induzida pelo sistema nervoso central dos humanos e não mais como prolongamento de seu corpo) e que se discute nesse ensaio.
  • 9. 9 O Ministério da Ciência e Tecnologia e as secretarias de ciência, tecnologia e inovação dos estados brasileiros, têm na sua concepção (por indução do Governo Federal) a missão de articular e apoiar o sistema de CT&I, para o desenvolvimento tecnológico, econômico, social e ambiental visando promover a igualdade de oportunidades para todos a partir de um pensamento muita das vezes ingênuo (oriundo do neocolonialismo) e, também, de uma postura linear que acreditam ser crítica. Sua visão está acoplada ao sistema nacional e estadual de CT&I e integrada às corporações transnacionais e empresas inovadoras e competitivas distribuídas no território nacional e demandantes de mão de obra local qualificada, com melhor padrão de vida para a população. A preocupação máxima neste ensaio é o propósito de inserir em um debate lógico, sistêmico e holístico aquilo que foi tratado no trabalho realizado para a SECTEC tratando de: TECNOCIÊNCIA, SOCIEDADE e MEIO AMBIENTE como reflexo da Revolução Mundial de 1968/1970 (cujo início se deu com os acontecimentos da primeira e segunda guerra mundiais) e gestada na chamada Guerra Fria. Note-se que aquela Revolução, em muito modificou o metabolismo do capital frente aos processos de trabalho. Até esse acontecimento todo o movimento dos proletários ou trabalhadores era dirigido contra o capital e o capitalista, isto é, “guerra” dos pobres contra os ricos através dos sindicatos e outras organizações e movimentos reivindicatórios de trabalhadores. Já no período pós-revolucionário 1968-1970 tudo se inverte, ou seja, a “guerra” passa a ser dos ricos contra os pobres refletindo-se no fato de milhões de trabalhadores ou proletários implorarem aos capitalistas, estados e ao capital para lhes explorarem através de um emprego ou ocupação e eles solenemente ignoram ou fazem ouvidos de surdo-mudo sobre essas reivindicações em completo e perverso hedonismo econômico-social. Foram nos anos 68-70, do século passado, que teve início no planeta aquilo que se convencionou chamar de “virada cibernética” que imprime às forças produtivas, às relações de produção e à superestrutura noológica do modo de produção capitalista um salto qualitativo com tendências a negá-lo e apontar sua substituição por um novo modo de produção que não se sabe se será pior, ou melhor, que o atual. Este novo modo de produção, ainda, muito nebuloso, focado para além da antroposfera (psicosfera, sócioesfera e noosfera) leva e traduz a informação conceituada como “a diferença que faz a diferença” (Gregory Bateson citado por Laymert) é totalmente, voltado para interesses hedonísticos imbricados ao
  • 10. 10 metabolismo do capital. É notório que toda biosfera passa, também, a ser matéria-prima para atender o metabolismo do capital pelo seu potencial de informações (gene e DNA) para novas tecnologias. Hoje, a plutocracia que administra as corporações e se apropriarem dos estados nacionais sabe que a riqueza maior existente no planeta é o acesso tecnológico e a apropriação das informações dos genes, RNA e DNA e digital que fazem a grande diferença no sistema mundo do capitalismo que se encontra momentaneamente em crise sistêmica. A informação e a comunicação se transformaram em mercadorias e, por isso, são hoje por demais desperdiçadas e apropriadas. Em contraponto a essa lógica do capital Maria Rita Kehl, diferentemente de Bateson, pensa que “a informação, no sentido dos bites de informação, nessa lógica do: 1+1+1+1,... ad infinitum, não produz diferença, mas indiferenciação. Ou seja, na lógica do acréscimo de informação na cadeia sem que seja reformulá-la toda”. (Revolução Tecnológica Internet e Socialismo, Câmara Brasileira do Livro, 2003, p. 37) Essa narrativa leva a se ter necessidade de imbricar as estratégias, políticas e ações a busca de informação, da criação e do desenvolvimento de banco de dados genéticos da flora e da fauna dos biomas existentes nos estados brasileiros através de universidades públicas e privadas e outras instituições científicas. Nos bancos genéticos de dados cabem, também, peixes, moluscos, crustáceos, algas, insetos, fungos, liquens e outros seres vivos. Em outras palavras “a virada cibernética”, quando associa o capital à informação e ao conhecimento, adiciona às forças motrizes do capital (lucro e poder) uma nova qualidade a sua fonte de informação e poder que é o genoma e o DNA de tudo que é vivo (através da biologia molecular e da biotecnologia) para o processo de incessante acumulação de capital. Isso se dá nos sistemas produtivos e de circulação de mercadorias e uso dos novos materiais, oriundos daquilo que existe na natureza bruta, agora, transformados em mercadorias via inovação tecnológica química, física, nanotecnologia, ciberespacial e outras técnicas doando ao recurso natural absoluta infinitude contrariando o pensar ingênuo daqueles que apregoam que a natureza do planeta está sobre utilizada pelos humanos. Acelera-se, o fetiche dos recursos naturais como mercadoria a partir dos valores: de uso, de troca e de desenvolvimento do processo de trabalho no desenvolvimento das forças produtivas, suas correspondentes relações de produção e sua superestrutura noosférica ou noológica.
  • 11. 11 A tecnociência como segmento da revolução do saber na sociedade da informação e do conhecimento (conforme se mostra no ensaio supra dito) deve, provavelmente, adotar em muitos casos, o conceito de Gregory Bateson sobre informação, ou seja: “a diferença que faz a diferença” para cumprir sua missão dialética, didática e coordenadora das Políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação. A essência da técnica em tal processo (no dizer de Álvaro Vieira Pinto) lhe são conferidas pela acumulação qualitativa do trabalho humano em termos de resolver suas contradições com a natureza e o cosmo que, como sabemos não é dotada da capacidade de doar sentido salvo pela hominização do animal Homo sapiens sapiens, por ela criado, em seu processo de evolução na biosfera. É o fazer bem e o fazer novo no propósito de se produzir, manejar, e se criar alguma coisa que dá conteúdo a técnica. Já a ciência pode ser entendida no seu sentido mais amplo, ou seja, referência a qualquer conhecimento ou prática sistemática dos humanos. Etimologicamente, o seu conceito vem do latim scientia cujo significado é conhecimento. Aqui se tratam das conveniências de se debater em conjunto ciência e tecnologia. A tecnociência quando associada ou aliada ao capital global através da informática de dominação ou da informática da libertação gera infinitos processos de: combinação, recombinação, regerenciação e reconfiguração de todas as matérias: viva e bruta existentes no planeta. Para estas Reflexões e Anotações se reproduz, em parte, aquele ensaio, com vistas ao debate sobre Tecnociência pretendido no documento supra citado produzido para a SECTEC (Secretaria de Ciência e Tecnologia), onde se recorreu a três importantes metodos científicos de análises: Cartesiano de Francis Bacon, Descartes, Adam Smith, Hume, Darwin, Newton, Liebnitz e outros cujos paradigmas estão sendo revisitados e revistos a partir da teoria da física quântica e das teorias da complexidade e do caos Materialista dialético de Karl Marx, Engels, Kautsky, Plekanov, Rosa Luxemburgo, Lukács, Meszáros, Álvaro Vieira Pinto e outros que dão cientificidade à lógica e ao método dialético Complexidade ou dialético-sistémico-holístico de Edgar Morin, Fritjof Capra, Michel Seres, Pedro Demo, Álvaro Vieira Pinto e outros.
  • 12. 12 Também, se buscou, em parte, às idéias de Jean Baudrillard, Laymert Garcia dos Santos que, mesmo sendo laicas e lógicas, tendem a uma visão fatalista, apocalítica e catastrófica da sociedade futura. No ensaio supramencionado sobre “Tecnociência, Sociedade e Meio Ambiente” o debate proposto continua vivo no presente trabalho. Para este propósito e informação ao leitor aquele ensaio foi dividido em oito capítulos sendo o primeiro uma Introdução semelhante a deste ítem. O segundo capítulo, daquele ensaio produzido para a SECTEC, tratou de colocar o leitor em contato com um conjunto de conceitos e reflexões que servem para um melhor entendimento da proposição do Autor e que, por isso, estão aqui incorporados. O capítulo terceiro estáva voltado para as forças produtivas, relações de produção e superestrutura noológica da tecnociência na sociedade. Procurava-se nele tratar da gênese das: tecnologias, ciências e sociedades. A aceleração total e a “virada cibernética” deram origens aos comentário sobre os relatórios: Nora-Minc, Lugano e à Declaração do Milênio elaborada pela ONU e nele comentadas. Também, aqui se reproduzem aquelas reflexôes. O quarto capitulo tratou dos enfoques e análises da tecnociência na sociedade contemporânea naquilo que diz respeito a: Processo de reconfiguração do trabalho na sociedade contemporânea Lógica neomalthussiana de extermínio dos pobres do mundo com ações militares da OTAN, Estados Unidos, Inglaterra, França e Canadá com o beneplácito da ONU e, também, do uso da biotecnologia com recombinações de germes, doenças e pragas para flagelar os pobres do mundo islâmico da Ásia e os negros da Africa Aliança do capital global com a tecnociência (“virada cibernética”) com vistas a dotar as coorporações capitalistas transnacionais de super poderes e exponenciação de seus lucros e suas externalizações ambientais a partir da grande produção de lixo (por elas apelidados nos estados nacionais de resíduos sólidos) e da poluição genética e sibernética que podem proporcionar ao meio ambiente A tecnização da vida, a vida artificial - Cyborgs e robôs “que já pensam” que tendem, aparentemente e ingenualmente, cada vez mais, a promover o
  • 13. 13 temido e falso “obsoletismo dos seres humanos” trabalhadores na sociedade, assim como, os processos de trabalho com o seu sucateamento. O capítulo quinto procurou trazer ao debate proposto a revolução cibernética- informacional-biológica-molecular-digital e seus efeitos na sociedade contemporânea. O próprio título do capítulo é um desafio no tocante a tecnociência e as ingenuidades explícitas pelo mundo hegemônico e de dominação. O capítulo sexto tratou da desconstrução da: ideologia do desenvolimento- subdesenvolvimento, envolvendo: a natureza humana, a humanidade natural, a “obsolescência do humano”, a população de não-pessoas sociais segundo o pensar cândido, o reconhecimento e mudanças na antroposfera e de suas componentes: psicoesfera, socioesfera e noosfera. O sétimo capítulo fez referências a apropriação do futuro através dos sete fios de análises elaborados por Jeremy Rifkyn em seu livro “O Século da Biotecnológia” (São Paulo, Makron Books, 1999). O capitulo oitavo, remeteu o leitor a debater a doutrina/ideologica do ambientalismo (A questão ambiental vista pelo Prof. Vantuil Barroso) via tecnociência com base na falsa e ilusória destruição antropocêntrica do ambiente ou da natureza a partir do chamado efeito estufa, buraco de ozônio e outras fraudes sob o beneplácito e propaganda do IPCC da ONU. Coloca-se, hoje, essas fraudes ou doutrina/ideológica como tábula rasa da salvação terrestre com alianças e subsídios das religiões abraâmicas monoteistas (judaismo, cristianismo e islamismo) que propulgam a salvação celeste. Essa doutrina/ideologica do ambientalismo macula a antroposfera e todos seus componentes dialéticos (psicosfera, socioesfera e noosfera). O grande poder dessa nova doutrina/ideologia está nos financiamentos, dos seus propósitos, por parte do Clube de Roma, Clube de Paris e do CFR (Council on Foreig Relations) através de ONG e grandes corporações transnacionais podendo levar, no campo noológico da humanidade, a horrores piores, dos já vistos no nazismo e no estalinismo. Tudo isso, hoje, a partir da vulgarizada “virada cibernética” naquilo que se volta e se imbrica a “lógica de extermínio” dos pobres implícita e explícita no Relatório Lugano.
  • 14. 14 II. SINOPSES DAS REFLEXÕES SOBRE TECNOCIÊNCIA A luz do tema proposto, neste e naquele ensaio, se desenvolve e se conecta, entre si, os conceitos e as reflexões dos seguintes tópicos ou epítetos imbricados a tecnociência: 1. Conhecimentos: reflexivos e prospectivos. São atributos únicos dos humanos, são os pontos ou referências que diferenciam o ser humano da sua natureza animal na qual está inserto. É a razão e a essência do conhecimento humano reflexivo/prospectivo e noológicos, que só o gênero Homo possui, na medida em que é o único ser vivo que projeta sua ação com vistas à resolução de suas contradições com a natureza e entre si na sociedade. Sua essência no processo de humanização está nas seguintes virtualidades ou virtualizações imbricadas à cultura: Linguagem Técnica Sociedade (violência, contrato social) Arte. Estas virtualizações são os elementos essenciais que conformaram e, ainda, conformam os processos de evolução e hominização do gênero animal Homo sapiens sapiens desde sua gênese evolutiva dos Australopitecos até aos nossos dias. 2. Conexões dialéticas e sistêmicas na antroposfera (psicosfera, sócioesfera e noosfera). São essas categorias da antroposfera que dotam os humanos de consciência crítica e raciocínio complexo do conhecimento do real e do virtual. Entende-se que o virtual tem como negação dialética o atual. É a atualização que se opõe ou se torna o antônimo da virtualização no real/realidade. Segundo Engels a dialética é a "grande idéia fundamental segundo a qual o mundo não deve ser considerado como um complexo de coisas acabadas, mas como um complexo de processos em que as coisas, na aparência estavam, do mesmo modo que os seus reflexos intelectuais no nosso cérebro, as idéias, passam por uma mudança ininterrupta de devir e decadência, em que finalmente, apesar de todos os insucessos aparentes e retrocessos momentâneos, um desenvolvimento progressivo acaba por se fazer hoje". Para a dialética, as coisas não são analisadas na qualidade de objetos fixos, mas em movimento: nenhuma coisa está "acabada", encontrando-se sempre em vias de se transformar, desenvolver, emergir e evoluir. Segundo ela, o fim de um processo é sempre o começo de outro. São quatro as leis da dialética:
  • 15. 15 Ação recíproca, unidade polar ou "tudo se relaciona" Mudança dialética, negação, negação da negação ou "tudo se transforma" Passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa Interpenetração dos contrários, contradição ou luta dos contrários Ordem, desordem e organização simultâneas e recíprocas. Por suas leis a dialética afirmam que as coisas não existem isoladas, destacadas uma das outras e independentes, mas como um todo unido, coerente e em conexões recíprocas. 3. Sociedade (forças produtivas, relações de produção e superestrutura noológica). A sociedade é o ponto de partida para apreensão da tecnociência e da vida social humana em toda sua complexidade. A tecnociência é parte da superestrutura da sociedade, portanto, pode ser vista, ainda, como ideologia e está inserida na noologia. No dizer de Álvaro Vieira Pinto em sua obra “O Conceito de Tecnologia” (Rio de Janeiro, Contraponto, 2005, 2 volumes, 1.328 p.) “a técnica, de qualquer tipo, constitui uma propriedade inerente à ação humana sobre o mundo e exprime por essência a qualidade do homem, o único ser vivo, em todo o processo biológico, que se apodera subjetivamente das conexões lógicas existentes entre os corpos e os fatos da realidade e as transfere, por invenção e construção para outros corpos, as máquinas. Graças a elas altera a natureza, com uma espacialidade de ação imediatamente superior à que caberia aos seus instrumentos inatos, os membros de que é dotado. Pela faculdade tecnicopoética, identificada à invenção da máquina, o homem se afirma como ser pensante não em caráter abstrato, mas porque pensa segundo as leis da realidade. Superpõe-se definitivamente aos animais brutos, incapazes de tornarem sua a racionalidade a que obedecem”. 4. Informação. Segundo o pensar de Gregory Bateson, a informação é, “a diferença que faz a diferença”, portanto, pode levar a total mudança no metabolismo da vida e do capital, naquilo que toca as suas forças motrizes, lucro e poder. Também, da compreensão da sociedade contemporânea a partir da “virada cibernética” entendida esta não como parte da ideologia que prega a chamada “era tecnológica” como apologia do sistema mundo capitalista e sua rapacidade através das corporações, via tecnociência sobre os povos do planeta desapropriados dos fabulosos engenhos cibernéticos e robóticos atuais. Outrossim, de um modo geral, segundo reza a Wikipédia, “Informação é o resultado do processamento, manipulação e organização de dados, de tal forma que represente uma modificação (quantitativa ou qualitativa) no conhecimento do sistema (pessoa, animal ou máquina) que a
  • 16. 16 recebe. Informação enquanto conceito carrega uma diversidade de significados, do uso quotidiano ao técnico. Genericamente, o conceito de informação está intimamente ligado às noções de restrição, comunicação, controle, dados, forma, instrução, conhecimento, significado, estímulo, padrão, percepção e representação de conhecimento”. No que se refere à comunicação humana a Wikipédia conceitua a como um processo que envolve a troca de informações, e utiliza os sistemas simbólicos como suporte para este fim. Está envolvida neste processo uma infinidade de maneiras de se comunicar: duas pessoas tendo uma conversa face-a-face, ou através de gestos com as mãos, mensagens enviadas utilizando a rede global de telecomunicações, a fala, a escrita que permitem interagir com as outras pessoas e efetuar algum tipo de troca informacional. No processo de comunicação em que está envolvido algum tipo de aparato técnico que intermédia os locutores, diz-se que há uma comunicação mediada. O estudo da Comunicação é amplo e sua aplicação é ainda maior. Para a Semiótica, o ato de comunicar é a materialização do pensamento/sentimento em signos conhecidos pelas partes envolvidas. Estes símbolos são então transmitidos e reinterpretados pelo receptor. Hoje, é interessante pensar também em novos processos de comunicação, que englobam as redes colaborativas e os sistemas híbridos, que combinam comunicação de massa, comunicação pessoal e comunicação horizontal. O termo comunicação também é usado no sentido de transportes (por exemplo, a comunicação entre duas cidades através de trens). Comunicação via mídias (falada, escrita, televisiva e INTERNET), e ciberespaço são as forças motrizes da “virada cibernética” para o processo de acumulação incessante do capital e manipular a sociedade não somente pela formação de opinião, mas, principalmente, pelo entretenimento e propagandas subliminares, largamente usadas pelas corporações transnacionais. 5. Fetichismos dos recursos naturais. A partir de novos materiais, que os tornam infinitos como são as necessidades humanas. Esse fetichismo leva as pessoas não somente a ilusões e delírios à noosfera, mas também, às chantagens e fraudes ideológicas (neomalthussianas via neoliberalismo) que primam em dizer que o planeta está sobre utilizado e que não há lugar para os pobres que devem ser evitados (em sua gestação) ou exterminados quando a ela sobrevivem. Haja vista o ressurgimento e adoção pelos estados nacionais de doutrinas ultra-reacionárias que pregam radical controle de natalidades (cognominada por Álvaro Vieira Pinto como complexo de Herodes) e o extermínio dos pobres como está explícito na estratégia do Relatório Lugano. O controle da natureza pelos entes humanos envolve as relações entre cultura e materialidade pelo processo de trabalho social que é histórico e,
  • 17. 17 portanto, dotado de sentido. O ser humano é a origem de finalidades na ação transformadora no planeta, isto é, da conversão do desconhecido em conhecido. A própria consciência humana é sabedora de que só da natureza pode emanar e advir os bens que lhe oferecerão a infinitude dos recursos naturais para uma vida humanizada feliz quando, ainda, se envolve em uma visão antro política no dizer de Morin. Esta é mediada pela sociedade a que os humanos pertencem. Isto os obriga a se envolverem na trama das contradições dialéticas de ordem intra e inter-humanas nos diferentes conflitos sejam eles: culturais, de classes sociais, religiosos, raciais, étnicos, tribos, nações, etc. por um objetivo mediato a transformação da sociedade e a humanização da existência que acontece pelo seu papel político. A antro política (Morin) ou possibilidades de ações criativas representa o discurso de articulação e de inclusão da inclusão social usando-se a tecnociência contemporânea ou os saberes: científicos, tecnológicos, políticos e sociais configurados na não classe no dizer de André Gorz em “Adeus ao Proletariado para além do Socialismo” (Rio de Janeiro, Forense-Universitária, 1987) 6. A Natureza humana. Esta se fundamenta na existência dos humanos na biosfera com seus respectivos prolongamentos no reino da antroposfera, (Morin) ou ainda, como “conjunto de características descritas pela filosofia, incluindo formas de agir e pensar, que todos os seres humanos têm em comum” (Wikipédia). A esse respeito comenta Alvaro Vieira Pinto “os animais inferiores não produzem. A natureza produz para eles tudo quanto necessitam. (...) No homem, cessou o patrocínio direto da natureza. O animal humano foi dotado do recurso de que necessita para resolver por si as suas contradições com o meio. Tal recurso foi a posse de um sistema nervoso suficientemente desenvolvido para elaborar na forma de idéias abstratas e universais, o reflexo da realidade, tornando-se capaz de comandar a produção dos meios de vencer as dificuldades. (...) A fórmula que a natureza encontrou para realizar o tipo qualitativamente superior de animal, que é o homem, foi investí-lo da função de produtor.(...) Somente o homem é um animal que produz. Neste atributo encerra-se a essência de sua realidade” (Contra-capa do livro “O Conceito de Tecnologia”. V. I, Rio de Janeiro, Contraponto, 2005). 7. Humanidade natural. Explicita-se como atributo da evolução do gênero animal Homo sapiens sapiens na terra e que se diferencia de entes humanos já extintos e dos (futuros) geneticamente modificados ou recombinados pela biotecnologia e pela robótica que venham a existir como evolução natural da técnica. Vale se refletir sobre o paradoxo existente na cultura dos indígenas da América Latina e, especialmente do Brasil, quando na sua cultura afirmam
  • 18. 18 existir: uma cultura muitas naturezas em contraponto ao ponto-de-vista ocidental da existência de uma natureza e muitas culturas. Este paradoxo convida o leitor a um novo enfoque para análise do processo de ocidentalização do mundo frente à humanidade natural. Ver a história dos maias, astecas e incas antes da sua destruição ou do seu extermínio pelos europeus colonizadores (espanhóis e ingleses) 8. Cibernética. Ciência da informação e da computação digital e responsável pela vulgarmente chamada “virada cibernética” a partir da Revolução Mundial de 1968-1970 que leva a humanidade à Revolução do Conhecimento e da Informação ou, ainda, à “Revolução Informacional-Bio-Molecular-Digital” que se encontra em plena infância em seu processo evolutivo nas sociedades humanas. O nascimento da cibernética como ciência, segundo a Wikipédia, está, no entanto, associado aos trabalhos de Norbert Wiener juntamente com outros investigadores (nomeadamente Arturo Rosenblueth professor na Universidade de Harvard), a quem o governo norte-americano, durante a segunda guerra mundial, incumbiu à tarefa de estudar a possibilidade de regular automaticamente o tiro da artilharia antiaérea. O objetivo era elaborar uma máquina capaz de localizar o avião, prever qual o caminho que seguia, e, por sua vez, prever as reações, simulações e estratégia do piloto. Foi na procura de uma resolução para o caso, que os investigadores se aperceberam da unidade essencial entre os problemas relacionados com a comunicação, controlo e mecânica estatística, quer na máquina quer no ser vivo. Em 1943 é publicado um artigo por Wiener, Rosenblueth e Bigelow que expõe a nova teoria, mas apenas quatro anos mais tarde a teoria é batizada por Norbert Wiener com o nome de cibernética. Consagra-se como tecnociência a partir dos anos 1968- 1970. Na tecnociência da cibernética insere-se a Informática da dominação e a informática da libertação na dualidade do seu uso na INTERNET ou ciberespaço nas sociedades humanas. A informática é uma das ramificações da ciência cibernética. Esta trata, também, da: automação, técnica dos computadores, teoria da informação, teoria dos sistemas, teoria matemática dos jogos, teoria dos algoritmos e da regulação 9. Inteligência artificial. Esta se dá a partir de uma robótica que candidamente se supõe que já pensa. Tal hipótese leva o pensar ingênua a induzir, cada vez mais, ao propalado “obsoletismo dos entes humanos” e a modificação de sua natureza na biosfera. Esta avaliação simplista da antroposfera (esfera da linguagem, tecnosfera, psicosfera, sócioesfera e noosfera) que são partes da biosfera em toda sua plenitude e que, em nada, nega o processo de sua evolução, mas pelo contrário, reafirma-o como um dado revolucionário na tecnociência. Já a
  • 19. 19 vida artificial, com vistas à criação ou invenção de Cyborgs, (Cybernetics Organisms) e, quiçá, de uma vida silícica proveniente da possibilidade de vir haver replicação ou autopoiese (tecnopoiese) de Nano Robôs quando usados em entes vivos de vida carbônica com replicações autocriativa em base silícica. Note-se que a nanotecnologia tem amplo uso na medicina humana e na veterinária. Realmente tal evento não é uma probabilidade, mas pode vir a ser uma possibilidade cujas conseqüências não se têm a mínima idéia de sentido para o bem ou para o mal de tal tecnologia ou mutação. Talvez, caso aconteça, seja útil para a conquista de outros astros celestes do sistema solar e outros ambientes terrestres inóspitos ou não, ainda, não conquistados pelos humanos. O próprio grafeno é, hoje, um novo material mais forte e flexível já demonstrado pela nanotecnologia e que consiste em uma folha de átomos de carbono densamente compactados em uma grade de duas dimensões com aplicações muito superiores ao do silício que revolucionou a cibernética. Tudo aponta que o grafeno venha, em muito substituir o silício nas suas aplicações cibernéticas, robóticas, medicinais e aeroespaciais. O grafeno valeu dois prêmios Nobel da física em 2010 ao cientista russo Konstanin Novoselov e ao cientista holandês, nascido na Rússia, Andre Geim 10. Obsolescência do humano. Esta falácia que se projeta pela velocidade das informações que tornam os seres humanos cada vez mais dependentes e “simbióticos” com as máquinas insertas na estratégia de aceleração total que teve início no nazismo e no estalinismo nos anos 30 e 50 do século XX. Esse conceito é de uma ingenuidade ímpar na medida em que é sabido que o sistema nervoso central dos humanos projeta a técnica como parte da essência da sua natureza humana que se realiza no processo de trabalho social. A falsa “simbiose entre ser humana-máquina”, sem a menor dúvida, aparentemente, em muito, se acelera em termos de mídia com as máquinas cibernéticas e robóticas no devir da evolução das sociedades humanas sem que, por isso, torne os entes humanos obsoletos em sua essência e criatividade com vistas as suas contradições com a natureza e seu controle sobre ela. Logo, não tem procedência científica à probabilidade e a possibilidade do ente humano se tornar obsoleto nas sociedades humanas. Uma análise heurística relativa à criação da técnica, da máquina ou ferramenta mais simples até a da técnica da máquina ou ferramenta mais complicada indica que toda e qualquer máquina/ferramenta produzida ou construída pelo ser humano constitui uma mediação entre ele e a natureza com o fim de estabelecer sobre a relação entre tal extrema outra relação de segundo grau, não percebida por muitos à primeira
  • 20. 20 vista, e, no entanto contendo a essência e a razão de ser da criação das máquinas, a saber, a ligação pelo vínculo do trabalho, entre um ser humano e os seus semelhantes. Esta é uma das razões de a cibernética ser sempre a tecnociência criada e aperfeiçoada pelos humanos para auxiliar, com as máquinas eletro-eletrônico e robôs, na qualidade da produção de artefatos, instrumentos e meios para solucionar dificuldades e problemas vividos pelos humanos. Lembre-se que as máquinas, por mais sofisticadas e complicadas que sejam jamais terão problemas pelo fato de não serem capazes de terem consciência e de doarem sentido. A sua própria existência constituir solução final de problemas humanos. Foram e serão sempre objetos do sujeito humano 11. Dimensão virtual da realidade versus dimensão da realidade virtual. A última é a INTERNET ou ciberespaço. O “software” que faz parte da primeira dimensão participa dos reinos dos animais, vegetais, seres inanimados e às máquinas. A dimensão da realidade virtual vê os seres vivos como um “software”, ou como um design no seu plano molecular ou elementos mínimos de informações genéticas e de DNA. Os Recursos genéticos e DNA como informação, em banco de dados digitais, na aliança capital global com tecnociência para maximização de lucro e poder nas grandes corporações transnacionais capitalistas, (hoje, detentoras dos estados nacionais, insertos ou não, nos megablocos econômicos de integração ou de livre comércio) são, sem dúvida, contemporaneamente, o capital mais importante. Mesmo com tal perspectiva e horizonte objetivo é, por demais improváveis que venham a ser um flagelo da técnica como preconizam os intelectuais e midiáticos detentores da consciência singela. Nada justifica que o ente humano venha pela tecnociência abdicar de continuar sua eterna luta de mitigar e resolver sua contradição fundamental com a natureza e o cosmo. Como Virtual (fenômeno com potencial ainda não realizado) pode e deve ser estudada a luz da Semiótica peirceana que se preocupa com os fenômenos do universo. Segundo Pierre Lévy em “O que é o Virtual?” (São Paulo, Editora 34, 1996) “o virtual não se opõe ao real, mas sim ao atual. Contrariamente ao possível, estático e já construído, o virtual é como o complexo problemático, o nó de tendências ou de forças que acompanham uma situação, um acontecimento, um objeto ou uma entidade qualquer, e que chama um processo de resolução: a atualização”. Note-se que é muito comum se ler ou ouvir afirmações do tipo apropriação do futuro e dimensão virtual da realidade com a tecnização da vida pela tecnociência e sua correspondente apropriação pelas corporações capitalistas que tomaram e controlam os
  • 21. 21 estados nacionais e o desenvolvimento técnico e científico no planeta. É comprovado que no processo de hominização do animal Homo sapiens o desenvolvimento da técnica sempre criou essa apropriação de futuro a partir da virtualização da realidade mesmo sem se ter consciência de sua atualização. 12. Mudanças climáticas. Este fenômeno é divulgado a partir da fraude do efeito estufa e da equivocada eliminação do gás da vida vegetal CO² (dióxido de carbono) que é o responsável através da fotossíntese pela produção de oxigênio que é o gás necessário a vida animal no planeta. Essa fraude visa esconder efeitos muito mais deletérios da questão climática que são as ondas eletromagnéticas Shumann desenvolvidas pelo Projeto Norte Americano HAARD, abreviação de “Hight Frequency Active Auroral Reseaarch Programm” (Programa Ativo de Alta Freqüência para a Pesquisa da Aurora Boreal), realizado em caráter secreto para fins bélicos. Ver detalhes no livro de Kurt G. Bluchel intitulado “A Fraude do Efeito-Estufa”. (São Paulo, PHL, 2008). Este Projeto, Norte Americano, é de alta periculosidade para o planeta e para a humanidade na medida em que se torna possível não somente provocar: terremotos, secas, tempestades, furacões e outras calamidades e desastres em determinados territórios, assim como, mudanças climáticas radicais em grandes e pequenas escalas. Ele é muito mais nocivo, catastrófico e pernicioso do que a badalada fraude do efeito estufa. O HAARD, sim é que deveria ser objeto de sérias preocupações da ONU, do campo religioso e dos estados nacionais como um todo. 13. Relatório Nora-Minc (INFORMÁTICA: QUAL SOCIEDADE?). Redigido por Simon Nora e Alain Minc, publicado em Le Nouvel Observateur, em 22 de maio de 1978, que mostra, já naquela época, a formação de uma sociedade profundamente diferente, “capaz de trazer o pior ou o melhor” da tecnociência cujo “novo desafio é o da incerteza: não há boas previsões, somente boas perguntas”. Já o Relatório Lugano é o libelo ou tratado da inviabilidade da população excluída no processo de globalização do capitalismo via Tecnociência. O Relatório Lugano foi publicado na França em 1999 e apresentado no Fórum Social Mundial de Porto Alegre em 2002. Nele se encontra toda a “lógica de extermínio” do processo da globalização segundo análise de Laymert Garcia dos Santos na apresentação que fez, ao dito Relatório, na edição em português analisado e apresentado com todo rigor crítico pela cientista Susan George e publicado em São Paulo pela Editora Boitempo, em 2002. Na prática o Relatório Lugano serve de Guia para as ações que Álvaro Vieira Pinto (Ver O Conceito de Tecnologia, v. I
  • 22. 22 p.504, Rio de Janeiro, Contraponto, 2005) apelidou de “Complexo de Herodes”. Segundo ele “a teoria e a prática do controle da natalidade, principal imposição atualmente feitos pelos centros imperialistas aos povos subdesenvolvidos e colonizados enquadram-se numa forma de concepção e de comportamento políticos a que julgamos caber, com justeza, o nome de “complexo de Herodes”. Escolhemos o nome em alusão ao mito bíblico da matança dos inocentes, porque nos parece resumir num conceito único, facilmente memorizável, o estado de espírito, a ética, os interesses e os procedimentos que movem a mentalidade e a ação dos dirigentes das nações hegemônicas e seus cúmplices nas regiões indefesas” (...) “A sentença política, que sob o esburacado véu de concentração científica, impõe a pena da imolação dos nascituros é ditada pela potência imperialista como punição pela culpa atual das populações pobres de se multiplicarem ‘excessivamente’, mas na verdade visa a servir de meio preventivo contra a proliferação de uma próxima geração de jovens reclamadores. O ‘complexo de Herodes’ define-se pelo horror aos recém-nascidos, à infância, de onde surgirão as multidões jovens cada vez mais numerosas e reivindicadoras de amanhã, as que pedirão contas às gerações adultas da forma de sociedade que organizaram para a mocidade”. 14. Revolução molecular-digital no processo de trabalho. Com reconfiguração e obsoletismo de muito dos processos de trabalho e doação de ênfase ao trabalho técnico- científico para inovação tecnológica com vistas à produtividade do trabalho e à intensidade de produção levam a competitividade e, em decorrência, ao hedonismo político-econômico das corporações. Ainda, aponta para “o fim dos empregos” segundo o “futurologista” norte americano Jeremy Rifkin (ver “O Fim dos Empregos”. São Paulo, Makron Books, 1995). Tal maneira de pensar, sem dúvida, reflete mais um sentimento que uma crítica a realidade social vigente no sistema mundo capitalista. Também, aparecem os epítetos de além do humano, transhumano e póshumano como conceitos de caracteres difusos, e cândidos oriundos das ciências: antropologia, psicologia, sociologia, biologia molecular e biotecnologia na tecnociência das sociedades. Na prática tais conceitos são estigmas da consciência ingênua numa tentativa de macular o conceito de técnica como parte da essência humana no processo de acumulação qualitativa do trabalho para resolver sua contradição básica com a natureza e o cosmo. Para isso, vem eternamente criando confusos epítetos e, ainda, as “eras tecnológicas” e não apenas a que, hoje, vivemos com o cognome, também, de “virada cibernética”. Agora, também, a nanotecnologia imbricada ao reino dos estudos do átomo representa uma das mais
  • 23. 23 revolucionárias tecnologias. É a capacidade potencial de se criar coisas a partir do menor, usando técnicas da ciência quântica. Está, em muito, associada a: medicina, eletrônica, ciência da computação, física, química, biologia, robótica e engenharia dos materiais 15. Apropriação da vida. Pelo sistema privado de propriedades intelectuais e de patenteamentos das criações e das descobertas científicas. Constitui-se, tal fato, na maior aberração jurídica internacional sobre a tecnociência sob a égide ou controle das corporações transnacionais capitalistas em seu domínio político-econômicas no planeta. Todo o aparato sistêmico de saques pela lei internacional de patentes é protegido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), pela ONU e, principalmente, pelo Departamento de Estado dos EUA, que de forma coercitiva faz valer as usurpações e a rapacidade das corporações sobre os países pobres do mundo. Hoje, a rapina se dá pela pirataria dos países hegemônicos sobre a biodiversidade dos países pobres via processos de transformações dos genes e do DNA da matéria viva nas grandes universidades e laboratórios dos países centricos por meio de: Combinação Recombinação Regenciação Reconfiguração 16. Sociedade pós-catastrófica. Oriunda da tecnociência desenvolvida no Século XX que levou a construção da bomba nuclear, testada na segunda guerra mundial (1945) em cidades japonesas e do atual processo de globalização do capital que leva a geração de populações das “não-pessoas sociais” e, ainda, de uma família cibernética sobre as cinzas da antiga e destruída família nuclear-compulsória-patriarcalista. Mesmo esse fato de destruição ou obliteração em massa da vida, pela bomba, não valida à necessidade de se desprezar ou de se abdicar da tecnologia nuclear que, também, aufere grandes benefícios para a humanidade, haja vista, que o flagelo da bomba foi um ato político do Presidente dos Estados Unidos e não daqueles cientistas que criaram a tecnologia que tem, hoje, alto valor para a humanidade. Mais do que nunca cresce a convição que as soluções para os problemas do mundo, brasileiros, nordestinos e locais demandam, cada vez mais, tecnociência, logo, não é com menos ciência e menos tecnologia que eles serão resolvidos. Outrossim, não escapa a consciência crítica de que a tecnociência não é um sinônimo de progresso e desenvolvimento ela pode ser tão nefasta e antiprogressista em seu uso na medida em que sua indução política
  • 24. 24 seja catastrófica ou nociva aos humanos ou tenha finalidades bélicas como almejam as corporações transnacionais e aparelhos de estado do mundo cêntrico, muito em particular pelo seu braço armado que é a OTAN. Os Estados Unidos tem veementemente ameaçado e chantageado o planeta com suas idéias e declaraçõe sobre: “ciberterrorismo”, “ciberataques”, “ciberdefesas” e “ciberguerras”. Também, é verdade que o desenvolvimento da tecnociência, inserto na antro política, desejada pelos humanos só será realidades a partir de muito mais ciência e muito mais tecnologias que as agora existentes. Como já foi dito a essência da técnica e da sua natureza de processo lhe é conferida pela acumulação qualitativa do trabalho humano. Segundo Álvaro Vieira Pinto a técnica é o fazer bem e o fazer novo no propósito de se produzir ou se manipular alguma coisa ou, ainda, de se transformar um bem livre em um bem econômico, particularmente, na eterna luta dos humanos para resolver a sua contradição fundamental com a natureza/cosmo. O primeiro (fazer bem) quando aprovado pelo consenso geral como vantajoso tende a resistir às inovações tecnológicas que visam melhorar seus resultados e, dessa forma, assume um caráter de inércia da técnica. Já o fazer novo (“know-how”) é sempre um caráter revolucionário de mudança por ser criativo e inventivo no processo tecnológico acumulativo da qualidade do processo de trabalho humano. Esse fato remete o leitor para entender e apreender ao que vem a ser a infinitude de todo e qualquer recurso natural em seu processo de transformação de bem livre para bem econômico mesmo quando se trata de novos materiais oriundos do desenvolvimento da tecnociência. Os novos materiais se contrapõem a toda e qualquer idéia de finitude e esgotamento de um recurso natural mesmo quando considerado não renovável como é o caso dos hidrocarbonatos. Não há justificativas na tecnociência para as afirmações correntes de que o planeta está sobre utilizado e saturado pelas atividades humanas. As leis da termodinâmica continuam em sua plenitude no planeta com referência a qualquer recurso natural tanto como bem livre quanto como bem econômico mesmo com todo seu fetiche na sua aparência e essência. Os órgãos técnicos e as universidades podem e devem se responsabilizar pela produção de novos materiais e banco de genes e patenteá-los. Em todo momento o desenvolvimento da tecnociência afeta o processo de trabalho humano existente e sobre ele deposita o modo novo inovador, inventivo e mais perfeito de fazer bem e de fazer novo. Essa sedimentação histórica do processo de trabalho distinto qualitativamente e superpostas como escamas e camadas, revelam a natureza de processo do
  • 25. 25 desenvolvimento científico e técnico que levam a infinitude de todo e qualquer recurso natural para atender infinitas necessidades humanas. Toda tecnociência revela-se por meios de ensaios de erros e acertos nos quais a imaginação dialoga com o real, até que, no curso desse confronto, tensão e contradição a inteligência pelo seu conhecimento prospectivo e reflexivo capta nova propriedade do real ou nova possibilidade de agir até então desconhecida. Dessa forma, a tecnociência altera os modos de: produzir, distribuir e consumir mercadorias, proporcionando outro nível de existência, política, ambiental, econômica e social dos humanos na antroposfera. A tecnociência é de natureza qualitativa, acumulativa e não apenas quantitativa para a obtenção e transformação indispensável de um bem livre em um bem econômico. A técnica é sempre a criação do novo a partir do velho ou antigo, é, pois, desenvolvimento, inovação, invenção e criação do novo. 17. Emergência. O conceito desse fenômeno é muito bem explicado por Edgar Morin em seu livro “A Natureza da Natureza” que constitui o primeiro volume de “O Método” apresentado ao público em seis volumes e editados, no Brasil, pela Sulina, Porto Alegre, 2005. Segundo aquele pensador o conceito de emergência está associado às teorias dos Sistemas Complexos e à Teoria do Caos. A emergência ocorre através do tempo como evolução do cérebro humano através de milhares de gerações sucessivas. A explicação desse fenômeno caracteriza o advento do pensar científico contemporâneo quando as explicações teológicas e teleológicas foram deixadas de lado. Segundo Morin “na idéia de emergência aparecem estreitamente ligadas às idéias de: Qualidade, propriedade, Produto, já que a emergência é produzida pela organização do sistema, Globalidade, já que ela é indissociável da unidade global, “Novidade, já que a emergência é uma qualidade nova com relação às qualidades anteriores dos elementos”. Segundo ele “qualidade, produto, globalidade, novidade são, portanto, noções que precisam estar ligadas para se compreender a emergência”. 18. Teoria do Caos. Essa teoria, também, é preocupação do pensador e cientista Edgar Morin que a vê como aquela teoria que para a física, a matemática, a geometria fractal e os atratores explicam o funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos. A essência do caos
  • 26. 26 descansa na dialética da desordem e ordem que a partir de interações leva a organização que, por sua vez, leva a ordem que induz a desordem e suas interações que provocam nova organização e, assim, ad infinito. Os cálculos matemáticos que envolvem a Teoria do Caos são utilizados para descrever e entender fenômenos climáticos ou meteorológicos, crescimento de populações, variações de ações nos mercados financeiros e movimentos de placas tectônicas entre muitos outros problemas de alta complexidade. Uma das bases principais da Teoria é o chamado “efeito borboleta” (teorizado pelo matemático Edward Lorenz em 1963) segundo o qual “o bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque”. Logo tudo está interado com tudo. Também, segundo Morin “é preciso se render a uma nova evidência. A gênese não cessou. Nós ainda estamos num universo que se dilata. Nós ainda estamos num universo em que se formam galáxias e sóis. Nós ainda estamos num universo que se desintrega e se organiza num mesmo movimento. Nós ainda estamos no começo de um universo que morre depois do seu nascimento”. Com referências as Teorias: dos Sistemas Complexos e do Caos aquele eminente pensador assegura que “assim, não apenas eu não excluo como eu pressinto que a visão do mundo deverá ainda se transformar e se relativizar. Como sempre, a mudança teórica virá da dialética entre descoberta surpreendente e uma nova maneira de conceber as evidências”. 19. Cibercultura. Esse fenômeno tem início com a Revolução Mundial de 1968 -1970 a partir das organizações em redes e a globalização do capital com as chamadas: “virada cibernética” e revolução feminista. Está voltada ao gerenciamento da INTERNET e aos agenciamentos sociais em rede das comunidades no espaço eletrônico virtual. Seu conceito descansa nas maneiras pelas quais se dão os relacionamentos: políticos, antropo-sociais, econômicos, culturais e filosóficos dos indivíduos conectados em rede de forma mundial. É consenso entre os estudiosos que a Cibercultura não seja apresentada como uma cultura pilotada pela tecnologia, mas pelos estabelecimentos de relações íntimas entre as novas formas de comunicações e como se apresentam as relações sociais de produção por meios digitalizados. A partir da caducidade ou do fim da família nuclear ou compulsória, induzida pela revolução feminista e advento das técnicas digitais, observa-se que está em gestação e desenvolvimento uma nova modalidade de família que talvez possa ser apelidada de “família cibernética” na medida em que, praticamente, as novas formas de educação e de convivências familiares se dão pela INTERNET através de computadores, telefones celulares e outros aparelhos eletrônicos cada vez mais aperfeiçoados. Embora as pessoas, principalmente
  • 27. 27 crianças e adolescentes, se apresentem aparentemente solitários e isolados com o manejo das máquinas cibernéticas digitais, no âmbito de suas residências familiares, elas se encontram de fato conectadas com o mundo consolidando esse fenômeno de Cibercultura que necessita ser bem avaliado pelas suas características positivas e negativas e de desajustes e ajustes em relação aos antigos hábitos culturais e familiares da já quase extinta família dita nuclear. 20. Entropia e negentropia. Etimologicamente a palavra entropia vem do grego no sentido de volta tendo como negação a negentropia ou a entropia negativa. Outrossim, entropia possui importantes significados como sejam: medida da incerteza existente ante um conjunto de mensagens das quais apenas só se recebe uma única. Está dialeticamente imbricada a negentropia, detalhadamente estudada e apresentada por Edgar Morin em “O Método” volume um “A natureza da Natureza” (Sulina. Porto Alegre, 2005). Na física é entendida como magnitude termodinâmica que mede a parte de energia não utilizável contida em um sistema, ou, ainda, a medida da desordem de um sistema. Morin quando analisa a informação a partir da entropia-negentropia é enfático em afirmar que informação não é fysis, não é massa, não é espírito é tautologicamente, informação. Vai além, dessa tautologia afirmando que não há vida sem informação e vice versa. A informação como fenômeno da vida está imbricada à termodinâmica pela entropia e a negentropia. Deduz-se, também, do raciocínio de Morin que a cibernética como nova ciência só pode ser entendida a partir do conceito de entropia e negentropia e dos turbilhões de reações químicas generativas da vida em um processo evolutivo pela autopoiese, simbiose e mutação. A síntese da informação encontra-se no RNA/DNA e no gene das células primevias da vida no planeta terra. 21. Lógicas: Formal e Dialética. Para o entendimento e apreensão dos assuntos tratados neste ensaio é imprescindível ao leitor um mínimo de conhecimento do que vem a ser as lógicas: formal e dialética. Costuma-se dizer, no cotidiano acadêmico e vulgar, que lógico é o estudo filosófico do raciocínio válido e científico. A lógica tem como objeto as formas que a argumentação pode tomar em caráter de validade ou de falácia. Em geral, a lógica se aplica a diferentes ramos de raciocínios e do saber como são exemplos as disciplinas: filosofia, matemática, semântica, cibernética, ética, ontologia ou metafísica, epistemologia e teoria da argumentação. A lógica se diferencia na analogia e na metafísica onde é conhecida e estudada como lógica formal ou simbólica quando faz inferência com o conteúdo puramente formal. A lógica, como formal, lida com a relação entre conceitos. Seu principal fundador foi o filósofo Aristóteles.
  • 28. 28 Na Grécia Antiga os gregos Heráclito de Efeso, Demócrito de Abdera, Zenon de Eléia, Sócrates e Platão fundaram, com seus raciocínios em diferentes etapas e estágios, uma lógica na base da contradição dialógica que, com o tempo e uso, passou a ser conhecida como lógica dialética. Esta se diferenciou como idealista no caso de Platão (Diálogos) e Hegel (Fenomenologia do Espírito) e materialista como em Engels (Dialética da Natureza), Marx (O Capital e Escritos Filosóficos), Morin (O método - em seis volumes) e muitos outro pensadores e ativistas revolucionários como Lenine, Mao Tse Tung, Rosa Luxemburg, etc. Por sua grande versatilidade de uso entre os diferentes pensadores dialéticos essa lógica passou a ser orientada por Leis configurando aquilo que se chama Método Dialético Marxista que adotou as seguintes leis da dialética: 1ª Lei: Negação da negação ou tudo se transforma 2ª Lei: Ação recíproca ou tudo se relaciona 3ª Lei: Interpenetração dos contrários, contradição ou luta dos contrários 4ª Lei: Passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa. Vale informar que todo o raciocínio dialético obedece, através das leis da dialética, o seguinte trivio: Tese – Antítese – Síntese. No Brasil os principais pensadores dialéticos foram: Caio Prado Júnior, Nelson Werneck Sodré, Leôncio Basbaun, Florestan Fernandes, Álvaro de Farias, Álvaro Vieira Pinto, Paulo Freire e outros contemporâneos. 22. Antroposfera. É a parte da biosfera naquilo que se refere à vida dos seres humanos e suas atividades no planeta. Por sua vez a antroposfera é constituída pelas virtualidades e virtualizações que se deram no processo de hominização do primata antropóide que deu origem ao Homo sapiens sapiens. Para melhor entendê-la é necessário conhecer suas componentes abaixo discriminadas e explicitadas: Esfera da linguagem e comunicação humana. Constitui essa esfera aquela que resulta da mutação, (segundo Chomsky) que levou à invenção e criação das linguagens: faladas, orais, escritas, vocais, verbais, simbólicas, mímicas, sinais, corporais, etc. que permitiram o animal primata antropóide (que viveu a perto de dois milhões) e do Homo sapiens (perto de 100.000 anos atrás) se humanizarem na medida em que substituía a comunicação e a aprendizagem da repetição, pela comunicação e aprendizagem via processo de cognição na
  • 29. 29 transmissão de informações. Esse fato contribuiu, para desenvolver os conhecimentos: reflexivos e prospectivos que diferenciaram os humanos das demais formas de vida existentes na biosfera. Sociosfera. Oriunda da necessidade daqueles animais, em processo de hominização, viverem, como requisito básico, em sociedade. É na sociosfera que tem origem a violência a partir do momento em que o animal da espécie Homo sapiens, passa a explorar outro inserto na criada propriedade privada cuja gênese foi à primeira divisão social do trabalho, ou seja, a invenção ou criação da agricultura concomitantemente com o processo do sedentarização humana na passagem do modo de produção do comunismo primitivo para o do escravista da antiguidade. Tecnosfera. É a habilidade e capacidade de os humanos poderem criar e inventar ferramentas, máquinas e instrumentos de trabalho para o controle da natureza com o propósito de resolver a sua contradição fundamental ou básica com ela que se dá via processo de produção de bens para sua subsistência necessária e obrigatoriamente em sociedade. Psicosfera. É a capacidade de os seres humanos poderem criar: deuses, deusas, demônios, satanases, bruxas, mitos, fantasmas, tabus, totens, paraísos, purgatórios, céu, extraterrestres, papafigos, lobisomens, superheróis, sacis, caaporas, alienígenas, etc. Foi pela psicosfera que os humanos criaram e desenvolveu o campo religioso, (mono e politeísta), fato histórico muito importante e poderoso no processo civilizatório. Noosfera. Constitui a esfera das idéias. É também, conhecida como a “esfera do pensamento humano”. É objeto da ciência noologia, ou seja, aquela que tem como propósito o estudo das idéias. Estas esferas que constituem a antroposfera, sem dúvida alguma, quando a ela se conecta ou se acrescenta a arte tem-se aquilo que, com certeza, pode se chamar e se definir como cultura que, na natureza, é atributo único e exclusivo do ser humano. 23. Ideologia do politicamente correto. Esta ideologia deletéria teve sua gênese no campo religioso internacional, principalmente, pelos cristãos católicos romanos. É sem dúvia a ideologia que, hoje, sutilmente, mais serceia e reprime o direito e liberdade de expressão do
  • 30. 30 indivíduo na sociedade brasileira na medida em que criou severos dispositivos jurídico- institucionais para intimidar e punir todo e qualquer cidadão que, por motivos fúteis, pode ser processado, colocando-o sempre em autodefesa e autocensura. No Brasil essa ideologia está associada ao racismo, constrangimento pessoal, intolerância, homofobia, machismo, feminismo, pedofilia, regionalismo e outras formas que são julgadas juridicamente degradantes da dignidade humana. Sua maior nocividade, no campo político, econômico e social brasileiro, está na sua transferência de objetivo para tratar os coletivos humanos discriminados como pobres coitados ou, ainda, como coitadinhos que é o seu viés mais anacional, deletério, conservador e pernóstico. A forma pela qual institucionalmente rotula os pobres de coitadinhos essa ideologia é: mantenedora do status quo; reacionária; ultraconservadora e mistificadora. O fato de tratar os cidadãos excluídos das atividades econômico-sociais dos diferentes mercados brasileiros como pobres coitados, de forma institucionalizada, a ideologia do politicamente correto em seu viés de pobres coitados, faz abortar todo e qualquer projeto libertador das populações oprimidas e excluídas pelos processos: políticos, sociais, ambientais e tecnológicos capaz de libertá-los. Esta é, sem dúvida, a razão pela qual de em Pernambuco e no Nordeste a maioria absoluta dos grandes projetos econômico-sociais abortarem, fracassarem e estarem sempre vulneráveis à desenfreada corrupção dos plutocratas e cleptocratas que detém o parlamento, o judiciário e o executivo brasileiro em todos os níveis de poder: federal, estadual e municipal. Pelo seu generalizado uso a ideologia do politicamente correto/pobres coitados passou, também, a ter imbricado em si as variantes de: social, ambiental, cultural e tecnologicamente correto, e outras besteiradas. É valido chamar a atenção dos leitores que o tratamento dado aos nordestinos e aos nortistas de pobres coitados é profundamente, discriminatório, descabido e inaceitável na totalidade nacional. São exemplos de projetos falidos imbricados à ideologia dos Pobres Coitados aqueles financiados pelo BIRD e BID: TIRIRI; CATENDE/HARMONIA; POLONORDESTE; PRÓRURAL; PROMATA; CRÉDITO FUNDIÁRIO; DOM HELDER CÂMARA; PCPR; PRODUZIR para não se falar dos frustrados, desencontrados e descabidos projetos de colonização e reforma agrária do INCRA. Ao se conceituar Corrupção Política como sendo transferência de recursos do setor público para o setor privado vê-se que a maior corrupção política criada e institucionalizada no Estado Brasileiro teve origem no governo FHC que é as chamadas Ementas Parlamentares pelas
  • 31. 31 quais os parlamentares se apropriam dos recursos públicos para promoverem o maior arbítrio de política partidária à custa do erário público para se perpetuarem no poder.
  • 32. 32 III. AS ANOTAÇÕES DO LIVRO “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” DE ÁLVARO VIEIRA PINTO “A compreensão de uma obra complexa e criativa como a de Álvaro Vieira Pinto passa pelo exame e discussão de pelo menos cinco pontos: 1º) o da lógica interna das proposições do autor; 2º) o da ideologia; 3º) o de algumas idéias vigentes na Europa nas décadas 1910 e1920; 4º) o da nossa história a partir de fins do século passado; 5º) o da indagação das propostas de outros autores ou doutrinas, ligadas ao nacionalismo e anteriores a década de 1950. A consciência de tais itens poderá nos ajudar a compreender a política desse filósofo, sua teoria da educação, sua lógica, a teoria do conhecimento e a ontologia.” Jorge Roux
  • 33. 33 ÁLVARO VIEIRA PINTO NASCEU EM CAMPOS em 11 de novembro de 1909 e FALECEU no RIO DE JANEIRO em 11 de junho de 1987. MÉDICO, MATEMÁTICO, POLIGLOTA E FILÓSOFO. PROFESSOR CATEDRÁTICO DA UNIVERSIDADE DO BRASIL (HOJE, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ). EX-DIRETOR E PROFESSOR D0 ISEB (INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS BRASILEIROS) DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA (INCENDIADO PELOS MILITARES NO GOLPE DE ABRIL DE 1964). AUTOR DOS SEGUINTES LIVROS: CONSCIÊNIA E REALIDADE NACIONAL. DOIS VOLUMES, 1.077P. CIÊNCIA E EXISTÊNCIA SETE LIÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO DE ADUTOS O CONCEITO DE TECNOLOGIA. DOIS VOLUMES, 1.328P. POR QUE OS RICOS NÃO FAZEM GREVE? IDEOLOGIA E DESENVOLVIMENTO NACIONAL A QUESTÃO DA UNIVERSIDADE A SOCIOLOGIA DOS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS NOTA Recomendam-se aos leitores das presentes ANOTAÇÕES as leituras: da Nota do Editor e, principalmente a Introdução do Livro intitulada ”O quarto quadrante do círculo de Álvaro Vieira Pinto” produzida por Marcos Cezar de Freitas Professor da PUC-SP e Pesquisador do CNPq. Nos dois volumes do livro “O CONCEITO DE TECNOLOGIA” o plano de trabalho de ÁLVARO VIEIRA PINTO é constituído de quatro partes com 16 capítulos que serão neste ensaio objetos de reflexões, Anotações e contextualizações de forma sinótica produzidas por Geraldo Medeiros de Aguiar. Os erros e imprecisões nas interpretações, contextualizações e compilações, encontradas nos textos dos capítulos, são de responsabilidade do Autor das Anotações. As compilações do pensamento do filósofo estão nos textos sempre reproduzidas em itálico.
  • 34. 34 VOLUME 1 Além da nota do Editor e da Introdução: O quarto quadrante do circuito de Álvaro Vieira Pinto, acima citadas, o volume 1 contém as partes I e II de “O Conceito de Tecnologia”
  • 35. 35 PARTE I – ANÁLISE DE ALGUMAS NOÇÕES FUNDAMENTAIS Essa parte do livro é constituída de quatro capítulos que remetem o leitor aos assuntos objetos dos capítulos I a IV da supracitada obra. Todos serão objetos das sinóticas Anotações a seguir apresentadas.
  • 36. 36 Capítulo I. EM FACE DA “ERA TECNOLOGIA” Neste capítulo o pensador, poliglota, cientista e filosofo Álvaro Vieira Pinto em seu livro “O Conceito de Tecnologia” desenvolve seu pensamento através de cinco tópicos sinoticamente apresentados pelo Autor dessas Anotações. 1. O homem maravilhado. Aqui o poliglota, conhecedor de grego antigo, inicialmente desconstrói o pensar hegemônico de intelectuais europeus na tradução de clássicos e tragédias gregas para justificar a ocidentalização do mundo e uma falsa crise onde “a natureza humana se substitui à natureza, ao mundo, como atual objeto de espanto, sem que disso os contemporâneos tenham clara noção” acrescentando, ainda, “que o verdadeiro criador das coisas é o homem, e não o mundo”. Demonstra com clareza Vieira Pinto, que “a atitude de maravilhar-se com a criação humana não é apenas histórica, mas tem fundamento na constituição da sociedade” como processo de humanização a partir da evolução dos primatas que lhe deram origem. Explica ele, neste tópico, que a atitude de maravilhar-se com o processo evolucionista e as criações dos seres humanos “não é apenas histórica, mas tem fundamento na constituição da sociedade”. 2. A “era tecnológica” como ideologia. Nesse tópico o filósofo mostra que esses raciocínios anestesiantes da ideologia das classes dominantes de endeusar o atual desenvolvimento tecnológico pelas corporações que controlam os países cêntricos, apenas buscam dois resultados: revestir tal ingenuidade com valor ético positivo e manejá-lo como instrumento para silenciar as manifestações da consciência política e crítica das nações subdesenvolvidas e emergentes com respeito ao seu desenvolvimento tecnológico. Politizando este fato ele desconstrói a falsa ciência denominada “futurologia” com a assertiva de não ser “possível prever o autêntico futuro sem reconhecer a possibilidade do surgimento do novo, do inesperado e do imprevisível, resultante das transformações qualitativas que deverão ocorrer no fluir da história”. Dessa forma ele ao aprofundar seu raciocínio crítico deixa claro e explícito a “era tecnológica” como simples e alienante ideologia das classes que detém o poder nos países hegemônicos. 3. O ponto de partida para a compreensão da técnica e da influência da mecanização do trabalho. O pensador nesse tópico liga a técnica ao processo de produção de forma a afirmar: “o que produz o que atualmente se produz é a estrutura econômica e política da sociedade”. O filosofo mostra, ainda, que “toda possibilidade do avanço tecnológico está ligada
  • 37. 37 ao processo de desenvolvimento das forças produtivas da sociedade, a principal das quais se cifra no trabalho humano”. Este é o ponto de partida para se entender e compreende a técnica e sua influência na mecanização do processo de trabalho. A apologia que as classes dominantes apregoam sobre a mecanização e automatizações do processo de trabalho as levam a propagar no mercado rótulos e epítetos ingênuos da ideologia da propalada “era tecnológica” tais como: ”o homem e a técnica”, “tecnologia e humanismo”, “a técnica inimiga do homem’, “poder avassalador da máquina”, “sociedade dirigida por cérebros eletrônicos” e outras mais. Com respeito à compreensão da técnica afirma que “o homem se vai realizando na progressiva conquista do conhecimento e nas ações técnicas pelas quais efetua o domínio da natureza”. Seu ponto de chegada talvez seja explícito no fato de “o novo de cada momento representa sem dúvida um novo diferente, distinto, possuindo caráter ímpar, do contrário não seria reconhecido, mas deve ter, contudo algo em comum com todos os outros ‘novos’ precedentes, justamente para ser percebido e conceituado como novo”. 4. A faculdade de projetar. Na introdução dessas anotações se falou do conhecimento reflexivo (indutor da consciência) e do conhecimento prospectivo (doador da faculdade de projetar). Explicitou-se, também, que são esses conhecimentos que diferenciam os seres humanos de todos os demais entes vivos do planeta. Somente os humanos são dotados desses conhecimentos que lhes permitem ter essa faculdade. No dizer do filósofo Álvaro Vieira Pinto os entes humanos são os únicos seres vivos que projetam o seu ser, “mediante o trabalho efetivo de transformações da sociedade material”. O projeto humano “é na verdade a característica peculiar, porque engendra no plano do pensamento, da solução humana do problema da relação do homem com o mundo físico e social”. 5. O conceito de produção e de “era tecnológica”. É sabido que os animais considerados inferiores aos humanos ou chamados de irracionais não produzem, por ser a natureza que produz para eles tudo quanto necessitam para viverem. Dependem totalmente do meio ambiente em que vivem para não perecerem. Já o animal Homo sapiens sapiens, humanizado em sua evolução, foi dotado pela natureza dos recursos que necessitava para resolver por si suas contradições com a natureza, com a ecologia e com os seus semelhantes em sociedade. Tais recursos resumem-se na “posse de um sistema nervoso suficientemente desenvolvido para elaborar, em forma de idéias abstratas e universais, o reflexo da realidade e capaz de comandar a produção, pelo indivíduo, dos meios de vencer as dificuldades opostas à satisfação de suas exigências”. Por esse atributo (serem
  • 38. 38 dotados de um telecéfalo altamente desenvolvido e complexo) os humanos destacam- se e se diferenciam frente ao “reino da animalidade inferior, que permanece estacionada no nível de seres consumidores do que encontram ao redor” na natureza. “Na oposição de consumidor e produtor está o caráter distintivo do salto qualitativo que gerou o homem, e lhe dá sentido pelo qual se define, tanto ele quanto seus atos.”. Esta é a razão de a técnica está presente por conceito e por definição em todo e qualquer ato humano seja no fazer bem ou no fazer novo. Todo e qualquer ato humano nesses aproximados trinta mil anos de história levou e levará diferentes “eras tecnológicas” desde o machado de pedra do paleolítico até as mais complicadas e sofisticadas máquinas cibernéticas, robóticas, biotecnológicas e nanotecnológicas. A natureza foi e será sempre em parte subjugada pelos humanos, enquanto estes se fizerem presentes no planeta mesmo no que pese a incomensurável violência da natureza no que toca às suas freqüentes turbulências. Ela só age por causa e efeito e jamais doa sentido aos fenômenos naturais, às coisas e à vida, por isso não tem problemas. O ente humano é o animal que se produz a si mesmo pelas suas criações tecnocientíficas que lhe são inerentes e, por isso, a história da técnica é evidentemente a história de todas as produções humanas nos seus processos: virtual e atual de humanização.
  • 39. 39 Capítulo II. O HOMEM E A MÁQUINA Na obra do cientista Álvaro Vieira Pinto, (“O Conceito de Tecnologia”) o presente capítulo é contextualizado em sete tópicos sobre os quais o Autor, destas Anotações procede as suas sinóticas e interpretações da seguinte maneira: 1. O fundamento da compreensão da máquina. Esse tópico visto criticamente pelo filosofo leva o leitor a entender que a máquina desde as mais simples ferramentas até os mais complicados artefatos ou máquinas automáticas, nanotecnológicas, cibernéticas, robóticas e biotecnológicas, não tem inicio em si mesmas, mas sim naquelas que as antecedem sejam elas: turbulentas, naturais e as criadas e produzidas pelos seres humanos. Por isso toda e qualquer máquina é o resultado de um longo processo de acumulação de conhecimentos reflexivos e prospectivos a respeito das propriedades dos corpos, dos materiais e dos fenômenos encontrados na natureza. Daí ser a evolução do maquinismo o resultado da evolução do ser humano que o constrói e que faz parte da linguagem usada no processo de trabalho principal fator do processo de hominização pela via da técnica inserta na sociedade que promove a cultura. Por isso é o ente humano o único ser vivo detentor de cultura e diferentes linguagens em estado social. A máquina, segundo Álvaro Vieira Pinto, “resume uma forma de ser do homem, um existencial, enquanto realização específica do homem, que nenhum animal é capaz de efetuar”. É ingênuo pensar que “desde a entrada na era dos autômatos e dos computadores eletrônicos ficou superada a reflexão sobre as máquinas simples, mecânicas, térmicas ou elétricas.” Como médico que foi aquele pensador afirma que o cérebro “é um órgão que se acha em pleno curso de desenvolvimento fisiológico seja com o aprendizado de idéias já constituídas conforme acontece com as crianças ou nos adultos que as recebem de outros, originais pelo pensador, matemático, físico ou técnico”. Segundo ele “na genealogia das máquinas o primeiro motor é o humano, e isso em duplo sentido: ideal porque elas surgem do projeto que só a constituição cerebral do homem é capaz de engendrar; e material, porque a energia do corpo humano constitui a primeira fonte de movimento a ser aplicado aos mais primitivos instrumentos e engenhos mecânicos. Mas as máquinas não se destinam à realização de trabalho para um indivíduo isolado. O projeto de criá-las só pode ter origem e sentido no seio de uma coletividade, de um grupo humano onde já vigoram relações normais de produção”. O mestre Álvaro Vieira Pinto conclui esse tópico dizendo que “o papel decisivo da máquina, tanto nas eras mais remotas quanto agora, consiste em modificar o sistema de relações de produção
  • 40. 40 do homem mediante a ampliação da rede de ligações com a natureza, dando-lhe a possibilidade de possuir formas de ação sobre os corpos e as forças naturais, formas que significam o aumento da capacidade de domínio do mundo circunstante. Essa alteração estabelece um melhor um relacionamento qualitativo do sistema nervoso do homem com a natureza”. Fica claro que nessas Anotações o Autor não leva em conta “as famílias das máquinas e o conceito genérico de máquinas”, tratados por Edgar Morin em “A natureza da Natureza” que constitui o volume um de “O Método” apresentado ao público mundial e brasileiro em seis volumes. 2. A evolução das máquinas e a libertação das energias humanas. É do conhecimento geral que a lei que rege o processo de hominização e o progresso da humanidade não consiste na diminuição, em valores absolutos, do processo de trabalho humano, mas sim na transferência dele para modalidades mais nobres e mais difíceis. Como consequência o aperfeiçoamento, cada vez maior, do maquinismo e, em geral, nas grandes transformações tecnológicas libertam as energias humanas e contribuem para a oferta de mais mercadorias e novos materiais até então inexistentes. A esse respeito o pensador Álvaro Vieira Pinto adverte que “é preciso compreender que esse aperfeiçoamento enquanto tal não é da máquina por si mesma, mas da consciência humana no conhecimento do mundo, refletindo-se na série progressiva das criações mecânicas”. E acrescenta ele: ”as máquinas, até as automáticas e as que poupam o trabalho intelectual, nada mais são do que modalidade de mediação, cujo destino não reside na posse individual, mas no uso social, que se instalará generalizadamente quando chegar a época na qual os instrumentos de produção retornarão á sua origem, a sociedade de todos os homens”. Entre os humanos e as máquinas, desde a mais simples a mais complicada, por eles criadas e inventadas no circuito de libertação de suas energias são indutoras das transformações dos engenhos que produzem melhor os bens econômicos que, por sua vez, recriarão os próprios entes humanos de modo a lhes darem condições mais convenientes para sua vida social mais evoluída. Todos os passos de libertação das energias humanas promovidos pela inovação tecnológica das máquinas conduzem a entregar a máquina o serviço da sociedade como um todo. É bom lembrar que a cibernética, na verdade sempre existiu nos computadores vivos (desde os seres unicelulares até aos mais complexos) e, mesmo nos artefatos com outros nomes. 3. O homem e o significado das máquinas “criadoras” e “pensantes”. Nesse tópico o filósofo dá inicio a desconstrução dos conceitos do pensar eurocêntrico sobre “máquinas criadoras” e de “máquinas pensantes” a partir das idéias de Von Neumann de ser construível
  • 41. 41 uma máquina capaz de produzir qualquer outra inclusive ela própria explicando que “tal máquina sempre existiu e esteve em ação, pois é o próprio sistema nervoso humano que criou as máquinas até agora conhecidas e se reproduz a si mesmo no processo genético da multiplicação de espécie”. Acrescenta o pensador “se algum dia se chegar a fabricar a máquina capaz de engendrar diretamente outra máquina, planejando-a e executando-a, ainda aqui estaremos em presença de uma obra humana, portentosa e admirável, sem dúvida, mas não diferente em essência das precedentes na linguagem tecnológica”. Sobre a ingenuidade de se falar e se reinficar os chamados ”cérebros eletrônicos” os apologéticos da cibernética esquecem que “o cérebro está em outro lugar, na cabeça dos inventores e construtores” e não na máquina depositária. Explica o filósofo “ocorreu no cérebro humano, no curso da evolução cultural, de modo que a outorga às máquinas a função de realizar mecânica e eletronicamente tais operações continua a ser um fato humano”... “pois foram fabricados com a missão explícitas de funcionarem melhor, em termos físicos de velocidade e precisão, do que o pensamento capaz de tê-los criado”. Segundo Vieira Pinto, “a máquina cibernética, para ser devidamente compreendida na essência, tem de ser conceituada na perspectiva do processo biológico de avanço e melhoria da função de comunicação entre indivíduos que se humanizaram e por isso são capazes de recorrer a formas de transmissão de informações independentes da presença física simultânea dos comunicadores. A máquina cibernética manifesta apenas a etapa atual do avanço das exigências da comunicação social”. Epistemologicamente, as máquinas são objetos que não trabalham na medida em que por definição o processo de trabalho significa um atributo exclusivo do ser humano. O delírio de se atribuir às máquinas os processos de: trabalho, pensar e ter problemas encobre e escamoteia o fato de quando o ente humano põe a máquina a funcionar quem efetivamente está trabalhando é ele. “Se a base do pensamento reside numa forma extremamente complexa do movimento da organização biológica da matéria, a realização dele só tem lugar em condições sociais”. 4. A base social da máquina. A leitura desse item do capítulo “o homem e a máquina”, pelo filósofo, “é sempre em função da fase da cultura vigente numa sociedade, de suas exigências, que nela se originam as máquinas possíveis em tal situação, tanto no significado criador, inventivo, quanto na posição passiva, meramente importadora de instruções ou dos produtos acabados”. Segundo ele “a máquina corporifica um dos produtos da cultura, que por sua vez representa a marcha do processo social da produção material da existência do homem por ele mesmo. As estupendas criações cibernéticas com que hoje nos maravilhamos resultam
  • 42. 42 apenas do aproveitamento da acumulação social do conhecimento, que permitiu fossem concebidas e realizadas”. Em todo o capítulo o mestre para tornar seu pensamento inteligível procede na sua explicação a uma detalhada aplicação da lei dialética da transmutação do acúmulo quantitativo em qualitativo. Mostra o pensador, que falta aos comentadores atuais da base social da máquina, principalmente aos cibernéticos, “a noção global de processo histórico e a compreensão da cultura e de seus produtos, como resultado da evolução biológica do homem. Falta-lhes a percepção do caráter social da produção. Incorrem assim na separação metafísica entre o produtor e o produto, sem ver a relação dialética que os liga e explica um pelo outro”. Segundo ele “as lamentações da consciência ingênua sobre a desumanização por efeito da civilização ‘mecanizada’ ocultam o fato essencial dos efeitos nocivos atribuídos à última terem por origem, na verdade as estruturas sociais, diretamente, e não as relações no ato da produção mantidas pelo trabalhador com os instrumentos, que aviltam a dignidade do ser humano quando o tornam aparentemente ‘escravo da máquina’ ”. Prossegue seu raciocínio de que “basta haver uma alteração no regime de posse das máquinas para cessarem de exercer efeitos desumanos e revelarem a autêntica natureza de instrumentos intermediários de produção, cuja finalidade definitiva está em servir toda humanidade, aumentando a disponibilidade de bens de consumo e as condições de conforto”. 5. A historicidade e a definição da máquina. É dado, segundo Álvaro Vieira Pinto, pela dialética “na perspectiva da gênese dela no processo histórico da sociedade que estimula a criação do engenho porque suscita no pensamento do animal humano a concepção da publicidade de utilizá-lo para resolver uma contradição com a natureza. Assim, nascendo para servir de solução de uma contradição humana, a máquina, e em forma mais simplificada o utensílio e a ferramenta vêm carregados de uma contradição interna que se resolverá pela sua substituição por outra, mais perfeita, imaginada para superar as deficiências do tipo anterior. Esta é a raiz do caráter contraditório de todo maquinismo, a que freqüentemente fazemos alusão e se observa na descrição na história de um determinado ramo de sucessivos maquinismos voltados à mesma atividade funcional. Ao surgir como recurso pelo qual o homem soluciona uma contradição com a natureza, a máquina recebe do agente humano, ao realizar as intenções dele, o caráter histórico as determinações dialéticas pertencentes originariamente à ação do homem sobre o mundo”. Com tal sentido dialético as máquinas são objetos a que se pode atribuir significado ambivalente, isto é, ora com operações voltadas para relações sociais totalmente humanizadas, ora malignas, anti-humanas como aquelas que recebem
  • 43. 43 preponderadamente um sentido bélico de grande poder de destruição ou malefícios. Essa é a razão de a tecnologia, seja ela qual for jamais ser neutra na medida em que está diretamente condicionada ao uso político que a sociedade ou as classes dominantes lhe atribui ou lhe doam. As máquinas devem ser incluídas nas bases materiais, históricas e sociais em que funcionam para a satisfação das necessidades humanas pelo desenvolvimento das forcas produtivas das quais fazem parte. 6. O homem e a regulação das máquinas. As máquinas não se auto-regulam porque não tem consciência e interesse em fazê-lo, ou seja, não contem em si a finalidade de funcionar bem. Um relê um robô e uns computadores não pensam, mas tem a função reguladora e, assim, executam essa tarefa pela vontade e pelo pensamento do ser humano. Eles não têm problemas e muito menos consciência do que fazem. A máquina é sempre um objeto e jamais será um sujeito na historicidade do ser humano. “A máquina se constitui em exigência do homem no curso do estabelecimento e de execução de finalidades a ele impostas pela necessidade de conservação da existência. A máquina é um bem vital, um bem de produção de ordem superior porque produz bens de produção de ordem elementar”. (...) ”Toda máquina é uma máquina de uma máquina, no sentido em que constitui a forma de superação, a herança multiplicada de outra anterior”. (...) “As máquinas incorporam a técnica, representam o caso mais perfeito e comum em que esta se revela, mas não lhe dão origem, pois tal origem acha-se em outro lugar, na ação humana, da qual a técnica é um dos aspectos existenciais”. 7. A consideração das máquinas em concreto. A dialética da ferramenta. A produção desse tópico por Álvaro Vieira Pinto se aproxima muito do pensar dialético de Marx segundo o qual o processo da máquina-ferramenta consiste em desprender a máquina da ferramenta manual, em que inicialmente se baseava, e tomar forma livre, subordinada apenas à sua função mecânica. Tal processo evolutivo far-se-á à custa da posição e resolução de contradições dialéticas e está em pleno curso na fase de automação onde agora se penetra. Toda máquina por um lado põe, isto é concretiza uma possibilidade de ação produtiva explicada pelos conhecimentos que levaram a construção dela. A natureza não doa sentido nem tem problemas e estratégia apenas age por causa e efeito e é dotada de incomensuráveis segredos. “Na construção do conhecimento científico o homem luta contra o desconhecido, não contra o dissimulado”. (...) ”A natureza não joga contra o homem, mas em compensação há nela um infinito de virtualidades cognoscíveis, que desempenham permanentemente a função de resistência e oposição, crescentes à medida que a inteligência humana penetra mais
  • 44. 44 fundamente em seus segredos, e estabelecem o conflito de base resolvido pelo avanço do conhecimento, pela descoberta de novas forças motrizes e criação de maquinismos por ora inimaginados”.