1. • ATIVIDADE DE APROFUNDAMENTO ACADÊMICO
• DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE MARKETING
• NOME DO GRUPO: OS INFILTRADOS
• DISCENTES: ERIC UBALDO DANTAS
RAFAEL SILVA GOMES
JOSE JAIR DA SILVA
UYLA ARAUJO DE BARROS
ABRIL/2015
2. 1ª – Em sua opinião e com base nos conceitos acima e nos conteúdos das aulas da
disciplina, apoie ou refute a ideia da manipulação do marketing no contexto dos
megaempreendimentos e eventos na cidade do Rio de Janeiro, relacionados com a
recém-realizada Copa do Mundo e com as Olimpíadas de 2016. Não se esqueça de
estabelecer a adequabilidade do tema com os conceitos desenvolvidos sobre
marketing.
O governo municipal, estadual e federal tem transformado o planejamento
das cidades com o fito de atrair investimentos. Para tanto eles constroem um novo
“Leviatã”1 , repaginado o antigo reconstruindo uma caricatura de cidade, recriando
uma cidade cordial, racialmente democrática com o intuito de atrair grandes
investimentos, empreendimentos e eventos. Neste contexto, o marketing urbano, no
entender de Vainer2, passa a ser um dos epicentros dos governos como instrumento
propiciador de lucro e dissimulador da realidade social.
O novo mito da democracia racial ganha tônus como um elemento que nos
torna único no mundo. Contudo, tal fenômeno possui o intuito de ocultar uma das
nossas grandes lacunas a da segregação racial. Para tanto, ela desenvolve estratégias
midiáticas que buscam recriar um ambiente sem mácula, isto é, sem conflitos internos
mostrando aquilo que eles acham que importante que seja visto, criando uma imagem
para “turista ver”.
3. Criando um país de caricatura e uma “Cidade Maravilhosa” conseguiram
“atrair” dois grandes eventos esportivos como: a Copa do Mundo de 2014 e as
Olímpiadas de 2016 tais eventos corroboram com o pensamento de Mackenna
“marketing é tudo, tudo é marketing”. 3
Neste curto período o Rio de Janeiro vem perpassando por uma mudança
estrutural. Na esfera da segurança pública tivemos a introdução das UPP’s, no plano
urbano temos os BRT’s, a abertura de mais linhas de metrôs, em breve serão
lançados os veículos leves sobre trilhos e no campo da saúde pública tivemos a
inserção das UPA’s 24h. O profissional da área de marketing atua como uma espécie
de vendedor de “sonhos” utilizando-se das ferramentas disponibilizadas pelo meio
(a fauna, a flora, a “cordialidade”...) para transformar desejos, anseios e
necessidades realidade, entenda-se, “lucro” para as empresas e também para o
Estado.
Por fim, o projeto de “Cidade Maravilhosa” maquiada ao extremo tornou
viável o que antes era improvável à realização da Copa do Mundo e alicerçou as
bases para as Olímpiadas de 2016. Eventos que literalmente são para turistas verem
e para brasileiros trabalharem de maneira voluntária.
4. As informações que chegam até o conhecimento do grande público são
filtradas para não abalarem a credibilidade do Rio de Janeiro. Nos dados fornecidos
pela prefeitura dão conta de um Estado sem contradição. Enaltasse as belezas
naturais, as festas, a cordialidade dos seus cidadãos, etc. No entanto, deixam de lado
dados outros números como, por exemplo: Dados ISP (Instituto de Secretaria de
Segurança Pública) do Rio de Janeiro, apontam que o número de homicídios dolosos
aumentou 16% no estado entre 2012 e 2013. De acordo com os dados, as regiões da
Baixada Fluminense e Grande Niterói lideraram o aumento. Segundo o relatório
consolidado dos dados da violência, em 2013, foram registrados 4.761 homicídios em
todo o Estado do Rio. Em 2012, foram 4.081.4
2ª – Realize uma pesquisa sobre o assunto em lide, em sites, livros ou revistas, que
possa sopesar a opinião acima. Será que estamos sendo manipulados pelos órgãos
públicos ou há um exagero conceitual sobre o tema?
5. Em fevereiro de 2015 havia na Região Metropolitana do Rio de Janeiro
10.671 mil pessoas em idade ativa (PIA). Essa população permaneceu estável na
comparação mensal e frente a fevereiro de 2014. Das 10.671 mil pessoas em
idade ativa, 50,7% encontravam-se ocupadas (nível da ocupação), 2,2%
desocupadas e 47,1% não economicamente ativas. A população ocupada (PO),
com aproximadamente 5.406 mil pessoas, caiu no mês e ficou estável em relação
a fevereiro de 2014. A população desocupada (PD), estimada em 238 mil pessoas,
aumentou 16,0% no mês e apresentou estabilidade no ano. A população não
economicamente ativa (PNEA), com aproximadamente 5.027 mil pessoas,
apresentou estabilidade no mês e frente a fevereiro de 2014. A taxa de
desocupação em fevereiro de 2015 (4,2%) aumentou na comparação mensal e
registrou estabilidade em relação a fevereiro de 2014.5
O déficit de leitos nos hospitais públicos conveniados pelo Sistema Único
de Saúde (SUS) no Rio é uma caixa-preta. O Ministério da Saúde não divulga os
números. Se restringe a dizer que, para 2014, está prevista a criação de mais 1.002
leitos, sendo 428 em UTIs.
6. Para o Ministério Público Federal, a falta de leitos é bem superior ao
número de novas vagas anunciado pelo Ministério da Saúde. Em abril de 2012,
as procuradoras da República Aline Caixeta e Roberta Trajano receberam da
Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, a informação de que
tinham sido fechados 435 leitos — sendo 38 de CTI — em sete unidades federais
no Rio. O MPF ajuizou em abril uma ação civil pública contra a precariedade da
prestação de serviços e o fechamento de leitos e serviços nos hospitais federais
no estado, por falta de recursos humanos.
Outro ponto denunciado pelas procuradoras foi o gasto de verbas
públicas pela União em reformas para a ampliação de serviços e o aumento do
número de leitos nos hospitais, sem providenciar a contratação de pessoal.6
Uma “Cidade Maravilhosa” que apresentam dados como estes que não
se coadunam com a realidade, ou seja, temos uma “Cidade Utópica”, entretanto
vivemos em uma “Cidade Real”, onde o Estado demonstra-se incapaz de
fornecer os insumos básicos para todos os cidadãos. Assim, Cabe a todos os
cidadãos reivindicar e analisar as informações de maneira crítica para e não
aceitar passivamente o espectro de Cidade ideal que alguns meios de
comunicação veiculam onde o preconceito não existe e todos temos as mesmas
oportunidades.
7. BIBLIOGRAFIA
1HOBBES, Thomas. Leviatã. Ed. Martin Claret, São Paulo, 2006.
2VAINER, C. B. Pátria, empresa e mercadoria: notas sobre a estratégia discursiva
do planejamento”. In: ARANTES, O.; VAINER, C. B.; MARICATO, E. A cidade do
pensamento único: desmanchando consensos. Petrópolis, Vozes, 2011a. p. 75-
103.
3MCKENNA, Regis. Marketing de Relacionamento. Rio de Janeiro: Campus, 1992.
4http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/03/18/homicidios-
aumentam-16-no-rj-baixada-fluminense-e-niteroi-lideram.htm12yh]
5http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/000000211
45503112015554826844673.pdf
6http://oglobo.globo.com/rio/a-caixa-preta-dos-numeros-da-saude-publica-do-
rio-7792685