O documento discute como as tecnologias digitais podem impactar as práticas de letramento e escrita colaborativa dos estudantes de forma diferente do método tradicional de ensino. Também reflete sobre como os professores podem incorporar essas novas abordagens em sala de aula de maneira a promover a aprendizagem colaborativa entre alunos e tornar-se também co-aprendizes no processo.
1. Mesa Redonda:
"Interdisciplinaridade e Tecnologias
Educacionais nas Ciências Humanas
e Linguagens e Códigos"
Valesca Brasil Irala
valesca.irala@unipampa.edu.br
2. Quem são os agentes responsáveis
pela “escrita” dos estudantes?
O que as tecnologias digitais podem
fazer pela escrita e pelo trabalho
coletivo dos estudantes que até pouco
tempo não poderia ser feito?
4. LETRAMENTOS ESCOLARES:
• Responsabilidade primeiro dos alfabetizadores
e, posteriormente, dos professores de língua
portuguesa?
• Vinculados necessariamente a uma avaliação formal?
• Geralmente tensos para os estudantes?
• Geralmente obrigação para os estudantes?
• Concebidos como produto (pelos alunos e professores)?
• Seguem moldes rígidos (na visão dos alunos e dos
professores)?
• Devem ser, predominantemente, pautados em uma
escrita individual?
5. NOVOS LETRAMENTOS:
- Desvinculados (libertos/independentes?) do
suporte institucional?
- Valorizados pelos jovens para além do fascínio
pela ferramenta tecnológica?
- Permitem incorporar “novos significados
sobre quem somos ou podemos ser” (MOITA
LOPES, 2012, p. 205)?
- Capazes de redimensionar as posições e os
espaços de poder?
6.
7. “E o que dizer de práticas de
letramento nas quais os
usuários se envolvem
simultaneamente em ações
discursivas diferentes em
tarefas múltiplas, todas elas
convergindo na tela do
computador?
8. Por exemplo, como comparar o leitor
solitário diante da página escrita – um modo
de ação tradicionalmente característico do
ethos da escola – com um jovem que, quase
ao mesmo tempo em que navega por um site
em inglês sobre hip-hop, está no MSN com
um amigo da escola, entra em sua página no
Orkut e daí em uma comunidade de
afinidade, responde em portunhol a um e-
mail de uma amiga argentina,
9. Procura o significado de uma palavra em
inglês em um dicionário que acessou pelo
Google, escuta a rádio inglesa Classic
FM.com, baixa um vídeo do you tube, vê e
conversa com a namorada que mora em
outro estado por meio do skype, e tenta
digitar uma redação para a professora de
português sobre Iracema de José de
Alencar com a ajuda do colega da turma
com quem conversa no MSN?” (MOITA
LOPES, 2012, p. 207)
10. Qual é o impacto disso nas instituições
de ensino?
“Parece claro que estamos diante de
um novo modo de aprender, de
construir conhecimento, de atuar em
práticas de letramento, e de estar no
mundo social, que são muito
diferentes das ações das quais os
alunos participam em muitas escolas”
(MOITA LOPES, 2012, p. 207).
11. Respondendo a minha primeira
pergunta:
Nós, os professores, não somos mais os
principais agentes de letramento dos
estudantes e o nosso desafio é, a partir
dessa realidade que aí está, conseguir
atribuir um pouco de sentido aos
letramentos escolares, que são, sem
sombra de dúvidas, menos atrativos do
que os novos letramentos.
12. Me volto a minha segunda pergunta:
O que as tecnologias digitais
podem fazer pela escrita e
pelo trabalho coletivo dos
estudantes que até pouco
tempo não poderia ser feito?
13. Taxionomia para as práticas colaborativas
de escrita
Lowry, Curtis e Lowry (apud PINHEIRO, 2012):
• 1) Atividades colaborativas de escrita;
• 2) Estratégias colaborativas de escrita;
• 3) Papéis colaborativos dos participantes;
• 4) Modos colaborativos de escrita;
17. Modos colaborativos:
- No mesmo local e ao mesmo tempo;
- Em locais diferentes e ao mesmo tempo;
- No mesmo local e em tempos diferentes;
- Em locais diferentes e em tempos diferentes.
18. Finalizando:
Claro está que precisamos experimentar em sala de
aula essas possibilidades, não só nas aulas de língua
portuguesa, mas em qualquer componente curricular.
Também me parece claro que não só vale trabalharmos
em aula com esses recursos, mas também os
experimentarmos, como professores, desenvolvendo
essas práticas colaborativas com nossos pares diretos e
com pares mais experientes; permitindo-nos, a nós
mesmos, incorporar novos significados a nossa
trajetória e a nossa própria aprendizagem.
19. E na sala de aula, como fica o professor?
• Ele não ensina, no sentido de “passar
conhecimento”;
• Na prática, ele trabalha com uma coleção
aberta de materiais e fontes de informação;
• Ele organiza e gerencia eventos nos quais a
aprendizagem dos seus alunos pode ocorrer;
• O professor e o aluno são co-aprendizes;
• O professor é um agente global e auxilia o
seu aluno a se tornar esse agente.