O documento descreve a história da clonagem, começando com a definição do termo "clone" no início do século 20. Ele então explica o processo de clonagem da ovelha Dolly em 1996, o primeiro mamífero clonado. Finalmente, discute os usos terapêuticos e reprodutivos da clonagem, bem como seus pontos positivos e negativos.
2. Clone e Clonagem
O termo clone foi criado em 1903 pelo botânico Herbert
J. Webber enquanto pesquisava plantas no
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
Segundo Webber, o termo vem da palavra grega Klón,
que significa broto vegetal. É basicamente um conjunto
de células, moléculas ou organismos descendentes de
uma célula e que são geneticamente idênticas a célula
original.
3. Desta forma, a clonagem é um processo de
reprodução assexuada, onde são obtidos
indivíduos geneticamente iguais
(microorganismo, vegetal ou animal) a
partir de uma célula-mãe. É um mecanismo
comum de propagação de espécies de
plantas, bactérias e protozoários. Em
humanos, os clones naturais são gêmeos
univitelinos, seres que compartilham do
mesmo DNA, ou seja, do mesmo material
genético originado pela divisão do óvulo
fertilizado.
4. Ovelha Dolly
Os clones não chamaram muita atenção durante anos, pois a
clonagem restringia-se principalmente a plantas e protozoários.
Porém em 1996, um anúncio marcou a história da genética. O
escocês Ian Wilmut, conseguiu mostrar que era possível a partir
de uma célula somática diferenciada, clonar um mamífero.
Tratava-se de uma ovelha da raça Finn Dorset chamada de Dolly.
O maior feito dos cientistas, foi fazer com que uma célula adulta
se tornasse totipotente (células-tronco) de novo. As células-
tronco (ou totipotentes) possuem a capacidade de se
diferenciarem em vários tipos de células, num processo antes
considerado irreversível.
5. Como foi realizado o processo
de clonagem da ovelha Dolly?
Eles isolaram uma célula mamária congelada de uma ovelha da
raça Finn Dorset de seis anos de idade e colocaram-na numa
cultura com baixa concentração de nutrientes. Com isso a célula
entrou em um estado de latência, parando de crescer. Em
paralelo, foi retirado o óvulo não fertilizado de uma outra
ovelha, da raça Scottish Blackface, de cor escura. Desse óvulo
não fertilizado foi retirado o núcleo, transformando-o num óvulo
não fertilizado e sem núcleo. Através de um processo de
eletrofusão ocorreu a união do núcleo da ovelha da raça Finn
Dorset com o óvulo sem núcleo da ovelha da raça Scottish
Blackface, dando início à divisão celular: uma célula em duas,
duas em quatro, quatro em oito e assim por diante.
6.
7. Na fase de oito a 16 células, as mesmas diferenciam-se formando uma
massa de células internas, originando assim o embrião propriamente
dito. Após seis dias, esse embrião, agora com cerca de 100 células, é
chamado de blastocisto. O blastocisto foi colocado no útero de uma
outra ovelha da raça Scottish Blackface. Após a gestação, esta ovelha
que é escura deu à luz um filhote branquinho da raça Finn Dorset
chamada Dolly.
Apesar do sucesso da clonagem, a técnica apresentou alguns erros:
A ovelha Dolly não era tão idêntica ao doador do núcleo, apesar de
herdar da ovelha branca o DNA contido nos cromossomos do núcleo da
célula mamária, ela também herdou da ovelha escura o DNA contido
nas mitocôndrias (organelas* que ficam no citoplasma das células)
* Biologia. Cada um dos elementos distintos, cercados por uma membrana,
presentes no citoplasma da célula eucariote (mitocôndrias, centro celular,
centríolos, aparelho de Golgi etc.); organóide.
8. Com o passar do tempo foi percebido que Dolly apresentava as
extremidades dos cromossomos diminuída, gerando
envelhecimento celular precoce. Devido ao envelhecimento,
Dolly sofria de artrite* no quadril e joelho da pata traseira
esquerda. Sugere-se que isto ocorra pelo fato de que ela tenha
sido criada a partir de uma célula adulta de seis anos (idade da
ovelha doadora do núcleo), e não de um embrião.
Dolly foi sacrificada aos 6 anos de idade, depois de uma vida
marcada por envelhecimento precoce e doenças. Nos seus
últimos dias, Dolly estava com uma doença incurável nos
pulmões. Os problemas de saúde de Dolly levantam dúvidas
sobre a possibilidade da prática de copiar a vida.
*Inflamação de uma articulação.
9. Clonagem Reprodutiva
A Clonagem Reprodutiva é pretendida para produzir uma cópia
de um indivíduo existente. É utilizada a técnica chamada de
Transferência Nuclear (TN): Baseia-se na remoção do núcleo de
um óvulo e substituição por um outro núcleo de outra célula
somática. Após a fusão, vai havendo a separação das células.
Após cinco dias de fecundação, o embrião agora com 200 a 250
células, forma um cisto chamado blastocisto. É nesta fase que
ocorre a implantação do embrião na cavidade uterina. O
blastocisto apresenta as células divididas em dois grupos:
camada externa, que vai formar a placenta e o saco amniótico; e
camada interna que dará origem aos tecidos do feto. Após o
período de gestação surge um indivíduo geneticamente idêntico
ao doador da célula somática.
10.
11. Clonagem Terapêutica
A Clonagem "Terapêutica" é um procedimento cujos estágios iniciais são idênticos a
clonagem para fins reprodutivo, difere somente no fato do blastocisto não ser
introduzido num útero. Ele é utizado em laboratório para a produção de células-
tronco (totipotentes) a fim de produzir tecidos ou órgão para transplante. Esta
técnica tem como objetivo produzir uma cópia saudável do tecido ou do órgão de
uma pessoa doente para transplante.
As células-tronco são classificadas em dois tipos: células-tronco embrionárias e
células-tronco adultas. As células-tronco embrionárias são particularmente
importantes porque são multifuncionais, isto é, podem ser diferenciadas em
diferentes tipos de células. Podem ser utilizadas no intuito de restautar a função de
um órgão ou tecido, transplantando novas células para substituir as células
perdidas pela doença, ou substituir células que não funcionam adequadamente
devido a um defeito genético (ex.: doenças neurológicas, diabetes, problemas
cardíacos, derrames, lesões da coluna cervical e doenças sangüíneas). As células-
tronco adultas não possuem essa capacidade de se transformar em qualquer tecido.
As células musculares vão originar células musculares, as células de fígado vão
originar células de fígado, e assim por diante.
12. ESTA TÉCNICA ESBARRA NUMA
DELICADA QUESTÃO: APÓS A
COLETA DAS CÉLULAS, O
EMBRIÃO SERIA DESCARTADO.
SERIA DIGNO MATAR UMA VIDA
PARA SALVAR OUTRA? MAS,
AFINAL, QUANDO COMEÇA
MESMO A VIDA?
NAO À CLONAGEM
TERAPEUTICA!
13.
14. Pontos negativos da clonagem:
Técnica de baixa eficiência.
Vários fetos morrem durante a gestação ou logo após o nascimento.
Grande número de anomalias
Envelhecimento Precoce
Os clones seriam maiores do que o normal, denominado de síndrome do
filhote grande (large offspring syndrome – LOS)
Lesões hepáticas, tumores, baixa imunidade.
15. Pontos positivos da clonagem:
Utilização da técnica de clonagem para obtenção de células tronco a fim de restautar
a função de um órgãos ou tecido.
A clonagem "terapêutica" teria a vantagem de não oferecer riscos de rejeição se o
doador fosse a própria pessoa. (ex.: reconstituir a medula em alguém que se tornou
paraplégico após um acidente, ou substituir o tecido cardíaco em uma pessoa que
sofreu um infarto).
Diminuição ou fim do tráfico clandestido de órgãos
Ajudar casais inférteis que não podem ter filhos, mesmo após anos de tratamento de
infertilidade.
Melhoramento animal, resgate de material genético, maximização do potencial
genético de uma raça.