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UNIVERSIDADE FEDERAL DO
VALE DO SÃO FRANCISCO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA
Victor Fonsêca de Araújo
Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função
do volume de calda
Petrolina - PE
2015
Victor Fonsêca de Araújo
Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função
do volume de calda
Petrolina - PE
2015
Trabalho apresentado a Universidade
Federal do Vale do São Francisco –
UNIVASF, Campus Ciências Agrárias,
como requisito da obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Agronômica.
Orientador: Prof. Dr. Jerônimo
Constantino Borel.
Araújo, Victor Fonsêca
A658e Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em
função do volume de calda / Victor Fonsêca de Araújo. -- Petrolina,
2015.
X; 34 f. : il. ; 29 cm.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia
Agronômica) - Universidade Federal do Vale do São Francisco,
Ciências Agrárias, Petrolina, 2015.
Orientador: Prof. Dr. Jerônimo Constantino Borel
1. Controle de Cyperus rotundus L. 2. Glifosato. 3. Volume de
calda. I. Título. II. Universidade Federal do Vale do São Francisco
CDD 668.654
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Maria dos Anjos e Jefferson José
pela condução ao caminho do bem e
ensinamentos transmitidos. Também pelo apoio e
incentivo ao longo de toda a vida.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho não é apenas fruto de conhecimento técnico, mas, sobretudo, foi
possibilitado graças ao apoio de muitas pessoas. Por isso, agradeço primeiramente a
Deus pelo dom da vida.
A minha companheira, amiga e amada namorada Ayla Ribeiro Soares. Pelos
momentos felizes que me proporciona, pelo incentivo nas conquistas, por me
fortalecer a cada derrota, pela paciência na minha ausência, por ter vivido e me
ajudado nas mais diversas dificuldades, pela pessoa especial que é e por me fazer
perceber a beleza na simplicidade das coisas.
Aos meus amigos de graduação, pela parceria e válido suor derramado em
várias conquistas em busca do aprendizado. Entre os muitos, agradeço em especial
a Carlos Roberto, Fábio Sanchez, Daniel Fagner, Toni Batista, Roberto Lustosa, Maria
Eugênia, Alana Juliete.
A cada professor do colegiado de Engenharia Agronômica pelos
conhecimentos transmitidos ao longo da graduação. Em especial, agradeço aos
professores Eliezer Saturbano, Evando Santos, Jorge Cortez e Ítalo Herbert
Cavalcante, com os quais eu tive satisfação de desenvolver atividades
extracurriculares e com isso obter conhecimentos importantes para minha formação
profissional por meio de sua orientação, empenho e sabedoria.
Ao professor Jerônimo Constantino Borel pela orientação, disponibilidade e
circunspeção durante o trabalho de conclusão de curso.
Ao Professor Daniel Mariano Leite pelas sugestões que tanto contribuíram para
o trabalho e pela sua disponibilidade.
A Nufarm pela grande oportunidade de estágio, por ter viabilizado todo o
aparato e apoio para o desenvolvimento do ensaio e também por ter me concebido
oportunidades ímpares. Em nome de Adilson Santos, um excelente profissional e
acima de tudo uma pessoa incrivelmente humana, agradeço à todos os profissionais
dessa empresa, também pela confiança e atenção dispensadas a mim.
Ao grupo Cappellaro Fruits por ceder a área para aplicação do experimento,
presteza de todo o apoio requerido e disponibilidade solicitada.
“No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade.”
Albert Einstein
RESUMO
As plantas daninhas causam interferência no cultivo ao competirem por recursos
limitados, principalmente por nutrientes, e por isso representa um importante alvo a
ser controlado afim de se alcançar melhores resultados produtivos. A tiririca (Cyperus
rotundus L.) é considerada umas das plantas daninhas mais importantes do mundo
devido a sua agressividade no modo de dispersão e por ser de difícil controle. Dessa
forma, objetivou-se com a realização deste trabalho, avaliar a eficácia do glifosato no
controle de Cyperus rotundus L. sob diferentes níveis de volumes de calda. O
experimento foi conduzido na fazenda Cappellaro Fruits que encontra-se no projeto
irrigado Senador Nilo Coelho, núcleo 08, localizado no município de Petrolina-PE.
Para o controle da tiririca foi pulverizado um total de 1890g do equivalente ácido de
glifosato por hectare (3,5 L ha-1 do Crucial®), sendo aplicado por meio de um
pulverizador costal pressurizado a CO2, sendo a avaliação do controle realizada pelo
método visual. O delineamento experimental utilizado foi o de Blocos Casualizados,
com seis tratamentos e quarto repetições. Cada unidade experimental constou de 1,2
x 6 m de comprimento. O fator em estudo foi o volume de calda para pulverização,
dessa forma, os tratamentos foram compostos por: (T1) - Testemunha (ausência de
aplicação); (T2) - 150 L ha-1; (T3) - 200 L ha-1; (T4) - 300 L ha-1; (T5) - 400 L ha-1; (T6) -
500 L ha-1. Os dados de eficácia dos tratamentos foram submetidos à análise de
variância e à análise de regressão a 5% de significância pelo teste de F. Na
comparação das médias, quando significativas, foi aplicado o teste de Scott-Knott a
5% de probabilidade. Houve uma relação inversa entre o aumento do volume de calda
e o controle, em que os tratamentos de 150 L ha-1 e 200 L ha-1 proporcionaram as
melhores porcentagem de controle, havendo um incremento significativo até os 21
dias após a aplicação dos tratamentos. Dessa forma, o volume de 150 L ha-1 mostrou
ser o mais adequado tanto pelos bons resultados de controle proporcionados como
também por propiciar uma maior capacidade operacional à pulverização.
Palavras Chave: Herbicida. Tecnologia de aplicação. Tiririca.
ABSTRACT
Weeds generate interferences in the farming system by competition for limited
resources, especially nutrients, and therefore are an important target to be controlled
in order to achieve better productive results. The nutsedge (Cyperus rotundus L.) is
considered one of the most important weeds in the world due to its aggressiveness in
the scatter mode and difficult control. Thus, the aim of this study was to evaluate the
efficacy of glyphosate in the control of Cyperus rotundus L. under different spray
volumes. The experiment was conducted at Cappellaro Fruits farm situated in the
irrigated project Senator Nilo Coelho, Nº 08, located in Petrolina. To control of
nutsedge was sprayed a total of 1890g of glyphosate acid equivalent per hectare (3.5
L ha-1 Crucial®) being sprayed using the help of knapsack sprayer at constant pressure
by CO2, and the control evaluation was performed by visual method. The experimental
design was a randomized blocks with four replications and six treatments. Each
experimental unit measured 1.2 mx 6 m in length. The studied factor was the volume
of glyphosate sprayed, thus, the treatments were: (T1) - Witness (no application); (T2)
- 150 L ha-1; (T3) - 200 L ha-1; (T4) - 300 L ha-1; (T5) - 400 L ha-1; (6T) - 500 L ha-1.
Efficacy data of the treatments were subjected to regression analysis and analysis of
variance at 5% significance test by F. When comparing the means of effects, when
significant, the Scott-Knott test was applied to 5% probability. The results showed an
inverse relationship between increasing the amount of glyphosate and control, which
treatments at 150 L ha-1 to 200 L ha-1 provided the best percentage of control, with a
significant increase until 21 days after the application of treatments. Thus, the volume
of 150 L ha-1 was the most suitable for the good results of control provided, as well as,
by providing greater operational capacity to spraying.
Key Words: Herbicides. Spraying Technology. Nutsedge.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................11
2. OBJETIVO..........................................................................................................12
3. REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................12
3.1. Panorama da fruticultura no Vale do São Francisco.......................................12
3.2. Interferência das plantas daninhas na fruticultura...........................................13
3.3. Manejo integrado de plantas daninhas na fruticultura.....................................14
3.3.1. Uso do herbicida Glifosato........................................................................15
3.4. Controle de Cyperus rotundus L. ....................................................................16
3.5. Fatores que influenciam a tecnologia de aplicação de herbicidas ..................18
4. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................21
4.1. Local do ensaio...............................................................................................21
4.2. Delineamento experimental ............................................................................21
4.3. Implantação do experimento...........................................................................21
4.4. Desenvolvimento do experimento...................................................................22
4.5. Variável analisada...........................................................................................24
4.6. Análise estatística dos dados..........................................................................24
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................................24
6. CONCLUSÃO.....................................................................................................28
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................29
8. ANEXO ...............................................................................................................34
11
1. INTRODUÇÃO
O Vale do São Francisco se destaca no cenário vitivinícola mundial, como uma
das regiões mais produtoras do Brasil (DRUMOND e ROCHA, 2011), contudo, muitos
problemas fitossanitários que acometem a videira, pode comprometer a
sustentabilidade plena da produção. As plantas daninhas são mais um importante alvo
a ser controlado afim de se alcançar melhores resultados produtivos (CARVALHO,
2014).
As plantas daninhas geram interferência no sistema por meio da própria
competição entre os recursos limitados, alelopatia e hospedagem de pragas e agentes
fitopatogênicos que atacam a cultura de interesse. E dessa maneira, implicam na
redução da produtividade das culturas, como observado por Carvalho et al. (1993),
em que, ao estudar a competição entre plantas daninhas e a laranjeira, verificou
perdas na produtividade de até 76%. Cerrizuela (1965 apud KISSMANN 1997, p. 225),
mostraram que num canavial em casos de alta infestação com tiririca, há uma queda
de até 75% na colheita do colmo devido à competição e seus efeitos alelopáticos.
A tiririca (Cyperus rotundus L.) é uma planta originária da Índia e que, por ser
cosmopolita, agressiva e de difícil controle, é considerada por muitos pesquisadores
umas plantas daninhas mais danosas ao sistema produtivo (PEREIRA e MELO,
2008). Sua agressividade é atribuída ao fato de apresentar rápida propagação
vegetativa por rizomas e tubérculos, metabolismo fotossintético C4, tolerância a altas
temperaturas e produção de aleloquímicos (PASTRE, 2006). O herbicida glifosato tem
uma comprovada eficácia no controle da tiririca, agindo tanto nas manifestações
epígeas quanto no segmento de cadeia de tubérculos, proporcionando reduções
significativas de rebrotas conforme o aumento da dose (SILVA, 2009).
Os fatores que influenciam a tecnologia de aplicação devem ser rigorosamente
equalizados para que se obtenham resultados eficientes na aplicação do herbicida.
Dentre os quais, o volume de calda utilizado nessas pulverizações, pode influenciar
na eficácia do controle de plantas daninhas, como verificado por Roman (2004), onde
o ação biológica do glifosato foi influenciado pelo volume de aplicação no controle da
Brachiaria plantaginea na condições de Passo Fundo (RS).
12
2. OBJETIVO
Objetivou-se avaliar a eficácia do glifosato sob diferentes volumes de calda no
controle de Cyperus rotundus L. nas condições do Vale do São Francisco.
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. Panorama da fruticultura no Vale do São Francisco
O mundo todo produz anualmente mais de 800 milhões de toneladas de frutas.
O Brasil ocupa o terceiro colocado no ranking das principais nações produtoras,
estando atrás apenas da China e da Índia, respectivamente, e exporta menos de 3%
da produção nacional (SANTOS et al., 2013). Em 2014, em negócios com o exterior,
o setor frutícola obteve US$ 3,2 bilhões, o que representa 3,2% da balança comercial
do agronegócio, que foi de US$ 96,7 bilhões (SANTOS et al., 2014).
O Nordeste brasileiro, com destaque para o Semiárido, onde localiza-se a
região do Submédio do Vale do São Francisco (maior polo frutícola do país),
representada principalmente pelas cidades Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), possui
condições de clima adequada ao bom desenvolvimento da fruticultura, apresentando
baixas precipitação pluviométrica e umidade relativa do ar e 2.800 horas anuais de
insolação, que, aliadas à disponibilidade de recursos hídricos, favorecem o bom
desempenho da fruticultura irrigada, gerando frutos de excelente qualidade durante o
ano inteiro. As condições edafoclimáticas favoráveis, associadas à tecnologia da
indução floral, possibilitam à fruticultura nordestina a obtenção de mais de uma
colheita por ano, favorecendo a comercialização de frutas nas janelas de mercado,
quando são praticados os melhores preços. Dentre as frutas que se tem utilizado
dessa tecnologia, destacam-se a manga e a uva, mas há também na região o cultivo
expressivo de goiaba, coco, melão, cebola, melancia, acerola, maracujá e banana
(CARVALHO, 2009).
A principal atividade frutícola no Vale do rio São Francisco é a produção de uva
e manga. Esse cultivo ocupa mais de 35 mil hectares em área plantada, exportando
grande parte dessa produção durante o ano. Em 2014, a manga do Vale respondeu
por 85% das 122,2 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil aos Estados Unidos
e União Europeia, o que a tornou a segunda fruta mais exportada em volume e a
primeira em receita. Já o mercado da uva, vem sofrendo modificações.
13
Nos últimos anos, produtores de uva do Vale do São Francisco têm aumentado
a quantidade da fruta destinada ao mercado brasileiro devido aos bons preços
praticados, resultado do aumento da classe média, e pelo enfraquecimento da
economia e desvalorização da moeda dos principais importadores da uva brasileira.
Atualmente, a fruta da região do Vale já chega ao País inteiro, inclusive à região Norte,
onde a logística ainda é bastante precária (ZAGATI e BRAGA, 2013). Além das uvas
de mesa, o mercado da uva também abrange a produção de suco concentrado, vinhos
e espumantes.
3.2. Interferência das plantas daninhas na fruticultura
Entende-se por interferência a soma de pressões que a cultura sofre em virtude
da convivência com as plantas daninhas, por certo período e em determinadas
condições de clima, solo e manejo. O grau de interferência entre plantas cultivadas e
comunidades infestantes depende das manifestações de fatores ligados a
comunidade infestante (composição específica, densidade e distribuição), da própria
cultura (espécie ou variedade, espaçamento e densidade de plantio) e da época e
extensão da convivência (SILVA e SILVA, 2007).
A competição é a principal forma de pressão direta pelos fatores limitados num
ecossistema comum. Os recursos que estão mais frequentemente sujeitos a
competição são a luz, espaço e principalmente, água e nutrientes minerais essenciais.
De acordo com Durigan e Timossi (2002), a não realização do controle satisfatório de
plantas daninhas em épocas iniciais do ciclo de plantas cítricas, acarreta em
significativos prejuízos na absorção de nutrientes que promovem a completa formação
e maturação dos frutos, assim como o decréscimo hídrico no solo. Silva e Ronchi
(2003), ao avaliar a competição entre diversas espécies de plantas daninhas e plantas
de café, observaram umas das suas caraterísticas gerais, que é a capacidade muito
superior de extração e acúmulo de nutrientes pelas espécies invasoras, em relação
as plantas cultivadas, causando déficit na taxa de absorção dos nutrientes pela planta
de interesse econômico.
Certas espécies interferem alelopaticamente sobre as plantas cultivadas,
causando sérios prejuízos ao seu crescimento, desenvolvimento e produtividade
(OLIVEIRA JUNIOR, 2011). A exemplo da tiririca (Cyperus rotundus), que, segundo
Andrade et al. (2009), interferiu na germinação de sementes, no crescimento e
14
desenvolvimento da parte aérea e radicular, de várias oleráceas como o rabanete,
alface, tomate, couve-flor, brócolis, mostarda e repolho. Rice (1974), define alelopatia
como o efeito prejudicial de uma planta sobre outra através da produção de compostos
químicos liberados ao ambiente. Outros danos diretos ocasionados pelas plantas
daninhas são a redução na qualidade do produto comercial; a possibilidade da não
certificação de campos de sementes e mudas em torrão, como é o caso de mudas
cítricas produzidas em viveiro infestado com tiririca e o parasitismo em plantas
cultivadas (SILVA e SILVA, 2007).
O principal dano indireto ocasionado pelas plantas daninhas é na ocasião em
que servem de hospedeiras alternativas de organismos nocivos a espécies vegetais
cultivadas, servindo como fonte de inóculo de doenças, ou também como abrigo para
insetos praga que em certos casos, podem ser vetores de severas doenças. Ronchi
et al. (2008) identificaram várias espécies, podendo ser citadas a Commelina
benghalensis e a Solanum americanum como plantas daninhas hospedeiras de
vetores importantes de vírus, principalmente o denominado mancha anelar, que
acomete o mamoeiro. É também percebida a interferência indireta de plantas
espontâneas no momento de determinados tratos culturais e da colheita mecanizada,
ao reduzir a eficiência da máquina, e manual, por dificultar a entrada do trabalhador
na área e até mesmo por poder abrigar animais peçonhentos.
3.3. Manejo integrado de plantas daninhas na fruticultura
O controle das plantas daninhas consiste em suprimir o crescimento e/ou
reduzir o número de plantas até níveis aceitáveis para convivência, de modo que estas
não causem prejuízos para a cultura. As possibilidades de controle de plantas
daninhas incluem os métodos preventivo, cultural, físico, mecânico, biológico e
químico (CARVALHO, 2014).
O controle preventivo objetiva a redução da infestação do banco de
dissemínulos na área, principalmente por meio da aquisição de sementes e mudas
certificadas, que garantem a pureza do material, assim como a utilização de esterco
curtido e a realização da limpeza das máquinas (MAIA e CAMARGO, 2012). O
controle mecânico consiste na eliminação das plantas daninhas por meio do efeito
físico, com uso de equipamentos como a enxada, o cultivador e a roçadeira. É o
método mais utilizado para manejar a vegetação da entre linha em pomares. Já o
15
controle físico, prima pelo uso de alguma prática que exerça influência física sobre as
plantas daninhas, destacando-se a cobertura morta, bastante utilizada na linha de
plantio (VARGAS e OLIVEIRA, 2002). O método de controle químico baseia-se no uso
de produtos químicos (herbicidas) visando matar as plantas daninhas. É o método
mais difundido e sua aceitação decorre por: apresentar menor dependência de mão
de obra, que é cada vez mais cara e difícil de ser encontrada; ser rápido, prático e
eficiente; apresentar controle eficiente, mesmo em épocas chuvosas; poder ser usado
com eficiência mesmo na linha de plantio, sem danificar o sistema radicular da cultura
e poder controlar plantas daninhas de reprodução vegetativa (SILVA e SILVA, 2007).
Na cultura da videira, 29 herbicidas estão registrados junto ao Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA (Anexo). No entanto, esses herbicidas
pertencem a apenas quatro mecanismos de ação, sendo que nenhum deles é
totalmente seletivo para a cultura. Dessa forma, há limitação da rotação de herbicidas
com mecanismos de ação distintos, o que pode gerar problemas de manejo em
relação à seleção de flora tolerante ou mesmo resistente aos produtos (AGROFIT,
2015). Isso reforça a importância do manejo integrado de plantas daninhas.
Em outros países, além desses herbicidas registrados no Brasil, produtos como
flumioxazin, isoxaben, napropamide, norflurazon, oryzalin, oxyfluorfen, pendimethalin,
pronamide, rimsulfuron, trifluralin, carfentrazone, clethodim, diquat, fluazifop e
sethoxydim também são utilizados de maneira eficaz no controle das plantas daninhas
em videiras. No Brasil, a maioria dessas moléculas herbicidas é registrado para uso
em outras culturas (CARVALHO, 2014).
3.3.1. Uso do herbicida Glifosato
O glifosato é um herbicida pós-emergente, pertencente ao grupo químico das
glicinas substituídas, classificado como não-seletivo e de ação sistêmica. Apresenta
largo espectro de ação, o que possibilita um excelente controle de plantas daninhas
anuais ou perenes, tanto de folhas largas como estreitas (YAMADA e CASTRO,
2004).
O glifosato atua como inibidor da atividade da 5-enolpiruvilshiquimato-3-fosfato
sintase (EPSPS), que é catalisadora de uma das reações de síntese dos aminoácidos
aromáticos fenilalanina, tirosina e triptofano. E influencia também outros processos,
16
como a inibição da síntese de clorofila, estimula a produção de etileno, reduz a síntese
de proteínas e a concentração da auxina (IAA) (GALLI e MONTEZUMA, 2005).
Quanto à absorção pela planta, o glifosato é absorvido basicamente pela região
clorofilada (folhas e tecidos verdes) e translocado, preferencialmente pelo floema,
para os tecidos meristemáticos. Os sintomas comuns observados após a aplicação
de glifosato são clorose foliar seguida de necrose. Mas outros sintomas podem ainda
ser identificados como o enrugamento ou mal formações (especialmente nas áreas
de rebrotamento) e necrose de meristema e também de rizomas e estolões de plantas
perenes (YAMADA e CASTRO, 2007). A molécula de glifosato é praticamente imóvel
no solo, por apresentar rápida e alta taxa de adsorção com os coloides e matéria
orgânica do solo (PRATA et al., 2002).
São escassos os trabalhos que tratam sobre o controle químico de plantas
daninhas na fruticultura, sendo necessário, muitas vezes, extrapolar resultados
obtidos de um cultura para outra, mesmo sem a devida precisão dessa prática.
Experimentos conduzidos por Carvalho et al. (2002, 2003), em quatro regiões
do estado de São Paulo, tiveram por objetivo estudar o manejo de plantas daninhas
com glifosato aplicado na linha da cultura de citros, associado ou não ao plantio direto
de várias coberturas nas entrelinhas. Essas áreas foram conduzidas por um período
de 2 a 5 anos e os resultados médios obtidos mostraram que as melhores
produtividades foram obtidas quando se utilizou o plantio de leguminosas (feijão de
porco, Canavalia ensiformis) como cobertura, seguido pelo tratamento com aplicações
de glifosato, nas doses de 1 080 g do Equivalente Ácido (E.A.) ha-1 e 540 g E.A. ha-1,
respectivamente, na linha e entrelinha, fazendo com que o pomar atingisse
produtividade de 41,1 t ha-1 (GALLI e MONTEZUMA, 2005).
3.4. Controle de Cyperus rotundus L.
Originária da Índia, a tiririca é umas das espécies vegetais com maior amplitude
de distribuição no mundo, estando presente em todos os países tropicais e
subtropicais e em muitos de clima temperado. No Brasil, ocorre praticamente em toda
extensão territorial, podendo atingir entre 15 e 50 cm de comprimento e densidade em
torno de 2000 brotações epígeas por m². Seus prejuízos podem acarretar, uma
redução média de 40% na produção (PASTRE, 2006).
17
Moreira e Bragança (2011) definem a tiririca como uma espécie herbácea
perene que apresenta caules do tipo bulbo e rizoma longo. Folhas da base da planta
em número de 3 a 5, pouco menores que o eixo da inflorescência, todas lineares. Com
o eixo principal da inflorescência de forma triangular, contendo em seu ápice 3
brácteas, mais longas que os eixos secundários e semelhantes às folhas basais, uma
delas destacando-se pelo seu comprimento. Possui inflorescência do tipo espiga
lanceolada, apresentando coloração vermelho-ferrugínea. As flores mostram-se
aglomeradas nas espigas, não vistosas, desprovidas de perianto, gineceu
gamocarpelar com estilete trífido, androceu com três estames e fruto do tipo núcula.
Os tubérculos e bulbos basais constituem-se no principal local do crescimento
vegetativo prolífico porque contêm as gemas para folhas, rizomas, raízes e haste
floral.
Propaga-se principalmente por meio de tubérculos e engrossamentos dos
rizomas, os quais contêm gemas, e através de sementes. A dispersão por meio de
sementes é pouco significativa, já que apenas 5% delas são viáveis. Quando os
rizomas são rompidos ou quando ocorre movimentação do solo causando corte nos
rizomas, as gemas adicionais são estimuladas, causando o alastramento da invasora.
A disseminação dessa planta se dá na sua totalidade, por ação antrópica, através do
uso de matéria orgânica e máquinas e equipamentos contaminados com propágulos
da tiririca (PEREIRA e MELO, 2008).
Pelo intenso desenvolvimento de cadeias de pseudo-tubérculos no solo
formam-se clones de considerável tamanho. Dos bulbos basais e tubérculos de tiririca
formam-se extensos sistemas de rizomas que se desenvolvem horizontalmente e
verticalmente que podem se aprofundar até 40 cm. Os rizomas em si não tem gemas,
mas de espaço a espaço ocorre uma hipertrofia, semelhante a um tubérculo, no qual
ocorrem gemas. Durante os primeiros meses de formação das plantas, o sistema
vascular é contínuo através de rizomas e hipertrofias. Em plantas mais velhas a
continuidade dos rizomas é interrompida, o que explica a dificuldade de translocação
de herbicidas sistêmicos (PASTRE, 2006).
A fotossíntese de C. rotundus é efetuada pelo ciclo C4, altamente eficiente em
regiões quentes, pelo melhor aproveitamento da luz. Dessa forma, a parte aérea é
sensível a sombreamentos, mas especificamente para a tiririca, é falsa a impressão
de que a barreira de palha possa inibir totalmente a sua brotação e a formação de
18
manifestações epígeas, pois o alto vigor germinativo dos tubérculos possibilita, em
alguns casos, a quebra dessa barreira física, como observado por (DURIGAN et al.,
2004).
O controle químico tem sido a alternativa de melhor eficiência no controle de
tiririca. A ação dos herbicidas, localizada ou sistêmica, é substancialmente
influenciada pelas características anatomorfo-fisiológicas das plantas, tais como a
orientação das folhas, espessura da cutícula e o transporte de assimilados que podem
alterar a interceptação, retenção, absorção e translocação das moléculas para os
sítios de ação. O mais importante efeito do herbicida é o decréscimo na produção e
na brotação dos tubérculos desta espécie por um período maior.
De acordo com Parker & Dean (1972 apud CLEMENTE, 2009, p.24), para fins
de controle químico, a emissão de brotamento múltiplo nos tubérculos pode levar a
três caminhos de melhoria da atuação dos herbicidas: (i) as gemas ativas são pontos
onde os herbicidas se translocam mais facilmente, sendo mortas com maior facilidade
que as dormentes; (ii) o brotamento extra pode esgotar as reservas dos tubérculos e
diminuir a capacidade regenerativa da planta após a aplicação de um herbicida e (iii)
as manifestações epígeas extras podem fornecer grande incremento na área foliar
para a maior absorção e translocação do herbicida.
O herbicida glifosato tem uma comprovada eficácia no controle da tiririca, pois
é translocado dentro da planta, matando as manifestações epígeas e controlando o
segmento da cadeia de tubérculos (DURIGAN, 2005). Em função disto, é o herbicida
que proporciona as maiores reduções na rebrota após determinado período de tempo
(KEELEY et al., 1986). Um estudo realizado por Arévalo et al. (1995) mostrou que
glifosato aplicado isolado nas doses de 720, 1440 e 2160 g ha-1, promoveu o controle
de C. rotundus aos 30 dias após a aplicação dos tratamentos, apresentando tendência
de ser mais eficaz, conforme o aumento da dose.
3.5. Fatores que influenciam a tecnologia de aplicação de herbicidas
Para que seja efetuado uma aplicação eficiente, é necessário que se tenha
conhecimento dos fatores que a influenciam. Balastreire (1990) cita o clima, o solo, o
hospedeiro, o princípio ativo, o veículo, a máquina e o operador, como as principais
variáveis responsáveis por imprecisões na aplicação.
19
Condições climáticas apresentando umidade relativa acima de 50%, velocidade
do vento entre 3 e 10 km/h e temperatura abaixo de 30ºC, são as ideais para a
aplicação. Variações nesses parâmetros ou a combinação desfavoráveis dos mesmo,
pode prejudicar o sucesso da pulverização. A ausência de ventos impede que gotas
pequenas atinjam o alvo, por não terem energia suficiente para isso. Já a alta
velocidade, pode provocar deriva, assim como elevadas temperaturas, baixa umidade
relativa do ar, velocidade excessiva de deslocamento da máquina, alta volatilidade do
princípio ativo, tipo de ponta e seu correspondente espectro de gota dada uma
pressão de trabalho (ANDEF, 2014). Christofoletti, (1997) define a deriva como sendo
o desvio da trajetória das partículas liberadas pelo processo de aplicação e que não
atingem o alvo.
O glifosato, por ser um herbicida não-seletivo e altamente eficiente, se utilizado
de forma inadequada poderá ocasionar fitotoxicidade às plantas, sendo necessário o
controle rigoroso sobre a deriva, já que, considerando as características de
comportamento do glifosato no solo, se a aplicação do produto for feita dentro dos
padrões técnicos recomendados, é praticamente nula a possibilidade de vir a atingir
as plantas cultivadas. Gravena (2006), estudando o efeito do glifosato na laranjeira,
observou a queda de frutos em fase final de desenvolvimento devido à produção de
etileno em frutos em elevado estádio de maturação (causando a abscisão).
Doses não letais do glifosato inibem a produção de fitoalexinas derivadas da
rota chiquímica de algumas plantas, aumentando a susceptibilidade a patógenos
(BERGAMIN et al., 1995). É importante frisar que as fitoalexinas podem ser
produzidas por quatro rotas diferentes, sendo a do ácido chiquímico mais uma delas
e a única que pode ser afetada pelo glifosato (YAMADA e CASTRO, 2004). Além
disso, essa não é a rota metabólica mais importante. Vargas e Oliveira (2013) relatam
que quando for usar o glifosato em um vinhedo deve-se ter o cuidado em fazer a
desbrota antecipada de brotos no toco do porta-enxerto para evitar fitointoxicação das
plantas. Por outro lado, Cordero-Bueso et al. (2011 apud CARVALHO, 2014, p. 54) ao
realizar estudos em vinhedos na cidade de Madrid, observou que o uso de herbicidas
no controle de plantas daninhas, como o glifosato, pode ter estimulado a ocorrência
de populações de leveduras, incluindo as estirpes fermentativas (importantes na
produção vinícola), já que as leveduras poderiam ter utilizado o glifosato como
substrato energético. Outro fator relevante que afeta a aplicação de herbicida é o
20
volume de calda utilizado, apesar de ser pouco evidenciado em estudos científicos. O
volume de aplicação é a quantidade total da solução entre o diluente (água) mais o
produto comercial (princípio ativo e ingredientes inertes) que é utilizado na
pulverização, por unidade de área ou por planta. O volume correto ou adequado, é
definido tecnicamente, levando-se em consideração o tipo de ponta utilizada,
condições climáticas locais, porte ou densidade foliar das plantas e modo de ação dos
defensivos agrícolas, não representando um valor pré-estabelecido.
Shiratsuchi e Fontes (2002), especificam a classificação de volumes de calda
em função dos tipos de cultura, conforme a tabela 1.
Tabela 1 – Classificação de volumes de calda.
Designação do
Volume
Volume L ha-1
Culturas de Campo Culturas Arbóreas
Alto > 600 >1000
Médio 200-600 500-1000
Baixo 50-200 200-500
Muito Baixo 5-50 50-200
Ultra Baixo <5 >50
A quantidade do diluente utilizado possui a capacidade de influenciar na
concentração do princípio ativo e com isso afetar sua ação biológica. Volumes
excessivos, ocasionam a diluição do princípio ativo, reduzindo a chance de o mesmo
atingir o alvo, e ocasionam uma saturação da superfície foliar, provocando o
escorrimento do produto para o solo e sua consequente perda (SHIRATSUCHI E
FONTES, 2002). No caso de herbicidas sistêmicos, por possuírem uma alta
translocação na planta, não é necessário a cobertura total das folhas, podendo ter
gotas maiores que evitam a deriva e outras perdas (ANDEF, 2014). Fleck et al. (1999)
percebeu uma redução no controle de arroz daninho, utilizando glifosato, com
aumentos sucessivos do volume de calda utilizados.
O importante é colocar o produto de forma correta no alvo com o mínimo de
desperdício e contaminação do ambiente. As aplicações com volume de calda
menores têm sido preferidas por razões econômicas, tanto pela busca por maior
capacidade operacional dos pulverizadores, como pelo menor consumo de água.
21
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Local do ensaio
O experimento foi conduzido na fazenda Cappellaro Fruits que encontra-se no
projeto irrigado Senador Nilo Coelho, Núcleo 08 (N-8), nas coordenadas 9°17'30" Sul
e 40°27'37" Oeste, localizado no município de Petrolina-PE. O clima da região é
classificado, segundo Köppen, como sendo de clima tropical semiárido, tipo BshW,
seco e quente na parte norte e semiárido quente estépico na parte sul, caracterizado
pela escassez e irregularidade das precipitações, com chuvas no verão e forte
evaporação em consequência das altas temperaturas.
4.2. Delineamento experimental
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro
repetições e seis tratamentos. Cada unidade experimental constou de 1,2 m (largura
do camalhão) x 6 m de comprimento, sendo cada parcela delimitada por estacas
previamente identificadas. O fator em estudo foi o volume de calda para pulverização,
dessa forma, os tratamentos foram compostos por:
 (T1) - Testemunha (ausência de aplicação);
 (T2) - 150 L ha-1;
 (T3) - 200 L ha-1;
 (T4) - 300 L ha-1;
 (T5) - 400 L ha-1;
 (T6) - 500 L ha-1.
Para o controle da tiririca utilizou-se 3,5 L/ha do herbicida Crucial® (registrante:
Nufarm S.A.), que possui como princípio ativo o glifosato com a mistura dos sais de
potássio (298 g L-1) e de isopropilamina (MIPA) (400 g L-1). O Equivalente Ácido (E.A.)
do produto é de 540 g L-1, o que implica num total 1890 g do E.A. por hectare que foi
pulverizado no ensaio.
4.3. Implantação do experimento
A aplicação ocorreu no dia 27 de março de 2015, no período da manhã. Foram
mensurados as condições climáticas ambientais no início e no final da aplicação,
como especificado na tabela 2. Utilizou-se um anemômetro digital portátil da marca
22
TFA (modelo 7607.01.0.00) para medir a velocidade do vento e um termômetro digital
também da marca TFA (modelo 30.1009) para medir a temperatura e a umidade
relativa do ar. Todos os parâmetros foram obtidos abaixo do parreiral, objetivando
refletir as reais condições do local de aplicação. A nebulosidade diurna foi estimada
em 20% e os ventos direcionavam-se do Sul para o Norte.
Tabela 2 – Dados coletados no início e fim da aplicação do ensaio.
4.4. Desenvolvimento do experimento
Sob o cultivo de videira (cultivar Vitória) conduzida em latada e em repouso
(estágio não produtivo), a área selecionada estava infestada naturalmente por
Cyperus rotundus em estádio de pré-florescimento, apresentando de 4 a 5 folhas,
numa densidade média de 512 manifestações epígeas m-2 e altura média de 50 cm,
que foram medidas com o auxílio de uma estrutura feita de tubo PVC contendo 1m2
de área e uma trena, respectivamente. Afim de se evitar estresse na tiririca e
consequentemente obter uma maior absorção do produto, foi aplicado uma lâmina de
irrigação no dia anterior à data de aplicação do ensaio. Para que não houvesse
fitointoxicação das videiras, foram retiradas todas as brotações do porta-enxerto (parte
basal), assim como todas as varas que estavam atingindo o solo.
Para aplicação dos tratamentos foi utilizado um pulverizador costal de pressão
constante da marca Herbicat, dada por CO2 comprimido (Figura 1), equipado com
quatro pontas distintas da marca Magnojet do tipo leque com jato plano (110.015,
110.02, 110.03 e 110.04) (Figura 2) usados em diferentes momentos, os quais
condicionaram aos diferentes tratamentos empregados.
O pulverizador foi acoplado a uma barra de 1,5 m de largura, equipado com
quatro bicos, distando-se 0,5 m entre os mesmos. Porém, para uma melhor
performance na pulverização, foram utilizados apenas os dois bicos do lado esquerdo
da barra, sendo tratado um lado do camalhão por caminhamento, totalizando dois
caminhamentos por parcela. O equipamento foi previamente calibrado, levando-se em
consideração uma velocidade de deslocamento constante de 1 m/s do aplicador e o
volume de calda coletado a uma determinada pressão por 30 segundos.
U.R. (%) V (km h-1) T (ºC)
Início 38 3 31,1
Fim 25 4 38,0
23
Como o volume de aplicação era variável, a dose do produto comercial também
variou nos recipientes para cada tratamento afim de igualar a dose do produto por
parcela, de modo que: (T2) recebeu 23,4 mL L-1; (T3) recebeu 17,5 mL L-1; (T4) recebeu
11,7 mL L-1; (T5) recebeu 8,8 mL L-1; (T6) recebeu 7,0 mL L-1 (tabela 3). Essa
quantidade de produto foi obtida por meio de uma seringa graduada.
Figura 1 - Pulverizador costal pressurizado a CO2.
Fonte: ARAÚJO, V. F. 2015
Figura 2 - Amostra das pontas Magnojet utilizadas no ensaio. Ponta 110.015 (verde),
ponta 110.02 (amarelo), ponta 110.03 (azul), ponta 110.04 (vermelho).
Fonte: ARAÚJO, V. F. 2015
Tabela 3 - Representação dos tratamentos.
Tratamento (L ha-1) Ponta
Dose
Crucial®
(mL L-1)
Dose
glifosato E.A.
(g L-1)
Pressão
(kgf cm-2)
Pressão
(bar)
T1 Testemunha - - - - -
T2 150 110.015 23,4 12,64 0,9 0,88
T3 200 110.02 17,5 9,45 1,0 0,98
T4 300 110.03 11,7 6,32 1,0 0,98
T5 400 110.04 8,8 4,75 1,3 1,27
T6 500 110.04 7,0 3,78 2,4 2,35
24
A água usada no ensaio foi a mesma disponibilizada ao produtor pelo distrito
de irrigação. A água mostrava-se incolor (livre do excesso de impurezas) e o seu pH
foi medido por meio de um pHmetro portátil digital portátil da marca Salcas (modelo
PH-1700). O valor médio de três medições foi de 6,1. Após a adição do glifosato à
calda, também foi mensurado o valor de pH, mostrando uma acidificação do meio à
um patamar médio de 4,7. Não foi adicionado redutor de pH, óleo mineral, espalhante
adesivo ou qualquer tipo de aditivo à calda.
4.5. Variável analisada
A eficiência dos tratamentos no controle (dessecação) de C. rotundus foi
avaliada aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação do tratamento (DAA) pelo método
de avaliação visual, atribuindo-se notas em porcentagem de controle em relação à
testemunha a partir da média das notas de dois avaliadores. A escala empregada
variou entre 0 (sem danos visíveis) e 100% (dessecação total de plantas) (SBCPD,
1995).
4.6. Análise estatística dos dados
Os dados de eficácia dos tratamentos foram submetidos à análise de regressão
e à análise de variância a 5% de significância pelo teste de F. Na comparação das
médias dos efeitos, quando significativas, foi aplicado o teste de Scott-Knott a 5% de
probabilidade. A análise dos dados foi realizada por meio do software estatístico
Sisvar (5.0) (FERREIRA, 2008).
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O glifosato provoca reações relativamente lentas na planta alvo, quando
comparados com herbicidas de contato, imprimindo sintomas de clorose foliar
seguidas de necrose. Os maiores incrementos no controle foram percebidos até os 14
DAA, alcançando patamares de até 80% no controle da tiririca. Além da elevada dose
utilizada do glifosato, a tecnologia de surfactantes bioativadores aliado a composição
de duplo sal do Crucial®, por proporcionar uma maior velocidade de penetração e
translocação do produto, pode ter influenciado no rápido controle da tiririca. Ainda
entre os 14 DAA e os 21 DAA houve um aumento substancial da ação herbicida
(Figura 3).
25
Figura 3 - Porcentagem de controle de C. rotundus ao longo dos dias de avaliação
para os diferentes tratamentos. A) 150 L ha-1, B) 200 L ha-1, C) 300 L ha-1, D) 400 L
ha-1 E) 500 L ha-1.
O volume de calda influenciou de forma significativa na porcentagem de
controle de C. rotundus durante todo o período de avaliação. A figura 4 apresenta
regressões ajustadas ao modelo linear, em que é demonstrado uma relação inversa
entre o aumento do volume de aplicação e a dessecação de Cyperus rotundus L.,
sendo atingidos elevados coeficientes de determinação nas regressões.
Os menores volumes de calda proporcionaram uma maior percentagem de
controle da tiririca, corroborando com outras pesquisas desenvolvidas nesse âmbito.
41.3
80
89 92.8
y = -0,18x2 + 8,58x - 8,84
R² = 0,98
0
20
40
60
80
100
0 7 14 21 28
Controle(%)
Dias
A
28.8
63.8
70.3
76.3
y = -0,15x2 + 7,31x - 13,7
R² = 0,97
0
20
40
60
80
100
0 7 14 21 28
Controle(%)
Dias
D
42.5
78.8
87.3 89
y = -0,18x2 + 8,29x - 5,85
R² = 0,98
0
20
40
60
80
100
0 7 14 21 28
Controle(%)
Dias
B
38.8
68.8
78.3 80.3
y = -0,14x2 + 6,91x - 1,95
R² = 0,99
0
20
40
60
80
100
0 7 14 21 28
Controle(%)
Dias
C
23.8
58.8
67.8 71
y = -0,16x2 + 7,83x - 22,05
R² = 0,98
0
20
40
60
80
100
0 7 14 21 28
Controle(%)
Dias
E
26
Figura 4 - Porcentagem de controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de
aplicação.
41.3 42.5 38.8
28.8
23.8
y = -0.0556x + 52.248
R² = 0.9231
0
20
40
60
80
100
0 100 200 300 400 500
Controle(%)
volume de calda (L ha-1)
7 DAA
80 78.8
68.8
63.8
58.8
y = -0.064x + 89.848
R² = 0.9778
0
20
40
60
80
100
0 100 200 300 400 500
Controle(%)
volume de calda (L ha-1)
14 DAA
89.0 87.3
78.3
70.3 67.8
y = -0.0662x + 99.009
R² = 0.9687
0
20
40
60
80
100
0 100 200 300 400 500
Controle(%)
volume de calda (L ha-1)
21 DAA
92.8 89.0
80.3 76.3
71.0
y = -0.062x + 101.05
R² = 0.9787
0
20
40
60
80
100
0 100 200 300 400 500
Controle(%)
volume de calda (L ha-1)
28 DAA
27
Resultado semelhante foi encontrado por Mohamad e Omar (1998), que ao estudar o
efeito do volume de pulverização de glifosato para o controle de Cyperus rotundus em
estágio inicial de desenvolvimento, verificaram uma maior ação herbicida em
aplicações com 100 L ha-1 e 200 L ha-1, em relação ao maior volume de calda utilizado
(400 L ha-1). Ainda em concordância com os resultados encontrados, Liu e Campbell
(1996) e Campos et al. (2011), verificaram proporcionalidade inversa entre os fatores
em estudo e a eficácia herbicida do glifosato para as espécies Populus tremulois e
Pennisetum glaucum, respectivamente.
Esse maior controle é atribuído ao aumento da fitotoxicidade herbicida com o
aumento da sua concentração na calda devido à redução do volume do diluente
(BUHLER e BURNSIDE, 1987). A alta concentração herbicida na solução pode
aumentar a fitotoxicidade devido a maior absorção de herbicida por unidade de volume
da solução que penetra na folha, além de criar um gradiente de concentração entre a
solução e a folha, o que aumenta a taxa de difusão do herbicida para o interior da
folha (BUHLER e BURNSIDE, 1984). O elevado volume de calda também pode
ocasionar o escorrimento excessivo do produto para o solo, deixando de concentrar-
se no alvo, e perdendo sua ação devido às suas característica de baixa mobilidade no
solo e consequente inatividade absortiva pelas raízes.
Não foi observado qualquer sintoma visual de fitotoxicidade na videira em
nenhum dos tratamentos, mesmo o ensaio tendo sido aplicado sob condições
ambientais não tão favoráveis, refletindo temperaturas entre 31,1ºC e 38ºC e umidade
relativa do ar entre 38% e 25%, e que consequentemente favorecem a deriva, que é
umas das causas pelas quais é possível ocasionar problemas para a plantas cultivada.
A retirada das brotações emitidas pelo porta-enxerto, foi uma prática
preponderantemente adotada antes da aplicação, para que esse resultado tenha sido
alcançado.
Os valores de 150 L ha-1 e 200 L ha-1 proporcionaram os melhores resultados,
não diferindo-se estatisticamente entre eles nas avaliações, conforme a figura 5, e
assumindo valores significativamente superiores aos demais tratamentos. O efeito dos
tratamentos foi perceptível logo na primeira avaliação (7 dias), em que o T3 (200 L
ha-1) apresentou quase o dobro do controle quando comparado com T6 (500 L ha-1),
evidenciando 42,5% e 23,8%, respectivamente. Aos 28 DAA, o máximo controle foi
obtido, alcançando um patamar de 92,8% de controle por meio do T2 (150 L ha-1).
28
Figura 5 - Porcentagem de controle visual em plantas de C. rotundus sob o efeito de
glifosato em diferentes volumes de calda aos 7, 14, 21 e 28 DAA.
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna e em cada avaliação pertencem,
estatisticamente, ao mesmo grupo pelo teste de Scott-Knott ao nível de significância de 5% (P>0,05).
Além dos ganhos no controle, um reduzido volume de aplicação também
implica numa melhor capacidade operacional na pulverização, trazendo ganho no
tempo empregado nessa operação pela menor necessidade de reabastecimento do
pulverizador por unidade de área, remetendo a uma maior economia de água e menor
despesa para o agricultor.
6. CONCLUSÃO
Nas condições em que foi realizado o trabalho, conclui-se:
 Existe efeito significativo do volume de calda no controle de plantas de C.
rotundus sob o efeito de glifosato, de modo que os menores volumes de calda
proporcionam melhor controle.
 Os melhores resultados foram encontrados com o volume de aplicação de 150
L ha-1 tanto por reportar um maior percentual de controle como também por
propiciar uma maior capacidade operacional à pulverização.
0 0 0 0
A
A
A A
A
A
A A
A
B
B B
B
B
C B
B
B
C B
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
7 Dias 14 Dias 21 Dias 28 Dias
Controle(%)
Testemunha 150 L/ha 200 L/ha 300 L/ha 400 L/ha 500 L/ha
29
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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plantas daninhas. Curitiba: Omnipax, 2011. 348 p.
PASTRE, W. Controle de tiririca (Cyperus rotundus L.) com aplicação de
sulfentrazone e flazasulfuron aplicados isoladamente e em mistura na
cultura da cana-de-açúcar. 2006. 53 p. Dissertação (Mestrado em Agricultura
Tropical e Subtropical) – Instituto Agronômico de Campinas, Campinas.
PRATA, F. Comportamento do glifosato no solo e deslocamento miscível de
atrazina. 2002, 161 p. Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas) - Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
PEREIRA, W.; MELO, W. F. Manejo da tiririca no sistema orgânico de produção
de hortaliças. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças, 2008. 4 p. (Embrapa Hortaliças.
Comunicado Técnico, 63).
RICE, E. L. Allelopathy. New York, EUA: Academic Press. 1974, 353p.
ROMAN, E. S. et al. Influência do orvalho e volume de calda de aplicação na eficácia
do glyphosate na dessecação de Brachiaria plantaginea. Planta Daninha, Viçosa, v.
22, n. 3, p. 479-482, 2004.
RONCHI, C. P. et al. Manejo de plantas daninhas na cultura do mamoeiro. Planta
Daninha, Viçosa, v. 26, n. 4, p. 937-947, 2008.
SILVA, A. A.; RONCHI, C. P. Avanços nas pesquisas sobre o controle de plantas
daninhas na cultura do café. In: Produção Integrada de Café, Viçosa, p.103-131,
2003.
SILVA, A. A.; SILVA, J. F. (Ed.) Tópicos em manejo de plantas daninhas. Viçosa:
UFV, 2007. 367 p.
SILVA, F. M. L. et. al. Metodologia para determinar a viabilidade de tubérculos de
Cyperus rotundus. Revista Brasileira de Herbicidas, Londrina, v. 8, n. 1, p. 1-10,
jan./abr. 2009.
33
SBCPD - SOCIEDADE BRASILEIRA DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS.
Procedimentos para instalação, avaliação e análise de experimentos com
herbicidas. Londrina: SBCPD, 1995. 42 p.
SHIRATSUCHI, L. S. FONTES, J. R. A. Tecnologia de aplicação de herbicida.
Planaltina: Embrapa Cerrados. 2002. 30 p. (Embrapa Cerrados. Documentos, 78).
VARGAS, L.; OLIVEIRA, O. L. P. Manejo de plantas daninhas em fruticultura sob
sistema de produção convencional, integrada e orgânica. Bento Gonçalves:
CNPUV/Embrapa, 2002. 8 p. Disponível em:
<www.cnpuv.embrapa.br/tecnologias/pin/pdf/p_14.pdf>. Acesso em: 22 de Maio
2015.
YAMADA, T; CASTRO, P.R.C. Glifosato, herbicida com singular modo de ação:
efeitos secundários e implicações fisiológicas e agronômicas. In: Simpósio Sistema
Agrícola Sustentável com Colheita Econômica Máxima. 119, 2004. São Pedro.
Anais... São Pedro: POTAFOS, 2004.
YAMADA, T.; CASTRO, P. R. C. Efeitos do glifosato nas plantas: implicações
fisiológicas e agronômicas. Informações Agronômicas, set. 2007. p. 32. (INPI.
Encartes Técnicos, 119).
ZAGATI F. Q.; BRAGA, D. Vale do São Francisco tem clima favorável para
fruticultura. O novo mapa hortifrutícula. Piracicaba, ano 11, n. 121, p. 13-14, mar.
2013.
34
8. ANEXO
Herbicidas registrados junto ao MAPA para uso na videira. Fonte: Comitê Técnico de
Viticultura.
Nome Comercial Princípio Ativo
Classificação
Toxicológica
Modo
de
Ação
Dose (kg
ou l / ha)
Carência
(dias)
Credit Glifosato III S 1,5 a 6,0 17
Crucial
Glifosato (sal de
isopropilamina +
sal de potássio)
I S 0,8 a 5,0 17
Direct Glifosato III S 0,5 a 3,5 17
Diuron Nortox Diuron III S 2,0 a 6,0 100
Finale
Glufosinato de
amônio
I S 2,0 21
Glifosato 480
Agripec
Glifosato IV S 1,0 a 6,0 17
Glifosato Atanor
48
Glifosato IV S 1,0 a 2,0 17
Gliz 480 SL Glifosato III S 1,0 a 6,0 17
Gliz plus Glifosato II S 1,0 a 6,0 17
Glyox Glifosato IV S 1,0 a 6,0 17
Gramocil
Diuron + dicloreto
de paraquate
II S + C 2,0 a 3,0 100
Helmoxone
Dicloreto de
paraquat
I C 1,5 a 3,0 1
Laredo
Dicloreto de
paraquate
I C 1,5 a 2,0 1
Liberty BCS
Glufosinato de
amônio
I S 2,0 21
Mademato Mademato I S 1,0 a 5,0 17
Orbit
Dicloreto de
paraquate
I C 1,5 a 3,0 1
Pilarsato Glifosato III S 1,0 a 5,0 17
Pocco 480 SL Glifosato III S 1,0 a 6,0 17
Polaris Glifosato IV S 0,5 a 5,0 17
Preciso Glifosato I S 0,5 a 3,5 17
Radar Glifosato III S 0,5 a 5,0 17
Roundup
original
Glifosato III S 0,5 a 12 17
Roundup
Transorb
Glifosato III S 0,5 a 4,5 17
Roundup WG Glifosato IV S 0,5 a 3,5 17
Rustler Glifosato III S 0,5 a 5,0 17
Stinger Glifosato III S 0,5 a 5,0 17
Sumô Glifosato III S 1,0 a 4,0 17
Classificação toxicológica: I- extremamente tóxico = Vermelho / II- Altamente tóxico = Amarelo/ III-
Medianamente tóxico = Azul / IV- Pouco tóxico = Verde.
Modo de Ação: C- contato / S- sistêmico.

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Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA Victor Fonsêca de Araújo Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda Petrolina - PE 2015
  • 2. Victor Fonsêca de Araújo Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda Petrolina - PE 2015 Trabalho apresentado a Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, Campus Ciências Agrárias, como requisito da obtenção do título de Bacharel em Engenharia Agronômica. Orientador: Prof. Dr. Jerônimo Constantino Borel.
  • 3. Araújo, Victor Fonsêca A658e Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda / Victor Fonsêca de Araújo. -- Petrolina, 2015. X; 34 f. : il. ; 29 cm. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Agronômica) - Universidade Federal do Vale do São Francisco, Ciências Agrárias, Petrolina, 2015. Orientador: Prof. Dr. Jerônimo Constantino Borel 1. Controle de Cyperus rotundus L. 2. Glifosato. 3. Volume de calda. I. Título. II. Universidade Federal do Vale do São Francisco CDD 668.654
  • 4.
  • 5. DEDICATÓRIA Aos meus pais Maria dos Anjos e Jefferson José pela condução ao caminho do bem e ensinamentos transmitidos. Também pelo apoio e incentivo ao longo de toda a vida.
  • 6. AGRADECIMENTOS Este trabalho não é apenas fruto de conhecimento técnico, mas, sobretudo, foi possibilitado graças ao apoio de muitas pessoas. Por isso, agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida. A minha companheira, amiga e amada namorada Ayla Ribeiro Soares. Pelos momentos felizes que me proporciona, pelo incentivo nas conquistas, por me fortalecer a cada derrota, pela paciência na minha ausência, por ter vivido e me ajudado nas mais diversas dificuldades, pela pessoa especial que é e por me fazer perceber a beleza na simplicidade das coisas. Aos meus amigos de graduação, pela parceria e válido suor derramado em várias conquistas em busca do aprendizado. Entre os muitos, agradeço em especial a Carlos Roberto, Fábio Sanchez, Daniel Fagner, Toni Batista, Roberto Lustosa, Maria Eugênia, Alana Juliete. A cada professor do colegiado de Engenharia Agronômica pelos conhecimentos transmitidos ao longo da graduação. Em especial, agradeço aos professores Eliezer Saturbano, Evando Santos, Jorge Cortez e Ítalo Herbert Cavalcante, com os quais eu tive satisfação de desenvolver atividades extracurriculares e com isso obter conhecimentos importantes para minha formação profissional por meio de sua orientação, empenho e sabedoria. Ao professor Jerônimo Constantino Borel pela orientação, disponibilidade e circunspeção durante o trabalho de conclusão de curso. Ao Professor Daniel Mariano Leite pelas sugestões que tanto contribuíram para o trabalho e pela sua disponibilidade. A Nufarm pela grande oportunidade de estágio, por ter viabilizado todo o aparato e apoio para o desenvolvimento do ensaio e também por ter me concebido oportunidades ímpares. Em nome de Adilson Santos, um excelente profissional e acima de tudo uma pessoa incrivelmente humana, agradeço à todos os profissionais dessa empresa, também pela confiança e atenção dispensadas a mim. Ao grupo Cappellaro Fruits por ceder a área para aplicação do experimento, presteza de todo o apoio requerido e disponibilidade solicitada.
  • 7. “No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade.” Albert Einstein
  • 8. RESUMO As plantas daninhas causam interferência no cultivo ao competirem por recursos limitados, principalmente por nutrientes, e por isso representa um importante alvo a ser controlado afim de se alcançar melhores resultados produtivos. A tiririca (Cyperus rotundus L.) é considerada umas das plantas daninhas mais importantes do mundo devido a sua agressividade no modo de dispersão e por ser de difícil controle. Dessa forma, objetivou-se com a realização deste trabalho, avaliar a eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. sob diferentes níveis de volumes de calda. O experimento foi conduzido na fazenda Cappellaro Fruits que encontra-se no projeto irrigado Senador Nilo Coelho, núcleo 08, localizado no município de Petrolina-PE. Para o controle da tiririca foi pulverizado um total de 1890g do equivalente ácido de glifosato por hectare (3,5 L ha-1 do Crucial®), sendo aplicado por meio de um pulverizador costal pressurizado a CO2, sendo a avaliação do controle realizada pelo método visual. O delineamento experimental utilizado foi o de Blocos Casualizados, com seis tratamentos e quarto repetições. Cada unidade experimental constou de 1,2 x 6 m de comprimento. O fator em estudo foi o volume de calda para pulverização, dessa forma, os tratamentos foram compostos por: (T1) - Testemunha (ausência de aplicação); (T2) - 150 L ha-1; (T3) - 200 L ha-1; (T4) - 300 L ha-1; (T5) - 400 L ha-1; (T6) - 500 L ha-1. Os dados de eficácia dos tratamentos foram submetidos à análise de variância e à análise de regressão a 5% de significância pelo teste de F. Na comparação das médias, quando significativas, foi aplicado o teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Houve uma relação inversa entre o aumento do volume de calda e o controle, em que os tratamentos de 150 L ha-1 e 200 L ha-1 proporcionaram as melhores porcentagem de controle, havendo um incremento significativo até os 21 dias após a aplicação dos tratamentos. Dessa forma, o volume de 150 L ha-1 mostrou ser o mais adequado tanto pelos bons resultados de controle proporcionados como também por propiciar uma maior capacidade operacional à pulverização. Palavras Chave: Herbicida. Tecnologia de aplicação. Tiririca.
  • 9. ABSTRACT Weeds generate interferences in the farming system by competition for limited resources, especially nutrients, and therefore are an important target to be controlled in order to achieve better productive results. The nutsedge (Cyperus rotundus L.) is considered one of the most important weeds in the world due to its aggressiveness in the scatter mode and difficult control. Thus, the aim of this study was to evaluate the efficacy of glyphosate in the control of Cyperus rotundus L. under different spray volumes. The experiment was conducted at Cappellaro Fruits farm situated in the irrigated project Senator Nilo Coelho, Nº 08, located in Petrolina. To control of nutsedge was sprayed a total of 1890g of glyphosate acid equivalent per hectare (3.5 L ha-1 Crucial®) being sprayed using the help of knapsack sprayer at constant pressure by CO2, and the control evaluation was performed by visual method. The experimental design was a randomized blocks with four replications and six treatments. Each experimental unit measured 1.2 mx 6 m in length. The studied factor was the volume of glyphosate sprayed, thus, the treatments were: (T1) - Witness (no application); (T2) - 150 L ha-1; (T3) - 200 L ha-1; (T4) - 300 L ha-1; (T5) - 400 L ha-1; (6T) - 500 L ha-1. Efficacy data of the treatments were subjected to regression analysis and analysis of variance at 5% significance test by F. When comparing the means of effects, when significant, the Scott-Knott test was applied to 5% probability. The results showed an inverse relationship between increasing the amount of glyphosate and control, which treatments at 150 L ha-1 to 200 L ha-1 provided the best percentage of control, with a significant increase until 21 days after the application of treatments. Thus, the volume of 150 L ha-1 was the most suitable for the good results of control provided, as well as, by providing greater operational capacity to spraying. Key Words: Herbicides. Spraying Technology. Nutsedge.
  • 10. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................11 2. OBJETIVO..........................................................................................................12 3. REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................12 3.1. Panorama da fruticultura no Vale do São Francisco.......................................12 3.2. Interferência das plantas daninhas na fruticultura...........................................13 3.3. Manejo integrado de plantas daninhas na fruticultura.....................................14 3.3.1. Uso do herbicida Glifosato........................................................................15 3.4. Controle de Cyperus rotundus L. ....................................................................16 3.5. Fatores que influenciam a tecnologia de aplicação de herbicidas ..................18 4. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................21 4.1. Local do ensaio...............................................................................................21 4.2. Delineamento experimental ............................................................................21 4.3. Implantação do experimento...........................................................................21 4.4. Desenvolvimento do experimento...................................................................22 4.5. Variável analisada...........................................................................................24 4.6. Análise estatística dos dados..........................................................................24 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................................24 6. CONCLUSÃO.....................................................................................................28 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................29 8. ANEXO ...............................................................................................................34
  • 11. 11 1. INTRODUÇÃO O Vale do São Francisco se destaca no cenário vitivinícola mundial, como uma das regiões mais produtoras do Brasil (DRUMOND e ROCHA, 2011), contudo, muitos problemas fitossanitários que acometem a videira, pode comprometer a sustentabilidade plena da produção. As plantas daninhas são mais um importante alvo a ser controlado afim de se alcançar melhores resultados produtivos (CARVALHO, 2014). As plantas daninhas geram interferência no sistema por meio da própria competição entre os recursos limitados, alelopatia e hospedagem de pragas e agentes fitopatogênicos que atacam a cultura de interesse. E dessa maneira, implicam na redução da produtividade das culturas, como observado por Carvalho et al. (1993), em que, ao estudar a competição entre plantas daninhas e a laranjeira, verificou perdas na produtividade de até 76%. Cerrizuela (1965 apud KISSMANN 1997, p. 225), mostraram que num canavial em casos de alta infestação com tiririca, há uma queda de até 75% na colheita do colmo devido à competição e seus efeitos alelopáticos. A tiririca (Cyperus rotundus L.) é uma planta originária da Índia e que, por ser cosmopolita, agressiva e de difícil controle, é considerada por muitos pesquisadores umas plantas daninhas mais danosas ao sistema produtivo (PEREIRA e MELO, 2008). Sua agressividade é atribuída ao fato de apresentar rápida propagação vegetativa por rizomas e tubérculos, metabolismo fotossintético C4, tolerância a altas temperaturas e produção de aleloquímicos (PASTRE, 2006). O herbicida glifosato tem uma comprovada eficácia no controle da tiririca, agindo tanto nas manifestações epígeas quanto no segmento de cadeia de tubérculos, proporcionando reduções significativas de rebrotas conforme o aumento da dose (SILVA, 2009). Os fatores que influenciam a tecnologia de aplicação devem ser rigorosamente equalizados para que se obtenham resultados eficientes na aplicação do herbicida. Dentre os quais, o volume de calda utilizado nessas pulverizações, pode influenciar na eficácia do controle de plantas daninhas, como verificado por Roman (2004), onde o ação biológica do glifosato foi influenciado pelo volume de aplicação no controle da Brachiaria plantaginea na condições de Passo Fundo (RS).
  • 12. 12 2. OBJETIVO Objetivou-se avaliar a eficácia do glifosato sob diferentes volumes de calda no controle de Cyperus rotundus L. nas condições do Vale do São Francisco. 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1. Panorama da fruticultura no Vale do São Francisco O mundo todo produz anualmente mais de 800 milhões de toneladas de frutas. O Brasil ocupa o terceiro colocado no ranking das principais nações produtoras, estando atrás apenas da China e da Índia, respectivamente, e exporta menos de 3% da produção nacional (SANTOS et al., 2013). Em 2014, em negócios com o exterior, o setor frutícola obteve US$ 3,2 bilhões, o que representa 3,2% da balança comercial do agronegócio, que foi de US$ 96,7 bilhões (SANTOS et al., 2014). O Nordeste brasileiro, com destaque para o Semiárido, onde localiza-se a região do Submédio do Vale do São Francisco (maior polo frutícola do país), representada principalmente pelas cidades Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), possui condições de clima adequada ao bom desenvolvimento da fruticultura, apresentando baixas precipitação pluviométrica e umidade relativa do ar e 2.800 horas anuais de insolação, que, aliadas à disponibilidade de recursos hídricos, favorecem o bom desempenho da fruticultura irrigada, gerando frutos de excelente qualidade durante o ano inteiro. As condições edafoclimáticas favoráveis, associadas à tecnologia da indução floral, possibilitam à fruticultura nordestina a obtenção de mais de uma colheita por ano, favorecendo a comercialização de frutas nas janelas de mercado, quando são praticados os melhores preços. Dentre as frutas que se tem utilizado dessa tecnologia, destacam-se a manga e a uva, mas há também na região o cultivo expressivo de goiaba, coco, melão, cebola, melancia, acerola, maracujá e banana (CARVALHO, 2009). A principal atividade frutícola no Vale do rio São Francisco é a produção de uva e manga. Esse cultivo ocupa mais de 35 mil hectares em área plantada, exportando grande parte dessa produção durante o ano. Em 2014, a manga do Vale respondeu por 85% das 122,2 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil aos Estados Unidos e União Europeia, o que a tornou a segunda fruta mais exportada em volume e a primeira em receita. Já o mercado da uva, vem sofrendo modificações.
  • 13. 13 Nos últimos anos, produtores de uva do Vale do São Francisco têm aumentado a quantidade da fruta destinada ao mercado brasileiro devido aos bons preços praticados, resultado do aumento da classe média, e pelo enfraquecimento da economia e desvalorização da moeda dos principais importadores da uva brasileira. Atualmente, a fruta da região do Vale já chega ao País inteiro, inclusive à região Norte, onde a logística ainda é bastante precária (ZAGATI e BRAGA, 2013). Além das uvas de mesa, o mercado da uva também abrange a produção de suco concentrado, vinhos e espumantes. 3.2. Interferência das plantas daninhas na fruticultura Entende-se por interferência a soma de pressões que a cultura sofre em virtude da convivência com as plantas daninhas, por certo período e em determinadas condições de clima, solo e manejo. O grau de interferência entre plantas cultivadas e comunidades infestantes depende das manifestações de fatores ligados a comunidade infestante (composição específica, densidade e distribuição), da própria cultura (espécie ou variedade, espaçamento e densidade de plantio) e da época e extensão da convivência (SILVA e SILVA, 2007). A competição é a principal forma de pressão direta pelos fatores limitados num ecossistema comum. Os recursos que estão mais frequentemente sujeitos a competição são a luz, espaço e principalmente, água e nutrientes minerais essenciais. De acordo com Durigan e Timossi (2002), a não realização do controle satisfatório de plantas daninhas em épocas iniciais do ciclo de plantas cítricas, acarreta em significativos prejuízos na absorção de nutrientes que promovem a completa formação e maturação dos frutos, assim como o decréscimo hídrico no solo. Silva e Ronchi (2003), ao avaliar a competição entre diversas espécies de plantas daninhas e plantas de café, observaram umas das suas caraterísticas gerais, que é a capacidade muito superior de extração e acúmulo de nutrientes pelas espécies invasoras, em relação as plantas cultivadas, causando déficit na taxa de absorção dos nutrientes pela planta de interesse econômico. Certas espécies interferem alelopaticamente sobre as plantas cultivadas, causando sérios prejuízos ao seu crescimento, desenvolvimento e produtividade (OLIVEIRA JUNIOR, 2011). A exemplo da tiririca (Cyperus rotundus), que, segundo Andrade et al. (2009), interferiu na germinação de sementes, no crescimento e
  • 14. 14 desenvolvimento da parte aérea e radicular, de várias oleráceas como o rabanete, alface, tomate, couve-flor, brócolis, mostarda e repolho. Rice (1974), define alelopatia como o efeito prejudicial de uma planta sobre outra através da produção de compostos químicos liberados ao ambiente. Outros danos diretos ocasionados pelas plantas daninhas são a redução na qualidade do produto comercial; a possibilidade da não certificação de campos de sementes e mudas em torrão, como é o caso de mudas cítricas produzidas em viveiro infestado com tiririca e o parasitismo em plantas cultivadas (SILVA e SILVA, 2007). O principal dano indireto ocasionado pelas plantas daninhas é na ocasião em que servem de hospedeiras alternativas de organismos nocivos a espécies vegetais cultivadas, servindo como fonte de inóculo de doenças, ou também como abrigo para insetos praga que em certos casos, podem ser vetores de severas doenças. Ronchi et al. (2008) identificaram várias espécies, podendo ser citadas a Commelina benghalensis e a Solanum americanum como plantas daninhas hospedeiras de vetores importantes de vírus, principalmente o denominado mancha anelar, que acomete o mamoeiro. É também percebida a interferência indireta de plantas espontâneas no momento de determinados tratos culturais e da colheita mecanizada, ao reduzir a eficiência da máquina, e manual, por dificultar a entrada do trabalhador na área e até mesmo por poder abrigar animais peçonhentos. 3.3. Manejo integrado de plantas daninhas na fruticultura O controle das plantas daninhas consiste em suprimir o crescimento e/ou reduzir o número de plantas até níveis aceitáveis para convivência, de modo que estas não causem prejuízos para a cultura. As possibilidades de controle de plantas daninhas incluem os métodos preventivo, cultural, físico, mecânico, biológico e químico (CARVALHO, 2014). O controle preventivo objetiva a redução da infestação do banco de dissemínulos na área, principalmente por meio da aquisição de sementes e mudas certificadas, que garantem a pureza do material, assim como a utilização de esterco curtido e a realização da limpeza das máquinas (MAIA e CAMARGO, 2012). O controle mecânico consiste na eliminação das plantas daninhas por meio do efeito físico, com uso de equipamentos como a enxada, o cultivador e a roçadeira. É o método mais utilizado para manejar a vegetação da entre linha em pomares. Já o
  • 15. 15 controle físico, prima pelo uso de alguma prática que exerça influência física sobre as plantas daninhas, destacando-se a cobertura morta, bastante utilizada na linha de plantio (VARGAS e OLIVEIRA, 2002). O método de controle químico baseia-se no uso de produtos químicos (herbicidas) visando matar as plantas daninhas. É o método mais difundido e sua aceitação decorre por: apresentar menor dependência de mão de obra, que é cada vez mais cara e difícil de ser encontrada; ser rápido, prático e eficiente; apresentar controle eficiente, mesmo em épocas chuvosas; poder ser usado com eficiência mesmo na linha de plantio, sem danificar o sistema radicular da cultura e poder controlar plantas daninhas de reprodução vegetativa (SILVA e SILVA, 2007). Na cultura da videira, 29 herbicidas estão registrados junto ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA (Anexo). No entanto, esses herbicidas pertencem a apenas quatro mecanismos de ação, sendo que nenhum deles é totalmente seletivo para a cultura. Dessa forma, há limitação da rotação de herbicidas com mecanismos de ação distintos, o que pode gerar problemas de manejo em relação à seleção de flora tolerante ou mesmo resistente aos produtos (AGROFIT, 2015). Isso reforça a importância do manejo integrado de plantas daninhas. Em outros países, além desses herbicidas registrados no Brasil, produtos como flumioxazin, isoxaben, napropamide, norflurazon, oryzalin, oxyfluorfen, pendimethalin, pronamide, rimsulfuron, trifluralin, carfentrazone, clethodim, diquat, fluazifop e sethoxydim também são utilizados de maneira eficaz no controle das plantas daninhas em videiras. No Brasil, a maioria dessas moléculas herbicidas é registrado para uso em outras culturas (CARVALHO, 2014). 3.3.1. Uso do herbicida Glifosato O glifosato é um herbicida pós-emergente, pertencente ao grupo químico das glicinas substituídas, classificado como não-seletivo e de ação sistêmica. Apresenta largo espectro de ação, o que possibilita um excelente controle de plantas daninhas anuais ou perenes, tanto de folhas largas como estreitas (YAMADA e CASTRO, 2004). O glifosato atua como inibidor da atividade da 5-enolpiruvilshiquimato-3-fosfato sintase (EPSPS), que é catalisadora de uma das reações de síntese dos aminoácidos aromáticos fenilalanina, tirosina e triptofano. E influencia também outros processos,
  • 16. 16 como a inibição da síntese de clorofila, estimula a produção de etileno, reduz a síntese de proteínas e a concentração da auxina (IAA) (GALLI e MONTEZUMA, 2005). Quanto à absorção pela planta, o glifosato é absorvido basicamente pela região clorofilada (folhas e tecidos verdes) e translocado, preferencialmente pelo floema, para os tecidos meristemáticos. Os sintomas comuns observados após a aplicação de glifosato são clorose foliar seguida de necrose. Mas outros sintomas podem ainda ser identificados como o enrugamento ou mal formações (especialmente nas áreas de rebrotamento) e necrose de meristema e também de rizomas e estolões de plantas perenes (YAMADA e CASTRO, 2007). A molécula de glifosato é praticamente imóvel no solo, por apresentar rápida e alta taxa de adsorção com os coloides e matéria orgânica do solo (PRATA et al., 2002). São escassos os trabalhos que tratam sobre o controle químico de plantas daninhas na fruticultura, sendo necessário, muitas vezes, extrapolar resultados obtidos de um cultura para outra, mesmo sem a devida precisão dessa prática. Experimentos conduzidos por Carvalho et al. (2002, 2003), em quatro regiões do estado de São Paulo, tiveram por objetivo estudar o manejo de plantas daninhas com glifosato aplicado na linha da cultura de citros, associado ou não ao plantio direto de várias coberturas nas entrelinhas. Essas áreas foram conduzidas por um período de 2 a 5 anos e os resultados médios obtidos mostraram que as melhores produtividades foram obtidas quando se utilizou o plantio de leguminosas (feijão de porco, Canavalia ensiformis) como cobertura, seguido pelo tratamento com aplicações de glifosato, nas doses de 1 080 g do Equivalente Ácido (E.A.) ha-1 e 540 g E.A. ha-1, respectivamente, na linha e entrelinha, fazendo com que o pomar atingisse produtividade de 41,1 t ha-1 (GALLI e MONTEZUMA, 2005). 3.4. Controle de Cyperus rotundus L. Originária da Índia, a tiririca é umas das espécies vegetais com maior amplitude de distribuição no mundo, estando presente em todos os países tropicais e subtropicais e em muitos de clima temperado. No Brasil, ocorre praticamente em toda extensão territorial, podendo atingir entre 15 e 50 cm de comprimento e densidade em torno de 2000 brotações epígeas por m². Seus prejuízos podem acarretar, uma redução média de 40% na produção (PASTRE, 2006).
  • 17. 17 Moreira e Bragança (2011) definem a tiririca como uma espécie herbácea perene que apresenta caules do tipo bulbo e rizoma longo. Folhas da base da planta em número de 3 a 5, pouco menores que o eixo da inflorescência, todas lineares. Com o eixo principal da inflorescência de forma triangular, contendo em seu ápice 3 brácteas, mais longas que os eixos secundários e semelhantes às folhas basais, uma delas destacando-se pelo seu comprimento. Possui inflorescência do tipo espiga lanceolada, apresentando coloração vermelho-ferrugínea. As flores mostram-se aglomeradas nas espigas, não vistosas, desprovidas de perianto, gineceu gamocarpelar com estilete trífido, androceu com três estames e fruto do tipo núcula. Os tubérculos e bulbos basais constituem-se no principal local do crescimento vegetativo prolífico porque contêm as gemas para folhas, rizomas, raízes e haste floral. Propaga-se principalmente por meio de tubérculos e engrossamentos dos rizomas, os quais contêm gemas, e através de sementes. A dispersão por meio de sementes é pouco significativa, já que apenas 5% delas são viáveis. Quando os rizomas são rompidos ou quando ocorre movimentação do solo causando corte nos rizomas, as gemas adicionais são estimuladas, causando o alastramento da invasora. A disseminação dessa planta se dá na sua totalidade, por ação antrópica, através do uso de matéria orgânica e máquinas e equipamentos contaminados com propágulos da tiririca (PEREIRA e MELO, 2008). Pelo intenso desenvolvimento de cadeias de pseudo-tubérculos no solo formam-se clones de considerável tamanho. Dos bulbos basais e tubérculos de tiririca formam-se extensos sistemas de rizomas que se desenvolvem horizontalmente e verticalmente que podem se aprofundar até 40 cm. Os rizomas em si não tem gemas, mas de espaço a espaço ocorre uma hipertrofia, semelhante a um tubérculo, no qual ocorrem gemas. Durante os primeiros meses de formação das plantas, o sistema vascular é contínuo através de rizomas e hipertrofias. Em plantas mais velhas a continuidade dos rizomas é interrompida, o que explica a dificuldade de translocação de herbicidas sistêmicos (PASTRE, 2006). A fotossíntese de C. rotundus é efetuada pelo ciclo C4, altamente eficiente em regiões quentes, pelo melhor aproveitamento da luz. Dessa forma, a parte aérea é sensível a sombreamentos, mas especificamente para a tiririca, é falsa a impressão de que a barreira de palha possa inibir totalmente a sua brotação e a formação de
  • 18. 18 manifestações epígeas, pois o alto vigor germinativo dos tubérculos possibilita, em alguns casos, a quebra dessa barreira física, como observado por (DURIGAN et al., 2004). O controle químico tem sido a alternativa de melhor eficiência no controle de tiririca. A ação dos herbicidas, localizada ou sistêmica, é substancialmente influenciada pelas características anatomorfo-fisiológicas das plantas, tais como a orientação das folhas, espessura da cutícula e o transporte de assimilados que podem alterar a interceptação, retenção, absorção e translocação das moléculas para os sítios de ação. O mais importante efeito do herbicida é o decréscimo na produção e na brotação dos tubérculos desta espécie por um período maior. De acordo com Parker & Dean (1972 apud CLEMENTE, 2009, p.24), para fins de controle químico, a emissão de brotamento múltiplo nos tubérculos pode levar a três caminhos de melhoria da atuação dos herbicidas: (i) as gemas ativas são pontos onde os herbicidas se translocam mais facilmente, sendo mortas com maior facilidade que as dormentes; (ii) o brotamento extra pode esgotar as reservas dos tubérculos e diminuir a capacidade regenerativa da planta após a aplicação de um herbicida e (iii) as manifestações epígeas extras podem fornecer grande incremento na área foliar para a maior absorção e translocação do herbicida. O herbicida glifosato tem uma comprovada eficácia no controle da tiririca, pois é translocado dentro da planta, matando as manifestações epígeas e controlando o segmento da cadeia de tubérculos (DURIGAN, 2005). Em função disto, é o herbicida que proporciona as maiores reduções na rebrota após determinado período de tempo (KEELEY et al., 1986). Um estudo realizado por Arévalo et al. (1995) mostrou que glifosato aplicado isolado nas doses de 720, 1440 e 2160 g ha-1, promoveu o controle de C. rotundus aos 30 dias após a aplicação dos tratamentos, apresentando tendência de ser mais eficaz, conforme o aumento da dose. 3.5. Fatores que influenciam a tecnologia de aplicação de herbicidas Para que seja efetuado uma aplicação eficiente, é necessário que se tenha conhecimento dos fatores que a influenciam. Balastreire (1990) cita o clima, o solo, o hospedeiro, o princípio ativo, o veículo, a máquina e o operador, como as principais variáveis responsáveis por imprecisões na aplicação.
  • 19. 19 Condições climáticas apresentando umidade relativa acima de 50%, velocidade do vento entre 3 e 10 km/h e temperatura abaixo de 30ºC, são as ideais para a aplicação. Variações nesses parâmetros ou a combinação desfavoráveis dos mesmo, pode prejudicar o sucesso da pulverização. A ausência de ventos impede que gotas pequenas atinjam o alvo, por não terem energia suficiente para isso. Já a alta velocidade, pode provocar deriva, assim como elevadas temperaturas, baixa umidade relativa do ar, velocidade excessiva de deslocamento da máquina, alta volatilidade do princípio ativo, tipo de ponta e seu correspondente espectro de gota dada uma pressão de trabalho (ANDEF, 2014). Christofoletti, (1997) define a deriva como sendo o desvio da trajetória das partículas liberadas pelo processo de aplicação e que não atingem o alvo. O glifosato, por ser um herbicida não-seletivo e altamente eficiente, se utilizado de forma inadequada poderá ocasionar fitotoxicidade às plantas, sendo necessário o controle rigoroso sobre a deriva, já que, considerando as características de comportamento do glifosato no solo, se a aplicação do produto for feita dentro dos padrões técnicos recomendados, é praticamente nula a possibilidade de vir a atingir as plantas cultivadas. Gravena (2006), estudando o efeito do glifosato na laranjeira, observou a queda de frutos em fase final de desenvolvimento devido à produção de etileno em frutos em elevado estádio de maturação (causando a abscisão). Doses não letais do glifosato inibem a produção de fitoalexinas derivadas da rota chiquímica de algumas plantas, aumentando a susceptibilidade a patógenos (BERGAMIN et al., 1995). É importante frisar que as fitoalexinas podem ser produzidas por quatro rotas diferentes, sendo a do ácido chiquímico mais uma delas e a única que pode ser afetada pelo glifosato (YAMADA e CASTRO, 2004). Além disso, essa não é a rota metabólica mais importante. Vargas e Oliveira (2013) relatam que quando for usar o glifosato em um vinhedo deve-se ter o cuidado em fazer a desbrota antecipada de brotos no toco do porta-enxerto para evitar fitointoxicação das plantas. Por outro lado, Cordero-Bueso et al. (2011 apud CARVALHO, 2014, p. 54) ao realizar estudos em vinhedos na cidade de Madrid, observou que o uso de herbicidas no controle de plantas daninhas, como o glifosato, pode ter estimulado a ocorrência de populações de leveduras, incluindo as estirpes fermentativas (importantes na produção vinícola), já que as leveduras poderiam ter utilizado o glifosato como substrato energético. Outro fator relevante que afeta a aplicação de herbicida é o
  • 20. 20 volume de calda utilizado, apesar de ser pouco evidenciado em estudos científicos. O volume de aplicação é a quantidade total da solução entre o diluente (água) mais o produto comercial (princípio ativo e ingredientes inertes) que é utilizado na pulverização, por unidade de área ou por planta. O volume correto ou adequado, é definido tecnicamente, levando-se em consideração o tipo de ponta utilizada, condições climáticas locais, porte ou densidade foliar das plantas e modo de ação dos defensivos agrícolas, não representando um valor pré-estabelecido. Shiratsuchi e Fontes (2002), especificam a classificação de volumes de calda em função dos tipos de cultura, conforme a tabela 1. Tabela 1 – Classificação de volumes de calda. Designação do Volume Volume L ha-1 Culturas de Campo Culturas Arbóreas Alto > 600 >1000 Médio 200-600 500-1000 Baixo 50-200 200-500 Muito Baixo 5-50 50-200 Ultra Baixo <5 >50 A quantidade do diluente utilizado possui a capacidade de influenciar na concentração do princípio ativo e com isso afetar sua ação biológica. Volumes excessivos, ocasionam a diluição do princípio ativo, reduzindo a chance de o mesmo atingir o alvo, e ocasionam uma saturação da superfície foliar, provocando o escorrimento do produto para o solo e sua consequente perda (SHIRATSUCHI E FONTES, 2002). No caso de herbicidas sistêmicos, por possuírem uma alta translocação na planta, não é necessário a cobertura total das folhas, podendo ter gotas maiores que evitam a deriva e outras perdas (ANDEF, 2014). Fleck et al. (1999) percebeu uma redução no controle de arroz daninho, utilizando glifosato, com aumentos sucessivos do volume de calda utilizados. O importante é colocar o produto de forma correta no alvo com o mínimo de desperdício e contaminação do ambiente. As aplicações com volume de calda menores têm sido preferidas por razões econômicas, tanto pela busca por maior capacidade operacional dos pulverizadores, como pelo menor consumo de água.
  • 21. 21 4. MATERIAL E MÉTODOS 4.1. Local do ensaio O experimento foi conduzido na fazenda Cappellaro Fruits que encontra-se no projeto irrigado Senador Nilo Coelho, Núcleo 08 (N-8), nas coordenadas 9°17'30" Sul e 40°27'37" Oeste, localizado no município de Petrolina-PE. O clima da região é classificado, segundo Köppen, como sendo de clima tropical semiárido, tipo BshW, seco e quente na parte norte e semiárido quente estépico na parte sul, caracterizado pela escassez e irregularidade das precipitações, com chuvas no verão e forte evaporação em consequência das altas temperaturas. 4.2. Delineamento experimental O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições e seis tratamentos. Cada unidade experimental constou de 1,2 m (largura do camalhão) x 6 m de comprimento, sendo cada parcela delimitada por estacas previamente identificadas. O fator em estudo foi o volume de calda para pulverização, dessa forma, os tratamentos foram compostos por:  (T1) - Testemunha (ausência de aplicação);  (T2) - 150 L ha-1;  (T3) - 200 L ha-1;  (T4) - 300 L ha-1;  (T5) - 400 L ha-1;  (T6) - 500 L ha-1. Para o controle da tiririca utilizou-se 3,5 L/ha do herbicida Crucial® (registrante: Nufarm S.A.), que possui como princípio ativo o glifosato com a mistura dos sais de potássio (298 g L-1) e de isopropilamina (MIPA) (400 g L-1). O Equivalente Ácido (E.A.) do produto é de 540 g L-1, o que implica num total 1890 g do E.A. por hectare que foi pulverizado no ensaio. 4.3. Implantação do experimento A aplicação ocorreu no dia 27 de março de 2015, no período da manhã. Foram mensurados as condições climáticas ambientais no início e no final da aplicação, como especificado na tabela 2. Utilizou-se um anemômetro digital portátil da marca
  • 22. 22 TFA (modelo 7607.01.0.00) para medir a velocidade do vento e um termômetro digital também da marca TFA (modelo 30.1009) para medir a temperatura e a umidade relativa do ar. Todos os parâmetros foram obtidos abaixo do parreiral, objetivando refletir as reais condições do local de aplicação. A nebulosidade diurna foi estimada em 20% e os ventos direcionavam-se do Sul para o Norte. Tabela 2 – Dados coletados no início e fim da aplicação do ensaio. 4.4. Desenvolvimento do experimento Sob o cultivo de videira (cultivar Vitória) conduzida em latada e em repouso (estágio não produtivo), a área selecionada estava infestada naturalmente por Cyperus rotundus em estádio de pré-florescimento, apresentando de 4 a 5 folhas, numa densidade média de 512 manifestações epígeas m-2 e altura média de 50 cm, que foram medidas com o auxílio de uma estrutura feita de tubo PVC contendo 1m2 de área e uma trena, respectivamente. Afim de se evitar estresse na tiririca e consequentemente obter uma maior absorção do produto, foi aplicado uma lâmina de irrigação no dia anterior à data de aplicação do ensaio. Para que não houvesse fitointoxicação das videiras, foram retiradas todas as brotações do porta-enxerto (parte basal), assim como todas as varas que estavam atingindo o solo. Para aplicação dos tratamentos foi utilizado um pulverizador costal de pressão constante da marca Herbicat, dada por CO2 comprimido (Figura 1), equipado com quatro pontas distintas da marca Magnojet do tipo leque com jato plano (110.015, 110.02, 110.03 e 110.04) (Figura 2) usados em diferentes momentos, os quais condicionaram aos diferentes tratamentos empregados. O pulverizador foi acoplado a uma barra de 1,5 m de largura, equipado com quatro bicos, distando-se 0,5 m entre os mesmos. Porém, para uma melhor performance na pulverização, foram utilizados apenas os dois bicos do lado esquerdo da barra, sendo tratado um lado do camalhão por caminhamento, totalizando dois caminhamentos por parcela. O equipamento foi previamente calibrado, levando-se em consideração uma velocidade de deslocamento constante de 1 m/s do aplicador e o volume de calda coletado a uma determinada pressão por 30 segundos. U.R. (%) V (km h-1) T (ºC) Início 38 3 31,1 Fim 25 4 38,0
  • 23. 23 Como o volume de aplicação era variável, a dose do produto comercial também variou nos recipientes para cada tratamento afim de igualar a dose do produto por parcela, de modo que: (T2) recebeu 23,4 mL L-1; (T3) recebeu 17,5 mL L-1; (T4) recebeu 11,7 mL L-1; (T5) recebeu 8,8 mL L-1; (T6) recebeu 7,0 mL L-1 (tabela 3). Essa quantidade de produto foi obtida por meio de uma seringa graduada. Figura 1 - Pulverizador costal pressurizado a CO2. Fonte: ARAÚJO, V. F. 2015 Figura 2 - Amostra das pontas Magnojet utilizadas no ensaio. Ponta 110.015 (verde), ponta 110.02 (amarelo), ponta 110.03 (azul), ponta 110.04 (vermelho). Fonte: ARAÚJO, V. F. 2015 Tabela 3 - Representação dos tratamentos. Tratamento (L ha-1) Ponta Dose Crucial® (mL L-1) Dose glifosato E.A. (g L-1) Pressão (kgf cm-2) Pressão (bar) T1 Testemunha - - - - - T2 150 110.015 23,4 12,64 0,9 0,88 T3 200 110.02 17,5 9,45 1,0 0,98 T4 300 110.03 11,7 6,32 1,0 0,98 T5 400 110.04 8,8 4,75 1,3 1,27 T6 500 110.04 7,0 3,78 2,4 2,35
  • 24. 24 A água usada no ensaio foi a mesma disponibilizada ao produtor pelo distrito de irrigação. A água mostrava-se incolor (livre do excesso de impurezas) e o seu pH foi medido por meio de um pHmetro portátil digital portátil da marca Salcas (modelo PH-1700). O valor médio de três medições foi de 6,1. Após a adição do glifosato à calda, também foi mensurado o valor de pH, mostrando uma acidificação do meio à um patamar médio de 4,7. Não foi adicionado redutor de pH, óleo mineral, espalhante adesivo ou qualquer tipo de aditivo à calda. 4.5. Variável analisada A eficiência dos tratamentos no controle (dessecação) de C. rotundus foi avaliada aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação do tratamento (DAA) pelo método de avaliação visual, atribuindo-se notas em porcentagem de controle em relação à testemunha a partir da média das notas de dois avaliadores. A escala empregada variou entre 0 (sem danos visíveis) e 100% (dessecação total de plantas) (SBCPD, 1995). 4.6. Análise estatística dos dados Os dados de eficácia dos tratamentos foram submetidos à análise de regressão e à análise de variância a 5% de significância pelo teste de F. Na comparação das médias dos efeitos, quando significativas, foi aplicado o teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. A análise dos dados foi realizada por meio do software estatístico Sisvar (5.0) (FERREIRA, 2008). 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO O glifosato provoca reações relativamente lentas na planta alvo, quando comparados com herbicidas de contato, imprimindo sintomas de clorose foliar seguidas de necrose. Os maiores incrementos no controle foram percebidos até os 14 DAA, alcançando patamares de até 80% no controle da tiririca. Além da elevada dose utilizada do glifosato, a tecnologia de surfactantes bioativadores aliado a composição de duplo sal do Crucial®, por proporcionar uma maior velocidade de penetração e translocação do produto, pode ter influenciado no rápido controle da tiririca. Ainda entre os 14 DAA e os 21 DAA houve um aumento substancial da ação herbicida (Figura 3).
  • 25. 25 Figura 3 - Porcentagem de controle de C. rotundus ao longo dos dias de avaliação para os diferentes tratamentos. A) 150 L ha-1, B) 200 L ha-1, C) 300 L ha-1, D) 400 L ha-1 E) 500 L ha-1. O volume de calda influenciou de forma significativa na porcentagem de controle de C. rotundus durante todo o período de avaliação. A figura 4 apresenta regressões ajustadas ao modelo linear, em que é demonstrado uma relação inversa entre o aumento do volume de aplicação e a dessecação de Cyperus rotundus L., sendo atingidos elevados coeficientes de determinação nas regressões. Os menores volumes de calda proporcionaram uma maior percentagem de controle da tiririca, corroborando com outras pesquisas desenvolvidas nesse âmbito. 41.3 80 89 92.8 y = -0,18x2 + 8,58x - 8,84 R² = 0,98 0 20 40 60 80 100 0 7 14 21 28 Controle(%) Dias A 28.8 63.8 70.3 76.3 y = -0,15x2 + 7,31x - 13,7 R² = 0,97 0 20 40 60 80 100 0 7 14 21 28 Controle(%) Dias D 42.5 78.8 87.3 89 y = -0,18x2 + 8,29x - 5,85 R² = 0,98 0 20 40 60 80 100 0 7 14 21 28 Controle(%) Dias B 38.8 68.8 78.3 80.3 y = -0,14x2 + 6,91x - 1,95 R² = 0,99 0 20 40 60 80 100 0 7 14 21 28 Controle(%) Dias C 23.8 58.8 67.8 71 y = -0,16x2 + 7,83x - 22,05 R² = 0,98 0 20 40 60 80 100 0 7 14 21 28 Controle(%) Dias E
  • 26. 26 Figura 4 - Porcentagem de controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de aplicação. 41.3 42.5 38.8 28.8 23.8 y = -0.0556x + 52.248 R² = 0.9231 0 20 40 60 80 100 0 100 200 300 400 500 Controle(%) volume de calda (L ha-1) 7 DAA 80 78.8 68.8 63.8 58.8 y = -0.064x + 89.848 R² = 0.9778 0 20 40 60 80 100 0 100 200 300 400 500 Controle(%) volume de calda (L ha-1) 14 DAA 89.0 87.3 78.3 70.3 67.8 y = -0.0662x + 99.009 R² = 0.9687 0 20 40 60 80 100 0 100 200 300 400 500 Controle(%) volume de calda (L ha-1) 21 DAA 92.8 89.0 80.3 76.3 71.0 y = -0.062x + 101.05 R² = 0.9787 0 20 40 60 80 100 0 100 200 300 400 500 Controle(%) volume de calda (L ha-1) 28 DAA
  • 27. 27 Resultado semelhante foi encontrado por Mohamad e Omar (1998), que ao estudar o efeito do volume de pulverização de glifosato para o controle de Cyperus rotundus em estágio inicial de desenvolvimento, verificaram uma maior ação herbicida em aplicações com 100 L ha-1 e 200 L ha-1, em relação ao maior volume de calda utilizado (400 L ha-1). Ainda em concordância com os resultados encontrados, Liu e Campbell (1996) e Campos et al. (2011), verificaram proporcionalidade inversa entre os fatores em estudo e a eficácia herbicida do glifosato para as espécies Populus tremulois e Pennisetum glaucum, respectivamente. Esse maior controle é atribuído ao aumento da fitotoxicidade herbicida com o aumento da sua concentração na calda devido à redução do volume do diluente (BUHLER e BURNSIDE, 1987). A alta concentração herbicida na solução pode aumentar a fitotoxicidade devido a maior absorção de herbicida por unidade de volume da solução que penetra na folha, além de criar um gradiente de concentração entre a solução e a folha, o que aumenta a taxa de difusão do herbicida para o interior da folha (BUHLER e BURNSIDE, 1984). O elevado volume de calda também pode ocasionar o escorrimento excessivo do produto para o solo, deixando de concentrar- se no alvo, e perdendo sua ação devido às suas característica de baixa mobilidade no solo e consequente inatividade absortiva pelas raízes. Não foi observado qualquer sintoma visual de fitotoxicidade na videira em nenhum dos tratamentos, mesmo o ensaio tendo sido aplicado sob condições ambientais não tão favoráveis, refletindo temperaturas entre 31,1ºC e 38ºC e umidade relativa do ar entre 38% e 25%, e que consequentemente favorecem a deriva, que é umas das causas pelas quais é possível ocasionar problemas para a plantas cultivada. A retirada das brotações emitidas pelo porta-enxerto, foi uma prática preponderantemente adotada antes da aplicação, para que esse resultado tenha sido alcançado. Os valores de 150 L ha-1 e 200 L ha-1 proporcionaram os melhores resultados, não diferindo-se estatisticamente entre eles nas avaliações, conforme a figura 5, e assumindo valores significativamente superiores aos demais tratamentos. O efeito dos tratamentos foi perceptível logo na primeira avaliação (7 dias), em que o T3 (200 L ha-1) apresentou quase o dobro do controle quando comparado com T6 (500 L ha-1), evidenciando 42,5% e 23,8%, respectivamente. Aos 28 DAA, o máximo controle foi obtido, alcançando um patamar de 92,8% de controle por meio do T2 (150 L ha-1).
  • 28. 28 Figura 5 - Porcentagem de controle visual em plantas de C. rotundus sob o efeito de glifosato em diferentes volumes de calda aos 7, 14, 21 e 28 DAA. Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna e em cada avaliação pertencem, estatisticamente, ao mesmo grupo pelo teste de Scott-Knott ao nível de significância de 5% (P>0,05). Além dos ganhos no controle, um reduzido volume de aplicação também implica numa melhor capacidade operacional na pulverização, trazendo ganho no tempo empregado nessa operação pela menor necessidade de reabastecimento do pulverizador por unidade de área, remetendo a uma maior economia de água e menor despesa para o agricultor. 6. CONCLUSÃO Nas condições em que foi realizado o trabalho, conclui-se:  Existe efeito significativo do volume de calda no controle de plantas de C. rotundus sob o efeito de glifosato, de modo que os menores volumes de calda proporcionam melhor controle.  Os melhores resultados foram encontrados com o volume de aplicação de 150 L ha-1 tanto por reportar um maior percentual de controle como também por propiciar uma maior capacidade operacional à pulverização. 0 0 0 0 A A A A A A A A A B B B B B C B B B C B 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 7 Dias 14 Dias 21 Dias 28 Dias Controle(%) Testemunha 150 L/ha 200 L/ha 300 L/ha 400 L/ha 500 L/ha
  • 29. 29 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGROFIT - Sistema de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>. Acesso em: 10 de Maio 2015. ANDEF - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL. Manual de tecnologia de aplicação. São Paulo, SP: Linea Criativa, 2014. ANDRADE, H. M.; BITTENCOURT, A. H. C.; VESTENA S. Potencial alelopático de Cyperus rotundus L. sobre espécies cultivadas. Ciência e Agrotecnologia., Lavras, v. 33, Edição Especial, p. 1984-1990, 2009. SANTOS, C. E. et al. Anuário brasileiro da fruticultura – Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta, Santa Cruz, 2013. SANTOS, C. E. et al. Anuário brasileiro da fruticultura – Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta, Santa Cruz, 2014. ARÉVALO, R. A.; COSTA, E. D.; ROZANSKI, A.; IGUE, T.; ROSSETTO, R. Efeito do glifosato no controle de quatro biótipos de Cyperus rotundus. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 20, 1995, Florianópolis. Resumos, Florianópolis: SBCPD. 1995. p. 393. BALASTREIRE, L. A. Máquinas agrícolas. São Paulo: Manole, 1990. 307 p. BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. (Ed.). Manual de fitopatologia. São Paulo: Ceres, 1995. p. 417-452. BUHLER, D. D.; BURNSIDE, O. C. Effect of application factors on post emergence phytotoxicity of fluazifop-butyl, haloxyfopmetyl, and sethoxydin. Weed Science Society of America, San Juan, v.32, n.5, p.574-583, 1984. BUHLER, D. D.; BURNSIDE, O. C. Effect of application variables on glyphosate phytotoxicity. Weed Science Society of America,San Juan, v.1, n.1, p.14-17, 1987. CAMPOS, C. F. et al. Efeito de diferentes herbicidas, doses e volume de calda na dessecação de milheto [Pennisetum glaucum (L. Leek)]. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 78, n. 1, p. 63-69, mar. 2011.
  • 30. 30 CARVALHO, L. B. (Org). Monitoramento e manejo de plantas daninhas em videira de altitude. Editado pelo autor, Lages, SC, 2014, 56 p. CARVALHO, J. E. B.; PITELLI, R. A.; MONTEZUMA, M. C.; CALDAS, R. C. Efeito de períodos de controle de plantas daninhas sobre a produtividade dos citros em São Paulo. Cruz das Almas: Embrapa, 2003. 5 p. (Comunicado Técnico, n. 86). CARVALHO, J. E. B. et al. Leguminosa no controle integrado de plantas daninhas para aumentar a produtividade da laranja-'pêra'. Revista Brasileira Fruticultura, Jaboticabal, v. 24, n. 1, p. 82-85, Abr. 2002. CARVALHO, J. M. M. (Org.). Apoio do BNB à pesquisa e desenvolvimento da fruticultura regional. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2009. 244 p. CARVALHO, J. E. B.; CARDOSO, S. S.; COSTA NETO, A. O. Influência das épocas de controle das plantas daninhas sobre a produção de laranja-‘Pêra’. Planta Daninha, Viçosa, v. 11, n. 1/2, p.49-54, 1993. CLEMENTE, G. T. Efeitos da aplicação de ácido giberélico na susceptibilidade de Cyperus rotundus L. ao glifosato. 2009. 40 p. Dissertação (mestrado) - Universidade estadual paulista, Botucatu, 2009. CHRISTOFOLETTI, L. A. Considerações sobre tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas. Diadema: Spray Sistems do Brasil, 1997. 14 p. DRUMOND, M. A.; ROCHA, E. M. M. (ed.). Fruticultura irrigada: o produtor pergunta, a Embrapa responde. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2011. 274 p. il. - (Coleção 500 perguntas, 500 respostas). DURIGAN, J. C.; CORREIA, N. M.; TIMOSSI, P. C. Estádios de desenvolvimento e vias de contato e absorção dos herbicidas na inviabilização de tubérculos de Cyperus rotundus. Planta Daninha, Viçosa, v. 23, n. 4, p. 621-626, 2005. DURIGAN, J.C.; TIMOSSI, P.C. Manejo de plantas daninhas em pomares cítricos. Bebedouro, SP: EECB, 2002, 53p. (Boletim Citrícola, n. 22)
  • 31. 31 DURIGAN J.C., TIMOSSI, P.C. e LEITE, G.J. Controle químico da tiririca (Cyperus rotundus), com e sem cobertura do solo pela palha de cana-de-açúcar. Planta Daninha, Viçosa, v.22, n.1, p.127-135, 2004. FERREIRA, D. F. SISVAR: Um programa para análises e ensino de estatística. Re vista Symposium, Lavras, v. 6, n. 6, p. 36-41, 2008. FLECK, N. G. et al. Efeitos de parâmetros de aplicação na ação dessecante do herbicida sulfosate sobre plantas de arroz. Planta Daninha, Viçosa, v. 17, n. 1, p. 139-149, 1999. GALLI, A. J. B.; MONTEZUMA, M. C. Glifosato: alguns aspectos da utilização de herbicida glifosato na agricultura. Santo André: ACADCOM Gráfica e Editora LTDA, 2005. 67 p. GRAVENA, R. Respostas bioquímicas e fisiológicas de plantas de citros atingidas pelo glyphosate. 2006. 144 p. Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba. KEELEY, P. E., CARTER, C. H., THULLEN, R. J. Influence of glyphosate on respronting of parent tubers of Cyperus rotundus. Weed Science Society of America, San Juan, v. 34, n.1, p. 25-29, 1986. KISSMANN, K.G. Plantas infestantes e nocivas. Tomo I 2. ed. São Paulo. Basf p.222-229, 1997. LIU S. H.; CAMPBELL, R. A. Efficacy of glyphosate on Pupulus tremuloidesas affected by droplet size and spray volume. Journal of Forestry Science, New Zealand, v. 26, n. 1/2, p. 276-287. Feb. 1996. MAIA, J. D. G.; CAMARGO, U. A (Ed.). O cultivo da videira Niágara no Brasil. Brasília, DF: Embrapa, 2012. 301 p. MOREIRA, H. J. C.; BRAGANÇA, H. B. N. Manual de identificação de plantas infestantes: Hortifrúti. Campinas, SP: FMC Agricultural Products, 2011. 1017 p. MOHAMAD, R.; OMAR D. Influence of palm oil on the efficacy of glyphosate in the control of Cyperus rotundus L. Faculty of Agriculture. Vienna, n. 5, p. 23-31. Feb. 1998. Disponível em: <
  • 32. 32 http://www.iaea.org/inis/collection/NCLCollectionStore/_Public/29/026/29026627.pdf> . Acesso em: 20 abr. 2015. OLIVEIRA JUNIOR, R. S.; CONSTANTIN, J.; INOUE, M. H. Biologia e manejo de plantas daninhas. Curitiba: Omnipax, 2011. 348 p. PASTRE, W. Controle de tiririca (Cyperus rotundus L.) com aplicação de sulfentrazone e flazasulfuron aplicados isoladamente e em mistura na cultura da cana-de-açúcar. 2006. 53 p. Dissertação (Mestrado em Agricultura Tropical e Subtropical) – Instituto Agronômico de Campinas, Campinas. PRATA, F. Comportamento do glifosato no solo e deslocamento miscível de atrazina. 2002, 161 p. Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba. PEREIRA, W.; MELO, W. F. Manejo da tiririca no sistema orgânico de produção de hortaliças. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças, 2008. 4 p. (Embrapa Hortaliças. Comunicado Técnico, 63). RICE, E. L. Allelopathy. New York, EUA: Academic Press. 1974, 353p. ROMAN, E. S. et al. Influência do orvalho e volume de calda de aplicação na eficácia do glyphosate na dessecação de Brachiaria plantaginea. Planta Daninha, Viçosa, v. 22, n. 3, p. 479-482, 2004. RONCHI, C. P. et al. Manejo de plantas daninhas na cultura do mamoeiro. Planta Daninha, Viçosa, v. 26, n. 4, p. 937-947, 2008. SILVA, A. A.; RONCHI, C. P. Avanços nas pesquisas sobre o controle de plantas daninhas na cultura do café. In: Produção Integrada de Café, Viçosa, p.103-131, 2003. SILVA, A. A.; SILVA, J. F. (Ed.) Tópicos em manejo de plantas daninhas. Viçosa: UFV, 2007. 367 p. SILVA, F. M. L. et. al. Metodologia para determinar a viabilidade de tubérculos de Cyperus rotundus. Revista Brasileira de Herbicidas, Londrina, v. 8, n. 1, p. 1-10, jan./abr. 2009.
  • 33. 33 SBCPD - SOCIEDADE BRASILEIRA DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS. Procedimentos para instalação, avaliação e análise de experimentos com herbicidas. Londrina: SBCPD, 1995. 42 p. SHIRATSUCHI, L. S. FONTES, J. R. A. Tecnologia de aplicação de herbicida. Planaltina: Embrapa Cerrados. 2002. 30 p. (Embrapa Cerrados. Documentos, 78). VARGAS, L.; OLIVEIRA, O. L. P. Manejo de plantas daninhas em fruticultura sob sistema de produção convencional, integrada e orgânica. Bento Gonçalves: CNPUV/Embrapa, 2002. 8 p. Disponível em: <www.cnpuv.embrapa.br/tecnologias/pin/pdf/p_14.pdf>. Acesso em: 22 de Maio 2015. YAMADA, T; CASTRO, P.R.C. Glifosato, herbicida com singular modo de ação: efeitos secundários e implicações fisiológicas e agronômicas. In: Simpósio Sistema Agrícola Sustentável com Colheita Econômica Máxima. 119, 2004. São Pedro. Anais... São Pedro: POTAFOS, 2004. YAMADA, T.; CASTRO, P. R. C. Efeitos do glifosato nas plantas: implicações fisiológicas e agronômicas. Informações Agronômicas, set. 2007. p. 32. (INPI. Encartes Técnicos, 119). ZAGATI F. Q.; BRAGA, D. Vale do São Francisco tem clima favorável para fruticultura. O novo mapa hortifrutícula. Piracicaba, ano 11, n. 121, p. 13-14, mar. 2013.
  • 34. 34 8. ANEXO Herbicidas registrados junto ao MAPA para uso na videira. Fonte: Comitê Técnico de Viticultura. Nome Comercial Princípio Ativo Classificação Toxicológica Modo de Ação Dose (kg ou l / ha) Carência (dias) Credit Glifosato III S 1,5 a 6,0 17 Crucial Glifosato (sal de isopropilamina + sal de potássio) I S 0,8 a 5,0 17 Direct Glifosato III S 0,5 a 3,5 17 Diuron Nortox Diuron III S 2,0 a 6,0 100 Finale Glufosinato de amônio I S 2,0 21 Glifosato 480 Agripec Glifosato IV S 1,0 a 6,0 17 Glifosato Atanor 48 Glifosato IV S 1,0 a 2,0 17 Gliz 480 SL Glifosato III S 1,0 a 6,0 17 Gliz plus Glifosato II S 1,0 a 6,0 17 Glyox Glifosato IV S 1,0 a 6,0 17 Gramocil Diuron + dicloreto de paraquate II S + C 2,0 a 3,0 100 Helmoxone Dicloreto de paraquat I C 1,5 a 3,0 1 Laredo Dicloreto de paraquate I C 1,5 a 2,0 1 Liberty BCS Glufosinato de amônio I S 2,0 21 Mademato Mademato I S 1,0 a 5,0 17 Orbit Dicloreto de paraquate I C 1,5 a 3,0 1 Pilarsato Glifosato III S 1,0 a 5,0 17 Pocco 480 SL Glifosato III S 1,0 a 6,0 17 Polaris Glifosato IV S 0,5 a 5,0 17 Preciso Glifosato I S 0,5 a 3,5 17 Radar Glifosato III S 0,5 a 5,0 17 Roundup original Glifosato III S 0,5 a 12 17 Roundup Transorb Glifosato III S 0,5 a 4,5 17 Roundup WG Glifosato IV S 0,5 a 3,5 17 Rustler Glifosato III S 0,5 a 5,0 17 Stinger Glifosato III S 0,5 a 5,0 17 Sumô Glifosato III S 1,0 a 4,0 17 Classificação toxicológica: I- extremamente tóxico = Vermelho / II- Altamente tóxico = Amarelo/ III- Medianamente tóxico = Azul / IV- Pouco tóxico = Verde. Modo de Ação: C- contato / S- sistêmico.