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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM
PRODUZINDO UMA CRÔNICA NARRATIVA
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LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL – 6º ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL – 6º ANO
Namoro & Futebol
Moacyr Scliar
Tempo Previsto: 5 a 6 aulasTempo Previsto: 5 a 6 aulas
Conteúdos ou temas: traços característicos da crônica narrativa; leitura
oral, com enfoque na estrutura do gênero; leitura de textos relacionados ao
gênero analisado.
Competências e habilidades: reconhecer características do gênero “crônica
narrativa”; comparar narrativas em diferentes gêneros; distinguir tipologia
narrativa de gêneros narrativos, identificando crônicas narrativas entre
outros gêneros narrativos; ouvir textos narrativos; produzir texto narrativo.
Estratégias: sondagem inicial com base no repertório narrativo dos alunos;
comparação entre gêneros organizados pela tipologia narrativa; produção
de crônicas narrativas com base em fatos retirados da realidade dos alunos.
Recursos: livro didático; dicionário; pesquisa na internet.
Avaliação: seleção de crônicas; atividades de interpretação; produção de
crônica.
Conteúdos ou temas: traços característicos da crônica narrativa; leitura
oral, com enfoque na estrutura do gênero; leitura de textos relacionados ao
gênero analisado.
Competências e habilidades: reconhecer características do gênero “crônica
narrativa”; comparar narrativas em diferentes gêneros; distinguir tipologia
narrativa de gêneros narrativos, identificando crônicas narrativas entre
outros gêneros narrativos; ouvir textos narrativos; produzir texto narrativo.
Estratégias: sondagem inicial com base no repertório narrativo dos alunos;
comparação entre gêneros organizados pela tipologia narrativa; produção
de crônicas narrativas com base em fatos retirados da realidade dos alunos.
Recursos: livro didático; dicionário; pesquisa na internet.
Avaliação: seleção de crônicas; atividades de interpretação; produção de
crônica.
Leia o texto a seguirLeia o texto a seguir
Namoro & Futebol
Elas querem a sua chuteira. Desafiar os meninos para jogar futebol virou mania nas escolas; e não é que as
garotas estão batendo um bolão? - Folhateen, 12.09.2005
Moacyr Scliar
Eles se conheceram na escola, onde cursavam a mesma classe. E foi o legítimo amor à primeira vista. Uma semana depois já
estavam namorando, e namorando firme. Eram desses namorados que fazem as pessoas suspirar e dizer baixinho: meu Deus, o
amor é lindo. Ele, 17 anos, alto, forte, simpático; ela, 16, uma beleza rara. Logo estavam se visitando em casa. Os pais de ambos
davam a maior força para o namoro e antecipavam um casamento no futuro: os dois formavam o casalzinho ideal. Inclusive porque
gostavam das mesmas coisas: ler, ir ao cinema, passear no parque.
Mas alguma coisa tinha de aparecer, não é mesmo? Alguma coisa sempre aparece para perturbar mesmo o idílio mais
perfeito.
Foi o futebol.
Ele era maluco pelo esporte. Jogava num dos vários times da escola, no qual era o goleiro. Um grande e esforçado goleiro,
cujas defesas muitas vezes arrancavam aplausos da torcida.
Ela costumava assistir as partidas. No começo nem gostava muito, mas então passou a se interessar. Um dia disse ao
namorado que queria jogar também, no time das meninas da escola. Para surpresa dela, ele se mostrou radicalmente contrário à
ideia. Disse que futebol era coisa para homem, que ela acabaria se machucando. Se queria praticar algum esporte, deveria escolher
o vôlei. Ela ficou absolutamente revoltada com o que considerou uma postura machista dele. Disse que iria começar a treinar de
qualquer jeito.
Começou mesmo. E levava jeito para a coisa: driblava bem, tinha um chute potente. Só que aquilo azedava cada vez mais as
relações entre eles. Discutiam com frequência e acabaram decidindo dar um tempo. Uma notícia que deixou a todos consternados.
Passadas umas semanas, a surpresa: o time das meninas desafiou o time em que ele era goleiro para uma partida.
Ele tentou o possível para convencer os companheiros a não jogar com elas. No fundo, porém, não queria se ver frente a
frente com a namorada, ou ex-namorada. Os outros perceberam isso, disseram que era bobagem e o jogo foi marcado.
Ele estava tenso, nervoso. E não podia tirar os olhos dela. Agora tinha de admitir: jogava muito bem, a garota. Era tão
rápida, quando graciosa e, olhando-a, ele sentia que, apesar das discussões, ainda gostava dela.
De repente, o pênalti. Pênalti contra o time dos garotos. E ela foi designada para cobrá-lo. Ali estavam os dois, ele nervoso,
ela absolutamente impassível. Correu para a bola -no último segundo ainda sorriu- e bateu forte. Um chute violento que ele, bem
posicionado, defendeu. Sob os aplausos da torcida.
O jogo terminou zero a zero. Eles se reconciliaram e agora estão firmes de novo. Mas uma dúvida o persegue: será que ela
não chutou a bola para que ele fizesse a brilhante defesa? Não teria sido aquilo um gesto, por assim dizer, de reconciliação?
Ela se recusa a responder a essa pergunta. Diz que um pouco de mistério dá sabor ao namoro. E talvez tenha razão. O fato é
que, desde então, ela já cobrou vários pênaltis. E não errou nenhum.
Folha de São Paulo (São Paulo) 26/09/2005
Namoro & Futebol
Elas querem a sua chuteira. Desafiar os meninos para jogar futebol virou mania nas escolas; e não é que as
garotas estão batendo um bolão? - Folhateen, 12.09.2005
Moacyr Scliar
Eles se conheceram na escola, onde cursavam a mesma classe. E foi o legítimo amor à primeira vista. Uma semana depois já
estavam namorando, e namorando firme. Eram desses namorados que fazem as pessoas suspirar e dizer baixinho: meu Deus, o
amor é lindo. Ele, 17 anos, alto, forte, simpático; ela, 16, uma beleza rara. Logo estavam se visitando em casa. Os pais de ambos
davam a maior força para o namoro e antecipavam um casamento no futuro: os dois formavam o casalzinho ideal. Inclusive porque
gostavam das mesmas coisas: ler, ir ao cinema, passear no parque.
Mas alguma coisa tinha de aparecer, não é mesmo? Alguma coisa sempre aparece para perturbar mesmo o idílio mais
perfeito.
Foi o futebol.
Ele era maluco pelo esporte. Jogava num dos vários times da escola, no qual era o goleiro. Um grande e esforçado goleiro,
cujas defesas muitas vezes arrancavam aplausos da torcida.
Ela costumava assistir as partidas. No começo nem gostava muito, mas então passou a se interessar. Um dia disse ao
namorado que queria jogar também, no time das meninas da escola. Para surpresa dela, ele se mostrou radicalmente contrário à
ideia. Disse que futebol era coisa para homem, que ela acabaria se machucando. Se queria praticar algum esporte, deveria escolher
o vôlei. Ela ficou absolutamente revoltada com o que considerou uma postura machista dele. Disse que iria começar a treinar de
qualquer jeito.
Começou mesmo. E levava jeito para a coisa: driblava bem, tinha um chute potente. Só que aquilo azedava cada vez mais as
relações entre eles. Discutiam com frequência e acabaram decidindo dar um tempo. Uma notícia que deixou a todos consternados.
Passadas umas semanas, a surpresa: o time das meninas desafiou o time em que ele era goleiro para uma partida.
Ele tentou o possível para convencer os companheiros a não jogar com elas. No fundo, porém, não queria se ver frente a
frente com a namorada, ou ex-namorada. Os outros perceberam isso, disseram que era bobagem e o jogo foi marcado.
Ele estava tenso, nervoso. E não podia tirar os olhos dela. Agora tinha de admitir: jogava muito bem, a garota. Era tão
rápida, quando graciosa e, olhando-a, ele sentia que, apesar das discussões, ainda gostava dela.
De repente, o pênalti. Pênalti contra o time dos garotos. E ela foi designada para cobrá-lo. Ali estavam os dois, ele nervoso,
ela absolutamente impassível. Correu para a bola -no último segundo ainda sorriu- e bateu forte. Um chute violento que ele, bem
posicionado, defendeu. Sob os aplausos da torcida.
O jogo terminou zero a zero. Eles se reconciliaram e agora estão firmes de novo. Mas uma dúvida o persegue: será que ela
não chutou a bola para que ele fizesse a brilhante defesa? Não teria sido aquilo um gesto, por assim dizer, de reconciliação?
Ela se recusa a responder a essa pergunta. Diz que um pouco de mistério dá sabor ao namoro. E talvez tenha razão. O fato é
que, desde então, ela já cobrou vários pênaltis. E não errou nenhum.
Folha de São Paulo (São Paulo) 26/09/2005
Leitura e Análise de TextoLeitura e Análise de Texto
1. Observe o título e responda: o texto vai tratar sobre
qual assunto? Você conhece o autor desse texto?
2. O que você sabe sobre o tema principal?
3. Quais palavras do texto você não conhece? Pesquise-
as no dicionário.
4. O texto está de acordo com o que você imaginava
antes de iniciar a leitura?
1. Observe o título e responda: o texto vai tratar sobre
qual assunto? Você conhece o autor desse texto?
2. O que você sabe sobre o tema principal?
3. Quais palavras do texto você não conhece? Pesquise-
as no dicionário.
4. O texto está de acordo com o que você imaginava
antes de iniciar a leitura?
5. Complete os itens a seguir.
 Título da crônica:
_____________________________________
 Nome do autor:
_____________________________________
 Suporte de publicação:
_____________________________________
 Considerando o local de publicação, a que público-
alvo o texto se destina?
5. Complete os itens a seguir.
 Título da crônica:
_____________________________________
 Nome do autor:
_____________________________________
 Suporte de publicação:
_____________________________________
 Considerando o local de publicação, a que público-
alvo o texto se destina?
6. Identifique algumas características da narrativa e
responda às questões.
O narrador está em primeira pessoa ou em terceira pessoa?
_____________________________________
 Há presença de personagens? Quais são elas?
_____________________________________
 Há marcas de passagem de tempo? Quais?
_____________________________________
Em que espaço a história ocorre?
6. Identifique algumas características da narrativa e
responda às questões.
O narrador está em primeira pessoa ou em terceira pessoa?
_____________________________________
 Há presença de personagens? Quais são elas?
_____________________________________
 Há marcas de passagem de tempo? Quais?
_____________________________________
Em que espaço a história ocorre?
7. Analise as características do gênero e
responda.
 É uma narrativa curta? Justifique.
_____________________________________
 Aborda um tema do cotidiano, que pode ser vivido
por qualquer jovem da sua idade? Por quê?
_____________________________________
 Desperta a imaginação do leitor? Grife os trechos e
comente sua presença no texto.
7. Analise as características do gênero e
responda.
 É uma narrativa curta? Justifique.
_____________________________________
 Aborda um tema do cotidiano, que pode ser vivido
por qualquer jovem da sua idade? Por quê?
_____________________________________
 Desperta a imaginação do leitor? Grife os trechos e
comente sua presença no texto.
8. Observe a narrativa e faça sua análise.
 A linguagem está apropriada? Comente.
__________________________________
 Há um conflito a ser superado. Copie a parte que
explica a sua resposta.
8. Observe a narrativa e faça sua análise.
 A linguagem está apropriada? Comente.
__________________________________
 Há um conflito a ser superado. Copie a parte que
explica a sua resposta.
9. Analise o trecho abaixo:
“Ela ficou absolutamente revoltada com o que
considerou uma postura machista dele”.
 Você também o considera machista? E você, qual
seria sua postura diante dessa situação?
9. Analise o trecho abaixo:
“Ela ficou absolutamente revoltada com o que
considerou uma postura machista dele”.
 Você também o considera machista? E você, qual
seria sua postura diante dessa situação?
 Produza uma crônica narrativa de acordo com as
características do gênero. Tenha como base o
tema analisado “Namoro e Futebol”.
 Para construir seu texto, leia as questões
trabalhadas e reflita sobre a sua função social.
 Produza uma crônica narrativa de acordo com as
características do gênero. Tenha como base o
tema analisado “Namoro e Futebol”.
 Para construir seu texto, leia as questões
trabalhadas e reflita sobre a sua função social.
10. Produção escrita
Produza uma crônica narrativa de acordo com as
características do gênero. Tenha como base o tema
analisado “Namoro e Futebol”.
 Para construir seu texto, leia as questões trabalhadas
e reflita sobre a sua função social.
10. Produção escrita
Produza uma crônica narrativa de acordo com as
características do gênero. Tenha como base o tema
analisado “Namoro e Futebol”.
 Para construir seu texto, leia as questões trabalhadas
e reflita sobre a sua função social.
Para escrever sua história, você precisa definir:
a)Qual será o foco narrativo?
b)Quais serão os fatos narrados?
c)Quais personagens aparecerão em sua história?
•Como serão registradas as passagens de tempo?
a)Quais espaços aparecerão no texto?
Para escrever sua história, você precisa definir:
a)Qual será o foco narrativo?
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  • 2. Tempo Previsto: 5 a 6 aulasTempo Previsto: 5 a 6 aulas Conteúdos ou temas: traços característicos da crônica narrativa; leitura oral, com enfoque na estrutura do gênero; leitura de textos relacionados ao gênero analisado. Competências e habilidades: reconhecer características do gênero “crônica narrativa”; comparar narrativas em diferentes gêneros; distinguir tipologia narrativa de gêneros narrativos, identificando crônicas narrativas entre outros gêneros narrativos; ouvir textos narrativos; produzir texto narrativo. Estratégias: sondagem inicial com base no repertório narrativo dos alunos; comparação entre gêneros organizados pela tipologia narrativa; produção de crônicas narrativas com base em fatos retirados da realidade dos alunos. Recursos: livro didático; dicionário; pesquisa na internet. Avaliação: seleção de crônicas; atividades de interpretação; produção de crônica. Conteúdos ou temas: traços característicos da crônica narrativa; leitura oral, com enfoque na estrutura do gênero; leitura de textos relacionados ao gênero analisado. Competências e habilidades: reconhecer características do gênero “crônica narrativa”; comparar narrativas em diferentes gêneros; distinguir tipologia narrativa de gêneros narrativos, identificando crônicas narrativas entre outros gêneros narrativos; ouvir textos narrativos; produzir texto narrativo. Estratégias: sondagem inicial com base no repertório narrativo dos alunos; comparação entre gêneros organizados pela tipologia narrativa; produção de crônicas narrativas com base em fatos retirados da realidade dos alunos. Recursos: livro didático; dicionário; pesquisa na internet. Avaliação: seleção de crônicas; atividades de interpretação; produção de crônica.
  • 3. Leia o texto a seguirLeia o texto a seguir Namoro & Futebol Elas querem a sua chuteira. Desafiar os meninos para jogar futebol virou mania nas escolas; e não é que as garotas estão batendo um bolão? - Folhateen, 12.09.2005 Moacyr Scliar Eles se conheceram na escola, onde cursavam a mesma classe. E foi o legítimo amor à primeira vista. Uma semana depois já estavam namorando, e namorando firme. Eram desses namorados que fazem as pessoas suspirar e dizer baixinho: meu Deus, o amor é lindo. Ele, 17 anos, alto, forte, simpático; ela, 16, uma beleza rara. Logo estavam se visitando em casa. Os pais de ambos davam a maior força para o namoro e antecipavam um casamento no futuro: os dois formavam o casalzinho ideal. Inclusive porque gostavam das mesmas coisas: ler, ir ao cinema, passear no parque. Mas alguma coisa tinha de aparecer, não é mesmo? Alguma coisa sempre aparece para perturbar mesmo o idílio mais perfeito. Foi o futebol. Ele era maluco pelo esporte. Jogava num dos vários times da escola, no qual era o goleiro. Um grande e esforçado goleiro, cujas defesas muitas vezes arrancavam aplausos da torcida. Ela costumava assistir as partidas. No começo nem gostava muito, mas então passou a se interessar. Um dia disse ao namorado que queria jogar também, no time das meninas da escola. Para surpresa dela, ele se mostrou radicalmente contrário à ideia. Disse que futebol era coisa para homem, que ela acabaria se machucando. Se queria praticar algum esporte, deveria escolher o vôlei. Ela ficou absolutamente revoltada com o que considerou uma postura machista dele. Disse que iria começar a treinar de qualquer jeito. Começou mesmo. E levava jeito para a coisa: driblava bem, tinha um chute potente. Só que aquilo azedava cada vez mais as relações entre eles. Discutiam com frequência e acabaram decidindo dar um tempo. Uma notícia que deixou a todos consternados. Passadas umas semanas, a surpresa: o time das meninas desafiou o time em que ele era goleiro para uma partida. Ele tentou o possível para convencer os companheiros a não jogar com elas. No fundo, porém, não queria se ver frente a frente com a namorada, ou ex-namorada. Os outros perceberam isso, disseram que era bobagem e o jogo foi marcado. Ele estava tenso, nervoso. E não podia tirar os olhos dela. Agora tinha de admitir: jogava muito bem, a garota. Era tão rápida, quando graciosa e, olhando-a, ele sentia que, apesar das discussões, ainda gostava dela. De repente, o pênalti. Pênalti contra o time dos garotos. E ela foi designada para cobrá-lo. Ali estavam os dois, ele nervoso, ela absolutamente impassível. Correu para a bola -no último segundo ainda sorriu- e bateu forte. Um chute violento que ele, bem posicionado, defendeu. Sob os aplausos da torcida. O jogo terminou zero a zero. Eles se reconciliaram e agora estão firmes de novo. Mas uma dúvida o persegue: será que ela não chutou a bola para que ele fizesse a brilhante defesa? Não teria sido aquilo um gesto, por assim dizer, de reconciliação? Ela se recusa a responder a essa pergunta. Diz que um pouco de mistério dá sabor ao namoro. E talvez tenha razão. O fato é que, desde então, ela já cobrou vários pênaltis. E não errou nenhum. Folha de São Paulo (São Paulo) 26/09/2005 Namoro & Futebol Elas querem a sua chuteira. Desafiar os meninos para jogar futebol virou mania nas escolas; e não é que as garotas estão batendo um bolão? - Folhateen, 12.09.2005 Moacyr Scliar Eles se conheceram na escola, onde cursavam a mesma classe. E foi o legítimo amor à primeira vista. Uma semana depois já estavam namorando, e namorando firme. Eram desses namorados que fazem as pessoas suspirar e dizer baixinho: meu Deus, o amor é lindo. Ele, 17 anos, alto, forte, simpático; ela, 16, uma beleza rara. Logo estavam se visitando em casa. Os pais de ambos davam a maior força para o namoro e antecipavam um casamento no futuro: os dois formavam o casalzinho ideal. Inclusive porque gostavam das mesmas coisas: ler, ir ao cinema, passear no parque. Mas alguma coisa tinha de aparecer, não é mesmo? Alguma coisa sempre aparece para perturbar mesmo o idílio mais perfeito. Foi o futebol. Ele era maluco pelo esporte. Jogava num dos vários times da escola, no qual era o goleiro. Um grande e esforçado goleiro, cujas defesas muitas vezes arrancavam aplausos da torcida. Ela costumava assistir as partidas. No começo nem gostava muito, mas então passou a se interessar. Um dia disse ao namorado que queria jogar também, no time das meninas da escola. Para surpresa dela, ele se mostrou radicalmente contrário à ideia. Disse que futebol era coisa para homem, que ela acabaria se machucando. Se queria praticar algum esporte, deveria escolher o vôlei. Ela ficou absolutamente revoltada com o que considerou uma postura machista dele. Disse que iria começar a treinar de qualquer jeito. Começou mesmo. E levava jeito para a coisa: driblava bem, tinha um chute potente. Só que aquilo azedava cada vez mais as relações entre eles. Discutiam com frequência e acabaram decidindo dar um tempo. Uma notícia que deixou a todos consternados. Passadas umas semanas, a surpresa: o time das meninas desafiou o time em que ele era goleiro para uma partida. Ele tentou o possível para convencer os companheiros a não jogar com elas. No fundo, porém, não queria se ver frente a frente com a namorada, ou ex-namorada. Os outros perceberam isso, disseram que era bobagem e o jogo foi marcado. Ele estava tenso, nervoso. E não podia tirar os olhos dela. Agora tinha de admitir: jogava muito bem, a garota. Era tão rápida, quando graciosa e, olhando-a, ele sentia que, apesar das discussões, ainda gostava dela. De repente, o pênalti. Pênalti contra o time dos garotos. E ela foi designada para cobrá-lo. Ali estavam os dois, ele nervoso, ela absolutamente impassível. Correu para a bola -no último segundo ainda sorriu- e bateu forte. Um chute violento que ele, bem posicionado, defendeu. Sob os aplausos da torcida. O jogo terminou zero a zero. Eles se reconciliaram e agora estão firmes de novo. Mas uma dúvida o persegue: será que ela não chutou a bola para que ele fizesse a brilhante defesa? Não teria sido aquilo um gesto, por assim dizer, de reconciliação? Ela se recusa a responder a essa pergunta. Diz que um pouco de mistério dá sabor ao namoro. E talvez tenha razão. O fato é que, desde então, ela já cobrou vários pênaltis. E não errou nenhum. Folha de São Paulo (São Paulo) 26/09/2005
  • 4. Leitura e Análise de TextoLeitura e Análise de Texto 1. Observe o título e responda: o texto vai tratar sobre qual assunto? Você conhece o autor desse texto? 2. O que você sabe sobre o tema principal? 3. Quais palavras do texto você não conhece? Pesquise- as no dicionário. 4. O texto está de acordo com o que você imaginava antes de iniciar a leitura? 1. Observe o título e responda: o texto vai tratar sobre qual assunto? Você conhece o autor desse texto? 2. O que você sabe sobre o tema principal? 3. Quais palavras do texto você não conhece? Pesquise- as no dicionário. 4. O texto está de acordo com o que você imaginava antes de iniciar a leitura?
  • 5. 5. Complete os itens a seguir.  Título da crônica: _____________________________________  Nome do autor: _____________________________________  Suporte de publicação: _____________________________________  Considerando o local de publicação, a que público- alvo o texto se destina? 5. Complete os itens a seguir.  Título da crônica: _____________________________________  Nome do autor: _____________________________________  Suporte de publicação: _____________________________________  Considerando o local de publicação, a que público- alvo o texto se destina?
  • 6. 6. Identifique algumas características da narrativa e responda às questões. O narrador está em primeira pessoa ou em terceira pessoa? _____________________________________  Há presença de personagens? Quais são elas? _____________________________________  Há marcas de passagem de tempo? Quais? _____________________________________ Em que espaço a história ocorre? 6. Identifique algumas características da narrativa e responda às questões. O narrador está em primeira pessoa ou em terceira pessoa? _____________________________________  Há presença de personagens? Quais são elas? _____________________________________  Há marcas de passagem de tempo? Quais? _____________________________________ Em que espaço a história ocorre?
  • 7. 7. Analise as características do gênero e responda.  É uma narrativa curta? Justifique. _____________________________________  Aborda um tema do cotidiano, que pode ser vivido por qualquer jovem da sua idade? Por quê? _____________________________________  Desperta a imaginação do leitor? Grife os trechos e comente sua presença no texto. 7. Analise as características do gênero e responda.  É uma narrativa curta? Justifique. _____________________________________  Aborda um tema do cotidiano, que pode ser vivido por qualquer jovem da sua idade? Por quê? _____________________________________  Desperta a imaginação do leitor? Grife os trechos e comente sua presença no texto.
  • 8. 8. Observe a narrativa e faça sua análise.  A linguagem está apropriada? Comente. __________________________________  Há um conflito a ser superado. Copie a parte que explica a sua resposta. 8. Observe a narrativa e faça sua análise.  A linguagem está apropriada? Comente. __________________________________  Há um conflito a ser superado. Copie a parte que explica a sua resposta.
  • 9. 9. Analise o trecho abaixo: “Ela ficou absolutamente revoltada com o que considerou uma postura machista dele”.  Você também o considera machista? E você, qual seria sua postura diante dessa situação? 9. Analise o trecho abaixo: “Ela ficou absolutamente revoltada com o que considerou uma postura machista dele”.  Você também o considera machista? E você, qual seria sua postura diante dessa situação?
  • 10.  Produza uma crônica narrativa de acordo com as características do gênero. Tenha como base o tema analisado “Namoro e Futebol”.  Para construir seu texto, leia as questões trabalhadas e reflita sobre a sua função social.  Produza uma crônica narrativa de acordo com as características do gênero. Tenha como base o tema analisado “Namoro e Futebol”.  Para construir seu texto, leia as questões trabalhadas e reflita sobre a sua função social. 10. Produção escrita Produza uma crônica narrativa de acordo com as características do gênero. Tenha como base o tema analisado “Namoro e Futebol”.  Para construir seu texto, leia as questões trabalhadas e reflita sobre a sua função social. 10. Produção escrita Produza uma crônica narrativa de acordo com as características do gênero. Tenha como base o tema analisado “Namoro e Futebol”.  Para construir seu texto, leia as questões trabalhadas e reflita sobre a sua função social.
  • 11. Para escrever sua história, você precisa definir: a)Qual será o foco narrativo? b)Quais serão os fatos narrados? c)Quais personagens aparecerão em sua história? •Como serão registradas as passagens de tempo? a)Quais espaços aparecerão no texto? Para escrever sua história, você precisa definir: a)Qual será o foco narrativo? b)Quais serão os fatos narrados? c)Quais personagens aparecerão em sua história? •Como serão registradas as passagens de tempo? a)Quais espaços aparecerão no texto?