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Avaliação Multidimensional ao
  paciente idoso com Câncer
          Universidade Federal de São Paulo
             Escola Paulista de Medicina
    Disciplina de Geriatria e Gerontologia – DIGG

               Fernanda El Ghoz Leme
                    R3 Geriatria

                     Março - 2013
Avaliação Multidimensional do Paciente Idoso com Câncer

INTRODUÇÃO
Introdução

• Desafio – alta incidência de câncer na população.

• 60% dos cânceres diagnosticados - pacientes idosos.

• 70% da mortalidade por câncer atinge pacientes
  acima dos 65 anos.

• Necessidade de instrumentos de avaliação clínica
  para predizer tolerância ao tratamento e padronizar
  condutas.
Introdução

• Fundamental não avaliar apenas a idade cronológica para
  a tomada de decisões.

• Detectar problemas previamente desconhecidos ou
  subdiagnosticados que podem comprometer a segurança
  e eficácia do tratamento oncológico.

• Considerar além da expectativa de vida:
   – Reservas funcionais
   – Suporte social
   – Decisão pessoal
Avaliação Multidimensional do Paciente Idoso com Câncer

AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
Avaliação Geriátrica Ampla

• OBJETIVOS

  – Identificar indivíduos vulneráveis com baixa sobrevida e
    capacidade funcional que poderiam não tolerar o
    tratamento oncológico.

  – Identificar fatores de risco (sociais e patológicos)
    reversíveis que, após intervenções adequadas, permitem
    que o paciente prossiga com o tratamento.
Avaliação Geriátrica Ampla
Parâmetro                   Avaliação
Funcionalidade              ABVD (Katz)
                            AIVD (Lawton)
Comorbidades                Número e Severidade
                            Escala de Charlson
                            CIRS – G
Condições Socioeconômicas   Habitação, renda, suporte familiar,
                            possibilidade de cuidador, facilidade de
                            transporte.
Síndromes Geriátricas       Demência
                            Depressão
                            Dellirium, quedas, osteoporose, maus-
                            tratos, incontinência, tontura, alterações
                            visuais e auditivas, distúrbios do sono.
Avaliação Nutricional       MAN
Polifarmácia                Número/Adequação/Interações
                            medicamentosas
Avaliação Geriátrica Ampla

• EVIDÊNCIAS:
  – Detecção de problemas geriátricos

  – Valor prognóstico das variáveis geriátricas

  – Impacto da AGA no paciente oncológico
Avaliação Geriátrica Ampla

• VALOR PROGNÓSTICO DAS VARIÁVEIS GERIÁTRICAS
  – Status funcional
     • Sobrevida
     • Toxicidade à quimioterapia
     • Morbi-mortalidade pós-operatória

  – Múltiplas comorbidades
     • Sobrevida
     • Efeito difere para os diferentes tipos de cânceres
Avaliação Geriátrica Ampla

• IMPACTO DA AGA NO PACIENTE ONCOLÓGICO
  – Mudança significativa na decisão terapêutica

  – Redução de custos com exames e hospitalizações

  – Maior detecção precoce de comorbidades não
    diagnosticadas

  – Melhor qualidade do atendimento
Funcionalidade

•   Karnofsky
•   ECOG-PS
•   Escala de Katz – ABVD - cuidar de si próprio.
•   Escala de Lawton – AIVD - autonomia para gerir sua
    vida.
Funcionalidade
Escala de Karnofsky
100%   Sem sinais ou queixas; sem evidência de doença.
90%    Mínimos sinais e sintomas; capaz de realizar suas atividades com esforço.
80%    Sinais e sintomas maiores; realiza suas atividades com esforço.
70%    Cuida de si mesmo mas não é capaz de trabalhar.
60%    Necessita de assistência ocasional; não é capaz de trabalhar.
50%    Necessita de assistência considerável e cuidados médicos frequentes.
40%    Necessita de cuidados médicos especiais.
30%    Extremamente incapacitado, necessita de hospitalização, mas sem iminência
       de morte.
20%    Muito doente, necessita de suporte.
10%    Moribundo, morte iminente.
Funcionalidade
ECOG –PS (Eastern Cooperative Oncology Gruoup Performance Status Scale)
0 Atividade normal.
1 Sintomas de doença, mas deambula e realiza suas atividades normalmente.
2 Fora do leito mais de 50% do tempo.
3 No leito mais de 50% do tempo, carente de cuidados intensivos.
4 Restrito ao leito.
Funcionalidade
Escala de Lawton – AIVD               3 (sem ajuda)   2 (parcial)   1 (não faz)

Usar o telefone
Ir a um lugar distante
Fazer compras
Preparar as próprias refeições
Trabalhos domésticos
Trabalhos manuais e reparos na casa
Lavar e passar roupas
Manuseio de medicações
Cuidar das finanças
Funcionalidade
ABVD – Escala de Katz                                              Sim    Não
Banho: não recebe ajuda ou somente recebe para parte do corpo       1      0
Vestir-se: veste-se sem ajuda (exceção – amarrar sapatos)           1      0
Higiene pessoal: vai ao banheiro, usa-o, veste-se e retorna sem     1      0
ajuda.
Transferência: deita-se, senta-se e levanta-se sem ajuda (exceto    1      0
por andador ou bengala).
Continência: controla completamente urina e fezes                   1      0
Alimentação: come sem ajuda                                         1      0

6 – totalmente independente; 4 – dependência parcial; 2 – dependência importante.
Função Cognitiva

Limitações da função cognitiva> dependência> decisão
terapêutica.

• MEEM de Fostein – rastreio
• GDS de Yesavage
Comorbidades

• Comorbidades e medicações podem alterar a eficácia e a
  tolerância ao tratamento oncológico.
• O tratamento oncológico pode:
   – Trazer impacto na funcionalidade e piora das
     comorbidades prévias.
   – Ser arriscado devido à severidade das comorbidades
   – Não impactar na expectativa de vida em razões dos riscos
     de morte inerentes às comorbidades.
• Maior o nível de comorbidade > pior a sobrevida.
• Impacto na qualidade de vida e funcionalidade.
Comorbidades

• Comorbidades que mais comprometem os pacientes
  idosos com Câncer:
  –   Cardiopatia
  –   Enfisema
  –   Doença renal crônica
  –   DM insulinodependênte
  –   História prévia de Câncer.
Comorbidades

• Tendência: quanto mais comorbidades > tratamentos
  menos agressivos.

• Normalmente a literatura exclui pacientes com
  múltiplas comorbidades dos estudos de eficácia do
  tratamento oncológico.

• Solução: Ensaios clínicos que estratifiquem os
  pacientes por níveis de comorbidades
Comorbidades
CIRS – G – Cumulative Illness Rating Scale – Geriatric
Nível de Gravidade
0 – nenhum problema
1 – Problema atual leve ou significativo no passado
2 – Prejuízo moderado – requer terapia de primeira linha
3 – Prejuízo severo ou constantemente significativo/problemas crônicos incontroláveis
4 – Prejuízo extremamente severo/requer tratamento imediato/falência                            Avaliação
orgânica/prejuízo funcional severo.
                                                                                        Número total de categorias
Cardiorrespiratório             __ Cardíaco                                             registradas ____
                                __ Vascular
                                __ Hematológico                                         Escore total ____
                                __ Respiratório
                                                                                        Índice de gravidade (escore
                                __ Olhos/Ouvidos/Nariz/Laringe
                                                                                        total/número de categorias
Gastrointestinal                __ TGI superior                                         registradas) ____
                                __ TGI inferior
                                                                                        Número de categorias com
                                __ Hepático
                                                                                        Nível 3 ____
Genitourinário                  __ Renal                                                Nível 4 ____
                                __ Trato Genitourinário

Musculoesquelético/tegumento    __ Músculos/Ossos/Pele
Neuropsiquiátrico               __ Neurológico
                                __ Psiquiátrico

Geral                           __ Endócrino/Metabólico/Mamas
Comorbidades
Escala de Comorbidade de Charlson                                              Avaliação
                                                                         Escore total ____
Número e Severidade das comorbidades
Risco de morte em 1 ano
6 AIDS                             1 Doença cerebrovascular
6 Tumor sólido metastático         1 Doença pulmonar crônica
3 Doença hepática moderada a       1 Insuficiência cardíaca congestiva
severa
2 Diabetes com complicação         1 Demência
2 Hemiplegia                       1 Diabetes
2 Malignidade                      1 Doença hepática leve
2 Doença renal moderada a severa   1 Infarto do miocárdio
2 Leucemia                         1 Doença ulcerosa péptica
2 Linfoma                          1 Doença vascular periférica
                                   1 Doença do tecido conjuntivo

• Quanto mais elevado o índice maior a probilidade de abandono da
  quimioterapia.
Avaliação Nutricional

• Estado nutricional inadequado – preditor
  independente de sobrevida e dependência funcional.

• Perda não intencional de peso – queixa frequente.

• MAN
   – Detecta risco elevado de desnutrição quando IMC e
     albumina ainda normais – permite intervenção precoce.
   – Medidas antropométricas, informações dietéticas,
     avaliação global e autoavaliação.
Prescrição

• Polifarmácia
• Reavaliar adequação das medicações
• Interações medicamentosas
Risco Social
• O idoso se sente satisfeito e pode contar com os familiares para
   ajudá-lo a resolver seus problemas?
• O idoso participa da vida familiar e oferece apoio quando os
   membros tem problemas?
• Há conflitos entre as gerações?
• As opiniões do idoso são acatadas e respeitadas?
• O idoso respeita e aceita as opiniões dos familiares?
• O idoso participa da vida comunitária?
• O idoso tem amigos e pode contar com eles?
• O idoso apóia seus amigos quando eles tem problemas?
Espiritualidade

• Abordar as crenças religiosas e existencias é fundamental
  para avaliar integralmente o paciente e direcionar as
  decisões do seu tratamento.

• Finitude
Síndromes Geriátricas

60% dos pacientes com diagnóstico de Câncer
• Quedas
• Depressão
• Demência
• Dellirium
Quedas

• Idosos com câncer apresentam vários FATORES DE RISCO:
   – Idade
   – Declínio funcional
   – Déficit neurológico
   – Polifarmácia
   – Medicações específicas (opióides, benzodiazepínicos,
     antidepressivos, neurolépticos)
   – Descondicionamento físico
   – Quimioterápicos neurotóxicos ( Vincristina, vimblastina,
     ifosfamida, cisplatina, citarabina, ciclofosfamida, fluoracil)
   – Alterações de equilíbrio e marcha
Depressão

• Diagnóstico difícil no idoso
• Confusão entre o que são os sintomas depressivos e o
  que são efeitos colaterais do tratamento oncológico
   –   Perda de peso
   –   Alterações do sono
   –   Fadiga
   –   Diminuição da concentração
   –   Lentidão psicomotora
   –   Sintomas de menor valia ou culpa
   –   Pensamento de morte ou suicídio
Depressão

• Fatores de Risco para Depressão no paciente com Câncer:
   – Perda do cônjuge
   – Incapacidade funcional
   – Suporte emocional inadequado
   – Dor não controlada
   – Condição física debilitada
   – Doença avançada
   – História prévia de depressão
   – Outras perdas ou estresses
   – História familiar de depressão ou suicídio
   – Medicações: corticóides, interferon, interleucina-2, barbitúricos,
     benzodiazepínicos, quimioterápicos
   – Radioterapia cerebral
Depressão

• Causas de depressão no paciente oncológico:
   –   Hipercalcemia
   –   Distúrbios hidroeletrolíticos
   –   Deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico
   –   Hipotireoidismo
   –   Insuficiência adrenal
   –   Síndromes paraneoplásicas
Depressão

• MANEJO
  – Psicoterapia de suporte e técnicas cognitivo-
    comportamentais
  – Antidepressivos – escolha baseada em controle de
    sintomas físicos e do perfil de efeitos colaterais.
  – Psicoestimulantes (metilfenidato) – adjuvante – efeito mais
    rápido.
     • Podem ser utilizados no início do tratamento, enquanto o
       antidepressivo ainda não fez o efeito.
     • Mais úteis para pacientes com doença avançada e lentidão
       psicomotora grave, anedonia e apatia importantes.
Demência

• Menor probabilidade de diagnóstico precoce do CA.
• Menor sobrevida após diagnóstico de CA de mama, cólon e
  próstata.
• Maior mortalidade em 6 meses (tanto pelo câncer e
  principalmente por causas não relacionadas).
• Principal causa de morte em demência avançada –
  Pneumonia
• Principal causa de morte em demência leve a moderada –
  cardiopatias e acidente vascular encefálico

AVALIAR SE RASTREIO E TRATAMENTO TRARÁ REAL BENEFÍCIO!
Dellirium

• Sintomas podem ser confundidos com ansiedade, psicose,
  raiva e depressão.

• Considerar em pacientes com início agudo de agitação,
  alteração cognitiva, diminuição da atenção ou flutuação do
  nível de consciência.

• Principais fatores de risco: Idade avançada, déficit cognitivo e
  severidade das comorbidades.
Dellirium

• CAUSAS:
• Efeitos diretos do CA no SNC
• Efeitos indiretos da doença e seu tratamento:
   –   Medicações
   –   Distúrbios Hidroeletrolíticos
   –   Sd paraneoplásicas
   –   Falência de um sistema ou órgão vital
   –   Infecção
   –   Complicações vasculares

• Comum em pacientes com CA avançado:
   – 25% dos internados
   – 85% dos CAs terminais.
Parâmetro                                                                        Avaliação
Funcionalidade                                                                   ABVD (Katz)/AIVD (Lawton)
Comorbidades                                                                     Número e Severidade/Escala de Charlson/CIRS – G
Condições Socioeconômicas                                                        Habitação, renda, suporte familiar, possibilidade de cuidador, facilidade de
                                                                                 transporte.
Síndromes Geriátricas                                                            Demência, Depressão, Dellirium, quedas, osteoporose, maus-tratos,
                                                                                 incontinência, tontura, alterações visuais e auditivas, distúrbios do sono.

Avaliação Nutricional                                                            MAN
Polifarmácia                                                                     Número/Adequação/Interações medicamentosas


                                                 Comorbidades                                                                          Funcionalidade
               Saudável                              Vulnerável                               Frágil                        Totalmente         Parcial         Totalmente
                                                                                                                          Independente                         dependente

                                               Melhora com intervenção
                                                      geriátrica?
  Avaliar: Expectativa de vida e                                                                                            Contraindicação ou alto risco de prejuízo e
                                          sim    Controle de sintomas      sim
   riscos versus benefícios do                                                      Passível de intervenção?                     toxicicidade com o tratamento
                                                 Compensação Clínica
            tratamento
                                              Adequação das medicações
                          Sem Benefício         Suporte Clínico e Social
                                                                                                                                             Reavaliação
                                                                                                                              Seguir
       Benefício                                                                                   Não                                       Tratamento
                                                                           Não                                              avaliação                           Cuidados
                                                                                                                                               clínico e
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                                                                                      Tratamento paliativo
        Radioterápico




                                                                  INDIVIDUALIZAR!
Avaliação Multidimensional do Paciente Idoso com Câncer

PARTICULARIDADES DO TRATAMENTO
ONCOLÓGICO EM PACIENTES IDOSOS
Pré-operatório

• Avaliação pré-operatória em pacientes idosos
  com Câncer:
  – Objetivo de predizer o risco cirúrgico nesse grupo
     •   Fragilidade
     •   Capacidade funcional
     •   Capacidade congitiva e mental
     •   Além dos riscos cirúrgicos já avaliados na avaliação
         clínica geral ( Cardíaco, Renal, Pulmonar, etc.)
Quimioterapia

• Faltam ensaios clínicos que incluam idosos com
  comorbidades.
   – Errônea interpretação dos efeitos colaterais
   – Limita a extrapolação dos resultados


• Idosos saudáveis x Idosos frágeis

• Adjuvância: Qual o real impacto na sobrevida?
   – Regra geral – oferecer o tratamento padrão nos idosos
     saudáveis com expectativa de vida maior do que 5 anos.
Quimioterapia

• Altos níveis de toxicidade do tratamento
   – Reservas renais e hepáticas diminuídas – ajustes de doses.
   – Comprometimento tumoral do fígado
   – Modificações na farmacodinâmica da droga devido ao
     menor volume de água corporal total.
   – Cardiopatia ou hipertensão prévias aumentam o risco de
     toxicidade cardíaca pelos antracíclicos.
   – Idosos tem maior incidência de neutropenia –aumento de
     infeccções, hospitalizações e mortalidade
Quimioterapia

• Terapia hormonal
   – Cuidar com interações medicamentosas.
   – Cuidar com eventos tromboembólicos.


• Quimioterapia paliativa
   – Sempre que possível optar pelo medicamento de perfil de
     sensibillidade menos mórbido.
Radioterapia

• 30% dos pacientes em centros de radioterapia são idosos
• Idade avançada é critério de exclusão nos estudos que
  verificam a eficácia do tratamento
• Portadores de Doença de Parkinson ou Demência podem ter
  dificuldade em manter-se na mesma posição por longos
  períodos
• Acredita-se que com o envelhecimento há uma redução da
  perfusão tecidual sensibilizando as células à radioterapia.
• Identificação de 1 ou mais comorbidades relacionou-se a
  menor tolerância ao tratamento.
Conclusão

• A AGA difere da avaliação clínica geral por enfatizar a
  capacidade e a reserva funcional.
• Idade cronológica deixa de ser contraindicação ao
  tratamento.
• Fundamental avaliar e detectar, através da AGA, problemas
  previamente desconhecidos que podem comprometer a
  segurança e a eficácia do tratamento.
• Identificação de pacientes com possibilidades reais de cura.
• Identificação de pacientes com doença mais avançada que
  se beneficiariam de menores doses de quimioterápicos.
• Necessidade de estudos futuros com maior representação
  dos idosos.
Referência
•   Del Giglio A, Kaliks R, Karnakis T, Jacob-Filho W. Oncogeriatria – Uma abordagem
    multidisciplinar. Editora Manole, 2012.
Obrigada!!!

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Oncogeriatria

  • 1. Avaliação Multidimensional ao paciente idoso com Câncer Universidade Federal de São Paulo Escola Paulista de Medicina Disciplina de Geriatria e Gerontologia – DIGG Fernanda El Ghoz Leme R3 Geriatria Março - 2013
  • 2. Avaliação Multidimensional do Paciente Idoso com Câncer INTRODUÇÃO
  • 3. Introdução • Desafio – alta incidência de câncer na população. • 60% dos cânceres diagnosticados - pacientes idosos. • 70% da mortalidade por câncer atinge pacientes acima dos 65 anos. • Necessidade de instrumentos de avaliação clínica para predizer tolerância ao tratamento e padronizar condutas.
  • 4. Introdução • Fundamental não avaliar apenas a idade cronológica para a tomada de decisões. • Detectar problemas previamente desconhecidos ou subdiagnosticados que podem comprometer a segurança e eficácia do tratamento oncológico. • Considerar além da expectativa de vida: – Reservas funcionais – Suporte social – Decisão pessoal
  • 5. Avaliação Multidimensional do Paciente Idoso com Câncer AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
  • 6. Avaliação Geriátrica Ampla • OBJETIVOS – Identificar indivíduos vulneráveis com baixa sobrevida e capacidade funcional que poderiam não tolerar o tratamento oncológico. – Identificar fatores de risco (sociais e patológicos) reversíveis que, após intervenções adequadas, permitem que o paciente prossiga com o tratamento.
  • 7. Avaliação Geriátrica Ampla Parâmetro Avaliação Funcionalidade ABVD (Katz) AIVD (Lawton) Comorbidades Número e Severidade Escala de Charlson CIRS – G Condições Socioeconômicas Habitação, renda, suporte familiar, possibilidade de cuidador, facilidade de transporte. Síndromes Geriátricas Demência Depressão Dellirium, quedas, osteoporose, maus- tratos, incontinência, tontura, alterações visuais e auditivas, distúrbios do sono. Avaliação Nutricional MAN Polifarmácia Número/Adequação/Interações medicamentosas
  • 8. Avaliação Geriátrica Ampla • EVIDÊNCIAS: – Detecção de problemas geriátricos – Valor prognóstico das variáveis geriátricas – Impacto da AGA no paciente oncológico
  • 9. Avaliação Geriátrica Ampla • VALOR PROGNÓSTICO DAS VARIÁVEIS GERIÁTRICAS – Status funcional • Sobrevida • Toxicidade à quimioterapia • Morbi-mortalidade pós-operatória – Múltiplas comorbidades • Sobrevida • Efeito difere para os diferentes tipos de cânceres
  • 10. Avaliação Geriátrica Ampla • IMPACTO DA AGA NO PACIENTE ONCOLÓGICO – Mudança significativa na decisão terapêutica – Redução de custos com exames e hospitalizações – Maior detecção precoce de comorbidades não diagnosticadas – Melhor qualidade do atendimento
  • 11. Funcionalidade • Karnofsky • ECOG-PS • Escala de Katz – ABVD - cuidar de si próprio. • Escala de Lawton – AIVD - autonomia para gerir sua vida.
  • 12. Funcionalidade Escala de Karnofsky 100% Sem sinais ou queixas; sem evidência de doença. 90% Mínimos sinais e sintomas; capaz de realizar suas atividades com esforço. 80% Sinais e sintomas maiores; realiza suas atividades com esforço. 70% Cuida de si mesmo mas não é capaz de trabalhar. 60% Necessita de assistência ocasional; não é capaz de trabalhar. 50% Necessita de assistência considerável e cuidados médicos frequentes. 40% Necessita de cuidados médicos especiais. 30% Extremamente incapacitado, necessita de hospitalização, mas sem iminência de morte. 20% Muito doente, necessita de suporte. 10% Moribundo, morte iminente.
  • 13. Funcionalidade ECOG –PS (Eastern Cooperative Oncology Gruoup Performance Status Scale) 0 Atividade normal. 1 Sintomas de doença, mas deambula e realiza suas atividades normalmente. 2 Fora do leito mais de 50% do tempo. 3 No leito mais de 50% do tempo, carente de cuidados intensivos. 4 Restrito ao leito.
  • 14. Funcionalidade Escala de Lawton – AIVD 3 (sem ajuda) 2 (parcial) 1 (não faz) Usar o telefone Ir a um lugar distante Fazer compras Preparar as próprias refeições Trabalhos domésticos Trabalhos manuais e reparos na casa Lavar e passar roupas Manuseio de medicações Cuidar das finanças
  • 15. Funcionalidade ABVD – Escala de Katz Sim Não Banho: não recebe ajuda ou somente recebe para parte do corpo 1 0 Vestir-se: veste-se sem ajuda (exceção – amarrar sapatos) 1 0 Higiene pessoal: vai ao banheiro, usa-o, veste-se e retorna sem 1 0 ajuda. Transferência: deita-se, senta-se e levanta-se sem ajuda (exceto 1 0 por andador ou bengala). Continência: controla completamente urina e fezes 1 0 Alimentação: come sem ajuda 1 0 6 – totalmente independente; 4 – dependência parcial; 2 – dependência importante.
  • 16. Função Cognitiva Limitações da função cognitiva> dependência> decisão terapêutica. • MEEM de Fostein – rastreio • GDS de Yesavage
  • 17. Comorbidades • Comorbidades e medicações podem alterar a eficácia e a tolerância ao tratamento oncológico. • O tratamento oncológico pode: – Trazer impacto na funcionalidade e piora das comorbidades prévias. – Ser arriscado devido à severidade das comorbidades – Não impactar na expectativa de vida em razões dos riscos de morte inerentes às comorbidades. • Maior o nível de comorbidade > pior a sobrevida. • Impacto na qualidade de vida e funcionalidade.
  • 18. Comorbidades • Comorbidades que mais comprometem os pacientes idosos com Câncer: – Cardiopatia – Enfisema – Doença renal crônica – DM insulinodependênte – História prévia de Câncer.
  • 19. Comorbidades • Tendência: quanto mais comorbidades > tratamentos menos agressivos. • Normalmente a literatura exclui pacientes com múltiplas comorbidades dos estudos de eficácia do tratamento oncológico. • Solução: Ensaios clínicos que estratifiquem os pacientes por níveis de comorbidades
  • 20. Comorbidades CIRS – G – Cumulative Illness Rating Scale – Geriatric Nível de Gravidade 0 – nenhum problema 1 – Problema atual leve ou significativo no passado 2 – Prejuízo moderado – requer terapia de primeira linha 3 – Prejuízo severo ou constantemente significativo/problemas crônicos incontroláveis 4 – Prejuízo extremamente severo/requer tratamento imediato/falência Avaliação orgânica/prejuízo funcional severo. Número total de categorias Cardiorrespiratório __ Cardíaco registradas ____ __ Vascular __ Hematológico Escore total ____ __ Respiratório Índice de gravidade (escore __ Olhos/Ouvidos/Nariz/Laringe total/número de categorias Gastrointestinal __ TGI superior registradas) ____ __ TGI inferior Número de categorias com __ Hepático Nível 3 ____ Genitourinário __ Renal Nível 4 ____ __ Trato Genitourinário Musculoesquelético/tegumento __ Músculos/Ossos/Pele Neuropsiquiátrico __ Neurológico __ Psiquiátrico Geral __ Endócrino/Metabólico/Mamas
  • 21. Comorbidades Escala de Comorbidade de Charlson Avaliação Escore total ____ Número e Severidade das comorbidades Risco de morte em 1 ano 6 AIDS 1 Doença cerebrovascular 6 Tumor sólido metastático 1 Doença pulmonar crônica 3 Doença hepática moderada a 1 Insuficiência cardíaca congestiva severa 2 Diabetes com complicação 1 Demência 2 Hemiplegia 1 Diabetes 2 Malignidade 1 Doença hepática leve 2 Doença renal moderada a severa 1 Infarto do miocárdio 2 Leucemia 1 Doença ulcerosa péptica 2 Linfoma 1 Doença vascular periférica 1 Doença do tecido conjuntivo • Quanto mais elevado o índice maior a probilidade de abandono da quimioterapia.
  • 22. Avaliação Nutricional • Estado nutricional inadequado – preditor independente de sobrevida e dependência funcional. • Perda não intencional de peso – queixa frequente. • MAN – Detecta risco elevado de desnutrição quando IMC e albumina ainda normais – permite intervenção precoce. – Medidas antropométricas, informações dietéticas, avaliação global e autoavaliação.
  • 23. Prescrição • Polifarmácia • Reavaliar adequação das medicações • Interações medicamentosas
  • 24. Risco Social • O idoso se sente satisfeito e pode contar com os familiares para ajudá-lo a resolver seus problemas? • O idoso participa da vida familiar e oferece apoio quando os membros tem problemas? • Há conflitos entre as gerações? • As opiniões do idoso são acatadas e respeitadas? • O idoso respeita e aceita as opiniões dos familiares? • O idoso participa da vida comunitária? • O idoso tem amigos e pode contar com eles? • O idoso apóia seus amigos quando eles tem problemas?
  • 25. Espiritualidade • Abordar as crenças religiosas e existencias é fundamental para avaliar integralmente o paciente e direcionar as decisões do seu tratamento. • Finitude
  • 26. Síndromes Geriátricas 60% dos pacientes com diagnóstico de Câncer • Quedas • Depressão • Demência • Dellirium
  • 27. Quedas • Idosos com câncer apresentam vários FATORES DE RISCO: – Idade – Declínio funcional – Déficit neurológico – Polifarmácia – Medicações específicas (opióides, benzodiazepínicos, antidepressivos, neurolépticos) – Descondicionamento físico – Quimioterápicos neurotóxicos ( Vincristina, vimblastina, ifosfamida, cisplatina, citarabina, ciclofosfamida, fluoracil) – Alterações de equilíbrio e marcha
  • 28. Depressão • Diagnóstico difícil no idoso • Confusão entre o que são os sintomas depressivos e o que são efeitos colaterais do tratamento oncológico – Perda de peso – Alterações do sono – Fadiga – Diminuição da concentração – Lentidão psicomotora – Sintomas de menor valia ou culpa – Pensamento de morte ou suicídio
  • 29. Depressão • Fatores de Risco para Depressão no paciente com Câncer: – Perda do cônjuge – Incapacidade funcional – Suporte emocional inadequado – Dor não controlada – Condição física debilitada – Doença avançada – História prévia de depressão – Outras perdas ou estresses – História familiar de depressão ou suicídio – Medicações: corticóides, interferon, interleucina-2, barbitúricos, benzodiazepínicos, quimioterápicos – Radioterapia cerebral
  • 30. Depressão • Causas de depressão no paciente oncológico: – Hipercalcemia – Distúrbios hidroeletrolíticos – Deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico – Hipotireoidismo – Insuficiência adrenal – Síndromes paraneoplásicas
  • 31. Depressão • MANEJO – Psicoterapia de suporte e técnicas cognitivo- comportamentais – Antidepressivos – escolha baseada em controle de sintomas físicos e do perfil de efeitos colaterais. – Psicoestimulantes (metilfenidato) – adjuvante – efeito mais rápido. • Podem ser utilizados no início do tratamento, enquanto o antidepressivo ainda não fez o efeito. • Mais úteis para pacientes com doença avançada e lentidão psicomotora grave, anedonia e apatia importantes.
  • 32. Demência • Menor probabilidade de diagnóstico precoce do CA. • Menor sobrevida após diagnóstico de CA de mama, cólon e próstata. • Maior mortalidade em 6 meses (tanto pelo câncer e principalmente por causas não relacionadas). • Principal causa de morte em demência avançada – Pneumonia • Principal causa de morte em demência leve a moderada – cardiopatias e acidente vascular encefálico AVALIAR SE RASTREIO E TRATAMENTO TRARÁ REAL BENEFÍCIO!
  • 33. Dellirium • Sintomas podem ser confundidos com ansiedade, psicose, raiva e depressão. • Considerar em pacientes com início agudo de agitação, alteração cognitiva, diminuição da atenção ou flutuação do nível de consciência. • Principais fatores de risco: Idade avançada, déficit cognitivo e severidade das comorbidades.
  • 34. Dellirium • CAUSAS: • Efeitos diretos do CA no SNC • Efeitos indiretos da doença e seu tratamento: – Medicações – Distúrbios Hidroeletrolíticos – Sd paraneoplásicas – Falência de um sistema ou órgão vital – Infecção – Complicações vasculares • Comum em pacientes com CA avançado: – 25% dos internados – 85% dos CAs terminais.
  • 35. Parâmetro Avaliação Funcionalidade ABVD (Katz)/AIVD (Lawton) Comorbidades Número e Severidade/Escala de Charlson/CIRS – G Condições Socioeconômicas Habitação, renda, suporte familiar, possibilidade de cuidador, facilidade de transporte. Síndromes Geriátricas Demência, Depressão, Dellirium, quedas, osteoporose, maus-tratos, incontinência, tontura, alterações visuais e auditivas, distúrbios do sono. Avaliação Nutricional MAN Polifarmácia Número/Adequação/Interações medicamentosas Comorbidades Funcionalidade Saudável Vulnerável Frágil Totalmente Parcial Totalmente Independente dependente Melhora com intervenção geriátrica? Avaliar: Expectativa de vida e Contraindicação ou alto risco de prejuízo e sim Controle de sintomas sim riscos versus benefícios do Passível de intervenção? toxicicidade com o tratamento Compensação Clínica tratamento Adequação das medicações Sem Benefício Suporte Clínico e Social Reavaliação Seguir Benefício Não Tratamento Não avaliação Cuidados clínico e para indicar Paliativos controle de tratamento Tratamento Quimioterápico ou sintomas Tratamento paliativo Radioterápico INDIVIDUALIZAR!
  • 36. Avaliação Multidimensional do Paciente Idoso com Câncer PARTICULARIDADES DO TRATAMENTO ONCOLÓGICO EM PACIENTES IDOSOS
  • 37. Pré-operatório • Avaliação pré-operatória em pacientes idosos com Câncer: – Objetivo de predizer o risco cirúrgico nesse grupo • Fragilidade • Capacidade funcional • Capacidade congitiva e mental • Além dos riscos cirúrgicos já avaliados na avaliação clínica geral ( Cardíaco, Renal, Pulmonar, etc.)
  • 38. Quimioterapia • Faltam ensaios clínicos que incluam idosos com comorbidades. – Errônea interpretação dos efeitos colaterais – Limita a extrapolação dos resultados • Idosos saudáveis x Idosos frágeis • Adjuvância: Qual o real impacto na sobrevida? – Regra geral – oferecer o tratamento padrão nos idosos saudáveis com expectativa de vida maior do que 5 anos.
  • 39. Quimioterapia • Altos níveis de toxicidade do tratamento – Reservas renais e hepáticas diminuídas – ajustes de doses. – Comprometimento tumoral do fígado – Modificações na farmacodinâmica da droga devido ao menor volume de água corporal total. – Cardiopatia ou hipertensão prévias aumentam o risco de toxicidade cardíaca pelos antracíclicos. – Idosos tem maior incidência de neutropenia –aumento de infeccções, hospitalizações e mortalidade
  • 40. Quimioterapia • Terapia hormonal – Cuidar com interações medicamentosas. – Cuidar com eventos tromboembólicos. • Quimioterapia paliativa – Sempre que possível optar pelo medicamento de perfil de sensibillidade menos mórbido.
  • 41. Radioterapia • 30% dos pacientes em centros de radioterapia são idosos • Idade avançada é critério de exclusão nos estudos que verificam a eficácia do tratamento • Portadores de Doença de Parkinson ou Demência podem ter dificuldade em manter-se na mesma posição por longos períodos • Acredita-se que com o envelhecimento há uma redução da perfusão tecidual sensibilizando as células à radioterapia. • Identificação de 1 ou mais comorbidades relacionou-se a menor tolerância ao tratamento.
  • 42. Conclusão • A AGA difere da avaliação clínica geral por enfatizar a capacidade e a reserva funcional. • Idade cronológica deixa de ser contraindicação ao tratamento. • Fundamental avaliar e detectar, através da AGA, problemas previamente desconhecidos que podem comprometer a segurança e a eficácia do tratamento. • Identificação de pacientes com possibilidades reais de cura. • Identificação de pacientes com doença mais avançada que se beneficiariam de menores doses de quimioterápicos. • Necessidade de estudos futuros com maior representação dos idosos.
  • 43. Referência • Del Giglio A, Kaliks R, Karnakis T, Jacob-Filho W. Oncogeriatria – Uma abordagem multidisciplinar. Editora Manole, 2012.