SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  13
Télécharger pour lire hors ligne
VIOLÊNCIA CONTRA A
MULHER, REFLEXOS
COTIDIANOSCOTIDIANOS
LÚCIA HELENA OCTAVIANO
ADVOGADA
Nossa cultura teima em diferenciar por papéis homens e
mulheres.
As mulheres, desde meninas, aprendem e ensinam o que
aprendem.
Aprendem que só pode existir família e união duradoura, paz eAprendem que só pode existir família e união duradoura, paz e
harmonia se elas forem boas.
Aprendem também que "viver bem" é saber perdoar, é relevar
sempre, é abrir mão, é não exigir nada para si, é cuidar sempre
dos outros.
E aprendem a passar esses conceitos a filhos, irmãos,
companheiros. E então as mulheres vão se tornando, assim,
anjos da guarda, sempre protegendo, sempre se desculpando
pelos outros, negando as brigas que acontecem, as disputas
ferrenhas (onde devem ser sempre as perdedoras), as traições,
os ciúmes, pois sabem que tudo isso poderia destruir a paz, a
harmonia e a união na família (responsabilidade exclusivamente
sua).sua).
Para manter a paz entre os seus, muitas vezes, as mulheres se
tornam cúmplices do mal feito: aprendem a esconder os
"segredos" mais feios de cada um, os vícios do parceiro ou
parceira, dos filhos, dos pais; a mascarar os maus-tratos, as
humilhações que recebem; a justificar os abandonos de que são
vítimas para que sua família continue existindo, apesar dos
pesares.
A violência é todo e qualquer ato que resulte em
morte, sofrimento ou dano de natureza física,
sexual ou psicológica à pessoa.
A violência contra a mulher pode ser...
Física
Psicológica
Sexual
Social
A violência contra a mulher é algo inerente à condição do gênero, independente da
faixa etária.
Maiores agressores:
- De 0 a 9 anos, pais e mães- De 0 a 9 anos, pais e mães
- De 19 a 59, companheiros
- Acima de 60 anos, filhos e familiares
Em menos de um minuto várias agressões são cometidas contra as mulheres
brasileiras.
A cada...
•7 segundos: são dados tapas e empurrões;
•8 segundos: mulheres sofrem queimaduras dentro de casa;
•12 segundos: acontece uma ameaça de espancamento;
•15 segundos: existe uma mulher trancada dentro de casa, impedida de sair;
•15 segundos: acontecem espancamentos;
•20 segundos: mulheres têm sua integridade física ameaçada por armas de fogo.
A mulher que sofre violência apresenta:
-Ambivalência;
- Fragilidade e impotência;
- Confusão mental;
- Baixa auto-estima;
- Retração / ansiedade;
- Hostilidade.
→ Um problema complexo para o qual concorrem múltiplas variáveis, assim os
múltiplos olhares das diversas ciências: a antropologia, o direito, as ciências sociais,
a psicologia, o serviço social....
Violências cotidianas
Fora do âmbito doméstico, cotidianamente a mulher lida com violências
-Institucionais;
- Sociais;
- No trabalho
É necessária a mudança de paradigmas sociais, enquanto nossa sociedade
continuar a repassar conceitos patriarcais, violências cotidianas serão aceitas e
replicadas.
O Atendimento Interdisciplinar: ampliando as possibilidades de
intervenção junto às vítimas de violência
-conceito de interdisciplinaridade como ponto fundamental para o rompimento com
as fronteiras individualistas, o que permite sair do contexto pré-estabelecido das
técnicas e intervenções prontas;
-o contexto da violência tem a necessidade de diferentes olhares sobre um mesmo
problema, abrindo, dessa maneira, um leque de possibilidades de intervenções queproblema, abrindo, dessa maneira, um leque de possibilidades de intervenções que
poderá gerar indagações, provocações e mudanças de pequeno e de grande porte
dentro do contexto familiar, institucional, público e privado;
-o trabalho interdisciplinar permite que as mulheres percebam que tem a atenção e a
preocupação de diversas profissionais de áreas do conhecimento diversas;
- a equipe interdisciplinar de atendimento é um time formado por diversas pessoas
com saberes e personalidades diferentes, com o mesmo foco de trabalho, qual seja,
amenizar e combater os impactos da violência intrafamiliar e de gênero.
Metodologia básica do atendimento:
-Atendimento humanizado: a mulher como centro da atenção especializada
-Empoderamento: a força interna da mudança
-Respeito ao tempo próprio de cada mulher
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FINAIS...
Apesar da importância da luta diária pela aplicação da Lei Maria da Penha, a postura
interna da mulher é muito mais válida do que o resultado de eventual processo
criminal contra o agressor.
É dentro de si que a mulher carrega o fortalecimento interno
que a fará quebrar concretamente o ciclo da violência.
É importante
acreditar.
É importante
lutar.
É essencial a mulher se orgulhar da própria VIDA!
AUTORA:
Lúcia Helena Octaviano: Advogada, Especialista em Gestão de Iniciativas Sociais
pela UFRJ, Especialista em Direito Constitucional pela PUC Campinas, Voluntária
da ONG SOS Ação Mulher e Família. E-mail: luciaoctaviano@globo.com
Visite nosso site: www.sosmulherefamilia.org.br
Email: samulher@feac.org.br
Telefone: (19) 32321544

Contenu connexe

Tendances

Violência contra mulher e Lei Maria da Penha
Violência contra mulher e Lei Maria da Penha  Violência contra mulher e Lei Maria da Penha
Violência contra mulher e Lei Maria da Penha
Vyttorya Marcenio
 
Abuso e exploração sexual de criança e adolescente
Abuso e exploração sexual de criança e adolescenteAbuso e exploração sexual de criança e adolescente
Abuso e exploração sexual de criança e adolescente
Luisa Sena
 
Cartilha combate á violência contra a mulher
Cartilha combate  á  violência contra a mulherCartilha combate  á  violência contra a mulher
Cartilha combate á violência contra a mulher
CEDDHSC-ESTADUAL-RJ
 

Tendances (20)

Violência contra mulher e Lei Maria da Penha
Violência contra mulher e Lei Maria da Penha  Violência contra mulher e Lei Maria da Penha
Violência contra mulher e Lei Maria da Penha
 
Violencia contra a mulher
Violencia contra a mulherViolencia contra a mulher
Violencia contra a mulher
 
Atendimento a Mulheres em Situação de Violência
Atendimento a Mulheres em Situação de ViolênciaAtendimento a Mulheres em Situação de Violência
Atendimento a Mulheres em Situação de Violência
 
Lei maria da penha
Lei maria da penhaLei maria da penha
Lei maria da penha
 
Violência – lei maria da pena – 10 anos.
Violência – lei maria da pena – 10 anos.Violência – lei maria da pena – 10 anos.
Violência – lei maria da pena – 10 anos.
 
Violência doméstica
Violência domésticaViolência doméstica
Violência doméstica
 
Abuso e exploração sexual de criança e adolescente
Abuso e exploração sexual de criança e adolescenteAbuso e exploração sexual de criança e adolescente
Abuso e exploração sexual de criança e adolescente
 
Tipos de Violência
 Tipos de Violência Tipos de Violência
Tipos de Violência
 
Cartilha Violência Doméstica - Não se Cale!
Cartilha Violência Doméstica - Não se Cale!Cartilha Violência Doméstica - Não se Cale!
Cartilha Violência Doméstica - Não se Cale!
 
Violência contra a mulher
Violência contra a mulherViolência contra a mulher
Violência contra a mulher
 
Cartilha combate á violência contra a mulher
Cartilha combate  á  violência contra a mulherCartilha combate  á  violência contra a mulher
Cartilha combate á violência contra a mulher
 
O que é violência sexual
O que é violência sexualO que é violência sexual
O que é violência sexual
 
Violência contra a mulher
Violência contra a mulherViolência contra a mulher
Violência contra a mulher
 
Violencia domestica 2012
Violencia domestica 2012 Violencia domestica 2012
Violencia domestica 2012
 
Violência domestica
Violência domesticaViolência domestica
Violência domestica
 
VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES: O QUE PODEM FAZER OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE?
VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES: O QUE PODEM FAZER OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE?VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES: O QUE PODEM FAZER OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE?
VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES: O QUE PODEM FAZER OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE?
 
Violência sexual infantil
Violência sexual infantilViolência sexual infantil
Violência sexual infantil
 
Violência contra a mulher.d
Violência contra a mulher.dViolência contra a mulher.d
Violência contra a mulher.d
 
18 de maio
18 de maio18 de maio
18 de maio
 
Violência contra mulher
Violência contra mulherViolência contra mulher
Violência contra mulher
 

Similaire à Violencia contra a mulher

Um caso de codependência marcado pelo amor e violencia v3
Um caso de codependência marcado pelo amor e violencia v3Um caso de codependência marcado pelo amor e violencia v3
Um caso de codependência marcado pelo amor e violencia v3
grizzdesign
 
Violência conjugal - formação
Violência conjugal - formaçãoViolência conjugal - formação
Violência conjugal - formação
Helena Rocha
 
Cartilha violencia domestica_alt_0
Cartilha violencia domestica_alt_0Cartilha violencia domestica_alt_0
Cartilha violencia domestica_alt_0
Maureen Coité
 
Direitos da mulher - Prevenção à violência e ao HIV
Direitos da mulher - Prevenção à violência e ao HIVDireitos da mulher - Prevenção à violência e ao HIV
Direitos da mulher - Prevenção à violência e ao HIV
MovimentoMulher360
 
Violencia domestica parte 2 geografia
Violencia domestica parte 2 geografiaViolencia domestica parte 2 geografia
Violencia domestica parte 2 geografia
Felipe Feliciano
 
Curso violencia domestica polícia americana
Curso violencia domestica polícia americanaCurso violencia domestica polícia americana
Curso violencia domestica polícia americana
Rossana Pinheiro
 

Similaire à Violencia contra a mulher (20)

Violência contra a mulher.d
Violência contra a mulher.dViolência contra a mulher.d
Violência contra a mulher.d
 
Violência doméstica e familiar polícia militar
Violência doméstica e familiar   polícia militarViolência doméstica e familiar   polícia militar
Violência doméstica e familiar polícia militar
 
Um caso de codependência marcado pelo amor e violencia v3
Um caso de codependência marcado pelo amor e violencia v3Um caso de codependência marcado pelo amor e violencia v3
Um caso de codependência marcado pelo amor e violencia v3
 
(Dw) violencia contra mulher - palestra para hoje20200821
(Dw) violencia contra mulher -  palestra para hoje20200821(Dw) violencia contra mulher -  palestra para hoje20200821
(Dw) violencia contra mulher - palestra para hoje20200821
 
QUEM DISSE QUE UM “TAPINHA” NÃO DÓI?
QUEM DISSE QUE UM “TAPINHA” NÃO DÓI?QUEM DISSE QUE UM “TAPINHA” NÃO DÓI?
QUEM DISSE QUE UM “TAPINHA” NÃO DÓI?
 
Violência conjugal - formação
Violência conjugal - formaçãoViolência conjugal - formação
Violência conjugal - formação
 
Cartilha mulher violência
Cartilha mulher violênciaCartilha mulher violência
Cartilha mulher violência
 
APRESENTAÇÃO SAÚDE
APRESENTAÇÃO SAÚDEAPRESENTAÇÃO SAÚDE
APRESENTAÇÃO SAÚDE
 
Ebook O Papel do Homem.pdf
Ebook O Papel do Homem.pdfEbook O Papel do Homem.pdf
Ebook O Papel do Homem.pdf
 
Cartilha violencia domestica_alt_0
Cartilha violencia domestica_alt_0Cartilha violencia domestica_alt_0
Cartilha violencia domestica_alt_0
 
Direitos da mulher - Prevenção à violência e ao HIV
Direitos da mulher - Prevenção à violência e ao HIVDireitos da mulher - Prevenção à violência e ao HIV
Direitos da mulher - Prevenção à violência e ao HIV
 
Aula redação - enem.pdf
Aula redação - enem.pdfAula redação - enem.pdf
Aula redação - enem.pdf
 
Aula redação - enem.pdf
Aula redação - enem.pdfAula redação - enem.pdf
Aula redação - enem.pdf
 
Os direitos das mulheres como direitos humanos
Os direitos das mulheres como direitos humanosOs direitos das mulheres como direitos humanos
Os direitos das mulheres como direitos humanos
 
Violencia Domestica
Violencia Domestica Violencia Domestica
Violencia Domestica
 
A violência doméstica reflexões 1
A violência doméstica   reflexões 1A violência doméstica   reflexões 1
A violência doméstica reflexões 1
 
Violencia domestica parte 2 geografia
Violencia domestica parte 2 geografiaViolencia domestica parte 2 geografia
Violencia domestica parte 2 geografia
 
Curso violencia domestica polícia americana
Curso violencia domestica polícia americanaCurso violencia domestica polícia americana
Curso violencia domestica polícia americana
 
slideshare.pptx abgdujbwjuicjuesanefjadnfa
slideshare.pptx abgdujbwjuicjuesanefjadnfaslideshare.pptx abgdujbwjuicjuesanefjadnfa
slideshare.pptx abgdujbwjuicjuesanefjadnfa
 
Violencia contra mulher e recursos tecnologias.pptx
Violencia contra mulher e recursos tecnologias.pptxViolencia contra mulher e recursos tecnologias.pptx
Violencia contra mulher e recursos tecnologias.pptx
 

Plus de ulissesporto

Revista de 3 anos ris campinas
Revista de 3 anos ris campinasRevista de 3 anos ris campinas
Revista de 3 anos ris campinas
ulissesporto
 
Revista ris 3 anos 3
Revista ris 3 anos   3Revista ris 3 anos   3
Revista ris 3 anos 3
ulissesporto
 
Cartilha do mp sobre proteção animal
Cartilha do mp sobre proteção animalCartilha do mp sobre proteção animal
Cartilha do mp sobre proteção animal
ulissesporto
 
5 minha campinas, 17.06.15
5   minha campinas, 17.06.155   minha campinas, 17.06.15
5 minha campinas, 17.06.15
ulissesporto
 
2 sos ação mulher e família, 17.06.15
2   sos ação mulher e família, 17.06.152   sos ação mulher e família, 17.06.15
2 sos ação mulher e família, 17.06.15
ulissesporto
 
4 sobrapar, 17.06.15
4   sobrapar, 17.06.154   sobrapar, 17.06.15
4 sobrapar, 17.06.15
ulissesporto
 
3 instituto padre haroldo, 17.06.15
3   instituto padre haroldo, 17.06.153   instituto padre haroldo, 17.06.15
3 instituto padre haroldo, 17.06.15
ulissesporto
 
Desafios da gestão organizações do terceiro setor
Desafios da gestão organizações do terceiro setorDesafios da gestão organizações do terceiro setor
Desafios da gestão organizações do terceiro setor
ulissesporto
 
Apresentação ix cms, 21.05.2015
Apresentação ix cms, 21.05.2015Apresentação ix cms, 21.05.2015
Apresentação ix cms, 21.05.2015
ulissesporto
 
Apresentação hospitalhaços
Apresentação hospitalhaçosApresentação hospitalhaços
Apresentação hospitalhaços
ulissesporto
 
Redução da maioridade penal
Redução da maioridade penalRedução da maioridade penal
Redução da maioridade penal
ulissesporto
 
Dados da feira concluido (gabrielle e rayane)
Dados da feira   concluido (gabrielle e rayane)Dados da feira   concluido (gabrielle e rayane)
Dados da feira concluido (gabrielle e rayane)
ulissesporto
 
Exemplos incentivos fiscais, cis guanabara, 15.10.14 3
Exemplos incentivos fiscais, cis guanabara, 15.10.14   3Exemplos incentivos fiscais, cis guanabara, 15.10.14   3
Exemplos incentivos fiscais, cis guanabara, 15.10.14 3
ulissesporto
 

Plus de ulissesporto (20)

X CMS
X CMSX CMS
X CMS
 
A Importância dos Conselhos
A Importância dos ConselhosA Importância dos Conselhos
A Importância dos Conselhos
 
Apresentação andre bordignon
Apresentação andre bordignonApresentação andre bordignon
Apresentação andre bordignon
 
Compartilhando saberes e possibilidades
Compartilhando saberes e possibilidadesCompartilhando saberes e possibilidades
Compartilhando saberes e possibilidades
 
APASCAMP, 19.8.2015 (RIS Campinas)
APASCAMP, 19.8.2015 (RIS Campinas)APASCAMP, 19.8.2015 (RIS Campinas)
APASCAMP, 19.8.2015 (RIS Campinas)
 
Revista de 3 anos ris campinas
Revista de 3 anos ris campinasRevista de 3 anos ris campinas
Revista de 3 anos ris campinas
 
Revista ris 3 anos 3
Revista ris 3 anos   3Revista ris 3 anos   3
Revista ris 3 anos 3
 
Cartilha do mp sobre proteção animal
Cartilha do mp sobre proteção animalCartilha do mp sobre proteção animal
Cartilha do mp sobre proteção animal
 
1 espro, 17.06.15
1   espro, 17.06.151   espro, 17.06.15
1 espro, 17.06.15
 
5 minha campinas, 17.06.15
5   minha campinas, 17.06.155   minha campinas, 17.06.15
5 minha campinas, 17.06.15
 
2 sos ação mulher e família, 17.06.15
2   sos ação mulher e família, 17.06.152   sos ação mulher e família, 17.06.15
2 sos ação mulher e família, 17.06.15
 
4 sobrapar, 17.06.15
4   sobrapar, 17.06.154   sobrapar, 17.06.15
4 sobrapar, 17.06.15
 
3 instituto padre haroldo, 17.06.15
3   instituto padre haroldo, 17.06.153   instituto padre haroldo, 17.06.15
3 instituto padre haroldo, 17.06.15
 
Desafios da gestão organizações do terceiro setor
Desafios da gestão organizações do terceiro setorDesafios da gestão organizações do terceiro setor
Desafios da gestão organizações do terceiro setor
 
Apresentação ix cms, 21.05.2015
Apresentação ix cms, 21.05.2015Apresentação ix cms, 21.05.2015
Apresentação ix cms, 21.05.2015
 
Apresentação hospitalhaços
Apresentação hospitalhaçosApresentação hospitalhaços
Apresentação hospitalhaços
 
Redução da maioridade penal
Redução da maioridade penalRedução da maioridade penal
Redução da maioridade penal
 
Como Faz
Como FazComo Faz
Como Faz
 
Dados da feira concluido (gabrielle e rayane)
Dados da feira   concluido (gabrielle e rayane)Dados da feira   concluido (gabrielle e rayane)
Dados da feira concluido (gabrielle e rayane)
 
Exemplos incentivos fiscais, cis guanabara, 15.10.14 3
Exemplos incentivos fiscais, cis guanabara, 15.10.14   3Exemplos incentivos fiscais, cis guanabara, 15.10.14   3
Exemplos incentivos fiscais, cis guanabara, 15.10.14 3
 

Violencia contra a mulher

  • 1. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, REFLEXOS COTIDIANOSCOTIDIANOS LÚCIA HELENA OCTAVIANO ADVOGADA
  • 2. Nossa cultura teima em diferenciar por papéis homens e mulheres. As mulheres, desde meninas, aprendem e ensinam o que aprendem. Aprendem que só pode existir família e união duradoura, paz eAprendem que só pode existir família e união duradoura, paz e harmonia se elas forem boas. Aprendem também que "viver bem" é saber perdoar, é relevar sempre, é abrir mão, é não exigir nada para si, é cuidar sempre dos outros.
  • 3. E aprendem a passar esses conceitos a filhos, irmãos, companheiros. E então as mulheres vão se tornando, assim, anjos da guarda, sempre protegendo, sempre se desculpando pelos outros, negando as brigas que acontecem, as disputas ferrenhas (onde devem ser sempre as perdedoras), as traições, os ciúmes, pois sabem que tudo isso poderia destruir a paz, a harmonia e a união na família (responsabilidade exclusivamente sua).sua). Para manter a paz entre os seus, muitas vezes, as mulheres se tornam cúmplices do mal feito: aprendem a esconder os "segredos" mais feios de cada um, os vícios do parceiro ou parceira, dos filhos, dos pais; a mascarar os maus-tratos, as humilhações que recebem; a justificar os abandonos de que são vítimas para que sua família continue existindo, apesar dos pesares.
  • 4. A violência é todo e qualquer ato que resulte em morte, sofrimento ou dano de natureza física, sexual ou psicológica à pessoa. A violência contra a mulher pode ser... Física Psicológica Sexual Social
  • 5. A violência contra a mulher é algo inerente à condição do gênero, independente da faixa etária. Maiores agressores: - De 0 a 9 anos, pais e mães- De 0 a 9 anos, pais e mães - De 19 a 59, companheiros - Acima de 60 anos, filhos e familiares
  • 6.
  • 7. Em menos de um minuto várias agressões são cometidas contra as mulheres brasileiras. A cada... •7 segundos: são dados tapas e empurrões; •8 segundos: mulheres sofrem queimaduras dentro de casa; •12 segundos: acontece uma ameaça de espancamento; •15 segundos: existe uma mulher trancada dentro de casa, impedida de sair; •15 segundos: acontecem espancamentos; •20 segundos: mulheres têm sua integridade física ameaçada por armas de fogo.
  • 8. A mulher que sofre violência apresenta: -Ambivalência; - Fragilidade e impotência; - Confusão mental; - Baixa auto-estima; - Retração / ansiedade; - Hostilidade. → Um problema complexo para o qual concorrem múltiplas variáveis, assim os múltiplos olhares das diversas ciências: a antropologia, o direito, as ciências sociais, a psicologia, o serviço social....
  • 9. Violências cotidianas Fora do âmbito doméstico, cotidianamente a mulher lida com violências -Institucionais; - Sociais; - No trabalho É necessária a mudança de paradigmas sociais, enquanto nossa sociedade continuar a repassar conceitos patriarcais, violências cotidianas serão aceitas e replicadas.
  • 10. O Atendimento Interdisciplinar: ampliando as possibilidades de intervenção junto às vítimas de violência -conceito de interdisciplinaridade como ponto fundamental para o rompimento com as fronteiras individualistas, o que permite sair do contexto pré-estabelecido das técnicas e intervenções prontas; -o contexto da violência tem a necessidade de diferentes olhares sobre um mesmo problema, abrindo, dessa maneira, um leque de possibilidades de intervenções queproblema, abrindo, dessa maneira, um leque de possibilidades de intervenções que poderá gerar indagações, provocações e mudanças de pequeno e de grande porte dentro do contexto familiar, institucional, público e privado; -o trabalho interdisciplinar permite que as mulheres percebam que tem a atenção e a preocupação de diversas profissionais de áreas do conhecimento diversas; - a equipe interdisciplinar de atendimento é um time formado por diversas pessoas com saberes e personalidades diferentes, com o mesmo foco de trabalho, qual seja, amenizar e combater os impactos da violência intrafamiliar e de gênero.
  • 11. Metodologia básica do atendimento: -Atendimento humanizado: a mulher como centro da atenção especializada -Empoderamento: a força interna da mudança -Respeito ao tempo próprio de cada mulher
  • 12. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FINAIS... Apesar da importância da luta diária pela aplicação da Lei Maria da Penha, a postura interna da mulher é muito mais válida do que o resultado de eventual processo criminal contra o agressor. É dentro de si que a mulher carrega o fortalecimento interno que a fará quebrar concretamente o ciclo da violência. É importante acreditar. É importante lutar. É essencial a mulher se orgulhar da própria VIDA!
  • 13. AUTORA: Lúcia Helena Octaviano: Advogada, Especialista em Gestão de Iniciativas Sociais pela UFRJ, Especialista em Direito Constitucional pela PUC Campinas, Voluntária da ONG SOS Ação Mulher e Família. E-mail: luciaoctaviano@globo.com Visite nosso site: www.sosmulherefamilia.org.br Email: samulher@feac.org.br Telefone: (19) 32321544