1. ESCOLA MUNICIPAL WILLIAM CASTELO BRANCO MARTINS
DELIZIÊ DIAS DA SILVA SANTOS
UAGNE COELHO PEREIRA
PROJETO DE AÇÃO PEDAGÓGICA CONTRA O PIOLHO
ARAGUAÍNA
2012
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2. DELIZIÊ DIAS DA SILVA SANTOS
UAGNE COELHO PEREIRA
PROJETO DE AÇÃO PEDAGÓGICA CONTRA O PIOLHO
Projeto de combate e prevenção à
pediculose realizado pelo 4° ano único da
Escola Municipal William Castelo Branco
Martins sob a orientação da Professora
Deliziê Dias da Silva Santos e do
Professor Uagne Coelho Pereira.
ARAGUAÍNA
2012
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4. 1. INTRODUÇÃO
A infestação por piolho de cabeça1, também conhecida como pediculose, é um
problema recorrente na população mundial, acometendo, sobretudo as crianças em idade
escolar atrapalhando o rendimento na escola devido à diminuição da auto-estima , e
comprometendo suas atividades diárias.
Nos últimos sete anos vários conhecimentos novos foram obtidos em relação à
biologia do piolho da cabeça, e estas informações são de grande ajuda aos pais e professores
no manejo da pediculose no lar e da escola.
Este projeto consiste em orientar os estudantes da instituição escolar de forma teórica
e prática a prevenir e combater os parasitas da pediculose. Todas as turmas presente na
escola farão atividades em sala de aula sobre a temática do projeto além de receberem
orientações de profissionais da área e aulas de higiene práticas.
Espera-se, em primeira instância, erradicar a infestação de piolhos com o
desenvolvimento dessa ação na escola e o mais importante, desenvolver uma consciência
estudantil preocupada com a saúde do corpo.
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O nome cientifico do piolho é Pediculus capitis
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5. 2. JUSTIFICATIVA
Não é incomum encontrar nos corredores das escolas crianças com as mãos na cabeça,
sofrendo de coceiras constantes e na maioria das vezes se constata que as causas desse
transtorno são por causa de piolhos.
Esses bichinhos trazem muitos prejuízos à vida das crianças, como queda de cabelo,
anemias, coceiras e ainda algo que afeta diretamente a escola,a dificuldade de aprendizagem,
pois tira a concentração dos pequenos, deixando eles irritados e não dispostos a
desenvolverem as atividades escolares.
Partindo desse pressuposto, e com base em casos de epidemias na escola, faz-se
necessário intervir com uma ação de combate aos piolhos, ensinando aos aprendizes uma
lição que eles carregarão para vida toda: a higiene adequada é a base para uma boa saúde
física e mental.
Portanto, tal projeto é mais do que uma aula diferenciada, é uma mobilização a favor
de comportamentos saudáveis dentro e fora da escola. Com essa ação, esperamos atingir
todas as famílias da comunidade, visando melhorar a vida social delas e o mais importante,
devolver o interesse das crianças pela aprendizagem.
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6. 3. OBJETIVOS
3.1 Objetivos geral
• Erradicar a epidemia de piolhos entre as crianças;
3.2 Objetivos específicos
• Discutir a prevenção e o combate aos piolhos de modo educativo;
• Conhecer a estrutura física do piolho;
• Pesquisar sobre os processos de transmissão e as doenças causadas pelo piolho;
• Incentivar a importância da higiene no combate ao piolho;
• Promover um banho coletivo educativo entre as crianças;
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7. 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Desde o começo deste século novas pesquisas foram realizadas em número
considerável sobre a pediculose, levando ao aumento de artigos científicos sobre o piolho. O
fato é que, o acompanhamento da literatura nem sempre está ao alcance de todos, levando a
maioria das pessoas a desenvolverem equívocos relacionados a essa doença.
A preocupação maior se dá no ambiente escolar, onde muitas crianças, de todas as
formações, dividem o mesmo espaço e acabam proliferando com rapidez os parasitas nas
atividades e brincadeiras desenvolvidas no cotidiano.Por ser uma fase de formação da
criança, nessa faixa etária não possui muitas noções de higiene e tampouco sabem que estão
com piolhos e como combatê-los.
Somando-se a isso, geralmente os pais, por trabalharem fora de casa não têm tempo
para verificar a presença de piolhos em seus filhos ou até mesmo por não possuírem
informações corretas para tratar a infecção.Não é à toa que “ o piolho se tornou um grande
problema de saúde pública” (SOUSA et al, 2006) no Brasil, principalmente nos anos iniciais
do Ensino Fundamental.
Pensando nisso, faz-se necessário oferecer tratamentos e orientações aos familiares e
às próprias crianças. Por exemplo, foi observado, no México, que as escolas onde os
professores não dão informação sobre prevenção e controles da pediculose havia mais
crianças infectadas com o parasita, uma realidade que se constata aqui nas instituições de
ensino da nossa região.
O fato mais preocupante da pediculose, principalmente nas escolas, são os traumas
trazidos às crianças. À título de exemplificação, uma pesquisa realizada em Botucatu,
entrevistando os pais de 118 crianças, 65% afirmaram que o sono de seus filhos é afetado
quando o piolho está presente; um número menor (18%) relatou causar irritação nas crianças
(Alencar et al. 2005). Ainda não se sabe o quanto estes sintomas comprometem o
aprendizado, mas muitas crianças são ridicularizadas pelos colegas e abaladas na sua
auto-estima, podendo ser causa do baixo aprendizado e abandono da escola.
Uma forma de combate a pediculose, utilizada pela população, são os tratamentos
químicos. Eles são facilmente encontrados na farmácia ou fornecidos pelos postos de saúde,
mas na maioria dos casos têm se constatado que estão sendo utilizados de forma errada. A
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8. utilização de dosagens baixas (quando usado com o cabelo molhado) é um dos principais
fatores que leva ao aparecimento da resistência (Burgess, 1995). O diagnóstico incorreto leva
a aplicação de pediculicidas sem necessidade e ao mau uso dos produtos químicos
(Monsen e Keller, 2002), levando ao gasto desnecessário de dinheiro, por parte dos pais de
família e do governo.Além disso,o uso repetitivo do medicamento pode causar o
aparecimento de resistência na população de piolhos.
É importante levar em conta que a utilização indiscriminada e o mau uso dos
piretróides podem levar à adoção de medidas de controle danosas a criança. Em contra partida
o uso do pente fino como forma de tratamento é mais barato e vem sendo muito utilizado em
países desenvolvidos e sua eficiência pode ser superior ao tratamento químico (HILL et al,
2005). O pente fino quando utilizado para diagnóstico chega a ser cinco vezes mais eficiente
do que as outras formas empregadas para a verificação da presença da pediculose em
escolares (MUMCUOGLU et al, 2001).
Ao propormos este projeto de prevenção e combate ao piolho, esperamos conscientizar
professores, pais e alunos aos prejuízos provocados pelo parasita, levando a eliminação
desse mal na escola.As noções de higiene, tão importantes nessa fase da vida dos estudantes,
serão reforçadas com um fator de combate à pediculose.
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9. 5. METODOLOGIA
Este presente projeto é uma ação integrada ao PPP da escola e que possibilitará aos
alunos do 4° ano aprender e transmitir informações aos colegas sobre a prevenção e
combate da pediculose em casa e no ambiente escolar.
O projeto será executado pela professora regente da turma em parceria com os
docentes da parte diversificada2, reforçando o seu caráter interdisciplinar. Todos os
professores, dentro de suas respectivas áreas de estudo discorrerão sobre a temática do
projeto, tornando a sua discussão o mais lúdica possível.
Durante as aulas da professora regente, os alunos estudarão sobre o ciclo de vida do
parasita na disciplina de ciências, explorarão o gênero receita nas aulas de língua portuguesa
a fim de preparem um shampoo caseiro que será usado no banho coletivo das turmas e
também entregue aos pais como incentivo à permanência do tratamento contra os piolhos.
Já nas aulas da parte diversificada, os alunos montarão réplicas criativas do piolho
com a professora de artesanato, produzirão textos lúdicos ( paródias, fábulas) sobre o
parasita durante as oficinas de português e estudos monitorados, ensaiarão uma apresentação
teatral e algumas músicas com os professores de dança e música respectivamente.
Todas essas atividades desenvolvidas ao longo do projeto terão sua culminância numa
semana especial na qual os alunos do 4° ano apresentarão os resultados dos seus
trabalhos.Além disso, haverá a participação de palestrantes na área da saúde, entrega dos
shampoos caseiros preparados pelos estudantes e o banho coletivo que se estenderá pela
semana até atingir todos os colegas da escola.
Como se pode notar, os alunos se envolverão ao máximo nessa campanha de combate
aos piolhos sendo eles mesmos responsáveis por conscientizar a escola para a importância da
higiene, prevenção e erradicação da pediculose na comunidade. Esperamos envolvê-los ao
máximo nessa missão, sempre procurando levar o assunto de modo dinâmico, interativo e
lúdico.
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A Escola Municipal William Castelo Branco Martins atende aos alunos em tempo integral, por isso, eles têm
aula com um professor titular no período matutino e no período vespertino, com os professores da parte
diversificada, que inclui oficinas de português, matemática, inglês ,estudos monitorados, aula de dança,
música e educação física.
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10. 6. CRONOGRAMA
Maio Junho
Semanas Semanas
Atividades 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª
Elaboração do Projeto X
Apresentação do projeto na classe. X
Divulgação do projeto na escola X X
Conhecendo o ciclo de vida do X
piolho
Estudo do gênero receita X
Ensaio da peça teatral X
Produção de fábulas X
Estudo e produção de paródias X
sobre o piolho.
Ensaio das músicas sobre o piolho X X
Confecção dos piolhos artesanais X X
Produção do shampoo caseiro em X
sala
Banho coletivo X X X
Culminância do projeto
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11. 7. REFERENCIAS
HILL, N.; MOOR, G.; CAMERON, M.M.; BUTLIN, A.; et al. Single blind,
randomised, comparative study of the Bug Buster kit and over the counter pediculicide
treatments against head lice in the United Kingdom. BMJ., v.331, p.384-7, 2005 .
MEINKING, T.L.; SERRANO, L.; HARD, B.; et al. Comparative in vitro pediculicidal
efficacy oftreatments in a resistant head lice population in the United States. Arch
Dermatol., v.138,p.220-4, 2002.
MUMCUOGLU K.Y; FRIGER, M; IOFFE-USPENSKY, I; BEN-ISHAI, F; MILLER J.
Louse comb versus direct visual examination for the diagnosis of head louse infestations.
Pediatr Dermatol, v.18, p.9-12, 2001
SOUSA,PAULA A.T. DE. ET AL. Pediculose na escola: uma abordagem didática.in:
www.unesp.br/prograd/PDFNE2006/artigos/capitulo3/pediculose.
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