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Hanseníase
Profª Karen Borges de Andrade Costa
Definição:
   “ É uma doença infecto-contagiosa,
     sistêmica, provocada por um bacilo
  (bacilo de Hansen).É de evolução lenta e
      se manifesta por sinais e sintomas
           dermatoneurológicos”
Agente Etiológico
   A Hanseníase é causada pelo Mycobacterium
    leprae, que é um parasita intracelular com
    afinidade por células cutâneas e por células
    dos nervos periféricos, onde se multiplica (11
    – 16 dias).
   O M. leprae tem alta infectividade e baixa
    patogenicidade
Transmissão
   Vias aéreas
   Contato com feridas abertas de doentes não tratados

Apenas 10% das pessoas não são resistentes.

    Após a inalação:
   Destruição
   Defesa
   Disseminação

Incubação : 2 a 7 anos
Manifestações neurológicas
   Diminuição da sensibilidade local
   Sensação de anestesia (dolorosa e térmica)


O comprometimento dos ns provoca:
   Diminuição da força muscular
   Atrofia e contratura dos pés e mãos (inclusive dedos)
   Ressecamento dos olhos
   Lesões de mucosas
Diagnóstico
    Exames laboratoriais
1.   Baciloscopia
2.   Teste de Mitsuda
Sinais e Sintomas Dermatológicos
   Máculas pigmentadas ou discrômicas
   Infiltração
   Tubérculo
   Nódulo

* As lesões SEMPRE apresentarão alteração de
   sensibilidade (hipoestesia ou anestesia).
Sinais e Sintomas Neurológicos
Lesões no nervos periféricos.
 Dor e espessamento dos nervos periféricos

 Perda de sensibilidade (principalmente olhos,
  mãos e pés)
 Perda de força muscular (principalmente
  pálpebras, MMSS e MMII)
Diagnóstico – Exame Clínico
Uma pessoa com Hanseníase apresenta uma ou
  mais das características:
 Lesão(ões) de pele com alteração de
  sensibilidade
 Acometimento de nervo(s) com espessamento
  neural
 Baciloscopia positiva
Roteiro de diagnóstico clínico
   Anamnese- história clínica e epidemiológica
   Avaliação dermatológica (face, orelhas,
    nádegas, braços, pernas e costas)
   Avaliação neurológica: identificação de
    neurites, incapacidades e deformidades.
   Classificação do grau de incapacidade física
   Testes de sensibilidade (tátil, térmica e
    dolorosa)
Principais ns.periféricos acometidos
   FACE: Trigêmio e facial

   BRAÇOS: Radial, Ulnar e Mediano

   PERNAS: Fibular comum e tibial posterior

Palpação dos troncos dos nervos periféricos
Formas Clínicas
    Formas Paucibacilares (não contagiosa)
1.   Hanseníase Indeterminada
2.   Hanseníase Tuberculóide
    Formas Multibacilares (contagiosas)
1.   Hanseníase Virchowiana
2.   Hanseníase Dimorfa
Hanseníase Indeterminada
                    Máculas circunscritas
                     hipocrômicas (braços,
                     nádegas, coxa e tronco)
                    Perda dos anexos
                    Anestesia
                    Aumento da sudorese
                    Curável
Hanseníase Tuberculóide
   Lesões avermelhadas,
    assimétricas e
    circunscritas.

   Sensibilidade abolida

   Alopécia

   É estável, benigna com
    bom prognóstico
Hanseníase Dimorfa
   É instável
   Acometimento dos
    nervos periféricos
   Lesões em placas
    delimitadas e
    avermelhadas por todo
    o corpo
   Nódulos pardacentos
   Orelha lepromatosa
Hanseníase Virchowiana
   Extremamente
    contagiosa
   O bacilo vai se
    localizar em regiões
    mais frias
   Máculas e nódulos
   Lesões assimétricas no
    tronco e na face (facies
    leonina)
Hanseníase Virchowiana (continuação)
                     Comprometimento dos
                      ns. Periféricos
                     Ulcerações
                     Mãos em garras
                     Auto-amputação
                     Olhos: Logoftalmo,
                      Ectrópio e Entrópio
Deformidades nas mãos
Tratamentos
   Medicamentoso (poliquimioterapia: Dapsona,
    Clofazimina, Rifampicina, Etionamida)
   Fisioterapia (prevenção e tratamento de
    incapacidades físicas)
   Cirurgia reparadora e de transferência
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  • 2. Definição: “ É uma doença infecto-contagiosa, sistêmica, provocada por um bacilo (bacilo de Hansen).É de evolução lenta e se manifesta por sinais e sintomas dermatoneurológicos”
  • 3. Agente Etiológico  A Hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, que é um parasita intracelular com afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos, onde se multiplica (11 – 16 dias).  O M. leprae tem alta infectividade e baixa patogenicidade
  • 4. Transmissão  Vias aéreas  Contato com feridas abertas de doentes não tratados Apenas 10% das pessoas não são resistentes. Após a inalação:  Destruição  Defesa  Disseminação Incubação : 2 a 7 anos
  • 5. Manifestações neurológicas  Diminuição da sensibilidade local  Sensação de anestesia (dolorosa e térmica) O comprometimento dos ns provoca:  Diminuição da força muscular  Atrofia e contratura dos pés e mãos (inclusive dedos)  Ressecamento dos olhos  Lesões de mucosas
  • 6. Diagnóstico  Exames laboratoriais 1. Baciloscopia 2. Teste de Mitsuda
  • 7. Sinais e Sintomas Dermatológicos  Máculas pigmentadas ou discrômicas  Infiltração  Tubérculo  Nódulo * As lesões SEMPRE apresentarão alteração de sensibilidade (hipoestesia ou anestesia).
  • 8. Sinais e Sintomas Neurológicos Lesões no nervos periféricos.  Dor e espessamento dos nervos periféricos  Perda de sensibilidade (principalmente olhos, mãos e pés)  Perda de força muscular (principalmente pálpebras, MMSS e MMII)
  • 9. Diagnóstico – Exame Clínico Uma pessoa com Hanseníase apresenta uma ou mais das características:  Lesão(ões) de pele com alteração de sensibilidade  Acometimento de nervo(s) com espessamento neural  Baciloscopia positiva
  • 10. Roteiro de diagnóstico clínico  Anamnese- história clínica e epidemiológica  Avaliação dermatológica (face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas)  Avaliação neurológica: identificação de neurites, incapacidades e deformidades.  Classificação do grau de incapacidade física  Testes de sensibilidade (tátil, térmica e dolorosa)
  • 11. Principais ns.periféricos acometidos  FACE: Trigêmio e facial  BRAÇOS: Radial, Ulnar e Mediano  PERNAS: Fibular comum e tibial posterior Palpação dos troncos dos nervos periféricos
  • 12.
  • 13. Formas Clínicas  Formas Paucibacilares (não contagiosa) 1. Hanseníase Indeterminada 2. Hanseníase Tuberculóide  Formas Multibacilares (contagiosas) 1. Hanseníase Virchowiana 2. Hanseníase Dimorfa
  • 14. Hanseníase Indeterminada  Máculas circunscritas hipocrômicas (braços, nádegas, coxa e tronco)  Perda dos anexos  Anestesia  Aumento da sudorese  Curável
  • 15. Hanseníase Tuberculóide  Lesões avermelhadas, assimétricas e circunscritas.  Sensibilidade abolida  Alopécia  É estável, benigna com bom prognóstico
  • 16. Hanseníase Dimorfa  É instável  Acometimento dos nervos periféricos  Lesões em placas delimitadas e avermelhadas por todo o corpo  Nódulos pardacentos  Orelha lepromatosa
  • 17. Hanseníase Virchowiana  Extremamente contagiosa  O bacilo vai se localizar em regiões mais frias  Máculas e nódulos  Lesões assimétricas no tronco e na face (facies leonina)
  • 18. Hanseníase Virchowiana (continuação)  Comprometimento dos ns. Periféricos  Ulcerações  Mãos em garras  Auto-amputação  Olhos: Logoftalmo, Ectrópio e Entrópio
  • 19.
  • 21. Tratamentos  Medicamentoso (poliquimioterapia: Dapsona, Clofazimina, Rifampicina, Etionamida)  Fisioterapia (prevenção e tratamento de incapacidades físicas)  Cirurgia reparadora e de transferência
  • 22. FIM