SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  30
Télécharger pour lire hors ligne
DIMENSÕES DA AÇÃO HUMANA E DOS VALORES
A dimensão ético-política
Análise e compreensão da experiência convivencial
Intenção ética e norma moral
A dimensão pessoal e social da ética - o si mesmo, o outro e as instituições
A pessoa como sujeito moral - a consciência moral e a consciência cívica
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Teorias consequencialistas versus teorias deontológicas
A necessidade de fundamentação da moral - análise comparativa de duas perspetivas filosóficas
Ética, direito e política
Prof. Octávio V. Gonçalves
http://www.escolasaopedro.pt/moodle/
Noção de norma moral
 Regra de conduta adotada em sociedade e que visa a prossecução de valores como o bem, a
justiça, a dignidade, a liberdade, entre outros, permitindo ao indivíduo distinguir uma boa ação
de uma má ação.
Prof. Octávio V. Gonçalves
Intenção ética e norma moral
Noção de intenção ética
 Traduz a capacidade do agente para, de forma livre e responsável, decidir/querer, na prática,
agir de acordo com as normas morais.
Distinção entre moral e ética
Conjunto de normas e de juízos
morais vigentes em sociedade, que
conformam e prescrevem as
expetativas, as decisões e as
avaliações relativamente à correção
das condutas.
O que devo fazer?
Reflexão sobre a moral, procurando o
sentido da moral na vida do homem e
os fundamentos últimos da ação
humana.
Também designada “filosofia moral”.
Porque devo fazer?
• Mores = hábitos, costumes
• Conjunto de códigos e de juízos
vigentes numa sociedade,
orientados para a regulação das
condutas concretas dos homens
através de normas de atuação
• Diversidade de normas e de juízos
morais de caráter prescritivo
• Guias orientadores da ação
• Responde à pergunta “o que devo
fazer?” (em determinada situação ou
contexto social)
Distinção entre moral e ética
MORAL
• Ethos = caráter, costume, maneira
de se comportar
• Reflexão sobre a moral, ou seja,
sobre os códigos, juízos e ações
morais
• Visa compreender a moral com vista
à fundamentação última do agir
humano
• Procura o sentido e os fundamentos
da moral na vida do homem
• Responde à pergunta “porque
devemos fazer?”
• Remete para diferentes áreas ou
domínios da ação ética:
Ética normativa
Metaética
Ética aplicada
ÉTICA
Prof. Octávio V. Gonçalves
Intenção ética e norma moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
Intenção ética e norma moral
Distinção entre ética normativa, metaética e ética aplicada
Ética normativa Metaética Ética aplicada
Procura encontrar os
princípios morais
fundamentais que
orientam a conduta
humana e que permitem
distinguir as ações
corretas das incorretas.
Procura descobrir a
origem, a natureza e o
significado dos princípios
éticos.
Estuda os conceitos e os
juízos morais.
Analisa casos
particulares, como o
aborto, a eutanásia, o
tratamento das minorias
étnicas, a guerra nuclear,
entre outros, na tentativa
de indicar soluções
possíveis para esses
problemas.
Que regras e que princípios
devo adotar para saber o que
é certo ou errado?
Como fundamentar os
princípios adotados? De onde
vêm? De alguma entidade
superior? De Deus? O que é
que os torna bons princípios?
O que é o bem? O que é a
justiça?
Que argumentos morais se
podem apresentar em favor
da interrupção voluntária da
gravidez? E do fornecimento
de armas a países em
guerra?
EU
(CONSCIÊNCIA)
(identidade pessoal e moral)
INTENÇÃO ÉTICA
orientação volitiva para determinados fins
(o que quero fazer e porque quero fazer)
DECIDE
AGE
JULGA
normas morais
regras
valores
instituições
OUTROS
TU
princípios o que
devemos fazer?
ÉTICA
códigos
FILOSÓFICA
INDIVIDUAL
Prof. Octávio V. Gonçalves
Intenção ética e norma moral
Intenção ética e norma moral
VIVÊNCIA
HUMANA
VIVÊNCIA
COMUNITÁRIA
Indivíduo Coletividade
MORAL OBJETIVA
Ethos (valores ético-políticos
que fundamentam a vida
comunitária)
Normas, regras, leis,
interdições, direitos, deveres
morais
Dimensões social, política e
institucional
Ordem político-jurídica
Conservadorismo,
uniformização, coercividade
TENSÕES
subjetivos, intersubjetivos e
culturais
qualidades atribuídas às coisas
e apreciações das ações
humanas
MORAL INDIVIDUAL
Pessoa = sujeito consciente
dotado de identidade moral
Livre, autónomo, intencional,
responsável, convivencial
Consciência moral: sede da
decisão dos atos éticos e dos
critérios dos juízos morais
Reflexão e intencionalidade
ética
Ideias e valores individuais
Bem
Paz
Felicidade
Justiça - Equidade
Igualdade - Diferença
Liberdade - Justiça Social
VALORES
(avaliação, sentido,
orientação)
Prof. Octávio V. Gonçalves
Consciência cívica
Dimensão individual: o eu e a consciência cívica
 A consciência cívica consubstancia a força interior ou a consciência do dever de
agir que nos impulsiona a irmos além da nossa esfera privada e dos nossos
interesses individuais, orientando-nos para a prossecução do interesse
geral/público e do bem comum, de uma forma altruísta e moralmente solidária.
 Sentimento de pertença social e política (membro da civitas e da polis), de
cidadania e de cooperação.
 Atos cívicos e atos não cívicos.
 Atuação/responsabilização legal ou atuação/responsabilização moral.
Prof. Octávio V. Gonçalves
Dimensão pessoal e social (relacional/institucional) da
ética: eu, o outro e as instituições
Dimensão social: o outro
Dimensão institucional: as instituições
 Familiares, educativas, políticas, culturais, económicas.
 A consciência e as atuações individuais interferem (influenciam e são influenciadas)
na esfera dos outros (interesses, direitos…).
Definição de consciência moral:
“Função prática da consciência que nos permite distinguir o bem e o mal e julgar os
nossos atos.” (A. Cuviller, Vocabulário de Filosofia).
 Não é algo que se possa coisificar, localizar ou espacializar.
 Podemos definir consciência moral como a faculdade que cada homem possui de julgar, em
si próprio, o que é bom ou mau, traduzindo-se numa espécie de bússola moral, numa voz
interior que o aplaude, censura, chama, julga ou obriga.
 A consciência moral implica uma compreensão dos nossos atos sob um ângulo moral, como
implica, de seguida, uma avaliação e um julgamento das nossas intenções e da nossa
conduta de acordo com as normas que ela conhece e reconhece como obrigatórias.
 Deste modo, a consciência moral indica-nos a existência de um conjunto de normas e
valores que assumem para ela um caráter de obrigatoriedade (Tu deves) e que lhe permitem
ajuizar da adequação entre essas normas e valores e os nossos atos concretos.
 Neste sentido, a consciência moral cumpre uma função normativa, formulando juízos de
valor e não juízos de facto, isto é, indica-nos o que deve ser e não o que é.
 As formas por que se manifesta são as mais diversas (remorso, arrependimento, culpa,
vergonha ou alegria, satisfação, etc.) e decorrem do reconhecimento de que se agiu correta
ou incorretamente.
Prof. Octávio V. Gonçalves
A pessoa como sujeito moral – a consciência moral
EGOÍSMO
PSICOLÓGICO
Como devemos viver?
TESES:
- As pessoas agem sempre e apenas em função do seu
interesse pessoal.
- Posição puramente descritiva: constata que é apenas a
satisfação dos interesses próprios que motiva o
comportamento e a ação humana (somos de facto egoístas).
- O egoísmo ou amor-próprio é inerente à condição humana.AUTOINTERESSE
ARGUMENTOS A FAVOR:
- Sempre que agimos voluntariamente, fazemos sempre aquilo que
corresponde ao que mais desejamos, pelo que somos todos egoístas.
- Fazemos bem aos outros (atos altruístas) para daí retirarmos prazer,
satisfação ou bem-estar pessoal, ou seja, por uma motivação egoísta.
RAZÕES CONTRA:
- Inconsistência do 1.º argumento a favor, uma vez que tudo depende da natureza daquilo que
desejamos: se desejamos o nosso próprio bem e não nos preocupamos com os outros, então
somos egoístas; se desejarmos que as outras pessoas usufruam de bem-estar e sejam
felizes, então os nossos atos não são egoístas.
- Confusão inerente ao 2.º argumento a favor, pois o prazer é consequência/efeito e não causa
da ação.
- Convicção e constatação de que as pessoas também se sacrificam pelos outros (são
altruístas).
Prof. Octávio V. Gonçalves
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral:
as teorias consequencialistas
EGOÍSMO ÉTICO
TESES:
As pessoas devem agir sempre e apenas em função do seu
interesse pessoal.
Posição normativa: devemos ser egoístas (tudo o resto é
irracional e destituído de valor moral). A nossa única
obrigação moral é promover o nosso bem-estar.
Todavia, aceitam que possa ocorrer altruísmo, mas não o
valorizam, exceto se realizado pelos outros para benefício
nosso.
ARGUMENTO A FAVOR:
Tese contratualista de Thomas Hobbes (1588-1679) - o egoísta esclarecido tem
interesse em viver numa sociedade estável, a qual só pode resultar do acordo
estabelecido entre agentes motivados a protegerem os seus interesses pessoais
(evitar a dissolução natural ou guerra de todos contra todos, característica do
estado natural).
AUTOINTERESSE
RAZÕES CONTRA:
- Retira sentido à atividade ética (relevante) de julgar e aconselhar.
- Revela uma inegável inconsistência moral (impossibilidade da adoção universal do seu
princípio, pois prejudicá-lo-ia a si próprio. Eu egoísta, mas vós altruístas).
- Destrói a pessoa que o defende: ou se mostra hipócrita ou, então, sabe que contará com o
desprezo da parte dos outros, o que arruinaria o seu bem-estar.
Como devemos viver?
Prof. Octávio V. Gonçalves
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral:
as teorias consequencialistas
TESES:
- Apenas as consequências das nossas ações as tornam certas ou
erradas (enquanto promovem imparcialmente o bem-estar). Uma ação
é melhor do que outra se tiver melhores consequências, resultados ou
efeitos (bem-estar ou felicidade).
- Defesa do princípio do “maior bem para o maior número”: uma ação é
certa apenas quando maximiza o bem-estar (versão contemporânea).
- Probabilidade: as melhores opções são as que evidenciam a maior
utilidade esperada (as melhores consequências devem ser
ponderadas com as probabilidades de ocorrência de resultados).
BEM-ESTAR DA
MAIORIA
UTILITARISMO
BenthameStuartMill(séc.XIX)
HareeSinger(séc.XX)
- Diversas conceções de bem-estar: hedonismo: experiências aprazíveis duráveis/intensas e
ausência de experiências dolorosas - quantificação do bem-estar (Bentham) / qualidade dos
prazeres - superiores e inferiores (Stuart Mill); utilitarismo de preferências (Singer e Hare) -
bem-estar como satisfação de desejos, interesses ou preferências.
Como devemos viver?
Prof. Octávio V. Gonçalves
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral:
as teorias consequencialistas
RAZÕES CONTRA:
- Dificuldade dos cálculos da felicidade e risco de sensualismo.
- Argumento da máquina de experiências (Nozick).
- Argumento da maioria fanática.
- Não funciona na prática, pois implica estarmos sempre a calcular as consequências das nossas ações.
- Não acata as normas ou regras morais comuns, pelo que pode predispor-nos a fazer coisas erradas,
como mentir, roubar ou matar.
- Utilitarismo dos dois níveis: intuitivo (adoção de regras morais vigentes) e crítico (situações
dilemáticas).
- Incompatibilidade com a ética cristã e com a ética deontológica.
TESES:
- Agir por respeito a certos deveres (Kant).
- Muitas ações são intrinsecamente erradas,
independentemente das suas consequências.
- Uma ação é errada quando com ela infringimos
intencionalmente algum dos nossos deveres.
- Lista dos deveres de Ross: fidelidade (mantém as tuas
promessas); reparação (compensa os outros por qualquer
mal que lhes tenhas feito); gratidão (retribui fazendo bem
àqueles que te fizeram bem); justiça (opõe-te às
distribuições de felicidade que não estejam de acordo com o
mérito): desenvolvimento pessoal (desenvolve a tua virtude
e o teu conhecimento); beneficência (faz bem aos outros);
não-maleficência (não prejudiques os outros).
DEONTOLOGISMO
DEVER
DIFICULDADES:
- Como reconhecer os nossos deveres?
- O que fazer em situações de conflito de deveres?
APROFUNDAMENTO DA ÉTICA DEONTOLÓGICA KANTIANA
Como devemos viver?
Prof. Octávio V. Gonçalves
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral:
as teorias deontológicas
Prof. Octávio V. Gonçalves
Prof. Octávio V. Gonçalves
STUART MILL
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa
de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
Filósofo, político e economista inglês (1806-
1873), foi um dos pensadores liberais mais
influentes do século XIX.
O utilitarismo de Stuart Mill é o exemplo mais
conhecido de consequencialismo.
Utilitarismo
Incorporação de conteúdos da Areal Editores
STUART MILL
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa
de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
Utilitarismo
O utilitarismo é uma ética consequencialista.
O correto consiste em maximizar o bem.
O utilitarismo é uma ética hedonista.
O bom é, em sentido lato, o prazer.
O fundamento da moral utilitarista é o princípio da
utilidade ou da maior felicidade.
As ações são corretas na medida em que tendem a
promover a maior felicidade global ou incorretas na
medida em que tendem a gerar o contrário.
Incorporação de conteúdos da Areal Editores
STUART MILL
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa
de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
Utilitarismo
Incorporação de conteúdos da Areal Editores
Imparcialidade: ao ponderarmos a maior soma de
felicidade global, a felicidade de cada pessoa é
contabilizada como igualmente importante.
Os prazeres não variam apenas em quantidade mas
também em grau: há prazeres superiores (prazeres
do espírito) e prazeres inferiores (prazeres do
corpo).
Um prazer superior é sempre preferível a um prazer
inferior.
STUART MILL
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa
de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
Utilitarismo
Incorporação de conteúdos da Areal Editores
Objeções:
Os oponentes sublinham a dificuldade em
quantificar a felicidade e a impossibilidade de
prever todas as consequências possíveis da
ação.
O principal motivo de condenação do utilitarismo
é o facto de o sistema utilitarista poder conduzir
a consequências moralmente inaceitáveis.
STUART MILL
DISPOSIÇÕES
E INTERESSES
FELICIDADE
MODELO DE HEDONISMO QUASE ALTRUÍSTA
IMPORTÂNCIA DA FELICIDADE
DE CADA UM
SENTIDO SOCIAL
SIMPATIA SOCIAL
COOPERAÇÃO
Sujeito a variação de forma e intensidade, de acordo com o nível de
progresso do espírito humano
PRAZERES ESPIRITUAIS
BEM-ESTAR COMUM
HARMONIA
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa
de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
KANT
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
Deontologismo
Filósofo alemão (1724-1804),
contemporâneo da Revolução Francesa e do
Século das Luzes.
A ética racionalista de Kant é um exemplo de
ética deontológica.
Incorporação de conteúdos da Areal Editores
KANT
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
Deontologismo Só a boa vontade é boa em si mesma.
Uma boa vontade é uma vontade que age
por dever.
A ação por dever é a ação praticada por
puro respeito à lei em si mesma.
Kant distingue ação por dever (ação moral)
de ação conforme ao dever (ação legal).
O que determina a moralidade da ação não é
o fim a atingir mas o querer que a origina.
Incorporação de conteúdos da Areal Editores
KANT
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
Deontologismo
A razão prática não é santa: atua segundo
imperativos.
Os imperativos podem ser de duas naturezas
distintas: imperativos hipotéticos e imperativos
categóricos.
O imperativo hipotético prescreve que uma
ação é boa porque é um meio necessário para
conseguir algum propósito ou fim.
O imperativo hipotético é particular e
contingente.
«Se queres X, então terás de fazer Y».
Incorporação de conteúdos da Areal Editores
KANT
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
Deontologismo
O imperativo categórico prescreve que uma
ação é boa se for realizada por puro respeito à
representação da lei em si mesma.
O imperativo categórico é universal e
necessário.
«Deves fazer X, sem mais».
O imperativo categórico:
Age apenas segundo uma máxima tal que
possas ao mesmo tempo querer que ela se
torne lei universal.
O imperativo categórico é o único critério válido
que devemos seguir para decidir se um ato é ou
não moralmente permissível.
Incorporação de conteúdos da Areal Editores
KANT
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
Deontologismo A ética kantiana é formal e centrada na
autonomia da vontade.
A lei moral impõe-se por si mesma, a partir da
razão.
A ética kantiana opõe-se às éticas materiais e
heterónomas.
É absolutamente boa a vontade que age
segundo uma máxima que, ao transformar-se
em lei universal, não se contradiz nem se
derrota a si mesma.
Incorporação de conteúdos da Areal Editores
KANT
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
Deontologismo Objeções:
Em algumas circunstâncias, cumprir
uma obrigação moral pode implicar
deixar de cumprir outra.
O cumprimento cego das obrigações
morais pode conduzir a
consequências funestas.
Incorporação de conteúdos da Areal Editores
KANT STUART MILL
BOA VONTADE
SUJEITO MORAL
LEI UNIVERSAL
ÉTICA…
…racional, autónoma,
formal, universal, incondicionada
CONSEQUENCIALISMO
UTILIDADE
HEDONISMO
PRAZERES SUPERIORES
IMPARCIALIDADE
ÉTICA…
…utilitarista, teleológica, heterónoma,
hedonista, material
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
KANT
PESSOA
HUMANA
ORIGEM E FINALIDADE DA AÇÃO ÉTICA
Separada
Mundo natural
causalidade
necessidade
determinismo
(empirismo)
Situada
Mundo humano
razão
vontade
liberdade
É…
fim em si mesma
vontade autónoma
liberdade
intencionalidade
racionalidade
Ética racional, formal e universal
age de tal modo que a tua ação possa revestir caráter universal
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa
de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
STUART MILL
FELICIDADE
ORIGEM E FINALIDADE DA AÇÃO ÉTICA
Interesse (coletivo)
Maior grau de felicidade
Estado de prazer e de ausência de dor e sofrimento
ÉTICA MATERIAL, HETEROGÉNEA E TELEOLÓGICA (CONSEQUENCIALISTA)
O critério de avaliação moral das ações depende do conteúdo ou material das
ações, sendo circunstancial e tendo em conta a avaliação das consequências da
ação e da utilidade que lhes é reconhecida
PRAZERES
ESPIRITUAIS
PRAZERES
CORPORAIS
Não egoísmo
ético
Não hedonismo
egoísta
(inferiores) (superiores)
máxima felicidade
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa
de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
KANT
Não se fundamenta
nas inclinações
Não está em se dirigir
para um determinado bem
É uma verdadeira
vontade racional
Deriva da razão
(caráter absoluto
das exigências
morais)
DEVER
Não comporta, antes
precede toda a
determinação concreta
MORAL BASEADA NA
FORMALIDADE DO DEVER
O único verdadeiro bem é uma boa vontade (o que a torna boa não é o fim
que se propõe, mas a máxima - agir exclusivamente por dever - que a inspira)
Aproximação à regra de ouro da moral
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa
de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves
KANT
A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa
de duas perspetivas filosóficas
Análise dos fundamentos e dos critérios da moral
Prof. Octávio V. Gonçalves

Contenu connexe

Tendances

As éticas de stuart mill e de kant
As éticas de stuart mill e de kantAs éticas de stuart mill e de kant
As éticas de stuart mill e de kantFilipe Prado
 
Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio
Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio
Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio InesTeixeiraDuarte
 
Determinismo Radical
Determinismo RadicalDeterminismo Radical
Determinismo Radicalpauloricardom
 
Fundamentação da moral
Fundamentação da moral Fundamentação da moral
Fundamentação da moral Marco Casquinha
 
Determinismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º Ano
Determinismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º AnoDeterminismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º Ano
Determinismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º AnoPedro Francisco
 
Determinismo, libertismo e determinismo moderado
Determinismo, libertismo e determinismo moderadoDeterminismo, libertismo e determinismo moderado
Determinismo, libertismo e determinismo moderadoAntónio Daniel
 
A necessidade de fundamentação da moral introdução
A necessidade de fundamentação da moral   introduçãoA necessidade de fundamentação da moral   introdução
A necessidade de fundamentação da moral introduçãoLuis De Sousa Rodrigues
 
Listas das falácias informais
Listas das falácias informaisListas das falácias informais
Listas das falácias informaisIsabel Moura
 
Relativismo e Subjetivismo Moral
Relativismo e Subjetivismo MoralRelativismo e Subjetivismo Moral
Relativismo e Subjetivismo MoralJorge Lopes
 
Determinismo_radical
Determinismo_radicalDeterminismo_radical
Determinismo_radicalIsabel Moura
 
Determinismo e Liberdade (de acordo c/ manual "Pensar Azul")
Determinismo e Liberdade (de acordo c/ manual "Pensar Azul")Determinismo e Liberdade (de acordo c/ manual "Pensar Azul")
Determinismo e Liberdade (de acordo c/ manual "Pensar Azul")Jorge Barbosa
 
John Rawls e a teoria da justiça como equidade - Retirado de autor desconhecido
John Rawls e a teoria da justiça como equidade - Retirado de autor desconhecidoJohn Rawls e a teoria da justiça como equidade - Retirado de autor desconhecido
John Rawls e a teoria da justiça como equidade - Retirado de autor desconhecidoHelena Serrão
 
Comparação entre as éticas de kant e de mill
Comparação entre as éticas de kant e de millComparação entre as éticas de kant e de mill
Comparação entre as éticas de kant e de millLuis De Sousa Rodrigues
 
Diversas respostas ao problema da natureza dos juízos morais
Diversas respostas ao problema da natureza dos juízos moraisDiversas respostas ao problema da natureza dos juízos morais
Diversas respostas ao problema da natureza dos juízos moraisLuis De Sousa Rodrigues
 
A acção humana a sua natureza e as suas condicionantes
A acção humana   a sua natureza e as suas condicionantesA acção humana   a sua natureza e as suas condicionantes
A acção humana a sua natureza e as suas condicionantesLuis De Sousa Rodrigues
 
A teoria ética utilitarista de Stuart Mill
A teoria ética utilitarista de Stuart MillA teoria ética utilitarista de Stuart Mill
A teoria ética utilitarista de Stuart MillOtávio Augusto Padilha
 

Tendances (20)

Ética e Deontologia
Ética e DeontologiaÉtica e Deontologia
Ética e Deontologia
 
As éticas de stuart mill e de kant
As éticas de stuart mill e de kantAs éticas de stuart mill e de kant
As éticas de stuart mill e de kant
 
Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio
Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio
Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio
 
Determinismo Radical
Determinismo RadicalDeterminismo Radical
Determinismo Radical
 
Fundamentação da moral
Fundamentação da moral Fundamentação da moral
Fundamentação da moral
 
Determinismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º Ano
Determinismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º AnoDeterminismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º Ano
Determinismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º Ano
 
Determinismo, libertismo e determinismo moderado
Determinismo, libertismo e determinismo moderadoDeterminismo, libertismo e determinismo moderado
Determinismo, libertismo e determinismo moderado
 
A necessidade de fundamentação da moral introdução
A necessidade de fundamentação da moral   introduçãoA necessidade de fundamentação da moral   introdução
A necessidade de fundamentação da moral introdução
 
Listas das falácias informais
Listas das falácias informaisListas das falácias informais
Listas das falácias informais
 
Relativismo e Subjetivismo Moral
Relativismo e Subjetivismo MoralRelativismo e Subjetivismo Moral
Relativismo e Subjetivismo Moral
 
Atos ilocutórios
Atos ilocutóriosAtos ilocutórios
Atos ilocutórios
 
Determinismo_radical
Determinismo_radicalDeterminismo_radical
Determinismo_radical
 
Determinismo e Liberdade (de acordo c/ manual "Pensar Azul")
Determinismo e Liberdade (de acordo c/ manual "Pensar Azul")Determinismo e Liberdade (de acordo c/ manual "Pensar Azul")
Determinismo e Liberdade (de acordo c/ manual "Pensar Azul")
 
John Rawls e a teoria da justiça como equidade - Retirado de autor desconhecido
John Rawls e a teoria da justiça como equidade - Retirado de autor desconhecidoJohn Rawls e a teoria da justiça como equidade - Retirado de autor desconhecido
John Rawls e a teoria da justiça como equidade - Retirado de autor desconhecido
 
Stuart mill
Stuart millStuart mill
Stuart mill
 
Comparação entre as éticas de kant e de mill
Comparação entre as éticas de kant e de millComparação entre as éticas de kant e de mill
Comparação entre as éticas de kant e de mill
 
Diversas respostas ao problema da natureza dos juízos morais
Diversas respostas ao problema da natureza dos juízos moraisDiversas respostas ao problema da natureza dos juízos morais
Diversas respostas ao problema da natureza dos juízos morais
 
A acção humana a sua natureza e as suas condicionantes
A acção humana   a sua natureza e as suas condicionantesA acção humana   a sua natureza e as suas condicionantes
A acção humana a sua natureza e as suas condicionantes
 
A teoria ética de kant
A teoria ética de kantA teoria ética de kant
A teoria ética de kant
 
A teoria ética utilitarista de Stuart Mill
A teoria ética utilitarista de Stuart MillA teoria ética utilitarista de Stuart Mill
A teoria ética utilitarista de Stuart Mill
 

En vedette

American Tree Medics Press Kit Sept2015
American Tree Medics Press Kit Sept2015American Tree Medics Press Kit Sept2015
American Tree Medics Press Kit Sept2015Heidi Britt
 
Portfolio GIBRA Design Compleet
Portfolio GIBRA Design CompleetPortfolio GIBRA Design Compleet
Portfolio GIBRA Design CompleetGIBRA Design
 
Robert Molle - CV - Jan 2016
Robert Molle - CV - Jan 2016Robert Molle - CV - Jan 2016
Robert Molle - CV - Jan 2016Robert Molle
 
theScore, Inc. Q4 F2016 Conference Call Presentation
theScore, Inc. Q4 F2016 Conference Call PresentationtheScore, Inc. Q4 F2016 Conference Call Presentation
theScore, Inc. Q4 F2016 Conference Call PresentationScore Media and Gaming Inc.
 
Final Winter 2016_2017 be free, live fully-compressed
Final Winter 2016_2017 be free, live fully-compressedFinal Winter 2016_2017 be free, live fully-compressed
Final Winter 2016_2017 be free, live fully-compressedJessica Sandhu
 
Programa de filosofia 10 º e 11º anos 2
Programa de filosofia 10 º  e 11º anos 2Programa de filosofia 10 º  e 11º anos 2
Programa de filosofia 10 º e 11º anos 2j_sdias
 
Definiciones de filosofía
Definiciones de filosofíaDefiniciones de filosofía
Definiciones de filosofíaresamayoa
 
Ética general (undécimo tema # 1)
Ética general (undécimo tema # 1)Ética general (undécimo tema # 1)
Ética general (undécimo tema # 1)Oscar Arcila
 
Métodos filosóficos yesenia arias
Métodos filosóficos yesenia ariasMétodos filosóficos yesenia arias
Métodos filosóficos yesenia ariasRoonald Perez
 
Los métodos de la filosofía (grado 10 #2)
Los métodos de la filosofía (grado 10 #2)Los métodos de la filosofía (grado 10 #2)
Los métodos de la filosofía (grado 10 #2)Oscar Arcila
 
Primera clase filosofía 10
Primera clase filosofía 10Primera clase filosofía 10
Primera clase filosofía 10José Zorrilla
 
El ámbito del saber 1.
El ámbito del saber 1.El ámbito del saber 1.
El ámbito del saber 1.José Zorrilla
 

En vedette (20)

DeBeers Refx3
DeBeers Refx3DeBeers Refx3
DeBeers Refx3
 
American Tree Medics Press Kit Sept2015
American Tree Medics Press Kit Sept2015American Tree Medics Press Kit Sept2015
American Tree Medics Press Kit Sept2015
 
Portfolio GIBRA Design Compleet
Portfolio GIBRA Design CompleetPortfolio GIBRA Design Compleet
Portfolio GIBRA Design Compleet
 
Perfect Insight
Perfect InsightPerfect Insight
Perfect Insight
 
Robert Molle - CV - Jan 2016
Robert Molle - CV - Jan 2016Robert Molle - CV - Jan 2016
Robert Molle - CV - Jan 2016
 
theScore, Inc. Q4 F2016 Conference Call Presentation
theScore, Inc. Q4 F2016 Conference Call PresentationtheScore, Inc. Q4 F2016 Conference Call Presentation
theScore, Inc. Q4 F2016 Conference Call Presentation
 
Final Winter 2016_2017 be free, live fully-compressed
Final Winter 2016_2017 be free, live fully-compressedFinal Winter 2016_2017 be free, live fully-compressed
Final Winter 2016_2017 be free, live fully-compressed
 
theScore Inc. Company Overview Q1 F2016
theScore Inc. Company Overview Q1 F2016theScore Inc. Company Overview Q1 F2016
theScore Inc. Company Overview Q1 F2016
 
theScore Q3 F2016 Conference Call Presentation
theScore Q3 F2016 Conference Call PresentationtheScore Q3 F2016 Conference Call Presentation
theScore Q3 F2016 Conference Call Presentation
 
Programa de filosofia 10 º e 11º anos 2
Programa de filosofia 10 º  e 11º anos 2Programa de filosofia 10 º  e 11º anos 2
Programa de filosofia 10 º e 11º anos 2
 
la filosofia y sus filosofos mas importantes
la filosofia y sus filosofos mas importantesla filosofia y sus filosofos mas importantes
la filosofia y sus filosofos mas importantes
 
Definiciones de filosofía
Definiciones de filosofíaDefiniciones de filosofía
Definiciones de filosofía
 
El saber científico
El saber científicoEl saber científico
El saber científico
 
Ética general (undécimo tema # 1)
Ética general (undécimo tema # 1)Ética general (undécimo tema # 1)
Ética general (undécimo tema # 1)
 
Métodos filosóficos yesenia arias
Métodos filosóficos yesenia ariasMétodos filosóficos yesenia arias
Métodos filosóficos yesenia arias
 
Los métodos de la filosofía (grado 10 #2)
Los métodos de la filosofía (grado 10 #2)Los métodos de la filosofía (grado 10 #2)
Los métodos de la filosofía (grado 10 #2)
 
Primera clase filosofía 10
Primera clase filosofía 10Primera clase filosofía 10
Primera clase filosofía 10
 
El ámbito del saber 1.
El ámbito del saber 1.El ámbito del saber 1.
El ámbito del saber 1.
 
El saber filosofico
El saber filosoficoEl saber filosofico
El saber filosofico
 
Sociales 6 3
Sociales 6 3Sociales 6 3
Sociales 6 3
 

Similaire à Filosofia 10 2015-16_-_a_dimensao_etico-politica_i_diapositivos_

Filosofia apostila terceiro ano
Filosofia apostila terceiro anoFilosofia apostila terceiro ano
Filosofia apostila terceiro anoFabio Santos
 
Conteúdos Transversais – Ministério do Turismo
 Conteúdos Transversais – Ministério do Turismo Conteúdos Transversais – Ministério do Turismo
Conteúdos Transversais – Ministério do TurismoEveline do Rosário Santos
 
Ética e Cidadania: Compromisso Social
Ética e Cidadania: Compromisso SocialÉtica e Cidadania: Compromisso Social
Ética e Cidadania: Compromisso SocialMaria Deuza dos Santos
 
Apostila de etica
Apostila de eticaApostila de etica
Apostila de eticaVivi Velozo
 
Filosofia, comunicação e ética unip
Filosofia, comunicação e ética unipFilosofia, comunicação e ética unip
Filosofia, comunicação e ética unipArte de Lorena
 
Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2
Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2
Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2mitrablueaires
 
Revisões 10 ¦ ano
Revisões 10 ¦ anoRevisões 10 ¦ ano
Revisões 10 ¦ anoRosana Sousa
 
6 as ã©ticas de kant e de s.mill
6  as ã©ticas de kant e de s.mill6  as ã©ticas de kant e de s.mill
6 as ã©ticas de kant e de s.millPatricia .
 
Modulo 6 deontologia e ASC parte I
Modulo 6  deontologia e ASC   parte IModulo 6  deontologia e ASC   parte I
Modulo 6 deontologia e ASC parte IDaniela Fernandes
 
Texto ética e moral - leitura básica
Texto    ética e moral - leitura básicaTexto    ética e moral - leitura básica
Texto ética e moral - leitura básicaNilia Lacerda
 
Mendes pimentel ética e cidadania aplicada a educação
Mendes pimentel ética e cidadania aplicada a educaçãoMendes pimentel ética e cidadania aplicada a educação
Mendes pimentel ética e cidadania aplicada a educaçãoRusemberg Reis
 
AULA 05, 06, 07 - ÉTICA.pptx
AULA 05, 06, 07 - ÉTICA.pptxAULA 05, 06, 07 - ÉTICA.pptx
AULA 05, 06, 07 - ÉTICA.pptxlucas106085
 

Similaire à Filosofia 10 2015-16_-_a_dimensao_etico-politica_i_diapositivos_ (20)

Objetivos Filosofia
Objetivos FilosofiaObjetivos Filosofia
Objetivos Filosofia
 
éTica e moral
éTica e moral éTica e moral
éTica e moral
 
Filosofia apostila terceiro ano
Filosofia apostila terceiro anoFilosofia apostila terceiro ano
Filosofia apostila terceiro ano
 
Conteúdos Transversais – Ministério do Turismo
 Conteúdos Transversais – Ministério do Turismo Conteúdos Transversais – Ministério do Turismo
Conteúdos Transversais – Ministério do Turismo
 
Os valores power point
Os valores power pointOs valores power point
Os valores power point
 
Ética e Cidadania: Compromisso Social
Ética e Cidadania: Compromisso SocialÉtica e Cidadania: Compromisso Social
Ética e Cidadania: Compromisso Social
 
Filosofia 4
Filosofia 4Filosofia 4
Filosofia 4
 
Apostila de etica
Apostila de eticaApostila de etica
Apostila de etica
 
38 etcid
38 etcid38 etcid
38 etcid
 
A existencia etica
A existencia eticaA existencia etica
A existencia etica
 
Filosofia, comunicação e ética unip
Filosofia, comunicação e ética unipFilosofia, comunicação e ética unip
Filosofia, comunicação e ética unip
 
Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2
Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2
Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2
 
Revisões 10 ¦ ano
Revisões 10 ¦ anoRevisões 10 ¦ ano
Revisões 10 ¦ ano
 
6 as ã©ticas de kant e de s.mill
6  as ã©ticas de kant e de s.mill6  as ã©ticas de kant e de s.mill
6 as ã©ticas de kant e de s.mill
 
Modulo 6 deontologia e ASC parte I
Modulo 6  deontologia e ASC   parte IModulo 6  deontologia e ASC   parte I
Modulo 6 deontologia e ASC parte I
 
Texto ética e moral - leitura básica
Texto    ética e moral - leitura básicaTexto    ética e moral - leitura básica
Texto ética e moral - leitura básica
 
Aula ética na administração
Aula ética na administraçãoAula ética na administração
Aula ética na administração
 
Mendes pimentel ética e cidadania aplicada a educação
Mendes pimentel ética e cidadania aplicada a educaçãoMendes pimentel ética e cidadania aplicada a educação
Mendes pimentel ética e cidadania aplicada a educação
 
fundamentos da ética.pptx
fundamentos da ética.pptxfundamentos da ética.pptx
fundamentos da ética.pptx
 
AULA 05, 06, 07 - ÉTICA.pptx
AULA 05, 06, 07 - ÉTICA.pptxAULA 05, 06, 07 - ÉTICA.pptx
AULA 05, 06, 07 - ÉTICA.pptx
 

Dernier

ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfAnaGonalves804156
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...LizanSantos1
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 

Dernier (20)

ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 

Filosofia 10 2015-16_-_a_dimensao_etico-politica_i_diapositivos_

  • 1. DIMENSÕES DA AÇÃO HUMANA E DOS VALORES A dimensão ético-política Análise e compreensão da experiência convivencial Intenção ética e norma moral A dimensão pessoal e social da ética - o si mesmo, o outro e as instituições A pessoa como sujeito moral - a consciência moral e a consciência cívica Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Teorias consequencialistas versus teorias deontológicas A necessidade de fundamentação da moral - análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Ética, direito e política Prof. Octávio V. Gonçalves http://www.escolasaopedro.pt/moodle/
  • 2. Noção de norma moral  Regra de conduta adotada em sociedade e que visa a prossecução de valores como o bem, a justiça, a dignidade, a liberdade, entre outros, permitindo ao indivíduo distinguir uma boa ação de uma má ação. Prof. Octávio V. Gonçalves Intenção ética e norma moral Noção de intenção ética  Traduz a capacidade do agente para, de forma livre e responsável, decidir/querer, na prática, agir de acordo com as normas morais. Distinção entre moral e ética Conjunto de normas e de juízos morais vigentes em sociedade, que conformam e prescrevem as expetativas, as decisões e as avaliações relativamente à correção das condutas. O que devo fazer? Reflexão sobre a moral, procurando o sentido da moral na vida do homem e os fundamentos últimos da ação humana. Também designada “filosofia moral”. Porque devo fazer?
  • 3. • Mores = hábitos, costumes • Conjunto de códigos e de juízos vigentes numa sociedade, orientados para a regulação das condutas concretas dos homens através de normas de atuação • Diversidade de normas e de juízos morais de caráter prescritivo • Guias orientadores da ação • Responde à pergunta “o que devo fazer?” (em determinada situação ou contexto social) Distinção entre moral e ética MORAL • Ethos = caráter, costume, maneira de se comportar • Reflexão sobre a moral, ou seja, sobre os códigos, juízos e ações morais • Visa compreender a moral com vista à fundamentação última do agir humano • Procura o sentido e os fundamentos da moral na vida do homem • Responde à pergunta “porque devemos fazer?” • Remete para diferentes áreas ou domínios da ação ética: Ética normativa Metaética Ética aplicada ÉTICA Prof. Octávio V. Gonçalves Intenção ética e norma moral
  • 4. Prof. Octávio V. Gonçalves Intenção ética e norma moral Distinção entre ética normativa, metaética e ética aplicada Ética normativa Metaética Ética aplicada Procura encontrar os princípios morais fundamentais que orientam a conduta humana e que permitem distinguir as ações corretas das incorretas. Procura descobrir a origem, a natureza e o significado dos princípios éticos. Estuda os conceitos e os juízos morais. Analisa casos particulares, como o aborto, a eutanásia, o tratamento das minorias étnicas, a guerra nuclear, entre outros, na tentativa de indicar soluções possíveis para esses problemas. Que regras e que princípios devo adotar para saber o que é certo ou errado? Como fundamentar os princípios adotados? De onde vêm? De alguma entidade superior? De Deus? O que é que os torna bons princípios? O que é o bem? O que é a justiça? Que argumentos morais se podem apresentar em favor da interrupção voluntária da gravidez? E do fornecimento de armas a países em guerra?
  • 5. EU (CONSCIÊNCIA) (identidade pessoal e moral) INTENÇÃO ÉTICA orientação volitiva para determinados fins (o que quero fazer e porque quero fazer) DECIDE AGE JULGA normas morais regras valores instituições OUTROS TU princípios o que devemos fazer? ÉTICA códigos FILOSÓFICA INDIVIDUAL Prof. Octávio V. Gonçalves Intenção ética e norma moral
  • 6. Intenção ética e norma moral VIVÊNCIA HUMANA VIVÊNCIA COMUNITÁRIA Indivíduo Coletividade MORAL OBJETIVA Ethos (valores ético-políticos que fundamentam a vida comunitária) Normas, regras, leis, interdições, direitos, deveres morais Dimensões social, política e institucional Ordem político-jurídica Conservadorismo, uniformização, coercividade TENSÕES subjetivos, intersubjetivos e culturais qualidades atribuídas às coisas e apreciações das ações humanas MORAL INDIVIDUAL Pessoa = sujeito consciente dotado de identidade moral Livre, autónomo, intencional, responsável, convivencial Consciência moral: sede da decisão dos atos éticos e dos critérios dos juízos morais Reflexão e intencionalidade ética Ideias e valores individuais Bem Paz Felicidade Justiça - Equidade Igualdade - Diferença Liberdade - Justiça Social VALORES (avaliação, sentido, orientação) Prof. Octávio V. Gonçalves Consciência cívica
  • 7. Dimensão individual: o eu e a consciência cívica  A consciência cívica consubstancia a força interior ou a consciência do dever de agir que nos impulsiona a irmos além da nossa esfera privada e dos nossos interesses individuais, orientando-nos para a prossecução do interesse geral/público e do bem comum, de uma forma altruísta e moralmente solidária.  Sentimento de pertença social e política (membro da civitas e da polis), de cidadania e de cooperação.  Atos cívicos e atos não cívicos.  Atuação/responsabilização legal ou atuação/responsabilização moral. Prof. Octávio V. Gonçalves Dimensão pessoal e social (relacional/institucional) da ética: eu, o outro e as instituições Dimensão social: o outro Dimensão institucional: as instituições  Familiares, educativas, políticas, culturais, económicas.  A consciência e as atuações individuais interferem (influenciam e são influenciadas) na esfera dos outros (interesses, direitos…).
  • 8. Definição de consciência moral: “Função prática da consciência que nos permite distinguir o bem e o mal e julgar os nossos atos.” (A. Cuviller, Vocabulário de Filosofia).  Não é algo que se possa coisificar, localizar ou espacializar.  Podemos definir consciência moral como a faculdade que cada homem possui de julgar, em si próprio, o que é bom ou mau, traduzindo-se numa espécie de bússola moral, numa voz interior que o aplaude, censura, chama, julga ou obriga.  A consciência moral implica uma compreensão dos nossos atos sob um ângulo moral, como implica, de seguida, uma avaliação e um julgamento das nossas intenções e da nossa conduta de acordo com as normas que ela conhece e reconhece como obrigatórias.  Deste modo, a consciência moral indica-nos a existência de um conjunto de normas e valores que assumem para ela um caráter de obrigatoriedade (Tu deves) e que lhe permitem ajuizar da adequação entre essas normas e valores e os nossos atos concretos.  Neste sentido, a consciência moral cumpre uma função normativa, formulando juízos de valor e não juízos de facto, isto é, indica-nos o que deve ser e não o que é.  As formas por que se manifesta são as mais diversas (remorso, arrependimento, culpa, vergonha ou alegria, satisfação, etc.) e decorrem do reconhecimento de que se agiu correta ou incorretamente. Prof. Octávio V. Gonçalves A pessoa como sujeito moral – a consciência moral
  • 9. EGOÍSMO PSICOLÓGICO Como devemos viver? TESES: - As pessoas agem sempre e apenas em função do seu interesse pessoal. - Posição puramente descritiva: constata que é apenas a satisfação dos interesses próprios que motiva o comportamento e a ação humana (somos de facto egoístas). - O egoísmo ou amor-próprio é inerente à condição humana.AUTOINTERESSE ARGUMENTOS A FAVOR: - Sempre que agimos voluntariamente, fazemos sempre aquilo que corresponde ao que mais desejamos, pelo que somos todos egoístas. - Fazemos bem aos outros (atos altruístas) para daí retirarmos prazer, satisfação ou bem-estar pessoal, ou seja, por uma motivação egoísta. RAZÕES CONTRA: - Inconsistência do 1.º argumento a favor, uma vez que tudo depende da natureza daquilo que desejamos: se desejamos o nosso próprio bem e não nos preocupamos com os outros, então somos egoístas; se desejarmos que as outras pessoas usufruam de bem-estar e sejam felizes, então os nossos atos não são egoístas. - Confusão inerente ao 2.º argumento a favor, pois o prazer é consequência/efeito e não causa da ação. - Convicção e constatação de que as pessoas também se sacrificam pelos outros (são altruístas). Prof. Octávio V. Gonçalves Análise dos fundamentos e dos critérios da moral: as teorias consequencialistas
  • 10. EGOÍSMO ÉTICO TESES: As pessoas devem agir sempre e apenas em função do seu interesse pessoal. Posição normativa: devemos ser egoístas (tudo o resto é irracional e destituído de valor moral). A nossa única obrigação moral é promover o nosso bem-estar. Todavia, aceitam que possa ocorrer altruísmo, mas não o valorizam, exceto se realizado pelos outros para benefício nosso. ARGUMENTO A FAVOR: Tese contratualista de Thomas Hobbes (1588-1679) - o egoísta esclarecido tem interesse em viver numa sociedade estável, a qual só pode resultar do acordo estabelecido entre agentes motivados a protegerem os seus interesses pessoais (evitar a dissolução natural ou guerra de todos contra todos, característica do estado natural). AUTOINTERESSE RAZÕES CONTRA: - Retira sentido à atividade ética (relevante) de julgar e aconselhar. - Revela uma inegável inconsistência moral (impossibilidade da adoção universal do seu princípio, pois prejudicá-lo-ia a si próprio. Eu egoísta, mas vós altruístas). - Destrói a pessoa que o defende: ou se mostra hipócrita ou, então, sabe que contará com o desprezo da parte dos outros, o que arruinaria o seu bem-estar. Como devemos viver? Prof. Octávio V. Gonçalves Análise dos fundamentos e dos critérios da moral: as teorias consequencialistas
  • 11. TESES: - Apenas as consequências das nossas ações as tornam certas ou erradas (enquanto promovem imparcialmente o bem-estar). Uma ação é melhor do que outra se tiver melhores consequências, resultados ou efeitos (bem-estar ou felicidade). - Defesa do princípio do “maior bem para o maior número”: uma ação é certa apenas quando maximiza o bem-estar (versão contemporânea). - Probabilidade: as melhores opções são as que evidenciam a maior utilidade esperada (as melhores consequências devem ser ponderadas com as probabilidades de ocorrência de resultados). BEM-ESTAR DA MAIORIA UTILITARISMO BenthameStuartMill(séc.XIX) HareeSinger(séc.XX) - Diversas conceções de bem-estar: hedonismo: experiências aprazíveis duráveis/intensas e ausência de experiências dolorosas - quantificação do bem-estar (Bentham) / qualidade dos prazeres - superiores e inferiores (Stuart Mill); utilitarismo de preferências (Singer e Hare) - bem-estar como satisfação de desejos, interesses ou preferências. Como devemos viver? Prof. Octávio V. Gonçalves Análise dos fundamentos e dos critérios da moral: as teorias consequencialistas RAZÕES CONTRA: - Dificuldade dos cálculos da felicidade e risco de sensualismo. - Argumento da máquina de experiências (Nozick). - Argumento da maioria fanática. - Não funciona na prática, pois implica estarmos sempre a calcular as consequências das nossas ações. - Não acata as normas ou regras morais comuns, pelo que pode predispor-nos a fazer coisas erradas, como mentir, roubar ou matar. - Utilitarismo dos dois níveis: intuitivo (adoção de regras morais vigentes) e crítico (situações dilemáticas). - Incompatibilidade com a ética cristã e com a ética deontológica.
  • 12. TESES: - Agir por respeito a certos deveres (Kant). - Muitas ações são intrinsecamente erradas, independentemente das suas consequências. - Uma ação é errada quando com ela infringimos intencionalmente algum dos nossos deveres. - Lista dos deveres de Ross: fidelidade (mantém as tuas promessas); reparação (compensa os outros por qualquer mal que lhes tenhas feito); gratidão (retribui fazendo bem àqueles que te fizeram bem); justiça (opõe-te às distribuições de felicidade que não estejam de acordo com o mérito): desenvolvimento pessoal (desenvolve a tua virtude e o teu conhecimento); beneficência (faz bem aos outros); não-maleficência (não prejudiques os outros). DEONTOLOGISMO DEVER DIFICULDADES: - Como reconhecer os nossos deveres? - O que fazer em situações de conflito de deveres? APROFUNDAMENTO DA ÉTICA DEONTOLÓGICA KANTIANA Como devemos viver? Prof. Octávio V. Gonçalves Análise dos fundamentos e dos critérios da moral: as teorias deontológicas
  • 13. Prof. Octávio V. Gonçalves
  • 14. Prof. Octávio V. Gonçalves
  • 15. STUART MILL A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves Filósofo, político e economista inglês (1806- 1873), foi um dos pensadores liberais mais influentes do século XIX. O utilitarismo de Stuart Mill é o exemplo mais conhecido de consequencialismo. Utilitarismo Incorporação de conteúdos da Areal Editores
  • 16. STUART MILL A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves Utilitarismo O utilitarismo é uma ética consequencialista. O correto consiste em maximizar o bem. O utilitarismo é uma ética hedonista. O bom é, em sentido lato, o prazer. O fundamento da moral utilitarista é o princípio da utilidade ou da maior felicidade. As ações são corretas na medida em que tendem a promover a maior felicidade global ou incorretas na medida em que tendem a gerar o contrário. Incorporação de conteúdos da Areal Editores
  • 17. STUART MILL A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves Utilitarismo Incorporação de conteúdos da Areal Editores Imparcialidade: ao ponderarmos a maior soma de felicidade global, a felicidade de cada pessoa é contabilizada como igualmente importante. Os prazeres não variam apenas em quantidade mas também em grau: há prazeres superiores (prazeres do espírito) e prazeres inferiores (prazeres do corpo). Um prazer superior é sempre preferível a um prazer inferior.
  • 18. STUART MILL A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves Utilitarismo Incorporação de conteúdos da Areal Editores Objeções: Os oponentes sublinham a dificuldade em quantificar a felicidade e a impossibilidade de prever todas as consequências possíveis da ação. O principal motivo de condenação do utilitarismo é o facto de o sistema utilitarista poder conduzir a consequências moralmente inaceitáveis.
  • 19. STUART MILL DISPOSIÇÕES E INTERESSES FELICIDADE MODELO DE HEDONISMO QUASE ALTRUÍSTA IMPORTÂNCIA DA FELICIDADE DE CADA UM SENTIDO SOCIAL SIMPATIA SOCIAL COOPERAÇÃO Sujeito a variação de forma e intensidade, de acordo com o nível de progresso do espírito humano PRAZERES ESPIRITUAIS BEM-ESTAR COMUM HARMONIA A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves
  • 20. KANT A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves Deontologismo Filósofo alemão (1724-1804), contemporâneo da Revolução Francesa e do Século das Luzes. A ética racionalista de Kant é um exemplo de ética deontológica. Incorporação de conteúdos da Areal Editores
  • 21. KANT A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves Deontologismo Só a boa vontade é boa em si mesma. Uma boa vontade é uma vontade que age por dever. A ação por dever é a ação praticada por puro respeito à lei em si mesma. Kant distingue ação por dever (ação moral) de ação conforme ao dever (ação legal). O que determina a moralidade da ação não é o fim a atingir mas o querer que a origina. Incorporação de conteúdos da Areal Editores
  • 22. KANT A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves Deontologismo A razão prática não é santa: atua segundo imperativos. Os imperativos podem ser de duas naturezas distintas: imperativos hipotéticos e imperativos categóricos. O imperativo hipotético prescreve que uma ação é boa porque é um meio necessário para conseguir algum propósito ou fim. O imperativo hipotético é particular e contingente. «Se queres X, então terás de fazer Y». Incorporação de conteúdos da Areal Editores
  • 23. KANT A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves Deontologismo O imperativo categórico prescreve que uma ação é boa se for realizada por puro respeito à representação da lei em si mesma. O imperativo categórico é universal e necessário. «Deves fazer X, sem mais». O imperativo categórico: Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal. O imperativo categórico é o único critério válido que devemos seguir para decidir se um ato é ou não moralmente permissível. Incorporação de conteúdos da Areal Editores
  • 24. KANT A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves Deontologismo A ética kantiana é formal e centrada na autonomia da vontade. A lei moral impõe-se por si mesma, a partir da razão. A ética kantiana opõe-se às éticas materiais e heterónomas. É absolutamente boa a vontade que age segundo uma máxima que, ao transformar-se em lei universal, não se contradiz nem se derrota a si mesma. Incorporação de conteúdos da Areal Editores
  • 25. KANT A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves Deontologismo Objeções: Em algumas circunstâncias, cumprir uma obrigação moral pode implicar deixar de cumprir outra. O cumprimento cego das obrigações morais pode conduzir a consequências funestas. Incorporação de conteúdos da Areal Editores
  • 26. KANT STUART MILL BOA VONTADE SUJEITO MORAL LEI UNIVERSAL ÉTICA… …racional, autónoma, formal, universal, incondicionada CONSEQUENCIALISMO UTILIDADE HEDONISMO PRAZERES SUPERIORES IMPARCIALIDADE ÉTICA… …utilitarista, teleológica, heterónoma, hedonista, material A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves
  • 27. KANT PESSOA HUMANA ORIGEM E FINALIDADE DA AÇÃO ÉTICA Separada Mundo natural causalidade necessidade determinismo (empirismo) Situada Mundo humano razão vontade liberdade É… fim em si mesma vontade autónoma liberdade intencionalidade racionalidade Ética racional, formal e universal age de tal modo que a tua ação possa revestir caráter universal A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves
  • 28. STUART MILL FELICIDADE ORIGEM E FINALIDADE DA AÇÃO ÉTICA Interesse (coletivo) Maior grau de felicidade Estado de prazer e de ausência de dor e sofrimento ÉTICA MATERIAL, HETEROGÉNEA E TELEOLÓGICA (CONSEQUENCIALISTA) O critério de avaliação moral das ações depende do conteúdo ou material das ações, sendo circunstancial e tendo em conta a avaliação das consequências da ação e da utilidade que lhes é reconhecida PRAZERES ESPIRITUAIS PRAZERES CORPORAIS Não egoísmo ético Não hedonismo egoísta (inferiores) (superiores) máxima felicidade A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves
  • 29. KANT Não se fundamenta nas inclinações Não está em se dirigir para um determinado bem É uma verdadeira vontade racional Deriva da razão (caráter absoluto das exigências morais) DEVER Não comporta, antes precede toda a determinação concreta MORAL BASEADA NA FORMALIDADE DO DEVER O único verdadeiro bem é uma boa vontade (o que a torna boa não é o fim que se propõe, mas a máxima - agir exclusivamente por dever - que a inspira) Aproximação à regra de ouro da moral A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves
  • 30. KANT A necessidade de fundamentação da moral: análise comparativa de duas perspetivas filosóficas Análise dos fundamentos e dos critérios da moral Prof. Octávio V. Gonçalves