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PROJETO CARRETEADAS EM VIAMÃO
        ESTÂNCIA GRANDE – CAPELA SÃO VICENTE MÁRTIR




 REALIZAÇÃO: IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – CAPELA SÃO VICENTE MÁRTIR
              ASSOCIAÇÃO RÁDIO COMUNITÁRIA SANTA ISABEL – FM 87.7
              ASSOCIAÇÃO MULEIROS DO VIAMÃO


 CONTATOS: WERNEK VIAMÃO BANDEIRA DA COSTA (51) 8406 8286
           VALTER FRAGA NUNES (51) 9807 5404




“Um passeio nos tempos de antigamente”
Introdução

       O uso do transporte tracionado por animais ultrapassa alguns milhares de anos. Desde a descoberta da roda no início dos primeiros
agrupamentos humanos, o homem já imaginava uma maneira de utilizar animais para o trabalho mais pesado. Com o passar dos séculos
veículos tracionados por animais foram criados e aperfeiçoados, tornando-se o principal meio para transportar qualquer coisa. Espalhadas
pelo mundo inteiro, as carretas levaram dentro delas, muitas vezes, famílias que iriam estabelecer novos povoados e futuras metrópoles. No
Brasil chegaram através dos portugueses que, inicialmente, teve sua principal utilização na indústria açucareira, das plantações aos
engenhos e desta para as cidades. Com a expansão da colonização para o interior do País, as carretas eram as principais vias de
comunicação e troca de material. Da cidade levavam material de construção, utensílios, ferramentas, roupas, sal, açúcar, etc. e das lavouras
traziam as produções agrícolas. Dependendo do tamanho do veículo e peso da carga eram utilizados até 20 juntas de bois. Com o crescente
desenvolvimento das áreas urbanas, melhoramento das estradas e a evolução dos meios de transportes, a carreta cantadeira de duas rodas
vai dando espaço para os carroções de quatro rodas, muitas vezes puxados por muares que além da força adicionava velocidade na
locomoção. Nas cidades mais desenvolvidas aparecem as diligências tracionadas por cavalos para transporte exclusivamente humano e
logo em seguida os bondes coletivos puxados por muares. Aos poucos as velhas carretas e carroções foram deixados para trás, muitas
apodreceram ao relendo e limitaram seu uso ao meio rural, onde encontramos até hoje alguns exemplares auxiliando na movimentação
dentro das propriedades.

      Viamão é um dos mais antigos povoados do Rio Grande do Sul. Segundo Padre Carlos Teschauer, por volta de 1688, missionários
portugueses da Companhia de Jesus teria construído uma edificação (hoje só existe ruínas) na localidade chamada Estância Grande, que
naquela época se estendia por muitas léguas de sesmaria, incluindo a atual sede urbana do Município. Em 1740, Francisco Carvalho da
Cunha se estabelece nesta propriedade e em abril de 1741, ele doa terras, gado e cavalos para em 14 de setembro do mesmo ano iniciar a
construção de uma capela que mais tarde daria origem a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Em seu entorno começou a se
desenvolver o segundo núcleo urbano do Estado. Nesta época as carretas eram o único meio de transporte veicular terrestre possível,
responsável pela condução e distribuição dos primeiros imigrantes açorianos que chegaram por Itapuã em 1752 e dali se dispersaram pelos
Campos de Viamão ocupando vários lotes de sesmarias.
      As carretas cruzavam em abundância as estradas de Viamão em todos os sentidos, levando consigo os produtos da colônia para os
grandes centros e em troca trazia mercadorias que faltavam para complementar à sobrevivência no campo.
      Atualmente poucas carretas estão em funcionamento em Viamão, restringindo-se apenas a zona rural, e quase sempre trabalhando
dentro da própria propriedade. Em contrapartida encontramos muitas carretas enfeitando jardins na área urbana, inclusive com flores
plantadas dentro da mesma. Em propriedades mais tradicionais elas são guardadas como relíquias ou até mesmo como obras de artes,
simbolizando a dispersão e a colonização humana em nosso Planeta.
Justificativa

       A importância desde veículo para a expansão humana é incontestável, além de transportar cargas e pessoas (vivas ou mortas, pois
foi usada também como carro fúnebre) para qualquer lugar, servia muitas vezes de casa ambulante, hospitais nas guerras, mercearia,
prostíbulo, escritório, sala de reuniões (muitas decisões importantes foram tomadas dentro de carretas), em fim, desempenharam tudo que
se possa imaginar em relação locomoção e abrigo.
      Viamão tem muito a contar sobre as carretas que trafegavam por nossas terras, documentada nos relatos dos ilustres viajantes que
passaram por aqui e da própria população mais antiga que vivenciaram os tempos auges da carreta. O naturalista Saint Hillaire em 1818 em
sua passagem por Viamão usufruiu deste veículo secular para carregar todo o material científico coletado por suas andanças nos pagos do
Rio Grande do Sul.
      No século XIX e início do XX, os carreteiros de Viamão transportavam praticamente toda a sua produção para Porto Alegre e
municípios vizinhos, sendo que alguns subiam a serra, levando peixe seco de Itapuã a São Francisco de Paula, atravessando as cidades de
Gravataí e Taquara. Outros tomavam o rumo das Missões e outros para o Sul até Pelotas. E assim se fazia a troca de produtos, sempre
trazendo novidades para nossa terra.
        Este projeto traz em sua essência a materialização do espírito carreteiro, que outrora rasgava o chão Gaúcho na esperança de
contribuir para a construção de comunidades cada vez melhores. Em sua simplicidade guerreira, transbordava energia e vontade de vencer,
pois suas aventuras ao logo dos caminhos percorridos eram árduos e muitas vezes perigosos, enfrentando todo os tipos de adversidades
para a carga chegar em segurança ao seu destino. Seu companheirismo fraterno, honestidade e a alegria em que enfrentavam o tranco da
lida, tornaram-nas figuras amadas e respeitadas por onde passavam, levando e trazendo consigo a esperança de uma família ou de um
povoado.
      As carreteadas em Viamão visam mostrar para a geração atual a importância que este meio de transporte teve na formação dos
grandes núcleos urbanos e reverenciar a figura humana do carreteiro, embora simples, mas grande nos seus objetivos.
      Nesta 1ª edição será homenageado o Sr. Máximo Caetano da Costa – Vô Chino, carreteiro viamonense de Itapuã, nascido em 19 de
maio de 1903 e falecido em 15 de agosto de 1998.
Objetivos

A presente manifestação popular pretende alcançar os seguintes objetivos:


 1- Despertar na população o aspecto histórico deste veículo, bem como sua importância na formação e desenvolvimento dos
    núcleos humanos;
 2- Reconhecer, valorizar e respeitar a figura humana do carreteiro, sendo que em cada edição será homenageado um carreteiro
    viamonense;
 3- Chamar a atenção da população, dos meios de comunicação e dos órgãos públicos sobre o potencial em todas as esferas
    sociais que este tipo de evento pode gerar;
 4- Desenvolver planos de ação na área do Ecoturismo, Colocando Viamão junto aos municípios turísticos que resgatam sua própria
    história, tradição e cultura aliada a preservação ambiental;
 5- Reconstituir os costumes que envolvem a vida cotidiana do carreteiro;
 6- Atingir as escolas e que elas passem a redescobrir nossos antepassados;
 7- Promover debates, seminários, painéis que contribuam para o conhecimento e difusão da tradição carreteira;
 8- Facilitar o encontro entre famílias carreteiras para confraternizarem e trocarem experiência sobre seu dia a dia;
 9- Manter viva e revigorar o uso da carreta nos meios rurais;
 10- Disponibilizar assistência e acompanhamento no manejo dos animais;
 11- Desenvolver o espírito de companheirismo e fraternidade entre as famílias carreteiras;
 12- Aumentar a alta estima dos Viamonenses, mostrando que nosso município pode contribuir para o mosaico histórico do Rio
     grande do Sul.
Metodologia/Execução
       A carreteada será realizada na localidade da Estância Grande, município de Viamão / RS e sua sede, acampamento e concentração na
Capela São Vicente Mártir, situada na Estrada da Estância Grande, 1005 que está sob a responsabilidade da Igreja Matriz de Viamão Nossa
Senhora da Conceição. Atualmente locada para a Associação Rádio Comunitária Santa Isabel. Possui uma área total de 1,5 ha, tendo como
edificações: 1 igreja (em reforma), 1 galpão de alvenaria, 1 galpão de madeira (aberto nas laterais), 1 prédio onde fica a rádio e uma casa de
caseiro. O restante é área aberta.
       A área de acampamento será no piquete atrás do galpão de alvenaria e o número de carretas será limitado de acordo com a área
disponível, conforme mapa anexo, podendo uma carreta participar da carreteada, mas não necessariamente precise acampar dentro da área
destinada para este fim.
      A data prevista será no dia 08 de outubro (sábado), às 13:30hs, percorrendo um total de 9km de chão batido.
      As inscrições serão feitas antecipadamente, podendo os participantes chegarem no dia 07 (sexta-feira) a partir das 09:00hs.
        No local de acampamento terão diversos pontos de água e energia elétrica, sendo necessário que cada participante traga extensões (fios
elétricos), cabos, suporte, lâmpadas, etc. para melhor iluminar a sua área. Banheiros e chuveiros estarão disponíveis na área interna do galpão.
       A carreteada terá dois segmentos: o 1º e principal com as carretas tradicionais e o 2º com as carretas não tradicionais, cavalaria, carros
de apoio, etc. Consideramos carretas tradicionais a que apresentarem as seguintes características básicas: 1º – Carretas de madeira, com 2 ou
4 rodas (carroção) de madeira com chapa de ferro na volta; 2º – Os animais permitidos para tração serão bois ou muares (apenas para
carroções); 3º – As carretas poderão ser abertas ou toldadas. Quando toldadas, serão permitidos cobertura de lona de pano em cores discretas,
zinco, couro de gado, taquara, Santa fé, ou outro com comprovado uso antigamente, sendo vetado o uso de lonas plásticas. A estrutura do toldo
não pode ser de material sintético; 4º – A carreta pode se conduzida de dentro da própria por meio de cordas ou por cavaleiro carregando a
aguilhada (picana ou guiada).
      Haverá palestras, mesa redonda, projeções de imagens de carreteadas no RS e exposição do Departamento de Memória da Secretaria
Municipal de Cultura e Esportes
        Durante o evento deverá ser observado a tradição e costume dos antigos carreteiros, mantendo a ordem e o respeito entre os
participantes e visitantes.
     Cada carreteiro será responsável pelos cuidados dos seus animais, levarem a lenha, os utensílios e os ingredientes para seu uso próprio,
bem como manter e deixar limpo os limites do seu local de acampamento.
      Respeitar o Toque de Silêncio para o descanso adequado dos participantes.
Cronograma
Dia 07 (sexta-feira)
09:00hs – Credenciamento e demarcação do acampamento
Dia 08 (sábado)
08:00hs – Hinos e hasteamento das bandeiras
08:15hs – Credenciamento, demarcação do acampamento e concentração
12:00hs – Almoço
13:30hs – Saída da frente da Capela São Vicente
17:00hs – Retorno ao acampamento na Capela São Vicente
20:00hs – Jantar e Tertúlia
01:00hs – Toque de Silêncio
Dia 09 (domingo)
08:00hs – Hinos e hasteamento das bandeiras
08:15hs – Café da Manhã
09:00hs – Missa Crioula
10:00hs – Palestra, Painel, etc.
12:00hs – Almoço e Tertúlia
13:30hs – Palestra, Seminário, depoimentos, causos, etc.
15:00hs – Entrega dos Certificados de Participação
16:30hs – Encerramento e dispersão


Confirmar a presença até o dia 06 de outubro.
A área destinada para o acampamento de cada carreteiro será de 96m² (12m x 8m) com fonte mínima de energia e água. A iluminação será
basicamente por fogo de chão, lanternas antigas e tochas.
Localização Geral
Trajeto de aproximadamente 9,5 km
Área da Capela São Vicente Mártir
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                                     Entrada                               6
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                      Rádio                                                            6                         02
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A história das carretas em Viamão: Relembrando o passado e valorizando os carreteiros

  • 1. PROJETO CARRETEADAS EM VIAMÃO ESTÂNCIA GRANDE – CAPELA SÃO VICENTE MÁRTIR REALIZAÇÃO: IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – CAPELA SÃO VICENTE MÁRTIR ASSOCIAÇÃO RÁDIO COMUNITÁRIA SANTA ISABEL – FM 87.7 ASSOCIAÇÃO MULEIROS DO VIAMÃO CONTATOS: WERNEK VIAMÃO BANDEIRA DA COSTA (51) 8406 8286 VALTER FRAGA NUNES (51) 9807 5404 “Um passeio nos tempos de antigamente”
  • 2. Introdução O uso do transporte tracionado por animais ultrapassa alguns milhares de anos. Desde a descoberta da roda no início dos primeiros agrupamentos humanos, o homem já imaginava uma maneira de utilizar animais para o trabalho mais pesado. Com o passar dos séculos veículos tracionados por animais foram criados e aperfeiçoados, tornando-se o principal meio para transportar qualquer coisa. Espalhadas pelo mundo inteiro, as carretas levaram dentro delas, muitas vezes, famílias que iriam estabelecer novos povoados e futuras metrópoles. No Brasil chegaram através dos portugueses que, inicialmente, teve sua principal utilização na indústria açucareira, das plantações aos engenhos e desta para as cidades. Com a expansão da colonização para o interior do País, as carretas eram as principais vias de comunicação e troca de material. Da cidade levavam material de construção, utensílios, ferramentas, roupas, sal, açúcar, etc. e das lavouras traziam as produções agrícolas. Dependendo do tamanho do veículo e peso da carga eram utilizados até 20 juntas de bois. Com o crescente desenvolvimento das áreas urbanas, melhoramento das estradas e a evolução dos meios de transportes, a carreta cantadeira de duas rodas vai dando espaço para os carroções de quatro rodas, muitas vezes puxados por muares que além da força adicionava velocidade na locomoção. Nas cidades mais desenvolvidas aparecem as diligências tracionadas por cavalos para transporte exclusivamente humano e logo em seguida os bondes coletivos puxados por muares. Aos poucos as velhas carretas e carroções foram deixados para trás, muitas apodreceram ao relendo e limitaram seu uso ao meio rural, onde encontramos até hoje alguns exemplares auxiliando na movimentação dentro das propriedades. Viamão é um dos mais antigos povoados do Rio Grande do Sul. Segundo Padre Carlos Teschauer, por volta de 1688, missionários portugueses da Companhia de Jesus teria construído uma edificação (hoje só existe ruínas) na localidade chamada Estância Grande, que naquela época se estendia por muitas léguas de sesmaria, incluindo a atual sede urbana do Município. Em 1740, Francisco Carvalho da Cunha se estabelece nesta propriedade e em abril de 1741, ele doa terras, gado e cavalos para em 14 de setembro do mesmo ano iniciar a construção de uma capela que mais tarde daria origem a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Em seu entorno começou a se desenvolver o segundo núcleo urbano do Estado. Nesta época as carretas eram o único meio de transporte veicular terrestre possível, responsável pela condução e distribuição dos primeiros imigrantes açorianos que chegaram por Itapuã em 1752 e dali se dispersaram pelos Campos de Viamão ocupando vários lotes de sesmarias. As carretas cruzavam em abundância as estradas de Viamão em todos os sentidos, levando consigo os produtos da colônia para os grandes centros e em troca trazia mercadorias que faltavam para complementar à sobrevivência no campo. Atualmente poucas carretas estão em funcionamento em Viamão, restringindo-se apenas a zona rural, e quase sempre trabalhando dentro da própria propriedade. Em contrapartida encontramos muitas carretas enfeitando jardins na área urbana, inclusive com flores plantadas dentro da mesma. Em propriedades mais tradicionais elas são guardadas como relíquias ou até mesmo como obras de artes, simbolizando a dispersão e a colonização humana em nosso Planeta.
  • 3. Justificativa A importância desde veículo para a expansão humana é incontestável, além de transportar cargas e pessoas (vivas ou mortas, pois foi usada também como carro fúnebre) para qualquer lugar, servia muitas vezes de casa ambulante, hospitais nas guerras, mercearia, prostíbulo, escritório, sala de reuniões (muitas decisões importantes foram tomadas dentro de carretas), em fim, desempenharam tudo que se possa imaginar em relação locomoção e abrigo. Viamão tem muito a contar sobre as carretas que trafegavam por nossas terras, documentada nos relatos dos ilustres viajantes que passaram por aqui e da própria população mais antiga que vivenciaram os tempos auges da carreta. O naturalista Saint Hillaire em 1818 em sua passagem por Viamão usufruiu deste veículo secular para carregar todo o material científico coletado por suas andanças nos pagos do Rio Grande do Sul. No século XIX e início do XX, os carreteiros de Viamão transportavam praticamente toda a sua produção para Porto Alegre e municípios vizinhos, sendo que alguns subiam a serra, levando peixe seco de Itapuã a São Francisco de Paula, atravessando as cidades de Gravataí e Taquara. Outros tomavam o rumo das Missões e outros para o Sul até Pelotas. E assim se fazia a troca de produtos, sempre trazendo novidades para nossa terra. Este projeto traz em sua essência a materialização do espírito carreteiro, que outrora rasgava o chão Gaúcho na esperança de contribuir para a construção de comunidades cada vez melhores. Em sua simplicidade guerreira, transbordava energia e vontade de vencer, pois suas aventuras ao logo dos caminhos percorridos eram árduos e muitas vezes perigosos, enfrentando todo os tipos de adversidades para a carga chegar em segurança ao seu destino. Seu companheirismo fraterno, honestidade e a alegria em que enfrentavam o tranco da lida, tornaram-nas figuras amadas e respeitadas por onde passavam, levando e trazendo consigo a esperança de uma família ou de um povoado. As carreteadas em Viamão visam mostrar para a geração atual a importância que este meio de transporte teve na formação dos grandes núcleos urbanos e reverenciar a figura humana do carreteiro, embora simples, mas grande nos seus objetivos. Nesta 1ª edição será homenageado o Sr. Máximo Caetano da Costa – Vô Chino, carreteiro viamonense de Itapuã, nascido em 19 de maio de 1903 e falecido em 15 de agosto de 1998.
  • 4. Objetivos A presente manifestação popular pretende alcançar os seguintes objetivos: 1- Despertar na população o aspecto histórico deste veículo, bem como sua importância na formação e desenvolvimento dos núcleos humanos; 2- Reconhecer, valorizar e respeitar a figura humana do carreteiro, sendo que em cada edição será homenageado um carreteiro viamonense; 3- Chamar a atenção da população, dos meios de comunicação e dos órgãos públicos sobre o potencial em todas as esferas sociais que este tipo de evento pode gerar; 4- Desenvolver planos de ação na área do Ecoturismo, Colocando Viamão junto aos municípios turísticos que resgatam sua própria história, tradição e cultura aliada a preservação ambiental; 5- Reconstituir os costumes que envolvem a vida cotidiana do carreteiro; 6- Atingir as escolas e que elas passem a redescobrir nossos antepassados; 7- Promover debates, seminários, painéis que contribuam para o conhecimento e difusão da tradição carreteira; 8- Facilitar o encontro entre famílias carreteiras para confraternizarem e trocarem experiência sobre seu dia a dia; 9- Manter viva e revigorar o uso da carreta nos meios rurais; 10- Disponibilizar assistência e acompanhamento no manejo dos animais; 11- Desenvolver o espírito de companheirismo e fraternidade entre as famílias carreteiras; 12- Aumentar a alta estima dos Viamonenses, mostrando que nosso município pode contribuir para o mosaico histórico do Rio grande do Sul.
  • 5. Metodologia/Execução A carreteada será realizada na localidade da Estância Grande, município de Viamão / RS e sua sede, acampamento e concentração na Capela São Vicente Mártir, situada na Estrada da Estância Grande, 1005 que está sob a responsabilidade da Igreja Matriz de Viamão Nossa Senhora da Conceição. Atualmente locada para a Associação Rádio Comunitária Santa Isabel. Possui uma área total de 1,5 ha, tendo como edificações: 1 igreja (em reforma), 1 galpão de alvenaria, 1 galpão de madeira (aberto nas laterais), 1 prédio onde fica a rádio e uma casa de caseiro. O restante é área aberta. A área de acampamento será no piquete atrás do galpão de alvenaria e o número de carretas será limitado de acordo com a área disponível, conforme mapa anexo, podendo uma carreta participar da carreteada, mas não necessariamente precise acampar dentro da área destinada para este fim. A data prevista será no dia 08 de outubro (sábado), às 13:30hs, percorrendo um total de 9km de chão batido. As inscrições serão feitas antecipadamente, podendo os participantes chegarem no dia 07 (sexta-feira) a partir das 09:00hs. No local de acampamento terão diversos pontos de água e energia elétrica, sendo necessário que cada participante traga extensões (fios elétricos), cabos, suporte, lâmpadas, etc. para melhor iluminar a sua área. Banheiros e chuveiros estarão disponíveis na área interna do galpão. A carreteada terá dois segmentos: o 1º e principal com as carretas tradicionais e o 2º com as carretas não tradicionais, cavalaria, carros de apoio, etc. Consideramos carretas tradicionais a que apresentarem as seguintes características básicas: 1º – Carretas de madeira, com 2 ou 4 rodas (carroção) de madeira com chapa de ferro na volta; 2º – Os animais permitidos para tração serão bois ou muares (apenas para carroções); 3º – As carretas poderão ser abertas ou toldadas. Quando toldadas, serão permitidos cobertura de lona de pano em cores discretas, zinco, couro de gado, taquara, Santa fé, ou outro com comprovado uso antigamente, sendo vetado o uso de lonas plásticas. A estrutura do toldo não pode ser de material sintético; 4º – A carreta pode se conduzida de dentro da própria por meio de cordas ou por cavaleiro carregando a aguilhada (picana ou guiada). Haverá palestras, mesa redonda, projeções de imagens de carreteadas no RS e exposição do Departamento de Memória da Secretaria Municipal de Cultura e Esportes Durante o evento deverá ser observado a tradição e costume dos antigos carreteiros, mantendo a ordem e o respeito entre os participantes e visitantes. Cada carreteiro será responsável pelos cuidados dos seus animais, levarem a lenha, os utensílios e os ingredientes para seu uso próprio, bem como manter e deixar limpo os limites do seu local de acampamento. Respeitar o Toque de Silêncio para o descanso adequado dos participantes.
  • 6. Cronograma Dia 07 (sexta-feira) 09:00hs – Credenciamento e demarcação do acampamento Dia 08 (sábado) 08:00hs – Hinos e hasteamento das bandeiras 08:15hs – Credenciamento, demarcação do acampamento e concentração 12:00hs – Almoço 13:30hs – Saída da frente da Capela São Vicente 17:00hs – Retorno ao acampamento na Capela São Vicente 20:00hs – Jantar e Tertúlia 01:00hs – Toque de Silêncio Dia 09 (domingo) 08:00hs – Hinos e hasteamento das bandeiras 08:15hs – Café da Manhã 09:00hs – Missa Crioula 10:00hs – Palestra, Painel, etc. 12:00hs – Almoço e Tertúlia 13:30hs – Palestra, Seminário, depoimentos, causos, etc. 15:00hs – Entrega dos Certificados de Participação 16:30hs – Encerramento e dispersão Confirmar a presença até o dia 06 de outubro. A área destinada para o acampamento de cada carreteiro será de 96m² (12m x 8m) com fonte mínima de energia e água. A iluminação será basicamente por fogo de chão, lanternas antigas e tochas.
  • 9. Área da Capela São Vicente Mártir
  • 10. 10 09 30 17 08 24 16 07 23 Entrada 6 29 06 15 22 28 6 14 05 21 27 6 04 26 13 Capela 20 Galpão 6 03 25 12 19 Rádio 6 02 11 18 6 01 Loteamento do arranchamento das Carretas (acampamento)