1. A urbanização de São Paulo ocorreu de forma acelerada e desorganizada no final do século XIX, com a imigração e o crescimento populacional.
2. Nos anos 1940, a população de baixa renda migrou para as periferias sem infraestrutura, enquanto a população central aumentava 171% e as periferias 364%.
3. Hoje, São Paulo é dividida em 5 grandes regiões desiguais, onde a periferia tem piores índices socioeconômicos e de violência, em contraste com á
1. Escola Superior de Propaganda e Marketing
Projeto de Graduação ESPM - 2006/2
Com você por toda a cidade
Ana Zerlotti Sarkovas 10310330
Daniela Mari Mochida 10310001
Gabriela Serio 10310277
Renata Aguiar Ribeiro 10310114
Yara Sanae Ohashi 10310457
Orientador: Otávio Ribeiro
Orientador:
3. 4 5
Índice
Sumário Executivo
Sumário Executivo 9
9
1. A URBANIZAÇÃO DE SÃO PAULO
1. A URBANIZAÇÃO DE SÃO PAULO 12
12
2. O TRANSPORTE URBANO
2. O TRANSPORTE URBANO 16
16
Carro
Carro 17
17
Táxi
Táxi 17
17
Moto
Moto 17
17
Ônibus fretado
Ônibus fretado 17
17
A inadequação da rede de transporte
A inadequação da rede de transporte 18
18
O transporte público coletivo
O transporte público coletivo 21
21
- Governo Federal 21
- Governo do Estado de São Paulo 22
- Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP) 22
- Secretaria de Estado dos Transportes 22
- Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos 22
- Prefeitura de São Paulo 22
- Secretaria Municipal dos Transportes 23
- CET 23
- Metrô de São Paulo 26
- CPTM 26
- EMTU-SP 26
O ônibus como meio de transporte essencial
O ônibus como meio de transporte essencial 28
28
para o funcionamento da cidade
para o funcionamento da cidade
3. A SPTRANS
3. A SPTRANS 30
30
Missão
Missão 32
32
Como a SPTrans define seu negócio
Como a SPTrans define seu negócio 32
32
Visão
Visão 32
32
Organograma
Organograma 32
32
O Departamento de Marketing 32
O Departamento de Recursos Humanos 37
São Paulo dividida em 8 áreas
São Paulo dividida em 8 áreas 39
39
Bilhete Único
Bilhete Único 43
43
As possíveis integrações do Bilhete Único Integrado 44
4. 6 7
Equipamentos de transferência
Equipamentos de transferência 47
47 7. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
7. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 98
98
Passa-rápido
Passa-rápido 50
50 O posicionamento pretendido da SPTrans
O posicionamento pretendido da SPTrans 100
100
Principais vantagens 50 O percurso SPTrans
O percurso SPTrans 102
102
site
site 52
52 Educação
Educação 104
104
Escopo do site 52 Gestão
Gestão 105
105
156
156 53
53 Mobilidade
Mobilidade 105
105
Os operadores do transporte público
Os operadores do transporte público 55
55
sobre rodas
sobre rodas 55
55
8.PLANO DE AÇÃO
8.PLANO DE AÇÃO 106
10 6
Cálculo 56
Objetivo geral
Objetivo geral 108
108
Receitas e despesas 58
Objetivos secundários
Objetivos secundários 108
108
Investimentos
Investimentos 60
60
Programa
Programa 109
109
Expresso Tiradentes 60
Ponto a Ponto
Ponto a Ponto 109
109
Linha expressa Parque D. Pedro - Cidade Tiradentes 60
Programa Ponto a Ponto
Programa Ponto a Ponto 109
109
Combate às fraudes e ao uso indevido do Bilhete Único 62
Conceito 109
Terminais existentes e em projeto 63
Mensuração, avaliação e aperfeiçoamento do plano 110
Desenvolvimento tecnológico
Desenvolvimento tecnológico 64
64
1. Primeiro ponto 111
2. Segundo ponto 127
4. A SPTRANS E OS USUÁRIOS DO TRANSPORTE PÚBLICO SOBRE RODAS
4. A SPTRANS E OS USUÁRIOS DO TRANSPORTE PÚBLICO SOBRE RODAS 66
66 Defesa de criação
Defesa de criação 154
154
Cronograma
Cronograma 15 6
15 6
5. DIAGNÓSTICO
5. DIAGNÓSTICO 73
73 Análise Financeira
Análise Financeira 162
162
Matriz de oportunidades
Matriz de oportunidades 75
75 do Plano de Ação
do Plano de Ação 162
162
Matriz de ameaças
Matriz de ameaças 76
76 Custos do Plano
Custos do Plano 162
162
Lista de verificação para análise de forças/fraquezas
Lista de verificação para análise de forças/fraquezas 77
77
Análise de público-alvo
Análise de público-alvo 82
82 GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO 165
165
Poder 82
Legitimidade 82
Urgência 82
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA 168
168
Os públicos de interesse da SPtrans
Os públicos de interesse da SPtrans 83
83
Usuários 83 ANEXO - PESQUISA
ANEXO - PESQUISA 170
170
Colaboradores 84
Operadores 85
Congêneres 86
Comunidade 87
Governo 88
Imprensa 90
6. PROGNÓSTICO
6. PROGNÓSTICO 94
94
Conclusão 97
5. 8 9
SUMÁRIO EXECUTIVO
SUMÁRIO EXECUTIVO
Todos os dias, quase 7 milhões de pessoas utilizam extremamente estratégico para a SPTrans, alinhado
o ônibus como meio de transporte no município de ao novo posicionamento da empresa, de uma
São Paulo. O ônibus é o meio para o trabalho, o organização pública prestadora de serviço orientada
lazer, a cultura e a educação. para o cidadão.
A SPTrans é o órgão que coordena o trabalho dos 15 O desafio está em adaptar o conhecimento voltado
mil veículos que circulam por São Paulo. É também na maior parte das vezes para empresas privadas,
de sua responsabilidade fiscalizar o sistema e para uma organização com atuação pública,
garantir, junto aos operadores de ônibus, a prestação diversas limitações à mudanças e com grande
do serviço. complexidade econômico-financeira.
Apesar de representar o transporte público com
maior capilaridade e abrangência do município, o
ônibus, junto ao trem metropoilitano, é apontado
como a última opção de locomoção. Sua
flexibilidade para expansão da malha e o suporte
que oferece para as atividades urbanas acabam
ofuscados pelo mau atendimento oferecido para a
população e pela comparação com o Metrô, o meio
de transporte público coletivo que apresenta a maior
taxa de aprovação, que já alcança a marca de 90%.
A mesma taxa, aplicada ao ônibus, é de 52%,
segundo dados de 2005 da Agência Nacional dos
Transportes Públicos.
A demanda por transporte coletivo em São Paulo, no
entanto, não pode esperar e não será
completamente atendida pela expansão da malha
metroviária, cuja distribuição resume-se ao centro
expandido da cidade. Soma-se a isso, alguns fatos
alarmantes. Em São Paulo, já existe 1 carro para
cada 2 pessoas.
O ônibus é o único meio capaz de garantir, a um
menor custo e maior agilidade, a mobilidade no
município, imprescindível para o seu
desenvolvimento sustentável e para a qualidade de
vida da população. A SPTrans tem papel
fundamental nesse processo.
Enxergando o funcionamento do sistema de
transporte público sobre rodas como uma série de
engrenagens, o plano de ação proporcionará uma
nova experiência de uso do serviço. O investimento
num novo conceito de relacionamento com os
públicos de interesse é não apenas crucial, mas
7. 13
1. A urbanização
de São Paulo:
crescimento rápido
e desestruturado
A expansão territorial e demográfica acelerada que Hoje, o Estado de São Paulo conta com 40
São Paulo - que até então se concentrava na área milhões de habitantes. É o Estado com maior
central -, experimentou no final do século XIX foi a contingente populacional e somente a capital
grande responsável pela desorganização da cidade. responde por quase 10% do PIB nacional e 29% do
Imigração, cortiços, epidemias, novas ruas e PIB do Estado. São Paulo concentra 27,5% dos
empreendimentos, como o Viaduto do Chá, habitantes do Estado2 e, dessa parcela, quase 6
começaram a se tornar cada vez mais comuns. Em milhões de pessoas fazem parte da população
1900, o primeiro prefeito, Antônio Prado, dá início economicamente ativa.
a um programa de modernização urbana. Junto com
esse desenvolvimento, aparecem tensões sociais A cidade de São Paulo é o mais importante
crescentes evidenciadas pelas greves de 1917-1918 pólo da economia brasileira. Desempenha funções
e pela revolução de 1924. de centro financeiro, sede de grandes corporações e
base de complexas redes de serviço de alta
A partir de 1940, com a expansão especialização. Apesar de a indústria ter sido o fator
populacional e o desenvolvimento industrial, a de desenvolvimento da capital paulista ao longo das
população de baixa renda muda-se para zonas décadas, hoje, o setor de serviços é o de maior peso
periféricas. Sem nenhuma infra-estrutura, constrói na economia do município, representando cerca de
suas casas próprias com mutirões em terrenos ilegais. 40% dos postos de trabalho disponíveis e gerando
Grandes distâncias passam a separar os diferentes R$ 51,5 bilhões. Já o setor industrial absorve 16%
grupos sociais. Percebendo esse movimento, Prestes do total de empregos disponíveis na cidade,
Maia constrói as grandes avenidas e muda o sistema gerando R$ 36,7 bilhões3.
de transportes para atender ao padrão periférico de
desenvolvimento. É consolidado então, o modelo Hoje, a capital é administrada por 31
expansionista, rodoviarista e verticalizador. Entre subprefeituras espalhadas por 5 grandes regiões
1940 e 1960, enquanto a população da cidade (Leste, Oeste, Norte, Sul e Centro), subdivididas em
central aumentava 171%, os seus arredores cresciam distritos.
364%1.
1
LANGENBUCH, Richard. A estruturação da Grande São Paulo: estudo da geografia urbana. São Paulo: Biblioteca Geográfica Brasileira, 1971.
IBGE. Estimativas populacionais para os municípios brasileiros em 1/7/2005.
2
Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Paulista - Paep 1996 e 2001.
3
8. 14 15
A Região Oeste, representada por Morumbi,
Pinheiros, Alto de Pinheiros, Lapa, Perdizes, Itaim Essa realidade de individualismo é
Bibi, concentra a maior renda: em média, 10 salários concretizada ainda mais pelo aumento da opção
mínimos. É onde se concentra a maior opção de pelo transporte individual, o automóvel, que desde
lazer e serviços. Já as regiões periféricas (Aricanduva, os anos 30 contribui para o individualismo e para a
Carrão, Perus, Pirituba, Itaquera) têm como média de perda do uso do espaço público. O automóvel
renda de 1 a 3 salários mínimos. Nessas regiões aumenta a sensação de proteção particular. Daí o
incidem os maiores índices de violência, com número crescente de aparatos de segurança em
transporte público precário ou insuficiente4. As veículos, como insulfilm, radar e blindagem. A
regiões centrais (Sé, República, Santa Cecília, entre valorização do automóvel ganha força com as feiras
outros) têm uma renda média de 3 a 5 salários, sendo automobilísticas, as corridas e a comunicação de
o salário mensal médio do trabalhador da cidade de grandes marcas, que cada vez mais apresentam o
São Paulo, com carteira assinada, em torno de 1.230 veículo automotivo como fonte de status e forma de
reais. ostentação individual.
Nos últimos 10 anos, a melhoria urbanística O ônibus, por sua vez, é identificado como
na periferia aumentou o custo de vida nessa área, o ícone do funcionamento da cidade. Prova disso são
que provocou a mudança das famílias para cortiços as rebeliões urbanas que muitas vezes depredam os
na região central, zonas mais periféricas ainda ou ônibus como forma de atingir a rotina da cidade.A
então para favelas. Ocorre, assim, um alastramento desigualdade urbana e social cria um desequilíbrio
geográfico da pobreza e o nascimento de na relação moradia-trabalho, que gera mais
hiperperiferias com maior grau de precariedade, deslocamentos e sobrecarrega o sistema viário e os
desemprego estrutural, abandono do Estado e crises. transportes coletivos. Os moradores da periferia
gastam em média três vezes mais tempo em trânsito
Com uma enorme herança de problemas e do que os demais habitantes.
conflitos, São Paulo convive com elementos de
cidade mundial inserida na economia global. É uma Nabil Bonduki, mestre e doutor pela
cidade rica com ruas tomadas de pobreza. A Faculdade de Arquitetura da USP e relator do Plano
violência e o medo afetam a convivência urbana e Diretor da Câmara Municipal de São Paulo, afirma:
impessoal, produzindo o enclausuramento das
classes médias e altas em seus condomínios “A alma da cidade são seus espaços
fechados e shoppings, o que provoca o abandono públicos e valorizá-los e qualificá-los é um desafio
progressivo do espaço público. essencial para recuperar a auto-estima dos
paulistanos e melhorar a qualidade de vida.”
A separação do espaço público por
fronteiras e muros não permite interação e trocas: os
cidadãos estão cada vez mais confinados a relações
apenas entre iguais e familiares. A interação social
está marcada pela criação de espaços de convívio
"pelo acesso público sob controle privado5" como
os shoppings centers, restringindo o cotidiano das
pessoas a seus bairros.
Estudo do SEADE / 2000 sobre distribuição por faixa de renda segundo distritos.
4
FRÚGOLI, Heitor. Os espaços públicos numa perspectiva antropológica.
5
9. 17
CARRO MOTO
2. O transporte urbano CARRO
Meio de transporte particular, com capacidade
média de 5 pessoas, é aprovado por 97% de seus
usuários6, que vêem no carro a possibilidade de
MOTO
É o meio de transporte de menor capacidade (2
pessoas), muito utilizado devido ao baixo consumo
de combustível e o preço acessível, variando de
itinerário independente, disposição em todos os acordo com suas cilindradas. As motos são rápidas,
momentos, conforto e segurança, ao mesmo tempo leves, de manutenção barata e menos cansativa que
em que é mais barato que o táxi. Ainda assim, suas carros, por serem uma alternativa ao trânsito pesado
desvantagens são o preço, tanto dos custos de das grandes cidades. Porém, suas desvantagens
compra e manutenção do veículo quanto do também são numerosas: chuva, frio, risco de tombos
combustível, trânsito e a dificuldade de e colisões com possibilidade de ferimentos mais
estacionamento em vias públicas. Quando o carro graves etc.
não está disponível, a alternativa mais usual é o
Metrô7. A frota de motos está crescendo, tanto pela
Motocicleta vence disputa de veículo mais rápido
Motocicleta vence disputa de veículo mais rápido absorção da cultura da motocicleta como meio de
em horário de pico
em horário de pico transporte eficiente nos grandes centros urbanos
TÁXI
TÁXI quanto pela busca por oportunidades de emprego,
O segundo colocado foi um ciclista. Depois chegaram as pessoas que usaram ônibus, seguidas Tipo de transporte público com capacidade para 4 principalmente no setor de pequenas entregas (os
por quem fez o trajeto de carro. O último a chegar foi quem fez o trajeto de ônibus e metrô pessoas, que proporciona aos passageiros ampla chamados motoboys). Nos últimos 5 anos, o
escolha de local de embarque ou desembarque. Ao número de motocicletas mais que dobrou. Hoje há
SÃO PAULO - O motociclista Rodrigo Pinto, de 28 anos, foi o vencedor do Desafio Intermodal contrário do transporte em massa, a tarifa é paga em aproximadamente 5,4 milhões de motos em todo o
realizado na noite desta quarta-feira, 20, em São Paulo, que teve como objetivo avaliar o quilômetros rodados, segundo o seguinte sistema: país, quase metade delas com até 3 anos de uso. Em
transporte mais rápido em horário de pico na principais vias da cidade. O segundo colocado 2000, a quantidade de motos em circulação era de
foi um ciclista. Depois chegaram as pessoas que usaram ônibus, seguidas por quem fez o trajeto - Início da corrida (bandeirada): cerca de 2,5 milhões.
de carro. O último a chegar foi quem fez o trajeto de ônibus e metrô. R$ 3,20 por quilômetro rodado.
- Bandeira 1 = R$ 1,80 (de segunda a sábado,
Às 18h15, um grupo de amigos partiu da Praça General Gentil Falcão, na altura do número das 6h às 20h). ÔNIBUS FRETADO
ÔNIBUS FRETADO
1000 da Avenida Luiz Carlos Berrini, na zona sul da cidade, em direção ao prédio da Prefeitura, - Bandeira 2 = R$ 2,34 (de segunda a sábado, das Meio de transporte com alta capacidade (até 50
no Viaduto do Chá, na região central, utilizando bicicleta, moto, carro, ônibus, metrô e trem. 20h às 6h; nos domingos e feriados o dia todo) passageiros), atende empresas, excursões ou
deslocamento para eventos e feiras. Sua vantagem
A disputa terminou às 20h04. O motociclista concluiu seu percurso em 44 minutos e 32 Na cidade também há as categorias luxo e em relação aos outros transportes coletivos é o
segundos. Um ciclista que fez um caminho alternativo de 13 quilômetros por vias centrais especial, cujas tarifas são maiores que as do táxi conforto, assim como os trajetos, pois não depende
gastou 48 minutos e 20 segundos. Outro ciclista completou um percurso de 18 quilômetros por comum. Somente o preço desse meio já segmenta de nenhuma combinação de meios. É
vias principais em 52 minutos e 15 segundos. os seus usuários, de renda mais elevada e que intermunicipal a maioria das suas 567.000 viagens
priorizam o conforto e a conveniência na escolha diárias8.
Já o participante que estava num ônibus completou o percurso em uma hora e seis minutos e do tipo de transporte.
quem seguiu a prova em um carro, em uma hora e dezesseis minutos.
Quem dependeu de trem e metrô gastou uma hora, 23 minutos e 50 segundos. O último
participante, que fez o trajeto de ônibus e metrô, finalizou o trajeto em uma hora, 39 minutos
e 23 segundos.
Fonte: Estadao.com.br (http://www.estadao.com.br/ultimas/cidades/noticias/2006/set/20/380.htm)
Pesquisa ANTP, 2003.
6
Depto de Engenharia de Transporte da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
7
Aferição da Pesquisa O/D, 2002
8
10. 18 19
A INADEQUAÇÃO DA REDE DE TRANSPORTE
A INADEQUAÇÃO DA REDE DE TRANSPORTE Os ônibus são relativamente menos poluentes que Gráfico 2.2 - Evolução das viagens diárias por modo na RMSP.
os automóveis, considerando o número de
50.000
passageiros que transportam e o tamanho da sua Coletivo Individual A pé
frota. Dos carros particulares, originam-se 60% da 40.000
Historicamente, o automóvel tem sido privilegiado congestionamentos, com a conseqüente elevação poluição atmosférica.
Viagens (1.000)
na utilização do sistema viário. A cultura do dos índices de poluição. 30.000
14.194
automóvel, visto como símbolo de status e como Levantamentos realizados pelo Instituto de
10.650 10.812
única alternativa de deslocamento para as pessoas Só na cidade de São Paulo são geradas 10 Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) ainda indicam
20.000 5.400
12.958
8.295 10.147
com melhores condições financeiras, justificou mil toneladas de poluentes todos os dias úteis, que, em apenas 10 capitais brasileiras, perdem-se 10.000
6.240
políticas que buscaram viabilizar a cidade para a sendo que o transporte individual é o maior cerca de 240 milhões de horas anualmente em
9.759 10.455 10.473 11.508
circulação dos carros, em detrimento do transporte responsável pela poluição do ar (Tabela 2.1). congestionamentos. O tráfego intenso cria a 0
1977 1987 1997 2002
coletivo, produzindo as atuais situações caóticas de Tabela 2.1 - Emissão média de poluentes por meio necessidade de um número maior de ônibus para Ano
congestionamentos e poluição. e por pessoa.
realizar o mesmo número de viagens em Fonte: Metrô - SP. Pesquisa Mini O/D, 2002.
Emissões
Emissões HC
HC CO
CO NOx
NOx determinado período, devido ao aumento do tempo
As cidades brasileiras passaram a conviver de percurso. A variação da velocidade ainda
com a ineficiência dos sistemas de transporte Automóvel A mudança significativa na dinâmica da
18 166 6,7 influencia o consumo de combustível (o qual pesa
público, que viu o crescimento expressivo do (g/pessoa) ocupação urbana, dos padrões de trabalho e
cerca de 20% no custo total9). Este aumento dos
transporte individual, a explosão do transporte Ônibus (g/pessoa) 0,8 3,7 3,9 custos operacionais reflete-se nas tarifas pagas pelos emprego, entre outras, geraram uma demanda de
clandestino e o generalizado aumento dos usuários, que são penalizados pelo rede de transporte distinta da construída,
congestionamento causado pelos automóveis. consolidando novos padrões de deslocamentos da
população urbana.
Ao mesmo tempo, a população de baixa
renda está sendo privada do acesso ao transporte Outro importante indicador na avaliação da
público devido à baixa remuneração e à demanda por transporte coletivo é a sua
precariedade da oferta para as áreas periféricas. Em participação no total de viagens realizadas. Esta
todo o país, 56 milhões de brasileiros não utilizam participação é obtida agrupando-se as viagens
transporte público coletivo porque não podem motorizadas em duas categorias: viagens
pagar tarifa. Tal privação acarreta problemas nos motorizadas por modo coletivo e viagens
deslocamentos para o trabalho, dificuldades de motorizadas por modo individual. A tendência que
acesso aos equipamentos e serviços básicos e às se observa é o aumento da participação das viagens
oportunidades de emprego. As condições de por modo individual, em detrimento da participação
transporte nas grandes cidades estão se tornando do transporte coletivo, que pela primeira vez é
também uma barreira à inclusão social. superada pelo modo individual (Gráfico 2.3).
Um reflexo da inadequação da rede de Gráfico 2.3 - Participação por modo de viagem dentro
transporte à ordem de ocupação urbana é a do total de viagens realizadas - RMSP.
mudança significativa dos hábitos de deslocamentos 1997 2002
da população urbana nos últimos anos. Embora
quantitativamente ainda maiores, as viagens
motorizadas diárias na RMSP (Região Metropolitana
de São Paulo) tiveram crescimento de 19% de 1997
a 2002, proporcionalmente menor do que o
49% 51% 53% 47%
crescimento das viagens a pé, que tiveram um
acréscimo de 31% (Gráfico 2.2).
Individual Coletivo
O CARRO É APONTADO COMO O MAIOR SONHO DE CONSUMO POR 2 3 %
23% Fonte: Metrô - SP. Pesquisa Mini O/D, 2002.
30%
DOS ADOLESCENTES PAULISTANOS DA CLASSE A E 3 0 % DA CLASSE B.
Fonte: Pesquisa "O Adolescente e a Sociedade de consumo", realizada pela Fundação Procon - SP em parceria com a UniFMU. 9
Estudo IPEA/ANTP (1998).
11. 20 21
Esse crescimento deve-se principalmente ao O TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO
O TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO
aumento do número de viagens por automóvel, que 4 principais deseconomias
Figura 2.1 - As 4 principais deseconomias causadas
em 2002 correspondeu à metade das viagens
motorizadas. O ônibus teve sua participação
diminuída, assim como o Metrô. As lotações foram
Tempo excessivo gasto
o único modo coletivo cuja participação aumentou
em relação às viagens motorizadas (Gráfico 2.4). com deslocamento. O transporte público influencia diretamente a descontos e multas afetam o custo operacional dos
qualidade ambiental, promove a inclusão social, o sistemas metro-ferroviários e dos trólebus.
Gráfico 2.4 - Evolução das viagens diárias por modo
3 desenvolvimento sustentável, participa da dinâmica
de desenvolvimento da cidade, interfere
concretamente em sua organização espacial e social
- Financiamento da produção de veículos: o
governo federal define a política de admissão de
principal - RMSP.
Desperdício de combustível. e na geração de emprego e renda, papel que, empresas montadoras de veículos no país,
aplicado ao município a São Paulo, ganha ainda influenciando diretamente no custo de produção e
15000
maiores proporções. Segundo o artigo 30 da na atratividade do automóvel para o consumidor.
12000
9636
12049
1997 2002
* inclui fretado e escolar 3 Constituição Federal, é considerado um serviço
público de caráter essencial: - Financiamento de veículos: os veículos
Viagens (1.000)
9000 7931 8312
fabricados no Brasil têm suas condições de
Emissão de poluentes acima "Art. 30. Compete aos municípios: (...) V - financiamento definidas pelo governo federal,
6000
dos níveis aceitáveis. organizar e prestar, diretamente ou sob regime de influenciando diretamente a atratividade da compra
3000 1697 1803 concessão ou permissão, os serviços públicos de de carros pelo consumidor final. Em agosto de 2002,
3
649 765 200 630 146 415 260 379
0
103 115
interesse local, incluído o de transporte coletivo, que a venda de carros aumentou 6,76% com a redução
Auto Ônibus* Metrô Trem Lotação Moto Outros Táxi
tem caráter essencial." do IPI de carros populares em 1% e em 9% dos
Modo Principal veículos 1.6 e 2.0. Além disso, ônibus e
Aumento dos custos Garantir o transporte público é equipamentos de transporte podem ser financiados
Fonte: Metrô - SP. Pesquisa Mini O/D, 2002. operacionais do transporte responsabilidade institucional dos governos federal, por empréstimos regidos pelo governo federal, e
coletivo. estadual e municipal. É de extrema importância o táxis são isentos da cobrança de IPI.
entendimento das principais atribuições de cada
instituição e a sua influência sobre o transporte - Custo de mão-de-obra: alguns impostos,
O índice de mobilidade (quantidade de pelas condições precárias de trânsito.
urbano e público. contribuições e índices de correção salarial são
viagens diárias por habitante) demonstra, em
definidos pelo governo federal, com impacto direto
números, as conseqüências desse sistema de
no custo de operação do transporte público.
transporte. Na cidade de São Paulo, o índice caiu de
1,7 (um número considerado baixo, se comparado a - Governo Federal - Tarifa do transporte público: o acesso dos
cidades de países desenvolvidos) para 1,3, queda de
usuários ao transporte público é altamente
23%. Enquanto isso, no mesmo período, a taxa de As decisões do governo federal têm impacto direto
influenciado pela disponibilidade de vale-transporte
motorização cresceu em torno de 25%. Hoje, na ou indireto em várias áreas relacionadas ao
e outros benefícios, cuja existência e legalização
Região Metropolitana de São Paulo, existem cerca transporte e trânsito urbanos. São poucos os
são de iniciativa e competência federal.
de 5,4 milhões de veículos (1 para cada 2 ministérios que não estão de alguma forma
habitantes). Assim, cresce a motorização na cidade, desenvolvendo ações relacionadas ao transporte
- Condições de circulação: a legislação de
e cai a mobilidade. urbano. Entretanto, elas são dispersas e não são fruto
trânsito é competência exclusiva do governo federal,
de um trabalho coordenado nas esferas de poder
por meio do Conselho Nacional de Trânsito
O transporte público coletivo deveria federal, estadual e municipal.
(Contran), do órgão federal executivo de trânsito, o
garantir a sustentabilidade dessa mobilidade urbana
Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e do
e, por conseqüência, a qualidade de vida e a Dentre as principais ações, destacam-se:
Grupo Executivo para a Redução dos Acidentes de
eficiência da economia das grandes cidades.
Trânsito (GREAT).
-Energia: o preço dos combustíveis é
definido pelo governo federal, afetando os custos do
- Desenvolvimento urbano: umas das
transporte individual (gasolina/álcool) e do
principais atuações do Ministério do Planejamento e
transporte público (diesel). Além disso, as tarifas de
Orçamento são as políticas habitacionais, que, por
energia elétrica, bem como os critérios de cobrança,
12. 22 23
sua vez, têm relação direta com o padrão de - Secretaria de Estado dos
deslocamento das pessoas e com os sistemas de
transporte necessários para atendê-las. A Secretaria Transportes - Secretaria Municipal - CET
de Desenvolvimento Urbano estabelece as
Tem como principais funções a coordenação de
dos Transportes A CET é contratada pelo DSV (Departamento de
prioridades para os investimentos em transportes
coletivos e circulação viária, destinados a todos os meios de transporte de responsabilidade Sistema Viário, órgão responsável pelo trânsito da
As atribuições da Secretaria Municipal de
complementar ações em habitação e saneamento direta ou indireta do Estado, o estudo e a cidade) para operar 24 horas, fiscalizando,
Transportes são: gerenciar os serviços de transporte
em áreas ocupadas pela população de baixa renda. organização das operações e do reaparelhamento realizando a manutenção e desenvolvendo estudos
coletivo de passageiros por ônibus; regulamentar e
de órgãos ou sistemas de transporte, e o controle de para expandir e melhorar a rede viária, além de
gerenciar os serviços de transporte de passageiros
- Cooperação internacional: o Ministério planos técnico-econômicos, financeiros e educar e treinar a população sobre questões do
individuais e coletivos (táxi, fretamento, escolar,
das Relações Exteriores mantém programas de administrativos, correspondentes aos diversos trânsito. A fim de aumentar a eficiência do sistema,
transporte de carga e motofrete); disciplinar e gerir o
cooperação internacional, dentre os quais está sistemas de transportes. a CET desenvolve projetos em parceria com a
uso da rede viária municipal; coordenar as
incluído o tema do transporte urbano. SPTrans, como a operação Via Livre e o sistema de
diferentes áreas da Prefeitura, governo do Estado,
vigilância dos corredores de ônibus.
governo federal e sociedade civil. Ela é dividida
- Secretaria de Estado dos entre o Departamento de Operação do Sistema
- Governo do Estado Viário (DSV), para o qual responde a Companhia de
Transportes Metropolitanos Engenharia de Tráfego (CET) e o Departamento de
de São Paulo Transportes Públicos (DTP), ao qual a SPTrans presta
O objetivo principal dessa Secretaria é executar a
serviços.
O governo estadual tem se dedicado ao transporte política de transportes urbanos e de passageiros da
urbano principalmente na Região Metropolitana de capital paulista com as regiões metropolitanas,
São Paulo (transporte público metropolitano e as envolvendo os sistemas metroviário, ferroviário, de Figura 3.6
linhas de longo percurso que passam por esta área), ônibus e trólebus.
Secretaria
na qual dois problemas têm se destacado como os Municipal de
mais relevantes: a dificuldade da coordenação dos Transportes
sistemas metropolitanos de transporte, frente aos - Prefeitura de São Paulo
interesses e à autonomia dos municípios, e a
Assessoria
regulamentação das linhas de ônibus É responsável pelo planejamento, operação e Técnica
intermunicipais, que geram conflitos com os fiscalização do trânsito, funções que até 1998 eram SMT-AT
sistemas locais de transporte público. A gestão realizadas pelo Denatran.
dessas linhas é feita pela ARTESP e pela EMTU.
Assessoria Assessoria
Assim como a maioria dos municípios, a atuação da Imprensa Parlamentar
Prefeitura de São Paulo tem se limitado à SMT-AI SMT-AP
- Agência Reguladora de contratação de operadores de ônibus por meio de
licitações, estas sempre relacionadas a uma
Transporte do Estado de São regulamentação detalhada dos serviços a serem
Paulo (ARTESP) prestados, como a definição das linhas, horários, Chefia de
Gabinete
veículos, tarifas e condições gerais de operação.
Departamento de SMT-GAB Departamento de Departamento de
Criada em 22 de abril de 2002 pelo governo do Sistema Viário Transporte Público Transportes Internos
Estado de São Paulo, a ARTESP fiscaliza as Ao mesmo tempo em que dá à Prefeitura um meio DSV DTP DTI
concessões rodoviárias e as empresas que operam o legal de estabelecer cumprimento de exigências
transporte intermunicipal de passageiros fora da básicas do serviço, essa regulamentação permite
Região Metropolitana de São Paulo. pouca flexibilidade ao sistema, no sentido de criar CET SPTrans
novos serviços que possam atender melhor às
necessidades dos usuários.
13. 24 25
Operação Via Livre
Gráfico 2.1 - Total de viagens diárias.
A Operação Via Livre foi uma ação integrada entre a CET e a SPTrans, cujo objetivo é garantir fluidez 40
ao transporte coletivo e segurança aos usuários e pedestres nos horários de pico, nas avenidas que 23%
35
não dispõem de espaço físico para a segregação de uma faixa de trânsito, por melhorias 38,7
operacionais e pequenas adequações físicas. 30
As principais ações realizadas foram as descritas a seguir. o Desobstrução das vias, muitas vezes
25 31,4
ocupadas por vendedores ambulantes. 20
- Recolocação de gradis de segurança. 15
- Recuperação do pavimento do leito viário.
- Implantação e revitalização da sinalização. 10
- Regulamentação de estacionamento e de carga e descarga. 5
- Implantação de sistema de informação aos usuários.
0
1997 2002
Também foram implantados esquemas operacionais durante o horário de pico, como faixa exclusiva
à direita, faixas no contrafluxo, faixas reversíveis de tráfego, regulamentação de estacionamento e
alocação de semáforos inteligentes, entre outros. Toda a operação teve a presença constante do Gráfico 2.2 - Total de viagens diárias por motivo
corpo operacional, para fiscalizar a operação e orientar a população.
20000 1997 2002
Depois de implantar as medidas, o tempo de percurso dos coletivos foi reduzido em até 18%, e a
velocidade obteve aumentos significativos, nas vias onde a operação foi realizada.
15000
Viagens (1.000)
10000
5000
Gráfico 3.1 -Um raio x do transporte público13
0
Trabalho Educação Compras Saúde Lazer Outros
Funciona regularmente São realizadas 38,7 Os principais motivos
Motivo
em 920 municípios com milhões de viagens de uso são o trabalho
mais de 30 mil diariamente na Região e o estudo, além das
habitantes, onde moram Metropolitana de São atividades culturais
Fonte: Metrô - SP. Pesquisa Mini O/D, 2002.
122 milhões de Paulo - RMSP e de lazer
brasileiros. (Gráfico 2.1).
(Gráfico 2.1). (Gráfico 2.2)
(Gráfico 2.2)
13
ANTP.
14. 26
- Metrô de São Paulo como o ônibus metropolitano, o ônibus do Corredor S.
O Metrô paulistano apresenta alto índice de aprovação Mateus - Jabaquara e o próprio Metrô paulistano.
por seus usuários: 90% consideram o serviço excelente
ou bom, segundo Pesquisa de Imagem dos Transportes na - EMTU-SP
Região Metropolitana de São Paulo, realizada pela ANTP A área de atuação da Empresa Metropolitana de
em 2005. Transportes Urbanos de São Paulo é formada pela 3
regiões metropolitanas existentes no Estado, criadas por
É um meio rápido, regular e não-poluente. leis específicas: Região Metropolitana de São Paulo
Entretanto, possui uma malha pouco abrangente, o que (RMSP), Região Metropolitana da Baixada Santista
restringe a sua atuação à região central da cidade. Atende (RMBS) e Região Metropolitana de Campinas (RMC). As 3
diariamente cerca de 2,5 milhões de passageiros e possui áreas somam 67 municípios e envolvem uma população
4 linhas em operação, que totalizam 52 estações em 60,5 de 23 milhões de habitantes. Os serviços oferecidos e
km de extensão. A extensão do Metrô dae Londres, o gerenciados pela EMTU/SP atendem diariamente 1,5
maior do mundo, é de 415 km, e o de Nova Iorque, o milhão de passageiros em média.
segundo, 398 km. Há uma linha em construção (Linha 4
- Amarela) e 2 linhas em expansão (Linha 2 - Verde e A EMTU-SP é responsável pelo gerenciamento
Linha 5 - Lilás). O principal empecilho a este meio é o dos serviços a seguir descritos.
custo elevado para a ampliação da malha metroviária,
retardando seu crescimento em relação à expansão da - Corredor Metropolitano São Mateus/Jabaquara: 33 Km
metrópole. A Linha Amarela, por exemplo, tem uma de vias exclusivas, percorrendo 5 municípios da RMSP. O
previsão de custo de US$ 1,262 bilhão . sistema conta com nove terminais de transferência, 111
paradas e uma frota de mais de 200 veículos. Transporta
- CPTM diariamente mais de 200 mil passageiros.
Com 270 km de linhas, dos quais 135 km dentro da
cidade de São Paulo e cobrindo, ao todo, 22 municípios, - Sistema regular metropolitano: transporte
a Companhia de Trens Metropolitanos é a herdeira de um metropolitano coletivo de passageiro por ônibus (serviço
acervo crítico, proveniente de mais de um século de comum e seletivo).
ferrovias federais e estaduais. Atende diariamente a cerca
de 1 milhão e 300 mil usuários , que têm direito a - Sistema aeroporto: faz a ligação entre os aeroportos
transferências gratuitas às linhas do Metrô, nas estações (Internacional de Guarulhos e de Congonhas) e pontos
Brás, Luz, Barra Funda e Santo Amaro. Por ser um sistema estratégicos da cidade, como a Estação Tatuapé do Metrô,
sobre trilhos, é rápido e com menor risco de acidentes. o Terminal Rodoviário do Tietê, o Circuito dos Hotéis
(Região da Avenida Paulista), entre outros.
Os 3 principais problemas citados pelos
entrevistados da Pesquisa ANTP 2005 foram: - Ponte Orca Zôo: transporte direto entre o Terminal
- passageiros mal-educado s/abusados (69%); Metropolitano do Jabaquara e o Zoológico de São Paulo.
- sempre lotado (66%);
- sujo e malconservado (63%). - Fretamento metropolitano: forma de contratação que
tem como característica básica a cobrança periódica para
O último item dos problemas reflete o alto índice execução do serviço.
de vandalismo e depredação que sofrem os trens, apesar
de o sistema ter passado por um processo de
modernização de 1995 a 2004 realizado pelo governo
do Estado de São Paulo, que custou 1 bilhão e 500
milhões de dólares.
Apesar da sua tarifa ser igual a do Metrô (R$
2,10), esse meio não tem a imagem de transporte caro,
13
Metrô - SP.
14
Gazeta Mercantil/InvestNews.
15
CPTM
15. 28 29
O ÔNIBUS COMO MEIO DE TRANSPORTE ESSENCIAL
O ÔNIBUS COMO MEIO DE TRANSPORTE ESSENCIAL Curitiba, uma cidade para pedestres
Curitiba, uma cidade para pedestres
PARA O FUNCIONAMENTO DA CIDADE
PARA O FUNCIONAMENTO DA CIDADE
Curitiba é considerada uma das mais bem planejadas cidades brasileiras. Atendendo a 3 milhões de pessoas,
os ônibus de Curitiba operam em eixos Norte/Sul e Leste/Oeste, ligados ao centro da cidade. Eles têm
comunicação visual especial e cores diferenciadas, que demonstram o itinerário do ônibus: convencionais
A extensão pequena das malhas do Metrô e da (ligam os bairros e municípios vizinhos ao centro); circular-centro (microônibus que circundam o centro
CPTM e o custo elevado para sua expansão acabam Dentre os meios de transporte coletivo urbano, o tradicional); ensino especial (atendimento a escolares e aos portadores de necessidades especiais); inter-
dando posição de destaque para o ônibus entre os Metrô foi apontado como a melhor opção, pelo hospitais (fazem a ligação entre diversos hospitais) e turismo (fazem a ligação entre os pontos de atração
meios de transporte coletivos em São Paulo. A conforto, segurança, pontualidade, rapidez, turística e os parques da cidade).
SPTrans transporta diariamente 6,9 milhões de agilidade, segurança, organização e limpeza.
pessoas 16(Gráfico 2.3). A integração dos ônibus em Curitiba se dá em terminais e estações-tubo; são 351 plataformas de
"Eu prefiro o Metrô, mais rápido, sem trânsito e embarque no mesmo nível da porta de acesso dos ônibus. A tarifa de R$ 1,80 é paga antecipadamente na
menos imprevistos." própria estação, dispensando a presença de cobradores.
Gráfico 2.3 - Total de passageiros transportados
Porém, tendo uma flexibilidade maior que os Curitiba foi a primeira cidade a fechar ruas e limitar a altura de prédios. A drenagem das pistas para
diariamente por modo de transporte na RMSP.
demais meios de transporte público para atender à tanques de contenção nos parques e bosques também evita a inundação na cidade. O ônibus é considerado
8 demanda da RMSP, o ônibus torna-se o único meio o jeito mais curitibano de ir e vir, e a organização e a agilidade do sistema de transporte público sobre rodas
7 de transporte público coletivo disponível na maior na capital paranaense é tamanha que certamente fazem jus à sua imagem, a de Metrô sobre rodas.
6 6,9 parte da cidade. Por ser a única opção para se
5
deslocar nessas áreas, não há outro meio de
4
3
transporte público que atenda à necessidade do
2 usuário e, muitas vezes, ele não tem condições
1
2,5 financeiras para andar de carro, pagar táxi ou mesmo
1,3 1,5
0 comprar moto. Portanto, é adequado olhar para
CPTM EMTU Metrô Ônibus
todos os outros meios de transporte como
Fonte: Metrô - SP. Pesquisa Mini O/D, 2002. congêneres, não como concorrentes. Esta afirmação
que ganha ainda mais peso quando se observa que o
papel do transporte público é aumentar a qualidade
Quem pega ônibus o faz não por prazer ou de vida da população, independente do meio de
escolha, mas por não ter outra alternativa. Como transporte que ela utilize, e não o lucro em si.
demonstra a pesquisa aplicada pelo grupo, o ônibus
nunca é a primeira opção de transporte de alguém O ônibus tornou-se um dos ícones da cidade
que deseja se deslocar. É escolhido pelos usuários de São Paulo, símbolo de seu funcionamento e parte
somente depois de um processo de exclusão dos da estrutura da metrópole. Em ataques que
outros meios de transporte, coletivos e individuais, começaram em maio de 2006, por exemplo, em
principalmente o carro. Junto do trem, foi apontado retaliação à decisão do governo estadual de isolar
como a última opção de transporte, sendo a ele lideranças da facção, o PCC atacou e queimou
atribuído desvantagens como lento, desconfortável, diversos ônibus, ato que pôde ser traduzido como um
cheio, pouco seguro, pelo tempo que se perde no ataque à própria cidade. Os incêndios
trânsito e pela má qualidade do serviço. desestruturaram São Paulo. Algumas empresas
deixaram os veículos nas garagens e, sem ônibus nas
Nas classes mais altas, a falta de carro, de ruas, Metrô, lotações e pontos de ônibus ficaram
carta de motorista e a falta estação de Metrô sobrecarregados. O congestionamento bateu recorde,
condicionam ao uso de ônibus: "Não tenho carro." chegando a atingir 195 km de extensão.
"...caso eu vá para algum lugar que seja próximo à
estação do Metrô, não pego ônibus."
16
Média de passageiros diários de 2005.