Este documento descreve a expansão portuguesa dos séculos XV e início do século XVI, começando com a conquista de Ceuta em 1415. Detalha as dificuldades enfrentadas e as inovações técnicas e navais desenvolvidas, como o uso da caravela, que permitiram aos portugueses navegar além do cabo Bojador e explorar a costa oeste africana. Finalmente, descreve as grandes viagens de Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral que estabeleceram a rota mar
2. A crise do século XIV manteve-se no início do
século XV, trazendo outros problemas. A paz
alcançada em 1411 em Castela pôs fim à
ameaça à independência do Reino. Os motivos
da expansão além-mar foram:
o O povo tinha escassez de cereais e procurava
melhores condições de vida.
o O rei tinha escassez de ouro para cunhar
moeda.
o A burguesia necessitava de expandir o
comércio e encontrar novos mercados.
o A nobreza precisava de ser ocupada com
cargos militares.
o O clero precisava de espalhar a fé cristã ,
alargando os territórios de fiéis.
3. Portugal estava «cercado» por Castela e não tinha mais territórios para se expandir na Península
Ibérica. O mar era a única saída, e Ceuta, no norte de África, parecia ter tudo o que os
portugueses procuravam.
Numa frota de duzentos navios, D. João I e os seus filhos: D. Duarte, D. Henrique e D. Pedro,
organizaram uma expedição que partiu de Lagos (Algarve).
Conquistaram Ceuta a 21 de agosto de 1415. O início da expansão fora da Península Ibérica.
4. Depois da conquista de Ceuta, viu-se difícil o
aproveitamento das suas riquezas. Os
Muçulmanos desviaram as rotas do seu
comércio e Ceuta estava quase sempre cercada.
Assim, os portugueses tiveram que começar as
conquistas na costa africana, para conseguir
ouro, escravos e outras riquezas.
5. Infante D. Henrique nasceu no Porto em 1394. Foi mestre da Ordem de Cristo.
Infante D. Henrique foi confiado a organizar viagens de exploração marítima. Os seus homens
tiveram de enfrentar o medo de viajar para sul. Haviam imensas histórias sobre monstros
marinhos e diversos perigos em atravessar aqueles mares.
6. Até à morte de Infante D.
Henrique, as conquistas e
descobrimentos que mais se
destacaram foram: Gil Eanes
dobrou o Cabo Bojador em
1434, proporcionando aos
portugueses novos mares nunca
antes navegados e novas
conquistas; descobrimento de
três novos arquipélagos:
Açores, Madeira e Cabo Verde.
7. Grande parte da população portuguesa já
estava familiarizada com o mar, devido a
atividades como a pesca. O comércio marítimo
também fazia grande sucesso e progressos.
Então, havia gente capacitada para as viagens
na costa africana.
O vento permitia grande distâncias, mas devido
as correntes marítimas e os ventos fortes do
Atlântico podiam puxar as navegações para mar
alto.
Havia portanto, perigos de os marinheiros se
poderem perder no oceanos. Os navegadores
tinham de arranjar técnicas de navegação.
8. As técnicas de navegação e de orientação em mar alto foi a resposta às dificuldades que os
portugueses sentiram na costa africana. Criaram instrumentos que tomavam como referência o
Sol e estrelas para poder efetuar cálculos e medições que estimavam as distâncias médias que
estavam do ponto de partida e do ponto de chegada.
Usavam astrolábios, quadrantes e balestilhas. A partir daí os portugueses começaram a fazer
mapas e cartas náuticas.
Quadrante Balestilha Astrolábio
9. Meados do século XV, os
portugueses começaram a
usar outro tipo de navio: a
caravela. Constituída por
velas latinas, vergas (ou
bolinas) e mastros fixos,
era fácil de manobrar a
caravela e aproveitar os
ventos e correntes
marítimas.
10. Em 1469 foi celebrado um contrato entre D.
Afonso V e o mercador Fernão Gomes, para que
este continuasse as explorações da costa
africana e dividisse as riquezas com o rei.
Fernão Gomes e os seus homens chegaram ao
Golfo da Guiné e foram descobertas as ilhas de
São Tomé e Príncipe, iniciando assim a
expansão marítima.
Com D. João II no trono, em 1481, foi
objetivado chegar à Índia, devido às
mercadorias e especiarias caras.
11. Portugueses, castelhanos e aragoneses estavam
ambos interessados nas conquistas e
explorações, no século XV. Surgiram vários
conflitos devido às disputas.
Tentaram resolver os conflitos com o Tratado
de Alcáçovas (1480), que dizia que as
conquistas a sul das Ilhas Canárias pertenciam
aos portugueses.
Em 1492 Castela e Aragão formaram Espanha.
Cristóvão Colombro descobriu as Antilhas, o
que levou os espanhóis a alterar a divisão do
mapa por uma vertical. O Tratado de
Tordesilhas dava aos Portugueses toda a África
e quase toda a Ásia.
12. O rei seguinte, D. Manuel, continuou com os planos de alcançar a Índia. Confiou esse cargo a
Vasco da Gama, continuando o caminho aberto por Bartolomeu Dias.
A conquista do caminho marítimo para a Índia começou atribuladamente a 8 de julho de 1497,
chegados a maio de 1498.
Chegaram a Portugal apenas 55 dos 148 tripulantes, em 29 de agosto de 1499.
13. Depois da descoberta do caminho marítimo para a Índia, D. Manuel organizou uma armada de
treze navios comandados por Pedro Álvares Cabral para iniciarem a rota das especiarias.
Partiram em março de 1500, e avistaram terra a ocidente. Pedro Álvares Cabral seguiu a mesma
rota que Vasco da Gama, mas os ventos fizeram-no desviar-se, passando pela costa do Brasil.
Um navio foi avisar o rei, enquanto que outros prosseguiram caminho para a Índia. Chamaram
às novas terras Brasil, devido à abundância de pau-brasil.
14. o Manual História e Geografia de Portugal 5º ano; Santillana Constância; Arlindo Fragoso, Eurico
Sequeira, Luís Aguiar Santos.
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