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WESLEY DIAS TAMAGI




 SOFTWARE LIVRE NAS ESCOLAS PUBLICAS DO PARANÁ : UMA FERRAMENTA

       PARA ESTIMULAR A COOPERAÇÃO E COMBATER A DESIGUALDADE.




                                       CURITIBA

2012

SOFTWARE LIVRE NAS ESCOLAS PUBLICAS DO PARANÁ : UMA FERRAMENTA PARA ESTIMULAR
A COOPERAÇÃO E COMBATER A DESIGUALDADE.de Wesley Dias Tamagi é licenciado sob
umaLicença Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
      Perssões além do escopo dessa licença podem estar disponível em tama.wes@gmail.com.
DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA:

      O uso do software livre nas escolas publicas é uma pratica que visa dois

objetivos: o primeiro e mais óbvio é economizar, já o segundo seria evitar atos ilegais

como a pirataria. Ambas razões acabam sendo um discurso de mercado e não raro

quando um país entra em crise financeira o software livre volta à pauta do de

discussão, no Paraná o uso do software livre nas escolas começou a ganhar estimulo

com o projeto Paraná Digital do então governador Roberto Requião, onde os

computadores dos laboratórios de informática tiveram uma versão modificada do

Debian Linux instalado mais tarde esta versão começaria a ser substituída pelo Linux

Educacional desenvolvida pelo Centro de Experimentação em Tecnologia Educacional

(CETE) do Ministério da Educação (MEC) cuja versão mais recente a 4.0 que é

baseada na versão 10.04 LTS do Ubuntu Linux foi desenvolvida em parceria com o

Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) um grupo de pesquisa do

Departamento de Informática da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

      Existe uma filosofia de coletividade e compartilhamento dentro do universo do

software livre, mas distante da escola onde ora o software livre é encarado como um

mero instrumento de redução de custos, ora simplesmente como um produto inferior ao

software proprietário e restritivo. O potencial que o software livre tem para construir um

amplo debate,promover o compartilhamento de ideias e contribuir para a construção de
uma alternativa onde os valores de cooperatividade se façam presente não é

aproveitado em sua totalidade isso ocorre por algumas razões: Inicialmente a

Burocratização e Mercantilização: A escola na teoria deveria ser um canal para o

dialogo e construção de valores sociais, existem diversas teorias neste sentido como

os sete saberes necessários a educação do futuro de Edgar Morin, a discussão sobre o

currículo escolar levantada por Miguel Arroyo, o debate sobre a utilidade atual da

escola levantada por Ivan Illich, a educação popular discutida por Carlos Rodrigues

Brandão entre outras teorias da educação que valorizam o senso de coletividade.

      A computação ao ingressar na vida escolar trouxe novas possibilidades e

incertezas até meados da década de 80 do século XX o software privativo

monopolizava o mercado, logo as escolas de regiões pobres ficavam excluídas do

processo de informatização, ao longo dos anos 90 surgiram estímulos a chamada

inclusão digital, mas foi somente com o software livre que o cenário passou a ser

modificado, o mesmo permite o acesso e estimula a cooperação entre os sujeitos.

 Em 1985 Richard Stallman fundou a Free Software Foundation (FSF) nascida do

projeto GNU (Gnu is not Unix) e que, entre outras coisas defende o uso do software

livre na educação como forma de promover a união e estimular o compartilhamento dos

saberes é importante levantar as razões para o não aproveitamento do software livre

como ferramenta social, primeiramente existe o fator tempo a escola não tem tempo,

os professores não tem tempo e isto dificulta o uso e estimulo de novas ferramentas,

depois temos a chamada curva de aprendizagem a maioria das pessoas se acostumou

a utilizar um único sistema operacional, um único método de ensino e uma única

realidade. Com a tecnologia se modificando num ritmo acelerado esta curva de
aprendizagem tornou-se maior o computador passou a ser uma ferramenta de trabalho

para a educação, pesquisas online substituíram as enciclopédias e a escola não

conseguiu acompanhar este ritmo de mudanças, repetiu velhos discursos para novos

tempos e mesmo com as novas tecnologias a dinâmica do ensinar pouco mudou,

raramente os laboratórios de informática são utilizados para algo além de pesquisa

escolar, digitar trabalhos ou preparar uma apresentação.

      Existem muitos educadores que se envolvem com projetos livres e muitos

desenvolvedores que se interessam pela educação prova disso é que existem projetos

educacionais na FSF, na comunidade LibreOfifice (suíte de escritório), na Open Source

Initiative (OSI) – uma fundação que tem por objetivo estimular de forma pragmática o

uso do open source (código aberto) e em diversas distribuições Linux, mas a escola

não aproveita estas experiências, não busca unir os conhecimentos mesmo a

interdisciplinaridade é mais comentário teórico do que ação pratica na escola. É preciso

lembrar que as condições e desvalorização da escola publica muitas vezes, são os

reais empecilhos para inovar ou usar novas ferramentas o mercado muitas vezes dita

as regras na educação:

                     É extremamente preocupante que as politicas curriculares e até reorientações
                     curriculares sigam este servilismo ao movimento do mercado. Currículos
                     no movimento do mercado revelam movimentos de marcha a ré, freando
                     o movimento para frente que nas ultimas décadas luta por reconhecer
                     cada criança /adolescente, jovem e adulto sujeito de direitos, não
                     mercadoria.(ARROYO, 2011 pg.104)

O software livre representa uma alternativa ao mercado de certa forma uma libertação

destas amarras assim temos uma importante ferramenta reorientação ideológica:

                     Free Software exemplifies this reorientation; it is no simply a technical pursuit
                     but also the creation of a “public”, a collective that asserts itself as a check on
                     other constituted forms of power like states, the church, and corporations –
                     but which remains independent of these domains of power. Free Software is
                     a response to this reorientation that as resulted in a novel form of democratic
                     political action.(KELTY, 2008, pg.7)
Mas como a escola pode fazer ação politica através do software livre? A resposta está

no desenvolvimento e divulgação do software livre, não existe como produzir, manter

ou propagar o software livre sem um coletivo assim a vaidade individual dá lugar para o

esforço em conjunto. No lugar de uma “elite” fechada decidindo os rumos, muitas vezes

ouvindo o mercado temos grupos discutindo qual o melhor caminho para maioria.

      Apesar do software livre não ser contra o mercado seu ecossistema representa

uma forte alternativa para a forma como o mercado age, a escola reproduz muito do

mercado, começando pela competitividade que não é totalmente negativa

                     O paradigma da competição é uma corrida: recompensado o vencedor, nós
                     encorajamos todos a correr mais rápido. Quando o capitalismo realmente
                     funciona deste modo ele realmente faz um bom trabalho; mas os defensores
                     estão errados em assumir que as coisas sempre funcionam desta forma. Se os
                     corredores se esquecem do porque a recompensa ser oferecida e buscarem
                     vencer, não importa como, eles podem encontrar outras estratégias – como,
                     por exemplo, atacar os outros corredores. Se os corredores se envolverem em
                     uma luta corpo-a-corpo, todos eles chegaram mais tarde.(STALLMAN, 2001 in:
                     http://www.gnu.org/gnu/manifesto.pt-br.html ).

Classifica-se, aprova-se certo numero de alunos,segundo uma avaliação uma nota

a qual deve se conquistar individualmente e depois o mesmo sistema escolar que

promoveu o egoísmo, passa a defender valores sociais de união e cooperação, a

competividade só tem utilidade se estimula o outro a crescer e desenvolver no caso

do educando seria buscar conhecimentos e se aperfeiçoar, mas o que ocorre é um

processo de exclusão onde ninguém pode auxiliar o outro e todos acabam sendo

nivelados por baixo. Ora aí está a contradição não permitindo um auxilio mutuo, mas

tendo que promover o conhecimento curricular o aluno que tem um conhecimento

maior acaba recebendo menos atenção e muitas vezes se vê obrigado a regredir em

favorecimento do mais fraco (em questões de conteúdos específicos).
A desigualdade é uma realidade do capitalismo, a escola é vista por muitos

como espaço de igualdade, porém isso quase nunca acontece de fato:

                     É óbvio que mesmo com escolas de igual qualidade, uma criança pobre rara
                     vezes poderia nivelar-se a uma criança rica. Mesmo frequentando escolas
                     idênticas e começando na mesma idade, as crianças pobres não tem a
                     maioria das oportunidades educacionais que naturalmente uma criança da
                     classe média possui. Essas vantagens vão desde a conversação e livros em
                     casa até as viagens de férias e uma diferente idiossincrasia; isto vale para
                     as crianças que gozam disso, tanto na escola como fora dela. O estudante
                     pobre geralmente ficará em desigualdade porquanto depende da escola para
                     progredir ou aprender.(ILLICH, 1985, pg.21)

A ideologia de compartilhamento e auxilio mutuo presente no software livre pode

auxiliar a reduzir esta desigualdade, no universo Linux por exemplo mais e mais

pessoas são estimuladas a testar, usar e divulgar o sistema operacional livre,

logicamente que isto só terá efeito se a ideologia do software livre for propagada na

escola, em resumo o software livre possui 4 liberdades:

                     A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade 0);
                     A liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo as suas
                     necessidades (liberdade 1). Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré-
                     requisito;
                     A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao próximo
                     (liberdade 2);
                     A liberdade de redistribuir cópias de suas versões modificadas a outros
                     (liberdade 3). Desta forma, você pode dar a toda comunidade a chance de se
                     beneficiar de suas mudanças. Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré-
                     requisito.(FREE SOFTWARE FOUNDATION).

Estas liberdades poderiam ser temas associados aos conteúdos curriculares de

filosofia, sociologia e historia no ensino médio, temas para discussões na educação

profissional e no Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Pouco se fala sobre o software

livre nas escolas, usam desconhecendo sua historia sua proposta alternativa a um

modelo desigual de desenvolvimento que visa quase sempre ao lucro e transforma

os alunos em competidores sem cooperarem para o bem comum. A escola seja por

receio da direção e equipe pedagógica dos alunos danificarem os laboratórios de
informática, seja por falta de conhecimento sobre o tema e ignorância sobre a filosofia

central do software livre impedem ainda que sem querer uma grande oportunidade

de interdisciplinaridade e cooperação. Os alunos seriam responsáveis por escolher e

manter a distribuição Linux que mais lhe agradassem, mas teriam que de alguma forma

contribuir com a distribuição seja atraindo mais pessoas, ou estimulando doações

para os projetos relacionados, igualmente os softwares como navegadores, ambientes

gráficos, suítes de escritórios entre outros receberiam igual atenção, esta abertura e

interação teria um resultado positivo, os atos de vandalismo raramente ocorrem por

outro motivo que não seja a sensação de exclusão:

                     Atos de vandalismo sobretudo em monumentos públicos, podem ser
                     interpretados como manifestações políticas contra a exclusão social.
                     A analise é da coordenadora do Laboratório de Estudos Urbanos da
                     Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Eni Orlandi (…). “As
                     pessoas expressam aquilo que elas sentem”. (...) Eni alerta que os atos de
                     vandalismo são sintomas de que as relações sociais estão pautadas pela
                     violência.(VILLA,2002).

A escola reproduz o discurso violento e desigual presente no capitalismo, neste

sentido estimular o uso e permitir ao aluno ter pleno acesso ao que seria instalado no

computador da escola (a única obrigatoriedade seria que o software instalado deve ser

software livre e open source), possibilitaria fazer o aluno especialmente aquele se tem

o sentimento de exclusão, consiga começar a sentir-se integrado ao coletivo.

      No Paraná os laboratórios de informática presentes nas escolas publicas

receberam o nome de Paraná Digital um projeto feito em cooperação com a

Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (CELEPAR),

UFPR, Secretaria do Estado de Educação (SEED) e Companhia Paranaense de

Energia (Copel), estes laboratórios utilizam software livre esta escolha foi um acerto,

mas faltou aproveitar melhor a filosofia de cooperação e o estimulo para dividir o
conhecimento adquirido. Outro quesito pouco trabalhado é a escolha dos softwares,

tendo em vista que a palavra-chave no movimento do software livre é a liberdade e o

universo livre possui uma variedade de opções, nada mais acertado que permitir a

comunidade escolar conhecer e escolher quais aplicativos irá utilizar e como o fará.

      O software privativo volta e meia coloca seus olhares na educação e muitas

vezes a escola particular opta por este tipo de software, neste quesito a escola publica

que utiliza software livre obtêm uma vantagem.

                      Não é que o software privativo escolhido pelas escolas não cumpra o proposito
                      para o qual foi projetado. Às vezes até cumpre. O problema é que o proposito
                      educacional, quando o software é privativo, vem sempre acompanhado de
                      outros propósitos indesejáveis. E são esses outros propósitos que criam
                      hábitos prejudiciais e limitam as possibilidades de aprendizado.
                      O objetivo da educação não deve se limitar a transmitir informação. Deve
                      preparar o educando para ser um cidadão livre e independente. (…). Capaz
                      utilizar o conhecimento e técnicas que adquiriu.(OLIVA, 2009 pg. 12-13).

O software livre abre a possibilidade de controle ao passo que o software privativo

torna a pessoa controlada, primeiro por um contrato unilateral e em seguida a

cooperação é desestimulada, já no mundo livre a cooperação é estimulada e a

pessoa/comunidade pode favorecer a si e aos demais com inovações e divisão do

conhecimento é necessário observar que esta vantagem da escola publica não é

plenamente utilizada sendo muitas vezes uma potencialidade e não realidade.

             A escola publica possui uma variedade de alunos se somarmos o ensino

profissional, a EJA e a educação especial bem como as políticas de inclusão esta

diversidade aumentará de forma considerável nesta questão a filosofia do software livre

pode auxiliar a promover uma interligação entre estes mundos paralelos. Ainda é forte

o discurso de mão única na educação que ora não percebe a diversidade, ora a usa

apenas no discurso.
Se a diversidade de educandos que chegam às escolas carrega vivências
                    diversificadas do tempo, como trabalhá-las? No fundo, a disputa é de
                    experiências do tempo, na diversidade de sujeitos humanos com que
                    trabalhamos. (…). As outras experiências temporais, do passado, presente e
                    futuro tem impactos seríssimos sobre o currículo, uma vez que foram fechados
                    em uma experiência temporal única, que desconsidera a possibilidade
                    de outras experiências temporais vivida pela diversidade de sujeitos.
                    (ARROYO,2011 pg. 307-308).

A diversidade é presente no cotidiano do software livre seu universo não é limitado

apenas as pessoas da área de computação e programadores, mas de entusiastas

e pessoas que apoiam um outro modelo de desenvolvimento e relações sociais, a

escola publica paranaense além de contar com o software livre presente, tem dentro

do Estado uma ampla comunidade que participa de variados projetos livres. Falta,

no entanto um estimulo direcionado afim de promover a ideologia do software livre,

estimular seu uso e mostrar sua utilidade para a educação.

OBJETIVOS:

      Mostrar como o uso do software livre vem sendo utilizado pelas escolas publicas

do Paraná levando em consideração a importância que as novas tecnologias, podem

ter para o processo de ensino-aprendizagem verificar até onde sua ideologia é

conhecida pela comunidade escolar, estimular o debate sobre a possibilidade de usar o

software livre como ferramenta de cooperação e redução da desigualdade entre os

diferentes tipos de educandos, uma vez que todos podem cooperar. Realizar um

levantamento do uso e conhecimentos sobre o software livre por parte da comunidade

das escolas publicas paranaenses e por fim promover os valores presentes na filosofia

do software livre para auxiliar uma construção cidadã que vise o bem comum.

REVISÃO DE LITERATURA:
O uso da tecnologia em sala de aula passou por fases variadas sempre com a

promessa de ser algo inovador, no entanto esta inovação muitas vezes ocorreu de

forma conservadora e o potencial de uso ficou apenas na teoria.

                    O fato de treinar professores em cursos intensivos e de colocar equipamentos
                    nas escolas não significa que as novas tecnologias serão usadas para
                    melhoria da qualidade de ensino. Em escolas informatizadas, tanto publicas
                    como particulares, tenho observado formas de uso que chamo de inovação
                    conservadora, quando uma ferramenta cara é utilizada para realizar tarefas
                    que poderiam ser feitas, de modo satisfatório, por equipamentos mais
                    simples (atualmente, usos do computador para tarefas que poderiam ser
                    feitas por gravadores, retroprojetores, copiadoras livros, até mesmo lápis e
                    papel).(CYSNEIROS, 1999 pg. 15-16).

Hoje o software livre é uma forma de reduzir custos, por exemplo a versão mais

barata da suíte de escritório Microsoft Office versão 2010 (a ultima versão estável)

denominada Office Home and Student 2010 em seu web-site custa R$ 199,00 ao

passo que a suíte de escritório LibreOffice e a suíte Calligra não possuem custos isto

se deve ao fato da liberdade de distribuir livremente copias algo que o software livre

permite e os privativos impedem, mas esta não é a principal vantagem, aparentemente

o software proprietário tem a garantia de pertencer a uma empresa ao passo que o

software livre geralmente vem sem garantia alguma. Todavia é possível conseguir

suporte para software livre uma possibilidade é treinar alunos do ensino profissional,

para auxiliarem a comunidade escolar a manter, atualizar e usar o potencial do

software livre que não se limita ao conhecimento tecnista, mas envolve o saber

cooperar e auxiliar aos demais e igualmente ser auxiliado por toda uma comunidade.

      Somente a partir de 1998 o software livre conseguiu se expandir ¨¨Around 1998

Free Software emerged from a happily subterranean and obscure existence stretching

back roughly twenty years¨¨(KELTY, 2008 pg. 1). O mesmo poderia ser dito de outras

tecnologias e inovações que levaram um espaço de tempo para serem utilizadas, mas
nenhuma delas possuía, uma preocupação com a educação como o software livre:

                    Atividades educacionais (incluindo escolas) têm o dever se ensinar apenas
                    software livre. Aqui estão os motivos:
                    Em primeiro lugar, o software livre pode poupar dinheiro às escolas. Ele
                    proporciona às escolas, como a outros usuários, a liberdade de copiar e
                    redistribuir o software, de modo que o sistema escolar pode fazer cópias para
                    todos os computadores que possui. Em países pobres isso pode ajudar a
                    acabar com a dívida digital. Essa razão óbvia, embora importante em termos
                    práticos, é um tanto superficial. Desenvolvedores de software proprietário
                    podem eliminá-la ao doar cópias às escolas. (Aviso: uma escola que aceita
                    tal oferta pode ter que atualizar o software mais tarde.) Então vejamos as
                    razões mais profundas. Escolas têm uma missão social: ensinar seus alunos
                    a serem cidadãos de uma sociedade forte, capaz,independente, cooperativa
                    e livre. Elas devem promover o uso de software livre assim como promovem
                    a reciclagem. Se as escolas ensinarem o software livre, os alunos tenderão a
                    usá-lo depois de se graduar. Isso ajudará a sociedade como um todo a escapar
                    do domínio (e abuso) das megacorporações. O que as escolas devem se
                    recusar a ensinar é a dependência. Essas corporações oferecem amostras
                    grátis. (…). Eles não darão descontos a esses estudantes quando adultos e
                    graduados. O software livre permite aos estudantes que aprendam como o
                    software funciona. Alguns estudantes, quando chegam à adolescência, querem
                    aprender tudo o que podem sobre computadores e software. (…). O software
                    proprietário rejeita a sede de conhecimento dos estudantes. (…). A razão mais
                    profunda para se utilizar software livre nas escolas é a educação moral; nós
                    esperamos que as escolas ensinem aos alunos fatos básicos e habilidades
                    úteis, mas isso não é tudo. (FREE SOFTWARE FOUNDATION, 2009 in http://
                    www.gnu.org/education/edu-schools.html).

Diferente das grandes empresas o interesse do software livre não é apenas ganhar

mercado, mas trazer mais e mais pessoas para uma alternativa que visa antes de tudo

a cooperação e respeito pela diversidade.

      O uso do computador nas escolas pode realmente contribuir com o processo

ensino-aprendizagem:

                    Assim, à medida que fomos construindo nossa pesquisa, os receios e as
                    duvidas foram sendo trocados pela convicção de que esta tecnologia pode
                    efetivamente contribuir no processo de ensino-aprendizagem. Todavia,
                    acreditamos que mesmo que tenhamos diante de nós um elenco de
                    justificativas para introduzir este recurso didático na escola, esta inserção não
                    se pode dar de forma autoritária.(OLIVEIRA,1997. pg. 17.).

Do mesmo modo o software livre não deve simplesmente ser instalado é importante

mostrar sua filosofia e razões para usá-lo, mostrar que o mesmo permite estreitar os

laços sociais e rompe as barreiras do egoísmo existente no capitalismo. Para a escola
publica em especial avançar em desenvolvimento tecnológico o software livre é uma

importante ferramenta para o processo educacional:

                     O texto Software livre na educação trata da escolha dos softwares a serem
                     utilizados nas escolas. (…). A livre circulação de softwares com códigos
                     abertos e contribuição de todos, é imprescindível para a evolução do
                     computador no processo educacional. A utilização de software livre de custos
                     autorais reduz o custo da implantação e facilita o amplo acesso das escolas a
                     essa nova tecnologia.(MERCADO,2002. Pg. 07)

Do contrario corre-se o risco de transformar uma importante ideologia em mera

mercadoria a ser esquecida no tempo e espaço, para isto deve-se buscar o que a

comunidade escolar pensa e sabe sobre a tecnologia além de verificar o conhecimento

sobre o software livre por parte desta mesma comunidade no caso dos docentes como

as novas tecnologias podem auxiliar seu trabalho:

                     Por outro lado, os professores manifestando suas representações sobre as
                     relações entre tecnologia e trabalho ou atividades correlatas destacaram que a
                     tecnologia é:
                     - O uso da ciência, do saber, no trabalho em busca de novos métodos para
                     otimizar seu trabalho.
                     - Aplicação e implantação de conhecimentos científicos para o melhor
                     desenvolvimento do trabalho. (LIMA FILHO; QUELUZ, 2006. pg. 12).

A liberdade que o software livre oferece ao educando e ao educador liberdade traz

a possibilidade, capaz de transformar o meio social e contribuir para o processo de

ensino-aprendizagem: ¨¨O software livre não é simplesmente uma questão técnica;

é uma questão ética, social e politica. É uma questão de direitos humanos que os

usuários devem ter. ¨¨ (FREE SOFTWARE FOUNDATION, 2012 in http://www.gnu.org/

education/education.pt-br.html)



REFERÊNCIAS:

ARROYO, M. G: “CURRÍCULO TERRITÓRIO EM DISPUTA”. 2012 ed. Vozes

Petrópolis – RJ.
CYSNEIROS, P. G: “ NOVAS TECNOLOGIAS NA SALA DE AULA MELHORIA

DO ENSINO OU INOVAÇÃO CONSERVADORA?” revista: Informática Educativa –

UNIANDES – Vol. 12 n°1, 1999 pg. 11-24

FREE SOFTWARE FOUNDATION: TEXTOS DIVERSOS in: http://gnu.org/education.

Acessado em 20/10/2012.

ILLICH. Illich: “SOCIEDADE SEM ESCOLAS”. 1985 ed. Vozes Petrópolis- RJ.

KELTY, C. M “TWO BITS: THE CULTURAL SIGNIFANCE OF FREE SOFTWARE”

2008 ed. Duke University Press in twobits.net. Acessado em 10/09/2012.

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disponível     em:      http://files.dirppg.ct.utfpr.edu.br/ppgte/selecao2013/bibliografia/

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SALA DE AULA” 1997 ed. Papirus Editora, Campinas -SP.

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br.html acessado em 20/10/2012
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Campinas -SP in: www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=CMUHE031586

acessado em 18/10/2012.

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Software livre na educação publica como forma de estimular a cooperação e combater a desigualdade

  • 1. WESLEY DIAS TAMAGI SOFTWARE LIVRE NAS ESCOLAS PUBLICAS DO PARANÁ : UMA FERRAMENTA PARA ESTIMULAR A COOPERAÇÃO E COMBATER A DESIGUALDADE. CURITIBA 2012 SOFTWARE LIVRE NAS ESCOLAS PUBLICAS DO PARANÁ : UMA FERRAMENTA PARA ESTIMULAR A COOPERAÇÃO E COMBATER A DESIGUALDADE.de Wesley Dias Tamagi é licenciado sob umaLicença Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada. Perssões além do escopo dessa licença podem estar disponível em tama.wes@gmail.com.
  • 2. DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA: O uso do software livre nas escolas publicas é uma pratica que visa dois objetivos: o primeiro e mais óbvio é economizar, já o segundo seria evitar atos ilegais como a pirataria. Ambas razões acabam sendo um discurso de mercado e não raro quando um país entra em crise financeira o software livre volta à pauta do de discussão, no Paraná o uso do software livre nas escolas começou a ganhar estimulo com o projeto Paraná Digital do então governador Roberto Requião, onde os computadores dos laboratórios de informática tiveram uma versão modificada do Debian Linux instalado mais tarde esta versão começaria a ser substituída pelo Linux Educacional desenvolvida pelo Centro de Experimentação em Tecnologia Educacional (CETE) do Ministério da Educação (MEC) cuja versão mais recente a 4.0 que é baseada na versão 10.04 LTS do Ubuntu Linux foi desenvolvida em parceria com o Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) um grupo de pesquisa do Departamento de Informática da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Existe uma filosofia de coletividade e compartilhamento dentro do universo do software livre, mas distante da escola onde ora o software livre é encarado como um mero instrumento de redução de custos, ora simplesmente como um produto inferior ao software proprietário e restritivo. O potencial que o software livre tem para construir um amplo debate,promover o compartilhamento de ideias e contribuir para a construção de
  • 3. uma alternativa onde os valores de cooperatividade se façam presente não é aproveitado em sua totalidade isso ocorre por algumas razões: Inicialmente a Burocratização e Mercantilização: A escola na teoria deveria ser um canal para o dialogo e construção de valores sociais, existem diversas teorias neste sentido como os sete saberes necessários a educação do futuro de Edgar Morin, a discussão sobre o currículo escolar levantada por Miguel Arroyo, o debate sobre a utilidade atual da escola levantada por Ivan Illich, a educação popular discutida por Carlos Rodrigues Brandão entre outras teorias da educação que valorizam o senso de coletividade. A computação ao ingressar na vida escolar trouxe novas possibilidades e incertezas até meados da década de 80 do século XX o software privativo monopolizava o mercado, logo as escolas de regiões pobres ficavam excluídas do processo de informatização, ao longo dos anos 90 surgiram estímulos a chamada inclusão digital, mas foi somente com o software livre que o cenário passou a ser modificado, o mesmo permite o acesso e estimula a cooperação entre os sujeitos. Em 1985 Richard Stallman fundou a Free Software Foundation (FSF) nascida do projeto GNU (Gnu is not Unix) e que, entre outras coisas defende o uso do software livre na educação como forma de promover a união e estimular o compartilhamento dos saberes é importante levantar as razões para o não aproveitamento do software livre como ferramenta social, primeiramente existe o fator tempo a escola não tem tempo, os professores não tem tempo e isto dificulta o uso e estimulo de novas ferramentas, depois temos a chamada curva de aprendizagem a maioria das pessoas se acostumou a utilizar um único sistema operacional, um único método de ensino e uma única realidade. Com a tecnologia se modificando num ritmo acelerado esta curva de
  • 4. aprendizagem tornou-se maior o computador passou a ser uma ferramenta de trabalho para a educação, pesquisas online substituíram as enciclopédias e a escola não conseguiu acompanhar este ritmo de mudanças, repetiu velhos discursos para novos tempos e mesmo com as novas tecnologias a dinâmica do ensinar pouco mudou, raramente os laboratórios de informática são utilizados para algo além de pesquisa escolar, digitar trabalhos ou preparar uma apresentação. Existem muitos educadores que se envolvem com projetos livres e muitos desenvolvedores que se interessam pela educação prova disso é que existem projetos educacionais na FSF, na comunidade LibreOfifice (suíte de escritório), na Open Source Initiative (OSI) – uma fundação que tem por objetivo estimular de forma pragmática o uso do open source (código aberto) e em diversas distribuições Linux, mas a escola não aproveita estas experiências, não busca unir os conhecimentos mesmo a interdisciplinaridade é mais comentário teórico do que ação pratica na escola. É preciso lembrar que as condições e desvalorização da escola publica muitas vezes, são os reais empecilhos para inovar ou usar novas ferramentas o mercado muitas vezes dita as regras na educação: É extremamente preocupante que as politicas curriculares e até reorientações curriculares sigam este servilismo ao movimento do mercado. Currículos no movimento do mercado revelam movimentos de marcha a ré, freando o movimento para frente que nas ultimas décadas luta por reconhecer cada criança /adolescente, jovem e adulto sujeito de direitos, não mercadoria.(ARROYO, 2011 pg.104) O software livre representa uma alternativa ao mercado de certa forma uma libertação destas amarras assim temos uma importante ferramenta reorientação ideológica: Free Software exemplifies this reorientation; it is no simply a technical pursuit but also the creation of a “public”, a collective that asserts itself as a check on other constituted forms of power like states, the church, and corporations – but which remains independent of these domains of power. Free Software is a response to this reorientation that as resulted in a novel form of democratic political action.(KELTY, 2008, pg.7)
  • 5. Mas como a escola pode fazer ação politica através do software livre? A resposta está no desenvolvimento e divulgação do software livre, não existe como produzir, manter ou propagar o software livre sem um coletivo assim a vaidade individual dá lugar para o esforço em conjunto. No lugar de uma “elite” fechada decidindo os rumos, muitas vezes ouvindo o mercado temos grupos discutindo qual o melhor caminho para maioria. Apesar do software livre não ser contra o mercado seu ecossistema representa uma forte alternativa para a forma como o mercado age, a escola reproduz muito do mercado, começando pela competitividade que não é totalmente negativa O paradigma da competição é uma corrida: recompensado o vencedor, nós encorajamos todos a correr mais rápido. Quando o capitalismo realmente funciona deste modo ele realmente faz um bom trabalho; mas os defensores estão errados em assumir que as coisas sempre funcionam desta forma. Se os corredores se esquecem do porque a recompensa ser oferecida e buscarem vencer, não importa como, eles podem encontrar outras estratégias – como, por exemplo, atacar os outros corredores. Se os corredores se envolverem em uma luta corpo-a-corpo, todos eles chegaram mais tarde.(STALLMAN, 2001 in: http://www.gnu.org/gnu/manifesto.pt-br.html ). Classifica-se, aprova-se certo numero de alunos,segundo uma avaliação uma nota a qual deve se conquistar individualmente e depois o mesmo sistema escolar que promoveu o egoísmo, passa a defender valores sociais de união e cooperação, a competividade só tem utilidade se estimula o outro a crescer e desenvolver no caso do educando seria buscar conhecimentos e se aperfeiçoar, mas o que ocorre é um processo de exclusão onde ninguém pode auxiliar o outro e todos acabam sendo nivelados por baixo. Ora aí está a contradição não permitindo um auxilio mutuo, mas tendo que promover o conhecimento curricular o aluno que tem um conhecimento maior acaba recebendo menos atenção e muitas vezes se vê obrigado a regredir em favorecimento do mais fraco (em questões de conteúdos específicos).
  • 6. A desigualdade é uma realidade do capitalismo, a escola é vista por muitos como espaço de igualdade, porém isso quase nunca acontece de fato: É óbvio que mesmo com escolas de igual qualidade, uma criança pobre rara vezes poderia nivelar-se a uma criança rica. Mesmo frequentando escolas idênticas e começando na mesma idade, as crianças pobres não tem a maioria das oportunidades educacionais que naturalmente uma criança da classe média possui. Essas vantagens vão desde a conversação e livros em casa até as viagens de férias e uma diferente idiossincrasia; isto vale para as crianças que gozam disso, tanto na escola como fora dela. O estudante pobre geralmente ficará em desigualdade porquanto depende da escola para progredir ou aprender.(ILLICH, 1985, pg.21) A ideologia de compartilhamento e auxilio mutuo presente no software livre pode auxiliar a reduzir esta desigualdade, no universo Linux por exemplo mais e mais pessoas são estimuladas a testar, usar e divulgar o sistema operacional livre, logicamente que isto só terá efeito se a ideologia do software livre for propagada na escola, em resumo o software livre possui 4 liberdades: A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade 0); A liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo as suas necessidades (liberdade 1). Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré- requisito; A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao próximo (liberdade 2); A liberdade de redistribuir cópias de suas versões modificadas a outros (liberdade 3). Desta forma, você pode dar a toda comunidade a chance de se beneficiar de suas mudanças. Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré- requisito.(FREE SOFTWARE FOUNDATION). Estas liberdades poderiam ser temas associados aos conteúdos curriculares de filosofia, sociologia e historia no ensino médio, temas para discussões na educação profissional e no Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Pouco se fala sobre o software livre nas escolas, usam desconhecendo sua historia sua proposta alternativa a um modelo desigual de desenvolvimento que visa quase sempre ao lucro e transforma os alunos em competidores sem cooperarem para o bem comum. A escola seja por receio da direção e equipe pedagógica dos alunos danificarem os laboratórios de
  • 7. informática, seja por falta de conhecimento sobre o tema e ignorância sobre a filosofia central do software livre impedem ainda que sem querer uma grande oportunidade de interdisciplinaridade e cooperação. Os alunos seriam responsáveis por escolher e manter a distribuição Linux que mais lhe agradassem, mas teriam que de alguma forma contribuir com a distribuição seja atraindo mais pessoas, ou estimulando doações para os projetos relacionados, igualmente os softwares como navegadores, ambientes gráficos, suítes de escritórios entre outros receberiam igual atenção, esta abertura e interação teria um resultado positivo, os atos de vandalismo raramente ocorrem por outro motivo que não seja a sensação de exclusão: Atos de vandalismo sobretudo em monumentos públicos, podem ser interpretados como manifestações políticas contra a exclusão social. A analise é da coordenadora do Laboratório de Estudos Urbanos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Eni Orlandi (…). “As pessoas expressam aquilo que elas sentem”. (...) Eni alerta que os atos de vandalismo são sintomas de que as relações sociais estão pautadas pela violência.(VILLA,2002). A escola reproduz o discurso violento e desigual presente no capitalismo, neste sentido estimular o uso e permitir ao aluno ter pleno acesso ao que seria instalado no computador da escola (a única obrigatoriedade seria que o software instalado deve ser software livre e open source), possibilitaria fazer o aluno especialmente aquele se tem o sentimento de exclusão, consiga começar a sentir-se integrado ao coletivo. No Paraná os laboratórios de informática presentes nas escolas publicas receberam o nome de Paraná Digital um projeto feito em cooperação com a Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (CELEPAR), UFPR, Secretaria do Estado de Educação (SEED) e Companhia Paranaense de Energia (Copel), estes laboratórios utilizam software livre esta escolha foi um acerto, mas faltou aproveitar melhor a filosofia de cooperação e o estimulo para dividir o
  • 8. conhecimento adquirido. Outro quesito pouco trabalhado é a escolha dos softwares, tendo em vista que a palavra-chave no movimento do software livre é a liberdade e o universo livre possui uma variedade de opções, nada mais acertado que permitir a comunidade escolar conhecer e escolher quais aplicativos irá utilizar e como o fará. O software privativo volta e meia coloca seus olhares na educação e muitas vezes a escola particular opta por este tipo de software, neste quesito a escola publica que utiliza software livre obtêm uma vantagem. Não é que o software privativo escolhido pelas escolas não cumpra o proposito para o qual foi projetado. Às vezes até cumpre. O problema é que o proposito educacional, quando o software é privativo, vem sempre acompanhado de outros propósitos indesejáveis. E são esses outros propósitos que criam hábitos prejudiciais e limitam as possibilidades de aprendizado. O objetivo da educação não deve se limitar a transmitir informação. Deve preparar o educando para ser um cidadão livre e independente. (…). Capaz utilizar o conhecimento e técnicas que adquiriu.(OLIVA, 2009 pg. 12-13). O software livre abre a possibilidade de controle ao passo que o software privativo torna a pessoa controlada, primeiro por um contrato unilateral e em seguida a cooperação é desestimulada, já no mundo livre a cooperação é estimulada e a pessoa/comunidade pode favorecer a si e aos demais com inovações e divisão do conhecimento é necessário observar que esta vantagem da escola publica não é plenamente utilizada sendo muitas vezes uma potencialidade e não realidade. A escola publica possui uma variedade de alunos se somarmos o ensino profissional, a EJA e a educação especial bem como as políticas de inclusão esta diversidade aumentará de forma considerável nesta questão a filosofia do software livre pode auxiliar a promover uma interligação entre estes mundos paralelos. Ainda é forte o discurso de mão única na educação que ora não percebe a diversidade, ora a usa apenas no discurso.
  • 9. Se a diversidade de educandos que chegam às escolas carrega vivências diversificadas do tempo, como trabalhá-las? No fundo, a disputa é de experiências do tempo, na diversidade de sujeitos humanos com que trabalhamos. (…). As outras experiências temporais, do passado, presente e futuro tem impactos seríssimos sobre o currículo, uma vez que foram fechados em uma experiência temporal única, que desconsidera a possibilidade de outras experiências temporais vivida pela diversidade de sujeitos. (ARROYO,2011 pg. 307-308). A diversidade é presente no cotidiano do software livre seu universo não é limitado apenas as pessoas da área de computação e programadores, mas de entusiastas e pessoas que apoiam um outro modelo de desenvolvimento e relações sociais, a escola publica paranaense além de contar com o software livre presente, tem dentro do Estado uma ampla comunidade que participa de variados projetos livres. Falta, no entanto um estimulo direcionado afim de promover a ideologia do software livre, estimular seu uso e mostrar sua utilidade para a educação. OBJETIVOS: Mostrar como o uso do software livre vem sendo utilizado pelas escolas publicas do Paraná levando em consideração a importância que as novas tecnologias, podem ter para o processo de ensino-aprendizagem verificar até onde sua ideologia é conhecida pela comunidade escolar, estimular o debate sobre a possibilidade de usar o software livre como ferramenta de cooperação e redução da desigualdade entre os diferentes tipos de educandos, uma vez que todos podem cooperar. Realizar um levantamento do uso e conhecimentos sobre o software livre por parte da comunidade das escolas publicas paranaenses e por fim promover os valores presentes na filosofia do software livre para auxiliar uma construção cidadã que vise o bem comum. REVISÃO DE LITERATURA:
  • 10. O uso da tecnologia em sala de aula passou por fases variadas sempre com a promessa de ser algo inovador, no entanto esta inovação muitas vezes ocorreu de forma conservadora e o potencial de uso ficou apenas na teoria. O fato de treinar professores em cursos intensivos e de colocar equipamentos nas escolas não significa que as novas tecnologias serão usadas para melhoria da qualidade de ensino. Em escolas informatizadas, tanto publicas como particulares, tenho observado formas de uso que chamo de inovação conservadora, quando uma ferramenta cara é utilizada para realizar tarefas que poderiam ser feitas, de modo satisfatório, por equipamentos mais simples (atualmente, usos do computador para tarefas que poderiam ser feitas por gravadores, retroprojetores, copiadoras livros, até mesmo lápis e papel).(CYSNEIROS, 1999 pg. 15-16). Hoje o software livre é uma forma de reduzir custos, por exemplo a versão mais barata da suíte de escritório Microsoft Office versão 2010 (a ultima versão estável) denominada Office Home and Student 2010 em seu web-site custa R$ 199,00 ao passo que a suíte de escritório LibreOffice e a suíte Calligra não possuem custos isto se deve ao fato da liberdade de distribuir livremente copias algo que o software livre permite e os privativos impedem, mas esta não é a principal vantagem, aparentemente o software proprietário tem a garantia de pertencer a uma empresa ao passo que o software livre geralmente vem sem garantia alguma. Todavia é possível conseguir suporte para software livre uma possibilidade é treinar alunos do ensino profissional, para auxiliarem a comunidade escolar a manter, atualizar e usar o potencial do software livre que não se limita ao conhecimento tecnista, mas envolve o saber cooperar e auxiliar aos demais e igualmente ser auxiliado por toda uma comunidade. Somente a partir de 1998 o software livre conseguiu se expandir ¨¨Around 1998 Free Software emerged from a happily subterranean and obscure existence stretching back roughly twenty years¨¨(KELTY, 2008 pg. 1). O mesmo poderia ser dito de outras tecnologias e inovações que levaram um espaço de tempo para serem utilizadas, mas
  • 11. nenhuma delas possuía, uma preocupação com a educação como o software livre: Atividades educacionais (incluindo escolas) têm o dever se ensinar apenas software livre. Aqui estão os motivos: Em primeiro lugar, o software livre pode poupar dinheiro às escolas. Ele proporciona às escolas, como a outros usuários, a liberdade de copiar e redistribuir o software, de modo que o sistema escolar pode fazer cópias para todos os computadores que possui. Em países pobres isso pode ajudar a acabar com a dívida digital. Essa razão óbvia, embora importante em termos práticos, é um tanto superficial. Desenvolvedores de software proprietário podem eliminá-la ao doar cópias às escolas. (Aviso: uma escola que aceita tal oferta pode ter que atualizar o software mais tarde.) Então vejamos as razões mais profundas. Escolas têm uma missão social: ensinar seus alunos a serem cidadãos de uma sociedade forte, capaz,independente, cooperativa e livre. Elas devem promover o uso de software livre assim como promovem a reciclagem. Se as escolas ensinarem o software livre, os alunos tenderão a usá-lo depois de se graduar. Isso ajudará a sociedade como um todo a escapar do domínio (e abuso) das megacorporações. O que as escolas devem se recusar a ensinar é a dependência. Essas corporações oferecem amostras grátis. (…). Eles não darão descontos a esses estudantes quando adultos e graduados. O software livre permite aos estudantes que aprendam como o software funciona. Alguns estudantes, quando chegam à adolescência, querem aprender tudo o que podem sobre computadores e software. (…). O software proprietário rejeita a sede de conhecimento dos estudantes. (…). A razão mais profunda para se utilizar software livre nas escolas é a educação moral; nós esperamos que as escolas ensinem aos alunos fatos básicos e habilidades úteis, mas isso não é tudo. (FREE SOFTWARE FOUNDATION, 2009 in http:// www.gnu.org/education/edu-schools.html). Diferente das grandes empresas o interesse do software livre não é apenas ganhar mercado, mas trazer mais e mais pessoas para uma alternativa que visa antes de tudo a cooperação e respeito pela diversidade. O uso do computador nas escolas pode realmente contribuir com o processo ensino-aprendizagem: Assim, à medida que fomos construindo nossa pesquisa, os receios e as duvidas foram sendo trocados pela convicção de que esta tecnologia pode efetivamente contribuir no processo de ensino-aprendizagem. Todavia, acreditamos que mesmo que tenhamos diante de nós um elenco de justificativas para introduzir este recurso didático na escola, esta inserção não se pode dar de forma autoritária.(OLIVEIRA,1997. pg. 17.). Do mesmo modo o software livre não deve simplesmente ser instalado é importante mostrar sua filosofia e razões para usá-lo, mostrar que o mesmo permite estreitar os laços sociais e rompe as barreiras do egoísmo existente no capitalismo. Para a escola
  • 12. publica em especial avançar em desenvolvimento tecnológico o software livre é uma importante ferramenta para o processo educacional: O texto Software livre na educação trata da escolha dos softwares a serem utilizados nas escolas. (…). A livre circulação de softwares com códigos abertos e contribuição de todos, é imprescindível para a evolução do computador no processo educacional. A utilização de software livre de custos autorais reduz o custo da implantação e facilita o amplo acesso das escolas a essa nova tecnologia.(MERCADO,2002. Pg. 07) Do contrario corre-se o risco de transformar uma importante ideologia em mera mercadoria a ser esquecida no tempo e espaço, para isto deve-se buscar o que a comunidade escolar pensa e sabe sobre a tecnologia além de verificar o conhecimento sobre o software livre por parte desta mesma comunidade no caso dos docentes como as novas tecnologias podem auxiliar seu trabalho: Por outro lado, os professores manifestando suas representações sobre as relações entre tecnologia e trabalho ou atividades correlatas destacaram que a tecnologia é: - O uso da ciência, do saber, no trabalho em busca de novos métodos para otimizar seu trabalho. - Aplicação e implantação de conhecimentos científicos para o melhor desenvolvimento do trabalho. (LIMA FILHO; QUELUZ, 2006. pg. 12). A liberdade que o software livre oferece ao educando e ao educador liberdade traz a possibilidade, capaz de transformar o meio social e contribuir para o processo de ensino-aprendizagem: ¨¨O software livre não é simplesmente uma questão técnica; é uma questão ética, social e politica. É uma questão de direitos humanos que os usuários devem ter. ¨¨ (FREE SOFTWARE FOUNDATION, 2012 in http://www.gnu.org/ education/education.pt-br.html) REFERÊNCIAS: ARROYO, M. G: “CURRÍCULO TERRITÓRIO EM DISPUTA”. 2012 ed. Vozes Petrópolis – RJ.
  • 13. CYSNEIROS, P. G: “ NOVAS TECNOLOGIAS NA SALA DE AULA MELHORIA DO ENSINO OU INOVAÇÃO CONSERVADORA?” revista: Informática Educativa – UNIANDES – Vol. 12 n°1, 1999 pg. 11-24 FREE SOFTWARE FOUNDATION: TEXTOS DIVERSOS in: http://gnu.org/education. Acessado em 20/10/2012. ILLICH. Illich: “SOCIEDADE SEM ESCOLAS”. 1985 ed. Vozes Petrópolis- RJ. KELTY, C. M “TWO BITS: THE CULTURAL SIGNIFANCE OF FREE SOFTWARE” 2008 ed. Duke University Press in twobits.net. Acessado em 10/09/2012. LIMA FILHO,D.L. ;QUELUZ, G. L. : “ A TECNOLOGIA E A EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA: ELEMENTOS PARA UMA SISTEMATIZAÇÃO CONCEITUAL”in revista Educação e Tecnologia, Belo Horizonte, v.10, n°1, pg.19-28, 2005 disponível em: http://files.dirppg.ct.utfpr.edu.br/ppgte/selecao2013/bibliografia/ LimaFilhoeQueluz.pdf - acessado em 15/10/2012 MERCADO, L. P. L: “NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA” 2002 ed. Edufal, Maceió -AL. OLIVA, ALEXANDRE: SOFTWARE PRIVATIVO É FALTA DE EDUCAÇÃO” in: http:// revista.espiritolivre.org/pdf/Revista_EspiritoLivre_007_outubro09.pdf. Acessado em 20/ 10/2012. OLIVEIRA, Ramon de “INFORMÁTICA EDUCATIVA:DOS PLANOS E DISCURSOS A SALA DE AULA” 1997 ed. Papirus Editora, Campinas -SP. STALLMAN, Richard: “O MANIFESTO GNU” in: http://www.gnu.org/gnu/manifesto.pt- br.html acessado em 20/10/2012
  • 14. VILLA, Marcelo: “DISCURSO URBANO CONTRA A EXCLUSÃO” 2002 Correio Popular Campinas -SP in: www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=CMUHE031586 acessado em 18/10/2012.