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HIGIENE DO TRABALHO
1) HISTÓRICO
2) DEFINIÇÃO
3) CONCEITOS BÁSICOS
Professor:
Victor Costa – Engenheiro de Segurança do Trabalho
E-mail: victor.costasst@gmail.com
HISTÓRICO
 Desde antigüidade o trabalho já era visto como um fator gerador e
modificador das condições de viver, adoecer e morrer dos homens;
 Em 1700, Bernardino Ramazzini, médico considerado o “Pai da
Medicina do Trabalho”, estabeleceria definitivamente a relação entre
saúde e trabalho em seu livro “De Morbis Artificum Diatriba”, que
estudava as doenças relacionadas com cerca de 50 diferentes
profissões;
 A expansão e consolidação do modelo iniciado com a revolução
industrial e com a transnacionalização da economia, faz surgir a
necessidade de medidas e parâmetros comuns, como
regulamentação e organização do processo de trabalho, que
uniformizassem os países produtores de bens industrializados.
HISTÓRICO
 1760 – Como previa Ramazinni, o assunto ficou esquecido por décadas
e só voltaria a ganhar importância com o impacto da revolução industrial
após 1760 na Europa, que se caracterizou basicamente com o advento
da máquina à vapor, com artesãos perdendo o controle dos meios de
produção, especialmente no setor de fiação e tecelagem;
 1833 – Como as condições de trabalho ainda se mostravam péssimas,
provocando intensos debates, o Parlamento Britânico promulgou o
“Factory Act” , considerada a primeira norma eficiente no campo da
proteção do trabalhador; e fixava a idade mínima de 09 anos para o
trabalho, estabelecia o limite de 12 horas por dia e 69 por semana,
proibia o trabalho noturno para menores de 18 anos e, exigia a
realização de exames médicos de todas as crianças trabalhadoras.
Consideravam evitáveis doenças como: “cólica do pintor”(absrorção de
chumbo das tintas e que provocava cãimbras e dores abdominais);
“tísicas”( mineiros que inalavam poeira de sílica e se enfraqueciam
seriamente – silicose); “tremedeira dos chapeleiros”( exposição a
vapores de mecúrio de nitrato usado nas atividades).
HISTÓRICO
 1884 – Primeiras leis de acidente de trabalho surgidas na Alemanha;
 1897 – É criada a “Factory Inspectorate”, órgão do Ministério do
Trabalho da Inglaterra para realizar exames médicos admissionais e
periódicos, e notificar e investigar caos de doenças ocupacionais;
 1919 – OIT – Organização Internacional do Trabalho – criado pelo
Tratado de Versalhes – deu força às normas sobre proteção à saúde
e integridade física do trabalhador, contribuindo na prevenção de
acidentes e doenças do trabalho; No Brasil surge a a lei de Acidente de
Trabalho;
 1934 – É criada a Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho, que
transformou-se, ao longo dos anos em serviço, Divisão, Departamento,
e posteriormente, na atual Secretaria de Segurança e Saúde no
Trabalho (SST/TEM);
HISTÓRICO
1943 – Consolidação das Leis Trabalhistas
Título original: Segurança e higiene do trabalho – previa:
Higiene do trabalho ⇒ atividades que
deveriam desenvolver e manter condições
salubres de trabalho, ou seja, que não
comprometessem a saúde dos trabalhadores;
Segurança do trabalho ⇒ atividades
destinadas a desenvolver e manter condições
seguras contra acidentes do trabalho.
HISTÓRICO
1944 – Decreto lei No 7036 (Reforma da lei de acidentes
do trabalho)
Dar mais entendimento à matéria e:
agilizar a implementação dos dispositivos da CLT
referentes à segurança e higiene do trabalho;
garantir “assistência médica, hospitalar e farmacêutica”
aos acidentados;
garantir indenizações pelas conseqüências pessoais
dos acidentes.
HISTÓRICO
1967 – Lei No 5316 de 1967 (Separação das matérias:
higiene e segurança do trabalho + assistência
previdenciárias às vítimas de acidentes).
Integrou o seguro de acidentes do trabalho à
previdência social.
1946 – a higiene e segurança do trabalho foram
elevadas à hierarquia constitucional (art. 154, VIII);
1977 – Lei No 6514, regulamentada pela Portaria No
3214/78 – nova redação ao Capítulo V da CLT,
colaborando com as exigências prevencionistas.
INTRODUÇÃO
HIGIENE NO TRABALHO
É um conjunto de normas e
procedimentos que visa à proteção da
integridade física e mental do
trabalhador, preservando-o dos riscos
de saúde inerentes às tarefas do cargo e
ao ambiente físico onde são executadas.
INTRODUÇÃO
SEGURANÇA NO TRABALHO
É o conjunto de medidas técnicas,
administrativas, educacionais,
médicas e psicológicas, empregadas
para prevenir acidentes, seja pela
eliminação de condições inseguras do
ambiente, seja pela instrução ou pelo
convencimento das pessoas para a
implementação de práticas preventivas.
INTRODUÇÃO
HIGIENE X SEGURANÇA
NO TRABALHO
 A saúde e segurança dos empregados constituem
uma das principais bases para a preservação da força
de trabalho adequada. De modo genérico, higiene e
segurança do trabalho constituem duas atividades
intimamente relacionadas, no sentido de garantir
condições pessoais e materiais de trabalho
capazes de manter certo nível de saúde dos
empregados.
INTRODUÇÃO
SEGURANÇA DO TRABALHO
 É a ciência que atua na prevenção dos acidentes do
trabalho decorrentes dos fatores de risco operacionais;
 Legalmente – é o que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause morte ou a perda ou a
redução, permanente ou temporária, da capacidade do
trabalhador;
 Nos locais de trabalho, existem inúmeras situações de
riscos possíveis de provocar acidentes do trabalho.
Dessa forma, a análise de fatores de risco em todas as
tarefas e nas operações do processo é fundamental para a
prevenção.
INTRODUÇÃO
HIGIENE OCUPACIONAL
A definição do estudo do ambiente de trabalho
e a prevenção das doenças dele originadas
são objetos da higiene ocupacional, higiene
industrial e higiene do trabalho.
O termo HIGIENE OCUPACIONAL foi
preferido internacionalmente para definir o
campo de atuação.
INTRODUÇÃO
É a ciência que atua no campo da saúde
ocupacional, através da antecipação,
reconhecimento, avaliação e controle
dos riscos físicos, químicos e biológicos
originados nos locais de trabalho e
passíveis de produzir danos à saúde dos
trabalhadores,observando-se também o
impacto ao meio ambiente.
INTRODUÇÃO
 AIHA: American Industrial Hygiene Association – é a
“ciência que trata da antecipação, reconhecimento,
avaliação e controle dos riscos originados nos locais de
trabalho e que podem prejudicar a saúde e o bem-estar
dos trabalhadores, tendo em vista também o possível
impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente”.
 ACGIH: American Conference of Governmental Industrial
Hygienists – é a “ciência e arte do reconhecimento,
avaliação e controle de fatores ou tensões ambientais
originados do, ou no, local de trabalho e que podem causar
doenças, prejuízos para a saúde e bem-estar, desconforto
e ineficiência significativos entre os trabalhadores ou entre
os cidadãos da comunidade”.
INTRODUÇÃO
SEGURANÇA DO TRABALHO
 Fatores de risco:
 eletricidade, máquinas e equipamentos, incêndios,armazenamento
e transporte de materiais, manuseio de produtos perigosos,
ferramentas manuais,...
HIGIENE OCUPACIONAL
 Riscos físicos: ruído, calor, vibração, radiação ionizante, radiação
não ionizante, frio...
 Riscos químicos: gases, vapores, poeira, fumos,névoas,
neblinas...
 Agentes biológicos: bactérias, fungos...
DEFINIÇÕES
 O desenvolvimento da Higiene Ocupacional conduz ao surgimento
de um profissional especializado, com fundamentos apropriados
para desenvolver as seguintes habilidades:
 Reconhecer os fatores ambientais relacionados aos processos do
trabalho e compreender os seus efeitos no organismo dos
trabalhadores e no seu bem-estar;
 Avaliar a magnitude desses fatores ambientais, interpretando os
resultados das medições representativas das exposisções;
 Escolher os meios para eliminar, controlar ou reduzir os riscos
ambientais, a fim de atenuar os seus efeitos a níveis compatíveis com
a preservação da saúde, do bem- estar e conforto.
DEFINIÇÕES
Consideram-se riscos ambientais os
agentes, físicos, químicos e
biológicos existentes nos ambientes
de trabalho.Que em função de sua
natureza, concentração ou
intensidade e tempo de exposição,
são capazes de causar danos à saúde
do trabalhador.
FASES DA HIGIENE OCUPACIONAL
 Identificação dos riscos e definição das prioridades:
 analisar as diferentes operações e processos para identificar a
presença de agentes físicos, químicos, biológicos e/ou
ergonômicos que possam prejudicar a saúde do trabalhador,
estimando o grau de potencial de risco;
 de acordo com as informações acima definir as prioridades de
monitoramento e controle ambiental necessário;
 avaliar do ponto de vista da higiene industrial, novos processos e
modificações de equipamentos e processos, visando o adequado
controle dos potenciais de exposição.
FASES DA HIGIENE OCUPACIONAL
 Avaliações das exposições:
 estabelecer planos de monitoramento para avaliar quantitativamente as
fontes potenciais de exposição e a eficiências das medidas de controle
implementadas;
 o plano de monitoramento deve incorporar uma estratégia de amostragem
que inclua, além dos aspectos técnicos, a relação custo X benefício dos
dados de exposição que serão obtidos;
 paralelamente devem ser estabelecidos procedimentos que assegurem a
qualidade dos dados obtidos, tanto referente à amostragem quanto ás
análises químicas;
 trabalhar em conjunto com a medicina ocupacional visando correlacionar
os dados de exposição ambiental com os dados médicos;
FASES DA HIGIENE OCUPACIONAL
 Controle de exposição:
 controles de engenharia, os mais recomendados,pois
solucionam definitivamente a causa do problema;
 controles administrativo e de procedimentos de
trabalho (rodízios);
 controle através dos equipamentos de proteção
individual, apenas quando as outras opções não
puderem ser aplicadas ou estiverem em vias de
implementação;
CONCEITOS BÁSICOS PARA ELABORAÇÃO DE
PROGRAMAS DE ENGENHARIA
Limite de Tolerância;
Nível de Ação;
Grupo Homogêneo de Exposição;
Fonte Geradora;
Tempo de Exposição;
Estratégias de Amostragem;e,
Estudos dos Agentes ambientais.
FASES DA HIGIENE OCUPACIONAL
Administração dos resultados:
documentar todos os resultados e
medidas de controle.
Comunicação e controle:
os empregados devem ser informados e
treinados sobre a higiene industrial.
Acompanhamento
Entende-se por Limite de Tolerância, para fins
desta norma, a concentração ou intensidade
máxima ou mínima, relacionada com a
natureza e o tempo de exposição do agente,
que não causará dano à saúde do
trabalhador, durante sua vida laboral;
A NR-9 prevê a utilização de outros
indicadores além dos LT’s da NR-15.Fazendo
referência a ACGIH como principal parâmetro.
LIMITE DE TOLERÂNCIA
NÍVEL DE AÇÃO
 Valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de
forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a
agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição. As
ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a
informação aos trabalhadores e o controle médico;
 Se o Nível de Ação foi excedido em um dia típico, existe uma
probabilidade maior que 5% de que o Limite de Exposição venha
a ser excedido em outros dias de trabalho;
 Se o Nível de Ação foi respeitado em um dia típico, existe uma
probabilidade maior que 95% de que o Limite de Exposição
venha a ser respeitado nos outros dias de trabalho.
- NÍVEL DE CONFIANÇA ESTATÍSTICO DE 95% -
GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO
 Quando o GHE respeita o NA significa que existe
95% de confiança de que o LT será respeitado, não
sendo por tanto relevante para a Higiene Ocupacional;
 Deverá ser concentrado os esforços nos GHE’s que
ultrapassaram o NA;
 Por tanto é fundamental a definição do Grupo
Homogêneo de Exposição (GHE) baseada na
caracterização básica do ambiente.
GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO
A caracterização básica do ambiente
através do conhecimento de:
O ambiente (matérias primas, sub-
prodtudos, produtos acabados e rejeitos);
Os expostos (funções desempenhadas,
atividades e tarefas);
Os agentes (efeitos, limite de exposição,
características fisico-químicas);
GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO
 Pontos básicos para a determinação dos GHE:
 INICIE PELA FUNÇÃO (Numa mesma função é de se esperar que as
atividades sejam essencialmente iguais);
 TENHA ATENÇÃO COM OS DESVIOS DE FUNÇÃO (Não se prenda ao
cargo, mas sim nas atividades desenvolvidas);
 FAÇA UMA BOA ENTREVISTA COM OS TRABALHADORES
(Complemente com a supervisão);
 TENHA ATENÇÃO QUANTO AS VARIANTES ENTRE TURNOS (Operações
podem variar);
 LOCAL, FUNÇÕES E ATIVIDADES;
 UM GRUPO HOMOGENEO É ESTATÍSTICO, NÃO SENDO IDÊNTICA PARA
OS TRABALHADORES, PERMITINDO VARIEDADES NORMAIS.
GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO
 Os Grupo Homogêneos de Exposição são obtidos
através de:
Observação de campo
Conhecimento do processo
Atividades desenvolvidas
Estudo dos agentes
Experiência do profissional
 Por tanto determinamos com GHE a identificação de
todos os trabalhadores que estão expostos a um
determinado agente, com o mesmo tempo de
exposição e o mesmo potencial de dano.
GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO
Grupo de trabalhadores com o mesmo
perfil de exposição devido à semelhança
e freqüência das tarefas que executam,
materiais e processos com os quais
trabalham e a semelhança na forma
de executarem suas tarefas.
John Mulhausen Ph.D - CIH Presidente do
Comitê de Avaliação da AIHA
GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO
GHE Cargo
Função
Materiais
Processo
Agente Atividades
103
• Auxiliares de produção
•Conferencistas
Embalagem Caixas
Tinta identificadora
• Físico (Ruído)
• Químico (MEK)
• Embalam produtos
acabados
Departamento: Produção A
Setor: Acabamento
Um único trabalhador pode pertencer a vários GHE ?
Como classificar GHEs de trabalhadores expostos a
diversos riscos?
E se você não consegui encontrá-los?
GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO
EXPOSTO DE MAIOR RISCO (EMR)
 É o trabalhador de um GHE que o avaliador julga
possuir a maior exposição relativa em seu grupo;
De acordo com o Manual de Amostragem da NIOSH,
para o colaborador ser considerado o EMR, deverá
possuir uma ou mais das seguintes características:
 Exercer suas atividades mais próximo da fonte do agente;
 Exercer suas atividades em região do ambiente onde ocorre maior
concentração ou intensidade aparente do agente.
GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO
N n
8 7
9 8
10 9
11 - 12 10
13 - 14 11
15 - 17 12
18 - 20 13
21 – 24 14
25 – 29 15
30 - 37 16
38 - 49 17
50 18
 Se a identificação dos EMR não for tão fácil
apenas por observação, devem ser
observadas as seguintes formas
estatísticas:
 Anexo B, da NHO-08 (Procedimento para
obtenção de um grupo de exposição
similar);
 Quadro I da NR -22, conforme disposto do
subitem 22.17.1;
 Segue ao lado, número de trabalhadores a
serem amostrados em função do número de
trabalhadores do GHE:
GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO
Caso não seja possível aplicar os conceitos
estatísticos, devido a dificuldade de
observação, inicie um estudo amostral do
grupo, a partir de um “baseline” determinado
pela NIOSH;
Baseline: Conjunto de especificações ou produtos de trabalho que
foram formalmenterevisados e sobre os quais foi feito um acordo,
que serve como base para desenvolvimento posterior e que pode ser
modificado somente através dos procedimentos de controle de
mudanças. Três são os motivos para criação de uma baseline:
reprodutibilidade, rastreabilidade e elaboração de relatórios.
GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO
 Sendo assim a NIOSH determina de 06 a 10 amostras
por GHE, efetuando se conseqüentemente a Média
Geométrica (MG) das Médias Ponderadas no Tempo
(MPT) do mesmo:
MPT = (T1 x C1) + (T2 x C2) + ... + (Tn x Cn)
Tt
MG = 2√ MPT1 x MPT2 x ...... X MPTn
EXEMPLO
MPTtrab 1 = (3 ppm x 4 h) + (6,8 ppm x 6 h)
4 + 6 h
MPTtrab 1 = 5,28 ppm
MPTtrab2 = (12 ppm x 4 h) + (8 ppm x 6 h)
4 + 6 h
MPTtrab 2 = 9,6 ppm
MG = √ 5,28 x 9,6
MG = 7,12 ppm
2
EXEMPLO
FONTE GERADORA
A fonte geradora pode ser
representada por um equipamento,
ferramenta, máquina, local ou
condições do ambiente de
trabalho.Normalmente é o “nome” ao
qual correlacionamos o agente
específico.
TEMPO DE EXPOSIÇÃO
 A quantidade de tempo na qual um determinado GHE
fica exposto a um agente qualquer, é denominado
tempo de exposição.
 Eventual - Exposição ao agente com tempo inferior a
30 (trinta) minutos do total da jornada de trabalho.
 Intermitente - Exposição diária, com tempo entre 30
(trinta) minutos e 06 (seis) horas do total da jornada de
trabalho.
 Permanente - Exposição diária com tempo superior a
06 (seis) horas da jornada.
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM
Avaliação Qualitativa
 Constatação do agente em vistoria no local de
trabalho.
Avaliação Quantitativa
 Mensuração do agente por meio de avaliação
ambiental quantitativa. Entende-se por avaliação
quantitativa, o levantamento ambiental com registros
dos dados medidos com equipamentos específicos.
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM
Medição, simples de medir, não assegura
certeza da situação de exposição;
A avaliação apenas, nos fornecerá uma valor
isolado;
É o conhecimento adequado da exposição
dos trabalhadores, através da estratégia de
amostragem que configurará um valor
concreto para o avaliador;
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM
Processo de conhecimento da exposição
que se inicia com uma adequada
abordagem do ambiente:
Processos;
Expostos;
Agentes;
Funções;
Atividades;
Locais.
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM
 As avaliações devem ser realizadas em horário
normal em situações típicas de trabalho.
 As avaliações serão realizadas com a pior situação de
cada Grupo Homogêneo de Exposição.
 Verificação das condições climáticas.
 Verificação dos procedimentos de amostragem e
equipamentos.
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM
 Ruído (contínuo ou intermitente) - Avaliação Pontual (Utilização
de Medidor de Pressão Sonora) e Avaliação com Média
Ponderada (Utilização de Audiodosimetro);
 Ruído de impacto - Avaliação Pontual (Utilização de Medidor de
Pressão Sonora);
 Vibrações - Avaliação Pontual (Utilização de Acelerômetro);
 Calor - Avaliação Pontual (Utilização de Termômetro de Globo )
 Frio - Avaliação Pontual (Utilização de Termômetro de Bulbo
Seco);
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM
 Radiações ionizantes - Avaliação Pontual (Utilização
de medidor Geiger) e Avaliação com Média Ponderada
(Utilização de Dosímetros);
 Pressões anormais , Umidade, Radiações não
ionizantes, Infra-som e Ultra-som - Avaliação
Qualitativa;
 Agentes químicos - Avaliação Quantitativa (Dissorções
ativas e passivas), Avaliação Pontual (Leitura
Instantânea) e Avaliação Qualitativa;
 Agentes Biológicos - Avaliação Qualitativa.

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Higiene do trabalho

  • 1. HIGIENE DO TRABALHO 1) HISTÓRICO 2) DEFINIÇÃO 3) CONCEITOS BÁSICOS Professor: Victor Costa – Engenheiro de Segurança do Trabalho E-mail: victor.costasst@gmail.com
  • 2. HISTÓRICO  Desde antigüidade o trabalho já era visto como um fator gerador e modificador das condições de viver, adoecer e morrer dos homens;  Em 1700, Bernardino Ramazzini, médico considerado o “Pai da Medicina do Trabalho”, estabeleceria definitivamente a relação entre saúde e trabalho em seu livro “De Morbis Artificum Diatriba”, que estudava as doenças relacionadas com cerca de 50 diferentes profissões;  A expansão e consolidação do modelo iniciado com a revolução industrial e com a transnacionalização da economia, faz surgir a necessidade de medidas e parâmetros comuns, como regulamentação e organização do processo de trabalho, que uniformizassem os países produtores de bens industrializados.
  • 3. HISTÓRICO  1760 – Como previa Ramazinni, o assunto ficou esquecido por décadas e só voltaria a ganhar importância com o impacto da revolução industrial após 1760 na Europa, que se caracterizou basicamente com o advento da máquina à vapor, com artesãos perdendo o controle dos meios de produção, especialmente no setor de fiação e tecelagem;  1833 – Como as condições de trabalho ainda se mostravam péssimas, provocando intensos debates, o Parlamento Britânico promulgou o “Factory Act” , considerada a primeira norma eficiente no campo da proteção do trabalhador; e fixava a idade mínima de 09 anos para o trabalho, estabelecia o limite de 12 horas por dia e 69 por semana, proibia o trabalho noturno para menores de 18 anos e, exigia a realização de exames médicos de todas as crianças trabalhadoras. Consideravam evitáveis doenças como: “cólica do pintor”(absrorção de chumbo das tintas e que provocava cãimbras e dores abdominais); “tísicas”( mineiros que inalavam poeira de sílica e se enfraqueciam seriamente – silicose); “tremedeira dos chapeleiros”( exposição a vapores de mecúrio de nitrato usado nas atividades).
  • 4. HISTÓRICO  1884 – Primeiras leis de acidente de trabalho surgidas na Alemanha;  1897 – É criada a “Factory Inspectorate”, órgão do Ministério do Trabalho da Inglaterra para realizar exames médicos admissionais e periódicos, e notificar e investigar caos de doenças ocupacionais;  1919 – OIT – Organização Internacional do Trabalho – criado pelo Tratado de Versalhes – deu força às normas sobre proteção à saúde e integridade física do trabalhador, contribuindo na prevenção de acidentes e doenças do trabalho; No Brasil surge a a lei de Acidente de Trabalho;  1934 – É criada a Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho, que transformou-se, ao longo dos anos em serviço, Divisão, Departamento, e posteriormente, na atual Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SST/TEM);
  • 5. HISTÓRICO 1943 – Consolidação das Leis Trabalhistas Título original: Segurança e higiene do trabalho – previa: Higiene do trabalho ⇒ atividades que deveriam desenvolver e manter condições salubres de trabalho, ou seja, que não comprometessem a saúde dos trabalhadores; Segurança do trabalho ⇒ atividades destinadas a desenvolver e manter condições seguras contra acidentes do trabalho.
  • 6. HISTÓRICO 1944 – Decreto lei No 7036 (Reforma da lei de acidentes do trabalho) Dar mais entendimento à matéria e: agilizar a implementação dos dispositivos da CLT referentes à segurança e higiene do trabalho; garantir “assistência médica, hospitalar e farmacêutica” aos acidentados; garantir indenizações pelas conseqüências pessoais dos acidentes.
  • 7. HISTÓRICO 1967 – Lei No 5316 de 1967 (Separação das matérias: higiene e segurança do trabalho + assistência previdenciárias às vítimas de acidentes). Integrou o seguro de acidentes do trabalho à previdência social. 1946 – a higiene e segurança do trabalho foram elevadas à hierarquia constitucional (art. 154, VIII); 1977 – Lei No 6514, regulamentada pela Portaria No 3214/78 – nova redação ao Capítulo V da CLT, colaborando com as exigências prevencionistas.
  • 8. INTRODUÇÃO HIGIENE NO TRABALHO É um conjunto de normas e procedimentos que visa à proteção da integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas.
  • 9. INTRODUÇÃO SEGURANÇA NO TRABALHO É o conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, seja pela eliminação de condições inseguras do ambiente, seja pela instrução ou pelo convencimento das pessoas para a implementação de práticas preventivas.
  • 10. INTRODUÇÃO HIGIENE X SEGURANÇA NO TRABALHO  A saúde e segurança dos empregados constituem uma das principais bases para a preservação da força de trabalho adequada. De modo genérico, higiene e segurança do trabalho constituem duas atividades intimamente relacionadas, no sentido de garantir condições pessoais e materiais de trabalho capazes de manter certo nível de saúde dos empregados.
  • 11. INTRODUÇÃO SEGURANÇA DO TRABALHO  É a ciência que atua na prevenção dos acidentes do trabalho decorrentes dos fatores de risco operacionais;  Legalmente – é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte ou a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade do trabalhador;  Nos locais de trabalho, existem inúmeras situações de riscos possíveis de provocar acidentes do trabalho. Dessa forma, a análise de fatores de risco em todas as tarefas e nas operações do processo é fundamental para a prevenção.
  • 12. INTRODUÇÃO HIGIENE OCUPACIONAL A definição do estudo do ambiente de trabalho e a prevenção das doenças dele originadas são objetos da higiene ocupacional, higiene industrial e higiene do trabalho. O termo HIGIENE OCUPACIONAL foi preferido internacionalmente para definir o campo de atuação.
  • 13. INTRODUÇÃO É a ciência que atua no campo da saúde ocupacional, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos físicos, químicos e biológicos originados nos locais de trabalho e passíveis de produzir danos à saúde dos trabalhadores,observando-se também o impacto ao meio ambiente.
  • 14. INTRODUÇÃO  AIHA: American Industrial Hygiene Association – é a “ciência que trata da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos originados nos locais de trabalho e que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, tendo em vista também o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente”.  ACGIH: American Conference of Governmental Industrial Hygienists – é a “ciência e arte do reconhecimento, avaliação e controle de fatores ou tensões ambientais originados do, ou no, local de trabalho e que podem causar doenças, prejuízos para a saúde e bem-estar, desconforto e ineficiência significativos entre os trabalhadores ou entre os cidadãos da comunidade”.
  • 15. INTRODUÇÃO SEGURANÇA DO TRABALHO  Fatores de risco:  eletricidade, máquinas e equipamentos, incêndios,armazenamento e transporte de materiais, manuseio de produtos perigosos, ferramentas manuais,... HIGIENE OCUPACIONAL  Riscos físicos: ruído, calor, vibração, radiação ionizante, radiação não ionizante, frio...  Riscos químicos: gases, vapores, poeira, fumos,névoas, neblinas...  Agentes biológicos: bactérias, fungos...
  • 16. DEFINIÇÕES  O desenvolvimento da Higiene Ocupacional conduz ao surgimento de um profissional especializado, com fundamentos apropriados para desenvolver as seguintes habilidades:  Reconhecer os fatores ambientais relacionados aos processos do trabalho e compreender os seus efeitos no organismo dos trabalhadores e no seu bem-estar;  Avaliar a magnitude desses fatores ambientais, interpretando os resultados das medições representativas das exposisções;  Escolher os meios para eliminar, controlar ou reduzir os riscos ambientais, a fim de atenuar os seus efeitos a níveis compatíveis com a preservação da saúde, do bem- estar e conforto.
  • 17. DEFINIÇÕES Consideram-se riscos ambientais os agentes, físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho.Que em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
  • 18. FASES DA HIGIENE OCUPACIONAL  Identificação dos riscos e definição das prioridades:  analisar as diferentes operações e processos para identificar a presença de agentes físicos, químicos, biológicos e/ou ergonômicos que possam prejudicar a saúde do trabalhador, estimando o grau de potencial de risco;  de acordo com as informações acima definir as prioridades de monitoramento e controle ambiental necessário;  avaliar do ponto de vista da higiene industrial, novos processos e modificações de equipamentos e processos, visando o adequado controle dos potenciais de exposição.
  • 19. FASES DA HIGIENE OCUPACIONAL  Avaliações das exposições:  estabelecer planos de monitoramento para avaliar quantitativamente as fontes potenciais de exposição e a eficiências das medidas de controle implementadas;  o plano de monitoramento deve incorporar uma estratégia de amostragem que inclua, além dos aspectos técnicos, a relação custo X benefício dos dados de exposição que serão obtidos;  paralelamente devem ser estabelecidos procedimentos que assegurem a qualidade dos dados obtidos, tanto referente à amostragem quanto ás análises químicas;  trabalhar em conjunto com a medicina ocupacional visando correlacionar os dados de exposição ambiental com os dados médicos;
  • 20. FASES DA HIGIENE OCUPACIONAL  Controle de exposição:  controles de engenharia, os mais recomendados,pois solucionam definitivamente a causa do problema;  controles administrativo e de procedimentos de trabalho (rodízios);  controle através dos equipamentos de proteção individual, apenas quando as outras opções não puderem ser aplicadas ou estiverem em vias de implementação;
  • 21. CONCEITOS BÁSICOS PARA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS DE ENGENHARIA Limite de Tolerância; Nível de Ação; Grupo Homogêneo de Exposição; Fonte Geradora; Tempo de Exposição; Estratégias de Amostragem;e, Estudos dos Agentes ambientais.
  • 22. FASES DA HIGIENE OCUPACIONAL Administração dos resultados: documentar todos os resultados e medidas de controle. Comunicação e controle: os empregados devem ser informados e treinados sobre a higiene industrial. Acompanhamento
  • 23. Entende-se por Limite de Tolerância, para fins desta norma, a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição do agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante sua vida laboral; A NR-9 prevê a utilização de outros indicadores além dos LT’s da NR-15.Fazendo referência a ACGIH como principal parâmetro. LIMITE DE TOLERÂNCIA
  • 24. NÍVEL DE AÇÃO  Valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição. As ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico;  Se o Nível de Ação foi excedido em um dia típico, existe uma probabilidade maior que 5% de que o Limite de Exposição venha a ser excedido em outros dias de trabalho;  Se o Nível de Ação foi respeitado em um dia típico, existe uma probabilidade maior que 95% de que o Limite de Exposição venha a ser respeitado nos outros dias de trabalho. - NÍVEL DE CONFIANÇA ESTATÍSTICO DE 95% -
  • 25. GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO  Quando o GHE respeita o NA significa que existe 95% de confiança de que o LT será respeitado, não sendo por tanto relevante para a Higiene Ocupacional;  Deverá ser concentrado os esforços nos GHE’s que ultrapassaram o NA;  Por tanto é fundamental a definição do Grupo Homogêneo de Exposição (GHE) baseada na caracterização básica do ambiente.
  • 26. GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO A caracterização básica do ambiente através do conhecimento de: O ambiente (matérias primas, sub- prodtudos, produtos acabados e rejeitos); Os expostos (funções desempenhadas, atividades e tarefas); Os agentes (efeitos, limite de exposição, características fisico-químicas);
  • 27. GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO  Pontos básicos para a determinação dos GHE:  INICIE PELA FUNÇÃO (Numa mesma função é de se esperar que as atividades sejam essencialmente iguais);  TENHA ATENÇÃO COM OS DESVIOS DE FUNÇÃO (Não se prenda ao cargo, mas sim nas atividades desenvolvidas);  FAÇA UMA BOA ENTREVISTA COM OS TRABALHADORES (Complemente com a supervisão);  TENHA ATENÇÃO QUANTO AS VARIANTES ENTRE TURNOS (Operações podem variar);  LOCAL, FUNÇÕES E ATIVIDADES;  UM GRUPO HOMOGENEO É ESTATÍSTICO, NÃO SENDO IDÊNTICA PARA OS TRABALHADORES, PERMITINDO VARIEDADES NORMAIS.
  • 28. GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO  Os Grupo Homogêneos de Exposição são obtidos através de: Observação de campo Conhecimento do processo Atividades desenvolvidas Estudo dos agentes Experiência do profissional  Por tanto determinamos com GHE a identificação de todos os trabalhadores que estão expostos a um determinado agente, com o mesmo tempo de exposição e o mesmo potencial de dano.
  • 29. GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO Grupo de trabalhadores com o mesmo perfil de exposição devido à semelhança e freqüência das tarefas que executam, materiais e processos com os quais trabalham e a semelhança na forma de executarem suas tarefas. John Mulhausen Ph.D - CIH Presidente do Comitê de Avaliação da AIHA
  • 30. GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO GHE Cargo Função Materiais Processo Agente Atividades 103 • Auxiliares de produção •Conferencistas Embalagem Caixas Tinta identificadora • Físico (Ruído) • Químico (MEK) • Embalam produtos acabados Departamento: Produção A Setor: Acabamento Um único trabalhador pode pertencer a vários GHE ? Como classificar GHEs de trabalhadores expostos a diversos riscos? E se você não consegui encontrá-los?
  • 31. GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO EXPOSTO DE MAIOR RISCO (EMR)  É o trabalhador de um GHE que o avaliador julga possuir a maior exposição relativa em seu grupo; De acordo com o Manual de Amostragem da NIOSH, para o colaborador ser considerado o EMR, deverá possuir uma ou mais das seguintes características:  Exercer suas atividades mais próximo da fonte do agente;  Exercer suas atividades em região do ambiente onde ocorre maior concentração ou intensidade aparente do agente.
  • 32. GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO N n 8 7 9 8 10 9 11 - 12 10 13 - 14 11 15 - 17 12 18 - 20 13 21 – 24 14 25 – 29 15 30 - 37 16 38 - 49 17 50 18  Se a identificação dos EMR não for tão fácil apenas por observação, devem ser observadas as seguintes formas estatísticas:  Anexo B, da NHO-08 (Procedimento para obtenção de um grupo de exposição similar);  Quadro I da NR -22, conforme disposto do subitem 22.17.1;  Segue ao lado, número de trabalhadores a serem amostrados em função do número de trabalhadores do GHE:
  • 33. GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO Caso não seja possível aplicar os conceitos estatísticos, devido a dificuldade de observação, inicie um estudo amostral do grupo, a partir de um “baseline” determinado pela NIOSH; Baseline: Conjunto de especificações ou produtos de trabalho que foram formalmenterevisados e sobre os quais foi feito um acordo, que serve como base para desenvolvimento posterior e que pode ser modificado somente através dos procedimentos de controle de mudanças. Três são os motivos para criação de uma baseline: reprodutibilidade, rastreabilidade e elaboração de relatórios.
  • 34. GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO  Sendo assim a NIOSH determina de 06 a 10 amostras por GHE, efetuando se conseqüentemente a Média Geométrica (MG) das Médias Ponderadas no Tempo (MPT) do mesmo: MPT = (T1 x C1) + (T2 x C2) + ... + (Tn x Cn) Tt MG = 2√ MPT1 x MPT2 x ...... X MPTn
  • 35. EXEMPLO MPTtrab 1 = (3 ppm x 4 h) + (6,8 ppm x 6 h) 4 + 6 h MPTtrab 1 = 5,28 ppm MPTtrab2 = (12 ppm x 4 h) + (8 ppm x 6 h) 4 + 6 h MPTtrab 2 = 9,6 ppm
  • 36. MG = √ 5,28 x 9,6 MG = 7,12 ppm 2 EXEMPLO
  • 37. FONTE GERADORA A fonte geradora pode ser representada por um equipamento, ferramenta, máquina, local ou condições do ambiente de trabalho.Normalmente é o “nome” ao qual correlacionamos o agente específico.
  • 38. TEMPO DE EXPOSIÇÃO  A quantidade de tempo na qual um determinado GHE fica exposto a um agente qualquer, é denominado tempo de exposição.  Eventual - Exposição ao agente com tempo inferior a 30 (trinta) minutos do total da jornada de trabalho.  Intermitente - Exposição diária, com tempo entre 30 (trinta) minutos e 06 (seis) horas do total da jornada de trabalho.  Permanente - Exposição diária com tempo superior a 06 (seis) horas da jornada.
  • 39. ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM Avaliação Qualitativa  Constatação do agente em vistoria no local de trabalho. Avaliação Quantitativa  Mensuração do agente por meio de avaliação ambiental quantitativa. Entende-se por avaliação quantitativa, o levantamento ambiental com registros dos dados medidos com equipamentos específicos.
  • 40. ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM Medição, simples de medir, não assegura certeza da situação de exposição; A avaliação apenas, nos fornecerá uma valor isolado; É o conhecimento adequado da exposição dos trabalhadores, através da estratégia de amostragem que configurará um valor concreto para o avaliador;
  • 41. ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM Processo de conhecimento da exposição que se inicia com uma adequada abordagem do ambiente: Processos; Expostos; Agentes; Funções; Atividades; Locais.
  • 42. ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM  As avaliações devem ser realizadas em horário normal em situações típicas de trabalho.  As avaliações serão realizadas com a pior situação de cada Grupo Homogêneo de Exposição.  Verificação das condições climáticas.  Verificação dos procedimentos de amostragem e equipamentos.
  • 43. ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM  Ruído (contínuo ou intermitente) - Avaliação Pontual (Utilização de Medidor de Pressão Sonora) e Avaliação com Média Ponderada (Utilização de Audiodosimetro);  Ruído de impacto - Avaliação Pontual (Utilização de Medidor de Pressão Sonora);  Vibrações - Avaliação Pontual (Utilização de Acelerômetro);  Calor - Avaliação Pontual (Utilização de Termômetro de Globo )  Frio - Avaliação Pontual (Utilização de Termômetro de Bulbo Seco);
  • 44. ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM  Radiações ionizantes - Avaliação Pontual (Utilização de medidor Geiger) e Avaliação com Média Ponderada (Utilização de Dosímetros);  Pressões anormais , Umidade, Radiações não ionizantes, Infra-som e Ultra-som - Avaliação Qualitativa;  Agentes químicos - Avaliação Quantitativa (Dissorções ativas e passivas), Avaliação Pontual (Leitura Instantânea) e Avaliação Qualitativa;  Agentes Biológicos - Avaliação Qualitativa.