O documento apresenta um resumo detalhado do Livro de Cantares, descrevendo-o como um poema de amor que usa a relação entre um homem e uma mulher para representar o amor de Deus por seu povo. O texto destaca que o livro é rico em detalhes sobre a natureza, sentimentos, sensações e contém palavras únicas na língua hebraica. A dimensão espiritual de Cantares é o amor divino manifestado através do romance humano.
1. E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se do
céu esta voz: Tu és o meu Filho amado; em ti me comprazo.
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WELINGTON CORPORATION
2. 2
INTRODUÇÃO
Soldada de Shirion – Baal–Hermom – das forças armadas israelenses
Sim. Eu sei que “Sunamita” significa pacífica. E pacificadora
Veja que a bela moça está calma.
E pacífica.
http://www.rakkav.com/song/pages/song01.htm
jewish traditional music ancient song of songs BALKANEL GROUP Serbia.mp3
A EXTRAORDINÁRIA
WELINGTON CORPORATION
Indo aonde nenhum outro mestre ou profeta jamais ousou.
5. 5
Preludio
Uma observação preliminar. O Cântico dos cânticos é uma canção cuja melodia para nós é
desconhecida. Ele é composto com uma melodia original, por Salomão. Suzanne Haik -
Vantoura é uma musicóloga que compreendeu que a bíblia massorética possuía sinais que
representavam notações musicais e gestuais dos músicos e que apesar da notação
massorética (sinais que representam as vogais, tonalidades, expressividade do texto do
Velho Testamento em hebraico) ser do segundo século d. C, eles remontam à tradições
musicais da antiguidade.
https://musicofthebiblerevealed.wordpress.com/tag/suzanne-haik-vantoura/
http://www.rakkav.com/song/pages/song01.htm
Desde os tempos antigos os judeus têm reverenciado Cânticos como sublime. Eles
compararam Provérbios para o átrio exterior do templo; Eclesiastes coma o lugar santo; e
Cantares de Salomão para o Santo dos santos. (Ibid)
O Estudo do Livro de Cantares possui várias escolas de interpretação.
O autor deste estudo em especial toma empréstimo de estudos linguísticos, referencias
geográficas, ecológicas, históricas, sociais e culturais de Israel, sua divisão política, reino,
tribo, a identificação da família na antiguidade oriental, a literatura da antiguidade, incluindo
a do Egito, como bases para sua pesquisa.
Não satisfeito traça alguns paralelos com a Índia, onde encontramos ainda hoje vários
pontos culturais que nos fazem retroceder na história até o oriente e as tradições narradas
em Cantares. Essa é uma das ferramentas mais interessantes da caixa de ferramentas
6. do autor. A sociedade Israelita moderna foi transformada pelo seu contato com diversas
nações. Embora mantenha suas tradições, não manteve seu vestuário. Ou seus enfeites.
Ou não manteve alguns dos aspectos que o casamento israelita possuía na antiguidade.
Uma noiva israelita da atualidade veste-se de modo similar a uma noiva norte-americana,
inglesa, francesa ou brasileira. E se algum israelita ler este estudo, e quiser ver, ao
menos como se vestia em seu passado, viajando na máquina do tempo, olhe para a
Índia. E para o Paquistão. E para o Irã.
A segunda ferramenta para compreender Cantares é que ele é uma canção. E sendo
um cântico compartilha da essência das artes cênicas, da dança, do canto e da música.
Em alguns momentos compreender essa característica será de grande valia.
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Cantares é
Um poema de amor - Um cântico de amor - Um cântico espiritual
Ele caminha do coração apaixonado do homem pela sua amada aos mistérios do coração
de Deus e do seu tremendo amor pelo ser humano, em especial por aqueles por quem,
amando, se deu, e se entregando, os tornou seus, através da Igreja a quem considera Noiva.
Em terceiro lugar é importante compreender a beleza do romance de Cantares. Ele nos
ensina coisas extraordinárias, e traçará paralelos maravilhosos com a dimensão
espiritual das Escrituras.
Em quarto lugar será usada uma ferramenta que soará estranha para a maioria dos
estudiosos das Escrituras.
“A voz do meu amado é doce”.
O cântico convida você a interpretá-lo com doçura. Sem arbitrariedades, sem certezas
absolutas, sem fixar limites. A ciência bíblica usa a palavra “tipologia” para dizer que uma
coisa é “símbolo” de uma realidade espiritual. Há a “alegorização” que basicamente enseja
ver os símbolos, as representações, as símiles e as as parábolas evocadas por Cantares. Vou
usar em vez da palavra “tipo” a palavra “representação”. E vou deixar as imagens de
Cantares evocarem imagens, recordações, reminiscências, paralelos poéticos, nas
representações de Cristo, nas operações espirituais e proféticas contidas nas Escrituras,
viajando no tempo, sem me limitar a história humana. Viajo para eternidade passada,
caminho para a eternidade futura e no caminho passeio pelos jardins que o espírito plantou,
Israel, a Igreja gentílica, a revelação concedida de Deus aos povos, raças tribos e nações.
Eu uso livremente de associações de um modo que todo ser humano lê a história de sua
própria existência. Relembrando. Através da reminiscência. Toda moça lembra -se do
primeiro beijo. Todo filho lembra de fatos marcantes que envolveram eles e seus pais. Ve r
seu nome na lista de aprovados, a festa de colação de grau daquela faculdade, o momento
eletrizante em que você recebe a prova mais difícil de sua vida e descobre que tirou acima
do necessário para passar. Nós associamos presentes a eventos, pergunte a sua esposa
onde ela ganhou cada presente que Ela possui. Cada brinco. Cada jóia. E queria que você
soubesse que se não permite que ela use enfeites você está em pecado e com certeza não irá
herdar a salvação. Ao menos mereceria receber a mais longa e tediosa reprimenda espiritual
dada pelo Senhor na frente de toda sua comunidade angelical. Porque você acha que o
maior Cântico do Espírito Santo é justamente uma canção onde a amada é magnificamente
enfeitada, ornada? Igrejas que proíbem atavios leram os dois versos de I Timóteo 2.9 e I
Pedro 3.3 e rasgaram os 177 versos de Cânticos! Violentaram os textos bíblicos, que
7. formalizam o desejo que o cuidado com o interior deve suplantar o desejo de ornamenta -
se, e nunca anulá-lo. O feminino é belo aos olhos do Espírito, que deseja ver espiritualmente
esses atavios, essa ornamentação, também no coração da mulher.
Com doçura é que a voz do Amado deve ser percebida em todo o contexto das Escrituras.
Quando o interprete da Palavra de Deus se afasta de uma visão amorosa, liberta, plena,
abundante de graça, misericórdia, compaixão e alegria, perderá sua viagem.
Essa dimensão de entendimento das em Cantares significa que não “imponho” símbolos.
Antes deixarei que as imagens nos conduzam até outras cenas das Escrituras, e que os
textos nos relembrem realidades espirituais para nela meditarmos.
O que o autor viu nos textos não limita o que cada leitor poderá enxergar ou associar.
Temos aqui as limitações humanas de quem escreveu esse comentário, as suas
limitações do conhecimento das Escrituras, suas limitações culturais, históricas, linguísticas
e seus limites de conhecimento das realidades espirituais.
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Desejo dançar com a Sunamita, não forçá-la a caminhar comigo por lugares estranhos.
Aconselho aos que forem ministrar aulas de Cantares baseados neste estudo a
comprarem essências de nardo, mirra, aloés, cálamo, cássia e distribuírem a multidão
(com devolução das mesas e higienização dos frasquinhos, para apresentar a próxima
turma). Não, não estou ganhando comissão para fazer essa propaganda de essências.
8. Cantares usará a figura do amor humano, a menina, o pastoreio, o jardim, os irmãos, a mãe,
o castelo e o muro, a tenda, até as tranças da moça adorável para contar o drama do amor
de Deus manifesto na história humana, e também na história escondida, a história da
eternidade e a história do grande amor, vivido por Ele, manifesto por Ele e só conhecido
dele e dos seus profetas.
Em Cantares Deus revela seu coração, descortina sua alma e manifesta seus sent imentos,
através do tempo, não do tempo humano, mas do seu tempo, de seus dias refletindo sua
eternidade.
É um livro de belíssimos e de impressionantes mistérios, contado nos passos ligeiros da
dançarina, da musa inspiradora que arrebata ao coração de Salomão, e nestes passos
dançados lemos um pequeno musical que conta e canta todas as histórias divinas numa só.
Nós iremos dançar com a Sulamita e ela levará nosso coração a refletir sobre um amor que
sublima a vida, que reinterpreta o mundo e que nos conduz a contemplação da eternidade e
de uma paixão tremenda maravilhosa, manifesta diante de incontáveis testemunhas, que
nos convidará a dançar com ele.
Cantares é Salomão apaixonado pela moça de caráter pacifico e é igualmente o Espírito de
Deus nos convidando a dançar.
Para sempre.
O livro de Cantares traduz um enredo, um drama, um afastamento, um reencontro. Há
nele zombaria, escravidão, desprezo familiar. Há nele o inigualável contraste da pobreza da
noiva que é a escolhida em relação àquele que a desposa. A uma perseguição, risco de
morte iminente, sofrimento. Há nele dança, festejos, um casamento, um banquete e uma
apresentação magnifica da amada à sua corte.
Há nele os desfiles das mulheres de Jerusalém, o cortejo nupcial com os soldados. Um
festival de visões e de citações ecológicas e geográficas.
Cantares é rico em citações:
Geográficas
Ecológicas
Adornos
Estações
Especiarias
Aromas
Climas
Temporais
Sociais.
Sentimentais
Emocionais.
Ele é rico em sensações.
Ele é rico na sonoridade, nas expressões de doçura nas quais as palavras são pequenas e
curtas, carinhosas como Dodi, (amado) similar aos apelidos carinhosos que as pessoas
enamoradas se dão.
Ele é rico na originalidade das suas palavras, algumas que na língua hebraica somente
são encontrados neste livro. Existem cerca de 50 harpax, cinquenta palavras únicas que só
são mencionadas no livro de Cantares.
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9. As dimensões psicológicas de cantares são múltiplas, elas tratam do romance à sexualidade,
do desejo, da atração, da entrega, da paixão, da celebração da vida, da dança, da busca pela
felicidade, da relação amorosa numa dimensão superior a dimensão erótica. Todos os
trabalhos que tentam redefinir Cantares com uma redução ao erotismo é invariavelmente
falha. Invariavelmente incompleta. Imprecisa.
A ênfase do cântico não é a mesma do Kama Sutra indiano. A voz, a tônica, o acorde
magistral que ecoa do início ao fim de Cantares é o ROMANCE.
A dimensão espiritual de Cantares é o romance elevado a perfeição de Deus, é o
amor divino. Numa símile diria que o romance é o amor em trajes de festa e o amor divino
é o amor em trajes de guerra.
O Espírito de Deus tomará do romance de um jovem rei pela jovem que guarda as
vinhas e nele, neste romance, derramará sua voz, seu cântico, seu amor profundo,
tendo como pano de fundo a sua história, a história da eternidade.
Livro das Escrituras, Velho Testamento. O mais belo cântico de amor escrito. Um hino
que possui em sua essência duas dimensões que se entrelaçam de modo
maravilhoso: a dimensão do amor divino e a dimensão do amor humano. Nele, a
paixão do amado pela amada, o amor de Deus pelo seu povo. Nele, o amor do Espírito
pelo ser humano, de Cristo por sua Igreja, de Deus pela humanidade, do Senhor pelo seu
povo, do príncipe pela pastora, do rei pela Sunamita.
Cada pedaço, cada trecho do livro dos cânticos é repleto de imagens e abundante de figuras
que entrelaçam o sacerdócio à terra, a ecologia ao amor, o clima às eras; O livro é repleto
de sentimentos e de sensações. Ele retrata a dança, instrumentos. Em Cantares a amada
dança. Ele evoca cheiros, nos fala de odores, fragrâncias, perfumes, especiarias! Evoca
cores, árvores, plantas, pássaros, animais e a natureza em todas as suas estações, primavera ,
inverno, verão, outono. As suas palavras possuem ritmo, expressões de sonoridade e
métrica, a natureza do livro é a de uma composição musical, de uma poesia cantada, uma
canção, um cântico.
As suas palavras possuem imagens sonoras que expressam ora doçura, ora raiva, ora
frustração, ora júbilo, na língua original. E é magistral em todas as línguas, qualquer
tradução, é encantadora.
O Cântico dos Cânticos santifica a paixão entre o homem e a mulher, é uma
declaração profética, sacerdotal, da beleza deste amor. É a mais importante
declaração religiosa sobre o caráter do amor conjugal. Se lido, se amado, se exercido,
traria uma qualidade conjugal maravilhosa para todos os casais em todas as culturas do
mundo. Todo posicionamento filosófico, doutrinário ou religioso que contradiga o
cântico dos cânticos é um ato contra a liberdade do amor promulgada por Ele.
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Ele é a constituição universal e soberana da paixão, na dimensão humana.
Contudo, não existe somente uma dimensão em Cânticos, ele é uma dádiva humana, e é
um canto de amor do Espirito de Deus, pela humanidade, por Israel, pela Igreja. Por isso
nele existe uma leitura profética tão impactante quanto há em Salmos. Ele é tão cheio de
imagens espirituais quanto os Evangelhos ou o Apocalipse. É uma história de amor que
transita entre dois universos, entre duas realidades. Nos olhos do rei que apaixonado pede
para que sua amada desvie seus olhos dos dele porque seu olhar o faz desvanecer,
enrubescer, envergonhar-se lemos a belíssima história de amor que retrata de modo
singular o descompasso de muitos corações. Dos nossos, dos personagens, de todos os que
10. se apaixonarem e de Deus. Um filme Indiano contado pelo mais sábio ser humano que
viveu na terra, num dia apaixonado, de modo apaixonante, repleto de inspiração divina.
Para compreendê-lo é importante conhecer antes alguns capítulos e de textos do Velho
Testamento, lugares, paisagens, acontecimentos.
Cantares possui 117 versos onde há um número surpreendente de palavras raras, palavras
que ocorrem apenas no Cântico dos Cânticos, muitos só uma vez lá, ou que ocorrem
pouquíssimas vezes em todo o resto do corpo do Antigo Testamento. Nele há cerca de 470
palavras diferentes. E destas 470 palavras, cerca de 50 destes são “harpax legomena”. Esse
termo místico significa que na língua hebraica só ocorrem em Cantares. O resultado é que
muitas vezes há incerteza quanto ao exato significado destes termos e seu correto uso nas
frases.
“Como óleo purificado, como unguento derramado”- Cânticos utiliza como principal
figura a comparação, a símile. As símiles são facilmente identificáveis pela precedência de
“como” ou “semelhante”. Como as usadas nos versos: Semelhante é usada 9 vezes -
Cantares 5:6, 8, 11, 15; 6:4, 10, 13; 8:6, 10. “como” é usado 47X em 36 versos - Cantares
1:3, 5, 7, 9, 15; 2:2, 3, 9, 17; 3:6; 4:1, 2, 3, 4, 5, 11; 5:11, 12, 13, 15; 6:5, 6, 7, 10; 7:1, 2, 3, 4,
5, 7, 8, 9; 8:1, 6, 10, 14. Questione ao Espírito de Deus sobre a profundidade para
compreender a profundidade destas comparações.
A palavra hebraica para "Águia" é nesher; nun, shin, reish. As duas letras finais de nesher
podemos dizer shar, que significa "canção". Em Hebraico, “cântico”, que inclui poesia,
é chamado shir, como representado pelas letras hebraicas shin e reish de nesher
- Salomão, Shulamit - Sulamita, Shalom - paz, Ierushalaim - Jerusalém. Trata-se inclusive
de uma ênfase à letra _ (shin) do hebraico e que é a 21ª letra do alfabeto - a letra que tem
a forma do candelabro do Tabernáculo.
A sibilação das palavras transmitidas pelo shin, Sholomoh, Shulamit, Shalom,
Ierushlaim põe em evidência o desejo do autor, caprichoso em seus mínimos detalhes.
Ierushalaim significa herança eterna de paz (Ierushaolam). E essa sibilação é como
que um som trazido pelo sopro do Espírito Santo de Deus, como que a dizer:
- Paz, paz, paz.
(Jesus na Ecologia de Israel – Nivalda Gueiros Leitão)
L. A. Schökel inclui, também, esse critério de sonoridade como elemento de análise
poética. Segundo este autor, existem “fenômenos estilísticos”, que acontecem através da
repetição de sons semelhantes ou iguais, e são possíveis de detectar mesmo sem conhecer a
10
11. sonoridade exata dos fonemas. A língua hebraica usa mais efeitos sonoros do que as línguas
modernas
O cântico retrata um grande amor vivido por um homem gerado por uma tragédia (o
assassinato de Urias), fruto de uma paixão insana (vivido por Davi), tendo vivido em meio
a uma família marcada por um incesto (Amon e Tamar) e tendo se tornado o mais
poderoso e rico homem que a terra presenciou. E que, apesar de tudo isso, apaixonou-se
por uma aldeã, por uma plebeia, por uma jovem comum, que correspondeu a esse amor
louco!
E enfrentando as tradições, as diferenças sociais, de ambos, conseguindo por fim desposá -
la. E nesse amor Deus enxerga a sua própria odisseia, o seu próprio amor, e o seu
apaixonado coração.
A feliz unidade revelada em Cantares é inconcebível à parte do Espírito Santo.
Um jogo de palavras, baseado no “sopro” divino do fôlego da vida (o Espírito Santo) de
Gênesis 2.7 parece vir à tona em Cantares. Isso acontece em “antes que refresque o dia”
(2.17; 4.6), no “soprar” do vento no jardim da Sulamita (4.16) e, surpreendentemente, na
fragrância da respiração e do fruto da macieira (7.8).
11
“almá”
Moça, Virgem.
12. 12
A Sublimidade De Cantares
As Escrituras possuem outros Cânticos, nomeados assim, compostos assim, todos com
estupendo e notório caráter profético. Essa lista não é exaustiva:
Êxodo 15:1
ENTÃO cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao Senhor, e falaram,
dizendo: Cantarei ao Senhor, porque gloriosamente triunfou; lançou no mar o
cavalo e o seu cavaleiro.
Êxodo 15:2
O Senhor é a minha força, e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu
Deus, portanto lhe farei uma habitação; ele é o Deus de meu pai, por isso o
exaltarei.
Números 21:17
Então Israel cantou este cântico: Brota, ó poço! Cantai dele:
Deuteronômio 31:19
Agora, pois, escrevei-vos este cântico, e ensinai-o aos filhos de Israel; ponde-o na
sua boca, para que este cântico me seja por testemunha contra os filhos de Israel.
Juízes 5:12
Desperta, desperta, Débora, desperta, desperta, entoa um cântico; levanta-te,
Baraque, e leva presos os teus cativos, tu, filho de Abinoão.
2 Samuel 22:1
E FALOU Davi ao Senhor as palavras deste cântico, no dia em que o Senhor o
livrou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul.
Salmos 33:3
Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo.
Salmos 40:3
E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e
temerão, e confiarão no Senhor.
Salmos 69:12
Aqueles que se assentam à porta falam contra mim; e fui o cântico dos bebedores
de bebida forte.
Salmos 69:30
Louvarei o nome de Deus com um cântico, e engrandecê-lo-ei com ação de graças.
Salmos 77:6
De noite chamei à lembrança o meu cântico; meditei em meu coração, e o meu
espírito esquadrinhou.
Salmos 96:1
CANTAI ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor toda a terra.
Salmos 98:1
13. CANTAI ao Senhor um cântico novo, porque fez maravilhas; a sua destra e o seu
braço santo lhe alcançaram a salvação.
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Salmos 118:14
O Senhor é a minha força e o meu cântico; e se fez a minha salvação.
Salmos 126:2
Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico; então se dizia
entre os gentios: Grandes coisas fez o Senhor a estes.
Salmos 144:9
A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com o saltério e instrumento de dez cordas
te cantarei louvores;
Salmos 149:1
LOUVAI ao Senhor. Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor na
congregação dos santos.
Cantares 1:1
CÂNTICO dos cânticos, que é de Salomão.
Isaías 5:1
AGORA cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha.
O meu amado tem uma vinha num outeiro fértil.
Isaías 12:2
Eis que Deus é a minha salvação; nele confiarei, e não temerei, porque o Senhor
Deus é a minha força e o meu cântico, e se tornou a minha salvação.
Isaías 25:5
Como o calor em lugar seco, assim abaterás o ímpeto dos estranhos; como se
abranda o calor pela sombra da espessa nuvem, assim o cântico dos tiranos será
humilhado.
Isaías 26:1
NAQUELE dia se entoará este cântico na terra de Judá: Temos uma cidade forte, a
que Deus pôs a salvação por muros e antemuros.
Isaías 30:29
Um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra uma festa santa; e
alegria de coração, como a daquele que vai com flauta, para entrar no monte do
Senhor, à Rocha de Israel.
Isaías 42:10
Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor desde a extremidade da terra;
vós os que navegais pelo mar, e tudo quanto há nele; vós, ilhas, e seus habitantes.
Isaías 54:1
CANTA alegremente, ó estéril, que não deste à luz; rompe em cântico, e exclama
com alegria, tu que não tiveste dores de parto; porque mais são os filhos da mulher
solitária, do que os filhos da casada, diz o Senhor.
Isaías 55:12
Porque com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros
romperão em cântico diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas.
Apocalipse 5:9
E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os
seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens
de toda a tribo, e língua, e povo, e nação;
Apocalipse 14:3
E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e
dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e
quatro mil que foram comprados da terra.
Apocalipse 15:3
14. E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo:
Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso! Justos e
verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos.
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Mas somente um é chamado de Cântico dos cânticos.
FORMOSA
Formosa - Yapheh - (yapheh) é um adjetivo que significa beleza, usado para descrever a
beleza das mulheres (Gênesis 12:11, 14, 2Sa 13:01, Esther 2:7). E boa aparência ou belos
homens (2Sa 14:25). usos estão em Cantares de Salomão) - Gen 1:11, 14; 29:17; 39:6; 41:2,
4, 18; Dt 21:11; 1 Sa 16:12; 17:42; 25:3; 2Sa 13:1; 14:25, 27; 1Rs 1:3, 4; Ester 2:7; Jó 42:15;
Ps 48:2; Pr 11:22; Eclesiastes 3:11; 5:18; Canticos 1:8, 15, 16; 2:10, 13; 4:1, 7; 5:9; 6:1, 4, 10;
Jer 11:16; Ez 31:3, 9; 33:32; Amós 8:13.
Ele fez tudo formoso no seu tempo.
Ele também pôs a eternidade no coração deles, mas para que o homem não vai descobrir a
obra que Deus fez desde o princípio até o fim. (Eclesiastes 3:11) .
Há uma misteriosa conexão entre a palavra “formosura”, “tempo” e “eternidade” nas
Escrituras. Salomão associará anos mais tarde, quando já um ancião a palavra formoso com
o tempo. A expressão “formoso em seu tempo” evoca a mocidade, a beleza da juventude,
a beleza da criança, ao instante em que a mulher atinge o apogeu de sua beleza, o instante
em que o homem atinge o apogeu de sua força, virtudes que serão afetadas pelo processo
do envelhecimento natural. Percebemos a transitoriedade da vida, e sabemos que tais
momentos são passageiros, ainda que venham a durar anos ou mesmo dezenas de anos,
15. Não se mantém. Não é eterno. Porém o texto nos surpreende. Ele associa-se com o
conceito de “eternidade”, implantada no coração humano. Uma vocação para não quere r
envelhecer, não desejar morrer, antes manter a saúde, a beleza, a virilidade, para todo o
sempre. Há um sonho no espírito humano. Uma das engrenagens mestras que movem a
ciência é a manutenção da eterna juventude e a busca da imortalidade humana. Milhares de
pessoas hoje buscam camaras criogênicas para manutenção de seus corpos após a morte na
esperança de um dia ressuscitarem e serem restauradas.
A revelação contida em Eclesiastes vai além da percepção do desejo de imortalidade
humana. Diz que a ETERNIDADE foi colocada no espírito humano. Que de algum modo
o ser humano entende que nele habita um espírito que não cessa com a morte física. Que
há algo que aponta para a existência de um universo no qual a morte não possui domínio.
Que há uma dimensão que não é afetada pelo tempo. Em sua alma ecoa a dimensão
angelical, em sonhos, em percepções, em inspirações momentâneas ele sente, ele é tocado
pelos poderes espirituais ao seu redor. Dom Richardson nos concederá uma maravilhosa
visão sobre a profundidade do testemunho divino, e tremendas revelações sobre sua pessoa
concedida aos povos, raças, tribos e nações, preparando-as para conhecerem a Cristo, seu
amor, e seu projeto.
Fator Melquisedeque
https://drive.google.com/file/d/0B_fUj9Htg3KaYTVpVGhzcjM2dHM/edit?usp=sharin
g
Há uma razão para que a eternidade tenha sido implantada na esfera humana. Porque no
Projeto divino há um convite, um chamado, um desejo COMPARTILHADO. Do mesmo
modo que o espírito humano anseia viver eternamente, o Espírito de Deus anseia que o ser
humano seja purificado, seja limpo, seja curado, seja transformado, para receber o
DIREITO a participar de sua ETERNIDADE. Deus deseja intimamente que “formoso ao
seu tempo” seja mudado para “formoso eternamente”.
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16. 16
A HISTÓRIA DE SALOMÃO
Há uma tremenda diferença entre Davi e Salomão. Porém, dezenas de similaridades.
Salomão herdou do pai a musicalidade e a inspiração. Um poeta por excelência, um luthier,
um estadista, um cantor e instrumentista. Não está declarado, mas quem escreveu este
estudo é um musico. E nós músicos reconhecemos músicos com certa facilidade. Salomão
fabrica instrumentos únicos e é autor de milhares de canções. Tinha um pai que organizou
a primeira orquestra de Israel. Viveu sua infância16 e adolescência ouvindo as dezenas de
melodias inspiradas da boca do maior menestrel, do maior cantor, musico e compositor de
Israel. A facilidade que Salomão possui de compor cânticos, sua proximidade com Davi e
mesmo com o Templo, sua vida vivida próximo dos maiores mestres de música de sua era,
Hemã, Asafe e Jedutum, sua capacidade na escolha de uma madeira especialíssima para
confecção de instrumentos que originariam um dia os violões, guitarras, alaúdes e seus
parentes nos indicam com “maestria” o grau de musicalidade de Salomão. E nos conduzem
a reconhecê-lo como exímio cantor. Até porque a moça de Cantares reconhece a beleza e
suavidade de sua voz.
...e eis a voz do meu amado que está batendo: abre-me, minha irmã, meu amor, pomba
minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das
gotas da noite...
Salomão escreveu cerca de 1005 cânticos. (I Reis 4.32,33) mas, somente um destes foi
preservado. Sendo Salomão seu autor, o livro foi provavelmente escrito depois de ele
tornar-se rei, ter adquirido muitas carruagens do Egito e ter ampliado suas vinhas até o vale
de Jezreel. O rabino Akiba (135 d.C.) afirmou que este era o mais sagrado dos Livros
Sagrados de Israel. Foi considerado sagrado por sua alegoria do relacionamento amoroso
entre Israel e o Senhor da Aliança. Como tal, era lido anualmente pela nação por ocasião da
Festa da Páscoa.
Esse Cântico de Amor, porém, foi também apreciado e julgado sagrado por Israel devido à
sua descrição áurea do amor conjugal. Este livro eleva o relacionamento entre esposo e
esposa a um alto plano de dever sagrado e experiência espiritual, cumprindo a ordem divina
da intimidade conjugal de Gênesis 2.24. Enfatiza também a importância de adiar tal
intimidade, “nem desperteis o amor” (8.4), até o momento propício, que é simbolizado no
Casamento.
A grande diferença entre Salomão e seu pai é que Salomão manejava com maestria
um alaúde, mas não a espada. Salomão não guerreou como seu pai, não esteve em
batalhas sangrentas, não viveu sob o toldo das estrelas junto a batalhões de mercenários,
em lutas dramáticas e sobrevivendo à custa de livramentos espetaculares. Davi havia
participado de batalhas até não ter mais condições físicas de restar num campo de combate.
Um guerreiro por excelência. Salomão não possui tais capacidades, não era um guerreiro
porque as lutas de seu amado pai haviam lhe proporcionado uma dádiva única. A paz. Davi
vencera todos os inimigos. Israel pela primeira, única e última veza em toda sua história
milenar gozava de paz, ainda que por submissão através da força com algumas nações, com
todos os seus vizinhos.
17. Salomão significa pacifico. Ele é filho do maior rei de Israel, filho de Davi. Seu pai era
poeta, um profeta e um grande musico. Sua mãe é Betseba, a maior paixão da vida de seu
pai e também a fonte de seu maior pecado. Davi a conheceu muito jovem, desposada de
um de seus mais valorosos guerreiros. A história do Rei Arthur e de Lancelot é a resposta
literária para a tragédia que envolve o episódio com Betseba. Em dias de guerra quando seu
esposo estava lutando as guerras de Israel Betseba foi com suas servas banhar-se num
riacho próximo ao palácio do rei e ele ao vê-la banhar-se, contemplando sua extrema
formosura, a deseja. Informa-se com seus servos sobre quem é a moça que se banhou ao
lado de seu castelo e descobre que ela é esposa de um de seus mais valentes e nobres
soldados. E que pertencia a sua guarda pessoal conhecida como “os valentes de Davi” .
Movido pelo desejo ele a convida para jantar com ele no palácio. A moça se sente honrada
e certamente Davi utilizou-se de todos os seus recursos para seduzi-la. E conseguiu.
Mesmo casada ela consente em ter uma noite com o rei e depois volta para casa. Porém
nessa única experiência extraconjugal fica grávida e manda avisar ao rei. Após vários planos
de tentar encobrir sua culpa não funcionar, incluindo embebedar ao esposo de sua amante
grávida, Davi querendo evitar a vergonha do acontecimento e a exposição da situação
embaraçosa ao público decide colocar um sórdido plano em ação na qual faz o marido de
Betseba ir para a mais perigosa frente de batalha tendo em mãos uma carta na qual havia,
sem que soubesse disso, sua própria sentença de morte. Na carta que Urias carregou para o
general à frente de uma longa batalha para tomada de uma cidade estavam ordens para que
o infeliz soldado fosse conduzido a pior frente de batalha e em algum momento,
abandonado pelos companheiros. Assim cumpre a ordem imoral, sem pestanejar, o general
Joabe. E Urias morre naquela mesma noite. O rei é avisado da morte de Urias e env ia
servos para avisar a Betseba do triste fim de seu esposo. Dias após ele manda recolher a
belíssima moça viúva em seu palácio. Sendo considerado um nobre por todos os seus
contemporâneos, fortalecido pelo fato de aceitar a esposa grávida, de outro homem - pois
de nada desconfiavam, senão Joabe, que tudo sabia. Porém enquanto representava seu
sórdido papel o Espírito de Deus revelou toda a trama ao profeta do reino de Davi. A
criança que iria nascer desta união ilegal, morre. Porém meses depois nasceri a uma
segunda criança. Essa criança é Salomão a quem Davi chamou de PAZ. Porque agora
entendia que poderia sentir a paz que a culpa de suas ações torpes haviam dele retirado.
Muitos dramas viveria Davi em virtude desta paixão seguida da morte de um amigo.
Incluindo o drama de sua filha Tamar, possuída por um de seus filhos, Amon. Tamar foi
vingada através de um filho de outra esposa de Davi, Absalão e Absalão morreria nas mãos
do mesmo general que um dia recebeu a carta que enviou para Urias para a morte, em
virtude de um motim que terminou em tragédia.
Porém seu arrependimento e sua conduta futura mostraram ser ele um dos mais singulares
homens que já viveu sobre a terra. Deus o chama de “meu amado”. Suas canções de
louvor e adoração eram tão cheias do espírito de Deus que ainda podemos nelas ler
profecias que um dia se cumprirão sobre a terra. Mil anos antes da crucificação leremos no
salmo 22 a exata reconstrução da cena do calvário. Davi envelheceu e deixou o reino para
seu filho Salomão. Salomão teve um passado conturbado. E sob a sombra de um futuro
incerto Salomão recebeu por intermédio de um sonho uma dádiva que transformaria toda
sua vida. O Espírito de Deus se manifesta num sonho e pergunta-lhe o que gostaria de ter.
E ele responde:
- Capacidade de discernir entre o certo e o errado. Sabedoria para poder julgar com justiça
as causas de meu povo.
E Deus lhe concedeu o que solicitou. E num patamar que nós desconhecemos. Temos
uma vaga noção de seu discernimento através de Eclesiastes e do livro de Provérbios e de
17
18. sua capacidade de julgar os corações humanos restou-nos uma única decisão jurídica, que é,
para todos que leem uma das mais inteligentes e justas decisões que a história nos legou.
Quase imprescindível em cursos de Direito deixar de mencionar a cena das prostitutas e da
espada.
Salomão Foi um grande administrador, sua riqueza narrada nas Escrituras é para nós quase
que mítica.
Um pouco antes da morte de seu pai, quando já envelhecido, é dito que Davi sente muito
frio num dramático inverno em Israel. Os conselheiros solicitam a vinda de uma jovem
para aquecer ao rei. Uma moça da região de Sunem, Abisaque, é conduzida até o palácio e
sua única missão é dormir ao lado do rei para aquecê-lo, e assim ela o faz até os últimos
dias daquele inverno, no qual Davi falecerá. Ela é conhecida pelo povoado de onde viera, é
Sunamita. Suném estava localizada em uma elevação de terras a cinco quilômetros ao norte
do vale de Jezreel. Sunen é conhecida como a atual Sulan,
Shulen Sulam (Arabic: ملوس ; Hebrew: . סוּלַם
18
19. 19
Sobre Sunamita
As duas pronunciam são possíveis, Sunamita ou Sulamita. Porque podemos pronunciar
Sunem ou Sulen. A cidade atualmente é chamada de Sulan. Sulamita é mais próxima a
pronuncia do nome do rei Salomão. Neste estudo optou-se por nomeá-la, a maior parte
do tempo, de Sunamita.
Importante observar que Jerusalém possui “Salém” muito próxima a “sulem/sunem”
escreve-se do mesmo modo. Yerou – Cidade – Salém – da paz. Salém é um modo
carinhoso de chamar Jerusalém.
Sulan/Sunem fazia parte da porção de terra dada aos descendentes de Issacar, de frente ao
monte Gilboa onde o rei Saul realizou sua última batalha e onde morreram também seus
filhos. Era Rodeada por cactos e pomares, logo a sua frente estava o monte Carmelo, onde
um dia o profeta Elias lutaria com quatrocentos profetas de Baal. É parte da região que
será chamada um dia de Galiléia. Sunem é a cidade onde, quatrocentos anos após a
composição de Cantares, uma moça infértil terá um filho que morrerá e ressuscitará pelo
ministério do profeta Eliseu. Bem próximo ao sul, podia se ver o caminho inclinado que
levava ao monte Gilboa. A Sunamita vem de uma cidade que ao norte possui o vale de
Jezreel, ao sul ao monte Gilboa. Cada pedaço da geografia da terra santa é coberto de
significados. Um dia esse vale, o qual era uma propriedade agrícola na época de Salomão,
20. será o palco da maior batalha feita pelo ser humano, profetizada por João em Apocalipse, a
batalha de Ar-magedom. Ou Batalha do monte Megido, em referencia ao monte que fica no
meio do vale de Jezrel. Nesse vale Jesus caminhará um dia e enfrentará os exércitos do
mundo que se reunirão para destruir a Israel, segundo a profecia dada em Apocalipse.
20
Sunem em 1914
A Sunamita neste momento do cântico não evoca tantas realidades. Ainda. Mas é
importante ver o futuro para compreender o caráter profético do Cântico.
400 anos após:
A cena da ressurreição do filho da Sunamita do futuro:
21. "Sucedeu também um dia que, indo Eliseu a Suném, havia ali uma mulher importante, a
qual o reteve para comer pão; e sucedeu que todas as vezes que passava por ali entrava para
comer pão." 2 Reis 4:8
"E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado que este que sempre passa por nós é
um santo homem de Deus." 2 Reis 4:9
"Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto junto ao muro, e ali lhe ponhamos uma cama, uma
mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, vindo ele a nós, para ali se recolherá." 2
Reis 4:10
"Haverá alguma coisa de que se fale por ti ao rei, ou ao capitão do exército? E disse ela: Eu
habito no meio do meu povo." 2 Reis 4:13
"E concebeu a mulher, e deu à luz um filho, no tempo determinado, no ano seguinte,
segundo Eliseu lhe dissera." 2 Reis 4:17
"E, crescendo o filho, sucedeu que um dia saiu para ter com seu pai, que estava com os
segadores, E disse a seu pai: Ai, a minha cabeça! Ai, a minha cabeça! Então disse a um
moço: Leva-o à sua mãe." 2 Reis 4:18-19
"Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao monte, pegou nos seus pés; mas chegou Geazi
para retirá-la; disse porém o homem de Deus: Deixa-a, porque a sua alma está triste de
amargura, e o SENHOR me encobriu, e não me manifestou." 2 Reis 4:27
21
Retornado a época do Cântico:
A beleza dessa moradora de Sunem devia ser impressionante. A moça passa a habitar o
palácio agora pertencente a Salomão. Tão impactante é sua formosura ou talvez por
motivos políticos, um dos irmãos de Salomão, Adonias, que havia pretendido ser o rei após
a morte de Davi, solicita a Salomão que lhe envie a moça. Salomão Já tinha recebido ordens
expressas de Davi para lidar com as artimanhas de Adonias. E por considerar a moça quase
como “esposa” de seu pai, Salomão ultrajado nega-se a envia-la e ainda o condena com
dura punição. Talvez Adonias quisesse maltratar da moça, e Salomão interpretou que ao
envia-la estaria na verdade condenando-a a prisão, desterro ou mesmo a morte.
Salomão praticaria durante sua vida a prática de unirem-se as famílias dos reis através de
casamentos. Tornando-se parente dos soberanos, evitaria a guerra. Mas essa união se dava
através de seu casamento com as filhas dos vizires, dos nobres e governantes de diversos
povos.
22. 22
Quando Salomão escreve os Cânticos numa de suas linhas ele diz:
“Sessenta são as rainhas, e oitenta as concubinas, e as virgens sem número”
Isso coloca o tempo da Autoria de Cantares em sua Juventude, nos primeiros anos de seu
reinado. Porque ao fim de seu reinado de mais de quarenta anos, Salomão terá acumulado
cerca de 1000 mulheres!
I Reis 11
O rei Salomão casou com muitas mulheres estrangeiras, além da princesa egípcia. Muitas
delas vieram de nações onde se adoravam ídolos — Moabe, Amom, Edom, Sidom e dos
heteus — 2 apesar do Senhor ter dado instruções expressas ao seu povo para que não
casasse com pessoas dessas nações, porque as mulheres com quem eles casassem haviam
de os levar adorar os seus deuses. Apesar disso, Salomão deixou-se levar pelo amor por
essas mulheres. 3/4 Teve setecentas mulheres e trezentas concubinas; elas foram, sem
dúvida, responsáveis por ele ter desviado o seu coração do Senhor, especialmente no
tempo já da sua velhice. Encorajaram-no a adorar os seus deuses em lugar de confiar
inteiramente no Senhor, como fazia seu pai David. 5 Salomão prestou culto a Asterote,
deusa dos sidónios, e a Milcom, o abominável deus dos amonitas.
E em troca do ganho politico Salomão teve que construir uma “cidadela” para abrigar suas
esposas e concubinas. E de seu relacionamento com essas mulheres, podemos imaginar as
intrigas palacianas, os festivais, as grandes comemorações, as danças, e a necessidade de
aceitar a religiosidade, as culturas e as tradições destas mulheres. Elas não poderiam viver
da “intimidade” com o rei, não poderiam desfrutar sequer de sua presença a sós, na maioria
do tempo. Então elas tinham direito a tudo que pudesse tornar sua vida mais confortável.
Mas ao curvar-se diante de tantos caprichos de tantas princesas Salomão praticou atos
contrários a sua fé. Algumas das religiões apresentadas introduziam práticas abominadas
por Deus. Incluindo sacrifícios de animais impuros, ritos de sangue, bebidas alucinógenas,
cultos sexuais e até mesmo sacrifícios humanos, que se não realizados literalmente, eram no
mínimo, ritualizados ou simulados.
Enquanto é jovem Salomão ainda teve condição de viver, de um modo milagroso, um
grande amor. Depois ele se perderá em futilidades, em atos que necessitará repensar. Esse
autojulgamento, essa reavaliação de sua vida, de seus ideais, de seus valores e do que
realmente importou após uma vida plena de recursos, num nível para a maioria de nós
inimaginável, nós leremos no livro de Eclesiastes.
Como então, você perguntaria, um homem que teve 700 esposas pode ter gerado um
cântico tão profundo que fala sobre uma única grande paixão? E de que adiantou narrar
tamanha história de amor se diante de tão grande poligamia um sentimento como este
parece perder o sentido? Ou porque Deus permitiu que o Cântico de um sujeito com
tantos envolvimentos, tão “mulherengo” servisse como pano de fundo de seu amor
exclusivo?
As Escrituras falam-nos de seres humanos, com defeitos, vícios e falhas que receberam a
graça de serem portadores de voz de Deus, de sua Palavra, de seu Amor. Foi em meio a
humanidade pecadora que Deus manifestou-se maravilhosamente, não levando em conta
seus pecados, mas abençoando e escolhendo momentos especiais de suas vidas para
comunicar-nos a sua Palavra. O Espírito de Deus capturou um momento especial na
23. vida de Salomão, um momento único, ainda que passageiro, e dele usou para falar
de seu amor que nunca cessa. O que foi vivido por algumas semanas, meses ou
anos, é retratado de modo magnifico, é relembrado e preservado pelo Espírito, de
mil e cinco cânticos, somente este Deus escolheu para representar seu coração. Um
momento da vida de um homem que ele abençoou, que refletem do mesmo modo UM
MOMENTO da VIDA DE DEUS. Deus é eterno, toda a história humana equivale a
momentos desta eternidade. Da criação até a Redenção, da Ressurreição até a Nova
Criação, pode ser um longo período para nós que passamos como uma sombra.
Mas, não para Ele.
23
24. Cantares possui muitas dimensões. Ele é ao mesmo tempo o mais belo cântico de amor
humano escrito e adorna os mais sublimes mistérios proféticos contidos dentro das
Escrituras.
Perfaz uma viagem transcendental até o interior de Deus, evocando poeticamente toda a
magia da beleza do amor divino, transmitindo os rubores e rumores, a excelência e a
profundidade de um amor que excede ao nosso entendimento, através de um cântico
tecido através de imagens, gestos, sentimentos, sombras, personagens e um amor que vai
crescendo até atingir a mais poderosa expressão que já foi expressa sobre o seu significado,
no capitulo oitavo. O livro cresce em intensidade e paixão, trafegando por paisagens
belíssimas, transportando-nos a realidades que representam os céus, a terra, os anjos, ao
espírito humano, a alma, aos sonhos, a vida e a morte, a eternidade e a profecia,
desvendando através de uma singela história de amor, ao amor de um modo completo.
24
25. 25
O apogeu de Cantares é um grito enciumado que impressiona-nos profundamente:
Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor
é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de
fogo, com veementes labaredas.
26. O amor desafia afrontosamente ao poder que mais alvoroça os sentimentos dos homens,
que desafia ao dinheiro, ao prestigio, à fama e ao poder que destroniza reis, que lança por
chão a soberba humana, que enterra na cova dos pobres aos altivos desta terra e que nivela
o arrogante ao humilde, o déspota ao servo errante. A morte afronta aos poderosos,
afronta a sociedade, a ciência humana, a soberba do homem. Mas não é capaz de declarar-se
vitoriosa diante do amor. E mesmo que o fosse por milênios, na ressurreição de Cristo a
morte é afrontada com a verdade desta essência imortal, poderosa e deslumbrante. O
cântico dos cânticos PROFETIZA a vitória de um poder que é tão grande quanto o poder
da morte. E avança na declaração dizendo que este amor gera CIUME, um CIUME tão
monstruoso, tão aterrador, tão poderoso, que as sepulturas não são mais resistentes do que
ele. E que as suas brasas são maiores do que as sepulturas, cujo fogo é veemente,
incansável, inextinguível. E é por causa deste CIUME que a morte não poderá SEPARAR
do AMADO a vida de sua amada. A morte não resistirá a tamanho amor. Não poderá
conter aos redimidos em seu seio, ou os que morreram aguardando a vinda do Amado sob
seu poder. Paulo declarará de outro modo esse epíteto:
26
“Quem nos SEPARARÁ do AMOR de CRISTO? A morte, ou os principados?”
Fruto de idêntica inspiração.
Nossas vidas são limitadas aos nossos dias que passam ligeiro. Trazemos conosco
memórias, carregamos a esperança no colo. Nosso mundo envelhece juntamente conosco,
basta ver uma foto do jardim da infância ou das ruas de nossa cidade transformadas pela
urbanização. Nossa história muda no decorrer dos anos, assim como nossos
relacionamentos, nossos projetos. Alguns sonhos se realizam, outros se desfazem,
sofremos perdas e alcançamos gigantescas vitórias. Somos marcados por pessoas.
27. Marcados por amizades, ou por inimizades, pelo afeto que deixou marcas ou pelas
perseguições que do mesmo modo deixaram em nós marcas na alma. Cantares canta um
momento da vida de dois jovens enamorados. E se pudéssemos transcender a história dos
dois enamorados até a história divina? Nosso ontem retrocede até nosso nascimento.
Nosso amanhã vai até nossa sepultura, caso não aconteça algo sobrenatural, humanamente
falando. Cristo muda dramaticamente essa métrica. Porém a história de Deus se inicia, por
assim dizer, na eternidade passada, ou no passado da eternidade e finda...não. Não finda.
Mas independente de não ter início e nem fim, Deus possui uma história. Ele também
possui marcas deixadas por afetos e inimizades em sua essência. Em sua memória, em suas
obras, em suas realizações. A história divina é profundamente impactada pela nossa. Por
mais paradoxal que possa parecer este enunciado.
Para torná-la inteligível, compreensível a nós Ele a retratou em Cantares. Toda ela. O amor
de Salomão e Sunamita é uma dança, um cântico, um drama, uma canção. Nessa canção o
Espírito entoará um cântico de amor, a sua própria canção. Em cada passo da dançarina
de Cantares ele verá a dança da Sunamita Celestial, que representará o seu amor pela Igreja
terrena e pela misteriosa e invisível Igreja Celestial. Aquela que aparece num momento
assombroso lá no Livro de Hebreus, a multidão de espírito dos justos aperfeiçoados e aos
incontáveis anjos.
O livro acontece em 8 capítulos, que percorrem alguns dias. Talvez 7 dias mais um do
casamento futuro e outro especial da recompensa dos guardas. Uma semana memorável,
mágica. Um momento único da vida de um jovem e uma adolescente.
Toda a história da Redenção, que compreende fatos anteriores a existência do homem e
fatos posteriores à história humana, representam somente um instante, um momento da
Vida daquele que Vive para Todo o Sempre. Mas, que são profundos para o seu coração.
O livro então será um dueto. E uma dança. Anjos irão dançar nos céus testemunhando a
dança da menina caçadora de raposas, o Espírito comporá a quatro mãos a melodia,
juntamente com o apaixonado Salomão. Salomão olha para sua amada e nela Deus
contemplará sua paixão.
Cantares nos apresentará o amor de Deus pela Igreja, por Israel e pela Humanidade, de
maneira:
27
Lúdica e Profética
De modo Humano e de modo Sobrenatural
Percorrendo a história e a eternidade.
https://www.youtube.com/watch?v=O9CG_PoEWCg
Este Estudo tem a intenção de descortinar o segundo véu. Indo além da dimensão
humana de Cantares, ir de encontro ao Sobrenatural e a Eternidade. A palavra
“sombra” no Novo testamento é um termo técnico quando usado para descrever
realidades espirituais. Por “sombra” entendemos que uma cena que aconteceu no Velho
Testamento representa algo transcendente, algo futuro, ainda desconhecido. Como se
víssemos uma imagem refletida por um espelho de cobre, por um pedaço de metal limpo,
ou um reflexo na água. Nos concede uma ideia. Uma vaga noção. Uma “sombra”. O
Cântico também apresenta-nos como uma “sombra”. E é atrás de uma das dimensões
desta “sombra” que os comentários irão focar, na esfera das coisas invisíveis, eternas,
28. celestiais. Cantares não se limita ao que será exposto. Haveria espaço para uma abordagem
humana que vai desde a intimidade de um casal, a psicologia do afeto, as questões lúdicas
(essas eu trato, mas com enfoque nas coisas eternas) as questões sociais presentes... as quais
esboço.
Como falei, Cantares é um DUETO. Espiritual e humano.
Não há uma espiritualização ou alegorização que CONTENHA os significados de
Cantares. Pregar as questões proféticas não anula as demais questões do livro.
Ele é mais profundo do que nós mestres somos capazes de explicar e do que os profetas
são capazes de enxergar.
Se um profeta disser para você que ele sabe o significado completo, que o que ele sabe é o
que DEFINE CANTARES, se sua visão profética é tudo, para todos,
28
Ria. Baixinho. Pode ser que ele esteja do seu lado.
Welington José Ferreira
30. As Escrituras vertem vinho. O único livro do antigo Testamento que não menciona o
vinho é o livro de Jonas. E tem uma razão. O vinho é uma figura que quando usada com
o Espírito de Deus evoca uma de suas qualidades de caráter. Assim como o óleo, quando
aplicado como representação do Espírito. O Vinho simboliza, em relação ao Espírito a sua
presença NO INTERIOR, em especial sua Vida, sua Alegria. O óleo, igualmente,
simboliza a unção, a MANIFESTAÇÃO EXTERNA, de modo mais amplo ao PODER
do ESPÍRITO. Jonas foi um dos homens mais ungidos que já pisou este mundo. Tem algo
a ver com o que ocorreu com ele lá no interior do peixe abissal que o engoliu. Para todos
os efeitos, literal ou espiritualmente, Jonas é um MORTO que saiu das ÁGUAS e das
profundezas para PREGAR aos mortos espirituais de Nínive. E sua pregação é tão
poderosa que fazem 200.000 pessoas ou mais, chorarem, gritarem, clamarem a Deus sua
graça, implorarem sua misericórdia e seu perdão. Três dias sem dormir, três dias sem para
de falar. Três dias que transformaram pela primeira vez e última na história da humanidade,
toda uma geração, toda uma nação. Impressionante.
Mesmo assim, Jonas, o fez a base de óleo. Mas não de vinho. Ele ODIAVA aos ninivitas.
Ele ansiava que eles o rejeitassem, para serem destruídos como Sodoma e Gomorra. Ao
final da pregação fez um acampamento do lado de fora da cidade aguardando o fogo cair
do céu e consumi-los pela sua descrença. Só que não aconteceu. Jonas possuía o chamado,
a vocação, a unção e o poder. Mas não tinha a Alegria, o Amor espiritual ainda derramado
em seu coração. Ele é um profeta do Velho Testamento que não possui ainda seu espírito
REGENERADO. Mas não impedia que Deus através deles, operasse grandes sinais e
maravilhas. Mas já mostra a profundidade do uso do Vinho nas Escrituras.
A outra cena, antes de iniciar o assunto. Jesus recebe das mãos de um soldado, enquanto
crucificado, uma esponja embebida em um tipo de vinagre misturado a especiarias, mirra e
30
31. bálsamos. Uma bebida que amenizaria um pouco suas dores, um fortíssimo narcótico. Mas,
ele a recusa, veementemente.
Porque Jesus recusou beber o narcótico?
Tem a ver com uma promessa, e com uma profunda representação. A promessa foi dada
na ceia “nunca mais beberei vinho a não ser convosco, na casa de meu Pai”
E Jesus SEMPRE cumpre suas promessas. Esse detalhe é belíssimo. Maravilhosíssimo.
Aquilo era vinagre, um vinho decomposto, degradado, mas ainda era vinho. E em
segundo lugar, porque Aquele que iniciou seu ministério com a geração
sobrenatural de um vinho de excelente qualidade, não iria finalizá-lo tomando um
vinho estragado. Um vinho inferior.
Por oito vezes Cânticos evocará figura do vinho para evocar os sentimentos do amado pela
amada:
Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o teu amor do que o
31
vinho.
Leva-me tu; correremos após ti. O rei me introduziu nas suas câmaras; em ti nos
regozijaremos e nos alegraremos; do teu amor nos lembraremos, mais do que do vinho;
os retos te amam.
Que belos são os teus amores, minha irmã, esposa minha! Quanto melhor é o teu
amor do que o vinho! E o aroma dos teus ungüentos do que o de todas as especiarias!
Já entrei no meu jardim, minha irmã, minha esposa; colhi a minha mirra com a
minha especiaria, comi o meu favo com o meu mel, bebi o meu vinho com o meu leite;
comei, amigos, bebei abundantemente, ó amados.
E a tua boca como o bom vinho para o meu amado, que se bebe suavemente,
e faz com que falem os lábios dos que dormem.
Levar-te-ia e te introduziria na casa de minha mãe, e tu me ensinarias; eu te daria a
beber do vinho aromático e do mosto das minhas romãs.
E compreender o significados, o simbolismo e as representações relacionadas ao vinho nas
Escrituras será essencial para compreender a profundidade espiritual, além da dimensão
humana contida em Cantares. Importante frisar que a semelhança da festa de Assuero em
Susã, quando apresenta à emissários das províncias persas de todo o mundo, a glória de seu
reino, Cânticos é banhado em vinho. É época das festas de Benjamim, da festa das
32. colheitas, da maturação da uva e em todo o oriente e além estão sendo realizados festivais
movidos a dança, canções e vinho. Muito vinho. A cor de Cântico dos Cânticos é purpura.
No Egito festivais com um vinho preservado a base de uma química somente conhecida
por sábios sacerdotes e de uso exclusivo de Faraó está sendo fartamente consumido. Os
jônios, os aqueus, os eólios e os dórios festejam festas regadas a vinho. As primeiras
famílias pastoris aryas, entraram na Índia aproximadamente no segundo milênio antes de
Cristo, período em que os aqueus – com quem estavam, de certo modo, aparentados e cuja
a língua pertence ao mesmo grupo linguístico do sânscrito – chegavam ao território que,
posteriormente, formaria a Grécia. O Rig-Veda menciona um tipo de bebida (soma) que se
assemelha ao vinho misturado com especiarias citado em Cantares. A Índia da época de
Cânticos não possuía os preceitos de proibição ao vinho que vieram a posterior em sua
coleção de livros religiosos, porém em todos os épicos os personagens míticos e divindades
estão festejando suas vitórias com vinho. Os povos semitas estão celebrando aos seus
deuses com sacrifícios e oferendas de vinho derramado, chamado de libação, e também
bebendo muito. O vinho possuía um simbolismo relacionado a ressurreição, ao sangue
derramado, ao sacrifício, em muitas culturas da antiguidade. E incondicionalmente
conectado às histórias de amor dos deuses do mundo antigo. As festas religiosas em
Cânticos evocam, nas terras estrangeiras, aos mitos de fertilidade, sempre envolvendo
deusas, seus pares e a terra que recebia o efeito desse amor. Ou seja, o pano de fundo é
um mundo literalmente embriagado durante a realização dessas festas.
Poderia citar que as vestes do Messias cheiram a um vinho cheio de especiarias. Porque o
vinho da época de Cânticos era comumente misturado a diversas especiarias. Isaías
mostrará a libertação trazida por parte do Messias por meio de força descomunal, onde
suas vestes estarão manchadas de vinho, após seu árduo trabalho no lagar.
32
33. A cena de Isaias é de um trabalhador do lagar com as vestes completamente cor de vinho
em virtude dos respingos. A cena é dos inimigos de Deus sendo destruídos, esmagados
debaixo de grande ira, mas o resultado é que o sangue salpica suas vestes. É a cena de uma
batalha transformada na cena de uma “batalha” no lagar.
33
Para compreender a simbolismo do vinho nas Escrituras temos que estudar um pouco a
história do vinho.
A Babilônia já tinha leis que tratavam da exportação de vinhos e A Epopéia de Gilgamesh,
mais antigo texto literário conhecido, data do século XVIII antes de Cristo. Na Grécia e em
Roma, o vinho tinha sua origem cercada de lendas. Já no Egito antigo inscreviam nas jarras
informações sobre a safra, a vinha de proveniência e o nome do vinhateiro – eram os
primeiros rótulos. A terra dos antigos faraós nos legou listas com seus vinhos
Os egípcios também se dedicavam ao vinho, fato que fora comprovado em 1922 por
estudiosos. Na tumba do jovem faraó Tutankamon (1371- 1352 a .C.) foram encontradas
36 ânforas de vinho. Algumas delas continham inscrições sobre a região onde fora
34. produzido, a safra, nome do comerciante. Especialmente em uma havia até mesmo o
seguinte comentário: "muito boa qualidade".
Os médicos gregos foram os primeiros a prescreverem o vinho como medicamento,
incluindo Hipócrates, considerado mais tarde o pai da medicina. Os gregos também
aprenderam a adicionar ervas e especiarias ao vinho para disfarçar a deterioração.
34
Se hoje os vinhos nos chegam engarrafado, e com o selo fiscal, no passado distante ele
chegava em ânforas, fechadas com cera.
Séculos antes de Cristo, o transporte de vinho e de azeite e, eventualmente, de figos e
nozes era realizado em ânforas. Os gregos e depois os romanos transportavam e
exportavam seus vinhos e azeites nessas ânforas. Uma vez chegadas ao destino, o líquido
era colocado em recipientes menores. Barricas e barris, uma invenção dos gauleses ou
celtas, chegaram muitos séculos depois.
As ânforas eram feitas de terracota e revestidas por uma resina. Eram produzidas em
massa e dentro de padrões de capacidade pré-estabelecidos. Às vezes traziam como
garantia o carimbo do artesão numa das alças ou no gargalo da ânfora.
35. Os egípcios foram os primeiros a saber como registar e celebrar os detalhes da
vinificação em suas pinturas que datam de 1.000 a 3.000 a.C. Nas tumbas dos faraós
são vistas cenas mostrando como os vinhos eram bebidos. O consumo de vinho
estava limitados aos ricos, nobres e sacerdotes. Os vinhedos e o vinho eram
oferecidos ao deuses, especialmente pelos faraós, como mostram os registos do
presente que Ramses III (1100 a.C.) fez ao deus Amun.
Na Ilíada Homero fala de vinhos e descreve com lirismo a colheita durante o
Outono.
Entre as muitas evidências da sabedoria grega para o uso do vinho, são os escritos
atribuídos a Eubulus por volta de 375 a.C. : “Eu preparo três taças para o
moderado: uma para a saúde, que ele sorverá primeiro, a segunda para o amor e o
prazer e a terceira para o sono. Quando essa taça acabou, os convidados sábios vão
para casa. A quarta taça é a menos demorada, mas é a da violência; a quinta é a do
tumulto, a sexta da orgia, a sétima a do olho roxo, a oitava é a do policial, a nona da
ranzinzice e a décima a da loucura e da quebradeira dos móveis.”
Columela, calculava que o cultivo de um hectare de cereal acarretava que uma só pessoa
disponibilizasse quarenta e duas jornadas de trabalho ao longo do ano, enquanto uma
mesma extensão de terreno ocupado por vinha, necessitaria de seis vezes mais jornadas, ou
seja, duzentas e cinquenta e duas.
Os egípcios criaram uma prensa tipo parafuso usando tiras vegetais e torção para extração
do suco das uvas.
35
36. Existiram vários sistemas de prensas e também os lagares rupestres onde as uvas eram
batidas ou pisadas.
36
( Lagar de Cortegaça – da época do império Romano – em Portugal)
A mais citada de todas as lendas sobre a descoberta do vinho é uma versão persa que fala
sobre Jamshid , um rei persa semi-mitológico que parece estar relacionado a Noé, pois teria
construído um grande muro para salvar os animais do dilúvio. Na corte de Jamshid, as uvas
eram mantidas em jarras para serem comidas fora da estação. Certa vez, uma das jarras
estava cheia de suco e as uvas espumavam e exalavam um cheiro estranho sendo deixadas
de lado por serem inapropriadas para comer e consideradas possível veneno. Uma donzela
do harém tentou se matar ingerindo o possível veneno. Ao invés da morte ela encontrou
alegria e um repousante sono. Ela narrou o ocorrido ao rei que ordenou, então, que uma
grande quantidade de vinho fosse feita e Jamshid e sua corte beberam da nova bebida.
37. A propósito, o código de Hammurabi e o código dos hititas são os dois primeiros livros
sobre leis de que temos conhecimento e ambos fazem referência aos vinhos. No código de
Hammurabi há três tópicos relacionados com as "casas de vinho". O primeiro diz que "a
vendedora de vinhos que errar a conta será atirada à água"; o segundo afirma que "se a
vendedora não prender marginais que estiverem tramando e os levar ao palácio seria
punida com a morte"; a última diz que "uma sacerdotisa abrir uma casa de vinhos ou nela
entrar para tomar um drinque, será queimada viva".
Provavelmente havia predileção pelos vinhos doces (Homero descreve uvas secadas
ao sol), mas haviam vários tipos diferentes de vinho. Laerte, o pai de Odisseu, cujos
vinhedos eram seu orgulho e alegria, vangloriava-se de ter 50 tipos, cada um de um tipo
diferente de uva.
Com relação à prática de adicionar resina de pinheiro no vinho, utilizada na elaboração do
moderno Retsina, parece que era rara na Grécia Antiga. No entanto, era comum fazer
outras misturas com os vinhos e, na verdade, raramente eram bebidos puros. Era normal
adicionar-se pelo menos água e, quanto mais formal a ocasião e mais sofisticada a comida,
mais especiarias aromáticas eram adicionadas ao vinho.
Tudo que se queira saber sobre a vitivinicultura romana da época está no manual "De Re
Rústica" (Sobre Temas do Campo), de aproximadamente 65 d.C, de autoria de um
espanhol de Gades (hoje Cádiz), Lucius Columella. O manual chega a detalhes como: a
produção por área plantada (que, surpreendentemente, é a mesma dos melhores vinhedos
da França de hoje), a técnica de plantio em estacas com distância de dois passos entre elas
(mais ou menos a mesma técnica usada hoje em vários vinhedos europeus), tipo de terreno,
drenagem, colheita, prensagem, fermentação, etc.
Galeno (131-201 d.C.), o famoso grego médico dos gladiadores e, posteriormente médico
particular do imperador Marco Aurélio, escreveu um tratado denominado "De antídotos"
sobre o uso de preparações à base de vinho e ervas, usadas como antídotos de venenos.
Nesse tratado existem considerações perfeitas sobre os vinhos, tanto italianos como gregos,
bebidos em Roma nessa época: como deveriam ser analisados, guardados e envelhecidos
A maneira de Galeno escolher o melhor era começar com vinhos de 20 anos, que se
esperava serem amargos, e, então, provar as safras mais novas até chegar-se ao vinho mais
velho sem amargor. Segundo Galeno, o vinho "Falerniano" era ainda nessa época o melhor
(tão famoso que era falsificado com freqüência) e o "Surrentino" o igualava em qualidade,
embora mais duro e mais austero. A palavra "austero" é usada inúmeras vezes nas
descrições de Galeno para a escolha dos vinhos e indica que o gosto de Roma estava se
afastando dos vinhos espessos e doces que faziam da Campania a mais prestigiada região.
Os vinhedos próximos a Roma, que anteriormente eram desprestigiados por causa de seus
vinhos ásperos e ácidos, estavam entre os preferidos de Galeno. Ele descreveu os "grands
crus" romanos, todos brancos, como fluídos, mas fortes e levemente adstringentes,
variando entre encorpados e leves. Parece que o vinho tinto era a bebida do dia a dia nas
tavernas.
Após a queda do Império Romano seguiu-se uma época de obscuridade em
praticamente todas as áreas da criatividade humana e os vinhedos parecem ter permanecido
37
38. 38
em latência até que alguém os fizesse renascer.
Chegamos à Idade Média, época em que a Igreja Católica passa a ser a detentora das
verdades humanas e divinas. Felizmente, o simbolismo do vinho na liturgia católica faz
com que a Igreja desempenhe, nessa época, o papel mais importante do renascimento,
desenvolvimentoe aprimoramento dos vinhedos e do vinho. Assim, nos séculos que se
seguiram, a Igreja foi proprietária de inúmeros vinhedos nos mosteiros das principais
ordens religiosas da época, como os franciscanos, beneditinos e cistercienses (ordem de
São Bernardo), que se espalharam por toda Europa, levando consigo a sabedoria da
elaboração do vinho.
Dessa época são importantes três mosteiros franceses. Dois situam-se na Borgonha:
um beneditino em Cluny, próximo de Mâcon (fundado em 529) e um cisterciense em
Citeaux, próximo de Beaunne (fundado em 1098). O terceiro, cisterciense, está em
Clairvaux na região de Champagne. Também famoso é o mosteiro cisterciense de
Eberbach, na região do Rheingau, na Alemanha. Esse mosteiro, construido em 1136 por 12
monges de Clairvaux, enviados por São Bernardo, foi o maior estabelecimento vinícola do
mundo durante os séculos XII e XIII e hoje abriga um excelente vinhedo estatal.
Os hospitais também foram centros de produção e distribuição de vinhos e, à época,
cuidavam não apenas dos doentes, mas também recebiam pobres, viajantes, estudantes e
peregrinos. Um dos mais famosos é o Hôtel-Dieu ou Hospice de Beaune, fundado em
1443, até hoje mantido pelas vendas de vinho.
Também as universidades tiveram seu papel na divulgação e no consumo do vinho
durante a Idade Média. Numa forma primitiva de turismo, iniciada pela Universidade de
Paris e propagada pela Europa, os estudantes recebiam salvo conduto e ajuda de custo para
viagens de intercâmbio cultural com outras universidades. Curiosamente, os estudantes
andarilhos gastavam mais tempo em tavernas do que em salas de aulas e, embora cultos,
estavam mais interessados em mulheres, músicas e vinhos. Eles se denominavam a "Ordem
dos Goliardos" e, conheciam mais do que ninguém, os vinhos de toda a Europa.
Hypocraz
VINHO DE ESPECIARIAS (hipocraz)
O Hipocraz é uma bebida medieval inventada por um médico grego do século 5 aC. Esta
bebida é produzida a partir de vinho vermelho, mel e especiarias. Este vinho doce é criado
39. com as especiarias reias como a canela, o cardamomo (tipo de gengibre), o cravo e o
gengibre.
É interessante observar que é da idade média, por volta do ano de 1.300, o primeiro
livro impresso sobre o vinho: "Liber de Vinis". Escrito pelo espanhol ou catalão Arnaldus
de Villanova, médico e professor da Universidade de Montpellier, o livro continha uma
visão médica do vinho, provavelmente a primeira desde a escrita por Galeno. O livro cita
as propriedades curativas de vinhos aromatizados com ervas em uma infinidade de
doenças. Entre eles, o vinho aromatizado com arlequim teria "qualidades maravilhosas" tais
como: "restabelecer o apetite e as energias, exaltar a alma, embelezar a face, promover o
crescimento dos cabelos, limpar os dentes e manter a pessoa jovem". O autor também
descreve aspectos interessantes como o costume fraudulento dos comerciantes oferecerem
aos fregueses alcaçuz, nozes ou queijos salgados, antes que eles provassem seus vinhos, de
modo a não perceberem o seu amargor e a acidez. Recomendava que os degustadores
"poderiam safar-se de tal engodo degustando os vinhos pela manhã, após terem lavado a
boca e comido algumas nacos de pão umedecido em água, pois com o estômago
totalmente vazio ou muito cheio estraga o paladar ". Arnaldus Villanova, falecido em 1311,
era uma figura polêmica e acreditava na segunda vinda do Messias no ano de 1378, o que
lhe valeu uma longa rixa com os monges dominicanos que acabaram por queimar seu livro.
É importante mencionar um fato importantíssimo e trágico na história da
vitivinicultura, ocorrido da segunda metade do século passado, em especial na década de
1870, até o início deste século. Trata-se de uma doença parasitária das vinhas, provocada
pelo inseto Phylloxera vastatrix, cuja larva ataca as raízes. A Phylloxera, trazida à Europa
em vinhas americanas contaminadas, destruiu praticamente todas as videiras européias. A
salvação para o grande mal foi a descoberta de que as raízes das videiras americanas eram
resistentes ao inseto e passaram a ser usadas como porta-enxerto para vinhas européias.
Desse modo, as videiras americanas foram o remédio para a desgraça que elas próprias
causaram às vitis européias.
39
40. 40
Extraído em sua maior parte da obra de Hugh Johnson "The Story of Wine" da editora
Mitchell-Beazley, Londres, 1989
CICLO DA VIDEIRA
Tal como todas as plantas de folha caduca, a videira depende da temperatura ambiente para
suportar toda a actividade enzimática que está na base do seu ciclo vegetativo. Após a
vindima, com o avançar do Outono e o consequente abaixamento das temperaturas, a
videira vai deixando de ter condições que suportem a sua actividade, as folhas amarelecem
e acabam por cair. Entre fim do Outono e o princípio do Inverno a videira entra em
repouso vegetativo e só dele sairá quando as temperaturas médias do solo ultrapassarem os
12°C. É durante este período de repouso vegetativo que se realiza a já referida poda.
41. 41
CHORO
Dá-se nos últimos dias do Inverno ou início da Primavera e representa o fim do repouso
vegetativo e o início de um novo ciclo vegetativo da videira, manifestando-se através da
perda de seiva pelos cortes da poda. Tal só acontece porque as condições de temperatura
começam a permitir a actividade enzimática da planta.
42. 42
ABROLHAMENTO
Inicialmente os gomos dos nós deixados pela poda começam a intumescer, parecendo
como que cobertos de algodão. Em seguida aparece uma ponta verde, ficando
posteriormente as pequenas folhas perfeitamente visíveis e separadas
43. 43
PERIODO DE ANTERIOR À FLORAÇÃO
Depois das pequenas folhas estarem visíveis, segue-se um período de expansão vegetativa
durante o qual os factos mais importantes, por ordem cronológica, são: o aparecimento dos
cachos, a separação dos cachos e a separação dos botões florais.
FLORAÇÃO
Decorre durante cerca de uma semana e meia, normalmente na metade final da Primavera.
É um período crucial para a definição de uma colheita. Se a floração decorrer debaixo de
chuva, o pólen é lavado dos estames e das flores, não se dá a polinização e a consequente
fecundação. A flor não “vinga” em fruto (desavinho) e a colheita será bastante afectada
44. 44
CRESCIMENTO DOS BAGOS
É um período de grande expansão vegetativa coincidente com uma época de temperaturas
mais elevadas. Os bagos passam pelo tamanho de "grãos de chumbo" e "bago de ervilha",
até atingirem um certo tamanho que faz com que os cachos fiquem completamente
fechados. Até esta fase os bagos das castas brancas e tintas mantêm a coloração verde
opaca.
MATURAÇÃO
45. Podemos definir o início da maturação com o aparecimento do "pintor", que representa a
fase do ciclo vegetativo da videira que coincide com o aparecimento da cor tinta nas
películas dos bagos tintos e da película translúcida nas castas brancas. O "pintor" poderá
durar de uma a duas semanas, mas um bago muda de cor em 24 horas. A partir do "pintor"
inicia-se uma fase de 35 a 55 dias durante a qual a uva acumula açúcares livres (glucose e
frutose), potássio, aminoácidos e compostos fenólicos e vai perdendo ácido tart árico e
ácido málico (dois ácidos que representam 90% dos ácidos presentes nos bagos de uva).
Este período termina com a vindima, que poderá ocorrer no final do Verão ou no princípio
do Outono.
A partir daqui o ciclo repete-se e o viticultor passa a aguardar ansiosamente a nova colheita!
45
46. 46
A Adubação
Ao solo
Fazem-se normalmente no Inverno para que a água da chuva faça a incorporação dos
nutrientes no perfil do solo:
1. Com matéria orgânica
2. Com adubos minerais
A PODA
A poda é a operação realizada durante o período de repouso vegetativo da videira, que
ocorre normalmente no Inverno. É o processo através do qual se contraria a tendência
natural da videira para crescer, trepar, ocupar território e competir pela luz e que tem como
objetivo obrigá-la a produzir equilibradamente e com qualidade. A poda consiste no corte
das varas que se desenvolveram no ano anterior, deixando gomos na sua base que darão
origem a novas varas carregadas de frutos. O número de gomos que se deixam durante a
poda é função do sistema de condução, da densidade de plantação, da fertilidade do solo,
da disponibilidade de água e do estado de vigor da videira.
47. Detalhe da poda seca Os galhos mais frágeis são retirados de modo a permitir a
circulação da seiva apenas nos galhos frondosos, diminuindo a produtividade e
aumentando a qualidade das uvas em formação.
47
EMPA
Utilizado em sistemas de condução do tipo Guyot, a empa consiste em dobrar e amarrar a
vara ao arame de forma a distribuir a vegetação que se vai desenvolver, contrariando a
tendência natural que a videira tem para fazer abrolhar os gomos mais distantes, um
fenómeno denominado "dominância apical". Ao dobrar a vara, dificulta-se a passagem da
seiva, obrigando ao desenvolvimento dos gomos da base que, de outra forma, não
frutificariam.
48. 48
REPLANTAÇÕES
Caso haja plantas mortas há que substituí-las por plantas novas, normalmente sob a forma
de enxertos prontos, que deverão ser plantados no início da Primavera.
Quinta de Azevedo – Vinhal – videiras verdes
PRAGAS
1. Pragas:
1. Ácaros
2. Coleópteros
3. Cochonilha
4. Cicadela
5. Traça da vinha
6. Moluscos
1. Lesmas
2. Caracóis
7. Nemátodos
8. Filoxera
49. 49
2. Doenças:
1. Provocadas por Fungos
1. Escoriose (Phomopsis vitícola)
2. Míldio (Plasmopara vitícola)
3. Oídio (Uncinula necator, Oidium tuckeri
4. Podridão cinzenta (Botrytis cinérea)
5. Doenças do lenho
1. Eutipiose (Eutypa lata)
2. Esca (Stereum hirsutum)
2. Provocadas por bactérias
Normalmente tendo insectos como vectores.
3. Provocadas por vírus
Normalmente tendo nemátodos como vectores, são doenças facilmente
transmissíveis de planta para planta através das tesouras de poda ou outro
material de corte.
Ácaro vermelho europeu Panonychus ulmi
Efeito do ácaro nas folhas da vide
53. 53
Antigo lagar de Vinho em Cafarnaum no mar da Galiléia
No Jardim do local onde é considerada a tumba que guardou momentaneamente a Cristo
Há significativamente um Lagar
55. Em todo o Antigo Testamento bíblico, apenas o Livro de Jonas não tem referência
à videira.
As mulheres romanas foram proibidas de beber vinho, e um marido que encontrasse a sua
esposa bebendo tinha liberdade para matá-la. Um divórcio com os mesmos fundamentos
foi último gravado em Roma em 194 BCG
O vinho muitas vezes cria uma "sinergia" interessante com alimentos Quando o vinho e
comida são colocados juntos, eles têm "sinergia" ou geram um terceiro sabor além do que a
comida ou bebida oferece sozinha.
Nem todos os vinhos melhoram com o tempo. Na verdade, a grande maioria dos vinhos
produzidos estão prontos para beber e não tem muito potencial para o envelhecimento.
Apenas alguns raros vai durar mais tempo do que um decada. O vinho tem um efeito mais
concentrado em mulheres do que em homens As mulheres estão mais susceptíveis aos
efeitos de vinho do que nos homens, em parte, porque elas têm menos de uma enzima no
revestimento do estômago, que é necessária para metabolizar o álcool eficientemente.
No centro da vida social e intelectual grego existiu o Simpósio, que significa, literalmente,
"beber juntos." De fato, o simpósio reflete carinho grego para a mistura de vinho e
discussão intelectual. A combinação do tipo de solo, clima, grau de inclinação e exposição
ao sol constitui o terroir de uma vinha eo que faz cada vinhedo e de cada vinho, unicos
Os Odres eram uma forma comum para o transporte de vinho no mundo antigo. Peles de
animais (geralmente cabras) eram limpas e cozinhadas e virando-se do avesso para que o
lado peludo já tratado ficasse em contato com o vinho.
Com a idade, os vinhos tintos tendem a perder a cor e eventualmente, acabar por uma cor
de tijolo vermelho. Por outro lado, os vinhos brancos ganham cor, tornando-se de
dourados, eventualmente, marrom-amararelados.
55
56. Na lingua Inglesa a palavra "vinho" pode ser enraizada em “yayin” semita (significando
lamentação e choro).
Em árabe, a palavra para vinho é carroça. Em grego, é oinos. Nas línguas românicas é vin,
vino, vina, vinho.
No antigo Egito, a capacidade de armazenar o vinho até o vencimento era considerado
alquimia ou magia e era privilégio apenas dos faraós. A viinificação é um tema importante
em uma das mais antigas obras literárias conhecidas, a Epopéia de Gilgamesh. A divindade
responsável pelo vinho era a deusa Siduri, cuja representação sugere uma associação
simbólica entre o vinho ea fertilitilidade.
A festa do amor entre Baal e Anat, irmãos e noivos, era regada pelo vinho produzido
graças às chuvas que caíram durante o inverno. A gratidão era dirigida principalmente à
Deusa, grande heroína, cujo amor era representado pelo vinho.
56
Borra do vinho
O Padrão de Ur é a mais antiga imagem do mundo representando o consumo do vinho.
Possui cerca de 5000 anos de idade.
57. 57
Quarenta ânforas encontradas na parte interna de uma adega de um palácio israelense,
contém resíduos de um dos mais antigos vinhos do mundo:
Detalhes das ânforas encontradas. Fonte: scienze.fanpage.it
Os arqueólogos, há muito tempo sabiam que se tivéssemos tido a oportunidade de provar
o vinho como era feito antigamente, sentiríamos uma quantidade de aromas e especiarias
que sem dúvida, o tornavam peculiar. Esses arqueólogos agora terão mais informaçõe s,
devido ao que foi descoberto recentemente na adega de um palácio de uma cidade
cananéia, em Israel setentrional, no sítio arqueológico de Tel Kabri: foi encontrada uma
“reserva de garrafas” de 1.700 a.C! Arqueólogos israelenses e americanos foram os autores
dessa descoberta, divulgada há alguns dias, em Baltimore, no encontro anual da .
Sempre se soube que os vinhos da antiguidade era uma bebida da qual nos aproximaríamos
com muita dificuldade: eram muitos os ingredientes colocados nele – um pouco por causas
58. ligadas ao paladar da época, mas sobretudo porque alguns ingredientes tinham função
bactericida. Mas é interessante lembrar que, para favorecer a conservação dos alimentos, a
culinária dos nossos antepassados, muitas vezes, era rica de sal (sabemos, por exemplo, do
molho que os romanos usavam na maioria dos seus pratos, o garum, que era obtido através
da parte interna dos peixes e do peixe salgado), o que exigia que os pratos fossem
acompanhados por uma bebida de sabor bem marcante.
Foram encontrados restos de 40 ânforas, que foram conservadas na sala onde os antigos
proprietários faziam as suas refeições ou festejavam juntos com seus hóspedes.
Considerando a quantidade e a dimensão dos recipientes encontrados, feitos em terracotta
(argila), na adega cabiam 3.000 garrafas de vinho, brancos e tintos. Infelizmente a maior
parte desses recipientes estava quebrada por causa de um desabamento que, cerca de 3.600
anos atrás, sepultou esse tesouro alcoólico. De acordo com os estudiosos, é muito provável
que tenha sido um terremoto, a causa desse desabamento. Apesar do líquido das ânforas ter
desaparecido com o tempo, traços desse liquido se revelaram extremamente interessantes.
Os pesquisadores tiveram que trabalhar muito rapidamente nos resíduos encontrados,
antes que eles fossem contaminados pela exposição ocorrida, após séculos dormindo
secretamente.
Assim, a pesquisa que tinha como objetivo encontrar um dos vinhos mais antigos da
história, foi apresentado com orgulho pelos arqueólogos da George Washington University
e da University of Haifa, que trabalharam juntos nessa grande descoberta. As análises
químicas dos resíduos que resistiram ao tempo, restituíram o “sabor” do líquido que
continha nas ânforas, ou pelo menos deram uma ideia aproximada de como o vinho da
Antiguidade era diferente do nosso vinho: menta, mel, canela, zimbro e resinas estavam
entre os ingredientes principais e eram utilizados principalmente para evitar a deterioração
desses vinhos.
Uma “receita” que pra nós parece insólita, não era para os contemporâneos desses
senhores que viveram nessa terra israelense de 3.700 anos atrás, e também não era para
aqueles que vieram logo depois deles, mesmo após muitos séculos. Basta pensar ao vinho
que os romanos bebiam, cujos vestígios foram encontrados no fundo de algumas ânforas,
também analisadas quimicamente. Traços de um vinho que devia ser muito parecido com
os traços dos vinhos dos romanos, foram encontrados em odres (recipientes feitos de pele
de cabra), provenientes também, da Palestina, na tumba do Rei Escorpião I, soberano que
governou o Egito e morreu em torno de 3.150 a.C.. O uso de especiarias, aromas e resinas,
além de servir para melhorar a conservação dos vinhos, deve ser visto do ponto de vista
medicinal, que era atribuído à bebida “descoberta” por Noé: era utilizado normalmente
como medicamento, e continha ingredientes que ajudavam a potencializar seus efeitos
benéficos no organismo.
Em resumo, usado nas festas e rituais da antiguidade, como meio de união de estudantes
para debate, misturado como libações a divindades, usado como remédio e para despertar a
paixão, para conquista feminina, como sinal de status e poder, como reminiscência das
histórias de amor do mundo mítico da antiguidade, como referência direta a pessoa do
Messias, como moeda para compra de bens, produzido por vinhais exclusivos, e cuja
qualidade dependia do clima, do terreno e dos cuidados. O vinho de qualidade era um
produto precioso na antiguidade, presença continua nos banquetes reais e nas grandes
solenidades cívicas e religiosas. Os nobres e soberanos possuíam acesso a uma qualidade
especial de vinho, que na antiguidade era misturado com mel e preservado em ânforas de
terracota, transportados em odres de peles de animais tratadas, que não sofriam
deterioração com o tempo de uso, por isso Jesus afirma que não se guarda vinho novo em
58
59. odres velhos, porque senão se rompem os odres velhos e se desperdiçaria o vinho novo. A
generosidade das famílias era relacionada a quantidade do vinho oferecido nas festas e a
estima dos convidados relacionados à qualidade do vinho oferecido. O vinho novo era
sempre o melhor, recém-colhido, recém fabricado. O melhor vinho de todos pertencia a
adega real. O vinho percorre as Escrituras ligando a época dos pais – Noé, passando por
Abraão, testemunhando os grandes eventos da história de Israel. Votos especiais eram
feitos à Deus em busca de bênçãos com a abstinência de vinho, o chamado voto de
nazireado. O mais fabuloso nazireu das Escrituras foi, divertidamente, um grande beberrão.
Sansão. O vinho estava presente como testemunho da cura dos leprosos, derramado no
chão, estava presente na morte dos sacrifícios pelo pecado, incluindo a grande oferta do dia
da expiação. Quando a bezerra vermelha ou o cordeiro foi oferecido na hora nona, a
segundo sacrifício da sexta-feira de páscoa, o vinho também era derramado. Jesus faz a sua
última oração no Getsemani, um lagar de azeite. Mas que também poderia ser usado para
esmagar uvas. Pouco antes Jesus levantava um cálice com vinho cheio de especiarias e dizia
“este é o meu sangue, vertido por amor a vós” na última ceia. No mesmo Getsemani Jesus
intercede tão intensamente que de seus poros brotam sangue. E suas roupas ficam
salpicadas dele. É a cena profetizada em Isaias.
Jesus é a “videira verdadeira”, ele se compara a uma vinha, e usa as comparações com
vinicultura, manutenção das vides, para nos ensinar sobre frutificação.
A videira é um símbolo então para Cristo, assim como o foi para Israel e assim como o será
para a Igreja de Cristo. A igreja é videira, é vide, é vinha.
O processo de crescimento e o trabalho com uma vinha é repleto de símiles com o
crescimento espiritual da Igreja.
Como um dos símbolos mais profundos do vinho é também o Espírito de Deus, e o vinho
se identifica com o sangue que é símbolo de vida, temos uma bela representação da
E os processos de cuidado com a Vinha, todos possuem paralelos com o crescimento
espiritual. Tanto o individual como o do grupo, da congregação. E numa visão mais ampla,
de todo a Igreja. E sendo mais abrangente a dimensão humana, sua história, suas
conquistas e derrotas podem ser representadas pela videira.
As pragas e as doenças refletem as questões que destroem a vinha. A doença é mais atroz,
deixa marcas visíveis, se alastra com maior dificuldade em seu combate.
Ministérios espirituais doentes são como casas assombradas.
A parábola porém não se limita a Igreja. A sabedoria de Deus é extraordinária. E ilimitada.
A aplicação dos paralelos se estendem a toda forma de relacionamento humano. Gerentes
doentes pelo autoritarismo fruto do poder que sua organização lhes concede, políticos
embriagados pelo poder usufruindo de bens que não lhe pertencem, astros que adoeceram
em virtude da fama e por não terem raízes mais profundas na terra chamada vida,
murcharam pela ausência de alimento espiritual para suas vidas. O Estado, vinha
contaminada e doente se assenhorou do trabalho de muitos e em nome de preservar a si
mesmo, matou a milhões. Políticos assenhorados pela praga da ganancia, não deram fruto,
antes os comeram sozinhos. A religiosidade é uma vinha apodrecida, repleta de pragas e de
doenças espirituais profundas, e hoje milhões são atraídos por filosofias inúteis, rituais
vazios, ou mesmo práticas espirituais que os aprisionam a falsos profetas ou a espíritos
malignos. Na Índia, procissões de pessoas se flagelam em nome de suas divindades, no
Brasil milhões se escravizam a poderes que deles exigem oferendas, sacrifícios, rituais de
feitiçaria e todo tipo de enfermidade espiritual. Famílias como videiras adoentadas,
destruídas pela violência contra a mulher, contra os filhos, problemas de drogas,
embriagues, brigas e dor. A videira da política absolutamente contaminada por interesses
59
60. de grandes empreiteiras. A videira do ensino contaminada pelo orgulho de muitos
profissionais que confiaram mais em seus méritos que na cooperação com seus alunos.
Milhares de alunos são destratados nas faculdades pela praga do orgulho acadêmico. O
mundo humano parece viver embriagado, políticos e banqueiros agem como se estivessem
bêbados, sem considerar a dor de seus atos e os males às gerações futuras
Mas de modo inigualável a vinha e o vinho nos traduz coisas espirituais. Realidades
espirituais.
Há um momento nas Escrituras que a escola de profetas se corrompe. Nas religiões da
antiguidade era comum o uso de drogas alucinógenas para que alguns sacerdotes
invocassem ou recebessem visões. Os profetas corrompidos usando de seus cargos como
profissão, em dado momento na cidade de Jerusalém, embriagavam-se diariamente.
Em Isaias capitulo 28 o Espírito concede um texto que lembra o andar de um bêbado, uma
poesia que trata de profetas bêbados
Também estes erram por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham: Os sacerdotes e os profetas
erram por causa de bebida forte, e são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se (se envolve com coisas
erradas) por causa da bebida forte (mas o início, se começa com bebida fraca), andam errados na visão
(deixaram a visão de Deus), e tropeçam no juízo.
Todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imundícia, e não há nenhum lugar
limpo. Isaias 28. 7
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A: Mas também estes cambaleiam por causa do vinho,
B: e com a bebida forte se desencaminham;
C: até o sacerdote
C: e o profeta
B: erram por causa da bebida forte;
A: são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se por causa da bebida forte;
andam
errados
na visão
e tropeçam
no juízo.
Todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imundícia, e não há nenhum lugar limpo.
Isaias 28. 7, 8
Eles erravam, significava que AINDA que estivessem recebendo algo da parte de Deus ou
ainda exercessem o ofício profético e o sacerdotal, erravam por causa da bebida, o profeta
não entendia o que estava vendo, de tão alucinado e o sacerdote não dizia coisa com coisa.
As funções do sacerdote do Velho Testamento era a de ensinar as Escrituras, interceder,
julgar causas em alguns momentos. Imagine um professor, um padre e um juiz bêbados e
você terá ideia da tragédia.
A visão é pior ainda, quando passavam mal de tanto beber e o efeito era devastador.
Porque as vezes eles faziam isso em grupo, centenas e até milhares.
62. Em dado momento, num estado ainda mais degradante os profetas desacreditados e já
dependentes da bebida começavam a “trocar” profecias por bebida.
O que as Escrituras denominam “bebida forte” eram vinhos e misturas com forte teor
alcoólico.
A “embriagues espiritual” significa para o teólogo a mistura de doutrinas espúrias e
filosofias meramente humanas a interpretação das Escrituras. Para os que exercem
ministérios proféticos, significa outra coisa muito mais grave.
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Num sentido restrito o vinho é símbolo do espírito.
E sabemos que há pelos menos quatro qualidades de seres espirituais distintos.
Deus – O espírito de Deus
Anjos – espíritos ministradores
Homens – espírito humano
Demônios. – espíritos imundos.
Quatro tipos de bebidas. Quatro tipos de vinho.
Quando uma igreja corrompe seus ministérios mistura o vinho do Espírito com o vinho de
demônios. Significa que parte das garrafas na mesa da comunhão, uma parábola, é de bom
vinho. Porém, outras estão envenenadas. Imagine um lugar onde profecias verdadeiras se
misturam a falsas profecias. Onde o entendimento profundo das Escrituras se mistura a
doutrinas malignas. Imagine um lugar em que há a unção, e em algum instante, uma
falsificação humana. Uma mentira.
Uma videira enferma simboliza uma igreja que possui doutrinas que a impedem de crescer,
ou operações espirituais falsificadas. Em alguns casos o ministério de uma nação pode ser
impactado com uma doutrina que contamine diversos ministérios, com alguma coisa
espúria que impede o crescimento e o fortalecimento da verdadeira vinha.
Cada vinha representa uma igreja ou determinado ministério. Cada vinha é única, nasce e
cresce sobre certas condições. O que define a qualidade do vinho de uma vinha é o clima, o
solo, os nutrientes, a umidade, as chuvas. Não há como existir uma única vinha com um
tipo de vinho. Não existe uma doutrina, uma única revelação, um tipo de visão ou um
grupo que se assenhore a vinha da terra. A igreja não possui dono que não seja CRISTO.
Todos os pastores são trabalhadores e responsáveis pela sua vinha. Só dela. Assim como
cada um de nós de sua videira particular, nossas vidas espirituais.
A qualidade do vinho é dada pela pureza da água, pela nutrição adequada.
Uma obra espiritual é marcada pelo grau de pureza e exatidão de seu evangelho, pela
sinceridade e exatidão na interpretação e aplicação das realidades espirituais que fluem dos
céus. A Igreja é um organismo cujo crescimento está ligado a uma outra dimensão. Ela é
necessariamente sobrenatural e dependente do Espírito de Deus que a VIVIFICA.
Plinio, o Velho ( História Natural XIV,22,2) ATRIBUI AOS VINHOS DO Líbano “um
aroma de incenso”, informa-nos que estes eram oferecidos aos deuses. O vinho de Israel
produzido pelas vinhas de Salomão eram tão apreciados que Hirão o rei de Tiro o exigia
em seus acordos, ainda que Tiro na antiguidade fosse exportadora de vinho e de azeite. Nas
ruínas de Tiro foram descobertas ânforas palestinas, contendo restos de vinho.
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Sidon exportava seu vinho para o Egito na época do Império Persa.
O vinho é revestido de profundo simbolismo nas Escrituras. Ele está presente na profissão
de Noé, na cena de sua embriagues e nudez, é presente nas ofertas sacerdotais onde era
derramado na terra junto com as libações, está atrelado a uma profecia que aponta para
Cristo em Genesis.
Gênesis 27:28
Ele amarrará seu jumento
a uma videira;
e o seu jumentinho,
ao ramo mais seleto;
lavará no vinho as suas roupas;
no sangue das uvas,
as suas vestimentas.
Era proibido aos sacerdotes entrarem embriagados na tenda da congregação. Haviam votos
específicos de não bebe-lo, como o voto do nazireado do qual Sansão, que por sinal bebia
muito, é um dos personagens mais conhecidos. Leremos em Jeremias a respeito de uma
família que promete a seu patriarca jamais beber do fruto da videira e que quatro gerações
depois os homens do clã ainda guardavam aquele preceito. O que gerou uma “enciumada”
resposta profética. Deus usa o exemplo de uma única ordem emitida por um homem
humilde, uma única vez, cumprida rigorosamente, à custa de certo sacrifício, por mais de
quatro gerações! E suas centenas de ordens, dele, o Criador, Senhor, Todo-poderoso,
Altíssimo, que foram repetidas milhares de vezes, anos seguidos, por meio de inúmeros
ministérios, incluindo o profético, serem ignoradas desrespeitosamente. O sangue
simbolizava alegria, vida e ao mesmo tempo o sangue. Era sinal de prosperidade, de festa e
também alimento básico. Era usado para festejar o nascimento, para a oferta, para lamentar
a morte. Presente do nascimento ao enterro, presentes em todas as festas judaicas,
incluindo a páscoa. O bom nome era como o bom vinho. A angustia, a amargura, o fel,
como o vinho estragado, como o vinagre. O vinho derramado como desperdício. O vinho
novo indicava a prosperidade, a boa-colheita, sua venda era a base da economia de milhares
de vinhateiros. Um casamento era medido em importância pela quantidade do vinho
distribuído. Se o vinho não fosse o suficiente para que os convidados brindassem até o
final da festa, simbolizava que o casamento estava sendo oferecido por uma família
humilde. Se o vinho acabasse no meio da festa de casamento, que em Israel duraria por
muitos dias, significava vergonha para os pais da noiva. Se terminasse no início, quase uma
tragédia familiar. Nas bodas de Cana, após a água ser transformada em vinho, um dos
convidados se espantará, não com a quantidade do mesmo. Mas com a qualidade, com sua
excelência, porque de modo generoso e fabuloso quem os convidou para a festa guardou o
melhor para o final e para os convidados! Não para si próprios. Sentia-se honrado pela
generosidade do casal, sem saber que aquilo era generosidade do Espírito de Deus. Os
sacrifícios e os holocaustos eram acompanhados pelo derramamento do vinho! Quando às
três horas da tarde Jesus morrer no calvário, neste instante o segundo cordeiro do dia
estava sendo morto. Num sacrifício único, o de Yom Kipur, o que representava toda a
nação, que teria seu sangue derramado sobre a arca do concerto, se ela ainda existisse na
época de Cristo. O Sumo sacerdote degolaria o cordeiro, ou o bezerro de cor avermelhada,
e entraria no santo dos santos. Porém, antes derramaria um litro de vinho no chão.
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Jesus o denominara na instituição da ceia de “meu sangue”.
7,10 – “O céu da tua boca é como vinho bom” (wehikeké kéeyyn hatôv). O poema
semelhante aos wasfs árabes, da Sulamita (7,3a) trata de um tipo de vinho chamado
maseg. Ao citar a palavra “taça” (‘agan), indicará um ambiente refinado.
É um vinho excelente. Um vinho que era usado pelos reis. Um vinho da adega real, usado
em ocasiões especiais. No Livro de Ester o rei Assuero prepara uma festa de longa duração
e quando o vinho está acabando, solicita aos seus oficiais que abram e distribuam a vontade
o vinho especial, da maior adaga da história que poderia sustentar por anos o consumo de
vinho dos palácios persas.
Em Apocalipse oito vezes a figura do vinho será invocado. Denominado do “vinho da
ira”. O vinho é inebriante e potencializa emoções. Ele “altera” os sentidos e se uma pessoa
for dominada pela raiva enquanto estiver alcoolizada perde a capacidade de raciocinar.
Milhares de lares brasileiros provaram do “vinho da ira” que é a tragédia causada por
maridos bêbados que batem em seus filhos, filhas e esposas. Muitas foram mortas pelos
seus esposos embriagados que só deram conta do que fizeram após siar do estado de
embriaguez. Em Apocalipse é utilizada a sua figura no juízo, onde a repreensão e o juízo,
agem sem repressão, sem interferência, sem poderem ser contidos.
Em Cantares veremos toda essa multiformidade do vinho. Basicamente os dois vão
passar grande parte de Cantares, embriagados .
Ela chora ruidosamente quando ele não chega, ele tece um milhão de elogios à amada, os
guardas bêbados a espancam, ele bebe pra ter coragem pra dar-lhe um beijão, ela bebe pra
ter coragem pra roubar o grupo de cabritos e ir em direção a um grupo de desconhecidos,
ele está meio embriagado na festa em que a moça irá dançar e depois eles que eles se casam
há uma festança, regada, logicamente, a vinho da melhor qualidade.
E dependendo do contexto o vinho adotará uma das muitas figuras que o referenciam na
linguagem das Escrituras.
Vida, Ira, Alegria, Amor, sangue derramado, comunhão.
Incluindo o Espírito de Deus:
E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei -vos do Espírito,
Paulo ordena que se alguém tiver que ficar bêbado, que fique embriagado do Espírito de
Deus.
Vinho
“E o vinho que alegra o coração do homem, e faz reluzir o seu rosto como o azeite,
e o pão que fortalece o seu coração” (Sl 104.15).
Este texto une o símbolo do Vinho ao do Azeite.
O vinho nos fala de uma das características da presença do Espírito de Deus em nós. A
ALEGRIA.
Vinhal ou Vinha em Israel