1. FORMAÇÃO
PARA CORAIS, EQUIPES,
GRUPOS E MINISTÉRIOS
DE MÚSICA
DA PARÓQUIA
NOSSA SENHORA
DE FÁTIMA.
16/11/2014
2. 1) A MÚSICA E A BÍBLIA
As notas musicais são
idioma universal.
Em qualquer parte do mundo
em que você ouvir ou tocar
uma música, alguém
conseguirá entender as notas,
a harmonia etc.
3. Foto de um saltério
Quando repetimos a letra de
uma música, nos lembramos
da melodia que a acompanha.
Em nossas Bíblias temos letras de
muitas músicas.
Na história do povo hebreu ela é
um elemento importante a tal ponto
de dizerem que para o povo hebreu
não existe libertação sem música.
.
4. Foto de uma flauta
O texto de 2Rs 3,14-15
diz:
“E disse Eliseu... Ora, pois, trazei-me um
músico.
E sucedeu que, tocando o músico, veio
sobre ele a mão do Senhor.”
Esse texto mostra que a música pode
ser um veículo de comunicação entre o
ser humano e Deus.
5. Foto de uma harpa
As mais antigas menções da
música e cantos estão
relacionados às guerras entre
os povos,
mesmo os da Bíblia,
como por exemplo:
6. Foto de uma trombeta
Ex 15 – O canto da vitória por ocasião da
destruição do exército do faraó. É um
cântico retomado pela liturgia cristã para
falar da vitória da ressurreição sobre a
morte.
Nm 21,14-20.27-30 – Por isso se diz no
livro das guerras de Iahweh... A nota de
rodapé da BJ diz “Antiga coleção de
cantos épicos”.
7. Foto de um címbalo
Jz 5 – é um canto de vitória no qual
Iahweh luta contra os inimigos em
favor do povo.
2Cr 20,21-22 - fala de cantores que vão
à frente dos guerreiros.
Há outros contextos, como o festivo:
Is 12,1-6 – hino de gratidão pela ação
de Deus que libertou o oprimido.
8. Foto de um tamborim
Is 25 – Hino que canta a ação salvífica de
Deus.
Há também os cânticos de lamentações
etc.
9. Como a música era usada ao longo da
história de Israel.
* Monarquia – para honrar a Deus (1Cr
15,16-22).
* Templo – para os sacrifícios oferecidos.
* Período exílico – a música passa do
* Templo para a “Sinagoga”.
* Período pós-exílico – volta para o Templo
embora permaneça e se desenvolva nas
“Sinagogas”.
* Após a destruição do Templo na época
do NT (70 d.C.), a musicalidade da Bíblia
passa a ser transmitida de mestre para
discípulos.
10. *Idade Média – os Massoretas colocaram
sinais (te’amim) junto com as vogais do
texto hebraico.
* Depois da Idade Média - Até bem pouco
tempo atrás, não sabíamos as melodias
destas músicas da Bíblia, mas hoje
podemos conhecer, graças a colaboração
de uma pesquisadora Suzanne Haik-
Vantoura (nascida em Paris em 1912).
11.
12. Ela afirma que o texto hebraico que
temos, chamado Texto Massorético,
contém vários sinais em torno das
consoantes.
Destes sinais, um grupo deles é formado
pelas vogais (nekudôt) e
outros grupo com os acentos melódicos
(te’amim), também conhecidos como
acentos de leitura ou recitação.
Sua tese é de que os sinais (te’amim)
correspondem aos graus de uma escala tonal
(escala diatônica).
13. 2) OS EFEITOS DOS SONS
(MÚSICA) NA MATÉRIA
E NA VIDA HUMANA.
2.1) Na Matéria.
Js 6,4-5 – “Sete sacerdotes levarão diante
da Arca sete trombetas de chifres de
carneiro. No sétimo dia rodeareis a cidade
sete vezes, e os sacerdotes tocarão as
trombetas. E quando tocarem com fragor o
chifre de carneiro (assim que ouvirdes o
som da trombeta), todo o povo
prorromperá em forte grito de guerra e as
muralhas da cidade cairão...”
14. Este texto mostra algo que a ciência já
comprovou: o som causa efeito na
matéria.
Exemplo de ressonância acústica
a voz humana ou outra forma de som,
quando atinge certa velocidade de
vibração (onda sonora), se choca com um
objeto de frequência ressonante.
15. A medicina também descobriu esta
verdade e a utiliza para cirurgias de
cálculos renais, bombardeando o alvo
com frequências diferentes até
conseguirem o intento.
2.2) Na vida humana.
Quantas vezes já ouvimos o ditado:
“Quem canta, seus males espanta”.
16. Esse ditado existe porque a música ajuda
a criar certa atmosfera que influencia o
físico humano além do humor e
sentimentos.
A música ativa diversas áreas cerebrais,
mesmo aquelas que estão envolvidas com
outros tipos de cognição.
Antes de se constituir um instrumento
para o estudo científico a música é
considerada uma arte e, como tal, nos
afeta.
.
17. A arte tem o poder de sugestão, de
projeção, de permitir a realização
imaginária de desejos inconscientes, de
funções catárticas e de comunicação, de
função sintetizadora do eu.
.
O que esta imagem sugere para
você?
18.
19. O Ambiente Sonoro constitui-se por
deslocamentos que os sons produzem
num determinado espaço, sendo que
tais sonoridades afetam as relações
humanas, de forma perceptível e às
vezes, imperceptível.
Os sons são captados através das vibrações
e estas vibrações são recebidas e
percebidas, pelos sentidos auditivo, visual,
tátil e de percepção interna provocando
diferentes reações e associações:
.
20. * biofisiológicas (nível físico/corporal);
* afetivo-emocional (nível psicológico);
* cognitivas (nível mental);
* espirituais (nível transpessoal).
Desta forma, o indivíduo por estar
constantemente imerso em variados sons,
ruídos e músicas, registra todas as
experiências sonoras que acontecem em
seu cotidiano.
21. 2.3) Efeitos Negativos.
Foi comprovado que os sons (ruídos)
podem causar vários problemas para o
ser humano, como:
* Distúrbios do sono;
* Estresse;
* Problemas no coração;
* Aumento da pressão arterial;
* Piora dos níveis de concentração no
trabalho ou em outras atividades;
* Podem levar a um infarto do
miocárdio;
* Podem causar desordem no sistema
nervoso central, etc
22. 2.4) Efeitos Positivos.
Há muitas técnicas terapêuticas (como
exemplo, a Musicoterapia) utilizando sons
e que são muito eficazes.
Estas técnicas têm embasamento
científico, além de respaldo bíblico.
Vejamos 1Sm 16,18-23 – “Um de seus
servos pediu para falar e disse: Tenho
visto um filho de Jessé, o belemita, que
sabe tocar e é um valente guerreiro, fala
bem, é de bela aparência e Iahweh está
com ele... Todas as vezes que o espírito o
acometia, Davi tomava a lira e tocava;
então Saul se acalmava, sentia-se melhor
e o mau espírito o deixava.”
23. A musicoterapia trabalha com as
sonoridades e isto envolve sons, ruídos,
música e o próprio silêncio.
As reações ao estímulo sonoro são
diferenciadas e dependem do grau de
sensibilidade que cada indivíduo tem
diante da própria percepção e também da
própria história de vida, pois sons e
música nos acompanham desde a
gestação.
24. A Foi comprovado cientificamente que a
música pode:
* Reparar danos cerebrais causados
por um AVC.
Como? R.: A música atua nos dois
hemisférios cerebrais, e não só em um
como a linguagem, assim ela afeta nossos
neurotransmissores que conectam, ligam
as informações do nosso cérebro e libera
dopamina, substância química do cérebro
que fornece a sensações como memória,
atenção;
25. * Ajudar na cura da depressão e
síndrome do pânico.
Como? R.: Como vimos, ela afeta nossos
neurotransmissores que ligam as
informações do nosso cérebro e quando
libera a dopamina, fornece ainda: a
sensação de bem-estar, prazer, amor,
além da memória e atenção já vistos
acima;
26. * Estimular nosso sistema
imunológico.
Como? R.: Ela atua nos dois hemisférios
cerebrais, ajuda a reduzir os níveis de
cortisol (hormônio do estresse).
Segundo uma pesquisa americana: Jazz,
Blues são especialistas em reduzir
estresse.
A música ainda ajuda a aumentar o
número de anticorpos no organismo;
27. *Ajudar a recuperar memória
perdida.
Como? R.: Ela conecta informações dos
dois hemisférios e ajuda a relacionar
informações já armazenadas na região
cerebral chamada hipocampo (sede
das memórias de longa duração) e traz
à tona lembranças e informações mais
antigas;
28. *Pode levar até um relaxamento
completo.
Como? R.: Quando a música chega a seis
batidas por minuto conecta com as ondas
Beta baixando para Alfa levando a um
relaxamento da pessoa, pois leva o
cérebro a baixar suas ondas cerebrais.
29. 3) O USO DO SOM E DA
MÚSICA COMO
INSTRUMENTO DE
MANIPULAÇÃO IDEOLÓGICA
*Na maioria das vezes, a música é tida
simplesmente como diversão,
passatempo ou algo inocente, mas ela
é muito mais do que isso, pois pode
influenciar em decisões importantes.
30. Grupos de têm sido afetados por técnicas
de mudança de comportamento que tem a
música como principal ferramenta. Seja
pela letra seja pelos ritmos e instrumentos
utilizados ou pelos dois combinados a
música não é ignorada pelas grandes
empresas de marketing e é usada dessa
maneira até mesmo por igrejas neo-pentecostais,
isso porque eles sabem que
quem controla o psíquico, controla o poder
(preste atenção no texto a seguir).
31. * 1Sm 16,23 “Todas as vezes que o
espírito o acometia, Davi tomava a lira e
tocava; então Saul se acalmava, sentia-se
melhor e o mau espírito o deixava.”
* Uso de uma ou duas técnicas para
exemplificar.
•* O uso como instrumento de
desestruturação emocional pode causar
muitos danos às pessoas, mas é uma
técnica utilizada em várias igrejas
evangélicas para criar uma atmosfera
para passar seu conteúdo, vender seus
produtos, criar medos etc;
32. 3.1) Música e suas influências
no comportamento humano
Vídeo mãe cantado - bebê
Vídeo mãe cantado para criança
Em uma pesquisa realizada nos Estados
Unidos, com mais de 500 estudantes,
verificou-se que os que ouviram algumas
músicas de estilos que enfatizam a
violência tenderam a interpretar palavras
de uma lista previamente preparada no
seu sentido mais violento: animal, rocha e
vara.
33. 3.2) A música e a sexualidade
3.2.1) O som da música, com apelos mais
ou menos incisivos à dança ou a outra
forma de corporificação, muitas vezes
sugerindo ou explicitamente referindo-se
ao campo do erotismo e do sexo.
3.2.2) A relação entre letra e melodia, com
uma referência à voz que canta (melodia,
timbre, estilo) numa relação de
complementaridade que quase sempre
guarda um poderoso componente erótico.
34. 3.2.3) O caráter visual que é o ambiente
comunicacional da música. Neste sentido,
os artistas (e, principalmente, as artistas)
são visualmente apresentados como
objetos de desejo quase sempre
erotizados, reforçando uma conexão
estreita entre música, corpo e sexo.
Música Pau que nasce torto/Segura o Tchan
35. Como isso acontece?
As ondas sonoras (vibrações) que chegam
ao tímpano são transformadas em
impulsos químicos e nervosos, que
registram em nossa mente as diferentes
qualidades dos sons que estamos ouvindo.
Dificilmente existe uma função no corpo
que possa não ser afetada pelas
pulsações e combinações harmônicas de
tons musicais.
36. 3.3) A música hipnótica
* É um estilo de música em que os
mesmos acordes repetidos do começo ao
fim em looping (sequência), extrapolando
o conceito padrão de que canção pop.
* Este estilo tem uma batida rápida, entre
135 e 165 batidas por minuto (bpm), além
da batida forte de kick, num compasso
4x4.
37. * As músicas hipnóticas ajudam a trazer
um estado alterado de consciência.
* Atualmente vários gêneros musicais
adotaram essa forma hipnótica em suas
músicas, tornando-as capazes de chamar
a atenção em escala mundial.
* O fato é que elas possuem uma estrutura
melódica e temporal (harmonia e ritmo)
suficiente para desencadear processos
mentais automáticos para:
38. 3.3.1) criar expectativas sobre como a
melodia deve prosseguir, desde as
primeiras notas ouvidas;
3.3.2) que a pessoa se detenha um pouco
mais ouvindo a música até não mais
resistir a ela.
* Esses processos não conscientes
resultam no sentimento de gostar da
música, mesmo que em um primeiro
momento a pessoa a rejeite, acaba
aceitando-a.
39. •Outro dado científico deste processo não
consciente, é que a música trabalha com
os neurotransmissores do cérebro com
suas ondas sonoras, liberando dopamina e
impulsionando ao prazer de ouví-la ou, ao
menos, a quebra de resistências a ela."
Exemplo: Macarena, Aserejé, Gangnan
Style, Ai se eu te pego, etc.
40. 3.4) O uso da música para
reeducação ideológica (ou
lavagem cerebral)
Esta técnica é muito utilizada em
igrejas neo-pentecostais para controlar
seus fiéis.
A reeducação ideológica ou lavagem
cerebral acontece em três etapas
diferentes:
41. 3.4.1) Colapso forçado ou
descondicionamento.
3.4.2) Submissão e identificação.
3.4.3) Recondicionamento.
42. A lavagem cerebral explora certos
instintos espontâneos do psiquismo
humano, canalizando-os na direção do
objetivo visado:
A)O instinto de conservação.
B) O instinto gregário (pertença a um
grupo).
C) Instinto de predomínio.
D) Conflitos emocionais.
43. O clima emocional de muitas músicas com
seus ritmos podem provocar hipnotismo
nos níveis profundos da consciência e
levar ao fanatismo irracional.
Além do mais, muitas músicas são
“extremamente agradáveis” e, no campo
religioso, levam a vôos espirituais ou
“viagens” para fora do nível normal da
consciência, a “flutuar”, sentindo intenso
prazer, paz, alegria e poder. Esta condição
é atingida por métodos que entorpecem o
processo mental normal.
44. 4) A MÚSICA COMO
INSTRUMENTO DE
MISTAGOGIA
Importante é saber que a música pode ser
muito bem utilizada com propósito de
elevar às pessoas na sua relação com o
divino, porque ela é uma linguagem
privilegiada que exprime e manifesta a
alma e a cultura de um povo na sua
relação com Deus.
45. Já dizia Santo Agostinho: “quem canta,
reza duas vezes”.
Ela é um sinal que nos leva do visível ao
invisível, um carisma que contribui para a
edificação de toda a comunidade e a
manifestação do mistério da Igreja, Corpo
Místico de Cristo.
Ela é a expressão da fé e da vida cristã de
cada assembleia.
46. A música é um instrumento eficaz para a
ação evangelizadora, ela prepara o
ambiente para a ação do Espírito Santo
nos encontros de oração, nas reflexões
religiosas.
Temos que utilizá-la como ferramenta
eficaz na Igreja, mas também com
discernimento e seriedade, com respeito
que se deve a Deus e ao povo que se
relaciona com Ele pela música.