O documento descreve a cultura do melão (Cucumis melo L.) abordando sua classificação botânica, produção mundial e nacional, variedades, fatores climáticos que influenciam a produção, época de plantio, preparo do solo, adubação, sistemas de irrigação, plantio, tratamentos culturais, pragas e doenças mais comuns.
Cultivo do melão: aspectos botânicos, produção e manejo
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
CULTURA DO MELÃO
Cucumis melo L.
YKESAKY TERSON DANTAS FERNANDES
AREIA-PB
2012
3. INTRODUÇÃO
A área plantada com melão no mundo 1,3 milhões
de ha
Produtividade da ordem de 21 t/ha
PRODUÇÃO MUNDIAL
Produção de 26,9 milhões de toneladas de frutos/ano
A China é o maior produtor com 51% da produção
O Brasil é o maior produtor da América do Sul com
495 mil toneladas/ano correspondendo a 20% da
produção total e rendimento médio de 23 t/ha e uma
área de 21,5 mil ha
Fonte: FAO (2009) IBGE (2009).
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4. INTRODUÇÃO
O Nordeste responde com 95% da produção nacional, sendo
responsável por 100% das exportações brasileira, destacando-se
os estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Pernambuco
Da produção brasileira, 40% são exportados, no período de
PRODUÇÃO NACIONAL
agosto a março
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6. Amarelo: Pertence ao
grupo dos inodoros e é
também conhecido como
melão espanhol. Tem casca
amarela e polpa variando
VARIEDADES
de branca a creme.
Cantaloupe: Pertence ao
grupo dos aromáticos.
Apresenta a casca
rendilhada com formato
esférico e polpa salmão.
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7. Charentais: Pertence ao
grupo dos aromáticos,
possui casca lisa, verde-
clara e reticulada
(costelada), forma
arredondada e às vezes
VARIEDADES
achatada, e polpa salmão.
Gália: Pertence ao grupo
dos aromáticos, é
arredondado, com casca
verde no início e amarela
quando o fruto está maduro.
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8. Orange: Pertence ao
grupo dos aromáticos, é
redondo, de casca lisa e cor
creme, com polpa laranja-
escura ou creme-
esverdeada. Exige
VARIEDADES
manuseio cuidadoso.
Pele de sapo: Pertence ao
grupo dos inodoros.
Recebeu este nome pela
coloração de sua casca:
verde-clara com manchas
verde-escuras, levemente
enrugada e dura, com polpa
creme esverdeada.
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10. FATORES QUE INFLUENCIAM NA PRODUÇÃO E QUALIDADE
Temperatura - faixa ótima de 25ºC a 35 C abaixo de
12ºC, o crescimento é paralisado acima de 40ºC, é prejudicial
a cultura.
Luminosidade - faixa de 2.000 a 3.000 horas/ano
Umidade relativa - ótima situa-se na faixa de 65% a 75%
CLIMA
Umidade do solo - pouco exigente em umidade do solo
Temperaturas elevadas, alta luminosidade, baixa umidade
relativa do ar e umidade do solo adequada proporcionam as
condições climáticas necessárias para a boa produtividade e
qualidade de frutos
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11. O melão pode ser cultivado o ano todo, evitando-se a época
de frio e chuvas intensas que provoca, além das perdas na
produtividade e qualidade, maior aparecimento de doenças
ÉPOCA DE PLANTIO
foliares e de frutos.
Além dos fatores climáticos, é importante considerar a
variação de preços do melão no mercado interno (a relação
entre a oferta e procura do produto), bem como observar as
janelas de exportação, ou seja, a entressafra no mercado
mundial, que acontece entre setembro a janeiro.
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12. Sucesso ou fracasso da produtividade;
Histórico da área;
ÁREA DE PLANTIO
Condições e características favoráveis;
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13. Limpeza do terreno;
Preparo do solo;
PREPARO DO TERRENO
Análise do solo;
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14. Calagem ou gessagem;
Feita 30 dias antes do plantio de acordo com a análise de solo
PREPARO DO TERRENO
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15. Aração;
PREPARO DO TERRENO
Quando existirem problemas
de compactação, ou em solos
muito argilosos, deve-se
realizar a sub-solagem antes
da aração, com profundidade
de cerca de 40 cm.
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16. Gradagem;
A gradagem do solo visa incorporar o calcário aplicado, bem
como destorroar e nivelar o solo para facilitar e melhorar as suas
PREPARO DO TERRENO
características para o plantio.
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17. Sulcamento;
Os sulcos devem ser abertos com o uso do sulcador, numa
profundidade de cerca de 20 cm e no espaçamento desejado.
PREPARO DO TERRENO
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19. Atualmente, com a introdução dos sistemas de certificação de
frutas, é recomendada a utilização de compostos orgânicos
certificados.
ADUBAÇÃO ORGÂNICA
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20. É feito uma aplicação de 5 a 10 toneladas por hectare
ADUBAÇÃO ORGÂNICA
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21. ADUBAÇÃO MINERAL
N 40 kg.ha-1 em fundação e 90 kg.ha-1 aos 20 e 40 dias
P de acordo com análise do solo em fundação e 40 dias
20:19 K todo em fundação de acordo com análise do solo
23. A fertirrigação é o processo de aplicação de fertilizantes na planta
por meio da água da irrigação, e se adapta muito bem ao método
de gotejamento.
N é aplicado
FERTIRRIGAÇÃO
até os 42 dias
K é aplicado
até os 55 dias
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25. Sulcos;
É realizada na superfície do solo por meio de pequenos
canais paralelos às linhas de plantio.
SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO
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26. Gotejamento;
Vantagens:
SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO
Economia de água e mão de obra;
Alta eficiência e a utilização da fertirrigação.
Desvantagens:
Alto custo de instalação;
Possíveis problemas de entupimento dos
gotejadores.
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35. Permanece até o
início da floração
feminina (cerca de 30
dias após o plantio),
UTILIZAÇÃO DE MANTA TNT
coincidindo com o
início da polinização.
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38. Cerca de 3 colmeias por
FAVORECIMENTO DA POLINIZAÇÃO
hectare;
Ocorre aproximadamente
30% de aumento na produção,
uma vez que as abelhas são o
principal polinizador da
cultura do melão.
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39. Mosca minadora (Liriomyza spp ): as larvas fazem galerias em formatos zig-
zag, podendo causar destruição total da folha.
PRINCIPAIS PRAGAS
Foto: Rui Sales (Ufersa) Foto: Senar
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40. Mosca branca (Bemisia tabaci biotipo B ): provoca a redução do tamanho e
peso dos frutos, produtividade, alteração da aparência, redução do ºBrix e
excreção de substância açucaradas “mela”, que propiciam o surgimento da
fumagina (fungo). São vetores (condutores) do vírus causador do amarelão.
PRINCIPAIS PRAGAS
Fotos: HENRIQUE MOREIRA
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41. Pulgão (Aphis gossypii ): provocam encarquilhamento e deformação nas
plantas jovens, brotações e folhas novas. Podem atuar como vetores de
doenças.
PRINCIPAIS PRAGAS
Fotos: HENRIQUE MOREIRA
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42. Broca das cucurbitáceas (Diaphania nitidalis e Diaphania hyalinata):
No primeiro tipo (nitidalis), as lagartas atacam flores e frutos, podendo
provocar abertura de galerias na polpa dos frutos.
Diafhania nitidalis
PRINCIPAIS PRAGAS
Fotos: HENRIQUE MOREIRA
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43. Broca das cucurbitáceas (Diaphania nitidalis e Diaphania hyalinata):
No segundo tipo (hyalinata), as lagartas atacam preferencialmente as folhas,
chegando a causar desfolha total da planta.
Diafhania hyalinata
PRINCIPAIS PRAGAS
Fotos: HENRIQUE MOREIRA
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44. Mosca das frutas (Anastrepha grandis): A casca do fruto é perfurado pela
fêmea para a colocação de seus ovos. Posteriormente as larvas se desenvolvem
no interior do fruto, tornando-o inviável para o consumo e industrialização.
PRINCIPAIS PRAGAS
Foto: HENRIQUE MOREIRA Foto: Embrapa
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45. Oídio (Sphaerotheca fuliginea)
Os sintomas surgem como manchas-claras
que aumentam de tamanho e depois são
recobertas por um mofo branco. À medida
que o mofo vai tomando a folha, estas vão
amarelecendo e secando, os ramos
definham e os frutos sofrem ligeira
PRINCIPAIS DOENÇAS
deformação. Estes sintomas, geralmente,
desenvolvem-se primariamente nas folhas
sombreadas e mais velhas.
Míldio (Pseudoperonospora cubensis):
inicia-se pelas folhas mais velhas, com
manchas de tecido encharcado de cor
branca, podendo nesta fase, algumas
vezes, serem confundidos com sintomas
iniciais de oídio.
20:19 Fotos: HENRIQUE MOREIRA
46. Cancro da haste (Didymella bryoniae):
As plantas atacadas apresentam exsudação
(líquido que sai da planta) de uma goma
escura no colo da planta, e quando esta é
circundante, leva a murcha e em seguida,
PRINCIPAIS DOENÇAS
à morte da planta. Ataca principalmente o
colo da planta.
Murchas de fusarium (Fusarium sp.):
Pode ocorrer em qualquer estágio do
desenvolvimento da planta. Pode causar o
tombamento e morte, que ocorre quando o
ataque é no colo da mesma ainda jovem.
Em plantas adultas, o sintoma é o
amarelecimento das folhas mais velhas
seguido de murcha dos ramos em
crescimento.
20:19 Fotos: Rui Sales (Ufersa)
47. Cancro seco (Macrophomina phaseolina):
Ataca principalmente a zona do colo (região
entre a raiz e o início do caule) da planta e
partes baixas da mesma, provocando o
amarelecimento das folhas, que podem
chegar a apresentar manchas de tecido morto
nas margens. As folhas atacadas secam por
PRINCIPAIS DOENÇAS
completo, ficando aderidas ao talo. Pode-se
encontrar sintomas de murchamento.
Mancha aquosa (Acidovorax avenae
subsp. citrulli):
Inicialmente ocorre o surgimento de
pequenas manchas verde claras oleosas
com cerca de 1 mm de diâmetro, nas
folhas, que crescem tornando-se aquosas.
Nos frutos estas manchas podem se juntar
e tornar-se de tamanho considerável.
Fotos: Rui Sales (Ufersa)
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48. Murcha de rhizoctonia (Rhizoctonia
solani ):
Os sintomas desta doença iniciam-se com
uma clorose (branqueamento) e posterior
necrose das folhas da base. Segue-se com um
rápido murchamento podendo chegar à morte
PRINCIPAIS DOENÇAS
da planta.
Murchas de monosporascus
(Monosporascus cannonballus ):
A raiz é atacada por este fungo, causando
necrose e apodrecimento, começando pela
principal passando pelas secundárias e
chegando à murcha de toda a planta. Estes
sintomas ocorrem geralmente antes da
colheita.
Fotos: Sami Jorge Michereff
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49. Nematóide (Meloidogyne ssp ):
As raízes apresentam numerosos tumores ou
galhas, resultantes da ação dos nematóides,
que podem matar as plantas jovens,
provocando falhas nos sulcos onde houve
PRINCIPAIS DOENÇAS
semeadura ou plantio.
Foto: Henrrique Moreira
Viroses: As viroses têm como
sintomas, em geral, um amarelecimento
entre as nervuras das folhas mais novas
e, com o desenvolvimento da doença
este pode se acentuar e contrastar com
as áreas verdes da folha, semelhante a
um mosaico.
Foto: images.google.com
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50. Controle químico: controle com utilização de agrotóxicos.
Pode ser realizado de forma mecanizada ou manual, utilizando-
se pulverizador costal, motorizado ou tracionado.
MÉTODOS DE CONTROLE
Utilize somente produtos registrados
e autorizados pelo MAPA.
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51. Controle Físico: Controle por meio de barreiras naturais e artificiais.
Várias técnicas podem ser utilizadas.
MÉTODOS DE CONTROLE
Geralmente feita de mata nativa, com a finalidade de diminuir a
velocidade do vento, impedindo a disseminação das pragas.
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53. Controle alternativo e biológico: é a utilização de agentes naturais no
controle das pragas. Pode ser realizado com fungos antagônicos, inimigos
naturais, inseticidas/fungicidas naturais, culturas-armadilhas, entre outros.
MÉTODOS DE CONTROLE
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54. OUTROS MANEJOS
Viragem Forramento
Raleamento Cobrir os frutos
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55. COLORAÇÃO DA CASCA
Orange – Deve Charentais - Deve
estar com uma cor ter suturas bem
uniforme tendendo definidas e
para o amarelo; coloração verde;
PONTO DE COLHEITA
Amarelo – Ele Cantaloupe – O
pode ser colhido rendilhamento
na cor amarela deve está
pálida; uniforme;
Gália - A cor deve
estar tendendo Pele de Sapo -
para o amarelo e o Deve estar com a
escriturado deve cor verde intensa;
ser homogêneo;
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56. PONTO DE COLHEITA SÓLIDOS SOLÚVEIS
Tipo de melão ºBrix
Amarelo 10 a 12
Cantaloupe 10
Gália 12 a 14
Pelo de Sapo 11
Orange 10 a 13
Charentais 13
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57. PONTO DE COLHEITA FIRMEZA DE POLPA
Tipo de melão Firmeza da polpa (N)
Amarelo 35
Cantaloupe 30
Gália 25 a 30
Pelo de Sapo 32
Orange 30
Charentais 30
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63. CLASSIFICAÇÃO
A classificação é feita de acordo
com o tamanho do fruto,
correspondendo ao número de
melões que uma caixa comporta.
PÓS-COLHEITA
Do 4 ao 14.
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69. REFERÊNCIAS
Cultivo de melão: manejo, colheita, pós-colheita e comercialização /
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR – Brasília:
SENAR, 2007. 104 p. : il.; 21 cm (Coleção SENAR, ISSN 1676-367x;
131).