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MOÇÃO DE ESTRATÉGIA GLOBAL


       UM OUTRO CICLO
              ...de mudança segura




Federação Distrital de Bragança do Partido Socialista




             XV CONGRESSO FEDERATIVO


   1.º Subscritor: Américo Jaime Afonso Pereira
... confio nos militantes, no seu grande sentido de
responsabilidade, na consciencia da importância deste novo ciclo.
	     ... está tudo na mão dos militantes.
Caras e Caros Camaradas:

	       Chegou a hora de contratualizar convosco um compromisso
de futuro. Estou habituado, desde há muito, a colocar no papel a
palavra de quem se compromete, por escrito, num programa de
ação, neste caso de ação política. E digo-lhes, porque é facilmente
comprovável, que as pessoas que comigo têm “assinado” esse
contrato, leia-se os eleitores, nunca tiveram oportunidade de me
apelidarem de incumpridor porque, e assim espero continuar, não
escrevo retoricamente ou de forma oca, mas sim e apenas o que é
realizável.
Por isso mesmo e faço questão de o afirmar desde já, o que vos
apresento nas páginas seguintes, é algo devidamente pensado,
ponderado e objetivamente expresso. Não é “música para os ouvidos
dos outros” ou palavras de ocasião politicamente corretas. Não; é
exatamente pensar o partido, pensar a política, a região e o País.
É uma visão. Boa ou má os eleitores - militantes o dirão. Mas é a
minha visão…
Por isso, meus caros, celebro hoje convosco um contrato de
compromissos políticos e espero, com a ajuda de todos, estar à altura
de honrar as suas cláusulas, isto é, o que expressamente assumi.
Aliás, parece-me que os camaradas só poderão fazer uma verdadeira
escolha, isto é, uma escolha em consciência, depois de lerem e
analisarem cuidadosamente os programas de ambos os candidatos.
Mas se porventura não apreciarem o que escrevi, antecipadamente
peço desculpa…mas é o que penso.
Bem hajam os que tiverem paciência para o ler!...
MOTIVOS DESTA CAMINHADA

Desde muito novo, nunca me recusei a participar ativamente nas causas em que acredito.
Nunca esperei que me chamassem, que me empurrassem ou que me garantissem êxito.
Sempre abracei todas as causas movido por um único objetivo: dar o meu humilde mas
melhor contributo e sempre que foi e é necessário.
Por isso mesmo aqui estou, também agora, com a mesma convicção de sempre. Neste
aspeto nada mudou na minha vida.
Já expliquei detalhadamente aos camaradas, em carta que tive o prazer de a todos enviar,
como tudo começou. Naquela reunião com os autarcas que estavam presentes, fizemos
o que tínhamos a fazer. Cumprimos o nosso dever de cidadania, a nossa obrigação de
militantes, assumindo as nossas responsabilidades políticas.
Lançámos uma candidatura para os órgãos distritais da Federação de Bragança e coube-
me a mim, com muita honra, diga-se, protagonizar esta candidatura, sendo certo que eu
sou e serei apenas o rosto de algo que se pretende muito mais amplo e integrador.
O PS vive hoje dias difíceis. Sufragado pelos eleitores com uma pesada derrota nacional,
assistimos assim a uma governação do PSD completamente cega, desproporcionada
nas atitudes e incontrolada nos sacrifícios que impõe à população. Afastados de todos
os organismos de poder, não se sabe por quanto tempo, vivemos assim um período
negativamente singular e que urge encarar como tal.
Por isso mesmo, os autarcas têm aqui um importante papel. O cargo resulta da vontade
expressa dos eleitores e como tal, assiste-lhes a mais autêntica de todas as legitimidades,
sendo certo que, embora militantes e com deveres estatutários que devem respeitar, são
completamente livres no sentido que não têm outros compromissos que não sejam os
derivados dos seus deveres de autarcas e de interventores na sociedade, de forma a
conseguirem uma melhor qualidade de vida para as pessoas, para a região e para o
País.
É hoje absolutamente necessário tomar posições concretas que contrariem algumas das
medidas do Governo. Os autarcas têm diariamente essa oportunidade.
Por tudo isto, é uma honra poder contar com eles e espero e desejo que este passo
decisivo que deram, não se esgote no lançamento desta candidatura.
Ninguém tem que se preocupar com outro motivo que não seja os expostos: não iremos
concorrer com ninguém na ocupação de qualquer lugar da administração regional ou
nacional, porque todos nós temos um caminho bem definido que são as autarquias e as
câmaras municipais. Neste particular não fazemos concorrência a nenhum camarada.
Muitos, podem dormir descansados!...
Esta é uma candidatura materialmente desinteressada, mas politicamente determinada
pelos mais nobres valores e interesses do PS, dos militantes da região e do País.
Mas é também uma candidatura que começou agora. Não esperei que alguém me
estendesse a passadeira vermelha, que me preparassem o caminho durante longos
meses ou anos, muito menos mendiguei ou criei calculisticamente condições para obter
sucesso. Nada disso.
Estou nisto porque quero. Estou nisto porque o meu querer resulta de uma enorme
vontade e disponibilidade de dar o meu contributo. Estou conscientemente a cumprir a
minha obrigação.
Não acredito nos homens sem vontade. Não acredito nos resultados sem trabalho. Não
acredito naqueles que caminham pela mão dos outros.
Muitos autarcas são também Presidentes de Federação, tanto no PS como noutros
partidos. Pois bem, garanto-vos que colocarei ao serviço do PS toda a experiência
adquirida e cujos resultados estão comprovados. Toda a vontade, toda a garra e toda a
paixão que coloco nas causas que abraço.
É importante apoiar um outro e novo ciclo. É importante viver um outro ciclo.
As pessoas conhecem-me e sabem que esta candidatura reúne as melhores condições
para protagonizar a mudança que se exige. E os militantes também sabem que não
estou refém de qualquer interesse pessoal, económico ou de grupo. Sabem que sou
um homem completamente livre e por isso mesmo determinado a prosseguir as ações e
atitudes necessárias. Neste particular, não caminho pela mão de ninguém.
Caras e Caros militantes, permitam-me que lhes diga e repita que, o que está em causa
neste momento tão importante é exatamente e apenas isto: saber quem neste momento
concreto e face a estas circunstâncias concretas, está melhor colocado para liderar a
Federação do PS do distrito de Bragança. É isto que está em causa. É isto e mais
nada. Não são os calculismos, as amizades de conveniência ou o pagamento de favores
políticos ou pessoais.
O que está em causa é apenas uma questão de justiça, de consciência e de ética política.
O que está em causa é uma questão de verdade intelectual no sentido de cada um, neste
momento concreto e no secretismo de decidir o voto, ter a capacidade de optar tendo
apenas em conta um único e verdadeiro interesse: defender o PS e as causas do PS.
Tudo o resto, neste momento, é secundário. Por isso mesmo confio nos militantes, no
seu grande sentido de responsabilidade, na consciência da importância deste novo ciclo
… está tudo nas mãos dos militantes.
Contudo, não sou insensível às amizades, à solidariedade, compreendo as relações
pessoais e os interesses que os motivam e por isso entendo a dificuldade que alguns
camaradas sentem em “dar a cara” ou posicionarem-se por este ou por aquele.
Compreendo isto tudo, mas sei, tenho a certeza absoluta, que no momento do voto,
no segredo da decisão e no secretismo de por a “cruzinha” escondidos de todas as
pressões externas, os socialistas saberão decidir de acordo com a sua consciência, o
seu dever de militantes livres e esclarecidos. Então a vontade de renovar e mudar falará
mais alto e a mudança será uma realidade.
Ninguém sabe em quem votamos. Ninguém pode comprar o nosso voto. Ninguém pode
ser prejudicado ou beneficiado por votar neste ou naquele. Sinto, sente-se esta vontade
de mudar. Todos os dias vários camaradas me dizem “voto em si porque é necessário
mudar, mas não diga nada, não posso dar a cara”. Percebo tudo isto. Áh se percebo…
Por isso mesmo sei que os militantes do PS não vão perder esta oportunidade de mudar,
de iniciar um outro ciclo, de renovar o Partido, no fundo, de revitalizar o partido. É justo
que assim seja. É um passo perfeitamente normal. Ninguém pense o contrário.
E mesmo aqueles que ocuparam lugares por nomeação política, tenho a certeza que
pensam exatamente desta forma.
Quem é nomeado, está a fazer um serviço ao partido, pois foi escolhido porque dá
garantias de corresponder ao que se deseja. É o partido que tem que lhe agradecer a
disponibilidade demonstrada e o espirito de serviço para servir a “coisa pública”. Ajudar
o partido e os militantes é sempre uma obrigação e nunca um favor. Isto não pode
condicionar o voto, não pode condicionar a escolha sob pena de violarmos as mais
elementares regras da democracia e o princípio sagrado da liberdade. Se assim não for,
os resultados a médio prazo serão desastrosos, serão a negação do que deve ser um
grande partido como o partido socialista.
Por isso, parece-me não existirem dúvidas: a mudança é absolutamente necessária e
esta é a oportunidade. Não podemos desperdiçá-la.
Propositadamente não me deixarei arrastar para a discussão do tipo de “quem apoia
quem”, ou quem é que o “aparelho” apoia ou deixa de apoiar. Confio no secretismo do
voto e sei que apesar das amizades e interesses, no momento da decisão cada um
cumpre o seu dever de uma única forma: secretamente vota em consciência.
Termina agora um ciclo de 16 anos em que a liderança da Federação foi protagonizada
pelo camarada Mota Andrade. E tal como todos os restantes lideres, não tenho reserva
em afirmar que fez sempre o melhor que sabia e podia.
Tal como todas as governações, teve momentos bons e momentos menos bons. Em
alguns desses momentos com ele concordei e noutros não. No entanto, num aspeto
todos têm que me fazer justiça: sempre fui leal ao líder do PS, quer a nível regional
como nacional e sempre fui um trabalhador incansável pelas causas do PS, quer a nível
concelhio, como regional, como nacional.
Por isso aqui fica a minha homenagem ao Presidente cessante, Engº Mota Andrade, e
aos outros pelo trabalho que desempenharam ao longo do tempo. Um trabalho por vezes
bem difícil e árduo, mas essencial para manter o PS vivo.
Inicia-se agora esta campanha eleitoral que se pretende participada e até animada. Estou
disponível para fazer debates públicos com o meu amigo Jorge Gomes, a quem deixo
uma palavra de apreço, respeito e amizade. É fundamental discutir o partido, apresentar
propostas. É importante que os camaradas tenham o máximo de informação sobre as
nossas propostas, sobre o que foi o percurso político de cada um e tudo o resto que for
necessário. Estas coisas são demasiado importantes para serem debatidas, geridas e
decididas, nos grupos, em círculos fechados, nas lógicas dos interesses. Tais caminhos
são perigosíssimos e por isso mesmo devem ser combatidos. Não me deixarei enredar
pelas chamadas “ondas” apesar de saber que terei que conviver com as informações e
contra informações. O importante acima de tudo é a clareza, objetividade e seriedade
das nossas propostas.
Não pretendo ser o candidato do “aparelho”, mas muito agradeço a todos aqueles que
decidirem caminhar comigo nesta mudança de ciclo. Serão todos bem-vindos, porque
todos somos necessários.
Tenho consciência das dificuldades, mas farei uma campanha humilde, de debate, com
os apoios que aparecerem, valorizando todos da mesma forma, mas sempre com uma
forte vontade, garra e determinação para ganhar.
Nas páginas seguintes está, a este respeito, o que penso e por isso, por escrito, o
registo.

                                 O TEMA SAÚDE

Somos por uma saúde de qualidade e proximidade e não aceitamos o retrocesso que
nos querem impor.
Desde Janeiro deste ano foram dispensados mais de 90 trabalhadores dos centros de
saúde e hospitais do distrito de Bragança, desde assistentes operacionais, assistentes
técnicos e técnicos superiores.
Com esta decisão ficaram sem funcionar várias valências existentes nos centros de
saúde como fisioterapia, terapia da fala, cardiopneumonologia, podologia, etc.
Voltamos assim à situação em que os doentes deixam de se tratar por não ter acesso a
cuidados ou por se terem de deslocar a grandes distâncias para poderem ter acesso a
essas consultas ou tratamentos. Este é um retrocesso que não podemos permitir.
Além de aumentar as taxas moderadoras este governo deixou de pagar os transportes
dos doentes, pondo em risco a saúde e mesmo a vida dos doentes mais idosos e mais
carenciados.
É necessário rever a atribuição de isenção do pagamento das taxas moderadoras e não
podemos aceitar aumentos que transformem as taxas moderadoras em co- pagamentos
dificultando o acesso aos cuidados de quem deles necessita.
É urgente rever a decisão de cancelar o pagamento dos transportes, sendo que esta
medida penaliza particularmente os doentes que vivem no interior do país.
O Snr. Ministro da Saúde, confrontado com casos concretos de doentes impossibilitados
de se tratarem por não poderem pagar os transportes, prometeu resolver a situação mas
até agora nada fez, condenando alguns doentes mais vulneráveis a não se poderem
tratar pondo em causa a sua saúde e mesmo a sua vida. E tudo isto em nome dos
mercados.
Não podemos aceitar este estado de coisas e não nos podemos conformar.
A criação da ULS deve ser aproveitada não para retirar cuidados mas para colocar o
doente no centro dos sistemas de saúde, aumentando a proximidade e a eficiência da
prestação de cuidados.
A criação da ULS (Unidade Local de Saúde), deve ser uma oportunidade para melhorar
a articulação dos cuidados e a proximidade, deslocando os médicos dos hospitais aos
centros de saúde sempre que possível, evitando assim a deslocação dos doentes e
melhorando a articulação com os médicos de família.
Deve ser implementado o processo clínico único evitando a perda de informação e a
repetição de exames e consultas desnecessários.
O financiamento da ULS deve ser igual a outras ULS semelhantes e não inferior em
nome da justiça e da equidade.
Os cuidados primários devem ser a base e o suporte do sistema de cuidados e não
retirados recursos dos centros de saúde para os hospitais levando a um retrocesso dos
cuidados que eram prestados nos concelhos e afastando os cuidados dos doentes.
Deve ser mantido o helicóptero a funcionar sem interrupção bem como todo o sistema
de emergência pré - hospitalar.
Num distrito com as distâncias e os problemas de acessibilidade que mantemos e com o
encerramento dos SAPs, não é admissível retirar recursos que salvam vidas ao sistema
de emergência pré hospitalar, de que fazem parte além do helicóptero, a VMER, as SIV/
SVB e os SUB e que foram a contrapartida do encerramento dos SAP.
O governo do Partido Socialista colocou no terreno um sistema de emergência de
qualidade e não aceitaremos que nos retirem esses recursos que salvam vidas.

                      ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO

O interior do país, e particularmente o distrito de Bragança, apresenta níveis de
desenvolvimento muito abaixo da média nacional e, de forma mais acentuada, das
zonas mais dinâmicas situadas na faixa litoral do país. E a questão sempre suscitada é
saber porque nunca foi invertida, nem sequer mitigada, esta tendência que se prolonga
há mais de 40 anos e tem sido geradora de profundas desigualdades e injustiças, quer
na repartição do rendimento quer na escassez de oportunidades. A retórica política do
PSD e do CDS tem usado o fenómeno das assimetrias regionais para, em períodos
de campanha eleitoral, prometer aquilo que nunca cumpriram nem cumprirão e, pelo
contrário, a sua prática em relação ao nosso distrito tem sido responsável pelas políticas
mais severas de desertificação com a extinção, pura e simples de serviços, e a eliminação
de medidas de discriminação positiva que, apesar de tudo, o PS tem implementado.
Com efeito, uma retrospetiva histórica permite-nos evidenciar que foi nos governos
do Partido Socialista que se deram os maiores avanços em matéria de investimento
público no distrito de Bragança, desde a criação do Instituto Politécnico em 1983, até à
modernização dos cuidados de saúde primários (Centros de Saúde), as políticas sociais
de apoio aos mais desfavorecidos e, finalmente, a maior operação de construção de
rodovias (Autoestrada transmontana, IP2 e IC5), reclamadas desde há muitos anos. Por
outro lado, enquanto os governos do PSD encerraram ou transferiram serviços públicos,
o Partido Socialista fixou no distrito importantes serviços de carácter regional (Direção
Regional de Agricultura do Norte, Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela, ASAE,
entre outros).

              APROVEITAMENTO DO POTENCIAL ENDÓGENO

O distrito de Bragança tem uma matriz territorial cuja estrutura envolve três zonas distintas:
terra fria, terra quente e Douro superior. Cada uma destas zonas tem potencialidades
que fazem dos bens produzidos fatores de elevada competitividade decorrente da sua
inquestionável qualidade. Da indústria extrativa à produção pecuária de raças autóctones,
dos produtos derivados dessas raças (do queijo terrincho aos enchidos da raça bísara
ou às carnes da famosa raça mirandesa), do azeite ao vinho, da floresta à produção
de castanha e de amêndoa, das condições para o desenvolvimento das atividades
cinegéticas e piscícolas ao turismo ligado ao ambiente, o potencial endógeno sugere a
criação de uma plataforma económica que, suportada no desenvolvimento das respetivas
fileiras, oferece excelentes condições para que a criação de valor deva acontecer na
região contribuindo, por essa via, para o desenvolvimento de novas oportunidades e da
geração de fontes de riqueza e de emprego.
O desenvolvimento do potencial endógeno requer políticas públicas que facilitem e
estimulem o aparecimento de iniciativas empreendedoras, quer através da regulação
do uso da propriedade quer pela via da divulgação desses fatores de competitividade
junto de potenciais investidores e, de modo particular, junto dos circuitos da distribuição
seletiva. Num mundo globalizado, com elevada velocidade de circulação dos bens e
serviços, em economias de reduzida dimensão, o posicionamento face ao mercado tem
de ser feito pela via da diferenciação, aliás única forma de poder fazer uma abordagem
com possibilidades de sucesso consubstanciada na valorização desses produtos. E, não
obstante haver algumas iniciativas dispersas, não existe uma organização ao nível da
comercialização e do marketing que salvaguarde o benefício da cadeia de valor a favor
dos cidadãos residentes no distrito, o que faz com que cada produtor, individualmente,
não possa valorizar os seus produtos de modo a obter uma rentabilidade justa e geradora
de níveis de autofinanciamento com capacidade para gerar novos investimentos.
Nessa medida impõe-se uma organização proactiva, desenvolvida em parceria entre
os Municípios, através da criação de uma Agência para o Investimento, que dinamize
e catalise investimentos e funcione como parceiro ativo na procura de soluções de
financiamento e de oportunidades de acesso aos fundos de apoio ao investimento.
INFRAESTRUTURAS, ACESSIBILIDADES E QUALIFICAÇÃO

O distrito de Bragança foi beneficiado pelo governo do PS com a construção dos
importantes eixos rodoviários, dos quais o IP2 e o IC5 já se encontram praticamente
concluídos e a Autoestrada avança dentro dos prazos mais ou menos previstos. De
assinalar que a paragem do túnel do Marão e dos respetivos acessos, para além de
comprometer importantes e vultuosos investimentos já feitos, tem implicações ao nível
da funcionalidade do corredor de tráfego gerado pelas rodovias já executadas e em
construção. No entanto, há concelhos que continuam com uma dificuldade de ligação
das suas sedes às principais rodovias. Há que corrigir rapidamente esta situação.
Não menos importantes são as ligações entre os próprios concelhos de forma a evitar
uma “interioridade” dentro da própria região.
Outro aspeto fundamental é a manutenção da carreira aérea entre Lisboa e Bragança,
como forma de salvaguardar a acessibilidade em condições de tempo, economia e
conforto enquanto elemento essencial para a atratividade da região.
A qualificação dos recursos humanos, que é uma opção política do PS como forma de
garantir o princípio da igualdade de oportunidades, tem de continuar a ser uma aposta
decisiva para que as oportunidades possam ser aproveitadas num quadro de maior
eficiência e dinamismo empresarial. A configuração atual das políticas de valorização dos
recursos humanos carece de ajustamentos e, em alguns casos reformas, que potenciem
o desenvolvimento humano em todas as suas vertentes.

                      RECURSOS HÍDRICOS E ENERGIA

Um dos problemas mais complexos da economia portuguesa é a sua forte dependência
energética o que faz, sem dúvida, onerar os preços dos bens produzidos. No caso
particular do distrito de Bragança, e não obstante ser o distrito onde é maior a produção
de energia hídrica, mesmo sem contar com as barragens em construção do Baixo Sabor
e Foz Tua, a energia elétrica apresenta preços mais elevados do que nos distritos do
litoral do país. O mesmo acontece em relação ao tarifário da água, cujos valores são, em
alguns casos, o dobro dos praticados no distrito do Porto.
Torna-se, por isso, necessário travar este combate pela igualdade de tratamento
e, simultaneamente, fomentar que sejam desenvolvidas iniciativas no sentido do
aproveitamento de todo o potencial energético, em regra associado ao armazenamento
de água e à regularização dos caudais. Com efeito, mais de 95% da água das chuvas
vai parar ao mar sem que, pelo caminho, tenha qualquer aproveitamento de interesse
económico ou social o que, num tempo em que as alterações climáticas estão a
transformar as estações do ano e a distribuição da pluviosidade ao longo do mesmo,
ganha maior importância para a garantia conjunta da produção de energia e de um
abastecimento regular de água às populações.
A par disso a política de desenvolvimento florestal e das florestas não tem sido orientada
no sentido do combate aos incêndios e ao aproveitamento dos seus detritos lenhosos
sob a forma de biomassa ou mesmo para a produção de biodiesel. As florestas não se
encontram limpas e são geradores de incêndios que consomem importantes recursos
de significativo valor económico, o que só pode ser alterado com uma política de
aproveitamento desses recursos, com vista à sua valorização no quadro de um mais
eficiente ordenamento do território, inclusive potenciando a caça e pesca desportiva.

              EMPREGO E ECONOMIA DO CONHECIMENTO

Há hoje a ideia, que tem feito “escola”, que o ensino deve privilegiar a obtenção de
competências. E se no plano formal tudo parece estar de acordo a verdade é que, no
essencial da substância, os resultados têm sido contraditórios com os objetivos do
modelo implementado. Na verdade, o número de jovens que faz formação de nível
superior não encontra soluções de empregabilidade e, quando acede a um emprego,
é normalmente numa área distinta daquela em que fez formação e disfuncional em
relação às competências adquiridas. A existência de desempregados com qualificação
representa um subaproveitamento dos fatores mais valiosos da economia e, nessa
medida, uma condenação a formas de organização social conflituosa e de reduzidas
performances económicas. Daí que o conhecimento e a valorização das competências
adquiridas tenham de ser ajustados às necessidades da economia o que equivale, a dizer,
que as fórmulas adotadas por grande parte das instituições de ensino superior estão
desajustadas da realidade atual e, sobretudo, do modelo de crescimento económico e
do emprego pelo qual temos de lutar.
O PS, tanto na oposição como quando voltar a ser poder, tem de ter uma ambição
política de adaptar os modelos de ensino às oportunidades de emprego e de valorização
dos recursos, tornando cada cidadão mais livre e mais feliz e proporcionando-lhe que
o esforço de investimento feito na sua formação se traduza em benefícios económicos
futuros para o país que lhe concedeu essa formação.

                          DESENVOLVER O INTERIOR

Existe hoje uma forte concorrência a todos os níveis, concorrência essa que se verifica
entre os próprios territórios. Claro está que só existe verdadeira concorrência, quando
os ditos concorrentes se aproximam em termos de força, pois se assim não acontece, o
que se verifica, não é concorrência mas sim esmagamento do mais fraco pelo mais forte.
É o que tem acontecido. Temos sido completamente esmagados por outras regiões, com
consequências muito negativas para todos.
Urge inverter esta situação. Os políticos e as políticas só se justificam se pensarem em
melhorar o desenvolvimento, os territórios e as pessoas.
Não podemos andar nisto ao sabor de guerras e guerrilhas de poder, de cadeiras ou de
pequenos reinos e capelas.
O papel dos políticos é algo muito mais importante e digno: é o papel de poderem
organizar a “POLIS”, de organizar a “cidade”, que é como quem diz o País. É algo que
os eleitores em nós delegam e por isso teremos de ser leais a este caminho de bem
decidir.
As lógicas partidárias não podem justificar todas as nossas decisões. Não podemos ser
insensíveis às nossas raízes e aos interesses de quem em nós confia.
Daí que temos que nos debater por apresentar propostas e defender a implementação
de estratégias integradas e interdisciplinares que conduzam ao desenvolvimento do
interior e a todos os níveis, o mesmo é dizer, que confiram verdadeira qualidade de
vida às populações. E todos temos a ganhar, a começar pelo próprio litoral, que se vê
assim livre de uma concentração exagerada da população que acarreta consequências
desastrosas para a própria qualidade de vida dos aí residentes.
Precisamos de uma verdadeira cultura regionalista, tanto em termos políticos como
sociais.
É urgente que o País aceite a institucionalização de políticas fiscais de discriminação
positiva e incentivos aos empresários locais para que seja possível aumentar o comércio
e a indústria, criando emprego. É necessário premiar as famílias que aqui residem,
bonificando o preço dos transportes, dos cuidados de saúde e dos bens essenciais,
nomeadamente da água e da eletricidade. É urgente preocuparmo-nos a sério com os
cuidados de saúde primários, valorizar o trabalho e os recursos das escolas superiores
e profissionais da região. É de todo necessário implementar políticas de promoção da
região, como destino turístico de excelência.
Não podemos continuar a assistir ao “roubo” de serviços públicos e ao encerramento da
presença do Estado por estas paragens. O Estado é um todo e quando se amputa uma
das suas partes, é o próprio Estado que fica doente.
Não menos importante é desburocratizar os processos de licenciamento e autorização
para todos aqueles que pretendam abrir um negócio ou criar uma empresa,
independentemente da área.
Temos de afastar de uma vez por todas a ideia que o interior do País nada contribuí
para a riqueza do todo nacional. É preciso dizer claramente que isto não é verdade. É
preciso que o País saiba que as regiões do interior e de montanha têm disponibilizado os
seus recursos e em troca pouco ou nada têm recebido. As grandes barragens estão no
interior, grandes parques eólicos estão no interior, o abastecimento de água às grandes
cidades faz-se a partir de nascentes e barragens do interior, o equilíbrio ambiental só se
consegue graças à biodiversidade do interior, etc.etc.
Portanto, de uma vez por todas, acabemos com esta ideia de que nada produzimos.
Não; produzimos muito para os outros e pouco recebemos em troca.
Numa palavra, é preciso que o Governo, seja ele de que partido for, reconheça a
especificidade desta região, reconheça a falta de oportunidade que durante décadas
lhe foram negadas e que se faça justiça: que se construam estratégias e politicas que
permitam o efetivo, real e objetivo desenvolvimento local.

                          A IMPORTÂNCIA DO SOCIAL

Foram os governos do PS que deram efetivo cumprimento ao primado do estado
social.
Numa região desertificada, com um rendimento per-capita (estatisticamente) fraco e com
uma população envelhecida, os cuidados de saúde primários e o bem-estar e apoio aos
mais idosos e carenciados, têm que ser uma constante preocupação.
O PS cumpriu o que prometeu. O Governo do PSD, em poucos meses conseguiu destruir
tudo o que de bem tinha sido conseguido nos últimos anos pelos socialistas.
Há que inverter esta situação. Há que ter coragem, para combater este flagelo. Há que
utilizar tudo o que estiver ao nosso alcance para impedir este Governo de continuar a
avançar com as suas politicas que pretendem fechar o interior, quer seja promovendo o
despovoamento ou pura e simplesmente negando o justo apoio a quem mais precisa.
O PS tem esta obrigação. O PS não se pode demitir e abandonar o primado do estado
social.

               DESAFIOS E EM ESPECIAL AS AUTARQUIAS

O PS é um partido de poder, no sentido que é ao PS que se devem as principais medidas
que conduziram à melhoria da vida dos cidadãos no pós 25 de Abril.
Todas as bandeiras agarradas desde então, continuam a ser as nossas bandeiras e
cada vez mais atuais. O primado do estado social, a gratuitidade do serviço nacional de
saúde, o ensino estatal para todos, as mais elementares liberdades, a coesão territorial,
o combate às desigualdades, tudo isto são bandeiras completamente atuais.
Por isso mesmo, apesar de aparentemente vivermos num território pouco povoado e
sem grande expressão no contexto nacional, sendo que é das pequenas partes que se
faz o todo, o nosso contributo no debate e defesa dos valores do PS, são algo de muito
importante.
Daí que a militância no partido, o trabalho partidário e político, tenha que ser levado
muito a sério.
E se é certo que esse trabalho assume particular importância ao nível das eleições
legislativas, não menos importante é o trabalho e o combate político nas autarquias, até
porque, é aqui que no plano imediato tudo mexe de forma mais evidente e direta.
E quando me refiro às autarquias, estou a referir-me não só as Câmaras, mas também
e com a mesma importância às Assembleias Municipais, Assembleias de Freguesia e
Juntas de Freguesia.
É importante que o PS seja forte no poder local, que conquiste mandatos nas autarquias.
Desde logo porque esses lugares são estratégicos em termos de fazer política e conquista
de votos que se refletem também nas legislativas e também, porque os eleitores do PS,
quer sejam presidentes de executivos, vereadores ou membros da Assembleia Municipal
ou de Freguesia, têm uma maneira de exercer o poder mais adequado a satisfazer
as necessidades das populações, governam melhor os serviços, numa palavra, as
populações estão mais bem servidas com os socialistas.
Daí que e neste sentido, concorde inteiramente com aquilo que tem sido a posição do
PS em matéria de reorganização administrativa, sendo certo que, quanto às restantes
reformas, entendo não me dever pronunciar porquanto o Governo e o partido que o
sustenta ainda não deu a conhecer qualquer proposta.
Quero com isto dizer que o PS distrital deve ter uma preocupação primeira e fundamental:
ganhar o maior número possível de Câmaras e Freguesias. É importantíssimo termos
uma forte representação a nível local.
O que significa que defendo que as candidaturas autárquicas devem ser programadas
a tempo e horas, respeitar o trabalho das concelhias no processo de escolha dos
candidatos e principalmente haver um grande empenho por parte da Federação.
É preciso ter em conta, que a maior parte das autarquias do PS não são ganhas “à
primeira” e por isso não se pode abandonar as estruturas concelhias, os apoiantes e os
candidatos. É preciso dar-lhes todo o apoio, estar presente sempre que seja necessário,
organizar o partido a nível local para que as bases de sustentação não desapareçam e
paulatinamente começar no dia da derrota a preparar as próximas eleições autárquicas.
A experiência que fui adquirindo ao longo dos anos, diz-me que este é o caminho correto,
aliás é o único caminho que conheço para alcançar o êxito: trabalho, persistência,
autoconfiança e principalmente apresentarmos candidatos técnica e politicamente
bem preparados e não candidatos que sabem à partida que estão a fazer “fretes“ ou
a pensarem no “lugarzinho” que lhes estará reservado mesmo que “a coisa corra mal”.
Não, nada disso. Os eleitores sabem ajuizar e interpretar muito bem todos os sinais e nas
autárquicas, o que conta fundamentalmente são as pessoas, o seu percurso político e
profissional, a sua postura na vida, a sua credibilidade, a confiança que nele depositam.
É isto que conta. Já agora uma nota final a este respeito: recuso-me a aceitar, como
algumas vezes tenho ouvido, que o concelho A,B ou C em termos de autárquicas “é
para esquecer”, imputando por vezes a responsabilidade por tal facto aos militantes ou
estruturas concelhias locais. Nada de mais errado. Esta visão não pode existir e a prová-
lo está o facto de já termos tido 10 das 12 Câmaras do distrito. E podemos e devemos
ter novamente essa ambição e esse objetivo.
Há que saber contrariar estas situações e definir estratégias de atuação politica a nível
local, sendo certo que neste particular a Federação deve encarar esse trabalho de forma
permanente e com objetivos concretos, não esquecendo tudo o que lhe está inerente,
nomeadamente a formação e preparação.

                     BRAGANÇA E A SUA IMPORTÂNCIA

Bragança é a capital de distrito. Enquanto que cada um de nós tem “o nosso concelho”
no qual tem muita honra em pertencer (como deve ser), também não é menos certo
que a nossa cidade é Bragança. Nela devemos ter muito orgulho, dar-lhe a importância
especial que merece é defende-la em todas as circunstâncias.
Enquanto que a Vila (sede de concelho) é o wall de entrada e a peça mais visível da casa
(do concelho), a capital de distrito deve ser a sala desta grande casa e como tal, ainda
mais importante, mais arrumada e mais digna.
Quer queiramos quer não, ocupa o primeiro lugar em termos de centralidade, não só
porque é a mais populosa, mas também porque é aí que se concentra a parte mais
visível da vida urbana, nomeadamente os serviços.
Apesar de ser o Presidente da Câmara de Vinhais, o que muito me honra e orgulha, sem
qualquer falsa modéstia reconheço este facto, aceito-o e defendo-o, tal como a maior
parte dos camaradas e da população em geral. Bragança é a minha cidade. É a nossa
cidade, é a nossa capital.
Daí que, devido à sua importância a todos os níveis, Bragança deve ser considerada
como caso especial (mas apenas para o caso que estamos a tratar).
Por isso mesmo e muito embora este não seja o fórum mais indicado para esgrimir
argumentos, não tenho dúvidas que o PS tem que ganhar a Câmara de Bragança. E
creio até, que não existe nenhum motivo para que tal não aconteça. Há fortes argumentos
para assim pensarmos: o PS já governou esta Câmara e diga-se, em abono da verdade,
que tal governação do Dr. Mina e restante Vereação fez um excelente trabalho. Isso
os Brigantinos reconhecem. Depois, não podemos esquecer, que a cidade em si deu
o grande salto em termos de regeneração urbana, graças a um contrato que teve a
assinatura de um governo do PS. Estou a referir-me, concretamente, ao programa POLIS,
que “despejou” em Bragança milhões de euros e que transformou completamente a
cidade, independentemente do juízo que façamos sobre a utilidade dessas obras. Em
terceiro e no mesmo ciclo, Bragança só se livrou definitivamente do isolamento a que
estava votada, também e mais uma vez, através da decisão heroica, histórica e corajosa
de um governo do PS, sendo primeiro-ministro José Sócrates. Estes os argumentos mais
importantes, mas haveria muitos outros.
Tudo isto para dizer que o concelho de Bragança tem motivos mais que suficientes
para votar PS, Bragança sabe que foram os socialistas que mais ajudaram o concelho,
sabem que o PS é o partido que mais a ajudou e em todos os aspetos. Em contrapartida,
o PS, quer a nível legislativo, quer autárquico, em Bragança sofre, permanentemente,
desastrosas derrotas.
Não se percebe o que está a acontecer. Não pode ser. Temos que inverter esta situação
e esta inversão só se consegue com um trabalho político sério, persistente, com uma
oposição credível e com candidatos que consigam congregar e mobilizar a população.
Há que dizer e convencer o eleitorado que o concelho de Bragança só terá a ganhar se
tiver um poder local socialista.
Um dos principais objetivos desta candidatura e que está claramente definido é ganhar
a Câmara e a maioria das juntas do concelho de Bragança e tenho a certeza que com
uma estratégia bem planeada, escolhas acertadas, um trabalho sério e principalmente
atempado, também em Bragança seremos vencedores.
Tenho uma ideia clara para oferecer uma solução credível, ganhadora e que devolverá a
Bragança o estatuto que todos desejamos.

                     ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO

Este é um tema demasiado importante e por isso deverá ser devidamente tratado.
Digo sem qualquer reserva, que os Presidentes da distrital que me antecederam e os
demais órgãos, fizeram o melhor que podiam e sabiam. Repito “fizeram o melhor que
podiam e sabiam”.
Mas isto não quer dizer que eu faça diferente ou igual a eles. Só cada um de nós,
colocado na situação concreta e com as circunstâncias reais de cada momento, é que
em consciência decide desta ou daquela forma, toma esta ou aquela atitude.
Esclarecido este ponto, o que pretendo afirmar é o seguinte: tenho uma visão muito
concreta e definida da forma como deverá funcionar o partido a nível distrital. Também isto
não quer dizer, que será a melhor forma ou a forma ideal. No fim se verá. Apenas quero
(solenemente) afirmar que temos um caminho, uma determinação e uma organização
funcional bem definida e com a qual me comprometo nos próximos tempos, sempre
dentro do quadro legal e estatutário vigente. Passo então a explicar:
	         1. Os militantes socialistas, todos e sem exceção, são a “massa” o “conteúdo”,
a essência do partido. Por isso mesmo há que aumentar o seu número, trazer mais
pessoas para o partido e principalmente, incentivá-las a participar, isto é, os militantes
têm que discutir livremente, têm que ser escutados e respeitadas as suas opiniões e isto
porque devemos partir sempre do princípio que a razão dos outros é pelo menos de valor
igual à nossa. No PS não pode haver fidalgos e plebeus, bons e maus, esclarecidos e
ignorantes, colunáveis e anónimos. Há militantes e todos com a mesma importância.
Isto leva-nos a um outro ponto, que é a necessidade de organizarmos convenientemente
as concelhias, quer a nível de órgãos, quer de meios humanos e materiais, quer ainda e
principalmente através da presença da Federação sempre que tal for necessário.
	         2. As concelhias são o elemento base do partido socialista. Mas este trabalho
não se deve esgotar ao nível da militância, que é necessária e desejável. É preciso
termos sempre presente que nenhum partido ganha eleições conseguindo apenas os
votos dos seus militantes. Significa isto que é necessário reconhecer o importante papel
dos simpatizantes do PS e até de algumas pessoas que, sendo independentes, se
identificam com os nossos pensamentos e causas.
Ora, tudo isto só se consegue com concelhias bem organizadas, funcionais, dinâmicas,
interventivas e fortes lideranças locais.
	          3. E já agora uma nota de relevo: não podemos continuar a cair neste duplo erro.
Em alguns concelhos, quando estamos no poder (Câmara) o partido fica “moribundo”
porque a Câmara o abafa, quando estamos na oposição, o desânimo é tão grande que
baixamos os braços e quase desaparecemos. Não pode ser. Esta é uma visão e uma
prática errada. Há que pensar que “há muita mais vida para lá das eleições” e que os
partidos têm o dever de influenciar as orientações políticas de quem governa e serem
intervenientes na sociedade e a todos os níveis, contribuindo dessa forma para um
melhor bem-estar das populações.
	          4. Um outro aspeto também muito importante é o relacionamento que deve
existir entre as concelhias e a federação, relacionamento esse que se pretende franco,
aberto, colaborante, mas que de forma alguma deve servir para outros fins, tipo força de
bloqueio, sindicato de voto, ou ajuste de contas.
Ambas as estruturas de devem respeitar na sua autonomia institucional e os seus
militantes não têm que funcionar em lógicas de grupo. As pessoas têm que ser livres
para, em cada momento decidirem como entenderem, de acordo com um imperativo
de consciência que é escolherem sem serem pressionados, coagidos, ameaçados ou
manipulados.
As concelhias não devem ser instrumentalizadas ou manipuladas ao sabor dos interesses
de A ou B, que por vezes não passam de interesses meramente pessoais indesejáveis.
	          5. A distrital desempenha um importante papel na coordenação da política
regional e por isso a sua liderança deve ser forte, determinada, livre, dialogante, com
um forte sentido democrático e reunir à sua volta um conjunto de pessoas preparadas,
dispostas a colaborar e fundamentalmente com um marcado estímulo de darem o seu
contributo desinteressado.
A distrital no seu conjunto deve defender e exercitar uma doutrina e uma prática de partilha
de liderança. Quero com isto dizer que o partido deve saber aproveitar todos aqueles
camaradas que estão disponíveis para trabalharem, para se integrarem em grupos de
reflexão, de estudo e de trabalho de forma a que os diversos assuntos ou áreas de
intervenção social (agricultura e desenvolvimento rural, floresta, caça e pesca, turismo,
acessibilidades, saúde, segurança social, etc) não se concentrem na mesma pessoa,
mas sejam distribuídos sectorialmente de forma a que a profundidade do seu estudo e
preparação apareça aos olhos da opinião pública de forma credível e vá influenciando
as decisões políticas.
Há que chamar todos. Os adversários do PS não estão dentro do PS.
	          6. A região e as pessoas precisam do Partido Socialista e pelo menos a dois
níveis: não só para conseguir vitórias em atos eleitorais, mas também e não menos
importante, para que através de um trabalho permanente e sério se consiga influenciar
politicamente as decisões de forma a contribuirmos efetivamente para melhorar a
qualidade de vida das pessoas.
Por isso mesmo e insisto, a liderança tem que estar preparada, ter curriculum politico
para dar credibilidade, estar disponível, ter garra e ter como único motivo o trabalhar
para o PS e para as causas do PS. A disponibilidade para liderar com o objetivo de dar o
salto para outros voos, não deve ser premiada.
Ora isto é absolutamente incompatível com uma liderança calculista, com estratégias
meramente pessoais ou com interesses aparentemente ocultos. Este tipo de lideranças
são mais que desastres. São perigosíssimas para o PS e para os Socialistas, para a
região e para o País.
	         7. Isto remete-nos para outro ponto. A liberdade tem que existir em cada momento
e em todo o tipo de decisões. Apesar de termos uma ideologia inconfundível vertida
na doutrina e estatutos, da qual não nos devemos afastar, não temos que “obedecer
cegamente”, não temos que dizer sempre “ámen”, não temos que caminhar pela mão
de ninguém, não podemos deixar os outros decidir por nós… no entanto deveremos ser
sempre leais, isto é, devemos respeitar sempre a nossa condição de militantes e ajudar
o líder nacional do nosso partido e as demais lideranças intermédias.
A liderança tem que ser efetiva e sempre presente. Pelo que, reuniões de trabalho com o
Secretariado Nacional, com as Concelhias dentro de cada concelho e com os militantes,
têm que ser uma constante. Há que reconhecer o importante papel das concelhias, dos
seus órgãos, estimulá-las a trabalhar, contribuir para que se organizem, mas ao mesmo
tempo permitir que o façam com liberdade, com autonomia e não transformar os seus
lideres em meros “sindicalistas do voto” a quem se reconhece um “papel importantíssimo”
em tempo de eleições, mas que depois nunca mais se lhes liga.
	         8. Há que preparar a tempo e horas as candidaturas às Câmaras Municipais,
dar-lhe todo o apoio necessário, apoio esse que se deve prolongar para lá das eleições
independentemente dos resultados, sendo certo que, no caso de derrota, esse apoio,
ajuda e até afeto, deve ainda ser maior.
Não podemos abandonar quem se entrega ao partido de alma e coração, abraça uma
causa partidária e teve a infelicidade de não a ganhar. A solidariedade deve ser reciproca
e desinteressada.
Papel não menos importante é a dos vereadores e dos autarcas das freguesias. Quantas
e quantas vezes são os vereadores que estão por detrás de importantes decisões,
que fazem o trabalho mais difícil e que humildemente se limitam a trabalhar sem nada
receberem em troca.
Fui vereador vários anos e sei do que estou a falar. Á função de vereador deve ser
reconhecido o valor que efetivamente tem, quer tenha pelouros ou esteja na oposição.
Quem perde uma eleição e não for devidamente acompanhado pela distrital, não tem
condições para fazer oposição, não consegue fazer o seu trabalho politico, rapidamente
desmoraliza, cai no desinteresse e “deita a toalha ao chão”. Não pode ser. Temos que
pensar que a maior parte das vezes é o trabalho da oposição que consegue uma vitória
no próximo ato eleitoral. Daí também este cuidado especial.
Não menos importante é o papel dos autarcas das freguesias. São eles que lidam em
primeiro lugar com as pessoas, com os militantes e com os simpatizantes.
Quando é necessário fazer um “ajuntamento,” um comício, uma festa, lá estamos nós
a socorrermo-nos do autarca das freguesias. Por isso mesmo é preciso chamá-los a
participar ativamente na vida do partido, nas reuniões dos seus órgãos e dar-lhes os
lugares de destaque que têm por direito próprio.
	         9. Por tudo isto, é necessária uma relação de proximidade. Apesar de ser
Presidente da Câmara de Vinhais, o que muito me honra e dada a proximidade a Bragança,
estou certo que tal facto poderá ter alguma importância, mas apenas meramente relativa,
porquanto nos órgãos do partido deve estar representado todo o distrito.
Aliás, hoje não há distâncias, sendo certo que várias são as pessoas que vivem num
local e trabalham noutro. Eu próprio tenho casa em Bragança onde fico várias vezes, a
minha família e da esposa aí vivem, aí passo grande parte do tempo.
Apesar de isto não ter qualquer importância, a Federação do PS já teve durante muitos
anos um líder de Vinhais, o nosso camarada e estimado amigo Armando Vara e que
residia a maior parte do tempo em Lisboa, seguiu-se-lhe um outro líder, o estimado
camarada Júlio Meirinhos, que morava em Miranda do Douro e agora outro o estimado
e amigo, camarada Mota Andrade, que está a maior parte do tempo em Lisboa devido
à sua condição de deputado. O que significa que, de todos, até serei o que fisicamente
está mais perto da sede da Federação, apesar de este facto ser pouco importante porque
a Federação deve representar proporcionalmente todo o distrito, tal como já disse.
	         10. Apesar da proximidade ser uma consequência direta das atitudes e não tanto
dos Kms, o que é certo é que só será efetiva se estiverem reunidas outras condições,
nomeadamente, se a vida pessoal e profissional o permitir.
Estou agora no segundo mandato, o que significa que já não sou, com o devido respeito,
propriamente um iniciante e por isso mesmo, em termos de Câmara temos as coisas
bem organizadas, tanto em termos de funcionamento como financeiro, uma boa equipa,
o que me permite ter o tempo necessário para me dedicar ao PS.
Aliás e dentro deste tema, diga-se que várias Federações do PS, quer no passado, quer
atualmente, são lideradas por Presidentes de Câmara, o mesmo acontecendo com os
outros partidos.
Este facto tem até, em sua defesa, alguns fortes argumentos. Desde logo porque e
como já disse, temos mais possibilidades reais de intervir, no caso concreto, de fazer
oposição, tal como tem acontecido recentemente. Depois, porque estamos muito perto
das populações e dos seus problemas diários, permitindo-nos fazer um acompanhamento
mais de proximidade. Acresce que, modéstia à parte, já ganhámos ou ajudámos
a ganhar eleições o que em termos de credibilidade politica é importantíssimo e por
fim (mas não por último), porque hoje não é possível termos uma visão meramente
concelhia em termos de defesa dos interesses locais, porquanto os concelhos estão por
lei organizados em associações e comunidades de municípios e todos os investimentos
são obrigatoriamente analisados tendo em conta lógicas de desenvolvimento regional e
não concelhio, sendo que, quem pensar ou “apregoar” o contrário a este respeito, está
completamente enganado.

             DEPARTAMENTO DAS MULHERES SOCIALISTAS

A igualdade de tratamento e oportunidades entre homens e mulheres é um princípio
constitucionalmente consagrado e ocupa lugar de relevo na carta dos direitos humanos.
No entanto e porque a prática nem sempre é coincidente com as preceitos normativos,
esta foi sempre uma forte e atual bandeira do PS.
Por isso mesmo, também a nível federativo, este departamento deve ter o seu espaço,
deve funcionar e manter vivo aqueles princípios.
O incentivo e defesa de candidaturas de mulheres, a disponibilidade na sua preparação, a
luta pela conciliação entre o trabalho e a vida pessoal e familiar, devem ser preocupações
de todos, não só “apregoadas” mas exercitados no dia-a-dia.
Peço desculpa pela ousadia de lançar mão a uma questão pessoal, mas o facto de
ter quatro filhos, alguns deles ainda muito jovens e por isso mais exigentes em termos
de acompanhamento familiar, permite-me ter autoridade para dizer que sei do que
estou a falar, que este assunto não é para mim “algo politicamente correto”, antes sinto
diáriamente as dificuldades de uma mãe (e consequentemente de um pai) que tem que
conciliar o trabalho árduo do dia-a-dia, com as necessidades dos “pequenotes”. Garanto-
vos, tal como muitos também sabem, não é tarefa fácil.

               A IMPORTÂNCIA DA JUVENTUDE SOCIALISTA

Não se pense que este ponto, por ser tratado em último lugar, seja menos importante
que os outros. Não; neste texto os assuntos não obedeceram a qualquer hierarquização,
muito menos em função da sua importância.
Os assuntos foram saindo ao sabor da “pena”. Mais nada. Mas já agora diga-se que
também há um argumento contrário: normalmente as últimas páginas de um livro são
aquelas em que tudo se decide e que ficam mais claras e presentes na nossa memória,
porque foram as lidas há menos tempo.
Pois bem, posto isto, permitam-me os leitores duas ou três considerações a este
respeito.
Tal como afirmei, orgulho-me de ter feito todo o percurso político, como fazem a maior
parte dos militantes e como deve ser feito, isto é, de baixo para cima.
Participei em movimentos estudantis, associações de estudantes, colei muitos cartazes
e pendurei muitos pendões, ouvi e ouço muitos desabafos e queixas, fiz e faço muitas
viagens no meu carro transportando militantes para as várias atividades, etc, etc.
E tudo isto nunca me diminuiu, bem antes pelo contrário. Foi a minha atividade política
enquanto jovem, que me permitiu fazer o percurso que qualquer verdadeiro socialista
deve fazer, inclusivé disponibilizar-se e estar preparado para dar o seu contributo para
outros lugares, como é o caso, entre outros, a Federação Distrital.
E não se pense que este ponto não é importante. É importante sim, porque há quem entre
no partido não pela base mas para lugares cimeiros. Há quem descubra a vocação (ou
o chamamento) não quando é jovem, mas quando estão na idade da reforma. Respeito-
os e considero-os como militantes, amigos e verdadeiros socialistas. No entanto, falta-
lhes um percurso, uma história, uma cumplicidade, uma garantia de confiança. Numa
palavra, faltou-lhes credibilidade politica para liderar.
Portanto e pelo exposto, sou um fã da condição de “jovem socialista”.
E foi essa condição que desde muito cedo interiorizei, que me permitiu e me “obrigou” a
candidatar a uma Junta de Freguesia quando tinha, imagine-se 19 anos, que ganhámos,
e assumir o segundo lugar na lista do PS à Câmara de Vinhais, tendo na altura 25 anos
e a liderar uma forte e determinada oposição durante 4 anos que terminou, naturalmente,
isto é “roubando” a Câmara ao PSD, tornando-a socialista, o que, felizmente, ainda se
mantém.
Quero com isto dizer que a minha estima e respeito pela JS é enorme. Reconheço a
sua importância. No entanto, também quero dizer que ser jovem do PS não é servir
cegamente o partido, servir os interesses de A ou B, permitir que nos instrumentalizem
ou que nos deem o devido destaque e importância só em tempo de atos eleitorais.
Ser jovem socialista é (ou pelo menos era) participar sempre e ativamente, de forma livre,
revolucionária, autónoma em relação à máquina do partido, reivindicativa, conquistadora
e bandeirista.
Os grandes líderes do Partido Socialista (e até dos outros partidos) foram e são
camaradas que tiveram na sua juventude uma militância muito ativa e marcada pelos
valores do PS.
Por tudo isto, também a nível federativo, há que ter a preocupação de criar condições
para que os nossos jovens se envolvam mais, atribuindo-lhes os lugares a que têm
direito nas respetivas listas e contribuir para a sua formação política e cívica, pois o
futuro a eles pertence.
Com esta postura, todos teremos a ganhar.
NOTA FINAL

E pronto; chegou ao fim o clausulado neste contrato. Alguns devem estar fartos e outros,
os mais amigos, provavelmente, dirão apenas “que já chega”.
A todos agradeço da mesma forma o tempo que dedicaram, com a sua leitura.
Mas entendo que esta é uma altura demasiado importante e, por isso mesmo, temos a
obrigação de disponibilizarmos completamente o nosso pensamento sobre os diversas
temas políticos, para que os camaradas assim e só desta forma, tenham condições para
escolherem e votarem em consciência.
Muito agradecido e ganhe o que mais merecer!...


                                                        Américo Pereira

Maio de 2012
UM OUTRO CICLO
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Jornal Cidade - Lagoa da Prata - Nº 73 - 15/01/2016
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Moção de Estratégio Global

  • 1. MOÇÃO DE ESTRATÉGIA GLOBAL UM OUTRO CICLO ...de mudança segura Federação Distrital de Bragança do Partido Socialista XV CONGRESSO FEDERATIVO 1.º Subscritor: Américo Jaime Afonso Pereira
  • 2. ... confio nos militantes, no seu grande sentido de responsabilidade, na consciencia da importância deste novo ciclo. ... está tudo na mão dos militantes.
  • 3. Caras e Caros Camaradas: Chegou a hora de contratualizar convosco um compromisso de futuro. Estou habituado, desde há muito, a colocar no papel a palavra de quem se compromete, por escrito, num programa de ação, neste caso de ação política. E digo-lhes, porque é facilmente comprovável, que as pessoas que comigo têm “assinado” esse contrato, leia-se os eleitores, nunca tiveram oportunidade de me apelidarem de incumpridor porque, e assim espero continuar, não escrevo retoricamente ou de forma oca, mas sim e apenas o que é realizável. Por isso mesmo e faço questão de o afirmar desde já, o que vos apresento nas páginas seguintes, é algo devidamente pensado, ponderado e objetivamente expresso. Não é “música para os ouvidos dos outros” ou palavras de ocasião politicamente corretas. Não; é exatamente pensar o partido, pensar a política, a região e o País. É uma visão. Boa ou má os eleitores - militantes o dirão. Mas é a minha visão… Por isso, meus caros, celebro hoje convosco um contrato de compromissos políticos e espero, com a ajuda de todos, estar à altura de honrar as suas cláusulas, isto é, o que expressamente assumi. Aliás, parece-me que os camaradas só poderão fazer uma verdadeira escolha, isto é, uma escolha em consciência, depois de lerem e analisarem cuidadosamente os programas de ambos os candidatos. Mas se porventura não apreciarem o que escrevi, antecipadamente peço desculpa…mas é o que penso. Bem hajam os que tiverem paciência para o ler!...
  • 4. MOTIVOS DESTA CAMINHADA Desde muito novo, nunca me recusei a participar ativamente nas causas em que acredito. Nunca esperei que me chamassem, que me empurrassem ou que me garantissem êxito. Sempre abracei todas as causas movido por um único objetivo: dar o meu humilde mas melhor contributo e sempre que foi e é necessário. Por isso mesmo aqui estou, também agora, com a mesma convicção de sempre. Neste aspeto nada mudou na minha vida. Já expliquei detalhadamente aos camaradas, em carta que tive o prazer de a todos enviar, como tudo começou. Naquela reunião com os autarcas que estavam presentes, fizemos o que tínhamos a fazer. Cumprimos o nosso dever de cidadania, a nossa obrigação de militantes, assumindo as nossas responsabilidades políticas. Lançámos uma candidatura para os órgãos distritais da Federação de Bragança e coube- me a mim, com muita honra, diga-se, protagonizar esta candidatura, sendo certo que eu sou e serei apenas o rosto de algo que se pretende muito mais amplo e integrador. O PS vive hoje dias difíceis. Sufragado pelos eleitores com uma pesada derrota nacional, assistimos assim a uma governação do PSD completamente cega, desproporcionada nas atitudes e incontrolada nos sacrifícios que impõe à população. Afastados de todos os organismos de poder, não se sabe por quanto tempo, vivemos assim um período negativamente singular e que urge encarar como tal. Por isso mesmo, os autarcas têm aqui um importante papel. O cargo resulta da vontade expressa dos eleitores e como tal, assiste-lhes a mais autêntica de todas as legitimidades, sendo certo que, embora militantes e com deveres estatutários que devem respeitar, são completamente livres no sentido que não têm outros compromissos que não sejam os derivados dos seus deveres de autarcas e de interventores na sociedade, de forma a conseguirem uma melhor qualidade de vida para as pessoas, para a região e para o País. É hoje absolutamente necessário tomar posições concretas que contrariem algumas das medidas do Governo. Os autarcas têm diariamente essa oportunidade. Por tudo isto, é uma honra poder contar com eles e espero e desejo que este passo decisivo que deram, não se esgote no lançamento desta candidatura. Ninguém tem que se preocupar com outro motivo que não seja os expostos: não iremos concorrer com ninguém na ocupação de qualquer lugar da administração regional ou nacional, porque todos nós temos um caminho bem definido que são as autarquias e as câmaras municipais. Neste particular não fazemos concorrência a nenhum camarada. Muitos, podem dormir descansados!... Esta é uma candidatura materialmente desinteressada, mas politicamente determinada pelos mais nobres valores e interesses do PS, dos militantes da região e do País. Mas é também uma candidatura que começou agora. Não esperei que alguém me estendesse a passadeira vermelha, que me preparassem o caminho durante longos
  • 5. meses ou anos, muito menos mendiguei ou criei calculisticamente condições para obter sucesso. Nada disso. Estou nisto porque quero. Estou nisto porque o meu querer resulta de uma enorme vontade e disponibilidade de dar o meu contributo. Estou conscientemente a cumprir a minha obrigação. Não acredito nos homens sem vontade. Não acredito nos resultados sem trabalho. Não acredito naqueles que caminham pela mão dos outros. Muitos autarcas são também Presidentes de Federação, tanto no PS como noutros partidos. Pois bem, garanto-vos que colocarei ao serviço do PS toda a experiência adquirida e cujos resultados estão comprovados. Toda a vontade, toda a garra e toda a paixão que coloco nas causas que abraço. É importante apoiar um outro e novo ciclo. É importante viver um outro ciclo. As pessoas conhecem-me e sabem que esta candidatura reúne as melhores condições para protagonizar a mudança que se exige. E os militantes também sabem que não estou refém de qualquer interesse pessoal, económico ou de grupo. Sabem que sou um homem completamente livre e por isso mesmo determinado a prosseguir as ações e atitudes necessárias. Neste particular, não caminho pela mão de ninguém. Caras e Caros militantes, permitam-me que lhes diga e repita que, o que está em causa neste momento tão importante é exatamente e apenas isto: saber quem neste momento concreto e face a estas circunstâncias concretas, está melhor colocado para liderar a Federação do PS do distrito de Bragança. É isto que está em causa. É isto e mais nada. Não são os calculismos, as amizades de conveniência ou o pagamento de favores políticos ou pessoais. O que está em causa é apenas uma questão de justiça, de consciência e de ética política. O que está em causa é uma questão de verdade intelectual no sentido de cada um, neste momento concreto e no secretismo de decidir o voto, ter a capacidade de optar tendo apenas em conta um único e verdadeiro interesse: defender o PS e as causas do PS. Tudo o resto, neste momento, é secundário. Por isso mesmo confio nos militantes, no seu grande sentido de responsabilidade, na consciência da importância deste novo ciclo … está tudo nas mãos dos militantes. Contudo, não sou insensível às amizades, à solidariedade, compreendo as relações pessoais e os interesses que os motivam e por isso entendo a dificuldade que alguns camaradas sentem em “dar a cara” ou posicionarem-se por este ou por aquele. Compreendo isto tudo, mas sei, tenho a certeza absoluta, que no momento do voto, no segredo da decisão e no secretismo de por a “cruzinha” escondidos de todas as pressões externas, os socialistas saberão decidir de acordo com a sua consciência, o seu dever de militantes livres e esclarecidos. Então a vontade de renovar e mudar falará mais alto e a mudança será uma realidade. Ninguém sabe em quem votamos. Ninguém pode comprar o nosso voto. Ninguém pode ser prejudicado ou beneficiado por votar neste ou naquele. Sinto, sente-se esta vontade
  • 6. de mudar. Todos os dias vários camaradas me dizem “voto em si porque é necessário mudar, mas não diga nada, não posso dar a cara”. Percebo tudo isto. Áh se percebo… Por isso mesmo sei que os militantes do PS não vão perder esta oportunidade de mudar, de iniciar um outro ciclo, de renovar o Partido, no fundo, de revitalizar o partido. É justo que assim seja. É um passo perfeitamente normal. Ninguém pense o contrário. E mesmo aqueles que ocuparam lugares por nomeação política, tenho a certeza que pensam exatamente desta forma. Quem é nomeado, está a fazer um serviço ao partido, pois foi escolhido porque dá garantias de corresponder ao que se deseja. É o partido que tem que lhe agradecer a disponibilidade demonstrada e o espirito de serviço para servir a “coisa pública”. Ajudar o partido e os militantes é sempre uma obrigação e nunca um favor. Isto não pode condicionar o voto, não pode condicionar a escolha sob pena de violarmos as mais elementares regras da democracia e o princípio sagrado da liberdade. Se assim não for, os resultados a médio prazo serão desastrosos, serão a negação do que deve ser um grande partido como o partido socialista. Por isso, parece-me não existirem dúvidas: a mudança é absolutamente necessária e esta é a oportunidade. Não podemos desperdiçá-la. Propositadamente não me deixarei arrastar para a discussão do tipo de “quem apoia quem”, ou quem é que o “aparelho” apoia ou deixa de apoiar. Confio no secretismo do voto e sei que apesar das amizades e interesses, no momento da decisão cada um cumpre o seu dever de uma única forma: secretamente vota em consciência. Termina agora um ciclo de 16 anos em que a liderança da Federação foi protagonizada pelo camarada Mota Andrade. E tal como todos os restantes lideres, não tenho reserva em afirmar que fez sempre o melhor que sabia e podia. Tal como todas as governações, teve momentos bons e momentos menos bons. Em alguns desses momentos com ele concordei e noutros não. No entanto, num aspeto todos têm que me fazer justiça: sempre fui leal ao líder do PS, quer a nível regional como nacional e sempre fui um trabalhador incansável pelas causas do PS, quer a nível concelhio, como regional, como nacional. Por isso aqui fica a minha homenagem ao Presidente cessante, Engº Mota Andrade, e aos outros pelo trabalho que desempenharam ao longo do tempo. Um trabalho por vezes bem difícil e árduo, mas essencial para manter o PS vivo. Inicia-se agora esta campanha eleitoral que se pretende participada e até animada. Estou disponível para fazer debates públicos com o meu amigo Jorge Gomes, a quem deixo uma palavra de apreço, respeito e amizade. É fundamental discutir o partido, apresentar propostas. É importante que os camaradas tenham o máximo de informação sobre as nossas propostas, sobre o que foi o percurso político de cada um e tudo o resto que for necessário. Estas coisas são demasiado importantes para serem debatidas, geridas e decididas, nos grupos, em círculos fechados, nas lógicas dos interesses. Tais caminhos são perigosíssimos e por isso mesmo devem ser combatidos. Não me deixarei enredar
  • 7. pelas chamadas “ondas” apesar de saber que terei que conviver com as informações e contra informações. O importante acima de tudo é a clareza, objetividade e seriedade das nossas propostas. Não pretendo ser o candidato do “aparelho”, mas muito agradeço a todos aqueles que decidirem caminhar comigo nesta mudança de ciclo. Serão todos bem-vindos, porque todos somos necessários. Tenho consciência das dificuldades, mas farei uma campanha humilde, de debate, com os apoios que aparecerem, valorizando todos da mesma forma, mas sempre com uma forte vontade, garra e determinação para ganhar. Nas páginas seguintes está, a este respeito, o que penso e por isso, por escrito, o registo. O TEMA SAÚDE Somos por uma saúde de qualidade e proximidade e não aceitamos o retrocesso que nos querem impor. Desde Janeiro deste ano foram dispensados mais de 90 trabalhadores dos centros de saúde e hospitais do distrito de Bragança, desde assistentes operacionais, assistentes técnicos e técnicos superiores. Com esta decisão ficaram sem funcionar várias valências existentes nos centros de saúde como fisioterapia, terapia da fala, cardiopneumonologia, podologia, etc. Voltamos assim à situação em que os doentes deixam de se tratar por não ter acesso a cuidados ou por se terem de deslocar a grandes distâncias para poderem ter acesso a essas consultas ou tratamentos. Este é um retrocesso que não podemos permitir. Além de aumentar as taxas moderadoras este governo deixou de pagar os transportes dos doentes, pondo em risco a saúde e mesmo a vida dos doentes mais idosos e mais carenciados. É necessário rever a atribuição de isenção do pagamento das taxas moderadoras e não podemos aceitar aumentos que transformem as taxas moderadoras em co- pagamentos dificultando o acesso aos cuidados de quem deles necessita. É urgente rever a decisão de cancelar o pagamento dos transportes, sendo que esta medida penaliza particularmente os doentes que vivem no interior do país. O Snr. Ministro da Saúde, confrontado com casos concretos de doentes impossibilitados de se tratarem por não poderem pagar os transportes, prometeu resolver a situação mas até agora nada fez, condenando alguns doentes mais vulneráveis a não se poderem tratar pondo em causa a sua saúde e mesmo a sua vida. E tudo isto em nome dos mercados. Não podemos aceitar este estado de coisas e não nos podemos conformar. A criação da ULS deve ser aproveitada não para retirar cuidados mas para colocar o doente no centro dos sistemas de saúde, aumentando a proximidade e a eficiência da
  • 8. prestação de cuidados. A criação da ULS (Unidade Local de Saúde), deve ser uma oportunidade para melhorar a articulação dos cuidados e a proximidade, deslocando os médicos dos hospitais aos centros de saúde sempre que possível, evitando assim a deslocação dos doentes e melhorando a articulação com os médicos de família. Deve ser implementado o processo clínico único evitando a perda de informação e a repetição de exames e consultas desnecessários. O financiamento da ULS deve ser igual a outras ULS semelhantes e não inferior em nome da justiça e da equidade. Os cuidados primários devem ser a base e o suporte do sistema de cuidados e não retirados recursos dos centros de saúde para os hospitais levando a um retrocesso dos cuidados que eram prestados nos concelhos e afastando os cuidados dos doentes. Deve ser mantido o helicóptero a funcionar sem interrupção bem como todo o sistema de emergência pré - hospitalar. Num distrito com as distâncias e os problemas de acessibilidade que mantemos e com o encerramento dos SAPs, não é admissível retirar recursos que salvam vidas ao sistema de emergência pré hospitalar, de que fazem parte além do helicóptero, a VMER, as SIV/ SVB e os SUB e que foram a contrapartida do encerramento dos SAP. O governo do Partido Socialista colocou no terreno um sistema de emergência de qualidade e não aceitaremos que nos retirem esses recursos que salvam vidas. ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO O interior do país, e particularmente o distrito de Bragança, apresenta níveis de desenvolvimento muito abaixo da média nacional e, de forma mais acentuada, das zonas mais dinâmicas situadas na faixa litoral do país. E a questão sempre suscitada é saber porque nunca foi invertida, nem sequer mitigada, esta tendência que se prolonga há mais de 40 anos e tem sido geradora de profundas desigualdades e injustiças, quer na repartição do rendimento quer na escassez de oportunidades. A retórica política do PSD e do CDS tem usado o fenómeno das assimetrias regionais para, em períodos de campanha eleitoral, prometer aquilo que nunca cumpriram nem cumprirão e, pelo contrário, a sua prática em relação ao nosso distrito tem sido responsável pelas políticas mais severas de desertificação com a extinção, pura e simples de serviços, e a eliminação de medidas de discriminação positiva que, apesar de tudo, o PS tem implementado. Com efeito, uma retrospetiva histórica permite-nos evidenciar que foi nos governos do Partido Socialista que se deram os maiores avanços em matéria de investimento público no distrito de Bragança, desde a criação do Instituto Politécnico em 1983, até à modernização dos cuidados de saúde primários (Centros de Saúde), as políticas sociais de apoio aos mais desfavorecidos e, finalmente, a maior operação de construção de rodovias (Autoestrada transmontana, IP2 e IC5), reclamadas desde há muitos anos. Por
  • 9. outro lado, enquanto os governos do PSD encerraram ou transferiram serviços públicos, o Partido Socialista fixou no distrito importantes serviços de carácter regional (Direção Regional de Agricultura do Norte, Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela, ASAE, entre outros). APROVEITAMENTO DO POTENCIAL ENDÓGENO O distrito de Bragança tem uma matriz territorial cuja estrutura envolve três zonas distintas: terra fria, terra quente e Douro superior. Cada uma destas zonas tem potencialidades que fazem dos bens produzidos fatores de elevada competitividade decorrente da sua inquestionável qualidade. Da indústria extrativa à produção pecuária de raças autóctones, dos produtos derivados dessas raças (do queijo terrincho aos enchidos da raça bísara ou às carnes da famosa raça mirandesa), do azeite ao vinho, da floresta à produção de castanha e de amêndoa, das condições para o desenvolvimento das atividades cinegéticas e piscícolas ao turismo ligado ao ambiente, o potencial endógeno sugere a criação de uma plataforma económica que, suportada no desenvolvimento das respetivas fileiras, oferece excelentes condições para que a criação de valor deva acontecer na região contribuindo, por essa via, para o desenvolvimento de novas oportunidades e da geração de fontes de riqueza e de emprego. O desenvolvimento do potencial endógeno requer políticas públicas que facilitem e estimulem o aparecimento de iniciativas empreendedoras, quer através da regulação do uso da propriedade quer pela via da divulgação desses fatores de competitividade junto de potenciais investidores e, de modo particular, junto dos circuitos da distribuição seletiva. Num mundo globalizado, com elevada velocidade de circulação dos bens e serviços, em economias de reduzida dimensão, o posicionamento face ao mercado tem de ser feito pela via da diferenciação, aliás única forma de poder fazer uma abordagem com possibilidades de sucesso consubstanciada na valorização desses produtos. E, não obstante haver algumas iniciativas dispersas, não existe uma organização ao nível da comercialização e do marketing que salvaguarde o benefício da cadeia de valor a favor dos cidadãos residentes no distrito, o que faz com que cada produtor, individualmente, não possa valorizar os seus produtos de modo a obter uma rentabilidade justa e geradora de níveis de autofinanciamento com capacidade para gerar novos investimentos. Nessa medida impõe-se uma organização proactiva, desenvolvida em parceria entre os Municípios, através da criação de uma Agência para o Investimento, que dinamize e catalise investimentos e funcione como parceiro ativo na procura de soluções de financiamento e de oportunidades de acesso aos fundos de apoio ao investimento.
  • 10. INFRAESTRUTURAS, ACESSIBILIDADES E QUALIFICAÇÃO O distrito de Bragança foi beneficiado pelo governo do PS com a construção dos importantes eixos rodoviários, dos quais o IP2 e o IC5 já se encontram praticamente concluídos e a Autoestrada avança dentro dos prazos mais ou menos previstos. De assinalar que a paragem do túnel do Marão e dos respetivos acessos, para além de comprometer importantes e vultuosos investimentos já feitos, tem implicações ao nível da funcionalidade do corredor de tráfego gerado pelas rodovias já executadas e em construção. No entanto, há concelhos que continuam com uma dificuldade de ligação das suas sedes às principais rodovias. Há que corrigir rapidamente esta situação. Não menos importantes são as ligações entre os próprios concelhos de forma a evitar uma “interioridade” dentro da própria região. Outro aspeto fundamental é a manutenção da carreira aérea entre Lisboa e Bragança, como forma de salvaguardar a acessibilidade em condições de tempo, economia e conforto enquanto elemento essencial para a atratividade da região. A qualificação dos recursos humanos, que é uma opção política do PS como forma de garantir o princípio da igualdade de oportunidades, tem de continuar a ser uma aposta decisiva para que as oportunidades possam ser aproveitadas num quadro de maior eficiência e dinamismo empresarial. A configuração atual das políticas de valorização dos recursos humanos carece de ajustamentos e, em alguns casos reformas, que potenciem o desenvolvimento humano em todas as suas vertentes. RECURSOS HÍDRICOS E ENERGIA Um dos problemas mais complexos da economia portuguesa é a sua forte dependência energética o que faz, sem dúvida, onerar os preços dos bens produzidos. No caso particular do distrito de Bragança, e não obstante ser o distrito onde é maior a produção de energia hídrica, mesmo sem contar com as barragens em construção do Baixo Sabor e Foz Tua, a energia elétrica apresenta preços mais elevados do que nos distritos do litoral do país. O mesmo acontece em relação ao tarifário da água, cujos valores são, em alguns casos, o dobro dos praticados no distrito do Porto. Torna-se, por isso, necessário travar este combate pela igualdade de tratamento e, simultaneamente, fomentar que sejam desenvolvidas iniciativas no sentido do aproveitamento de todo o potencial energético, em regra associado ao armazenamento de água e à regularização dos caudais. Com efeito, mais de 95% da água das chuvas vai parar ao mar sem que, pelo caminho, tenha qualquer aproveitamento de interesse económico ou social o que, num tempo em que as alterações climáticas estão a transformar as estações do ano e a distribuição da pluviosidade ao longo do mesmo, ganha maior importância para a garantia conjunta da produção de energia e de um abastecimento regular de água às populações.
  • 11. A par disso a política de desenvolvimento florestal e das florestas não tem sido orientada no sentido do combate aos incêndios e ao aproveitamento dos seus detritos lenhosos sob a forma de biomassa ou mesmo para a produção de biodiesel. As florestas não se encontram limpas e são geradores de incêndios que consomem importantes recursos de significativo valor económico, o que só pode ser alterado com uma política de aproveitamento desses recursos, com vista à sua valorização no quadro de um mais eficiente ordenamento do território, inclusive potenciando a caça e pesca desportiva. EMPREGO E ECONOMIA DO CONHECIMENTO Há hoje a ideia, que tem feito “escola”, que o ensino deve privilegiar a obtenção de competências. E se no plano formal tudo parece estar de acordo a verdade é que, no essencial da substância, os resultados têm sido contraditórios com os objetivos do modelo implementado. Na verdade, o número de jovens que faz formação de nível superior não encontra soluções de empregabilidade e, quando acede a um emprego, é normalmente numa área distinta daquela em que fez formação e disfuncional em relação às competências adquiridas. A existência de desempregados com qualificação representa um subaproveitamento dos fatores mais valiosos da economia e, nessa medida, uma condenação a formas de organização social conflituosa e de reduzidas performances económicas. Daí que o conhecimento e a valorização das competências adquiridas tenham de ser ajustados às necessidades da economia o que equivale, a dizer, que as fórmulas adotadas por grande parte das instituições de ensino superior estão desajustadas da realidade atual e, sobretudo, do modelo de crescimento económico e do emprego pelo qual temos de lutar. O PS, tanto na oposição como quando voltar a ser poder, tem de ter uma ambição política de adaptar os modelos de ensino às oportunidades de emprego e de valorização dos recursos, tornando cada cidadão mais livre e mais feliz e proporcionando-lhe que o esforço de investimento feito na sua formação se traduza em benefícios económicos futuros para o país que lhe concedeu essa formação. DESENVOLVER O INTERIOR Existe hoje uma forte concorrência a todos os níveis, concorrência essa que se verifica entre os próprios territórios. Claro está que só existe verdadeira concorrência, quando os ditos concorrentes se aproximam em termos de força, pois se assim não acontece, o que se verifica, não é concorrência mas sim esmagamento do mais fraco pelo mais forte. É o que tem acontecido. Temos sido completamente esmagados por outras regiões, com consequências muito negativas para todos. Urge inverter esta situação. Os políticos e as políticas só se justificam se pensarem em
  • 12. melhorar o desenvolvimento, os territórios e as pessoas. Não podemos andar nisto ao sabor de guerras e guerrilhas de poder, de cadeiras ou de pequenos reinos e capelas. O papel dos políticos é algo muito mais importante e digno: é o papel de poderem organizar a “POLIS”, de organizar a “cidade”, que é como quem diz o País. É algo que os eleitores em nós delegam e por isso teremos de ser leais a este caminho de bem decidir. As lógicas partidárias não podem justificar todas as nossas decisões. Não podemos ser insensíveis às nossas raízes e aos interesses de quem em nós confia. Daí que temos que nos debater por apresentar propostas e defender a implementação de estratégias integradas e interdisciplinares que conduzam ao desenvolvimento do interior e a todos os níveis, o mesmo é dizer, que confiram verdadeira qualidade de vida às populações. E todos temos a ganhar, a começar pelo próprio litoral, que se vê assim livre de uma concentração exagerada da população que acarreta consequências desastrosas para a própria qualidade de vida dos aí residentes. Precisamos de uma verdadeira cultura regionalista, tanto em termos políticos como sociais. É urgente que o País aceite a institucionalização de políticas fiscais de discriminação positiva e incentivos aos empresários locais para que seja possível aumentar o comércio e a indústria, criando emprego. É necessário premiar as famílias que aqui residem, bonificando o preço dos transportes, dos cuidados de saúde e dos bens essenciais, nomeadamente da água e da eletricidade. É urgente preocuparmo-nos a sério com os cuidados de saúde primários, valorizar o trabalho e os recursos das escolas superiores e profissionais da região. É de todo necessário implementar políticas de promoção da região, como destino turístico de excelência. Não podemos continuar a assistir ao “roubo” de serviços públicos e ao encerramento da presença do Estado por estas paragens. O Estado é um todo e quando se amputa uma das suas partes, é o próprio Estado que fica doente. Não menos importante é desburocratizar os processos de licenciamento e autorização para todos aqueles que pretendam abrir um negócio ou criar uma empresa, independentemente da área. Temos de afastar de uma vez por todas a ideia que o interior do País nada contribuí para a riqueza do todo nacional. É preciso dizer claramente que isto não é verdade. É preciso que o País saiba que as regiões do interior e de montanha têm disponibilizado os seus recursos e em troca pouco ou nada têm recebido. As grandes barragens estão no interior, grandes parques eólicos estão no interior, o abastecimento de água às grandes cidades faz-se a partir de nascentes e barragens do interior, o equilíbrio ambiental só se consegue graças à biodiversidade do interior, etc.etc. Portanto, de uma vez por todas, acabemos com esta ideia de que nada produzimos. Não; produzimos muito para os outros e pouco recebemos em troca.
  • 13. Numa palavra, é preciso que o Governo, seja ele de que partido for, reconheça a especificidade desta região, reconheça a falta de oportunidade que durante décadas lhe foram negadas e que se faça justiça: que se construam estratégias e politicas que permitam o efetivo, real e objetivo desenvolvimento local. A IMPORTÂNCIA DO SOCIAL Foram os governos do PS que deram efetivo cumprimento ao primado do estado social. Numa região desertificada, com um rendimento per-capita (estatisticamente) fraco e com uma população envelhecida, os cuidados de saúde primários e o bem-estar e apoio aos mais idosos e carenciados, têm que ser uma constante preocupação. O PS cumpriu o que prometeu. O Governo do PSD, em poucos meses conseguiu destruir tudo o que de bem tinha sido conseguido nos últimos anos pelos socialistas. Há que inverter esta situação. Há que ter coragem, para combater este flagelo. Há que utilizar tudo o que estiver ao nosso alcance para impedir este Governo de continuar a avançar com as suas politicas que pretendem fechar o interior, quer seja promovendo o despovoamento ou pura e simplesmente negando o justo apoio a quem mais precisa. O PS tem esta obrigação. O PS não se pode demitir e abandonar o primado do estado social. DESAFIOS E EM ESPECIAL AS AUTARQUIAS O PS é um partido de poder, no sentido que é ao PS que se devem as principais medidas que conduziram à melhoria da vida dos cidadãos no pós 25 de Abril. Todas as bandeiras agarradas desde então, continuam a ser as nossas bandeiras e cada vez mais atuais. O primado do estado social, a gratuitidade do serviço nacional de saúde, o ensino estatal para todos, as mais elementares liberdades, a coesão territorial, o combate às desigualdades, tudo isto são bandeiras completamente atuais. Por isso mesmo, apesar de aparentemente vivermos num território pouco povoado e sem grande expressão no contexto nacional, sendo que é das pequenas partes que se faz o todo, o nosso contributo no debate e defesa dos valores do PS, são algo de muito importante. Daí que a militância no partido, o trabalho partidário e político, tenha que ser levado muito a sério. E se é certo que esse trabalho assume particular importância ao nível das eleições legislativas, não menos importante é o trabalho e o combate político nas autarquias, até porque, é aqui que no plano imediato tudo mexe de forma mais evidente e direta. E quando me refiro às autarquias, estou a referir-me não só as Câmaras, mas também
  • 14. e com a mesma importância às Assembleias Municipais, Assembleias de Freguesia e Juntas de Freguesia. É importante que o PS seja forte no poder local, que conquiste mandatos nas autarquias. Desde logo porque esses lugares são estratégicos em termos de fazer política e conquista de votos que se refletem também nas legislativas e também, porque os eleitores do PS, quer sejam presidentes de executivos, vereadores ou membros da Assembleia Municipal ou de Freguesia, têm uma maneira de exercer o poder mais adequado a satisfazer as necessidades das populações, governam melhor os serviços, numa palavra, as populações estão mais bem servidas com os socialistas. Daí que e neste sentido, concorde inteiramente com aquilo que tem sido a posição do PS em matéria de reorganização administrativa, sendo certo que, quanto às restantes reformas, entendo não me dever pronunciar porquanto o Governo e o partido que o sustenta ainda não deu a conhecer qualquer proposta. Quero com isto dizer que o PS distrital deve ter uma preocupação primeira e fundamental: ganhar o maior número possível de Câmaras e Freguesias. É importantíssimo termos uma forte representação a nível local. O que significa que defendo que as candidaturas autárquicas devem ser programadas a tempo e horas, respeitar o trabalho das concelhias no processo de escolha dos candidatos e principalmente haver um grande empenho por parte da Federação. É preciso ter em conta, que a maior parte das autarquias do PS não são ganhas “à primeira” e por isso não se pode abandonar as estruturas concelhias, os apoiantes e os candidatos. É preciso dar-lhes todo o apoio, estar presente sempre que seja necessário, organizar o partido a nível local para que as bases de sustentação não desapareçam e paulatinamente começar no dia da derrota a preparar as próximas eleições autárquicas. A experiência que fui adquirindo ao longo dos anos, diz-me que este é o caminho correto, aliás é o único caminho que conheço para alcançar o êxito: trabalho, persistência, autoconfiança e principalmente apresentarmos candidatos técnica e politicamente bem preparados e não candidatos que sabem à partida que estão a fazer “fretes“ ou a pensarem no “lugarzinho” que lhes estará reservado mesmo que “a coisa corra mal”. Não, nada disso. Os eleitores sabem ajuizar e interpretar muito bem todos os sinais e nas autárquicas, o que conta fundamentalmente são as pessoas, o seu percurso político e profissional, a sua postura na vida, a sua credibilidade, a confiança que nele depositam. É isto que conta. Já agora uma nota final a este respeito: recuso-me a aceitar, como algumas vezes tenho ouvido, que o concelho A,B ou C em termos de autárquicas “é para esquecer”, imputando por vezes a responsabilidade por tal facto aos militantes ou estruturas concelhias locais. Nada de mais errado. Esta visão não pode existir e a prová- lo está o facto de já termos tido 10 das 12 Câmaras do distrito. E podemos e devemos ter novamente essa ambição e esse objetivo. Há que saber contrariar estas situações e definir estratégias de atuação politica a nível local, sendo certo que neste particular a Federação deve encarar esse trabalho de forma
  • 15. permanente e com objetivos concretos, não esquecendo tudo o que lhe está inerente, nomeadamente a formação e preparação. BRAGANÇA E A SUA IMPORTÂNCIA Bragança é a capital de distrito. Enquanto que cada um de nós tem “o nosso concelho” no qual tem muita honra em pertencer (como deve ser), também não é menos certo que a nossa cidade é Bragança. Nela devemos ter muito orgulho, dar-lhe a importância especial que merece é defende-la em todas as circunstâncias. Enquanto que a Vila (sede de concelho) é o wall de entrada e a peça mais visível da casa (do concelho), a capital de distrito deve ser a sala desta grande casa e como tal, ainda mais importante, mais arrumada e mais digna. Quer queiramos quer não, ocupa o primeiro lugar em termos de centralidade, não só porque é a mais populosa, mas também porque é aí que se concentra a parte mais visível da vida urbana, nomeadamente os serviços. Apesar de ser o Presidente da Câmara de Vinhais, o que muito me honra e orgulha, sem qualquer falsa modéstia reconheço este facto, aceito-o e defendo-o, tal como a maior parte dos camaradas e da população em geral. Bragança é a minha cidade. É a nossa cidade, é a nossa capital. Daí que, devido à sua importância a todos os níveis, Bragança deve ser considerada como caso especial (mas apenas para o caso que estamos a tratar). Por isso mesmo e muito embora este não seja o fórum mais indicado para esgrimir argumentos, não tenho dúvidas que o PS tem que ganhar a Câmara de Bragança. E creio até, que não existe nenhum motivo para que tal não aconteça. Há fortes argumentos para assim pensarmos: o PS já governou esta Câmara e diga-se, em abono da verdade, que tal governação do Dr. Mina e restante Vereação fez um excelente trabalho. Isso os Brigantinos reconhecem. Depois, não podemos esquecer, que a cidade em si deu o grande salto em termos de regeneração urbana, graças a um contrato que teve a assinatura de um governo do PS. Estou a referir-me, concretamente, ao programa POLIS, que “despejou” em Bragança milhões de euros e que transformou completamente a cidade, independentemente do juízo que façamos sobre a utilidade dessas obras. Em terceiro e no mesmo ciclo, Bragança só se livrou definitivamente do isolamento a que estava votada, também e mais uma vez, através da decisão heroica, histórica e corajosa de um governo do PS, sendo primeiro-ministro José Sócrates. Estes os argumentos mais importantes, mas haveria muitos outros. Tudo isto para dizer que o concelho de Bragança tem motivos mais que suficientes para votar PS, Bragança sabe que foram os socialistas que mais ajudaram o concelho, sabem que o PS é o partido que mais a ajudou e em todos os aspetos. Em contrapartida, o PS, quer a nível legislativo, quer autárquico, em Bragança sofre, permanentemente, desastrosas derrotas.
  • 16. Não se percebe o que está a acontecer. Não pode ser. Temos que inverter esta situação e esta inversão só se consegue com um trabalho político sério, persistente, com uma oposição credível e com candidatos que consigam congregar e mobilizar a população. Há que dizer e convencer o eleitorado que o concelho de Bragança só terá a ganhar se tiver um poder local socialista. Um dos principais objetivos desta candidatura e que está claramente definido é ganhar a Câmara e a maioria das juntas do concelho de Bragança e tenho a certeza que com uma estratégia bem planeada, escolhas acertadas, um trabalho sério e principalmente atempado, também em Bragança seremos vencedores. Tenho uma ideia clara para oferecer uma solução credível, ganhadora e que devolverá a Bragança o estatuto que todos desejamos. ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO Este é um tema demasiado importante e por isso deverá ser devidamente tratado. Digo sem qualquer reserva, que os Presidentes da distrital que me antecederam e os demais órgãos, fizeram o melhor que podiam e sabiam. Repito “fizeram o melhor que podiam e sabiam”. Mas isto não quer dizer que eu faça diferente ou igual a eles. Só cada um de nós, colocado na situação concreta e com as circunstâncias reais de cada momento, é que em consciência decide desta ou daquela forma, toma esta ou aquela atitude. Esclarecido este ponto, o que pretendo afirmar é o seguinte: tenho uma visão muito concreta e definida da forma como deverá funcionar o partido a nível distrital. Também isto não quer dizer, que será a melhor forma ou a forma ideal. No fim se verá. Apenas quero (solenemente) afirmar que temos um caminho, uma determinação e uma organização funcional bem definida e com a qual me comprometo nos próximos tempos, sempre dentro do quadro legal e estatutário vigente. Passo então a explicar: 1. Os militantes socialistas, todos e sem exceção, são a “massa” o “conteúdo”, a essência do partido. Por isso mesmo há que aumentar o seu número, trazer mais pessoas para o partido e principalmente, incentivá-las a participar, isto é, os militantes têm que discutir livremente, têm que ser escutados e respeitadas as suas opiniões e isto porque devemos partir sempre do princípio que a razão dos outros é pelo menos de valor igual à nossa. No PS não pode haver fidalgos e plebeus, bons e maus, esclarecidos e ignorantes, colunáveis e anónimos. Há militantes e todos com a mesma importância. Isto leva-nos a um outro ponto, que é a necessidade de organizarmos convenientemente as concelhias, quer a nível de órgãos, quer de meios humanos e materiais, quer ainda e principalmente através da presença da Federação sempre que tal for necessário. 2. As concelhias são o elemento base do partido socialista. Mas este trabalho não se deve esgotar ao nível da militância, que é necessária e desejável. É preciso termos sempre presente que nenhum partido ganha eleições conseguindo apenas os
  • 17. votos dos seus militantes. Significa isto que é necessário reconhecer o importante papel dos simpatizantes do PS e até de algumas pessoas que, sendo independentes, se identificam com os nossos pensamentos e causas. Ora, tudo isto só se consegue com concelhias bem organizadas, funcionais, dinâmicas, interventivas e fortes lideranças locais. 3. E já agora uma nota de relevo: não podemos continuar a cair neste duplo erro. Em alguns concelhos, quando estamos no poder (Câmara) o partido fica “moribundo” porque a Câmara o abafa, quando estamos na oposição, o desânimo é tão grande que baixamos os braços e quase desaparecemos. Não pode ser. Esta é uma visão e uma prática errada. Há que pensar que “há muita mais vida para lá das eleições” e que os partidos têm o dever de influenciar as orientações políticas de quem governa e serem intervenientes na sociedade e a todos os níveis, contribuindo dessa forma para um melhor bem-estar das populações. 4. Um outro aspeto também muito importante é o relacionamento que deve existir entre as concelhias e a federação, relacionamento esse que se pretende franco, aberto, colaborante, mas que de forma alguma deve servir para outros fins, tipo força de bloqueio, sindicato de voto, ou ajuste de contas. Ambas as estruturas de devem respeitar na sua autonomia institucional e os seus militantes não têm que funcionar em lógicas de grupo. As pessoas têm que ser livres para, em cada momento decidirem como entenderem, de acordo com um imperativo de consciência que é escolherem sem serem pressionados, coagidos, ameaçados ou manipulados. As concelhias não devem ser instrumentalizadas ou manipuladas ao sabor dos interesses de A ou B, que por vezes não passam de interesses meramente pessoais indesejáveis. 5. A distrital desempenha um importante papel na coordenação da política regional e por isso a sua liderança deve ser forte, determinada, livre, dialogante, com um forte sentido democrático e reunir à sua volta um conjunto de pessoas preparadas, dispostas a colaborar e fundamentalmente com um marcado estímulo de darem o seu contributo desinteressado. A distrital no seu conjunto deve defender e exercitar uma doutrina e uma prática de partilha de liderança. Quero com isto dizer que o partido deve saber aproveitar todos aqueles camaradas que estão disponíveis para trabalharem, para se integrarem em grupos de reflexão, de estudo e de trabalho de forma a que os diversos assuntos ou áreas de intervenção social (agricultura e desenvolvimento rural, floresta, caça e pesca, turismo, acessibilidades, saúde, segurança social, etc) não se concentrem na mesma pessoa, mas sejam distribuídos sectorialmente de forma a que a profundidade do seu estudo e preparação apareça aos olhos da opinião pública de forma credível e vá influenciando as decisões políticas. Há que chamar todos. Os adversários do PS não estão dentro do PS. 6. A região e as pessoas precisam do Partido Socialista e pelo menos a dois
  • 18. níveis: não só para conseguir vitórias em atos eleitorais, mas também e não menos importante, para que através de um trabalho permanente e sério se consiga influenciar politicamente as decisões de forma a contribuirmos efetivamente para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Por isso mesmo e insisto, a liderança tem que estar preparada, ter curriculum politico para dar credibilidade, estar disponível, ter garra e ter como único motivo o trabalhar para o PS e para as causas do PS. A disponibilidade para liderar com o objetivo de dar o salto para outros voos, não deve ser premiada. Ora isto é absolutamente incompatível com uma liderança calculista, com estratégias meramente pessoais ou com interesses aparentemente ocultos. Este tipo de lideranças são mais que desastres. São perigosíssimas para o PS e para os Socialistas, para a região e para o País. 7. Isto remete-nos para outro ponto. A liberdade tem que existir em cada momento e em todo o tipo de decisões. Apesar de termos uma ideologia inconfundível vertida na doutrina e estatutos, da qual não nos devemos afastar, não temos que “obedecer cegamente”, não temos que dizer sempre “ámen”, não temos que caminhar pela mão de ninguém, não podemos deixar os outros decidir por nós… no entanto deveremos ser sempre leais, isto é, devemos respeitar sempre a nossa condição de militantes e ajudar o líder nacional do nosso partido e as demais lideranças intermédias. A liderança tem que ser efetiva e sempre presente. Pelo que, reuniões de trabalho com o Secretariado Nacional, com as Concelhias dentro de cada concelho e com os militantes, têm que ser uma constante. Há que reconhecer o importante papel das concelhias, dos seus órgãos, estimulá-las a trabalhar, contribuir para que se organizem, mas ao mesmo tempo permitir que o façam com liberdade, com autonomia e não transformar os seus lideres em meros “sindicalistas do voto” a quem se reconhece um “papel importantíssimo” em tempo de eleições, mas que depois nunca mais se lhes liga. 8. Há que preparar a tempo e horas as candidaturas às Câmaras Municipais, dar-lhe todo o apoio necessário, apoio esse que se deve prolongar para lá das eleições independentemente dos resultados, sendo certo que, no caso de derrota, esse apoio, ajuda e até afeto, deve ainda ser maior. Não podemos abandonar quem se entrega ao partido de alma e coração, abraça uma causa partidária e teve a infelicidade de não a ganhar. A solidariedade deve ser reciproca e desinteressada. Papel não menos importante é a dos vereadores e dos autarcas das freguesias. Quantas e quantas vezes são os vereadores que estão por detrás de importantes decisões, que fazem o trabalho mais difícil e que humildemente se limitam a trabalhar sem nada receberem em troca. Fui vereador vários anos e sei do que estou a falar. Á função de vereador deve ser reconhecido o valor que efetivamente tem, quer tenha pelouros ou esteja na oposição. Quem perde uma eleição e não for devidamente acompanhado pela distrital, não tem
  • 19. condições para fazer oposição, não consegue fazer o seu trabalho politico, rapidamente desmoraliza, cai no desinteresse e “deita a toalha ao chão”. Não pode ser. Temos que pensar que a maior parte das vezes é o trabalho da oposição que consegue uma vitória no próximo ato eleitoral. Daí também este cuidado especial. Não menos importante é o papel dos autarcas das freguesias. São eles que lidam em primeiro lugar com as pessoas, com os militantes e com os simpatizantes. Quando é necessário fazer um “ajuntamento,” um comício, uma festa, lá estamos nós a socorrermo-nos do autarca das freguesias. Por isso mesmo é preciso chamá-los a participar ativamente na vida do partido, nas reuniões dos seus órgãos e dar-lhes os lugares de destaque que têm por direito próprio. 9. Por tudo isto, é necessária uma relação de proximidade. Apesar de ser Presidente da Câmara de Vinhais, o que muito me honra e dada a proximidade a Bragança, estou certo que tal facto poderá ter alguma importância, mas apenas meramente relativa, porquanto nos órgãos do partido deve estar representado todo o distrito. Aliás, hoje não há distâncias, sendo certo que várias são as pessoas que vivem num local e trabalham noutro. Eu próprio tenho casa em Bragança onde fico várias vezes, a minha família e da esposa aí vivem, aí passo grande parte do tempo. Apesar de isto não ter qualquer importância, a Federação do PS já teve durante muitos anos um líder de Vinhais, o nosso camarada e estimado amigo Armando Vara e que residia a maior parte do tempo em Lisboa, seguiu-se-lhe um outro líder, o estimado camarada Júlio Meirinhos, que morava em Miranda do Douro e agora outro o estimado e amigo, camarada Mota Andrade, que está a maior parte do tempo em Lisboa devido à sua condição de deputado. O que significa que, de todos, até serei o que fisicamente está mais perto da sede da Federação, apesar de este facto ser pouco importante porque a Federação deve representar proporcionalmente todo o distrito, tal como já disse. 10. Apesar da proximidade ser uma consequência direta das atitudes e não tanto dos Kms, o que é certo é que só será efetiva se estiverem reunidas outras condições, nomeadamente, se a vida pessoal e profissional o permitir. Estou agora no segundo mandato, o que significa que já não sou, com o devido respeito, propriamente um iniciante e por isso mesmo, em termos de Câmara temos as coisas bem organizadas, tanto em termos de funcionamento como financeiro, uma boa equipa, o que me permite ter o tempo necessário para me dedicar ao PS. Aliás e dentro deste tema, diga-se que várias Federações do PS, quer no passado, quer atualmente, são lideradas por Presidentes de Câmara, o mesmo acontecendo com os outros partidos. Este facto tem até, em sua defesa, alguns fortes argumentos. Desde logo porque e como já disse, temos mais possibilidades reais de intervir, no caso concreto, de fazer oposição, tal como tem acontecido recentemente. Depois, porque estamos muito perto das populações e dos seus problemas diários, permitindo-nos fazer um acompanhamento mais de proximidade. Acresce que, modéstia à parte, já ganhámos ou ajudámos
  • 20. a ganhar eleições o que em termos de credibilidade politica é importantíssimo e por fim (mas não por último), porque hoje não é possível termos uma visão meramente concelhia em termos de defesa dos interesses locais, porquanto os concelhos estão por lei organizados em associações e comunidades de municípios e todos os investimentos são obrigatoriamente analisados tendo em conta lógicas de desenvolvimento regional e não concelhio, sendo que, quem pensar ou “apregoar” o contrário a este respeito, está completamente enganado. DEPARTAMENTO DAS MULHERES SOCIALISTAS A igualdade de tratamento e oportunidades entre homens e mulheres é um princípio constitucionalmente consagrado e ocupa lugar de relevo na carta dos direitos humanos. No entanto e porque a prática nem sempre é coincidente com as preceitos normativos, esta foi sempre uma forte e atual bandeira do PS. Por isso mesmo, também a nível federativo, este departamento deve ter o seu espaço, deve funcionar e manter vivo aqueles princípios. O incentivo e defesa de candidaturas de mulheres, a disponibilidade na sua preparação, a luta pela conciliação entre o trabalho e a vida pessoal e familiar, devem ser preocupações de todos, não só “apregoadas” mas exercitados no dia-a-dia. Peço desculpa pela ousadia de lançar mão a uma questão pessoal, mas o facto de ter quatro filhos, alguns deles ainda muito jovens e por isso mais exigentes em termos de acompanhamento familiar, permite-me ter autoridade para dizer que sei do que estou a falar, que este assunto não é para mim “algo politicamente correto”, antes sinto diáriamente as dificuldades de uma mãe (e consequentemente de um pai) que tem que conciliar o trabalho árduo do dia-a-dia, com as necessidades dos “pequenotes”. Garanto- vos, tal como muitos também sabem, não é tarefa fácil. A IMPORTÂNCIA DA JUVENTUDE SOCIALISTA Não se pense que este ponto, por ser tratado em último lugar, seja menos importante que os outros. Não; neste texto os assuntos não obedeceram a qualquer hierarquização, muito menos em função da sua importância. Os assuntos foram saindo ao sabor da “pena”. Mais nada. Mas já agora diga-se que também há um argumento contrário: normalmente as últimas páginas de um livro são aquelas em que tudo se decide e que ficam mais claras e presentes na nossa memória, porque foram as lidas há menos tempo. Pois bem, posto isto, permitam-me os leitores duas ou três considerações a este respeito. Tal como afirmei, orgulho-me de ter feito todo o percurso político, como fazem a maior
  • 21. parte dos militantes e como deve ser feito, isto é, de baixo para cima. Participei em movimentos estudantis, associações de estudantes, colei muitos cartazes e pendurei muitos pendões, ouvi e ouço muitos desabafos e queixas, fiz e faço muitas viagens no meu carro transportando militantes para as várias atividades, etc, etc. E tudo isto nunca me diminuiu, bem antes pelo contrário. Foi a minha atividade política enquanto jovem, que me permitiu fazer o percurso que qualquer verdadeiro socialista deve fazer, inclusivé disponibilizar-se e estar preparado para dar o seu contributo para outros lugares, como é o caso, entre outros, a Federação Distrital. E não se pense que este ponto não é importante. É importante sim, porque há quem entre no partido não pela base mas para lugares cimeiros. Há quem descubra a vocação (ou o chamamento) não quando é jovem, mas quando estão na idade da reforma. Respeito- os e considero-os como militantes, amigos e verdadeiros socialistas. No entanto, falta- lhes um percurso, uma história, uma cumplicidade, uma garantia de confiança. Numa palavra, faltou-lhes credibilidade politica para liderar. Portanto e pelo exposto, sou um fã da condição de “jovem socialista”. E foi essa condição que desde muito cedo interiorizei, que me permitiu e me “obrigou” a candidatar a uma Junta de Freguesia quando tinha, imagine-se 19 anos, que ganhámos, e assumir o segundo lugar na lista do PS à Câmara de Vinhais, tendo na altura 25 anos e a liderar uma forte e determinada oposição durante 4 anos que terminou, naturalmente, isto é “roubando” a Câmara ao PSD, tornando-a socialista, o que, felizmente, ainda se mantém. Quero com isto dizer que a minha estima e respeito pela JS é enorme. Reconheço a sua importância. No entanto, também quero dizer que ser jovem do PS não é servir cegamente o partido, servir os interesses de A ou B, permitir que nos instrumentalizem ou que nos deem o devido destaque e importância só em tempo de atos eleitorais. Ser jovem socialista é (ou pelo menos era) participar sempre e ativamente, de forma livre, revolucionária, autónoma em relação à máquina do partido, reivindicativa, conquistadora e bandeirista. Os grandes líderes do Partido Socialista (e até dos outros partidos) foram e são camaradas que tiveram na sua juventude uma militância muito ativa e marcada pelos valores do PS. Por tudo isto, também a nível federativo, há que ter a preocupação de criar condições para que os nossos jovens se envolvam mais, atribuindo-lhes os lugares a que têm direito nas respetivas listas e contribuir para a sua formação política e cívica, pois o futuro a eles pertence. Com esta postura, todos teremos a ganhar.
  • 22. NOTA FINAL E pronto; chegou ao fim o clausulado neste contrato. Alguns devem estar fartos e outros, os mais amigos, provavelmente, dirão apenas “que já chega”. A todos agradeço da mesma forma o tempo que dedicaram, com a sua leitura. Mas entendo que esta é uma altura demasiado importante e, por isso mesmo, temos a obrigação de disponibilizarmos completamente o nosso pensamento sobre os diversas temas políticos, para que os camaradas assim e só desta forma, tenham condições para escolherem e votarem em consciência. Muito agradecido e ganhe o que mais merecer!... Américo Pereira Maio de 2012
  • 23.
  • 24. UM OUTRO CICLO ...de mudança segura