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Profº José Ferreira Júnior

A filosofia racionalista teve duas derivações
principais: o idealismo e o realismo.
Ambas foram fundadas pela crítica ao
pensamento de Kant.
Os IDEALISTAS abraçam a crítica da razão
pura de Kant.
Os REALISTAS se baseiam na crítica da
razão prática.
Idealistas e Realistas

Com origem na Alemanha, a filosofia
idealista propagou-se para a França e
posteriormente para a Inglaterra, Itália e
Estados Unidos.
A preocupação científica manteve-se
influente, mas agora com um sensível
desenvolvimento da lógica, da psicologia, da
filosofia da natureza, da filosofia política,
bem como da estética, da educação e dos
estudos sobre a linguagem.
Idealistas e Realistas

As bases do IDEALISMO vieram de Kant,
que foi o primeiro a tentar conciliar os
conflitos que opunham a realidade e a razão,
assegurando a prioridade da mente sobre a
natureza sem, contudo, invalidar os
princípios da investigação científica.
A ideia kantiana de LIBERDADE INTERIOR
se tornou inspiração dos gênios criativos.
O idealismo romântico na
Alemanha

O conceito de uma mente criativa e livre
passou a fornecer a base para a ética, a
estética e a religião.
O movimento filosófico idealista
desenvolveu-se intimamente ligado ao
movimento artístico e literário denominado
Romantismo.
O Romantismo era caracterizado pela ideia
de criatividade e liberdade de espírito.
O idealismo romântico na
Alemanha

Causas históricas podem explicar o surgimento
e a rápida expansão do idealismo na Alemanha.
 Final do século XVIII e no começo do seguinte, a
Alemanha encontrava-se totalmente fragmentada.
 A nação era formada por aproximadamente 300
territórios independentes que competiam entre si.
 Predominava na região o regime de servidão.
 Qualquer manifestação de pensamento era vista
como uma ameaça tolhida com rigor.
O idealismo romântico na
Alemanha

A ideia de liberdade era divulgada, mas não
a liberdade em si. Não havia liberdade na
prática.
O Romantismo teve início na Alemanha, mas
alcançou toda a civilização ocidental.
Atingiu a criação poética e literária com
Goethe e Schiller, a música com Beethoven e
Brahms, as artes plásticas com a Escola de
Berlim, além da filosofia.
O idealismo romântico na
Alemanha

O Romantismo nasceu como uma reação,
principalmente dos jovens, contra o modelo
racionalista apregoado pelo Iluminismo.
Foi uma forma de conceber o homem não só
como detentor de razão, mas também de
sentimento.
A aquisição do conhecimento era resultante
da interação entre a razão e o sentimento.
O idealismo romântico na
Alemanha

O Romantismo significou uma ruptura com a
educação cristalizada, fundamentada apenas
no desenvolvimento da razão, e conferiu ao
ser humano o direito de ter a sua
interpretação pessoal do mundo.
Uma das características marcantes do
Romantismo é o amor à natureza e à sua
mística: o homem faz parte da natureza,
assim como a natureza faz parte do homem.
O idealismo romântico na
Alemanha

As personagens da literatura romântica
são essencialmente portadoras de
ideias, especialmente do ideal da
liberdade.
Algumas exprimem a rebeldia política
e social, outras combatem os
preconceitos aristocráticos.
O idealismo romântico na
Alemanha

Fichte e Schelling

O idealismo romântico (dialético), levou ao
máximo a racionalidade da ideia.
Os primeiros grande idealistas dialéticos
foram:
FICHTE  com predomínio dos aspectos
éticos da filosofia;
SCHELLING  com predomínio da natureza;
HEGEL  com predomínio da ideia de
absoluto.
Fichte e Schelling

Foi extremamente influenciado pela
obra de Kant.
Alcançou o posto de professor na
Universidade de Iena ao apresentar um
estudo sobre a filosofia kantiana,
acrescentando-lhe algumas
modificações, que a adequavam ao
idealismo.
Fichte e Schelling

Teve que deixar a Universidade de Iena
sob a acusação de ser ateu, transferindo-se
para a Universidade de Berlim, onde foi
nomeado seu primeiro reitor.
Promoveu uma campanha nacionalista, de
defesa e de unificação dos Estados
alemães.
Ficaram particularmente famosos seus
Discursos à nação alemã, de 1807 e 1808.
Fichte e Schelling

 É considerado o fundador do nacionalismo alemã,
elemento fundamental na luta pela unificação do
país, que só se consumaria em 1871.
 Segundo seu idealismo, o pensamento do
indivíduo é o único instrumento hábil para
explicar a realidade
 O espírito humano, livre e absoluto, poderia ser
considerado o ponto de partida de todo e qualquer
conhecimento que se pretende alcançar,
demonstrando, assim, que a atividade de reflexão
do homem possuiria um caráter infinito, ao
explicar tudo o que existe ao seu redor.
Fichte e Schelling

O processo de conhecimento de um
objeto se daria na chamada forma
dialética, a qual caminharia
sucessivamente pelas seguintes etapas:
TESE
ANTÍTESE
SÍNTESE
Fichte e Schelling

TESE
Primeiramente, a consciência se
contemplaria a si mesma, num
processo de autoanálise, descobrindo
as suas determinações fundamentais,
ou seja, o seu “eu absoluto”.
Fichte e Schelling

ANTÍTESE
Na segunda etapa, esse “eu
absoluto” entraria em confronto com
os pensamentos inconscientes,
contrários às suas próprias
estipulações, que formariam o “não-
eu”.
Fichte e Schelling

SÍNTESE
Num terceiro momento, a partir do
surgimento do choque de ideias entre o
“eu absoluto” e o “não-eu”, aconteceria o
pretendido conhecimento do objeto,
promovendo, então, a unificação entre a
realidade humana (mundo sensível) e seu
pensamento (mundo inteligível).
Da síntese reinicia-se o movimento do
pensamento (tese – antítese – síntese).
Fichte e Schelling

Foi assistente e sucessor de Fichte na
Universidade de Iena.
Assim como seu mestre, que o
influenciou, também partia do princípio
da infinitude do pensamento,
considerando como único conhecimento
possível aquele que se estabelece na
consciência do ser humano, em
contraposição à ideia de que o homem
conhece somente a partir de suas
experiências concretas.
Fichte e Schelling

Suas ideias davam grande ênfase à
natureza.
Concebeu a natureza como uma
totalidade viva e independente, que se
basta e se explica a si mesma.
Ela é o espírito adormecido que emerge
como consciência de se mesmo no
homem, como efeito da evolução.
Fichte e Schelling

A natureza e a consciência identificam-se
no plano das ideias racionais contidas no
chamado eu absoluto, superando, assim,
qualquer oposição existente entre o sujeito
e o objeto a ser conhecido.
Por meio da atividade artística que se
poderia captar de forma consciente o
mundo exterior, devendo a filosofia
apontar para esse caminho, como forma
de encontrar o autoconhecimento pleno.
Fichte e Schelling

Georg Hegel
O absoluto é o universal
e uma ideia que, como
autojustificativa, se
particulariza num
sistema de ideias
determinadas.
Hegel

Nasceu em Stuttgart.
Estudou filosofia e teologia na
Universidade de Tübingen e foi um
entusiasta da Revolução Francesa.
Lecionou em Iena, Nuremberg,
Heidelgerb e em Berlim.
Georg Hegel

Propôs-se a desenvolver uma série de
critérios que possibilitassem ao homem
um modo histórico de reflexão.
Entendia que a forma de pensar do
homem seria variável de acordo com o
tempo.
Assim, seria impossível determinar uma
verdade universal.
Georg Hegel

A VERDADE UNIVERSAL seria válida
para todos os homens em todas as suas
gerações, ou seja, vigoraria
independente do tempo e do espaço.
A filosofia hegeliana apóia-se na própria
história, uma vez que o pensamento
humano se encontraria vinculado ao
elemento temporal e o ser estaria em
constante transformação.
Georg Hegel

Cada época, cada povo, teria sua
própria verdade.
A história constitui o ponto central
das ideias de Hegel, uma vez que ela
determina a maneira como as
pessoas pensam e agem em
determinado período de tempo.
Georg Hegel

O fundamento de uma ideia é o
contexto em que ela se encontra
inserida, ou seja, o tempo histórico
será a condição necessária para
determinarmos a racionalidade dessa
forma de pensar.
Exemplo: mulher (passado e
presente).
Georg Hegel

O que o pensamento do filósofo realça é
que cada época tem seus valores, sua
verdade.
O contexto histórico é configurado em
uma determinada unidade de tempo,
que se transforma pela adaptação aos
conceitos estabelecidos pelo próprio
homem, em um constante processo de
mutabilidade.
Georg Hegel

Esse processo de mutabilidade é evolutivo:
um pensamento está vinculado ao contexto
histórico em que se insere e evolui à
medida que acrescentamos algo novo.
A humanidade está sempre se
desenvolvendo, progredindo dentro dos
respectivos contextos históricos, para
encontrar a consciência de si mesma, o
autoconhecimento. Hegel chama a isso de
“espírito do mundo”.
Georg Hegel

Retomando o idealismo de Fichte,
Hegel diz que a progressão do
pensamento não acontece por força do
acaso, mas por meio de um processo
dialético que convém recordar.
O processo dialético é formado pela
contraposição de uma tese (ideia) a
uma antítese (ideia contrária à tese),
que dá origem a uma síntese
(conclusão).
A Dialética

Um determinado pensamento sempre
surgirá com base em pensamentos
formulados anteriormente.
Quando consolidado (tese), esse
pensamento encontrará
necessariamente uma forma de pensar
oposta (antítese), o que ocasionará um
elo.
A Dialética

Esse elo será rompido por um
terceiro pensamento, que reunirá o
que há de melhor em ambos
(síntese).
Esse terceiro pensamento formará
uma nova tese, dando origem a um
novo ciclo.
A Dialética

Se aplicarmos à própria história da
filosofia as concepções hegelianas
de tese-antítese-síntese, verificamos
que os conhecimentos filosóficos
avançaram seguindo esse
movimento.
A Dialética

Exemplo:
conhecimento do homem

Considera o ser humano como parte
de um todo, confirmando, desse modo,
a grande importância atribuída pelo
filósofo ao meio histórico em que o
indivíduo está inserido.
O chamado espírito do mundo
somente pode ser compreendido tendo
em conta uma determinada
coletividade, da qual não podemos
desligá-lo.
A Dialética

Conceito de espírito.
“Mas que é o espírito? É o único
Infinito Imutavelmente homgêneo – a
Identidade pura – que, em sua
segunda fase, se separa de si mesmo e
faz desse segundo aspecto seu próprio
oposto polar, ou seja, como existência
por si e em si em contraste com o
universal”.
A Dialética

O caminho para o autoconhecimento
do ser humano rumo ao
desenvolvimento do espírito do
mundo deve passar por 3 etapas:
1ª - Razão Subjetiva
2ª - Razão Objetiva
3ª - Razão Absoluta
A Dialética

1ª - Razão Subjetiva
Quando o espírito do mundo toma consciência
de si mesmo no homem.
2ª - Razão Objetiva
O espírito do mundo se conscientiza em nível
social (família, sociedade civil e Estado).
3ª - Razão Absoluta
O espírito do mundo atinge seu ponto mais
elevado tomando consciência de si ao utilizar a
filosofia, que demonstra seu papel no contexto
histórico.
A Dialética

Na razão objetiva, encontra-se o
Estado que consiste no grau máximo
de agrupamento entre os diversos
interesses contraditórios dos
indivíduos que o compõem.
A família e a sociedade civil estariam
situadas em um patamar inferior ao do
Estado, pois não teriam a possibilidade
de superar os antagonismos que
imperam na esfera social.
O Estado

Somente o Estado, único e soberano,
pacificaria as possíveis tensões
existentes na coletividade, pois, em seu
manto, todos reconheceriam a
necessidade de atuar em prol do bem
comum.
Essa concepção foi utilizada para
fundamentar os Estados totalitários do
século XX.
O Estado

O conceito de liberdade em Hegel está
associado à noção de Estado.
Identifica o Estado com o Absoluto,
uma vez que o homem necessita da
vida social para determinar a razão de
seus pensamentos.
O Estado é a instituição responsável
por instaurar todo o corpo de leis que
regula a vida social.
O Estado

Não há liberdade sem leis e onde há
lei, há necessariamente liberdade, de
modo que o emprego do termo
liberdade é determinado pelo direito
de obedecer à lei, uma vez que aquele
que faz as leis e os que a cumprem
fazem parte do mesmo todo, cujo
objetivo é a realização plena da
Verdade.
O Estado

Definição de Estado:
“O Estado é a Ideia do Espírito na
manifestação exterior da Vontade
Humana e de sua Liberdade”.
Hegel confere ao Estado o papel
atribuído pelos filósofos medievais
à Igreja.
O Estado

As relações entre Estados também
estão acima das normas morais, e o
que deve prevalecer é o interesse de
cada Estado.
Defende a concepção de que o Estado
fundamentaria a própria sociedade,
não sendo necessário recorrer à ideia
de Estado de natureza.
O Estado

Kierkegaard e a Crítica ao
Realismo
A subjetividade é a
verdade; a
subjetividade é a
realidade.
Kierkegaard

Nasceu em Copenhague, na Dinamarca.
Proveniente de uma família de
intelectuais abastados.
Estudou teologia entre 1830 e 1840,
atendendo aos desejos do pai.
Suas várias e graves crises de fé o
impediram de seguir carreira como
pastor luterano.
Com a morte do pai passou a viver da
fortuna herdada.
Vida

Pensamento Filosófico
 Contestou a supremacia da razão como
único instrumento capaz de estabelecer a
verdade, tal como Hegel propunha.
 Como pensador cristão, defendeu o
conhecimento que se origina da fé.
 Afirmava que a existência humana possui
três fases:
 Fase estética;
 Fase ética; e
 Fase religiosa.

Pensamento Filosófico
 FASE ESTÉTICA: satisfação de seus
desejos, guiado pelo prazer;
 FASE ÉTICA: o indivíduo deixa-se guiar
pela consciência do valor sobre o certo e o
errado, do que é moral e justo. Vivencia o
problema da liberdade e da contradição
entre o prazer e o dever;
 FASE RELIGIOSA: o indivíduo vai além da
lei, da moral e da razão, deixando-se guiar
pela fé.

Pensamento Filosófico
 Cabe ao homem escolher em que fase ele
quer viver, já que se trata de fases que se
excluem entre si.
 Essas fases podem ser entendidas como
etapas pelas quais o homem passa durante
a sua existência.
 Primeiro viria a estética, depois a ética e,
por último, a religiosa, que seria a mais
elevada.

Pensamento Filosófico
 Sua principal crítica à filosofia
hegeliana se deve ao fato de ela não
levar em consideração a subjetividade
humana.
 Para ele, nenhum sistema de
pensamento consegue dar conta
(pensar tudo) da experiência ampla e
única da vida individual.

Pensamento Filosófico
Opondo-se à filosofia sistemática
de Hegel e a seu caráter abstrato,
procurou destacar as condições
específicas da existência humana e
incorporá-las às reflexões
filosóficas.
É normalmente considerado o “Pai
do Existencialismo”.

Pensamento Filosófico
Em sua obra, procurou
analisar os problemas da
relação existencial do homem
com o mundo, consigo mesmo
e com Deus.

Pensamento Filosófico
 A RELAÇÃO DO HOMEM COM O
MUNDO
 É dominada pela angústia.
 A angústia é entendida como o sentimento
profundo que temos ao perceber a
instabilidade de viver num mundo de
acontecimentos possíveis, sem garantia de
que nossas expectativas sejam realizadas.

Pensamento Filosófico
 A RELAÇÃO DO HOMEM CONSIGO
MESMO
 É marcada pela inquietação e pelo desespero.
 Isso ocorre por duas razões fundamentais: ou
porque o homem nunca está plenamente
satisfeito com as possibilidades que realizou,
ou
 Porque não conseguiu realizar o que
pretendia, esgotando os limites do possível e
fracassando diante de suas expectativas.

KIERKEGAARD:
a experiência única da vida
 A RELAÇÃO DO HOME COM DEUS
 Seria talvez a única via para a
superação da angústia e do
desespero.
 É marcada pelo paradoxo de ter de
compreender pela fé o que é
incompreensível pela razão.

SCHOPENHAUER:
Vida
 Nasceu em Dantzing, na Alemanha.
 Filho de comerciantes prósperos, estudou
nas universidades de Göttingen, de 1809 a
1811, e de Berlim, de 1811 a 1813, tornando-
se docente em 1819.
 Seus ataques a Hegel o tornaram
impopular e o levaram a fixar-se em
Frankfurt, como escritor independente.

SCHOPENHAUER:
Vontade e Representação
 Atacou com maior veemência o
pensamento hegeliano.
 Em sua opinião, Hegel seria um verdadeiro
“charlatão”, ao construir sua filosofia
segundo os interesses do Estado prussiano.
 Referia-se a Hegel como um “acadêmico
mercenário”.
 Obra: O mundo como vontade e representação.

SCHOPENHAUER:
Vontade e Representação
 Sustenta que, como o conhecimento é uma
relação na qual o objeto é percebido pelo
sujeito, o homem não conhece as coisas
como elas são, mas como elas podem ser
percebidas e interpretadas.
 “Tudo o que o mundo inclui ou pode
incluir é inevitavelmente dependente do
sujeito, não existindo senão para o sujeito.
O mundo é representação”.

SCHOPENHAUER:
Vontade e Representação
Para existir o conhecimento do
mundo, é preciso existir o sujeito.
A representação do mundo seria
para ele como uma “ilusão”, pois
o objeto conhecido é
condicionado pelo sujeito.

SCHOPENHAUER:
Vontade e Representação
Mas, admite ser possível alcançar a
essência das coisas, através do
insight intuitivo, uma espécie de
iluminação.
Nesse processo, a arte teria grande
relevância, pois a atividade estética
permitiria ao homem a compreensão
da verdade.

SCHOPENHAUER:
Vontade e Representação
 Pela arte, o sujeito se desprenderia de
sua individualidade para fundir-se no
objeto, numa entrega pura e plena.
 Sua filosofia se caracteriza por uma visão
pessimista do homem e da vida.
 O ser humano seria essencialmente
vontade, o que o levaria a desejar sempre
mais, produzindo uma insatisfação
constante.

SCHOPENHAUER:
Vontade e Representação
 Essa vontade, que se expressa nas ações
humanas, seria parte de uma vontade
que anima todas as coisas da natureza.
 Se a essência do homem e do mundo é
essa vontade insaciável, Shopenhauer
identifica aí a origem das lutas entre os
homens, da dor e do sofrimento.

SCHOPENHAUER:
Vontade e Representação
A história é a história de lutas, onde
“a infelicidade é a norma”, a regra
geral.
Apenas pela arte a ascese, ou seja, o
abandono de si, pode o homem se
libertar da dor.

Friedrich Nietzsche
A moral não subsiste
quando falta um
Deus que a sancione.
O além é
absolutamente
necessário quando se
quer conservar
sinceramente a fé na
moral.
Nietzsche

 Nascido em Röcken, perto de Leipzig, na Alemanha.
 Era filho e neto de pastores protestantes.
 Em 1858, conseguiu uma bolsa de estudos na escola
de Pforta.
 Na juventude, foi bastante influenciado pelo
Romantismo, tornando-se admirador de Schiller, que
mais tarde iria criticar.
 Na adolescência estudou a Bíblia e os autores
clássicos da cultura grega.
Friedrich Nietzsche

 Em Bonn estudou filosofia e teologia, passando por
um curto período de intensa boemia.
 Em 1869, tornou-se professor de filologia grega na
Universidade da Basiléia, na Suíça.
 Em 1879 deixou de dar aulas, devido à saúde
precária.
 De 1883 a 1885, escreve sua principal obra, Assim
falou Zaratustra (expõe as ideias do eterno retorno e
da derrota da moral cristã pelo super-homem).
Friedrich Nietzsche

Em 1889, sofre uma crise de loucura da qual não
se recuperará até sua morte.
Nietzsche considerava-se o sucessor de
Schopenhauer e defendeu a primazia da vontade.
A parte mais significativa do seu pensamento
refere-se à ética e à crítica da religião (1872),
marca o início da reflexão sobre a cultura grega e
sua influência no desenvolvimento do
pensamento ocidental.
Friedrich Nietzsche

Segundo Nietzsche, existem dois elementos
fundamentais e antagônicos:
 ESPÍRITO APOLÍNEO: que representa a ordem, a
harmonia e a razão; vinculado ao deus Apolo, símbolo
da luz, da razão e da beleza masculina, associado à
música e à poesia, às profecias e à moralidade.
 ESPÍRITO DIONISÍACO: que representa o sentimento,
a ação e a emoção; ligava-se a Dioniso, deus grego do
vinho e da fertilidade, símbolo do drama.
Friedrich Nietzsche

 Na cultura ocidental, o espírito apolíneo é mais forte
do que o dionisíaco, e o papel da filosofia seria o de
libertar o homem dessa tradição para encontrar-se
com o niilismo.
 O niilismo de Nietzsche conduz o homem ao
encontro de valores que sejam afirmativos de sua
existência real, de sua vontade de poder, para que
possa escapar dos valores e das crenças tradicionais,
como aqueles impostos pelo cristianismo, que
pregou valores distintos.
Friedrich Nietzsche

 Na obra A origem da tragédia no espírito da música,
afirma que a verdadeira virtude do homem havia
sido corretamente trabalhada pelos pré-socráticos,
que consagravam a liberdade do elemento
emocional.
 A moral defendida por Nietzsche é radicalmente
anticristã e o seu objetivo último é o poder.
 Para Nietzsche a verdadeira virtude é característica
de uma minoria de indivíduos, que deve sobrepujar
as massas medíocres, formadas por homens
“inferiores”, que cultivam essencialmente o
ressentimento.
Friedrich Nietzsche

O ETERNO RETORNO pode ser considerado
a fórmula que sintetiza todo o pensamento de
Nietzsche.
Coloca-se em oposição frontal ao platonismo
e ao cristianismo, considerando-os uma
espécie de platonismo popular.
Rejeita qualquer distinção entre este mundo e
outro, seja o mundo inteligível de Platão ou o
paraíso cristão.
Friedrich Nietzsche

Para Nietzsche, só este mundo é real
com suas cores e movimentos, em
constante mudança.
Não admite a existência de uma outra
realidade que seja inteligível, única e
imutável.
Nega a existência de uma verdade
necessária e universal.
Friedrich Nietzsche

 Para ele, há apenas perspectivas diversas sobre um real
que está em permanente transformação e que se repete
num eterno retorno.
 Segundo Nietzsche, devemos aceitar a vida como ela é, e
o eterno retorno consistiria num verdadeiro teste pelo
qual o homem deveria passar: a vida, revivida inúmeras
vezes, não trazendo nada de novo, tudo ocorrendo na
mesma ordem e na mesma sucessão, pode levá-lo à
destruição ou à exaltação, dependendo de sua
capacidade para superar e admitir essa contínua
repetição.
Friedrich Nietzsche

Friedrich Nietzsche
 Nietzsche considerava
o super-homem como a
própria expressão da
vontade de poder,
determinando a nova
ordem de valores.
 Um líder guerreiro,
altamente disciplinado,
capaz de ser cruel
quando as suas
conquistas o exigirem.

 Nietzsche considera que o cristianismo tem um efeito
degenerativo, porque doma o espírito e enfraquece a
vontade de poder com a sua condenação do orgulho, da
paixão, da cólera, dos instintos de guerra e de conquista.
 O filósofo deplora o arrependimento e a redenção; em
vez da figura do santo cristão, em sua essência, é a
própria vontade de poder, desvinculado dos conceitos
cultivados pela sociedade.
 O santo cristão é um produto da medo do inferno, e não
do amor à humanidade.
Friedrich Nietzsche

 Apenas a vontade de poder permite ao homem
ultrapassar a si mesmo, em direção ao super-homem.
 O filósofo afirma:
 O super-homem é o sentido da terra. Eu vos conjuro,
irmãos meus, a que permaneçais fiéis ao sentido da terra e
não presteis fé aos que falam de esperanças supraterrenas.
 Na obra Assim falou Zaratustra, composta de vários
discursos, expõe as suas ideias sobre o homem e o seu
comportamento diante de uma realidade desordenada,
sem princípio, meio e fim.
Friedrich Nietzsche

 Só resta ao homem, diante do espetáculo irracional do
mundo, adotar três posturas: ser fraco, forte ou inocente.
 Para explicar essas atitudes, recorre a uma metáfora
envolvendo as figuras do camelo, do leão e do menino.
 Assim, o homem passa da situação de:
 CAMELO: que aceita, ou melhor, carrega todos os
valores;
 LEÃO: que se revolta contra esses mesmos valores;
 CRIANÇA: que é capaz de esquecer, de recomeçar, de
aceitar o jogo natural da criação e da vida.
Friedrich Nietzsche

 CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. São Paulo:
Ática, 2012.
Referência Bibliográfica

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Cap 16 Os Seguidores e os Críticos de Kant

  • 2.  A filosofia racionalista teve duas derivações principais: o idealismo e o realismo. Ambas foram fundadas pela crítica ao pensamento de Kant. Os IDEALISTAS abraçam a crítica da razão pura de Kant. Os REALISTAS se baseiam na crítica da razão prática. Idealistas e Realistas
  • 3.  Com origem na Alemanha, a filosofia idealista propagou-se para a França e posteriormente para a Inglaterra, Itália e Estados Unidos. A preocupação científica manteve-se influente, mas agora com um sensível desenvolvimento da lógica, da psicologia, da filosofia da natureza, da filosofia política, bem como da estética, da educação e dos estudos sobre a linguagem. Idealistas e Realistas
  • 4.  As bases do IDEALISMO vieram de Kant, que foi o primeiro a tentar conciliar os conflitos que opunham a realidade e a razão, assegurando a prioridade da mente sobre a natureza sem, contudo, invalidar os princípios da investigação científica. A ideia kantiana de LIBERDADE INTERIOR se tornou inspiração dos gênios criativos. O idealismo romântico na Alemanha
  • 5.  O conceito de uma mente criativa e livre passou a fornecer a base para a ética, a estética e a religião. O movimento filosófico idealista desenvolveu-se intimamente ligado ao movimento artístico e literário denominado Romantismo. O Romantismo era caracterizado pela ideia de criatividade e liberdade de espírito. O idealismo romântico na Alemanha
  • 6.  Causas históricas podem explicar o surgimento e a rápida expansão do idealismo na Alemanha.  Final do século XVIII e no começo do seguinte, a Alemanha encontrava-se totalmente fragmentada.  A nação era formada por aproximadamente 300 territórios independentes que competiam entre si.  Predominava na região o regime de servidão.  Qualquer manifestação de pensamento era vista como uma ameaça tolhida com rigor. O idealismo romântico na Alemanha
  • 7.  A ideia de liberdade era divulgada, mas não a liberdade em si. Não havia liberdade na prática. O Romantismo teve início na Alemanha, mas alcançou toda a civilização ocidental. Atingiu a criação poética e literária com Goethe e Schiller, a música com Beethoven e Brahms, as artes plásticas com a Escola de Berlim, além da filosofia. O idealismo romântico na Alemanha
  • 8.  O Romantismo nasceu como uma reação, principalmente dos jovens, contra o modelo racionalista apregoado pelo Iluminismo. Foi uma forma de conceber o homem não só como detentor de razão, mas também de sentimento. A aquisição do conhecimento era resultante da interação entre a razão e o sentimento. O idealismo romântico na Alemanha
  • 9.  O Romantismo significou uma ruptura com a educação cristalizada, fundamentada apenas no desenvolvimento da razão, e conferiu ao ser humano o direito de ter a sua interpretação pessoal do mundo. Uma das características marcantes do Romantismo é o amor à natureza e à sua mística: o homem faz parte da natureza, assim como a natureza faz parte do homem. O idealismo romântico na Alemanha
  • 10.  As personagens da literatura romântica são essencialmente portadoras de ideias, especialmente do ideal da liberdade. Algumas exprimem a rebeldia política e social, outras combatem os preconceitos aristocráticos. O idealismo romântico na Alemanha
  • 12.  O idealismo romântico (dialético), levou ao máximo a racionalidade da ideia. Os primeiros grande idealistas dialéticos foram: FICHTE  com predomínio dos aspectos éticos da filosofia; SCHELLING  com predomínio da natureza; HEGEL  com predomínio da ideia de absoluto. Fichte e Schelling
  • 13.  Foi extremamente influenciado pela obra de Kant. Alcançou o posto de professor na Universidade de Iena ao apresentar um estudo sobre a filosofia kantiana, acrescentando-lhe algumas modificações, que a adequavam ao idealismo. Fichte e Schelling
  • 14.  Teve que deixar a Universidade de Iena sob a acusação de ser ateu, transferindo-se para a Universidade de Berlim, onde foi nomeado seu primeiro reitor. Promoveu uma campanha nacionalista, de defesa e de unificação dos Estados alemães. Ficaram particularmente famosos seus Discursos à nação alemã, de 1807 e 1808. Fichte e Schelling
  • 15.   É considerado o fundador do nacionalismo alemã, elemento fundamental na luta pela unificação do país, que só se consumaria em 1871.  Segundo seu idealismo, o pensamento do indivíduo é o único instrumento hábil para explicar a realidade  O espírito humano, livre e absoluto, poderia ser considerado o ponto de partida de todo e qualquer conhecimento que se pretende alcançar, demonstrando, assim, que a atividade de reflexão do homem possuiria um caráter infinito, ao explicar tudo o que existe ao seu redor. Fichte e Schelling
  • 16.  O processo de conhecimento de um objeto se daria na chamada forma dialética, a qual caminharia sucessivamente pelas seguintes etapas: TESE ANTÍTESE SÍNTESE Fichte e Schelling
  • 17.  TESE Primeiramente, a consciência se contemplaria a si mesma, num processo de autoanálise, descobrindo as suas determinações fundamentais, ou seja, o seu “eu absoluto”. Fichte e Schelling
  • 18.  ANTÍTESE Na segunda etapa, esse “eu absoluto” entraria em confronto com os pensamentos inconscientes, contrários às suas próprias estipulações, que formariam o “não- eu”. Fichte e Schelling
  • 19.  SÍNTESE Num terceiro momento, a partir do surgimento do choque de ideias entre o “eu absoluto” e o “não-eu”, aconteceria o pretendido conhecimento do objeto, promovendo, então, a unificação entre a realidade humana (mundo sensível) e seu pensamento (mundo inteligível). Da síntese reinicia-se o movimento do pensamento (tese – antítese – síntese). Fichte e Schelling
  • 20.  Foi assistente e sucessor de Fichte na Universidade de Iena. Assim como seu mestre, que o influenciou, também partia do princípio da infinitude do pensamento, considerando como único conhecimento possível aquele que se estabelece na consciência do ser humano, em contraposição à ideia de que o homem conhece somente a partir de suas experiências concretas. Fichte e Schelling
  • 21.  Suas ideias davam grande ênfase à natureza. Concebeu a natureza como uma totalidade viva e independente, que se basta e se explica a si mesma. Ela é o espírito adormecido que emerge como consciência de se mesmo no homem, como efeito da evolução. Fichte e Schelling
  • 22.  A natureza e a consciência identificam-se no plano das ideias racionais contidas no chamado eu absoluto, superando, assim, qualquer oposição existente entre o sujeito e o objeto a ser conhecido. Por meio da atividade artística que se poderia captar de forma consciente o mundo exterior, devendo a filosofia apontar para esse caminho, como forma de encontrar o autoconhecimento pleno. Fichte e Schelling
  • 23.  Georg Hegel O absoluto é o universal e uma ideia que, como autojustificativa, se particulariza num sistema de ideias determinadas. Hegel
  • 24.  Nasceu em Stuttgart. Estudou filosofia e teologia na Universidade de Tübingen e foi um entusiasta da Revolução Francesa. Lecionou em Iena, Nuremberg, Heidelgerb e em Berlim. Georg Hegel
  • 25.  Propôs-se a desenvolver uma série de critérios que possibilitassem ao homem um modo histórico de reflexão. Entendia que a forma de pensar do homem seria variável de acordo com o tempo. Assim, seria impossível determinar uma verdade universal. Georg Hegel
  • 26.  A VERDADE UNIVERSAL seria válida para todos os homens em todas as suas gerações, ou seja, vigoraria independente do tempo e do espaço. A filosofia hegeliana apóia-se na própria história, uma vez que o pensamento humano se encontraria vinculado ao elemento temporal e o ser estaria em constante transformação. Georg Hegel
  • 27.  Cada época, cada povo, teria sua própria verdade. A história constitui o ponto central das ideias de Hegel, uma vez que ela determina a maneira como as pessoas pensam e agem em determinado período de tempo. Georg Hegel
  • 28.  O fundamento de uma ideia é o contexto em que ela se encontra inserida, ou seja, o tempo histórico será a condição necessária para determinarmos a racionalidade dessa forma de pensar. Exemplo: mulher (passado e presente). Georg Hegel
  • 29.  O que o pensamento do filósofo realça é que cada época tem seus valores, sua verdade. O contexto histórico é configurado em uma determinada unidade de tempo, que se transforma pela adaptação aos conceitos estabelecidos pelo próprio homem, em um constante processo de mutabilidade. Georg Hegel
  • 30.  Esse processo de mutabilidade é evolutivo: um pensamento está vinculado ao contexto histórico em que se insere e evolui à medida que acrescentamos algo novo. A humanidade está sempre se desenvolvendo, progredindo dentro dos respectivos contextos históricos, para encontrar a consciência de si mesma, o autoconhecimento. Hegel chama a isso de “espírito do mundo”. Georg Hegel
  • 31.  Retomando o idealismo de Fichte, Hegel diz que a progressão do pensamento não acontece por força do acaso, mas por meio de um processo dialético que convém recordar. O processo dialético é formado pela contraposição de uma tese (ideia) a uma antítese (ideia contrária à tese), que dá origem a uma síntese (conclusão). A Dialética
  • 32.  Um determinado pensamento sempre surgirá com base em pensamentos formulados anteriormente. Quando consolidado (tese), esse pensamento encontrará necessariamente uma forma de pensar oposta (antítese), o que ocasionará um elo. A Dialética
  • 33.  Esse elo será rompido por um terceiro pensamento, que reunirá o que há de melhor em ambos (síntese). Esse terceiro pensamento formará uma nova tese, dando origem a um novo ciclo. A Dialética
  • 34.  Se aplicarmos à própria história da filosofia as concepções hegelianas de tese-antítese-síntese, verificamos que os conhecimentos filosóficos avançaram seguindo esse movimento. A Dialética
  • 36.  Considera o ser humano como parte de um todo, confirmando, desse modo, a grande importância atribuída pelo filósofo ao meio histórico em que o indivíduo está inserido. O chamado espírito do mundo somente pode ser compreendido tendo em conta uma determinada coletividade, da qual não podemos desligá-lo. A Dialética
  • 37.  Conceito de espírito. “Mas que é o espírito? É o único Infinito Imutavelmente homgêneo – a Identidade pura – que, em sua segunda fase, se separa de si mesmo e faz desse segundo aspecto seu próprio oposto polar, ou seja, como existência por si e em si em contraste com o universal”. A Dialética
  • 38.  O caminho para o autoconhecimento do ser humano rumo ao desenvolvimento do espírito do mundo deve passar por 3 etapas: 1ª - Razão Subjetiva 2ª - Razão Objetiva 3ª - Razão Absoluta A Dialética
  • 39.  1ª - Razão Subjetiva Quando o espírito do mundo toma consciência de si mesmo no homem. 2ª - Razão Objetiva O espírito do mundo se conscientiza em nível social (família, sociedade civil e Estado). 3ª - Razão Absoluta O espírito do mundo atinge seu ponto mais elevado tomando consciência de si ao utilizar a filosofia, que demonstra seu papel no contexto histórico. A Dialética
  • 40.  Na razão objetiva, encontra-se o Estado que consiste no grau máximo de agrupamento entre os diversos interesses contraditórios dos indivíduos que o compõem. A família e a sociedade civil estariam situadas em um patamar inferior ao do Estado, pois não teriam a possibilidade de superar os antagonismos que imperam na esfera social. O Estado
  • 41.  Somente o Estado, único e soberano, pacificaria as possíveis tensões existentes na coletividade, pois, em seu manto, todos reconheceriam a necessidade de atuar em prol do bem comum. Essa concepção foi utilizada para fundamentar os Estados totalitários do século XX. O Estado
  • 42.  O conceito de liberdade em Hegel está associado à noção de Estado. Identifica o Estado com o Absoluto, uma vez que o homem necessita da vida social para determinar a razão de seus pensamentos. O Estado é a instituição responsável por instaurar todo o corpo de leis que regula a vida social. O Estado
  • 43.  Não há liberdade sem leis e onde há lei, há necessariamente liberdade, de modo que o emprego do termo liberdade é determinado pelo direito de obedecer à lei, uma vez que aquele que faz as leis e os que a cumprem fazem parte do mesmo todo, cujo objetivo é a realização plena da Verdade. O Estado
  • 44.  Definição de Estado: “O Estado é a Ideia do Espírito na manifestação exterior da Vontade Humana e de sua Liberdade”. Hegel confere ao Estado o papel atribuído pelos filósofos medievais à Igreja. O Estado
  • 45.  As relações entre Estados também estão acima das normas morais, e o que deve prevalecer é o interesse de cada Estado. Defende a concepção de que o Estado fundamentaria a própria sociedade, não sendo necessário recorrer à ideia de Estado de natureza. O Estado
  • 46.  Kierkegaard e a Crítica ao Realismo A subjetividade é a verdade; a subjetividade é a realidade. Kierkegaard
  • 47.  Nasceu em Copenhague, na Dinamarca. Proveniente de uma família de intelectuais abastados. Estudou teologia entre 1830 e 1840, atendendo aos desejos do pai. Suas várias e graves crises de fé o impediram de seguir carreira como pastor luterano. Com a morte do pai passou a viver da fortuna herdada. Vida
  • 48.  Pensamento Filosófico  Contestou a supremacia da razão como único instrumento capaz de estabelecer a verdade, tal como Hegel propunha.  Como pensador cristão, defendeu o conhecimento que se origina da fé.  Afirmava que a existência humana possui três fases:  Fase estética;  Fase ética; e  Fase religiosa.
  • 49.  Pensamento Filosófico  FASE ESTÉTICA: satisfação de seus desejos, guiado pelo prazer;  FASE ÉTICA: o indivíduo deixa-se guiar pela consciência do valor sobre o certo e o errado, do que é moral e justo. Vivencia o problema da liberdade e da contradição entre o prazer e o dever;  FASE RELIGIOSA: o indivíduo vai além da lei, da moral e da razão, deixando-se guiar pela fé.
  • 50.  Pensamento Filosófico  Cabe ao homem escolher em que fase ele quer viver, já que se trata de fases que se excluem entre si.  Essas fases podem ser entendidas como etapas pelas quais o homem passa durante a sua existência.  Primeiro viria a estética, depois a ética e, por último, a religiosa, que seria a mais elevada.
  • 51.  Pensamento Filosófico  Sua principal crítica à filosofia hegeliana se deve ao fato de ela não levar em consideração a subjetividade humana.  Para ele, nenhum sistema de pensamento consegue dar conta (pensar tudo) da experiência ampla e única da vida individual.
  • 52.  Pensamento Filosófico Opondo-se à filosofia sistemática de Hegel e a seu caráter abstrato, procurou destacar as condições específicas da existência humana e incorporá-las às reflexões filosóficas. É normalmente considerado o “Pai do Existencialismo”.
  • 53.  Pensamento Filosófico Em sua obra, procurou analisar os problemas da relação existencial do homem com o mundo, consigo mesmo e com Deus.
  • 54.  Pensamento Filosófico  A RELAÇÃO DO HOMEM COM O MUNDO  É dominada pela angústia.  A angústia é entendida como o sentimento profundo que temos ao perceber a instabilidade de viver num mundo de acontecimentos possíveis, sem garantia de que nossas expectativas sejam realizadas.
  • 55.  Pensamento Filosófico  A RELAÇÃO DO HOMEM CONSIGO MESMO  É marcada pela inquietação e pelo desespero.  Isso ocorre por duas razões fundamentais: ou porque o homem nunca está plenamente satisfeito com as possibilidades que realizou, ou  Porque não conseguiu realizar o que pretendia, esgotando os limites do possível e fracassando diante de suas expectativas.
  • 56.  KIERKEGAARD: a experiência única da vida  A RELAÇÃO DO HOME COM DEUS  Seria talvez a única via para a superação da angústia e do desespero.  É marcada pelo paradoxo de ter de compreender pela fé o que é incompreensível pela razão.
  • 57.  SCHOPENHAUER: Vida  Nasceu em Dantzing, na Alemanha.  Filho de comerciantes prósperos, estudou nas universidades de Göttingen, de 1809 a 1811, e de Berlim, de 1811 a 1813, tornando- se docente em 1819.  Seus ataques a Hegel o tornaram impopular e o levaram a fixar-se em Frankfurt, como escritor independente.
  • 58.  SCHOPENHAUER: Vontade e Representação  Atacou com maior veemência o pensamento hegeliano.  Em sua opinião, Hegel seria um verdadeiro “charlatão”, ao construir sua filosofia segundo os interesses do Estado prussiano.  Referia-se a Hegel como um “acadêmico mercenário”.  Obra: O mundo como vontade e representação.
  • 59.  SCHOPENHAUER: Vontade e Representação  Sustenta que, como o conhecimento é uma relação na qual o objeto é percebido pelo sujeito, o homem não conhece as coisas como elas são, mas como elas podem ser percebidas e interpretadas.  “Tudo o que o mundo inclui ou pode incluir é inevitavelmente dependente do sujeito, não existindo senão para o sujeito. O mundo é representação”.
  • 60.  SCHOPENHAUER: Vontade e Representação Para existir o conhecimento do mundo, é preciso existir o sujeito. A representação do mundo seria para ele como uma “ilusão”, pois o objeto conhecido é condicionado pelo sujeito.
  • 61.  SCHOPENHAUER: Vontade e Representação Mas, admite ser possível alcançar a essência das coisas, através do insight intuitivo, uma espécie de iluminação. Nesse processo, a arte teria grande relevância, pois a atividade estética permitiria ao homem a compreensão da verdade.
  • 62.  SCHOPENHAUER: Vontade e Representação  Pela arte, o sujeito se desprenderia de sua individualidade para fundir-se no objeto, numa entrega pura e plena.  Sua filosofia se caracteriza por uma visão pessimista do homem e da vida.  O ser humano seria essencialmente vontade, o que o levaria a desejar sempre mais, produzindo uma insatisfação constante.
  • 63.  SCHOPENHAUER: Vontade e Representação  Essa vontade, que se expressa nas ações humanas, seria parte de uma vontade que anima todas as coisas da natureza.  Se a essência do homem e do mundo é essa vontade insaciável, Shopenhauer identifica aí a origem das lutas entre os homens, da dor e do sofrimento.
  • 64.  SCHOPENHAUER: Vontade e Representação A história é a história de lutas, onde “a infelicidade é a norma”, a regra geral. Apenas pela arte a ascese, ou seja, o abandono de si, pode o homem se libertar da dor.
  • 65.  Friedrich Nietzsche A moral não subsiste quando falta um Deus que a sancione. O além é absolutamente necessário quando se quer conservar sinceramente a fé na moral. Nietzsche
  • 66.   Nascido em Röcken, perto de Leipzig, na Alemanha.  Era filho e neto de pastores protestantes.  Em 1858, conseguiu uma bolsa de estudos na escola de Pforta.  Na juventude, foi bastante influenciado pelo Romantismo, tornando-se admirador de Schiller, que mais tarde iria criticar.  Na adolescência estudou a Bíblia e os autores clássicos da cultura grega. Friedrich Nietzsche
  • 67.   Em Bonn estudou filosofia e teologia, passando por um curto período de intensa boemia.  Em 1869, tornou-se professor de filologia grega na Universidade da Basiléia, na Suíça.  Em 1879 deixou de dar aulas, devido à saúde precária.  De 1883 a 1885, escreve sua principal obra, Assim falou Zaratustra (expõe as ideias do eterno retorno e da derrota da moral cristã pelo super-homem). Friedrich Nietzsche
  • 68.  Em 1889, sofre uma crise de loucura da qual não se recuperará até sua morte. Nietzsche considerava-se o sucessor de Schopenhauer e defendeu a primazia da vontade. A parte mais significativa do seu pensamento refere-se à ética e à crítica da religião (1872), marca o início da reflexão sobre a cultura grega e sua influência no desenvolvimento do pensamento ocidental. Friedrich Nietzsche
  • 69.  Segundo Nietzsche, existem dois elementos fundamentais e antagônicos:  ESPÍRITO APOLÍNEO: que representa a ordem, a harmonia e a razão; vinculado ao deus Apolo, símbolo da luz, da razão e da beleza masculina, associado à música e à poesia, às profecias e à moralidade.  ESPÍRITO DIONISÍACO: que representa o sentimento, a ação e a emoção; ligava-se a Dioniso, deus grego do vinho e da fertilidade, símbolo do drama. Friedrich Nietzsche
  • 70.   Na cultura ocidental, o espírito apolíneo é mais forte do que o dionisíaco, e o papel da filosofia seria o de libertar o homem dessa tradição para encontrar-se com o niilismo.  O niilismo de Nietzsche conduz o homem ao encontro de valores que sejam afirmativos de sua existência real, de sua vontade de poder, para que possa escapar dos valores e das crenças tradicionais, como aqueles impostos pelo cristianismo, que pregou valores distintos. Friedrich Nietzsche
  • 71.   Na obra A origem da tragédia no espírito da música, afirma que a verdadeira virtude do homem havia sido corretamente trabalhada pelos pré-socráticos, que consagravam a liberdade do elemento emocional.  A moral defendida por Nietzsche é radicalmente anticristã e o seu objetivo último é o poder.  Para Nietzsche a verdadeira virtude é característica de uma minoria de indivíduos, que deve sobrepujar as massas medíocres, formadas por homens “inferiores”, que cultivam essencialmente o ressentimento. Friedrich Nietzsche
  • 72.  O ETERNO RETORNO pode ser considerado a fórmula que sintetiza todo o pensamento de Nietzsche. Coloca-se em oposição frontal ao platonismo e ao cristianismo, considerando-os uma espécie de platonismo popular. Rejeita qualquer distinção entre este mundo e outro, seja o mundo inteligível de Platão ou o paraíso cristão. Friedrich Nietzsche
  • 73.  Para Nietzsche, só este mundo é real com suas cores e movimentos, em constante mudança. Não admite a existência de uma outra realidade que seja inteligível, única e imutável. Nega a existência de uma verdade necessária e universal. Friedrich Nietzsche
  • 74.   Para ele, há apenas perspectivas diversas sobre um real que está em permanente transformação e que se repete num eterno retorno.  Segundo Nietzsche, devemos aceitar a vida como ela é, e o eterno retorno consistiria num verdadeiro teste pelo qual o homem deveria passar: a vida, revivida inúmeras vezes, não trazendo nada de novo, tudo ocorrendo na mesma ordem e na mesma sucessão, pode levá-lo à destruição ou à exaltação, dependendo de sua capacidade para superar e admitir essa contínua repetição. Friedrich Nietzsche
  • 75.  Friedrich Nietzsche  Nietzsche considerava o super-homem como a própria expressão da vontade de poder, determinando a nova ordem de valores.  Um líder guerreiro, altamente disciplinado, capaz de ser cruel quando as suas conquistas o exigirem.
  • 76.   Nietzsche considera que o cristianismo tem um efeito degenerativo, porque doma o espírito e enfraquece a vontade de poder com a sua condenação do orgulho, da paixão, da cólera, dos instintos de guerra e de conquista.  O filósofo deplora o arrependimento e a redenção; em vez da figura do santo cristão, em sua essência, é a própria vontade de poder, desvinculado dos conceitos cultivados pela sociedade.  O santo cristão é um produto da medo do inferno, e não do amor à humanidade. Friedrich Nietzsche
  • 77.   Apenas a vontade de poder permite ao homem ultrapassar a si mesmo, em direção ao super-homem.  O filósofo afirma:  O super-homem é o sentido da terra. Eu vos conjuro, irmãos meus, a que permaneçais fiéis ao sentido da terra e não presteis fé aos que falam de esperanças supraterrenas.  Na obra Assim falou Zaratustra, composta de vários discursos, expõe as suas ideias sobre o homem e o seu comportamento diante de uma realidade desordenada, sem princípio, meio e fim. Friedrich Nietzsche
  • 78.   Só resta ao homem, diante do espetáculo irracional do mundo, adotar três posturas: ser fraco, forte ou inocente.  Para explicar essas atitudes, recorre a uma metáfora envolvendo as figuras do camelo, do leão e do menino.  Assim, o homem passa da situação de:  CAMELO: que aceita, ou melhor, carrega todos os valores;  LEÃO: que se revolta contra esses mesmos valores;  CRIANÇA: que é capaz de esquecer, de recomeçar, de aceitar o jogo natural da criação e da vida. Friedrich Nietzsche
  • 79.   CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. São Paulo: Ática, 2012. Referência Bibliográfica