O documento discute a arte cinética e tecnológica, mencionando seus pioneiros como Agam, Cruz Diez, Le Parc e Vassarely. A arte cinética envolve obras que se movimentam através de mecânica, indução humana, máquinas ou fenômenos naturais, criando novas interações no espaço e tempo. O documento também discute figuras como Duchamp e suas obras ópticas experimentais.
3. Quais as mudanças causadas no
mundo e no homem com o advento
das máquinas
da luz elétrica, da indústria
automobilística, da indústria de
aviação, das conquistas no espaço, do
telefone, do rádio, da televisão e agora
da Internet?
4. A intervenção tecnológica no dia-a-dia
modifica rapidamente
o comportamento
a relação entre os seres humanos
organização temporal de suas rotinas
Se a arte é uma expressão que representa
o pensamento uma época
por que ela não se modificaria?
5. Perissinotto(2000) parte como ponto
inicial a busca da compreensão da arte
cinética se mostra como o melhor
procedimento para compreender a arte
tecnológica.
O objetivo é fazer uma análise acerca
da representação do elemento
"movimento" na história das artes
plásticas.
6. O termo CINÉTICO está etimologicamente
ligado à idéia de MOVIMENTO.
O termo costuma ser usado para designar
um tipo de Escultura que incorpora um
motor ou as que são dirigidas por fluxos de
ar.
É possível localizá-lo, por exemplo, no
Manifesto Realista de Antoine Pevsner
(1886-1962) e Naum Gabo (1890-1977),
em escritos de László Moholy-Nagy (1895-
1946)
7. Termo é efetivamente incorporado ao
vocabulário artístico em 1955, por ocasião da
exposição Le Mouvement [O Movimento],
na galeria parisiense Denise René, com obras
de artistas de diferentes gerações:
Marcel Duchamp (1887-1968),
Alexander Calder (1898-1976),
Vasarely (1908),
Jesus Raphael Soto (1923)
Yaacov Agam (1928),
entre outros.
8. Segundo Perissinotto este panorama
que se insere a arte tecnológica desde
o seu início até os dias atuais pode ser
analisado sob o pronto de vista da
interação em níveis diferenciados:
1.interação perceptiva do espectador
2.interação espacial
3.interação potencial.
9. 1.
As obras que sugeriam a interação
perceptiva do espectador são aquelas
que ficam entre o móvel e o estático. São
obras que mostram uma vibração óptica
que só pode ser percebida com a
apreciação e a percepção do espectador,
seja ela também, sensitiva ou
transformativa, a realização de tal
interação depende a predisposição e da
atitude do espectador.
10. 2.
A interação espacial da obra ocorre quando
ela se movimenta no espaço tridimensional
(ao contrário daquelas que se utilizam
apenas de efeitos ópticos). Este movimento
pode ser decorrente da mecânica, da
manipulação do espectador, dos fenômenos
naturais, da máquina ou da cibernética.
11. 3.
A interação potencial, além de se
mesclar com recursos encontrados em
outras disciplinas, como na ciência e ou na
engenharia ela se potencializa quando
interage diretamente com o seu processo
criativo e com as possibilidades
potencializadoras da era digital.
12. A interação da obra com espaço ocorre
quando a maioria dos trabalhos se
move realmente de forma mecânica, por
indução humana e por máquinas.
Existem também as obras que são
movidas por fenômenos naturais, como o
vento e o calor.
E ainda aos movimentos tecnológicos
gerados por rodas, motores de carro e de
barcos, relógios e câmeras.
13. Manifesto Futurista (Marinetti, 1910)
Apologia à velocidade e à
mecânica: "o mundo estava se
enriquecendo com uma nova beleza: a
beleza da velocidade”.
14.
15. Manifesto Realista (Gabo e Pesvner,1920)
Surge pela primeira vez o termo cinético
com referência às artes visuais. Nesse
texto, os dois defendiam uma nova proposta
de arte, na qual o elemento rítmico cinético
devia constar como forma básica de
percepção do tempo real.
16. Manifesto Realista
(Gabo e Pesvner,1920)
1- Renunciamos à cor como elemento
pictórico na pintura. Afirmamos que o tom da
substância era a luz absorvendo a matéria,
vista como única realidade pictórica.
2-Renunciamos à linha como valor descritivo,
isto é, defendemos a linha apenas como a
direção das forças estáticas e seus ritmos
em objetos.
3- Renunciamos ao volume como forma
plástica e pictórica do espaço. Advogávamos
a profundidade como a única forma plástica e
pictórica do espaço.
17. 4- Na escultura, renunciamos à massa
como elemento escultural. Trazemos de
volta a linha como direção, além de
afirmarmos a profundidade como a única
forma do espaço.
5- Por fim, a renunciamos aos mil anos
de desilusão na arte que sustentou o
ritmo estático como único elemento das
artes plásticas. Para nós, na arte, surge
um novo elemento rítmico, como forma
básica da percepção do tempo real, o
elemento "cinético".
18. Entre os artistas que desenvolveram uma
linguagem plástica edificada na presença
de transformações, podemos incluir
Yacoov Agam,
Cruz Diez,
Le Parc,
Vassarely,
Lígia Clark e
Abraham Palatinik.
19. Yacoov Agam
Israelense, realizadores de obras
cinéticas transformáveis, ou seja,
aquelas que requerem a movimentação
do observador para perceber todas as
suas variações
55. Quando sua sensibilidade é posta a
prova é que o mecanismo da
improvisação desabrocha e o lúdico se
apresenta reaproximando o homem da
participação e da integração.
ARTE
LÚDICO
JOGO
56. A interação espacial da obra: uma
interação mecânica, natural,
maquinal e cibernética: obras que
interagem com o espaço, exatamente
ao contrário daquelas que se utilizam
efeitos ópticos e de um movimento
da luz numa superfície plana.
57. O desafio dos artistas cinéticos estava em
instaurar uma nova relação espaço/temporal
no conceito das artes visuais.
58. Essas pesquisas tiveram direções
distintas: algumas buscavam soluções
através da mecânica, outras através da
indução humana, algumas por meio de
máquinas e outras pelos fenômenos
naturais (o vento, o calor, a ausência de
peso, o movimento da água, a luz
e a gravidade).
63. Direcionado à arte Óptica, podem ser
vistos vários experimentos que
objetivavam a manipulação da visão nas
obras de Duchamp:
o Anémic Cinema (1925-1926), máquinas
e aparelhos ópticos, como em Placas de
vidro rotativas (1924) e Rotorrelevos
(1935).
64. EXPERIMENTALISMO
O experimentalismo do começo do século
XX era a característica comum de
diversos movimentos da vanguarda
modernista. Com o advento das indústrias
e das novas máquinas que surgiam no
inicio do século, ampliavam-se às
possibilidades de novas experiências.