Este documento discute conceitos fundamentais de estética, arte e beleza. Aborda definições de estética por Kant e Baumgarten, interpretações de Kant, Hegel e outros sobre o que é belo, e analisa a arte como expressão criativa da sensibilidade humana e como fenômeno social e universal.
2. A VIVÊNCIA ATRAVÉS DA ARTE
Estética vem do grego aisthetiké.
Refere-se a tudo aquilo que pode ser
percebido pelos sentidos.
DEFINIÇÕES DE ESTÉTICA:
KANT o estudo das condições da
percepção pelos sentidos.
ALEXANDER BAUMGARTEN utilizou o
termo estética pela primeira vez no sentido
de teoria do belo e das suas manifestações
através da arte.
3. A VIVÊNCIA ATRAVÉS DA ARTE
A ESTÉTICA pretende alcançar um tipo
específico de conhecimento: aquele que é
captado pelos sentidos.
A ESTÉTICA parte da experiência sensorial,
da sensação, da percepção sensível, para
chegar a um resultado que não apresenta a
mesma clareza e distinção da lógica e da
matemática.
Seu principal objeto de investigação é o
fenômeno artístico que se traduz na obra de
arte.
4. O QUE É BELO?
O ser humano pode fazer:
JUÍZOS DE FATO dizer o que são as coisas
JUÍZOS DE VALOR julgar se determinada
coisa é boa, ruim, agradável, bonita, feia etc.
JUÍZO MORAL
JUÍZO ESTÉTICO julgamos se algum objeto,
algum acontecimento, alguma pessoa ou algum outro
ser é belo.
Deuma forma geral belo é algo que nos
agrada, que nos satisfaz os sentidos, que nos
proporciona prazer sensível e espiritual.
5. O QUE É BELO?
Osfilósofos que se dedicaram à investigação
do que é a beleza se dividem quanto a essa
questão:
Para uns, a beleza é algo que está
objetivamente nas coisas;
Para outros, a beleza é apenas um juízo
subjetivo, pessoal e intransferível a respeito das
coisas.
Onde se encontra a beleza?
6. INTERPRETAÇÕES IDEALISTAS E
EMPIRISTAS
Para os filósofos idealistas a beleza é algo
que existe em si mesma.
Para Platão a beleza seria uma forma ideal
que subsistiria por si mesma, como um
modelo, no mundo das idéias.
Para os filósofos materialistas-empiristas
(Hume) a beleza não está propriamente nos
objetos, mas depende do gosto de cada
um, da maneira como cada pessoa vê e
valoriza o objeto.
7. INTERPRETAÇÃO DE KANT
LIVRO: Crítica da Faculdade do Juízo.
Buscou mostrar que, ainda que o juízo
estético sobre as coisas seja uma
capacidade subjetiva, pessoal, há, no
entanto, aspectos universais na percepção
estética dos indivíduos.
A nossa estrutura sensível (os órgãos dos
sentidos) e a nossa imaginação são as
condições que tornam possível a percepção
estética, mas essas condições são comuns a
todos os homens.
8. INTERPRETAÇÃO DE KANT
Kant entendia que o juízo estético não é
guiado pela razão e sim pela faculdade
da imaginação.
Julgamos belo aquilo que nos
proporciona prazer, o que não é nada
lógico ou racional e sim algo subjetivo, já
que se relaciona ao prazer ou desprazer
individual.
Para Kant, “todos os juízos de gosto são
juízos singulares”.
9. INTERPRETAÇÃO DE KANT
Kant também diz que “belo é o que
apraz universalmente sem conceito”.
O que isso significa?
Kant afirma que é impossível conceituar,
definir racionalmente o belo, pois
“quando se julgam objetos
simplesmente segundo conceitos, toda
a representação da beleza é perdida”.
10. INTERPRETAÇÃO DE KANT
Quando dizemos que algo é belo,
pretendemos que esse juízo esteja afirmando
algo que pertence ao objeto realmente.
Não dizemos “isto é belo para mim”, mas sim
“isto é belo”, esperando que os outros
concordem com esse julgamento.
Portanto esse julgamento pretende ser voz
universal, pois contém uma expectativa de
que aquilo que julgamos belo seja, de fato,
belo.
11. INTERPRETAÇÃO DE KANT
Essa expectativa se torna possível, para
Kant, devido ao fundamento do juízo de
gosto, que seria a vinculação universal
entre o belo e o sentimento de prazer.
Como determinados objetos despertam
em grande quantidade de pessoas o
mesmo sentimento de prazer, é possível
supor a existência de certa
universalidade nos juízos estéticos.
12. INTERPRETAÇÃO DE HEGEL
Hegel trabalhou a questão da beleza numa
perspectiva histórica.
Para ele, o relativo consenso acerca de quais
são as coisas belas mostra apenas que o
entendimento do que é belo depende do
momento histórico e do desenvolvimento
cultural.
Esses dois fatores determinariam certa visão
de mundo, a partir da qual algumas coisas
seriam consideradas belas e outras não.
13. INTERPRETAÇÃO DE HEGEL
Em Hegel, a beleza artística não diz respeito
apenas à sensação de prazer que
determinada obra possa proporcionar, mas à
capacidade que ela tem de sintetizar um
dado conteúdo cultural de um momento
histórico.
A arte não é apenas fruição, mas tem como
função mostrar, de modo sensível, a evolução
espiritual dos homens ao longo da história.
14. INTERPRETAÇÃO DE HEGEL
Para Hegel a percepção da beleza é uma
construção social que depende do
alargamento da capacidade de recepção do
indivíduo, ou seja, da sua capacidade de ver,
ouvir, sentir.
A capacidade estética, que é subjetiva, seria
formada a partir das relações objetivas da
vivência social de cada um.
Para Hegel, tanto a definição do que é beleza
quanto a capacidade individual de percebê-la
são construções histórico-sociais.
15. ARTE
EXPRESSÃO CRIATIVA DA SENSIBILIDADE
ARTE conjunto de coisas que se
distinguem por revelar talento, perícia,
habilidade e beleza.
OBRA DE ARTE música, romance, pintura,
dança, poema.
O que é arte?
Para Susanne K. Langer, a arte pode ser
entendida como a prática de criar formas
perceptíveis expressivas do sentimento
humano.
16. ARTE
EXPRESSÃO CRIATIVA DA SENSIBILIDADE
Analisemos, então o conteúdo essencial
dos termos da definição:
PRÁTICA DE CRIAR a arte é produto
do fazer humano (prática + criatividade).
FORMAS PERCEPTÍVEIS a arte se
concretiza em formas capazes de serem
percebidas por nossa mente. Essas
formas podem ser estáticas ou
dinâmicas.
17. ARTE
EXPRESSÃO CRIATIVA DA SENSIBILIDADE
EXPRESSÃO DO SENTIMENTO HUMANO
a arte é sempre manifestação dos sentimos
humanos. Esses sentimentos podem revelar
emoção ou revolta.
A função primordial da arte seria “objetivar o
sentimento de modo que possamos contemplá-
lo e entendê-lo”.
18. A ARTE COMO FENÔMENO SOCIAL
Há estudiosos que vêem na obra de arte uma
manifestação pura e simples da sensibilidade
individual do artista.
Outros a encaram como uma atividade
plenamente lúdica, gratuita, livre de quaisquer
preocupações utilitárias ou condicionamentos
exteriores à sua própria criação.
Outra característica importante: o fato de que a
arte é um fenômeno social.
19. A ARTE COMO FENÔMENO SOCIAL
A arte é fenômeno social porque:
O ARTISTA É UM SER SOCIAL como ser social, o
artista reflete na obra de arte sua maneira própria de
sentir o mundo em que vive, as alegrias e as angústias,
os problemas e as esperanças de seu momento histórico.
A OBRA DE ARTE É PERCEBIDA SOCIALMENTE PELO
PÚBLICO por mais íntima e subjetiva que seja a
experiência do artista deixada em sua obra, esta será
sempre percebida de alguma maneira pelas pessoas. A
obra de arte será um elemento social de comunicação da
mensagem de seu criador.
Como fenômeno social, a arte possui, portanto,
relações com a sociedade.
20. A ARTE COMO FENÔMENO SOCIAL
Essas relações são dinâmicas, modificando-se
conforme o contexto histórico. E envolvem 3
elementos fundamentais:
A OBRA DE ARTE
O SEU AUTOR (artista)
E O PÚBLICO.
No que diz respeitos ao ARTISTA, as relações da sua
arte com a sociedade podem ser de paz e harmonia,
de fuga e ilusão, de protestos e revolta.
Quanto à SOCIEDADE, seu relacionamento com
determinada arte pode ser de ajuda e incentivo ou de
censura e limitação à atividade criadora.
21. A ARTE COMO FENÔMENO UNIVERSAL
Afirmar que a arte é um fenômeno social não
significa reduzi-la a mero produto de
condicionamentos históricos e ideológicos.
Na realização da obra de arte, todos os
elementos que a envolvem precisam ser
resolvidos artisticamente, isto é, precisam ser
traduzidos em termos de criação estética.
Nessa criação é que reside o valor essencial de
toda grande obra de arte.
Ocorre nela uma espécie de rompimento com o
tempo imediato e um encontro do homem com
a eternidade.
22. A ARTE COMO FENÔMENO UNIVERSAL
Ascircunstâncias particulares que estão
presentes na criação artística se unem,
harmoniosamente, a elementos de
universalidade, que penetram profundamente
no espírito humano, gerando um sentido de
permanente fascínio.
23. A ARTE E EDUCAÇÃO
Muitas especulações tomaram o rumo de
associar o belo ao bom, entrelaçando os
campos filosóficos da estética e da ética.
Sócrates e Platão já diziam que o que é bom é
belo, e o que é belo é bom.
Também se verifica um entrelaçamento entre
estética e ética quando se constata que o belo
pode despertar o bom no indivíduo e que por
isso, deve fazer parte de sua educação.
Friedrich von Schiller propôs a educação
estética, além da educação ética, como forma
de harmonizar e aperfeiçoar o mundo e de o
indivíduo alcançar a sua liberdade.
24. ARTE E CULTURA DE MASSA
Schiller considera que exista uma arte ideal, cuja
função seria servir à necessidade do espírito humano
e não ao “mercado do século”, ou seja, aos
interesses econômicos que determinam o que pode e
deve ser feito para atender à demanda de mercado.
De acordo com Adorno, a arte e os bens culturais
estão submetidos aos interesses do mercado e,
dessa forma, não passam de negócios, como
qualquer outro produto.
A indústria de lazer e divertimento investe em
determinados produtos culturais que agradam às
massas de forma imediata.
25. ARTE E CULTURA DE MASSA
A indústria cultural lucra mais com investimentos
baratos e com produções artísticas de pouca
qualidade e de entretenimento fácil, que não trazem
para o público nenhum enriquecimento pessoal e
nenhuma contribuição ao questionamento das coisas,
à reflexão.
É a indústria do simples divertimento, da distração e,
por isso mesmo, da perpetuação das atuais
condições de existência.
Indústria que pela difusão de suas “mercadorias
culturais” vendem os valores dominantes do
capitalismo, promovendo uma “colonização do
capitalismo” dos consumidores desses produtos.
26. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia:
história e grandes temas. 16 ed. reform. e ampl. São
Paulo: Saraiva, 2006.