O documento descreve os conflitos étnicos, religiosos e territoriais nos Bálcãs, incluindo a formação da Iugoslávia após a Primeira Guerra Mundial, as guerras civis após a dissolução da Iugoslávia comunista na década de 1990, e as guerras na Bósnia e Kosovo entre sérvios, croatas e bósnios muçulmanos.
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Série: 3º B
CONFLITOS NOS BALCÃS
Trabalho de Pesquisa referente aos
Conflitos que ocorrem no mundo
para a disciplina Geografia
Professor (a): Jussara
SOROCABA
2014
3. SUMÁRIO
conflitos nos Balcãs............................................................................................................. 4
Conflitos Étnicos, Religiosos, Políticos e Territoriais ............................................................... 4
Conflitos Territoriais ............................................................................................................. 5
Reino da Jugoslávia............................................................................................................ 5
Iugoslávia Ocupada ............................................................................................................ 5
Tito e a Resistência Iugoslava ............................................................................................. 5
República Socialista Federativa da Iugoslávia ...................................................................... 6
A Pacificação de Tito........................................................................................................... 6
Iugoslávia Após a Morte de Tito ........................................................................................... 6
As Novas Repúblicas e a Guerra Civil.................................................................................. 6
As Guerras da Bósnia e de Kosovo ..................................................................................... 7
Guerra da Bósnia................................................................................................................ 7
Guerra de Kosovo .............................................................................................................. 8
Bibliografia ........................................................................................................................ 10
4. 4
CONFLITOS NOS BALCÃS
Nos tempos antigos, a partir do século IV, a região balcânica serviu como
zona limítrofe entre o Império Romano Ocidental, com capital em Roma, e o
Império Bizantino, com capital em Constantinopla. Quando a Igreja cristã dividiu-se
em duas, uma parte católica, outra greco-ortodoxa, no séc. XI, os habitantes
da região também foram obrigados a optar, por uma ou por outra religião.
No século XV a região foi invadida pelos turcos otomanos, vindo do Sul,
depois de terem ocupado Constantinopla em 1453. No intuito de assegurar-se
da fidelidade das suas áreas ocupadas, obrigaram a população local,
especialmente os moradores da Albânia e da Bósnia, à conversão ao islamismo.
Conflitos étnicos, Religiosos, Políticos e Territoriais
O Caldeirão dos Balcãs
5. 5
Parte norte Iugoslávia, as regiões da
Eslovênia e da Croácia: governo de imperadores
austríacos, de cultura alemã e religião católica.
Centro-sul: controle dos turcos muçulmanos
até o início do século XX.
Conflitos Territoriais
Reino da Jugoslávia
No início do século XX, a Sérvia encabeçou um projeto "pan-eslavista"
com o intuito de formar a Grande Sérvia, reunindo os povos eslavos dos Bálcãs
e dominando as outras etnias da região.
No final da I Guerra Mundial, a derrota e decomposição dos impérios
Turco-Otomano e Austro-Hungaro permitiram a formação da Polônia,
Thecoslováquia, Hungria e Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, que mais
tarde se tornaria a República da Iugoslávia.
Iugoslávia ocupada
Em março de 1941, Pavel, o príncipe regente da
Iugoslávia, cedendo à pressão dos nazistas e dos fascistas
italianos, foi constrangido a assinar um tratado com o Eixo, o
que colocava os Bálcãs subordinados às potências fascistas
acirrando o ódio na região.
Tito e a resistência iugoslava
A Liga Comunista da Iugoslávia, comandada
pelo guerrilheiro Josef Broz, conhecido pelo codinome
de Tito, assumiu o controle das montanhas, com os
chamados partisans, tornando a vida dos ocupantes
alemães um inferno. Perto do fim da guerra, os
Cristãos Ortodoxos e muçulmanos
(Catedral de Sarajevo e mesquita
em Banja Luka)
Benito Mussolini e
Adolph Hitler em vista
a Iugoslávia
Tito e o alto comando da
Resistência
6. guerrilheiros de Tito haviam derrotado a maioria das divisões que os nazistas
enviaram, o mesmo ocorrendo na vizinha Albânia, com os partisans comandados
por Enver Hoxa.
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República Socialista Federativa da Iugoslávia
Com a forma de governo de uma república comunista, o país era
constituído pela união federal de seis repúblicas: Sérvia, com as regiões
autônomas de Kosovo e Voivodina, Croácia, Montenegro, Eslovênia, Bósnia-
Herzegovina e Macedônia.
A pacificação de Tito
O ódio entre as diversas etnias, reestruturadas como
estados dentro da República Socialista Federada da
Iugoslávia, proclamada em 1945, foi contido devido à
política hábil de Tito e, também, pelo clima de exaustão
geral pela guerra.
Iugoslávia após a morte de Tito
Doutrina comunista com apelo
internacionalista;
Diminuição de influência dos
grupos maiores;
Não alinhamento com
Socialismo Soviético;
Quando Tito veio a falecer, em 4 de maio de 1980, entrou em efetiva
prática uma constituição, anteriormente preparada, que tinha por objetivo
alcançar a rotatividade de etnias no poder executivo.
Os pontos fracos desse sistema eram a não possibilidade de eleição por
voto direto e a fragilidade do poder do presidente. Além do sistema frágil, a
derrocada socialista no continente contribuiu para o desmembramento
iugoslavo.
As Novas Repúblicas e a Guerra Civil
Para fortalecer a Sérvia, Slobodan Milosevic suprimiu a autonomia das
províncias autônomas: Voivodina e Kosovo. No primeiro caso, não se provocou
problemas, pois a grande maioria da população é de origem Sérvia. Já no
Kosovo, a imensa maioria da população é de nacionalidade albanesa o que
7. provocou uma reação frente à supressão de sua autonomia, desencadeando a
repressão Sérvia.
Isto incentivou a separação da Eslovênia, juntamente com a Croácia, da
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Federação Iugoslava.
As guerras da Bósnia e de Kosovo
No início de 1991, a Iugoslávia tinha como presidente um sérvio e,
segundo o que estabelecia a forma colegiada de governo, que obedecia à
sucessão rotativa da presidência, um representante da Croácia deveria substituí -
lo. O presidente sérvio, contudo, não aceitou o político croata escolhido, e se
manteve na presidência.
A Eslovênia, então - manifestando-se contra a Sérvia na questão da
sucessão presidencial e a favor da independência de Kosovo (submetida, a partir
daquele mesmo ano, novamente à Sérvia), se declarou independente da
Iugoslávia, no que foi seguida pela Croácia e pela Macedônia. Como reação,
tropas do Exército Federal, composto por soldados da Sérvia e de Montenegro,
invadiram as repúblicas da Eslovênia e da Croácia, onde se encontram minorias
de origem sérvia.
Na Eslovênia, a guerra durou pouco tempo (ficou conhecida como
Guerra dos Dez Dias), mas na Croácia a situação foi bem mais complicada, pois
a população sérvia da Croácia não aceitou a independência da região e passou
a ser armada pelas tropas federais. Ao mesmo tempo, croatas que habitavam a
Bósnia-Herzegovina se lançaram na guerra do lado da Croácia.
Guerra da Bósnia
Em março de 1992 foi a vez da Bósnia-Herzegovina também se declarar
independente. Slobodan Milosevic, que culpava Josip Broz Tito (um croata) pela
situação de crise que a Sérvia vivia, investiu com todas as suas forças contra
croatas e bósnios.
8. Sarajevo, capital da Bósnia, foi cercada - e por vários meses os
moradores da cidade passaram por situações críticas: o fornecimento de água,
eletricidade e aquecimento foi cortado e a ajuda humanitária que chegava até
eles não bastavam para suprir as carências de toda a população. As tropas
federais (melhor seria dizer, da Sérvia) chegaram a ocupar 70% do território
bósnio.
Nesse conflito, conhecido como Guerra da Bósnia, a limpeza étnica foi
um dos principais objetivos. E aqui não existem "mocinhos e bandidos": dos dois
lados as atrocidades praticadas foram enormes. Mas como as tropas sérvias
eram muito melhor armadas, bósnios e croatas foram os que mais sofreram.
Parecia que o mundo assistia impassível ao conflito que dilacerava os
Bálcãs. No clima de final de Guerra Fria, a Rússia passava por uma enorme
crise, enquanto os EUA, que estavam saindo da Guerra do Golfo (1990-1991),
relutavam em participar de mais um conflito. A Europa, acostumada, por anos, à
submissão às ordens da OTAN ou do Pacto de Varsóvia, somente impôs um
bloqueio econômico à Sérvia.
Diante dessa conjuntura, o presidente dos EUA, Bill Clinton, mesmo
violando acordos internacionais, começou a armar tropas da Croácia, que
acabaram vencendo os sérvios em Krajina.
Tal vitória forçou os líderes da Sérvia, da Croácia e da Bósnia a
buscarem uma negociação de paz, selada em novembro de 1995: Eslovênia,
Croácia, Bósnia-Herzegovina e Macedônia seriam países independentes,
enquanto a Iugoslávia seria formada por Sérvia (incluindo Kosovo e Voivodina)
e Montenegro (que em 1996 se tornou independente).
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Guerra de Kosovo
Contudo, mesmo assim, depois de os Bálcãs estarem supostamente em
paz, um problema ainda não havia sido resolvido: a questão de Kosovo.
Em 1996, os albaneses de Kosovo formaram o Exército de Libertação
de Kosovo e passaram a lutar por sua independência. A Sérvia reagiu
9. violentamente a tal manifestação e, em 1996, estourou mais um sério conflito
separatista e étnico na região: a Guerra de Kosovo.
Mais uma vez as tropas internacionais tardaram a chegar: depois de
muita negociação e bloqueios econômicos, somente em 1999 a OTAN interferiu
no conflito - e por 78 dias bombardeou impiedosamente a região. Em média, os
países da OTAN gastaram US$ 64 milhões por dia de conflito, o que permite
perceber o enorme e moderno aparato bélico usado. Milosevic foi obrigado a se
render. Um ano depois, o líder sérvio foi preso e entregue ao Tribunal de Haia,
para ser julgado por crimes de guerra e contra a Humanidade.
Desde então, Kosovo passou a ser uma região protegida pelas Nações
Unidas e pela OTAN (cerca de 28 mil soldados foram deslocados para a
província). Até que, em fevereiro de 2008, o governo de Kosovo declarou sua
independência, sem que tal atitude tenha sido aceita pela Sérvia.
Tal episódio dividiu o mundo. Os EUA e parte da Comunidade Europeia
apoiam Kosovo, mas a Rússia e a Espanha apoiam a Sérvia, pois temem que o
exemplo separatista kosovar estimule grupos separatistas em seus próprios
territórios.
As peças do xadrez da política internacional estão se movimentando... e
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a questão ainda não está resolvida.