Este documento discute os meios de se combater a obsessão espiritual, incluindo passes fluidos e trabalhos de desobsessão. A doutrinação espiritual do obsessor e do obsidiado são cruciais, assim como o fortalecimento moral do obsidiado.
2. •
•
•
•
"Os meios de se combater a obsessão variam, de acordo com o caráter de
que ela se reveste. Não existe realmente perigo para o médium que se ache
bem convencido de que está assediado por um Espírito mentiroso, como
sucede na obsessão simples; esta não passa, então, de fato desagradável.
Mas, precisamente porque lhe é desagradável constitui uma razão a mais
para que o Espírito se empenhe em molestá-lo. Duas medidas essenciais
devem ser tomadas nesse caso: provar ao Espírito que não está iludido por
ele e que lhe é impossível enganar; depois, cansar-lhe a paciência,
demonstrando paciência para com ele. Desde que se convença de que está a
perder o tempo, retirar-se-á, como fazem os importunos a quem não se dá
ouvidos." (O Livro dos Médiuns, Cap.XXIII - 249).
"... Muito diverso é o que se dá com a fascinação, porque então não tem
limites do domínio que o Espírito assume sobre o encarnado de quem se
apoderou. A única coisa a fazer com a vítima é convencê-la de que está
sendo ludibriada e reconduzir-lhe a obsessão ao caso da obsessão simples.
Pode ser tal ao ascendente do Espírito, que torne o fascinado surdo a toda
sorte de raciocínio, podendo chegar até, quando o Espírito comete alguma
grossa heresia científica, a pô-lo em dúvida sobre se não é a ciência que se
acha em erro". (idem, 250).
3. • "A subjugação corporal tira muitas vezes ao obsidiado a
energia necessária para dominar o mau Espírito. Daí o
tornar-se precisa a intervenção de um terceiro, que atue,
ou pelo magnetismo, ou pelo império da sua vontade.
• Em falta do concurso do obsidiado, essa terceira pessoa
deve tomar ascendência sobre o Espírito; porém, como
esta ascendência só pode ser moral, só a um ser
moralmente superior ao Espírito é dado assumi-lo e seu
poder será tanto maior quanto maior for a sua
superioridade moral, porque, então, se impõe àquele, que
se vê forçado a inclinar-se diante dele." (idem, 25l).
• Para que o obsidiado possa se prevenir contra a obsessão,
HÁ A NECESSIDADE DE FORTALECIMENTO DE SUA ALMA.
• "Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais
poderoso meio de que se dispõe para demover de seus
propósitos maléficos o obsessor" (A Gênese, Cap. XIV - 46).
4. TRABALHOS DE DESOBSESSÃO:
A ação desobsessiva se efetua através de atividades
várias que têm por finalidade o reajustamento dos
participantes do processo em questão
5. FLUIDOTERAPIA - PASSE
• Encontramos as diretrizes básicas para nos lançarmos ao trabalho
desobsessivo em "A GÊNESE", cap. XIV, item 46, que afirma: "Nos casos de
obsessão grave, o obsidiado fica como que impregnado de um fluido
pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele.
• É daquele fluido que importa desembaraçá-lo. Ora, um fluido mau não pode
ser eliminado por outro, igualmente mau. Por meio de ação idêntica à do
médium curador, nos casos de enfermidade, preciso se faz expelir um fluido
mau com o auxílio de um fluido melhor". Eis os trabalhos de passes ou os
denominados de Fluidoterapia, que tem essa ação mecânica.
• "Nem sempre, porém, basta a ação mecânica; cumpre, sobretudo, atuar sobre
o ser inteligente, na condição de quem possua o direito de falar com a
autoridade que deriva da superioridade moral. Quanto maior for esta, tanto
maior também será a autoridade".
• A doutrinação do obsidiado através de palestras, aulas, exposições e o clima
fraterno o farão buscar, através dos exemplos vivos, a sua renovação
espiritual.
• A conjugação de passes e palestras promove, paralelamente, a modificação da
atmosfera fluídica do paciente, o seu esclarecimento acerca das verdades
espirituais e acerca do próprio processo obsessivo e, mais, ainda, o
esclarecimento da entidade obsessora que o acompanhe ao trabalho de
Fluidoterapia.
6. TRABALHOS ESPECÍFICOS DE DESOBSESSÃO
• Dado o grau da obsessão, fazem-se necessários, muitas vezes,
procedimentos específicos, encontrados nos "trabalhos de
desobsessão", propriamente ditos.
• "Para assegurar a libertação da vítima, indispensável se torna
que o Espírito perverso seja levado a renunciar aos seus maus
desígnios; que se consiga fazer que o arrependimento
desponte nele, assim como o desejo do bem, por meio de
instruções habilmente ministradas, em evocações
particularmente feitas com o objetivo de dar-lhe educação
moral. Pode-se então ter a grata satisfação de libertar um
encarnado e de converter um Espírito imperfeito."
• Esse é o trabalho especificamente chamado de "desobsessão",
no qual se tem a oportunidade de, caridosamente e com
energia, fazer-se a tentativa do despertamento do obsessor
para a lei de amor e de perdão.
7. ALGUMAS REGRAS PRÁTICAS PARA O
TRABALHO DE DESOBSESSÃO
• 1) Evita-se, realizar sessão de doutrinação do obsessor com o
obsidiado presente, pois o esquecimento do passado por parte do
encarnado é fator favorável à solução do processo obsessivo. Caso
contrário, o obsidiado saberá para onde e a quem dirigir sua revolta
pelo sofrimento por que passa, ligando-se muito mais ao seu
perseguidor.
• 2) Quando o obsidiado compreende a própria situação e concorre com
sua vontade e preces, para sua libertação, o trabalho se torna menos
difícil.
• 3) Nunca revelar situações do passado, esclarecidas durante a sessão,
ao obsidiado, mas, sim, de posse desses esclarecimentos, buscar
orientá-lo no sentido de vencer os pendores negativos.
• 4) Nunca tomar o obsidiado como pobre vítima e o obsessor como
cruel algoz; mas, sim, encarar o processo como merecedor de todo o
amor fraternal, e considerar tanto o obsessor como o obsidiado,
irmãos desequilibrados, necessitados de correção enérgica e amparo
caridoso
8. • 5) Somente empreender o trabalho de desobsessão quando
contar com grupo de médiuns capacitados, harmonizados,
conhecedores da Doutrina e de ilibada condição moral.
• 6) Na doutrinação estar sempre alerta às sutilezas dos Espíritos
obsessores, que conhecem muitas vezes sua condição de
Espíritos desencarnados, como e quando devem agir.
Frequentemente, porém, obrigados a comparecer aos trabalhos
de doutrinação, fingem estar no estado de perturbação
espiritual "post-mortem", e não saber da sua morte física,
buscando embair o doutrinador.
• 7) Esclarecer o obsidiado que conseguiu os favores dos Amigos
Espirituais para sua libertação das teias da obsessão, quanto à
necessidade premente de continuar orientando sua vida, num
crescendo, no sentido da elevação moral. Só assim conseguirá,
realmente, tornar-se inatingível pelos Espíritos imperfeitos.
• 8) Ao obsidiado e à sua família, esclarecer que Espiritismo é
muito mais que a chave para a solução de seus problemas
espirituais imediatos, mas, e principalmente, é roteiro de luz
para a vida eterna.
10. • Os fluidos se diferenciam de acordo com a condição
espiritual de quem os emite ou de acordo com o
tipo de ação que a mente sobre eles impõe.
• As demais variadas categorias de fluidos existem,
pois, cada uma servindo como vestimenta dos
sentimentos, pensamentos e ações de cada um de
nós.
• Cada um de nós é um dinamopsiquismo emissor e
receptor permanente, daí, não apenas recebermos
influências dos outros, mas também sobre eles
mantermos nossas influenciações.
11. •
•
•
•
•
Quando estamos em situação favorável, mediunicamente falando, isto é, com
parcial ou total exteriorização do nosso perispírito, percebemos os fluidos
emitidos por uma entidade ou ambiente, a eles nos associando ou não,
conforme nosso padrão vibratório. Se vibramos na mesma faixa ou padrão,
reforçamos as vibrações recebidas e estabelecemos o que se chama de
sintonia vibratória, graças ao fenômeno da afinidade. Para tanto, concorrem,
não só o nosso estado espiritual como a movimentação de nossa vontade no
sentido de aceitar e concordar com a tonalidade vibratória recebida,
reforçando-a.
Estamos pois, diante de um fenômeno de absorção fluídica em que os afins se
atraem e se somam. Assim, se estivermos em um ambiente onde imperam
fluidos de natureza grosseira e inferior, e começarmos a emitir pensamentos
infelizes, fatalmente entraremos na mesma faixa vibratória.
Se, no entanto, o ambiente estiver saturado de fluidos de natureza superior,
de acordo com nosso padrão vibratório, podemos ou não, perceber-lhes a
existência e sentir-lhes a influência, podendo, no caso positivo, absorvê-los, se
nos elevarmos até a faixa vibratória que lhes é própria, à custa de bons
pensamentos, boas idéias, bons sentimentos.
A rejeição se faz automática ou voluntariamente, uma vez que forças
contrárias se repelem.
O médium em desenvolvimento, após a concentração e a prece, ficará em
atitude passiva, relaxando física e psiquicamente, procurando se colocar em
condições de perceber o ambiente espiritual e o de alguma entidade que
porventura dele se aproxima, analisando os efeitos dessa influência, a ela se
associando ou rechaçando.
12. • BIBLIOGRAFIA:
• Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, 2a.parte, cap. XXIII
• A Gênese, cap. XIV, itens 45, 46 e 47
• Emmanuel, Seara dos Médiuns, pag. 205 - IMÃ
Contato: mediunidade.coem@bol.com.br