SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  4
RESUMO CULTURA CORPORAL DA PAG. 1 ATÉ 14
Tratar as questões sobre “corpo e movimento” a partir da área
da cultura corporal, significa tratar de atividades humanas que foram sendo
historicamente constituídas e que expressam uma relação não-utilitária do
homem com as ações corporais.
A perspectiva da cultura corporal (BRACHT, 1992) emerge a
partir da preocupação em contextualizar as manifestações expressivas
corporais nas aulas, considerando os significados a elas atribuídos pelos
alunos. Como explicitam Mattos e Neira (2003) é o gesto carregado de sentido,
significado e intenção, capaz de promover aprendizagens.
Partimos da premissa de que não é possível conhecer o mundo
somente pelo pensamento, ou seja, pela razão, sem recorrer à percepção dos
sentidos do nosso corpo. O reconhecimento do mundo que nos cerca depende
da nossa experimentação desse mundo. Para a criança, especialmente nos
primeiros anos de vida, o movimento constitui-se na primeira forma de
expressão, sua principal linguagem. A criança expressa pelo movimento os
seus sentimentos, emoções, alegrias, tristezas, prazeres, noções de
aproximação ou distanciamento, enfim, revelando situações físicas, emocionais
e mentais (ROSSI, 2013).
Diante dessas discussões pedagógicas sobre o corpo e
movimento é comum nos depararmos com propostas que atribuem à escola o
papel de propiciar “a máxima liberdade de movimentar-se para as crianças”. É
indiscutível que a escola deva contribuir para o desenvolvimento dessa
“máxima liberdade” por parte das crianças nas diferentes esferas da vida,
dentre elas a da “cultura corporal”. Contudo, liberdade aqui é concebida muito
mais como um produto do trabalho pedagógico do que como uma “premissa” e
uma suposta orientação didática direcionada a “deixar a criança expressar-se
livremente”. Liberdade, aqui, não se contrapõe à restrição, do contrário, surge
muitas vezes desta. Assim, promover a máxima liberdade de movimentar-se é
alcançada como produto de uma ação pedagógica adequada em relação ao
movimento, garantindo sua aprendizagem por parte das crianças. Lembrando
que não há desenvolvimento cognitivo ou afetivo-social fragmentado do
movimento corporal, tampouco há um desenvolvimento físico e motor
fragmentado de um desenvolvimento cognitivo e afetivo.
Quando a restrição vira liberdade...
Vamos imaginar que alguém nos proponha o seguinte objetivo: “pule
livremente”. Como a maioria de nós iria cumprir esse objetivo? Como a maioria de nós
iria efetivar essa liberdade? Provavelmente na forma de uma grande restrição! Iríamos
pular monotonamente no mesmo lugar. Nossa aparente liberdade para pular “do jeito
que quiséssemos” resultaria, assim, em uma grande restrição. Em contrapartida, ao
“restringirmos” esse movimento de pular, propondo que o sujeito aprenda, por
exemplo, as diferentes técnicas, objetivos e desafios desenvolvidos e encarnados nos
saltos do balé ou na ginástica olímpica, ah! Quanta liberdade e possibilidades de
criação poderíamos alcançar!
Assim, as “restrições” presentes nas atividades de cultura corporal (nas regras,
nas técnicas, nos objetivos etc.) e presentes no trato pedagógico com tais atividades é
o que, paradoxalmente, nos garante mais liberdade para nos relacionarmos com as
ações corporais.
As máximas possibilidades de liberdade com as ações corporais realizam-se
na medida em que o sujeito se aproprie daquelas atividades que lhe exijam
maximamente um auto-controle de sua conduta. Menos liberdade, aqui, vira mais
liberdade.
Façamos mais um exercício:
Podemos dizer que a área de Cultura Corporal abarca aquelas
atividades que historicamente foram se constituindo a partir: a) de relações
não-utilitárias dos homens com as ações corporais (relação não produtivas
e/ou imediatamente úteis) e ao mesmo tempo b) relações voluntárias com as
ações corporais, relações cada vez mais conscientes e criadoras com as ações
corporais.
Essas relações não utilitárias e voluntárias com as ações
corporais foram desenvolvidas e estão objetivadas em atividades tais quais: o
Jogo, a Dança, a Ginástica, a Luta, o Atletismo, o Circo, a Mímica, a Capoeira
e – também – nas muitas formas de brincadeiras infantis.
“o conceito de Cultura Corporaltem como suporte a ideia de
seleção,organização e sistematização do conhecimento
acumulado historicamente”
 as atividades da cultura corporal são atividades a serem usufruídas
pelos sujeitos na direção da humanização dos mesmos (tal qual as
atividades relacionadas à arte e à ciência). As atividades da cultura
corporal, assim, aproximam-se mais da ideia de “patrimônio da
humanidade”, que permite (pode permitir) aos sujeitos desenvolverem
uma maior consciência de suas ações, planejando o seu modo de ser e
estar no mundo, do que de “entretenimento”, “livre expressão” ou “puro
prazer”.
 o “corpo” e o “movimento”, tomados em si mesmos, são CONDIÇÃO do ensino
na Educação Infantil e não diretamente um “conteúdo”, uma “área” a parte. O
movimento corporal não é uma “disciplina a parte”, mas aparece e se realiza
em TODAS as instâncias do trabalho pedagógico, na medida em que, como
vimos, o corpo e o movimento não são outra coisa que o próprio sujeito em
ação! Portanto, a qualidade desse “movimento” dependerá sempre da atividade
do sujeito (dos motivos e dos objetivos que organizam essa atividade).
 O trabalho pedagógico com a área de cultura corporal permite que
formemos na criança uma consciência na execução de suas ações
motoras, pois como afirma Zaporózhets (1987) ao se referir à
“forma superior de movimento”, ressalta o seu caráter voluntário e
consciente. De forma consciente a criança aprende novos
movimentos, o que a difere do animal. . Esses movimentos, que em
crianças menores são considerados elementar tornam-se um esforço
consciente, conforme a criança se desenvolve. A aprendizagem de
novos movimentos em crianças de até três anos acontece nas situações
práticas e de vivências. (Ex: executar tarefas simples propondo
diferentes maneiras de caminhar: nas pontas dos pés como gigantes,
lento como tartarugas, agachados, arrastar como jacaré, saltar como
sapo etc..). Nas crianças com idade entre 4 e 5 anos essa apropriação
vai se tornando cada vez mais consciente e independente de seu uso
prático e imediato. Já durante o ensino fundamental tais movimentos
podem ir se autonomizando cada vez mais e, assim, permitindo que as
crianças se relacionem com outros aspectos das atividades da cultura
corporal
 Consideramos que a área de conhecimento de cultura corporal deve
propiciar às crianças, numa perspectiva interdisciplinar, a
experienciação, apropriação e plurissignificação dos conteúdos
referentes às aprendizagens específicas da infância: alfabetização, arte
e movimento. Proporcionar assim uma gama de experiências para que
compreendam o mundo que a cercam pela ação dos movimentos e
gestos conscientes, significando e ressignificando suas vivências.
 Assim, estudar o “corpo e movimento”, no ponto de vista da área/esfera
da cultura corporal é estudar as ATIVIDADES humanas que
historicamente foram sendo criadas e desenvolvidas pela humanidade e
que expressam uma relação não utilitária e, ao mesmo tempo, voluntária
com o movimento corporal.
Objetivo geral da área
AMPLIAR AS POSSIBILIDADES DE DOMÍNIO CONSCIENTE E VOLUNTÁRIA DAS AÇÕES
CORPORAIS DE NATUREZA LÚDICA, ARTÍSTICA E DE DESTREZA POR MEIO DA APROPRIAÇÃO
DE ATIVIDADES DA CULTURAL CORPORAL TAIS QUAIS AS BRINCADEIRAS DE JOGO, DE
DANÇA E DE GINÁSTICA
Para alcançar esse objetivo geral da área propomos organizar
o trabalho pedagógico em três eixos de conteúdos da Cultura Corporal 1)
brincadeiras de situações opositivas, 2) brincadeiras de destrezas e desafios
corporais e 3) brincadeiras de imitação/criação de formas artísticas.

Contenu connexe

Tendances (20)

A Dança e seus elementos
A Dança e seus elementosA Dança e seus elementos
A Dança e seus elementos
 
Introdução ao estudo do esporte
Introdução ao estudo do esporteIntrodução ao estudo do esporte
Introdução ao estudo do esporte
 
Esporte e saúde
Esporte e saúdeEsporte e saúde
Esporte e saúde
 
Ginástica geral
Ginástica geralGinástica geral
Ginástica geral
 
Danças Urbanas 2023.pptx
Danças Urbanas 2023.pptxDanças Urbanas 2023.pptx
Danças Urbanas 2023.pptx
 
Apresentação sobre a Capoeira
Apresentação sobre a CapoeiraApresentação sobre a Capoeira
Apresentação sobre a Capoeira
 
Módulo Corporeidade
Módulo CorporeidadeMódulo Corporeidade
Módulo Corporeidade
 
Conteúdos das aulas de educação física
Conteúdos das aulas de educação físicaConteúdos das aulas de educação física
Conteúdos das aulas de educação física
 
Conceitos Variados de Esporte
Conceitos Variados de EsporteConceitos Variados de Esporte
Conceitos Variados de Esporte
 
Ed fisica escolar
Ed fisica escolarEd fisica escolar
Ed fisica escolar
 
Dança 10 08
Dança 10 08Dança 10 08
Dança 10 08
 
Educação Física e Lazer
Educação Física e Lazer Educação Física e Lazer
Educação Física e Lazer
 
Lutas
LutasLutas
Lutas
 
Aula introdução ed. fisica
Aula introdução ed. fisicaAula introdução ed. fisica
Aula introdução ed. fisica
 
Apostila educação física escolar
Apostila educação física escolar Apostila educação física escolar
Apostila educação física escolar
 
Capoeira
CapoeiraCapoeira
Capoeira
 
Eletiva "Futebol e Arte"
Eletiva "Futebol e Arte"Eletiva "Futebol e Arte"
Eletiva "Futebol e Arte"
 
Corpo,recreação e jogos
Corpo,recreação e jogosCorpo,recreação e jogos
Corpo,recreação e jogos
 
Corporeidade aula 3
Corporeidade aula 3Corporeidade aula 3
Corporeidade aula 3
 
Histórico da ginástica
Histórico da ginásticaHistórico da ginástica
Histórico da ginástica
 

En vedette

Cultura do corpo em movimento aula 1
Cultura do corpo em movimento aula 1Cultura do corpo em movimento aula 1
Cultura do corpo em movimento aula 1Mari Ramondini
 
Meios De Transportes
Meios De TransportesMeios De Transportes
Meios De TransportesKaDani
 
Conceitos sobre o corpo em movimento em aulas de Educação Física
Conceitos sobre o corpo em movimento em aulas de Educação FísicaConceitos sobre o corpo em movimento em aulas de Educação Física
Conceitos sobre o corpo em movimento em aulas de Educação FísicaAlliance Fitness
 
A evolução tecnológica dos Meios de Transportes
A evolução tecnológica dos Meios de TransportesA evolução tecnológica dos Meios de Transportes
A evolução tecnológica dos Meios de TransportesFabrício Colombo
 
A evolução dos Meios de Transporte...
A evolução dos Meios de Transporte...A evolução dos Meios de Transporte...
A evolução dos Meios de Transporte...vandalou
 
OS CONTEÚDOS DA CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO MINISTRADOS NAS AULAS DE EDUCAÇ...
OS CONTEÚDOS DA CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO MINISTRADOS NAS AULAS DE EDUCAÇ...OS CONTEÚDOS DA CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO MINISTRADOS NAS AULAS DE EDUCAÇ...
OS CONTEÚDOS DA CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO MINISTRADOS NAS AULAS DE EDUCAÇ...Andria Araujo
 
Projeto; O corpo em movimento 2013
Projeto; O corpo em movimento 2013Projeto; O corpo em movimento 2013
Projeto; O corpo em movimento 2013Débora Lambert
 
Pesquisa experimental
Pesquisa experimentalPesquisa experimental
Pesquisa experimentalLucovolan
 
CONCEITOS: PESQUISA BIBLIOGRAFICA E PESQUISA DE CAMPO
CONCEITOS: PESQUISA BIBLIOGRAFICA E PESQUISA DE CAMPOCONCEITOS: PESQUISA BIBLIOGRAFICA E PESQUISA DE CAMPO
CONCEITOS: PESQUISA BIBLIOGRAFICA E PESQUISA DE CAMPOerinaldoamorim
 
A evolução dos meios de transporte
A evolução dos meios de transporteA evolução dos meios de transporte
A evolução dos meios de transportevera martins
 
Geografia 2013 3ºe 4º bim (4º ano)
Geografia 2013   3ºe 4º bim (4º ano)Geografia 2013   3ºe 4º bim (4º ano)
Geografia 2013 3ºe 4º bim (4º ano)smece4e5
 
Plano de aula educacao fisica
Plano de aula    educacao fisicaPlano de aula    educacao fisica
Plano de aula educacao fisicaivanetesantos
 

En vedette (17)

Cultura do corpo em movimento aula 1
Cultura do corpo em movimento aula 1Cultura do corpo em movimento aula 1
Cultura do corpo em movimento aula 1
 
Apostila 5 6 fut sete
Apostila 5 6 fut seteApostila 5 6 fut sete
Apostila 5 6 fut sete
 
Arte e educação corpo e movimento
Arte e educação corpo e movimentoArte e educação corpo e movimento
Arte e educação corpo e movimento
 
Corpo e movimento
Corpo e movimentoCorpo e movimento
Corpo e movimento
 
Meios De Transportes
Meios De TransportesMeios De Transportes
Meios De Transportes
 
Conceitos sobre o corpo em movimento em aulas de Educação Física
Conceitos sobre o corpo em movimento em aulas de Educação FísicaConceitos sobre o corpo em movimento em aulas de Educação Física
Conceitos sobre o corpo em movimento em aulas de Educação Física
 
A história dos transportes
A história dos transportesA história dos transportes
A história dos transportes
 
A evolução tecnológica dos Meios de Transportes
A evolução tecnológica dos Meios de TransportesA evolução tecnológica dos Meios de Transportes
A evolução tecnológica dos Meios de Transportes
 
A evolução dos Meios de Transporte...
A evolução dos Meios de Transporte...A evolução dos Meios de Transporte...
A evolução dos Meios de Transporte...
 
OS CONTEÚDOS DA CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO MINISTRADOS NAS AULAS DE EDUCAÇ...
OS CONTEÚDOS DA CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO MINISTRADOS NAS AULAS DE EDUCAÇ...OS CONTEÚDOS DA CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO MINISTRADOS NAS AULAS DE EDUCAÇ...
OS CONTEÚDOS DA CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO MINISTRADOS NAS AULAS DE EDUCAÇ...
 
Projeto; O corpo em movimento 2013
Projeto; O corpo em movimento 2013Projeto; O corpo em movimento 2013
Projeto; O corpo em movimento 2013
 
Pesquisa experimental
Pesquisa experimentalPesquisa experimental
Pesquisa experimental
 
CONCEITOS: PESQUISA BIBLIOGRAFICA E PESQUISA DE CAMPO
CONCEITOS: PESQUISA BIBLIOGRAFICA E PESQUISA DE CAMPOCONCEITOS: PESQUISA BIBLIOGRAFICA E PESQUISA DE CAMPO
CONCEITOS: PESQUISA BIBLIOGRAFICA E PESQUISA DE CAMPO
 
PLANO DE AÇÃO PROEMI/JF
PLANO DE AÇÃO PROEMI/JFPLANO DE AÇÃO PROEMI/JF
PLANO DE AÇÃO PROEMI/JF
 
A evolução dos meios de transporte
A evolução dos meios de transporteA evolução dos meios de transporte
A evolução dos meios de transporte
 
Geografia 2013 3ºe 4º bim (4º ano)
Geografia 2013   3ºe 4º bim (4º ano)Geografia 2013   3ºe 4º bim (4º ano)
Geografia 2013 3ºe 4º bim (4º ano)
 
Plano de aula educacao fisica
Plano de aula    educacao fisicaPlano de aula    educacao fisica
Plano de aula educacao fisica
 

Similaire à Cultura Corporal Resumo

CULTURA CORPORAL INTERFACES COM A PSICOMOTRICIDADE.pdf
CULTURA CORPORAL INTERFACES COM A PSICOMOTRICIDADE.pdfCULTURA CORPORAL INTERFACES COM A PSICOMOTRICIDADE.pdf
CULTURA CORPORAL INTERFACES COM A PSICOMOTRICIDADE.pdfisadoraDionizio
 
A criança e a dança na educaçao infantil
A criança e a dança na educaçao infantilA criança e a dança na educaçao infantil
A criança e a dança na educaçao infantilMaria Teixeira
 
psicomotricidade na educação fisica.pptx
psicomotricidade na educação fisica.pptxpsicomotricidade na educação fisica.pptx
psicomotricidade na educação fisica.pptxEsequielGuedes
 
A cosntrucao da nocao de corpo represetada atraves de desenho
A cosntrucao da nocao de corpo represetada atraves de desenhoA cosntrucao da nocao de corpo represetada atraves de desenho
A cosntrucao da nocao de corpo represetada atraves de desenhoEloi Alexandre Pereira Neto
 
Corporeidade aula 1
Corporeidade   aula 1 Corporeidade   aula 1
Corporeidade aula 1 laiscarlini
 
Apostila psicomotricidade
Apostila psicomotricidadeApostila psicomotricidade
Apostila psicomotricidadeLeticia Miura
 
Palestra eja 2013 secr munic educ marilia. 2 (1)
Palestra eja 2013 secr munic educ marilia. 2 (1)Palestra eja 2013 secr munic educ marilia. 2 (1)
Palestra eja 2013 secr munic educ marilia. 2 (1)Rosemary Batista
 
Pdf de unidade de estudos de unidade de estudo 2 musica - com img
Pdf de unidade de estudos de unidade de estudo 2   musica - com imgPdf de unidade de estudos de unidade de estudo 2   musica - com img
Pdf de unidade de estudos de unidade de estudo 2 musica - com imgJanaina Andrea Pinheiro
 
Movimento97
Movimento97Movimento97
Movimento97bcg
 
A importância das atividades psicomotoras nas aulas de edc física na edc infa...
A importância das atividades psicomotoras nas aulas de edc física na edc infa...A importância das atividades psicomotoras nas aulas de edc física na edc infa...
A importância das atividades psicomotoras nas aulas de edc física na edc infa...Jocéia Nunes Mata
 
Materialismo historico dialético como referência para a educação física crítica
Materialismo historico dialético como referência para a educação física críticaMaterialismo historico dialético como referência para a educação física crítica
Materialismo historico dialético como referência para a educação física críticaGabriel Paes
 
A revisão
A       revisãoA       revisão
A revisãoUP-TETE
 
A importância da flexibilidade
A importância da flexibilidadeA importância da flexibilidade
A importância da flexibilidadePedro Kangombe
 
O que e educacao fisica
O que e educacao fisicaO que e educacao fisica
O que e educacao fisicaLuciane Brito
 

Similaire à Cultura Corporal Resumo (20)

CULTURA CORPORAL INTERFACES COM A PSICOMOTRICIDADE.pdf
CULTURA CORPORAL INTERFACES COM A PSICOMOTRICIDADE.pdfCULTURA CORPORAL INTERFACES COM A PSICOMOTRICIDADE.pdf
CULTURA CORPORAL INTERFACES COM A PSICOMOTRICIDADE.pdf
 
Psicomotricidade
PsicomotricidadePsicomotricidade
Psicomotricidade
 
O corpo na educação
O corpo na educaçãoO corpo na educação
O corpo na educação
 
A criança e a dança na educaçao infantil
A criança e a dança na educaçao infantilA criança e a dança na educaçao infantil
A criança e a dança na educaçao infantil
 
psicomotricidade na educação fisica.pptx
psicomotricidade na educação fisica.pptxpsicomotricidade na educação fisica.pptx
psicomotricidade na educação fisica.pptx
 
A cosntrucao da nocao de corpo represetada atraves de desenho
A cosntrucao da nocao de corpo represetada atraves de desenhoA cosntrucao da nocao de corpo represetada atraves de desenho
A cosntrucao da nocao de corpo represetada atraves de desenho
 
Corporeidade aula 1
Corporeidade   aula 1 Corporeidade   aula 1
Corporeidade aula 1
 
Artigo 4
Artigo 4Artigo 4
Artigo 4
 
Trabalho corporal na educação infantil
Trabalho corporal na educação infantilTrabalho corporal na educação infantil
Trabalho corporal na educação infantil
 
Apostila psicomotricidade
Apostila psicomotricidadeApostila psicomotricidade
Apostila psicomotricidade
 
Movimento wallon
Movimento wallonMovimento wallon
Movimento wallon
 
Palestra eja 2013 secr munic educ marilia. 2 (1)
Palestra eja 2013 secr munic educ marilia. 2 (1)Palestra eja 2013 secr munic educ marilia. 2 (1)
Palestra eja 2013 secr munic educ marilia. 2 (1)
 
Pdf de unidade de estudos de unidade de estudo 2 musica - com img
Pdf de unidade de estudos de unidade de estudo 2   musica - com imgPdf de unidade de estudos de unidade de estudo 2   musica - com img
Pdf de unidade de estudos de unidade de estudo 2 musica - com img
 
Movimento97
Movimento97Movimento97
Movimento97
 
A importância das atividades psicomotoras nas aulas de edc física na edc infa...
A importância das atividades psicomotoras nas aulas de edc física na edc infa...A importância das atividades psicomotoras nas aulas de edc física na edc infa...
A importância das atividades psicomotoras nas aulas de edc física na edc infa...
 
Materialismo historico dialético como referência para a educação física crítica
Materialismo historico dialético como referência para a educação física críticaMaterialismo historico dialético como referência para a educação física crítica
Materialismo historico dialético como referência para a educação física crítica
 
A revisão
A       revisãoA       revisão
A revisão
 
Artigo metodologia
Artigo metodologiaArtigo metodologia
Artigo metodologia
 
A importância da flexibilidade
A importância da flexibilidadeA importância da flexibilidade
A importância da flexibilidade
 
O que e educacao fisica
O que e educacao fisicaO que e educacao fisica
O que e educacao fisica
 

Dernier

Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfProva uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfArthurRomanof1
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaaulasgege
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 

Dernier (20)

Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfProva uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 

Cultura Corporal Resumo

  • 1. RESUMO CULTURA CORPORAL DA PAG. 1 ATÉ 14 Tratar as questões sobre “corpo e movimento” a partir da área da cultura corporal, significa tratar de atividades humanas que foram sendo historicamente constituídas e que expressam uma relação não-utilitária do homem com as ações corporais. A perspectiva da cultura corporal (BRACHT, 1992) emerge a partir da preocupação em contextualizar as manifestações expressivas corporais nas aulas, considerando os significados a elas atribuídos pelos alunos. Como explicitam Mattos e Neira (2003) é o gesto carregado de sentido, significado e intenção, capaz de promover aprendizagens. Partimos da premissa de que não é possível conhecer o mundo somente pelo pensamento, ou seja, pela razão, sem recorrer à percepção dos sentidos do nosso corpo. O reconhecimento do mundo que nos cerca depende da nossa experimentação desse mundo. Para a criança, especialmente nos primeiros anos de vida, o movimento constitui-se na primeira forma de expressão, sua principal linguagem. A criança expressa pelo movimento os seus sentimentos, emoções, alegrias, tristezas, prazeres, noções de aproximação ou distanciamento, enfim, revelando situações físicas, emocionais e mentais (ROSSI, 2013). Diante dessas discussões pedagógicas sobre o corpo e movimento é comum nos depararmos com propostas que atribuem à escola o papel de propiciar “a máxima liberdade de movimentar-se para as crianças”. É indiscutível que a escola deva contribuir para o desenvolvimento dessa “máxima liberdade” por parte das crianças nas diferentes esferas da vida, dentre elas a da “cultura corporal”. Contudo, liberdade aqui é concebida muito mais como um produto do trabalho pedagógico do que como uma “premissa” e uma suposta orientação didática direcionada a “deixar a criança expressar-se livremente”. Liberdade, aqui, não se contrapõe à restrição, do contrário, surge muitas vezes desta. Assim, promover a máxima liberdade de movimentar-se é alcançada como produto de uma ação pedagógica adequada em relação ao movimento, garantindo sua aprendizagem por parte das crianças. Lembrando que não há desenvolvimento cognitivo ou afetivo-social fragmentado do movimento corporal, tampouco há um desenvolvimento físico e motor fragmentado de um desenvolvimento cognitivo e afetivo.
  • 2. Quando a restrição vira liberdade... Vamos imaginar que alguém nos proponha o seguinte objetivo: “pule livremente”. Como a maioria de nós iria cumprir esse objetivo? Como a maioria de nós iria efetivar essa liberdade? Provavelmente na forma de uma grande restrição! Iríamos pular monotonamente no mesmo lugar. Nossa aparente liberdade para pular “do jeito que quiséssemos” resultaria, assim, em uma grande restrição. Em contrapartida, ao “restringirmos” esse movimento de pular, propondo que o sujeito aprenda, por exemplo, as diferentes técnicas, objetivos e desafios desenvolvidos e encarnados nos saltos do balé ou na ginástica olímpica, ah! Quanta liberdade e possibilidades de criação poderíamos alcançar! Assim, as “restrições” presentes nas atividades de cultura corporal (nas regras, nas técnicas, nos objetivos etc.) e presentes no trato pedagógico com tais atividades é o que, paradoxalmente, nos garante mais liberdade para nos relacionarmos com as ações corporais. As máximas possibilidades de liberdade com as ações corporais realizam-se na medida em que o sujeito se aproprie daquelas atividades que lhe exijam maximamente um auto-controle de sua conduta. Menos liberdade, aqui, vira mais liberdade. Façamos mais um exercício: Podemos dizer que a área de Cultura Corporal abarca aquelas atividades que historicamente foram se constituindo a partir: a) de relações não-utilitárias dos homens com as ações corporais (relação não produtivas e/ou imediatamente úteis) e ao mesmo tempo b) relações voluntárias com as ações corporais, relações cada vez mais conscientes e criadoras com as ações corporais. Essas relações não utilitárias e voluntárias com as ações corporais foram desenvolvidas e estão objetivadas em atividades tais quais: o Jogo, a Dança, a Ginástica, a Luta, o Atletismo, o Circo, a Mímica, a Capoeira e – também – nas muitas formas de brincadeiras infantis. “o conceito de Cultura Corporaltem como suporte a ideia de seleção,organização e sistematização do conhecimento acumulado historicamente”  as atividades da cultura corporal são atividades a serem usufruídas pelos sujeitos na direção da humanização dos mesmos (tal qual as atividades relacionadas à arte e à ciência). As atividades da cultura corporal, assim, aproximam-se mais da ideia de “patrimônio da
  • 3. humanidade”, que permite (pode permitir) aos sujeitos desenvolverem uma maior consciência de suas ações, planejando o seu modo de ser e estar no mundo, do que de “entretenimento”, “livre expressão” ou “puro prazer”.  o “corpo” e o “movimento”, tomados em si mesmos, são CONDIÇÃO do ensino na Educação Infantil e não diretamente um “conteúdo”, uma “área” a parte. O movimento corporal não é uma “disciplina a parte”, mas aparece e se realiza em TODAS as instâncias do trabalho pedagógico, na medida em que, como vimos, o corpo e o movimento não são outra coisa que o próprio sujeito em ação! Portanto, a qualidade desse “movimento” dependerá sempre da atividade do sujeito (dos motivos e dos objetivos que organizam essa atividade).  O trabalho pedagógico com a área de cultura corporal permite que formemos na criança uma consciência na execução de suas ações motoras, pois como afirma Zaporózhets (1987) ao se referir à “forma superior de movimento”, ressalta o seu caráter voluntário e consciente. De forma consciente a criança aprende novos movimentos, o que a difere do animal. . Esses movimentos, que em crianças menores são considerados elementar tornam-se um esforço consciente, conforme a criança se desenvolve. A aprendizagem de novos movimentos em crianças de até três anos acontece nas situações práticas e de vivências. (Ex: executar tarefas simples propondo diferentes maneiras de caminhar: nas pontas dos pés como gigantes, lento como tartarugas, agachados, arrastar como jacaré, saltar como sapo etc..). Nas crianças com idade entre 4 e 5 anos essa apropriação vai se tornando cada vez mais consciente e independente de seu uso prático e imediato. Já durante o ensino fundamental tais movimentos podem ir se autonomizando cada vez mais e, assim, permitindo que as crianças se relacionem com outros aspectos das atividades da cultura corporal  Consideramos que a área de conhecimento de cultura corporal deve propiciar às crianças, numa perspectiva interdisciplinar, a experienciação, apropriação e plurissignificação dos conteúdos referentes às aprendizagens específicas da infância: alfabetização, arte e movimento. Proporcionar assim uma gama de experiências para que compreendam o mundo que a cercam pela ação dos movimentos e gestos conscientes, significando e ressignificando suas vivências.
  • 4.  Assim, estudar o “corpo e movimento”, no ponto de vista da área/esfera da cultura corporal é estudar as ATIVIDADES humanas que historicamente foram sendo criadas e desenvolvidas pela humanidade e que expressam uma relação não utilitária e, ao mesmo tempo, voluntária com o movimento corporal. Objetivo geral da área AMPLIAR AS POSSIBILIDADES DE DOMÍNIO CONSCIENTE E VOLUNTÁRIA DAS AÇÕES CORPORAIS DE NATUREZA LÚDICA, ARTÍSTICA E DE DESTREZA POR MEIO DA APROPRIAÇÃO DE ATIVIDADES DA CULTURAL CORPORAL TAIS QUAIS AS BRINCADEIRAS DE JOGO, DE DANÇA E DE GINÁSTICA Para alcançar esse objetivo geral da área propomos organizar o trabalho pedagógico em três eixos de conteúdos da Cultura Corporal 1) brincadeiras de situações opositivas, 2) brincadeiras de destrezas e desafios corporais e 3) brincadeiras de imitação/criação de formas artísticas.