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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIEURO
PÓS-GRADUAÇÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA E DIREITOS HUMANOS
ABINAEL ALVES DA SILVA
AGENTE DE SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS
Brasília, março/2009
ABINAEL ALVES DA SILVA
AGENTE DE SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso
de Pós Graduação em Segurança Pública e Direitos
Humanos como requisito parcial para a aprovação no
Centro Universitário UNIEURO.
Orientador (a): Prof. Dr. José Deoclesiano de Siqueira
Junior
Brasília, março/2009.
Dedico este trabalho a meus
familiares e amigos que me incentivaram
em todos os momentos deste trajeto.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos aqueles que colaboraram para a elaboração desse trabalho, aos
amigos de sala de aula, aos professores e ao orientador Profº Dr. José Deocleciano de Siqueira
Junior.
RESUMO
A finalidade deste trabalho é identificar qual é o perfil do agente de segurança
de dignitário e conhecer os métodos adequados para este tipo de segurança. O
estudo consiste em uma revisão de literatura, que foi baseada em uma pesquisa
bibliográfica sobre a ‘segurança de dignitários’. Ao final, concluímos que, quanto ao
perfil do agente de segurança de dignitários, entendemos que o profissional para
exercer a função de agente de segurança de dignitários precisa ter conhecimentos
técnicos e especializados na área de segurança e só poderá atuar após estar
devidamente treinado e obter instruções inerentes ao seu serviço.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................08
1 SEGURANÇA....................................................................................................................10
1.1 CONCEPÇÕES DE SEGURANÇA................................................................................10
1.2 SERVIÇOS DE SEGURANÇA.......................................................................................13
2 SEGURANÇA: ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO......................................................15
2.1 ESTRATÉGIA MILITAR...............................................................................................15
2.2 ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS............19
3 SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS...................................................................................21
3.1 GESTÃO DAS COMPETÊNCIAS NOS SERVIÇOS DE SEGURANÇA...................22
3.2 PERFIL DO AGENTE DE SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS....................................29
CONCLUSÃO.......................................................................................................................38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................40
ANEXO I...............................................................................................................................42
9
INTRODUÇÃO
Este estudo tem como proposta abordar o perfil do agente de segurança de dignitários
e conhecer os métodos adequados para este tipo de segurança. Trata-se de um assunto
relevante no contexto geral das atividades de segurança, pois, para atuar como agente de
segurança, o indivíduo deve ter um perfil qualificado para exercer esta atividade. Além disso,
os agentes de segurança de dignitários devem seguir determinadas orientações para o
desempenho de suas funções.
O problema de pesquisa que orienta este estudo é o seguinte: qual o perfil do agente de
segurança de dignitários?
É relevante observar que o Agente de Segurança, para dar uma maior proteção ao
dignitário, deve ter conhecimento de todos os seus hábitos para evitar possíveis surpresas de
riscos e atentados, para tanto, é preciso um planejamento adequado ao modo de vida do
dignitário.
Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo abordar qual é o perfil do Agente
de Segurança para atender dignitários, e conhecer os métodos adequados para este tipo de
segurança.
O estudo consiste em uma revisão de literatura, que foi baseada em uma pesquisa
bibliográfica sobre a ‘segurança de dignitários’.
O método de pesquisa caracteriza-se como método exploratório, o qual explora as
possibilidades e perspectivas de determinada situação. Segundo Yin (2005) a exploração
começa com um fundamento lógico e com um direcionamento, mesmo que no final do estudo,
as suposições iniciais não sejam confirmadas.
10
A estratégia de pesquisa foi baseada nos seguintes descritores: segurança; proteção;
autoridade; dignitários.
A amostra bibliográfica compreendeu as publicações – livros, revistas, artigos
científicos e publicações da Internet – selecionados a partir de uma leitura prévia dos resumos
indexados, tendo em vista os seguintes critérios de inclusão:
a) Veículo de publicação: artigos e livros publicados em Português e/ou
Inglês.
b) Modalidade de produção científica: livros, artigos e trabalhos originais
relacionados ao tema.
c) Ano de publicação: de 1990 até 2008.
Os dados foram tratados de forma qualitativa. A pesquisa qualitativa é um estudo não-
estatístico que identifica e analisa profundamente dados não-mensuráveis – sentimentos,
sensações, percepções, pensamentos, intenções, comportamentos passados, entendimento de
razões, significados e motivações – de um determinado grupo de indivíduos. É importante
observar que, em alguns casos, a pesquisa qualitativa também pode avaliar dados estatísticos.
Para melhor compreensão deste estudo, o texto foi dividido em três capítulos.
O primeiro capítulo: apresenta as definições referentes ao termo segurança e, também,
sobre os serviços de segurança.
O segundo capítulo: estratégia e planejamento’ abarcam os conceitos de estratégia e
planejamento, para que os mesmos sejam integrados ao processo de segurança de dignitários.
Por fim, o terceiro capítulo: apresenta o perfil do agente de segurança de dignitários e
os mecanismos e procedimentos empregados na segurança de dignitários.
11
1 SEGURANÇA
Este capítulo tem como objetivo apresentar definições acerca do termo segurança. Isto
é necessário em virtude de que a análise do perfil do agente de segurança exige o
conhecimento de termos específicos. Portanto, neste capítulo são apresentados algumas
concepções de segurança e os serviços de segurança.
1.1 CONCEPÇÕES DE SEGURANÇA
Nos dias atuais, uma das palavras mais citadas pelos meios de comunicação, e pessoas
comuns é ‘segurança’. Em algumas ocasiões, a palavra é utilizada sozinha, outras vezes
caracteriza algum assunto específico. Contudo, muitas vezes, as pessoas a citam sem saber o
seu real significado no contexto da Gestão de Segurança, seja pública, ou seja, privada,
confundindo o que é segurança e o que é proteção. Isto se dá porque, a maioria das
publicações a respeito é originária dos Estados Unidos da América ou da Espanha, já que a
experiência brasileira no tocante a garantia e integridade dos processos industriais é
relativamente nova.
Dentre os significados do termo segurança podemos destacar a noção de segurança
relacionada à proteção (Security), que se refere a incidentes gerados de maneira intencional,
não tendo relação a eventos gerados por falhas mecânicas ou humanas. Por sua vez, a
segurança (Safety) propriamente dita, está relacionada a eventos gerados por falhas mecânicas
ou humanas, ou seja, não intencionais.
12
Contudo, a fronteira entre ambos os significados é muito tênue e, em alguns
momentos, teremos que abordar, além de assuntos ligados a security, outros relacionados com
safety. Por isto, apesar da distinção dos significados em inglês, usaremos no decorrer do
trabalho a palavra segurança como tradução para ambos os significados.
No caso da segurança de dignitários, o termo segurança caracteriza-se como “uma
série de medidas proporcionadas a uma autoridade que garantam, no sentido mais amplo
possível, a sua integridade física” (FERREIRA, 2008).
Existem outras concepções de segurança, conforme descrevemos a seguir.
Segundo Dantas Filho (2005) considera-se ‘ordem pública’ a situação de convivência
pacífica e harmoniosa da população, fundamentada nos princípios éticos vigentes na
sociedade.
Segurança Pública: atividade exercida para a preservação da ordem pública, da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos órgãos estatais dela incumbidos
(CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988).
Segurança Privada: atividades desenvolvidas na prestação de serviços, com a
finalidade de proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros
estabelecimentos, públicos ou privados, bem como à segurança de pessoas físicas, realizar o
transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer tipo de carga (Lei nº 7.102 - 1983,
com a redação dada pela Lei nº 8.863 – 1994). Ou ainda, o conjunto de estruturas (atividades)
e de funções que deverão produzir atos e processos capazes de afastar ou eliminar riscos que
possam afetar a vida, a incolumidade e a propriedade das pessoas, mediante o emprego de
organizações privadas, autorizadas pelo poder público (PORTELLA, 2004).
Poder de Polícia: é o uso legal da força, visando à manutenção ou restabelecimento da
Ordem Pública. O uso da força é monopólio do Estado, sendo atributos do Poder de Policia:
a) Coercitivo – não há opção.
13
b) Auto-executável – não há consulta previa ao judiciário.
c) Discricionário – obedece ao previsto na lei.
Segundo Portella (2004), poder de polícia é a atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a pratica de ato ou abstenção
de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, aos costumes, à
ordem, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do poder público, à tranqüilidade pública ou ao
respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Instituição de Segurança: é o conjunto de pessoas ou grupo autorizado ao uso da forca
física para regularizar as relações interpessoais dentro de um grupo social, mediante
autorização desse grupo (PORTELLA, 2004).
Segurança: é a situação em que haja isenção de riscos. Como a eliminação completa
de todos os riscos é praticamente impossível, a segurança passa a ser um compromisso acerca
de uma relativa proteção da exposição a riscos (PORTELLA, 2004).
RISCOS: uma ou mais condições com potencial para causar danos a pessoas, a
equipamentos, ao meio-ambiente ou aos processos (PORTELLA, 2004). Existe também outra
definição: expressa uma probabilidade de possíveis danos, dentro de um período específico de
tempo ou número de ciclos operacionais, podendo ser indicado pela probabilidade de um
acidente multiplicado pelo dano expresso em moeda, vidas ou unidades operacionais
(PORTELLA, 2004).
Análise de Riscos: é a atividade dirigida à elaboração de uma estimativa (qualitativa e
quantitativa) dos riscos, baseada em engenharia de avaliação e técnicas estruturais para
promover a combinação das freqüências e conseqüências de cenários acidentais. Seu objetivo
é identificar, determinar e quantificar todos os perigos de um sistema de produção, associando
ao risco a atividade, através de metodologias e técnicas apropriadas (PORTELLA, 2004).
14
Avaliação de riscos: é o processo mediante o qual realizamos a valoração e
ponderação dos fatores de risco, comparando os resultados da análise de riscos com os
critérios de tolerabilidade previamente estabelecidos (PORTELLA, 2004).
1.2 SERVIÇOS DE SEGURANÇA
Os serviços de segurança incluem instalações e barreiras físicas, recursos humanos e
equipamentos para a defesa do patrimônio e dos interesses dos proprietários, seguindo as
normas e os procedimentos por eles estabelecidos e dentro dos limites de seu direito de
propriedade.
Um sistema de segurança, organizado de forma privada, tem por objetivo restringir,
controlar e monitorar acessos às pessoas e patrimônios, em possível conexão com o sistema
de segurança pública, que com legitimidade, pode empregar a força no aprisionamento e
perseguição de agressores de propriedades e indivíduos.
As diversas demandas causadas pelo crime organizado ameaçam a sociedade e o
Estado. Como se sabe, a atuação da polícia não é eficiente, devido ao despreparo, falte de
motivação, baixos salários, falta de equipamentos necessários à prevenção dos crimes 1
,
contudo, o número de agentes da Força de Segurança Pública é superior ao número de oficiais
das Forças Armadas e muitos deles possuem desempenho marcante na segurança privada, até
mesmo como segunda ocupação de trabalho autorizado.
Nesse sentido, Dantas Filho (2004, p. 10) argumenta que deve haver uma força militar,
com técnicas e táticas baseadas em uma doutrina, com poder de combate compatível com o do
1
Com referência ver artigos no site: http://www.casodepolicia.com/2008/07/08/o-ponto-de-vista-de-
um-despreparado/, acessado em janeiro de 2009.
15
oponente, apta a cumprir a missão de conquistar, manter e pacificar determinada área, com o
apoio eficaz dos órgãos de segurança pública e de outros setores do campo social, e sempre
com respaldo jurídico compatível.
No caso da segurança de dignitários, também podem ocorrer assaltos, seqüestros,
ameaças entre outros.
Para cada ação infratora é necessária uma legislação específica, que deve ser
conhecida por aqueles que exercem a segurança de um modo geral, privado ou público, e
técnicas de prevenção devem ser adotadas. Os agentes de segurança patrimonial e/ou pessoal,
devem ser qualificados e reciclados conforme a necessidade de conhecimento de novos
recursos tecnológicos disponíveis.
De acordo com Oliveira (2004), os recursos humanos contratados direta ou
indiretamente pelos sistemas privados envolvem-se principalmente na prevenção e
investigação de crimes contra patrimônios e pessoas. O policiamento público atuaria
principalmente nas ocorrências em que o uso da força faz-se necessário, ou em situações em
que o registro de crimes implica a atuação policial.
Uma das características principais do sistema supracitado que merece destaque é o
impedimento e controle de acesso às propriedades. Neste contexto, as barreiras físicas
geralmente são as principais responsáveis pelo impedimento de acesso às propriedades,
podendo ser aumentada sua efetividade com sistemas eletrônicos de detecção de invasões e
com o emprego de vigilantes. O impedimento ao acesso pode ser requerido tanto para a
segurança de propriedades do Estado quanto da iniciativa privada.
Entre as principais ações para o sucesso da segurança privada está a preparação do
pessoal de segurança e a identificação e controle desses procedimentos; a seguir apresentamos
de maneira resumida as ações de preparação de pessoal e as medidas de identificação e
controle de acordo com Dantas Filho (2004, p. 136-147).
16
Como se sabe, um dos principais objetivos da empresa é obter mentalidade de
segurança. Todos devem participar desse processo e para isso, é necessário um programa de
instrução sobre segurança, que deve conter a doutrina de segurança, campanha educativa,
treinamento intensivo e simulado.
Para que, tudo o que foi relatado até aqui, seja possível é preciso uma estratégia de
segurança, assim o capítulo a seguir aborda os conceitos de estratégia e planejamento.
2 SEGURANÇA: ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO
Este capítulo tem como objetivo apresentar os conceitos de estratégia e planejamento,
para que se possam abordar tais conceitos no âmbito da segurança de dignitários. Assim, são
apresentados os conceitos de estratégia militar e de estratégia e segurança de dignitários.
2.1 ESTRATÉGIA MILITAR
Estratégia: arte militar de escolher onde, quando e com quem travar um combate ou
uma batalha, explorando condições favoráveis com o fim de alcançar objetivos específicos de
forma articulada de unir a ação, os objetivos e os desafios de maneira que, juntos possam
chegar ao resultado almejado. As escolhas estratégicas são opções vitais, Oliveira (2003).
Nas grandes guerras mundiais, a estratégia era quase sempre utilizada pelos generais e,
assim, ficou conhecida com a ‘arte dos generais’.
17
De acordo com Clausewitz (2005, p. 133), estratégia é a aplicação da batalha para
conquistar o fim da guerra. Precisa, portanto, prover de uma finalidade toda a ação militar,
que deverá ser compatível com o objetivo da guerra. Em outras palavras, o papel da estratégia
é configurar o plano da guerra e, nesse sentido, junta a série de ações que devem levar à
decisão final, ou seja, planeja as campanhas em separado e estabelece regras para os combates
que serão executados. Tal planejamento somente pode ser feito com base em conjecturas,
algumas das quais descobre-se depois que estavam completamente erradas. Isso mostra que
muitos outros planos não podem ser feitos com antecedência, evidenciando que a estratégia
terá de estar no campo de batalha lado a lado com o exército, para, ‘in loco’, organizar os
detalhes e para fazer, no plano geral, as mudanças exigidas continuamente na guerra.
Portanto, o trabalho da estratégia é contínuo, pois as condições da luta podem pedir sua
interferência a qualquer momento.
Para Clausewitz (2005), em estratégia tudo é muito simples, contudo, por essa razão,
torna-se extremamente complexa. Assim, também, devem ser as ações envolvidas na
segurança de dignitários: medidas simples somadas a mecanismos eficazes, que formam uma
estratégia de segurança complexa e eficiente.
De acordo com Sun Tzu (2005) existe uma série de princípios que governam a
formulação de estratégias. Esta série inclui: o princípio da escolha do campo de batalha; o
princípio da concentração de forças; o princípio do ataque; o princípio das forças zheng
(diretas) e qi (indiretas). Tais princípios também podem ser empregados no contexto da
segurança de dignitários.
O princípio da escolha do campo de batalha consiste na formulação de metas
estratégicas. Uma vez completada a avaliação situacional e tomada à decisão pela guerra, o
passo seguinte é preparar-se para o combate. A preparação envolve a formulação de
conformidade com dois aspectos: metas e estratégias. No caso da segurança de dignitários, o
18
princípio da escolha do campo de batalha consiste na formulação de metas estratégicas que
visam à proteção do dignitário, ou seja, uma avaliação completa da situação e a preparação
dos agentes para atuarem conforme o contexto, utilizando os mecanismos adequados para a
estratégia de segurança de um dignitário.
O princípio da concentração de forças de Sun Tzu reconhece que força relativa, e não
força absoluta, no ponto de contato, determina o resultado da batalha. No caso da segurança
de dignitários, são os mecanismos adequados (força relativa), empregados no momento da
segurança (ponto de contato), que determinam a qualidade e eficiência da segurança
(resultado da batalha) de um dignitário.
O princípio do ataque é a terceira dimensão subjacente à formulação de estratégias. No
contexto da segurança de dignitários o que se espera é que tudo ocorra de forma harmônica,
sem que os agentes precisem utilizar mecanismos agressivos no momento da segurança.
Entretanto, no caso de alguma suspeita, prevalece o princípio do ataque, por exemplo: caso
alguma pessoa se dirija ao dignitário de modo agressivo, está pessoa será barrada antes que
consiga chegar ao seu alvo, que é o dignitário.
A invencibilidade na defesa depende de seus próprios esforços, enquanto a
oportunidade de vitória depende do inimigo. Conclui-se que os habilidosos em práticas
guerreiras podem se tornar invencíveis, mas não podem fazer com que o inimigo seja
vulnerável (SUN TZU, 2005, p. 133).
O princípio de ‘zheng’ e ‘qi’ (forças diretas e indiretas) traz o seguinte comentário de
Sun Tzu (2005, p. 151): “o fato de um exército se capaz de sustentar seus ataques ao inimigo
sem sofrer derrotas deve-se às operações das forças e manobras diretas e indiretas”.
Na formulação de estratégias esse é o ultimo princípio segundo Sun Tzu. A força
‘zheng’ pode ser tomada como a força real, norma ou direta. Similarmente, a força ‘qi’ pode
significar a força de surpresa, extraordinária, indireta ou de dissimulação. Com este princípio,
19
reconhece-se que para vencer batalhas precisa-se de vantagens suplementares para
encaminhar a batalha a nosso favor. Isto pode ser alcançado com o emprego de forças diretas
e indiretas, onde as primeiras normalmente pavimentam o caminho para a aplicação das
últimas.
No que se refere à segmentação estratégica, para a solução de qualquer problema de
decisão em atividades empresariais podem ser visualizadas as seguintes etapas:
a) Percepção da necessidade de decisão ou oportunidade.
b) Formulação de alternativas de ação.
c) Avaliação das alternativas em termos de suas respectivas
contribuições.
d) Escolha de uma ou mais alternativas para fins de execução.
O modelo proposto por Ansoff apud Lobato (2000) contempla essas quatro etapas,
dando ênfase as duas primeiras. No delineamento do método utiliza-se um procedimento de
busca para chegar até uma estratégia. Isto é realizado através de um processo em “cascata”;
no início, as regras de decisões possíveis são formuladas em termos grosseiros e são
sucessivamente refinadas pela passagem por diversos níveis, à medida que prossegue o
processo de solução.
A primeira etapa consiste na escolha entre as duas alternativas principais: diversificar
ou não diversificar as atividades da empresa.
A Segunda etapa é a escolha de um conjunto bastante amplo de produtos e mercados
para a empresa, a partir de uma lista de categorias industriais igualmente amplas.
A terceira é a refinação desse conjunto em termos de características ou combinações
de produtos e mercados.
20
Por fim, a quarta refere-se à característica do método é o processo de feedback, pois na
busca da melhor solução, nos estágios finais poderão surgir informações que coloquem em
dúvida as decisões anteriores.
2.2 ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS
Planejar é o processo racional para definir prioridades e meios de atingi-los; para isso
é preciso conhecer, inicialmente, a missão e definir a finalidade e as condições de execução.
No caso da segurança de dignitários, para cada tipo de autoridade ou celebridade é preciso
uma estratégia e um plano de ação diferente. Por exemplo, a estratégia de segurança de um
Presidente não é a mesma empregada na segurança de um astro de Rock. Apesar de algumas
medidas serem semelhantes, o contexto é diferente, portanto, a missão (tipo de segurança de
dignitário), leva a definição da finalidade e caracteriza as condições de execução.
O planejamento procura proporcionar à segurança de dignitários uma situação de
eficiência, eficácia e efetividade.
A eficiência é cumprir seu dever; resolver problemas; fazer as coisas de maneira
adequada; salvaguardar os recursos aplicados e reduzir os custos. A eficácia é fazer as coisas
certas; produzir alternativas criativas; obter recursos; maximizar a utilização de recursos e
aumentar o lucro. A efetividade é manter-se no ambiente e apresentar resultados globais
positivos, permanentemente, ao longo do tempo (DANTAS FILHO, 2004).
O planejamento pode e deve ser empregado em qualquer tipo de situação de
segurança. Segundo Dantas Filho (2004), o planejamento pode ser: estratégico (possibilita
estabelecer metas para a tomada de decisão) ou tático (com conteúdo detalhado, caracterizado
21
como plano de ação). O planejamento tático visa cumprir as metas estabelecidas no
planejamento estratégico.
No caso da segurança de dignitários, deve ser realizado um planejamento estratégico
(medidas gerais para a tomada de decisão e metas a serem alcançadas durante o trabalho de
segurança de dignitário), e o planejamento tático (plano de ação para cumprir o planejamento
estratégico formulado para a segurança de dignitário).
Na segurança de dignitários, bem como em outras situações em que pode ser
empregado, o planejamento estratégico consiste na avaliação da conjuntura; seguida pela
determinação de uma política de ação (o que fazer, fixando os valores, metas e objetivos a
atingir); definição de uma estratégia; orçamento dos recursos disponíveis para apoiar as ações
estratégicas; e a expedição de diretrizes para cada caso de segurança de dignitário.
Toda e qualquer ação de segurança de dignitário deve possuir um plano de segurança
(plano estratégico e tático). Na segurança de dignitários as ações não são realizadas de modo
aleatório, antes do evento em que a segurança será realizada, é traçado um plano de ação, cada
agente possui uma missão específica e, também, deve conhecer os mecanismos para tomar
uma decisão de emergência, caso seja necessário. No caso da segurança diária, os agentes
também têm planos estratégicos e táticos, que é seguido nas ações de segurança de
dignitários.
O plano de segurança de dignitários deve levar em consideração:
a) a deslealdade, atos de hostilidade e subversão, pois, qualquer
indivíduo que desperte suspeita, deve ser investigado;
b) os descuidos e acidentes, podem interromper uma operação e causar
baixas;
c) a sabotagem, espionagem, furto e roubo, já que estas ameaças
envolvem tentativas deliberadas.
22
O plano de segurança de dignitários deve conter: plano de defesa (estratégico e tático).
Uma vez elaborados os referidos planejamentos o sistema de segurança está completo.
Com referência no que foi apresentado até momento, o capítulo a seguir passa a
abordar a segurança de dignitários.
3 SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS
Este capítulo constitui o ponto central do presente estudo. Pretende-se caracterizar o
perfil do agente de segurança de dignitários e os mecanismos e procedimentos empregados na
segurança de dignitários.
Dignitário é aquele que exerce cargo elevado, com alta graduação honorífica e que foi
elevado a alguma dignidade. Dentre os dignitários estão as autoridades (presidentes, papas,
etc.), as celebridades (astros do cinema, da música, etc.) e, também, pessoas que por motivos
específicos se tornam potenciais alvos de hostilidade e necessitam utilizar este tipo de
segurança.
A segurança pode ser compreendida como uma série de medidas proporcionadas ao
dignitário, que visam garantir, de modo mais amplo possível, a sua integridade física.
A segurança de dignitários é muito importante, entre os dignitários estão, além das
autoridades relevantes do cenário mundial, pessoas que são considerados alvos em potencial
para uma hostilidade, como personalidades polêmicas, o pessoal integrante dos sistemas de
informações, juntamente com seus familiares, pois estes são detentores do conhecimento,
pretendido pelo elemento adverso (FERREIRA, 2008).
23
3.1 GESTÃO DAS COMPETÊNCIAS NOS SERVIÇOS DE SEGURANÇA
Em qualquer trabalho de segurança, o material humano (agente) é de suma
importância. Para atuar na segurança de dignitários, o agente deve possuir características
específicas, como: resistência à fadiga; lealdade; honestidade; discrição; manejo de armas;
coragem; dedicação; inteligência; decisão; noções de defesa pessoal; nível intelectual e
cultural; experiência policial; idade entre 26 e 45 anos. O conjunto de todas estas
características forma as competências necessárias para o trabalho como agente de segurança
de dignitários.
Desta forma, o presente capítulo abarca a questão da competência no ambiente
empresarial de modo geral, para que se possa compreender a importância da competência no
âmbito da segurança de dignitários.
Com o passar do tempo, a Administração de Empresas assumiu uma nova postura,
onde o foco passou a ser as pessoas. Mas, as diversas mudanças ocorridas no cenário
organizacional não ocorreram de forma fugaz, mas sim, de maneiras lentas, arrastando-se a
curtos passos até o século XIX, acelerando-se a partir do início do século XX, o que provocou
mudanças aceleradas no ambiente organizacional.
Segundo Ambioni (2006), a Administração sofreu diversas influências:
a) Dos filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles nos conceitos de
Administração na Antigüidade. Com o advento da Filosofia Moderna,
destacam-se Bacon e Descartes.
b) A organização eclesiástica da Igreja Católica influenciou o
pensamento administrativo.
24
c) A organização militar influenciou a Administração, contribuindo com
alguns princípios que a teoria administrativa assimilaria e incorporaria
mais adiante.
d) A Revolução Industrial criou o contexto industrial, tecnológico,
social, político e econômico que permitiu o surgimento da teoria
administrativa.
e) Os economistas liberais (como Adam Smith), proporcionaram
razoável suporte para o aparecimento de alguns princípios de
Administração que teriam aceitação posteriormente. As idéias de
Marx e Engels promoveram o surgimento do socialismo e do
sindicalismo.
f) A influência dos pioneiros e empreendedores foram fundamentais para
a criação das condições básicas para o surgimento da Teoria
Administrativa.
De acordo com Peter Drucker (2003), mesmo com tantas mudanças, existem dois
conjuntos de generalizações que se aplicam à maioria das empresas a maior parte do tempo:
uma com respeito aos seus resultados e recursos e outra referente aos seus esforços. Em
conjunto, elas levam a um número de conclusões relativas à natureza e à direção do trabalho
da empresa.
Tais afirmações também são relevantes para uma empresa de serviços de segurança,
pois, neste caso, os recursos humanos e a valorização das competências individuais são
essenciais para a estratégia do negócio. Assim, as empresas buscam talentos, ou seja, pessoas
dotadas de competências, que possam ser representativos no contexto organizacional.
Portanto, para que possa ser um bom agente de segurança, é preciso que o indivíduo tenha as
competências necessárias para desempenho de suas atividades, ou melhor, tenha o perfil
25
adequado à sua profissão. Segundo Ferreira (2008) as competências necessárias ao trabalho de
segurança de dignitários são: resistência à fadiga; lealdade; honestidade; discrição; manejo de
armas; coragem; dedicação; inteligência; decisão; noções de defesa pessoal; nível intelectual e
cultural; experiência policial; idade entre 26 e 45 anos.
Para que um agente de segurança de dignitários realize seu trabalho com efetividade,
eficácia e eficiência, é fundamental que o mesmo detenha:
a) Conhecimento = saber: por conhecimento não se entende apenas a
quantidade de informação que a pessoa detêm (know-how), mas
também a disposição para aprender, para ampliar seus conhecimentos,
transmitir e compartilhar esses conhecimentos quando necessário.
b) Habilidade = saber fazer: não basta ter conhecimento, é preciso saber
como colocá-lo em prática, saber trabalhar em equipe, liderar, motivar
e promover a comunicação.
c) Julgamento = saber analisar: é preciso saber avaliar uma situação,
saber obter dados e informações precisas, ter discernimento para a
tomada de decisão adequada, no momento certo, ponderar com
equilíbrio e definir prioridades.
d) Atitude = saber fazer acontecer: é preciso que o agente de segurança
tenha atitude empreendedora, saiba tomar decisões acertadas, saiba
gerenciar os riscos, tendo em vista os resultados esperados.
Tendo em vista os argumentos supracitados, podemos afirmar que é imprescindível
que o agente de segurança apresente as seguintes competências individuais: conhecimento,
habilidade, julgamento, atitude. Tais competências, aliadas às competências como resistência
à fadiga; lealdade; honestidade; discrição; manejo de armas; coragem; dedicação; inteligência;
decisão; noções de defesa pessoal; nível intelectual e cultural; experiência policial; idade entre
26
26 e 45 anos; formam o perfil do agente de segurança de dignitários exigido pelo Batalhão de
Operações Especiais (BOP).
Existe uma forte ligação entre as competências organizacionais e as individuais, assim,
o estabelecimento das competências individuais deve estar vinculado à reflexão sobre as
competências organizacionais, uma vez que há uma influência mútua sobre elas. Portanto, as
gestões de pessoas baseadas em competências buscam talentos para transformá-los em capital
humano. Isto também deve ser um objetivo das empresas de serviços de segurança, sobretudo,
no âmbito da segurança de dignitários.
As informações descritas abaixo se referem ao valor do conhecimento adquirido pelos
profissionais da área de segurança durante o desempenho de suas atividades dentro de uma
determinada instituição:
De acordo com Santiago Jr. (1994), os ativos intangíveis que agregam valor à maioria
dos produtos e serviços são baseados em conhecimentos. Entre eles é possível citar: know-
how técnico, entendimento do cliente, criatividade pessoal e inovação. A grande dificuldade
se encontra exatamente na medição destes valores, pois ao contrário dos estoques financeiros
e materiais, o valor econômico do conhecimento não é facilmente compreendido, classificado
e medido.
Neste contexto, podemos afirmar que o valor de uma organização está cada vez mais
desvinculado daquele de mercado, ainda mais devido à extrema dificuldade de mensuração do
valor de seus ativos intangíveis.
Estas dificuldades levam o mercado a valorizar o capital humano no ambiente
organizacional.
A inteligência é o novo tipo de ativo e este ativo é essencial para a segurança de
dignitários. Não se comporta como os outros tipos de ativos e nisso reside o paradoxo. Ao
contrário dos outros bens, a inteligência não pode ser dada de presente e será sempre
27
conservada, mesmo que compartilhada. Também não é possível possuir a inteligência de outra
pessoa, por mais que seja dono da empresa na qual essa pessoa trabalha. Se a pessoa sair da
empresa e for para outra, levará consigo a inteligência (HANDY, 1994, p. 31).
A inteligência concentrada, a capacidade de adquirir e aplicar o conhecimento e o
know-how são as novas fontes de riqueza, no entanto, impossível transmiti-los às demais
pessoas por decreto. A boa notícia é que, por outro lado, não é possível impedir que as
pessoas consigam adquiri-los. Dai a importância do capital humano.
A partir do capital humano, a gestão de pessoas por competências busca a formação do
capital intelectual. Segundo Chiavenato (2005, p. 28) “transformar capital humano em capital
intelectual”.
Portanto, a partir das competências individuais dos agentes de segurança, a empresa de
serviços de segurança deve promover a transformação do capital humano em capital
intelectual, ou seja, deve promover o treinamento adequado de seus agentes, a valorização de
suas competências e a promoção do conhecimento no sentido de melhorar a qualidade do
serviço prestado.
Transformar capital humano em capital intelectual pode ser um grande diferencial
competitivo para a organização em seu segmento de mercado (BROXADO, 2001).
A função da gestão do capital intelectual é então reverter à tendência normal. Sua
tarefa é focalizar a empresa em oportunidades e afastá-la de problemas, recriar a liderança e
neutralizar a tendência à mediocridade, substituir a inércia por nova energia e nova direção
(DRUCKER, 2003).
A empresa de serviços de segurança, ou ainda, a escolha do agente de segurança de
dignitários, deve compreender: competências individuais; desempenho da força de trabalho;
compromisso; adaptabilidade e flexibilidade; cultura de excelência. Tais valores promoverão
maior produtividade; melhor qualidade dos serviços prestados; inovação; e,
28
conseqüentemente, satisfação do cliente. Tudo isto, implicará em maior valor econômico
agregado; ampliação do negócio (crescimento) de forma organizada; maior participação no
mercado (mais competitividade); e, maior lucratividade. É importante notar que todo esse
processo tem início nas competências individuais, ou seja, é preciso que os agentes de
segurança tenham o perfil adequado para a realização de seu trabalho.
Numa empresa de serviços de segurança, para a seleção de um agente de segurança de
dignitários, é preciso que a gestão de talentos tenha processos específicos:
a) Processos de agregar pessoas – recrutamento e seleção – devem ser
selecionados e recrutados agentes que tenham o perfil adequado para
a execução dos serviços prestados pela empresa.
b) Processos de aplicar pessoas – modelagem do trabalho e avaliação do
desempenho – o trabalho deve seguir um planejamento de segurança
determinado pelas lideranças de acordo com cada situação, este
planejamento, bem como as ações dos agentes de segurança devem ser
avaliadas para que possam ser, caso necessário, modificadas para
melhor execução dos serviços de segurança.
c) Processos de recompensar pessoas – remuneração, benefícios e
incentivos – a empresa precisa ter um plano de remuneração,
benefícios e incentivos, adequado ao seu segmento de mercado, para
esperar o melhor do funcionário, é preciso que a empresa ofereça o
seu melhor.
d) Processos de desenvolver pessoas – treinamento, desenvolvimento e
aprendizagem – uma empresa de serviços de segurança deve investir,
constantemente, no treinamento, desenvolvimento e aprendizagem dos
29
agentes de segurança, para que estes possam executar seus serviços
com mais qualidade, eficácia, eficiência e efetividade.
e) Processos de manter pessoas – higiene e segurança, qualidade de vida,
relações com empregados – a empresa precisa investir, também, na
motivação pessoal de seus empregados, para que estes permaneçam na
empresa. No segmento de empresas de serviços de segurança, a
confiança e lealdade do agente de segurança é muito importante, além
disso, ao permanecer na empresa por um período maior, o agente de
segurança tem maior conhecimento de suas tarefas e pode executá-las
de forma mais eficiente.
f) Processos de monitorar pessoas – banco de dados, sistemas de
informação gerencial – a empresa precisa manter informação
atualizada sobre todos os seus funcionários.
Uma empresa de serviços de segurança precisa ter como foco a COMPETÊNCIA
NOS NEGÓCIOS + COMPETÊNCIA EM CAPITAL HUMANO + COMPETÊNCIA EM
MUDANÇA = CREDIBILIDADE.
A credibilidade é essencial para os serviços de segurança, como um cliente pode
deixar a segurança de sua empresa, seu patrimônio, ou de sua própria pessoa por conta de uma
empresa na qual não tem confiança. Portanto, as empresas de serviços de segurança devem
investir nas competências para conquistar a credibilidade de seus clientes.
30
3.2 PERFIL DO AGENTE DE SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS
Este item implica na descrição do perfil do agente de segurança de dignitários, como
foi visto no item anterior existe um conjunto de competências necessárias para que um
indivíduo possa se tornar agente de segurança.
A segurança de dignitários implica em um conjunto de medidas técnicas que visam
salvaguardar a pessoa do dignitário.
De acordo com Cavalcante (2008), os seguranças de verdade são profissionais pagos
para acreditar que a qualquer momento poderão ser exigidos a ganhar o seu dinheiro da forma
mais dura e arriscada possível. São sabedores de que em todo planejamento de segurança
existe uma possibilidade de falha impossível de ser eliminada, e tal constatação apenas
justifica todo um redobrar de cuidados, o qual nem sempre é compreendido, tanto pelos
protegidos e pelo público em geral.
Em se tratando de segurança pessoal não existem ‘receitas de bolo’ e todos os
planejamentos devem ser particularizados, especialmente dimensionados para fazer frente aos
perigos a que um referido dignitário possa estar sujeito. Assim sendo, uma determinada
autoridade pode estar convenientemente protegida em sua casa térrea e sem muros, escoltada
por dois agentes desarmados (ou ‘apenas’ portando pistolas ou revólveres), enquanto que,
num outro extremo, a autoridade, potencial ‘alvo’, pode ser considerado extremamente
vulnerável, ainda que cercado por uma verdadeira parede humana, armada com fuzis e
metralhadoras portáteis.
Numa abordagem de senso comum, quando se pensa em ‘Segurança de Autoridades’
normalmente vem à mente dispendiosos ‘esquemas’ de escoltas com agentes corpulentos,
policiamento ostensivos, numerosos veículos, batedores, helicópteros, mas nem sempre estes
31
são os fatores chave para uma segurança de pessoas importantes. Por maior que seja o desejo
de manter o protegido a salvo, não se pode simplesmente ‘esconder’ o político ou a
autoridade, ainda que sob a alegação de garanti-lo.
Por outro lado, a ostentação dos numerosos recursos de proteção, por si só, não
garante a incolumidade de quem quer que seja, da mesma forma que a simples ‘seleção’ de
militares, policiais, ex-militares, lutadores ou de quaisquer outros ‘elementos de confiança’,
ainda que ‘fortemente armados’, não se constitui num convencimento eficaz em se tratando de
adversários inteligentes, capazes de planejar, treinados e determinados.
A proteção permanente de personalidades sob ameaça é uma missão delicada, que vem
a exigir qualificação dos efetivos empregados, meios e equipamentos adequados para fazer
frente a cada risco específico, de forma que se possa garantir a integridade dos segurados com
um mínimo de contrariedades ou alterações no cumprimento de suas agendas de trabalho.
Cavalcante (2008) argumenta que um bom serviço de segurança de dignitários deve
ser precedido por um bom planejamento estratégico das ações de segurança, onde podem ser
avaliados os possíveis riscos e todas as ações a serem tomadas:
A execução de uma boa segurança seja ela em que ambiente o for, deve ser precedida
de um elaborado planejamento, no curso do qual se avaliará todas as informações disponíveis
sobre riscos (possibilidades de perigos, atentados, acidentes e contrariedades em geral),
inimigos e adversários da autoridade, identificação (se possível com fotografias) de grupos ou
de pessoas, avaliação de recursos à disposição dos adversários que possam ser empregados
em ações de atentado, histórico de ações anteriores perpetradas pelos referidos grupos ou
indivíduos, seus ‘modus operandi’, denúncias anônimas, informações da procedência mais
diversa, informações sigilosas, etc. É objetivo da segurança antecipar-se às ações de atentado,
determinando os prováveis inimigos, seus meios de ação, apontando as deficiências de
procedimentos, vulnerabilidades do local onde a autoridade habita e por onde normalmente
32
circula ou trabalha, de forma a poder estabelecer os cursos de ação adequados à equipe de
segurança.
Todos aqueles que tem alguma responsabilidade no âmbito da segurança tem que estar
cientes daquilo que deles se espera: do simples porteiro ou vigilante, do motorista dos carros
do comboio aos agentes de segurança do círculo aproximado.
Todo encarregado de segurança pessoal deverá lembrar-se da velha máxima: ‘Onde
quer que você tenha de atuar, que a sua mente já tenha estado lá antes!...’. Todos os cenários
de atuação previsíveis devem ser objeto de estudo e os membros da segurança deverão estar
conscientes de seus papéis em face das contingências previstas. Como chegar e sair com a
autoridade na sua residência? Como proceder para garanti-la e aos seus enquanto na
residência? Como chegar e sair com o mesmo de seu local de trabalho? Como protegê-lo
enquanto no local de trabalho? Quais cuidados devem ser adotados nos deslocamentos? Quais
as melhores rotas de acesso e fuga? Quais os hospitais, postos policiais ou aquartelamentos
militares que possam proporcionar auxílio numa emergência? Poder-se-á contar com
cobertura aérea? Como proceder no clube, restaurante ou casa de praia ou ainda num evento
público de grandes proporções?...
A segurança será disposta em círculos, os quais tem como centro a figura da
autoridade protegida. Todas as ações de uma equipe de segurança são prévias e às vezes até
exaustivamente ensaiadas, de forma que cada integrante da equipe de segurança conheça o
seu papel no dispositivo de proteção e o cumpra de maneira rápida e eficaz. Não devemos
esquecer que, onde quer que o segurado possa ser esperado, lá o perigo poderá estar à
espreita; e os agentes de segurança têm por obrigação - extremamente difícil por sinal - não se
deixarem apanhar de surpresa. Tem que planejar para evitar a materialização do perigo, e se
treina para conseguir uma reação sempre mais rápida, no caso de advirem situações críticas
reais.
33
Segundo Batalhão de Operações Especiais do Distrito Federal, as principais
vulnerabilidades no caso da segurança de dignitários são:
a) rotina;
b) trabalho de improviso;
c) falta de motivação na realização do trabalho de segurança;
d) despreparo do agente de segurança;
e) falta de informações para a realização do trabalho;
f) falta de interação do dignitário com o sistema de segurança.
De acordo com o Batalhão de Operações Especiais do Distrito Federal, a segurança de
dignitários implica nos seguintes princípios:
a) princípio da preservação;
b) princípio da iniciativa;
c) princípio da surpresa;
d) princípio da simplicidade;
e) princípio da coordenação;
f) princípio do comportamento de massa;
g) princípio do emprego da força; e,
h) princípio da maneabilidade.
As principais atribuições do serviço de segurança de dignitários são (BOP/DF, 2008):
a) controle e emprego dos agentes;
b) planejamento e execução de instrução;
c) inspeções em locais e itinerários diversos;
d) coordenação com as Polícias Civil e Militar e outros Órgãos;
e) serviço de Guarda;
f) controle de bagagem;
34
g) controle de correspondência;
h) controle e verificação de alimentos;
i) controle de equipamentos;
j) códigos de comunicação;
k) levantamento de dados e acompanhamentos de empregados;
l) controle de investigações especiais;
m) arquivo de levantamentos.
O Batalhão de Operações Especiais do distrito Federal descreve em seu edital uma
série de atributos (competências), exigidos para que um indivíduo possa exercer a função de
agente de segurança de dignitários, são eles:
a) resistência à fadiga;
b) lealdade;
c) honestidade;
d) discrição;
e) manejo de armas;
f) coragem;
g) dedicação;
h) inteligência;
i) decisão;
j) noções de defesa pessoal;
k) nível intelectual e cultural;
l) experiência policial;
m) idade entre 26 e 45 anos.
35
Nesse processo destacam-se os atributos do agente de segurança, a maioria dos
atributos desejáveis é desenvolvida pela instrução, treinamento e vivência, portanto, um
agente deve possuir (DANTAS FILHO, 2004):
a) vivacidade, que é o estado de espírito de estar sempre alerta;
b) tato, que é a capacidade de agir com cuidado e discrição, visando a
evitar ferir a suscetibilidade das pessoas;
c) autocontrole, que é a capacidade de controlar sentimentos, emoções e
reações, demonstrando serenidade diante de situações anormais;
d) coragem, que é a capacidade de enfrentar, com energia e destemor,
situações difíceis;
e) lealdade, que é a capacidade de ser fiel, sincero, franco e honesto com
as instituições e seus integrantes;
f) compreensão e expressão verbal, que é a capacidade de entender e
transmitir com clareza, precisão e correção os fatos apresentados;
g) espírito de cooperação, que é a capacidade de colaborar, participando
ativa e harmoniosamente de um trabalho ou situação, contribuindo
para a sua concretização ou solução.
O agente de segurança deve dedicar especial atenção á sua apresentação individual,
como uniforme, corte de cabelo e barba. Além disso, para a atuação dos agentes de segurança
ser eficaz, é necessário que exista fiscalização em todos os níveis.
Um outro ponto importante é a organização da equipe de agentes de segurança.
O normal é organizar a guarda em postos fixos. Entretanto, se a área onde o dignitário
estiver for muito extenso é preciso existir uma equipe responsável para ligar os postos e
recobrir suas áreas. Um ou mais agentes de segurança devem estar junto ao dignitário para
realizar a sua segurança pessoal.
36
Quanto à instrução, treinamento e supervisão dos agentes de segurança, Dantas Filho
(2004) afirma que a instrução para todos os agentes envolvidos na segurança do dignitário
deve ser ministrada no início da atividade, devendo ser reciclada periodicamente, visando a
reavivar conceitos e atualizar conhecimentos.
Todo aquele que exerce função de chefia deverá elaborar procedimento operacional
padrão, que deverá ser atualizado sempre que necessário.
Dantas Filho (2004) observa que a supervisão visa a manter o pessoal de serviço alerta
e bem apresentado. A avaliação criteriosa do sistema de segurança permite a realização de
mudanças e atualizações. As primeiras atividades devem ser acompanhadas por pessoas
experientes em segurança. O programa de instrução deve conter:
a) direitos e deveres dos agentes de segurança;
b) técnicas e métodos que auxiliam a identificar falhas na segurança;
c) confecção de livro registro de ocorrências (relatório), respondendo,
sempre que possível, às perguntas: o quê, quem, quando, como, onde,
por quê;
d) utilização dos meios de comunicações;
e) táticas e técnicas de segurança individual, coletiva e patrimonial;
f) instrução de armamento e munição letais e não letais, e tiro com
técnicas de emprego de armas e medidas de segurança;
g) prática de tiro individual;
h) técnicas de observação, memorização e descrição de fatos relevantes
para registro imediato;
i) técnicas de infiltração em áreas de segurança e de neutralização da
guarda ou escolta;
j) noções de primeiros socorros com utilização do material disponível;
37
k) noções de combate a incêndio, com utilização do material existente e
conhecimento de sua localização;
l) para realizar o teste de vulnerabilidade, deve-se criar um caso
hipotético, com pessoal capaz de desempenhá-lo, o mais próximo da
realidade;
m) a troca de guarda deve, sempre que possível, procurar fugir da rotina.
O responsável pelo serviço deve ter autorização para realizá-la nas
horas pares, ímpares ou fracionadas, podendo, também, reduzir a
permanência dos agentes de segurança nos postos.
De acordo com o Batalhão de Operações Especiais do Distrito Federal, a boa execução
do esquema de segurança de dignitários depende do estudo minucioso e da aplicação correta
dos aspectos a serem observados na Escolha de Itinerários, porém é preciso que o agente de
segurança esteja sempre preparado para qualquer eventualidade, até mesmo para
improvisações, porque ao elemento adverso cabe a iniciativa com quase 100% (cem por
cento) de probabilidade de êxito. (para maiores informações acerca do plano de segurança de
dignitários executado pelo BOP, ver anexo I).
Conforme informações obtidas no site da UNITED States Secret Service dos Estados
Unidos da América, 2
o perfil do agente de segurança deve obedecer alguns requisitos:
a) cidadania americana;
b) deve ter idade mínima de 21 anos e máxima de 37 anos;
c) curso superior ou experiência de no mínimo 03 (três) anos de experiência na área
de investigação criminal.
d) tem que ter uma ótima visão;
e) fazer teste escrito;
2
Ver site http://www.ustreas.gov/usss/opportunities_agent.shtml; acessado em fevereiro de 2009.
38
f) entrevista, exames médicos e exame poligrafo.
Os agentes de segurança passam por um treinamento intensivo de 11 (onze) semanas
no Federal Law Enforcement training Center (FLETC) em Glynco, na Geórgia (EUA). Após
a conclusão com êxito na formação em FLETC, eles recebem cerca de 16 semanas de
instrução especializada no Centro de Treinamento de James em Washington.
O agente de segurança de dignitários dos Estados Unidos ao desenvolver suas
atividades em outros Estados ou Países na proteção da autoridade, trabalham em equipe, onde
membros do grupo viajam com antecedência para buscar informações sobre o local a ser
visitado, fazendo vistoria das instalações por onde a autoridade passará, buscando auxilio
junto aos órgãos federais, militares, estaduais, municipais e as organizações de segurança
pública, no sentido de garantir o perfeito funcionamento do esquema de segurança. Após a
visita antecipada os agentes analisam cada etapa da operação de proteção, para uma
prevenção e melhor qualidade na segurança da autoridade.
Em síntese conclusiva deste item, é importante observar que além do perfil adequado
às necessidades de sua profissão, o agente de segurança somente pode atuar na segurança de
dignitários após estar devidamente treinado e obter as instruções inerentes ao seu serviço.
Fazendo uma comparação entre os agentes de segurança do Brasil com os agentes dos
Estados Unidos é possível observar que a qualidade de treinamento dos agentes americanos é
bem superior ao oferecido para os brasileiros, constando que o investimento aplicado na área
do segurança dos Estados Unido é bem alto e com nível de qualidade acima da média. Os
americanos estão sempre utilizando equipamentos modernos, de primeira qualidade e
buscando aperfeiçoamento nos treinamentos de proteção ás autoridades.
39
CONCLUSÃO
Em resposta à questão apresentada na introdução deste estudo (qual o perfil do agente
de segurança de dignitários?), de acordo com o Batalhão de Operações Especiais, para ser um
agente de segurança de dignitários é preciso ter: resistência à fadiga; lealdade; honestidade;
discrição; manejo de armas; coragem; dedicação; inteligência; decisão; noções de defesa
pessoal; nível intelectual e cultural; experiência policial; idade entre 26 e 45 anos.
Tendo por base o plano de segurança de dignitários utilizado pelo Batalhão de
Operações especiais, podemos resumir os seguintes pontos importantes para a referida função:
Os agentes de segurança devem seguir os seguintes mandamentos: agressividade
controlada; disciplina consciente; controle emocional; iniciativa; espírito de corpo; liderança;
versatilidade; honestidade; lealdade; perseverança e flexibilidade.
A segurança de dignitários implica nos seguintes princípios: princípio da preservação;
princípio da iniciativa; princípio da surpresa; princípio da simplicidade; princípio da
coordenação; princípio do comportamento de massa; princípio do emprego da força; e,
princípio da maneabilidade.
O trabalho de segurança de dignitários está sujeito as seguintes vulnerabilidades:
rotina; improvisação; falta de motivação; despreparo profissional; falta de informações; e,
falta de interação da autoridade com o sistema de segurança.
O serviço de segurança compreende os seguintes atributos: controle e emprego dos
agentes; planejamento e execução de instruções; inspeções em locais e itinerários diversos;
coordenação com as polícias civil e militar e outros órgãos públicos de defesa; serviço de
guarda; controle de bagagem; controle de correspondência; controle e verificação de
alimentos; controle de equipamentos; códigos de comunicação; levantamento de dados e
40
acompanhamentos de empregados; controle de investigações especiais; e, arquivo de
levantamentos.
Os fatores que condicionam o planejamento e execução de um trabalho de segurança
de dignitários são os seguintes: grau de risco; importância da autoridade; conjuntura atual;
comportamento da autoridade; e a disponibilidade de recursos materiais e humanos.
É importante observar que, em serviços de segurança, prevenir uma ocorrência é a
chave do sucesso. Prevenir é antecipar, preparar, evitar, impedir ou minimizar a ocorrência de
um fato.
Para cada tipo de ação é preciso ter o conhecimento da legislação específica e adotar
medidas técnicas de prevenção que devem ser, principalmente, dinâmicas, face ao ‘modus
operandis’ do agente oponente.
O agente de segurança deve ser adequadamente treinado, uma vez que, a tomada de
decisão sobre as medidas de segurança, em diversas situações, poderá oscilar conforme a
importância da pessoa e a conjuntura atual.
Quanto ao perfil do agente de segurança de dignitários, entendemos que o profissional
para exercer a função de agente de segurança de dignitários precisa ter conhecimentos
técnicos e especializados na área de segurança e, também, deverá passar por uma série de
testes e critérios para poder exercer sua função adequadamente.
41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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42
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YIN, R.K. (2005) Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman.
43
ANEXO I: SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS – BATALHÃO DE OPERAÇÕES
ESPECIAIS
SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS
Autor: Maj PMDF Alexandre Sérgio Vicente Ferreira
Definições básicas:
Dignitário: É aquele que exerce cargo elevado, de alta graduação honorífica e que foi elevado
a alguma dignidade. É o VIP.
Segurança: É uma série de medidas proporcionadas a uma autoridade que garantam, no
sentido mais amplo possível, a sua integridade física.
Princípios Básicos:
Princípio da objetividade
• Princípio da preservação
• Princípio da iniciativa
• Princípio da surpresa
• Princípio da simplicidade
• Princípio da coordenação
• Princípio do comportamento de massa
• Princípio do emprego da força
44
• Princípio da maneabilidade
Vulnerabilidades freqüentes:
• Rotina
• Improvisação
• Desmotivação
• Despreparo profissional
• Falta de informações
• Falta de interação da autoridade com o sistema de Segurança
Atribuições do Serviço de Segurança:
• Controle e emprego dos agentes
• Planejamento e execução de instrução
• Inspeções em locais e itinerários diversos
• Coordenação com as Polícias Civil e Militar e outros Órgãos
• Serviço de Guarda
• Controle de bagagem
• Controle de correspondência
• Controle e verificação de alimentos
• Controle de equipamentos
• Códigos de comunicação
• Levantamento de dados e acompanhamentos de empregados
• Controle de investigações especiais
• Arquivo de levantamentos
ATRIBUTOS DO AGENTE DE SEGURANÇA
45
• Resistência à fadiga
• Lealdade
• Honestidade
• Discrição
• Manejo de armas
• Coragem
• Dedicação
• Inteligência
• Decisão
• Noções de defesa pessoal
• Nível intelectual e cultural
• Experiência policial
• Idade entre 26 e 45 anos
ATENTADOS
Introdução
• Hoje em dia, o noticiário de imprensa aborda freqüentemente no cenário mundial,
notícias sobre seqüestros e atentados de toda ordem a pessoas importantes ou público
inocente, culminando na maioria das vezes com os piores desfechos, inclusive
assassinato.
• No círculo das pessoas visadas, não são incluídas somente as altas autoridades, mas
também são considerados alvos em potencial para uma hostilização o pessoal
integrante dos sistemas de informações, juntamente com seus familiares, porque são
detentores do conhecimento, pretendido pelo elemento adverso.
46
• A adoção das medidas de segurança, em situações diversas, naturalmente oscilará de
acordo com a importância da pessoa (função exercida) e a conjuntura atual.
Conceito de atentado
• "É uma ação criminosa, sobre determinada(s) pessoa(s), grupos ou instituição,
executada por um indivíduo ou grupo, com uma finalidade propósito ou razões
específicas, utilizando para isso meios adequados.”
Fatores que condicionam o planejamento e execução de um trabalho de segurança de
dignitários:
• Grau de risco
• Importância da autoridade
• Conjuntura atual
• Comportamento da autoridade
• Disponibilidade de recursos materiais e humanos
Vantagens para o executante do atentado:
• Conhecimento do local da ação;
• Disponibilidade de tempo para o planejamento;
• Possibilidade de ocultação entre o público, convidados ou imprensa;
• Despreparo do elemento de segurança;
• Rotina conhecida e vazamento de informações das atividades da autoridade;
• Meios de comunicações deficientes;
• Falta de cooperação da autoridade.
• Fontes de hostilização
47
• Organizações de informações adversas;
• Organizações terroristas;
• Outros: Missões Diplomáticas hostis, Imprensa, Pessoas, etc.
• Propósito dos atentados
• DESMORALIZAÇÃO, causado através do escândalo, normalmente com ampla
divulgação pela imprensa;
• SEQUESTRO, com a finalidade de auferir vantagem política ou lucro financeiro;
• EXTERMÍNIO da vítima, como propósito extremo, quando atingido o objetivo ou
com a finalidade de encobrir a identidade e fuga do elemento adverso.
• CAUSAR TERROR ou pânico entre a população.
APARIÇÃO EM PÚBLICO
Conceito:
Aparição em público é todo o comparecimento, de uma autoridade, a um lugar no qual se
encontram presentes pessoas estranhas ao seu convívio diário, a fim de cumprir um
compromisso oficial ou particular.
Fatores Considerados nos Planejamentos:
Quanto ao público:
• Controlado: é aquele que foi selecionado previamente para a participação no evento;
• Não controlado: é aquele que não é selecionado ou previamente controlado
Quanto ao tipo do evento:
• Comícios e carreatas
48
• Inaugurações, aberturas e encerramentos de eventos
• Palestras e reuniões
• Apresentações sociais
• Grandes cerimônias
Quanto à formalidade:
• Formal ou oficiais
• Informais ou particulares
Quanto ao tempo de preparação:
• Eventos previstos: São aqueles programados na agenda da autoridade com
antecedência;
• Eventos inopinados: São aqueles cumpridos sem o conhecimento prévio da segurança
e, por conseguinte, sem a devida preparação;
Quanto ao local:
• Recinto fechado
• Recinto aberto
Quanto ao sigilo:
• Ostensiva
• Reservada
Locais de aparição em público: Os locais de aparição em público devem atender as seguintes
características:
49
• Amplitude
• Acessos
• População
• Terreno favorável
• Meios de comunicação
Características dos itinerários:
Quanto ao meio físico:
• Terrestre
• Aéreo
• Aquático
Quanto à proteção:
• Cobertos e abrigados
• Descobertos e desabrigados
Quanto à luminosidade:
• Diurno
• Noturno
Quanto à extensão:
• Curtos
• Longos
Quanto ao sigilo:
50
• Ostensivos
• Reservados
Quanto à missão:
• De rotina
• Eventuais
• Inopinados
Quanto à flexibilidade:
• Flexíveis
• Inflexíveis
Seleção do Itinerário:
• Planejamento inicial
• Reconhecimento
• Escolha
Medidas de segurança nos itinerários:
• Rotineiras
• Especiais
• Inopinadas
SEGURANÇA NAS INSTALAÇÕES
1) Tipos de Imóveis:
51
• HOTEL
Vantagens:
• A administração facilita os serviços de limpeza, arrumação, lavagem de roupas,
alimentação, etc.
• Pode-se ocupar o último andar para facilitar o controle de acesso de pessoas.
Desvantagens:
• O acesso no Hotel é livre a todos, não se tendo o controle efetivo dos que entram e
saem.
• A existência de escadas de incêndios facilita ao acesso de pessoas.
• APARTAMENTOS
Vantagens:
• O acesso ao imóvel geralmente é isolado;
• Os elementos que circulam no prédio geralmente são conhecidos (vizinhos);
• As entradas e saídas são em menor número, facilitam ao controle do acesso de
pessoas. Também poderá ser considerado como desvantagem (Vigilância do elemento
adverso).
Desvantagens:
• O acesso é coletivo, no caso de ser a mesma entrada para salas comerciais;
• A existência de escadas de incêndio facilita ao acesso de pessoas.
- CASAS GEMINADAS
52
Desvantagens:
• As entradas sendo juntas dificultam a adoção de medidas de segurança, principalmente
o controle do acesso de pessoas;
• Os telhados normalmente dão acesso de uma para outra casa;
• Podem-se ouvir conversas através das paredes;
• A casa vizinha pode ser utilizada como apoio para uma hostilização.
- CASAS ISOLADAS
Vantagens:
• É a situação ideal, facilita a Segurança;
• Permite em melhores condições, as diversas medidas de proteção (sistema da alarmes,
comunicações, gerador reserva, etc.),
• Facilita o controle do acesso de pessoas e veículos;
Desvantagens:
• A existência de pontos dominante nas proximidades dificulta a Segurança.
1) Segurança no Local de Trabalho
O local de trabalho poderá estar localizado em imóveis conforme as situações acima
apresentadas e em conseqüência apresentará as mesmas vantagens e desvantagens
correspondentes.
• Seleção de Residências
53
Caso seja possível selecionar uma residência, antes da ocupação, devemos nos preocupar com
os seguintes itens:
• Privacidade;
• Cercas e muros (com altura suficiente para proteção);
• Sem obstáculos entre a casa e o muro;
• Vários acessos ao local da residência;
• Distante de pontos dominantes.
3) Segurança da Residência
Os itens abaixo correspondem a uma série de medidas de segurança que deveremos utilizar na
residência.
• Proteção para todas as aberturas;
• Inspeções freqüentes nas dependências;
• Dependências vazias (trancadas e verificadas regulamente);
• Escolha de empregados;
• Visitas identificadas;
• Utilização de alarmes;
• Emprego de cães.
4) Cuidados com a correspondência
No caso de recebimento de cartas ou pacotes suspeitos, verificar os itens abaixo:
• Remetente procedência;
• Selos, lacres e carimbos;
• Peso e espessura;
54
• Cheiro em manchas;
• Rigidez da embalagem;
• Envelope duplo.
5) Cuidado com o automóvel
A situação ideal é a de que carro permaneça (quando não utilizado) trancado numa garagem
também fechada. Quando isto não ocorrer, antes de abrir o automóvel devemos examinar:
O chão em torno do carro;
Os lados do carro;
Embaixo do carro (reflexo);
O seu interior.
ESCOLHA DE ITINERÁRIOS
Dentre as diversas situações vulneráveis em que se pode encontrar uma Autoridade, uma das
mais críticas é durante um deslocamento a pé ou transportado, quaisquer que sejam as
precauções tomadas.
Por esta razão, o planejamento e a escolha de itinerários a serem percorridos por uma
Autoridade, merecem especial atenção por parte da Segurança com o objetivo de evitar,
dificultar ou minimizar os efeitos de uma agressão.
a) Conceito
ESCOLHA DE ITINERÁRIOS: é a decisão decorrente de um reconhecimento e
planejamento sobre o deslocamento a pé ou transportado, a ser percorrido por uma
Autoridade.
55
b) Aspecto a serem observados na escolha de itinerários
• Classificação dos tipos de deslocamentos;
• Exame na carta;
• Reconhecimento;
• Planejamento;
• Decisão;
• Execução.
1) Classificação dos tipos de deslocamentos:
a) Quanto a Missão
ROTINEIROS: deslocamentos efetuados da residência para o trabalho e vice-versa;
ESPECIAIS: são aqueles realizados para atender às solenidades oficiais e as de cunho social
(inaugurações, concertos, datas cívicas, jantares);
INOPINADOS: são os deslocamentos não programados.
b) Quanto ao Meio de Transporte
AÉREOS: quando é utilizado avião ou helicóptero;
AQUÁTICOS: no caso de utilização de navios, lanches, barcos pequenos, etc. Pode ser
marítimo, fluvial ou lacustre;
TERRESTRES: realizado utilizando-se automóveis, ônibus e trens.
c) Quanto ao sigilo
56
OSTENSIVOS: quando realizado com o conhecimento do público em geral, seja através da
divulgação do deslocamento, seja pela fácil identificação pelos transeuntes da passagem da
Autoridade;
SIGILOSOS: quando se procura furtar do conhecimento público este deslocamento, agindo
com discrição e se possível, utilizando transportes que não denunciem o citado deslocamento.
d) Quanto ao horário
DIURNOS: realizado à luz do dia, com todas as implicações que um deslocamento nessas
condições enfrenta (trânsito, pedestres, etc.). Para se diminuir o tempo de deslocamento,
haverá necessidade de emprego de força policial (trânsito);
NOTURNOS: as condições são opostas às acima descrita. Não há necessidade de
envolvimento de grandes efetivos policiais na Segurança.
e) Quanto à Extensão
CURTOS: deslocamentos realizados dentro do perímetro urbano;
LONGOS: grandes deslocamentos fora do perímetro urbano ou mesmo fora da cidade (zona
rural ou outras cidades).
f) Quanto à Flexibilidade
FLEXÍVEIS: quando há possibilidade de mudança no deslocamento (itinerários alternativos)
para outras opções de acesso e de retiradas dos locais a serem percorridos;
NÃO FLEXÍVEIS: quando não há esta possibilidade (ex.: todavia sem retorno).
g) Quanto aos Meios Empregados
57
SIMPLES: deslocamentos que não exigem grande emprego de meios (ex. deslocamentos
inopinados e sigilosos);
COMPLEXOS: há necessidade de grande emprego de meios. A utilização de pessoal e
meios em apoio fica condicionado aos seguintes fatores:
• Importância da Autoridade;
• A disponibilidade de pessoal e material;
• A conjuntura atual.
h) Quanto às Comunicações
Qualquer que seja o deslocamento há necessidade de uma rede de comunicações. O comando
da operação será feito pelo Chefe da Segurança, se necessário, o comando poderá ser feito
através da Central.
2) Exame na Carta
O exame na carta é importante para as fases posteriores de reconhecimento no local e
planejamento, por parte da Segurança.
Deverá seguir os seguintes itens:
• Seleção das estradas que poderão ser utilizados nos diversos itinerários;
• Escolha das estradas que permitam os deslocamentos sem problemas;
• Identificar os pontos críticos. É preferível evitá-los, porém se não for possível, reforçar
a segurança nestes locais.
3) Reconhecimento
58
O reconhecimento é feito por etapas de acordo com a programação da Autoridade, levando-se
em consideração o tipo de deslocamento e os dados fornecidos pelo exame na carta;
Não devemos desprezar nunca a possibilidade de um atentado, por menor que seja;
Os itinerários deverão ser reconhecidos no mesmo sentido em que a Autoridade se deslocar;
Caso haja necessidade de mudar o itinerário, por vontade da Autoridade ou decisão do Chefe
da Segurança, é necessário que o esquema de Segurança (Segurança Velada, Policiamento
Ostensivo e de Trânsito) tenha condições de se deslocar para o outro itinerário;
Verificar nos lugares de embarque e desembarque da Autoridade, o tipo de entrada e saída do
veículo (ortodoxo e não-ortodoxo; mão e contramão).
4) Planejamento
Após o reconhecimento, é feita uma reunião para planejar o esquema de Segurança a ser
empregado;
O planejamento deve ser o mais detalhado possível, distribuindo missões a todos os
componentes do esquema de Segurança, de uma forma simples e com clareza;
Deverá haver bastante entrosamento em todos os setores envolvidos no esquema de
Segurança, de modo a haver continuidade no desenvolvimento dos trabalhos.
5) Decisão
59
Baseado nos quatro itens anteriores (tipo de deslocamento, exame na carta, reconhecimento e
planejamento), a decisão será então limitada à escolha do itinerário Principal e dos itinerários
Alternativos.
6) Execução
a) Montagem do Dispositivo
De acordo com o planejamento feito, cada chefe de setor deverá assumir a sua missão e
distribuir o seu pessoal, que deverá ter pleno conhecimento de sua atuação;
Especial atenção para o pessoal empenhado nos pontos críticos e pontos dominantes.
Infiltração na multidão, da Segurança Velada para sentir a reação do público em face de
presença da Autoridade;
Manter sempre uma reserva em condições de reforçar os pontos necessários;
Verificar durante a montagem do dispositivo, o pleno conhecimento da missão do pessoal em
apoio: hospital, bombeiros, tropas de choque, helicóptero, etc.
b) Reconhecimento final
No dia do evento, após a montagem do dispositivo, com tempo suficiente antes da passagem
da Autoridade, as equipes Precursora e Vistoria realizam uma última inspeção no dispositivo.
Etapas equipes deverão manter contato permanente com o Chefe da Segurança para a
eventualidade de uma mudança de itinerário (se necessário)
60
7. Conclusão
A boa execução do esquema de Segurança dependerá do estudo minucioso e aplicação correta
dos aspectos a serem observa na Escolha de Itinerários, porém devemos estar sempre
preparados para qualquer eventualidade, até mesmo para improvisações, porque ao elemento
adverso cabe a iniciativa com quase 100% (cem por cento) de probabilidade de êxito.

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Segurança de dignitários: perfil e métodos

  • 1. CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIEURO PÓS-GRADUAÇÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA E DIREITOS HUMANOS ABINAEL ALVES DA SILVA AGENTE DE SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS Brasília, março/2009
  • 2. ABINAEL ALVES DA SILVA AGENTE DE SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós Graduação em Segurança Pública e Direitos Humanos como requisito parcial para a aprovação no Centro Universitário UNIEURO. Orientador (a): Prof. Dr. José Deoclesiano de Siqueira Junior Brasília, março/2009.
  • 3. Dedico este trabalho a meus familiares e amigos que me incentivaram em todos os momentos deste trajeto.
  • 4. AGRADECIMENTOS Agradeço a todos aqueles que colaboraram para a elaboração desse trabalho, aos amigos de sala de aula, aos professores e ao orientador Profº Dr. José Deocleciano de Siqueira Junior.
  • 5. RESUMO A finalidade deste trabalho é identificar qual é o perfil do agente de segurança de dignitário e conhecer os métodos adequados para este tipo de segurança. O estudo consiste em uma revisão de literatura, que foi baseada em uma pesquisa bibliográfica sobre a ‘segurança de dignitários’. Ao final, concluímos que, quanto ao perfil do agente de segurança de dignitários, entendemos que o profissional para exercer a função de agente de segurança de dignitários precisa ter conhecimentos técnicos e especializados na área de segurança e só poderá atuar após estar devidamente treinado e obter instruções inerentes ao seu serviço.
  • 6. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.....................................................................................................................08 1 SEGURANÇA....................................................................................................................10 1.1 CONCEPÇÕES DE SEGURANÇA................................................................................10 1.2 SERVIÇOS DE SEGURANÇA.......................................................................................13 2 SEGURANÇA: ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO......................................................15 2.1 ESTRATÉGIA MILITAR...............................................................................................15 2.2 ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS............19 3 SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS...................................................................................21 3.1 GESTÃO DAS COMPETÊNCIAS NOS SERVIÇOS DE SEGURANÇA...................22 3.2 PERFIL DO AGENTE DE SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS....................................29 CONCLUSÃO.......................................................................................................................38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................40 ANEXO I...............................................................................................................................42
  • 7. 9 INTRODUÇÃO Este estudo tem como proposta abordar o perfil do agente de segurança de dignitários e conhecer os métodos adequados para este tipo de segurança. Trata-se de um assunto relevante no contexto geral das atividades de segurança, pois, para atuar como agente de segurança, o indivíduo deve ter um perfil qualificado para exercer esta atividade. Além disso, os agentes de segurança de dignitários devem seguir determinadas orientações para o desempenho de suas funções. O problema de pesquisa que orienta este estudo é o seguinte: qual o perfil do agente de segurança de dignitários? É relevante observar que o Agente de Segurança, para dar uma maior proteção ao dignitário, deve ter conhecimento de todos os seus hábitos para evitar possíveis surpresas de riscos e atentados, para tanto, é preciso um planejamento adequado ao modo de vida do dignitário. Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo abordar qual é o perfil do Agente de Segurança para atender dignitários, e conhecer os métodos adequados para este tipo de segurança. O estudo consiste em uma revisão de literatura, que foi baseada em uma pesquisa bibliográfica sobre a ‘segurança de dignitários’. O método de pesquisa caracteriza-se como método exploratório, o qual explora as possibilidades e perspectivas de determinada situação. Segundo Yin (2005) a exploração começa com um fundamento lógico e com um direcionamento, mesmo que no final do estudo, as suposições iniciais não sejam confirmadas.
  • 8. 10 A estratégia de pesquisa foi baseada nos seguintes descritores: segurança; proteção; autoridade; dignitários. A amostra bibliográfica compreendeu as publicações – livros, revistas, artigos científicos e publicações da Internet – selecionados a partir de uma leitura prévia dos resumos indexados, tendo em vista os seguintes critérios de inclusão: a) Veículo de publicação: artigos e livros publicados em Português e/ou Inglês. b) Modalidade de produção científica: livros, artigos e trabalhos originais relacionados ao tema. c) Ano de publicação: de 1990 até 2008. Os dados foram tratados de forma qualitativa. A pesquisa qualitativa é um estudo não- estatístico que identifica e analisa profundamente dados não-mensuráveis – sentimentos, sensações, percepções, pensamentos, intenções, comportamentos passados, entendimento de razões, significados e motivações – de um determinado grupo de indivíduos. É importante observar que, em alguns casos, a pesquisa qualitativa também pode avaliar dados estatísticos. Para melhor compreensão deste estudo, o texto foi dividido em três capítulos. O primeiro capítulo: apresenta as definições referentes ao termo segurança e, também, sobre os serviços de segurança. O segundo capítulo: estratégia e planejamento’ abarcam os conceitos de estratégia e planejamento, para que os mesmos sejam integrados ao processo de segurança de dignitários. Por fim, o terceiro capítulo: apresenta o perfil do agente de segurança de dignitários e os mecanismos e procedimentos empregados na segurança de dignitários.
  • 9. 11 1 SEGURANÇA Este capítulo tem como objetivo apresentar definições acerca do termo segurança. Isto é necessário em virtude de que a análise do perfil do agente de segurança exige o conhecimento de termos específicos. Portanto, neste capítulo são apresentados algumas concepções de segurança e os serviços de segurança. 1.1 CONCEPÇÕES DE SEGURANÇA Nos dias atuais, uma das palavras mais citadas pelos meios de comunicação, e pessoas comuns é ‘segurança’. Em algumas ocasiões, a palavra é utilizada sozinha, outras vezes caracteriza algum assunto específico. Contudo, muitas vezes, as pessoas a citam sem saber o seu real significado no contexto da Gestão de Segurança, seja pública, ou seja, privada, confundindo o que é segurança e o que é proteção. Isto se dá porque, a maioria das publicações a respeito é originária dos Estados Unidos da América ou da Espanha, já que a experiência brasileira no tocante a garantia e integridade dos processos industriais é relativamente nova. Dentre os significados do termo segurança podemos destacar a noção de segurança relacionada à proteção (Security), que se refere a incidentes gerados de maneira intencional, não tendo relação a eventos gerados por falhas mecânicas ou humanas. Por sua vez, a segurança (Safety) propriamente dita, está relacionada a eventos gerados por falhas mecânicas ou humanas, ou seja, não intencionais.
  • 10. 12 Contudo, a fronteira entre ambos os significados é muito tênue e, em alguns momentos, teremos que abordar, além de assuntos ligados a security, outros relacionados com safety. Por isto, apesar da distinção dos significados em inglês, usaremos no decorrer do trabalho a palavra segurança como tradução para ambos os significados. No caso da segurança de dignitários, o termo segurança caracteriza-se como “uma série de medidas proporcionadas a uma autoridade que garantam, no sentido mais amplo possível, a sua integridade física” (FERREIRA, 2008). Existem outras concepções de segurança, conforme descrevemos a seguir. Segundo Dantas Filho (2005) considera-se ‘ordem pública’ a situação de convivência pacífica e harmoniosa da população, fundamentada nos princípios éticos vigentes na sociedade. Segurança Pública: atividade exercida para a preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos órgãos estatais dela incumbidos (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988). Segurança Privada: atividades desenvolvidas na prestação de serviços, com a finalidade de proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, bem como à segurança de pessoas físicas, realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer tipo de carga (Lei nº 7.102 - 1983, com a redação dada pela Lei nº 8.863 – 1994). Ou ainda, o conjunto de estruturas (atividades) e de funções que deverão produzir atos e processos capazes de afastar ou eliminar riscos que possam afetar a vida, a incolumidade e a propriedade das pessoas, mediante o emprego de organizações privadas, autorizadas pelo poder público (PORTELLA, 2004). Poder de Polícia: é o uso legal da força, visando à manutenção ou restabelecimento da Ordem Pública. O uso da força é monopólio do Estado, sendo atributos do Poder de Policia: a) Coercitivo – não há opção.
  • 11. 13 b) Auto-executável – não há consulta previa ao judiciário. c) Discricionário – obedece ao previsto na lei. Segundo Portella (2004), poder de polícia é a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a pratica de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, aos costumes, à ordem, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do poder público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Instituição de Segurança: é o conjunto de pessoas ou grupo autorizado ao uso da forca física para regularizar as relações interpessoais dentro de um grupo social, mediante autorização desse grupo (PORTELLA, 2004). Segurança: é a situação em que haja isenção de riscos. Como a eliminação completa de todos os riscos é praticamente impossível, a segurança passa a ser um compromisso acerca de uma relativa proteção da exposição a riscos (PORTELLA, 2004). RISCOS: uma ou mais condições com potencial para causar danos a pessoas, a equipamentos, ao meio-ambiente ou aos processos (PORTELLA, 2004). Existe também outra definição: expressa uma probabilidade de possíveis danos, dentro de um período específico de tempo ou número de ciclos operacionais, podendo ser indicado pela probabilidade de um acidente multiplicado pelo dano expresso em moeda, vidas ou unidades operacionais (PORTELLA, 2004). Análise de Riscos: é a atividade dirigida à elaboração de uma estimativa (qualitativa e quantitativa) dos riscos, baseada em engenharia de avaliação e técnicas estruturais para promover a combinação das freqüências e conseqüências de cenários acidentais. Seu objetivo é identificar, determinar e quantificar todos os perigos de um sistema de produção, associando ao risco a atividade, através de metodologias e técnicas apropriadas (PORTELLA, 2004).
  • 12. 14 Avaliação de riscos: é o processo mediante o qual realizamos a valoração e ponderação dos fatores de risco, comparando os resultados da análise de riscos com os critérios de tolerabilidade previamente estabelecidos (PORTELLA, 2004). 1.2 SERVIÇOS DE SEGURANÇA Os serviços de segurança incluem instalações e barreiras físicas, recursos humanos e equipamentos para a defesa do patrimônio e dos interesses dos proprietários, seguindo as normas e os procedimentos por eles estabelecidos e dentro dos limites de seu direito de propriedade. Um sistema de segurança, organizado de forma privada, tem por objetivo restringir, controlar e monitorar acessos às pessoas e patrimônios, em possível conexão com o sistema de segurança pública, que com legitimidade, pode empregar a força no aprisionamento e perseguição de agressores de propriedades e indivíduos. As diversas demandas causadas pelo crime organizado ameaçam a sociedade e o Estado. Como se sabe, a atuação da polícia não é eficiente, devido ao despreparo, falte de motivação, baixos salários, falta de equipamentos necessários à prevenção dos crimes 1 , contudo, o número de agentes da Força de Segurança Pública é superior ao número de oficiais das Forças Armadas e muitos deles possuem desempenho marcante na segurança privada, até mesmo como segunda ocupação de trabalho autorizado. Nesse sentido, Dantas Filho (2004, p. 10) argumenta que deve haver uma força militar, com técnicas e táticas baseadas em uma doutrina, com poder de combate compatível com o do 1 Com referência ver artigos no site: http://www.casodepolicia.com/2008/07/08/o-ponto-de-vista-de- um-despreparado/, acessado em janeiro de 2009.
  • 13. 15 oponente, apta a cumprir a missão de conquistar, manter e pacificar determinada área, com o apoio eficaz dos órgãos de segurança pública e de outros setores do campo social, e sempre com respaldo jurídico compatível. No caso da segurança de dignitários, também podem ocorrer assaltos, seqüestros, ameaças entre outros. Para cada ação infratora é necessária uma legislação específica, que deve ser conhecida por aqueles que exercem a segurança de um modo geral, privado ou público, e técnicas de prevenção devem ser adotadas. Os agentes de segurança patrimonial e/ou pessoal, devem ser qualificados e reciclados conforme a necessidade de conhecimento de novos recursos tecnológicos disponíveis. De acordo com Oliveira (2004), os recursos humanos contratados direta ou indiretamente pelos sistemas privados envolvem-se principalmente na prevenção e investigação de crimes contra patrimônios e pessoas. O policiamento público atuaria principalmente nas ocorrências em que o uso da força faz-se necessário, ou em situações em que o registro de crimes implica a atuação policial. Uma das características principais do sistema supracitado que merece destaque é o impedimento e controle de acesso às propriedades. Neste contexto, as barreiras físicas geralmente são as principais responsáveis pelo impedimento de acesso às propriedades, podendo ser aumentada sua efetividade com sistemas eletrônicos de detecção de invasões e com o emprego de vigilantes. O impedimento ao acesso pode ser requerido tanto para a segurança de propriedades do Estado quanto da iniciativa privada. Entre as principais ações para o sucesso da segurança privada está a preparação do pessoal de segurança e a identificação e controle desses procedimentos; a seguir apresentamos de maneira resumida as ações de preparação de pessoal e as medidas de identificação e controle de acordo com Dantas Filho (2004, p. 136-147).
  • 14. 16 Como se sabe, um dos principais objetivos da empresa é obter mentalidade de segurança. Todos devem participar desse processo e para isso, é necessário um programa de instrução sobre segurança, que deve conter a doutrina de segurança, campanha educativa, treinamento intensivo e simulado. Para que, tudo o que foi relatado até aqui, seja possível é preciso uma estratégia de segurança, assim o capítulo a seguir aborda os conceitos de estratégia e planejamento. 2 SEGURANÇA: ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO Este capítulo tem como objetivo apresentar os conceitos de estratégia e planejamento, para que se possam abordar tais conceitos no âmbito da segurança de dignitários. Assim, são apresentados os conceitos de estratégia militar e de estratégia e segurança de dignitários. 2.1 ESTRATÉGIA MILITAR Estratégia: arte militar de escolher onde, quando e com quem travar um combate ou uma batalha, explorando condições favoráveis com o fim de alcançar objetivos específicos de forma articulada de unir a ação, os objetivos e os desafios de maneira que, juntos possam chegar ao resultado almejado. As escolhas estratégicas são opções vitais, Oliveira (2003). Nas grandes guerras mundiais, a estratégia era quase sempre utilizada pelos generais e, assim, ficou conhecida com a ‘arte dos generais’.
  • 15. 17 De acordo com Clausewitz (2005, p. 133), estratégia é a aplicação da batalha para conquistar o fim da guerra. Precisa, portanto, prover de uma finalidade toda a ação militar, que deverá ser compatível com o objetivo da guerra. Em outras palavras, o papel da estratégia é configurar o plano da guerra e, nesse sentido, junta a série de ações que devem levar à decisão final, ou seja, planeja as campanhas em separado e estabelece regras para os combates que serão executados. Tal planejamento somente pode ser feito com base em conjecturas, algumas das quais descobre-se depois que estavam completamente erradas. Isso mostra que muitos outros planos não podem ser feitos com antecedência, evidenciando que a estratégia terá de estar no campo de batalha lado a lado com o exército, para, ‘in loco’, organizar os detalhes e para fazer, no plano geral, as mudanças exigidas continuamente na guerra. Portanto, o trabalho da estratégia é contínuo, pois as condições da luta podem pedir sua interferência a qualquer momento. Para Clausewitz (2005), em estratégia tudo é muito simples, contudo, por essa razão, torna-se extremamente complexa. Assim, também, devem ser as ações envolvidas na segurança de dignitários: medidas simples somadas a mecanismos eficazes, que formam uma estratégia de segurança complexa e eficiente. De acordo com Sun Tzu (2005) existe uma série de princípios que governam a formulação de estratégias. Esta série inclui: o princípio da escolha do campo de batalha; o princípio da concentração de forças; o princípio do ataque; o princípio das forças zheng (diretas) e qi (indiretas). Tais princípios também podem ser empregados no contexto da segurança de dignitários. O princípio da escolha do campo de batalha consiste na formulação de metas estratégicas. Uma vez completada a avaliação situacional e tomada à decisão pela guerra, o passo seguinte é preparar-se para o combate. A preparação envolve a formulação de conformidade com dois aspectos: metas e estratégias. No caso da segurança de dignitários, o
  • 16. 18 princípio da escolha do campo de batalha consiste na formulação de metas estratégicas que visam à proteção do dignitário, ou seja, uma avaliação completa da situação e a preparação dos agentes para atuarem conforme o contexto, utilizando os mecanismos adequados para a estratégia de segurança de um dignitário. O princípio da concentração de forças de Sun Tzu reconhece que força relativa, e não força absoluta, no ponto de contato, determina o resultado da batalha. No caso da segurança de dignitários, são os mecanismos adequados (força relativa), empregados no momento da segurança (ponto de contato), que determinam a qualidade e eficiência da segurança (resultado da batalha) de um dignitário. O princípio do ataque é a terceira dimensão subjacente à formulação de estratégias. No contexto da segurança de dignitários o que se espera é que tudo ocorra de forma harmônica, sem que os agentes precisem utilizar mecanismos agressivos no momento da segurança. Entretanto, no caso de alguma suspeita, prevalece o princípio do ataque, por exemplo: caso alguma pessoa se dirija ao dignitário de modo agressivo, está pessoa será barrada antes que consiga chegar ao seu alvo, que é o dignitário. A invencibilidade na defesa depende de seus próprios esforços, enquanto a oportunidade de vitória depende do inimigo. Conclui-se que os habilidosos em práticas guerreiras podem se tornar invencíveis, mas não podem fazer com que o inimigo seja vulnerável (SUN TZU, 2005, p. 133). O princípio de ‘zheng’ e ‘qi’ (forças diretas e indiretas) traz o seguinte comentário de Sun Tzu (2005, p. 151): “o fato de um exército se capaz de sustentar seus ataques ao inimigo sem sofrer derrotas deve-se às operações das forças e manobras diretas e indiretas”. Na formulação de estratégias esse é o ultimo princípio segundo Sun Tzu. A força ‘zheng’ pode ser tomada como a força real, norma ou direta. Similarmente, a força ‘qi’ pode significar a força de surpresa, extraordinária, indireta ou de dissimulação. Com este princípio,
  • 17. 19 reconhece-se que para vencer batalhas precisa-se de vantagens suplementares para encaminhar a batalha a nosso favor. Isto pode ser alcançado com o emprego de forças diretas e indiretas, onde as primeiras normalmente pavimentam o caminho para a aplicação das últimas. No que se refere à segmentação estratégica, para a solução de qualquer problema de decisão em atividades empresariais podem ser visualizadas as seguintes etapas: a) Percepção da necessidade de decisão ou oportunidade. b) Formulação de alternativas de ação. c) Avaliação das alternativas em termos de suas respectivas contribuições. d) Escolha de uma ou mais alternativas para fins de execução. O modelo proposto por Ansoff apud Lobato (2000) contempla essas quatro etapas, dando ênfase as duas primeiras. No delineamento do método utiliza-se um procedimento de busca para chegar até uma estratégia. Isto é realizado através de um processo em “cascata”; no início, as regras de decisões possíveis são formuladas em termos grosseiros e são sucessivamente refinadas pela passagem por diversos níveis, à medida que prossegue o processo de solução. A primeira etapa consiste na escolha entre as duas alternativas principais: diversificar ou não diversificar as atividades da empresa. A Segunda etapa é a escolha de um conjunto bastante amplo de produtos e mercados para a empresa, a partir de uma lista de categorias industriais igualmente amplas. A terceira é a refinação desse conjunto em termos de características ou combinações de produtos e mercados.
  • 18. 20 Por fim, a quarta refere-se à característica do método é o processo de feedback, pois na busca da melhor solução, nos estágios finais poderão surgir informações que coloquem em dúvida as decisões anteriores. 2.2 ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS Planejar é o processo racional para definir prioridades e meios de atingi-los; para isso é preciso conhecer, inicialmente, a missão e definir a finalidade e as condições de execução. No caso da segurança de dignitários, para cada tipo de autoridade ou celebridade é preciso uma estratégia e um plano de ação diferente. Por exemplo, a estratégia de segurança de um Presidente não é a mesma empregada na segurança de um astro de Rock. Apesar de algumas medidas serem semelhantes, o contexto é diferente, portanto, a missão (tipo de segurança de dignitário), leva a definição da finalidade e caracteriza as condições de execução. O planejamento procura proporcionar à segurança de dignitários uma situação de eficiência, eficácia e efetividade. A eficiência é cumprir seu dever; resolver problemas; fazer as coisas de maneira adequada; salvaguardar os recursos aplicados e reduzir os custos. A eficácia é fazer as coisas certas; produzir alternativas criativas; obter recursos; maximizar a utilização de recursos e aumentar o lucro. A efetividade é manter-se no ambiente e apresentar resultados globais positivos, permanentemente, ao longo do tempo (DANTAS FILHO, 2004). O planejamento pode e deve ser empregado em qualquer tipo de situação de segurança. Segundo Dantas Filho (2004), o planejamento pode ser: estratégico (possibilita estabelecer metas para a tomada de decisão) ou tático (com conteúdo detalhado, caracterizado
  • 19. 21 como plano de ação). O planejamento tático visa cumprir as metas estabelecidas no planejamento estratégico. No caso da segurança de dignitários, deve ser realizado um planejamento estratégico (medidas gerais para a tomada de decisão e metas a serem alcançadas durante o trabalho de segurança de dignitário), e o planejamento tático (plano de ação para cumprir o planejamento estratégico formulado para a segurança de dignitário). Na segurança de dignitários, bem como em outras situações em que pode ser empregado, o planejamento estratégico consiste na avaliação da conjuntura; seguida pela determinação de uma política de ação (o que fazer, fixando os valores, metas e objetivos a atingir); definição de uma estratégia; orçamento dos recursos disponíveis para apoiar as ações estratégicas; e a expedição de diretrizes para cada caso de segurança de dignitário. Toda e qualquer ação de segurança de dignitário deve possuir um plano de segurança (plano estratégico e tático). Na segurança de dignitários as ações não são realizadas de modo aleatório, antes do evento em que a segurança será realizada, é traçado um plano de ação, cada agente possui uma missão específica e, também, deve conhecer os mecanismos para tomar uma decisão de emergência, caso seja necessário. No caso da segurança diária, os agentes também têm planos estratégicos e táticos, que é seguido nas ações de segurança de dignitários. O plano de segurança de dignitários deve levar em consideração: a) a deslealdade, atos de hostilidade e subversão, pois, qualquer indivíduo que desperte suspeita, deve ser investigado; b) os descuidos e acidentes, podem interromper uma operação e causar baixas; c) a sabotagem, espionagem, furto e roubo, já que estas ameaças envolvem tentativas deliberadas.
  • 20. 22 O plano de segurança de dignitários deve conter: plano de defesa (estratégico e tático). Uma vez elaborados os referidos planejamentos o sistema de segurança está completo. Com referência no que foi apresentado até momento, o capítulo a seguir passa a abordar a segurança de dignitários. 3 SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS Este capítulo constitui o ponto central do presente estudo. Pretende-se caracterizar o perfil do agente de segurança de dignitários e os mecanismos e procedimentos empregados na segurança de dignitários. Dignitário é aquele que exerce cargo elevado, com alta graduação honorífica e que foi elevado a alguma dignidade. Dentre os dignitários estão as autoridades (presidentes, papas, etc.), as celebridades (astros do cinema, da música, etc.) e, também, pessoas que por motivos específicos se tornam potenciais alvos de hostilidade e necessitam utilizar este tipo de segurança. A segurança pode ser compreendida como uma série de medidas proporcionadas ao dignitário, que visam garantir, de modo mais amplo possível, a sua integridade física. A segurança de dignitários é muito importante, entre os dignitários estão, além das autoridades relevantes do cenário mundial, pessoas que são considerados alvos em potencial para uma hostilidade, como personalidades polêmicas, o pessoal integrante dos sistemas de informações, juntamente com seus familiares, pois estes são detentores do conhecimento, pretendido pelo elemento adverso (FERREIRA, 2008).
  • 21. 23 3.1 GESTÃO DAS COMPETÊNCIAS NOS SERVIÇOS DE SEGURANÇA Em qualquer trabalho de segurança, o material humano (agente) é de suma importância. Para atuar na segurança de dignitários, o agente deve possuir características específicas, como: resistência à fadiga; lealdade; honestidade; discrição; manejo de armas; coragem; dedicação; inteligência; decisão; noções de defesa pessoal; nível intelectual e cultural; experiência policial; idade entre 26 e 45 anos. O conjunto de todas estas características forma as competências necessárias para o trabalho como agente de segurança de dignitários. Desta forma, o presente capítulo abarca a questão da competência no ambiente empresarial de modo geral, para que se possa compreender a importância da competência no âmbito da segurança de dignitários. Com o passar do tempo, a Administração de Empresas assumiu uma nova postura, onde o foco passou a ser as pessoas. Mas, as diversas mudanças ocorridas no cenário organizacional não ocorreram de forma fugaz, mas sim, de maneiras lentas, arrastando-se a curtos passos até o século XIX, acelerando-se a partir do início do século XX, o que provocou mudanças aceleradas no ambiente organizacional. Segundo Ambioni (2006), a Administração sofreu diversas influências: a) Dos filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles nos conceitos de Administração na Antigüidade. Com o advento da Filosofia Moderna, destacam-se Bacon e Descartes. b) A organização eclesiástica da Igreja Católica influenciou o pensamento administrativo.
  • 22. 24 c) A organização militar influenciou a Administração, contribuindo com alguns princípios que a teoria administrativa assimilaria e incorporaria mais adiante. d) A Revolução Industrial criou o contexto industrial, tecnológico, social, político e econômico que permitiu o surgimento da teoria administrativa. e) Os economistas liberais (como Adam Smith), proporcionaram razoável suporte para o aparecimento de alguns princípios de Administração que teriam aceitação posteriormente. As idéias de Marx e Engels promoveram o surgimento do socialismo e do sindicalismo. f) A influência dos pioneiros e empreendedores foram fundamentais para a criação das condições básicas para o surgimento da Teoria Administrativa. De acordo com Peter Drucker (2003), mesmo com tantas mudanças, existem dois conjuntos de generalizações que se aplicam à maioria das empresas a maior parte do tempo: uma com respeito aos seus resultados e recursos e outra referente aos seus esforços. Em conjunto, elas levam a um número de conclusões relativas à natureza e à direção do trabalho da empresa. Tais afirmações também são relevantes para uma empresa de serviços de segurança, pois, neste caso, os recursos humanos e a valorização das competências individuais são essenciais para a estratégia do negócio. Assim, as empresas buscam talentos, ou seja, pessoas dotadas de competências, que possam ser representativos no contexto organizacional. Portanto, para que possa ser um bom agente de segurança, é preciso que o indivíduo tenha as competências necessárias para desempenho de suas atividades, ou melhor, tenha o perfil
  • 23. 25 adequado à sua profissão. Segundo Ferreira (2008) as competências necessárias ao trabalho de segurança de dignitários são: resistência à fadiga; lealdade; honestidade; discrição; manejo de armas; coragem; dedicação; inteligência; decisão; noções de defesa pessoal; nível intelectual e cultural; experiência policial; idade entre 26 e 45 anos. Para que um agente de segurança de dignitários realize seu trabalho com efetividade, eficácia e eficiência, é fundamental que o mesmo detenha: a) Conhecimento = saber: por conhecimento não se entende apenas a quantidade de informação que a pessoa detêm (know-how), mas também a disposição para aprender, para ampliar seus conhecimentos, transmitir e compartilhar esses conhecimentos quando necessário. b) Habilidade = saber fazer: não basta ter conhecimento, é preciso saber como colocá-lo em prática, saber trabalhar em equipe, liderar, motivar e promover a comunicação. c) Julgamento = saber analisar: é preciso saber avaliar uma situação, saber obter dados e informações precisas, ter discernimento para a tomada de decisão adequada, no momento certo, ponderar com equilíbrio e definir prioridades. d) Atitude = saber fazer acontecer: é preciso que o agente de segurança tenha atitude empreendedora, saiba tomar decisões acertadas, saiba gerenciar os riscos, tendo em vista os resultados esperados. Tendo em vista os argumentos supracitados, podemos afirmar que é imprescindível que o agente de segurança apresente as seguintes competências individuais: conhecimento, habilidade, julgamento, atitude. Tais competências, aliadas às competências como resistência à fadiga; lealdade; honestidade; discrição; manejo de armas; coragem; dedicação; inteligência; decisão; noções de defesa pessoal; nível intelectual e cultural; experiência policial; idade entre
  • 24. 26 26 e 45 anos; formam o perfil do agente de segurança de dignitários exigido pelo Batalhão de Operações Especiais (BOP). Existe uma forte ligação entre as competências organizacionais e as individuais, assim, o estabelecimento das competências individuais deve estar vinculado à reflexão sobre as competências organizacionais, uma vez que há uma influência mútua sobre elas. Portanto, as gestões de pessoas baseadas em competências buscam talentos para transformá-los em capital humano. Isto também deve ser um objetivo das empresas de serviços de segurança, sobretudo, no âmbito da segurança de dignitários. As informações descritas abaixo se referem ao valor do conhecimento adquirido pelos profissionais da área de segurança durante o desempenho de suas atividades dentro de uma determinada instituição: De acordo com Santiago Jr. (1994), os ativos intangíveis que agregam valor à maioria dos produtos e serviços são baseados em conhecimentos. Entre eles é possível citar: know- how técnico, entendimento do cliente, criatividade pessoal e inovação. A grande dificuldade se encontra exatamente na medição destes valores, pois ao contrário dos estoques financeiros e materiais, o valor econômico do conhecimento não é facilmente compreendido, classificado e medido. Neste contexto, podemos afirmar que o valor de uma organização está cada vez mais desvinculado daquele de mercado, ainda mais devido à extrema dificuldade de mensuração do valor de seus ativos intangíveis. Estas dificuldades levam o mercado a valorizar o capital humano no ambiente organizacional. A inteligência é o novo tipo de ativo e este ativo é essencial para a segurança de dignitários. Não se comporta como os outros tipos de ativos e nisso reside o paradoxo. Ao contrário dos outros bens, a inteligência não pode ser dada de presente e será sempre
  • 25. 27 conservada, mesmo que compartilhada. Também não é possível possuir a inteligência de outra pessoa, por mais que seja dono da empresa na qual essa pessoa trabalha. Se a pessoa sair da empresa e for para outra, levará consigo a inteligência (HANDY, 1994, p. 31). A inteligência concentrada, a capacidade de adquirir e aplicar o conhecimento e o know-how são as novas fontes de riqueza, no entanto, impossível transmiti-los às demais pessoas por decreto. A boa notícia é que, por outro lado, não é possível impedir que as pessoas consigam adquiri-los. Dai a importância do capital humano. A partir do capital humano, a gestão de pessoas por competências busca a formação do capital intelectual. Segundo Chiavenato (2005, p. 28) “transformar capital humano em capital intelectual”. Portanto, a partir das competências individuais dos agentes de segurança, a empresa de serviços de segurança deve promover a transformação do capital humano em capital intelectual, ou seja, deve promover o treinamento adequado de seus agentes, a valorização de suas competências e a promoção do conhecimento no sentido de melhorar a qualidade do serviço prestado. Transformar capital humano em capital intelectual pode ser um grande diferencial competitivo para a organização em seu segmento de mercado (BROXADO, 2001). A função da gestão do capital intelectual é então reverter à tendência normal. Sua tarefa é focalizar a empresa em oportunidades e afastá-la de problemas, recriar a liderança e neutralizar a tendência à mediocridade, substituir a inércia por nova energia e nova direção (DRUCKER, 2003). A empresa de serviços de segurança, ou ainda, a escolha do agente de segurança de dignitários, deve compreender: competências individuais; desempenho da força de trabalho; compromisso; adaptabilidade e flexibilidade; cultura de excelência. Tais valores promoverão maior produtividade; melhor qualidade dos serviços prestados; inovação; e,
  • 26. 28 conseqüentemente, satisfação do cliente. Tudo isto, implicará em maior valor econômico agregado; ampliação do negócio (crescimento) de forma organizada; maior participação no mercado (mais competitividade); e, maior lucratividade. É importante notar que todo esse processo tem início nas competências individuais, ou seja, é preciso que os agentes de segurança tenham o perfil adequado para a realização de seu trabalho. Numa empresa de serviços de segurança, para a seleção de um agente de segurança de dignitários, é preciso que a gestão de talentos tenha processos específicos: a) Processos de agregar pessoas – recrutamento e seleção – devem ser selecionados e recrutados agentes que tenham o perfil adequado para a execução dos serviços prestados pela empresa. b) Processos de aplicar pessoas – modelagem do trabalho e avaliação do desempenho – o trabalho deve seguir um planejamento de segurança determinado pelas lideranças de acordo com cada situação, este planejamento, bem como as ações dos agentes de segurança devem ser avaliadas para que possam ser, caso necessário, modificadas para melhor execução dos serviços de segurança. c) Processos de recompensar pessoas – remuneração, benefícios e incentivos – a empresa precisa ter um plano de remuneração, benefícios e incentivos, adequado ao seu segmento de mercado, para esperar o melhor do funcionário, é preciso que a empresa ofereça o seu melhor. d) Processos de desenvolver pessoas – treinamento, desenvolvimento e aprendizagem – uma empresa de serviços de segurança deve investir, constantemente, no treinamento, desenvolvimento e aprendizagem dos
  • 27. 29 agentes de segurança, para que estes possam executar seus serviços com mais qualidade, eficácia, eficiência e efetividade. e) Processos de manter pessoas – higiene e segurança, qualidade de vida, relações com empregados – a empresa precisa investir, também, na motivação pessoal de seus empregados, para que estes permaneçam na empresa. No segmento de empresas de serviços de segurança, a confiança e lealdade do agente de segurança é muito importante, além disso, ao permanecer na empresa por um período maior, o agente de segurança tem maior conhecimento de suas tarefas e pode executá-las de forma mais eficiente. f) Processos de monitorar pessoas – banco de dados, sistemas de informação gerencial – a empresa precisa manter informação atualizada sobre todos os seus funcionários. Uma empresa de serviços de segurança precisa ter como foco a COMPETÊNCIA NOS NEGÓCIOS + COMPETÊNCIA EM CAPITAL HUMANO + COMPETÊNCIA EM MUDANÇA = CREDIBILIDADE. A credibilidade é essencial para os serviços de segurança, como um cliente pode deixar a segurança de sua empresa, seu patrimônio, ou de sua própria pessoa por conta de uma empresa na qual não tem confiança. Portanto, as empresas de serviços de segurança devem investir nas competências para conquistar a credibilidade de seus clientes.
  • 28. 30 3.2 PERFIL DO AGENTE DE SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS Este item implica na descrição do perfil do agente de segurança de dignitários, como foi visto no item anterior existe um conjunto de competências necessárias para que um indivíduo possa se tornar agente de segurança. A segurança de dignitários implica em um conjunto de medidas técnicas que visam salvaguardar a pessoa do dignitário. De acordo com Cavalcante (2008), os seguranças de verdade são profissionais pagos para acreditar que a qualquer momento poderão ser exigidos a ganhar o seu dinheiro da forma mais dura e arriscada possível. São sabedores de que em todo planejamento de segurança existe uma possibilidade de falha impossível de ser eliminada, e tal constatação apenas justifica todo um redobrar de cuidados, o qual nem sempre é compreendido, tanto pelos protegidos e pelo público em geral. Em se tratando de segurança pessoal não existem ‘receitas de bolo’ e todos os planejamentos devem ser particularizados, especialmente dimensionados para fazer frente aos perigos a que um referido dignitário possa estar sujeito. Assim sendo, uma determinada autoridade pode estar convenientemente protegida em sua casa térrea e sem muros, escoltada por dois agentes desarmados (ou ‘apenas’ portando pistolas ou revólveres), enquanto que, num outro extremo, a autoridade, potencial ‘alvo’, pode ser considerado extremamente vulnerável, ainda que cercado por uma verdadeira parede humana, armada com fuzis e metralhadoras portáteis. Numa abordagem de senso comum, quando se pensa em ‘Segurança de Autoridades’ normalmente vem à mente dispendiosos ‘esquemas’ de escoltas com agentes corpulentos, policiamento ostensivos, numerosos veículos, batedores, helicópteros, mas nem sempre estes
  • 29. 31 são os fatores chave para uma segurança de pessoas importantes. Por maior que seja o desejo de manter o protegido a salvo, não se pode simplesmente ‘esconder’ o político ou a autoridade, ainda que sob a alegação de garanti-lo. Por outro lado, a ostentação dos numerosos recursos de proteção, por si só, não garante a incolumidade de quem quer que seja, da mesma forma que a simples ‘seleção’ de militares, policiais, ex-militares, lutadores ou de quaisquer outros ‘elementos de confiança’, ainda que ‘fortemente armados’, não se constitui num convencimento eficaz em se tratando de adversários inteligentes, capazes de planejar, treinados e determinados. A proteção permanente de personalidades sob ameaça é uma missão delicada, que vem a exigir qualificação dos efetivos empregados, meios e equipamentos adequados para fazer frente a cada risco específico, de forma que se possa garantir a integridade dos segurados com um mínimo de contrariedades ou alterações no cumprimento de suas agendas de trabalho. Cavalcante (2008) argumenta que um bom serviço de segurança de dignitários deve ser precedido por um bom planejamento estratégico das ações de segurança, onde podem ser avaliados os possíveis riscos e todas as ações a serem tomadas: A execução de uma boa segurança seja ela em que ambiente o for, deve ser precedida de um elaborado planejamento, no curso do qual se avaliará todas as informações disponíveis sobre riscos (possibilidades de perigos, atentados, acidentes e contrariedades em geral), inimigos e adversários da autoridade, identificação (se possível com fotografias) de grupos ou de pessoas, avaliação de recursos à disposição dos adversários que possam ser empregados em ações de atentado, histórico de ações anteriores perpetradas pelos referidos grupos ou indivíduos, seus ‘modus operandi’, denúncias anônimas, informações da procedência mais diversa, informações sigilosas, etc. É objetivo da segurança antecipar-se às ações de atentado, determinando os prováveis inimigos, seus meios de ação, apontando as deficiências de procedimentos, vulnerabilidades do local onde a autoridade habita e por onde normalmente
  • 30. 32 circula ou trabalha, de forma a poder estabelecer os cursos de ação adequados à equipe de segurança. Todos aqueles que tem alguma responsabilidade no âmbito da segurança tem que estar cientes daquilo que deles se espera: do simples porteiro ou vigilante, do motorista dos carros do comboio aos agentes de segurança do círculo aproximado. Todo encarregado de segurança pessoal deverá lembrar-se da velha máxima: ‘Onde quer que você tenha de atuar, que a sua mente já tenha estado lá antes!...’. Todos os cenários de atuação previsíveis devem ser objeto de estudo e os membros da segurança deverão estar conscientes de seus papéis em face das contingências previstas. Como chegar e sair com a autoridade na sua residência? Como proceder para garanti-la e aos seus enquanto na residência? Como chegar e sair com o mesmo de seu local de trabalho? Como protegê-lo enquanto no local de trabalho? Quais cuidados devem ser adotados nos deslocamentos? Quais as melhores rotas de acesso e fuga? Quais os hospitais, postos policiais ou aquartelamentos militares que possam proporcionar auxílio numa emergência? Poder-se-á contar com cobertura aérea? Como proceder no clube, restaurante ou casa de praia ou ainda num evento público de grandes proporções?... A segurança será disposta em círculos, os quais tem como centro a figura da autoridade protegida. Todas as ações de uma equipe de segurança são prévias e às vezes até exaustivamente ensaiadas, de forma que cada integrante da equipe de segurança conheça o seu papel no dispositivo de proteção e o cumpra de maneira rápida e eficaz. Não devemos esquecer que, onde quer que o segurado possa ser esperado, lá o perigo poderá estar à espreita; e os agentes de segurança têm por obrigação - extremamente difícil por sinal - não se deixarem apanhar de surpresa. Tem que planejar para evitar a materialização do perigo, e se treina para conseguir uma reação sempre mais rápida, no caso de advirem situações críticas reais.
  • 31. 33 Segundo Batalhão de Operações Especiais do Distrito Federal, as principais vulnerabilidades no caso da segurança de dignitários são: a) rotina; b) trabalho de improviso; c) falta de motivação na realização do trabalho de segurança; d) despreparo do agente de segurança; e) falta de informações para a realização do trabalho; f) falta de interação do dignitário com o sistema de segurança. De acordo com o Batalhão de Operações Especiais do Distrito Federal, a segurança de dignitários implica nos seguintes princípios: a) princípio da preservação; b) princípio da iniciativa; c) princípio da surpresa; d) princípio da simplicidade; e) princípio da coordenação; f) princípio do comportamento de massa; g) princípio do emprego da força; e, h) princípio da maneabilidade. As principais atribuições do serviço de segurança de dignitários são (BOP/DF, 2008): a) controle e emprego dos agentes; b) planejamento e execução de instrução; c) inspeções em locais e itinerários diversos; d) coordenação com as Polícias Civil e Militar e outros Órgãos; e) serviço de Guarda; f) controle de bagagem;
  • 32. 34 g) controle de correspondência; h) controle e verificação de alimentos; i) controle de equipamentos; j) códigos de comunicação; k) levantamento de dados e acompanhamentos de empregados; l) controle de investigações especiais; m) arquivo de levantamentos. O Batalhão de Operações Especiais do distrito Federal descreve em seu edital uma série de atributos (competências), exigidos para que um indivíduo possa exercer a função de agente de segurança de dignitários, são eles: a) resistência à fadiga; b) lealdade; c) honestidade; d) discrição; e) manejo de armas; f) coragem; g) dedicação; h) inteligência; i) decisão; j) noções de defesa pessoal; k) nível intelectual e cultural; l) experiência policial; m) idade entre 26 e 45 anos.
  • 33. 35 Nesse processo destacam-se os atributos do agente de segurança, a maioria dos atributos desejáveis é desenvolvida pela instrução, treinamento e vivência, portanto, um agente deve possuir (DANTAS FILHO, 2004): a) vivacidade, que é o estado de espírito de estar sempre alerta; b) tato, que é a capacidade de agir com cuidado e discrição, visando a evitar ferir a suscetibilidade das pessoas; c) autocontrole, que é a capacidade de controlar sentimentos, emoções e reações, demonstrando serenidade diante de situações anormais; d) coragem, que é a capacidade de enfrentar, com energia e destemor, situações difíceis; e) lealdade, que é a capacidade de ser fiel, sincero, franco e honesto com as instituições e seus integrantes; f) compreensão e expressão verbal, que é a capacidade de entender e transmitir com clareza, precisão e correção os fatos apresentados; g) espírito de cooperação, que é a capacidade de colaborar, participando ativa e harmoniosamente de um trabalho ou situação, contribuindo para a sua concretização ou solução. O agente de segurança deve dedicar especial atenção á sua apresentação individual, como uniforme, corte de cabelo e barba. Além disso, para a atuação dos agentes de segurança ser eficaz, é necessário que exista fiscalização em todos os níveis. Um outro ponto importante é a organização da equipe de agentes de segurança. O normal é organizar a guarda em postos fixos. Entretanto, se a área onde o dignitário estiver for muito extenso é preciso existir uma equipe responsável para ligar os postos e recobrir suas áreas. Um ou mais agentes de segurança devem estar junto ao dignitário para realizar a sua segurança pessoal.
  • 34. 36 Quanto à instrução, treinamento e supervisão dos agentes de segurança, Dantas Filho (2004) afirma que a instrução para todos os agentes envolvidos na segurança do dignitário deve ser ministrada no início da atividade, devendo ser reciclada periodicamente, visando a reavivar conceitos e atualizar conhecimentos. Todo aquele que exerce função de chefia deverá elaborar procedimento operacional padrão, que deverá ser atualizado sempre que necessário. Dantas Filho (2004) observa que a supervisão visa a manter o pessoal de serviço alerta e bem apresentado. A avaliação criteriosa do sistema de segurança permite a realização de mudanças e atualizações. As primeiras atividades devem ser acompanhadas por pessoas experientes em segurança. O programa de instrução deve conter: a) direitos e deveres dos agentes de segurança; b) técnicas e métodos que auxiliam a identificar falhas na segurança; c) confecção de livro registro de ocorrências (relatório), respondendo, sempre que possível, às perguntas: o quê, quem, quando, como, onde, por quê; d) utilização dos meios de comunicações; e) táticas e técnicas de segurança individual, coletiva e patrimonial; f) instrução de armamento e munição letais e não letais, e tiro com técnicas de emprego de armas e medidas de segurança; g) prática de tiro individual; h) técnicas de observação, memorização e descrição de fatos relevantes para registro imediato; i) técnicas de infiltração em áreas de segurança e de neutralização da guarda ou escolta; j) noções de primeiros socorros com utilização do material disponível;
  • 35. 37 k) noções de combate a incêndio, com utilização do material existente e conhecimento de sua localização; l) para realizar o teste de vulnerabilidade, deve-se criar um caso hipotético, com pessoal capaz de desempenhá-lo, o mais próximo da realidade; m) a troca de guarda deve, sempre que possível, procurar fugir da rotina. O responsável pelo serviço deve ter autorização para realizá-la nas horas pares, ímpares ou fracionadas, podendo, também, reduzir a permanência dos agentes de segurança nos postos. De acordo com o Batalhão de Operações Especiais do Distrito Federal, a boa execução do esquema de segurança de dignitários depende do estudo minucioso e da aplicação correta dos aspectos a serem observados na Escolha de Itinerários, porém é preciso que o agente de segurança esteja sempre preparado para qualquer eventualidade, até mesmo para improvisações, porque ao elemento adverso cabe a iniciativa com quase 100% (cem por cento) de probabilidade de êxito. (para maiores informações acerca do plano de segurança de dignitários executado pelo BOP, ver anexo I). Conforme informações obtidas no site da UNITED States Secret Service dos Estados Unidos da América, 2 o perfil do agente de segurança deve obedecer alguns requisitos: a) cidadania americana; b) deve ter idade mínima de 21 anos e máxima de 37 anos; c) curso superior ou experiência de no mínimo 03 (três) anos de experiência na área de investigação criminal. d) tem que ter uma ótima visão; e) fazer teste escrito; 2 Ver site http://www.ustreas.gov/usss/opportunities_agent.shtml; acessado em fevereiro de 2009.
  • 36. 38 f) entrevista, exames médicos e exame poligrafo. Os agentes de segurança passam por um treinamento intensivo de 11 (onze) semanas no Federal Law Enforcement training Center (FLETC) em Glynco, na Geórgia (EUA). Após a conclusão com êxito na formação em FLETC, eles recebem cerca de 16 semanas de instrução especializada no Centro de Treinamento de James em Washington. O agente de segurança de dignitários dos Estados Unidos ao desenvolver suas atividades em outros Estados ou Países na proteção da autoridade, trabalham em equipe, onde membros do grupo viajam com antecedência para buscar informações sobre o local a ser visitado, fazendo vistoria das instalações por onde a autoridade passará, buscando auxilio junto aos órgãos federais, militares, estaduais, municipais e as organizações de segurança pública, no sentido de garantir o perfeito funcionamento do esquema de segurança. Após a visita antecipada os agentes analisam cada etapa da operação de proteção, para uma prevenção e melhor qualidade na segurança da autoridade. Em síntese conclusiva deste item, é importante observar que além do perfil adequado às necessidades de sua profissão, o agente de segurança somente pode atuar na segurança de dignitários após estar devidamente treinado e obter as instruções inerentes ao seu serviço. Fazendo uma comparação entre os agentes de segurança do Brasil com os agentes dos Estados Unidos é possível observar que a qualidade de treinamento dos agentes americanos é bem superior ao oferecido para os brasileiros, constando que o investimento aplicado na área do segurança dos Estados Unido é bem alto e com nível de qualidade acima da média. Os americanos estão sempre utilizando equipamentos modernos, de primeira qualidade e buscando aperfeiçoamento nos treinamentos de proteção ás autoridades.
  • 37. 39 CONCLUSÃO Em resposta à questão apresentada na introdução deste estudo (qual o perfil do agente de segurança de dignitários?), de acordo com o Batalhão de Operações Especiais, para ser um agente de segurança de dignitários é preciso ter: resistência à fadiga; lealdade; honestidade; discrição; manejo de armas; coragem; dedicação; inteligência; decisão; noções de defesa pessoal; nível intelectual e cultural; experiência policial; idade entre 26 e 45 anos. Tendo por base o plano de segurança de dignitários utilizado pelo Batalhão de Operações especiais, podemos resumir os seguintes pontos importantes para a referida função: Os agentes de segurança devem seguir os seguintes mandamentos: agressividade controlada; disciplina consciente; controle emocional; iniciativa; espírito de corpo; liderança; versatilidade; honestidade; lealdade; perseverança e flexibilidade. A segurança de dignitários implica nos seguintes princípios: princípio da preservação; princípio da iniciativa; princípio da surpresa; princípio da simplicidade; princípio da coordenação; princípio do comportamento de massa; princípio do emprego da força; e, princípio da maneabilidade. O trabalho de segurança de dignitários está sujeito as seguintes vulnerabilidades: rotina; improvisação; falta de motivação; despreparo profissional; falta de informações; e, falta de interação da autoridade com o sistema de segurança. O serviço de segurança compreende os seguintes atributos: controle e emprego dos agentes; planejamento e execução de instruções; inspeções em locais e itinerários diversos; coordenação com as polícias civil e militar e outros órgãos públicos de defesa; serviço de guarda; controle de bagagem; controle de correspondência; controle e verificação de alimentos; controle de equipamentos; códigos de comunicação; levantamento de dados e
  • 38. 40 acompanhamentos de empregados; controle de investigações especiais; e, arquivo de levantamentos. Os fatores que condicionam o planejamento e execução de um trabalho de segurança de dignitários são os seguintes: grau de risco; importância da autoridade; conjuntura atual; comportamento da autoridade; e a disponibilidade de recursos materiais e humanos. É importante observar que, em serviços de segurança, prevenir uma ocorrência é a chave do sucesso. Prevenir é antecipar, preparar, evitar, impedir ou minimizar a ocorrência de um fato. Para cada tipo de ação é preciso ter o conhecimento da legislação específica e adotar medidas técnicas de prevenção que devem ser, principalmente, dinâmicas, face ao ‘modus operandis’ do agente oponente. O agente de segurança deve ser adequadamente treinado, uma vez que, a tomada de decisão sobre as medidas de segurança, em diversas situações, poderá oscilar conforme a importância da pessoa e a conjuntura atual. Quanto ao perfil do agente de segurança de dignitários, entendemos que o profissional para exercer a função de agente de segurança de dignitários precisa ter conhecimentos técnicos e especializados na área de segurança e, também, deverá passar por uma série de testes e critérios para poder exercer sua função adequadamente.
  • 39. 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMBIONI, R.O.B.A.N. TGA. (2006).Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Makron Books. BATALHÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS – BOP (2008). Segurança de dignitários. Disponível em <http://www.operacoesespeciais.com.br/htm/paginaseguinte/SegurancaDignitarios.htm#1>, acesso em dezembro. BRASIL (2004) Constituição Federal de 1988. São Paulo: LTR, BROXADO, S. A (2001) verdadeira motivação empresarial: entendendo a psicologia organizacional e dicas para a motivação no dia-a-dia das empresas. Rio de Janeiro: Qualittymark. CAVALCANTE, V.D. (2008) A segurança de autoridades. Disponível em <http://www.viaseg.com.br/artigos/seguranca_autoridades_vinicius.htm>, acesso em agosto. CHIAVENATO (2005), I. Administração de Recursos Humanos. Rio de Janeiro: Elsevier. CLAUSEWITZ, C.V. (2005) Da guerra: a arte da estratégia. Tradução: Pilar Satierra. São Paulo: Tahyu. DANTAS FILHO, D. (2004) Segurança e planejamento. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda. DRUCKER, P. (2003) Administrando para obter resultados. São Paulo: Ed. Pioneira Thomson Learning.
  • 40. 42 FERREIRA, A.S.V. (2008) Segurança de dignitários. Disponível em <http://www.operacoesespeciais.com.br/htm/paginaseguinte/SegurancaDignitarios.htm#1>, acesso em outubro. HANDY, C. (1994) A era do paradoxo: dando um sentido para o futuro. São Paulo: Makron Books. LOBATO, D.M. (2000) Administração Estratégica: uma visão orientada para a busca de vantagens competitivas. Rio de Janeiro: Editoração. OLIVEIRA, A.F.(2004) Empresas de vigilância no sistema de prestação de serviços de segurança patrimonial privada: uma avaliação da estrutura de governança. São Paulo: Tese apresentada à Universidade de São Paulo. OLIVEIRA, D.P.R. (2003) Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologias, Práticas. São Paulo: Atlas. PORTELLA, P.R.A. (2004) Gestão de Segurança: segurança privada, sistemas de produção, historia, metodologia e doutrina. Rio de Janeiro: Editora Rio. SANTIAGO JR., J.R.S. (1994) Capital Intelectual: o grande desafio das organizações. São Paulo: Novatec. SUN TZU – HOU, W.C.; SHEANG, L.K.; HIDAJAT, B.W. (2005) Sun Tzu: a arte da guerra e do gerenciamento. Tradução: Bazán Tecnologia e Lingüística Ltda. Rio de Janeiro: Record. UNITED STATES SECRET SERVICE, Segurança de Autoridades. Disponível em <http://www.ustreas.gov/usss/opportunities_agent.shtml, acesso em fevereiro de 2009. YIN, R.K. (2005) Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman.
  • 41. 43 ANEXO I: SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS – BATALHÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS Autor: Maj PMDF Alexandre Sérgio Vicente Ferreira Definições básicas: Dignitário: É aquele que exerce cargo elevado, de alta graduação honorífica e que foi elevado a alguma dignidade. É o VIP. Segurança: É uma série de medidas proporcionadas a uma autoridade que garantam, no sentido mais amplo possível, a sua integridade física. Princípios Básicos: Princípio da objetividade • Princípio da preservação • Princípio da iniciativa • Princípio da surpresa • Princípio da simplicidade • Princípio da coordenação • Princípio do comportamento de massa • Princípio do emprego da força
  • 42. 44 • Princípio da maneabilidade Vulnerabilidades freqüentes: • Rotina • Improvisação • Desmotivação • Despreparo profissional • Falta de informações • Falta de interação da autoridade com o sistema de Segurança Atribuições do Serviço de Segurança: • Controle e emprego dos agentes • Planejamento e execução de instrução • Inspeções em locais e itinerários diversos • Coordenação com as Polícias Civil e Militar e outros Órgãos • Serviço de Guarda • Controle de bagagem • Controle de correspondência • Controle e verificação de alimentos • Controle de equipamentos • Códigos de comunicação • Levantamento de dados e acompanhamentos de empregados • Controle de investigações especiais • Arquivo de levantamentos ATRIBUTOS DO AGENTE DE SEGURANÇA
  • 43. 45 • Resistência à fadiga • Lealdade • Honestidade • Discrição • Manejo de armas • Coragem • Dedicação • Inteligência • Decisão • Noções de defesa pessoal • Nível intelectual e cultural • Experiência policial • Idade entre 26 e 45 anos ATENTADOS Introdução • Hoje em dia, o noticiário de imprensa aborda freqüentemente no cenário mundial, notícias sobre seqüestros e atentados de toda ordem a pessoas importantes ou público inocente, culminando na maioria das vezes com os piores desfechos, inclusive assassinato. • No círculo das pessoas visadas, não são incluídas somente as altas autoridades, mas também são considerados alvos em potencial para uma hostilização o pessoal integrante dos sistemas de informações, juntamente com seus familiares, porque são detentores do conhecimento, pretendido pelo elemento adverso.
  • 44. 46 • A adoção das medidas de segurança, em situações diversas, naturalmente oscilará de acordo com a importância da pessoa (função exercida) e a conjuntura atual. Conceito de atentado • "É uma ação criminosa, sobre determinada(s) pessoa(s), grupos ou instituição, executada por um indivíduo ou grupo, com uma finalidade propósito ou razões específicas, utilizando para isso meios adequados.” Fatores que condicionam o planejamento e execução de um trabalho de segurança de dignitários: • Grau de risco • Importância da autoridade • Conjuntura atual • Comportamento da autoridade • Disponibilidade de recursos materiais e humanos Vantagens para o executante do atentado: • Conhecimento do local da ação; • Disponibilidade de tempo para o planejamento; • Possibilidade de ocultação entre o público, convidados ou imprensa; • Despreparo do elemento de segurança; • Rotina conhecida e vazamento de informações das atividades da autoridade; • Meios de comunicações deficientes; • Falta de cooperação da autoridade. • Fontes de hostilização
  • 45. 47 • Organizações de informações adversas; • Organizações terroristas; • Outros: Missões Diplomáticas hostis, Imprensa, Pessoas, etc. • Propósito dos atentados • DESMORALIZAÇÃO, causado através do escândalo, normalmente com ampla divulgação pela imprensa; • SEQUESTRO, com a finalidade de auferir vantagem política ou lucro financeiro; • EXTERMÍNIO da vítima, como propósito extremo, quando atingido o objetivo ou com a finalidade de encobrir a identidade e fuga do elemento adverso. • CAUSAR TERROR ou pânico entre a população. APARIÇÃO EM PÚBLICO Conceito: Aparição em público é todo o comparecimento, de uma autoridade, a um lugar no qual se encontram presentes pessoas estranhas ao seu convívio diário, a fim de cumprir um compromisso oficial ou particular. Fatores Considerados nos Planejamentos: Quanto ao público: • Controlado: é aquele que foi selecionado previamente para a participação no evento; • Não controlado: é aquele que não é selecionado ou previamente controlado Quanto ao tipo do evento: • Comícios e carreatas
  • 46. 48 • Inaugurações, aberturas e encerramentos de eventos • Palestras e reuniões • Apresentações sociais • Grandes cerimônias Quanto à formalidade: • Formal ou oficiais • Informais ou particulares Quanto ao tempo de preparação: • Eventos previstos: São aqueles programados na agenda da autoridade com antecedência; • Eventos inopinados: São aqueles cumpridos sem o conhecimento prévio da segurança e, por conseguinte, sem a devida preparação; Quanto ao local: • Recinto fechado • Recinto aberto Quanto ao sigilo: • Ostensiva • Reservada Locais de aparição em público: Os locais de aparição em público devem atender as seguintes características:
  • 47. 49 • Amplitude • Acessos • População • Terreno favorável • Meios de comunicação Características dos itinerários: Quanto ao meio físico: • Terrestre • Aéreo • Aquático Quanto à proteção: • Cobertos e abrigados • Descobertos e desabrigados Quanto à luminosidade: • Diurno • Noturno Quanto à extensão: • Curtos • Longos Quanto ao sigilo:
  • 48. 50 • Ostensivos • Reservados Quanto à missão: • De rotina • Eventuais • Inopinados Quanto à flexibilidade: • Flexíveis • Inflexíveis Seleção do Itinerário: • Planejamento inicial • Reconhecimento • Escolha Medidas de segurança nos itinerários: • Rotineiras • Especiais • Inopinadas SEGURANÇA NAS INSTALAÇÕES 1) Tipos de Imóveis:
  • 49. 51 • HOTEL Vantagens: • A administração facilita os serviços de limpeza, arrumação, lavagem de roupas, alimentação, etc. • Pode-se ocupar o último andar para facilitar o controle de acesso de pessoas. Desvantagens: • O acesso no Hotel é livre a todos, não se tendo o controle efetivo dos que entram e saem. • A existência de escadas de incêndios facilita ao acesso de pessoas. • APARTAMENTOS Vantagens: • O acesso ao imóvel geralmente é isolado; • Os elementos que circulam no prédio geralmente são conhecidos (vizinhos); • As entradas e saídas são em menor número, facilitam ao controle do acesso de pessoas. Também poderá ser considerado como desvantagem (Vigilância do elemento adverso). Desvantagens: • O acesso é coletivo, no caso de ser a mesma entrada para salas comerciais; • A existência de escadas de incêndio facilita ao acesso de pessoas. - CASAS GEMINADAS
  • 50. 52 Desvantagens: • As entradas sendo juntas dificultam a adoção de medidas de segurança, principalmente o controle do acesso de pessoas; • Os telhados normalmente dão acesso de uma para outra casa; • Podem-se ouvir conversas através das paredes; • A casa vizinha pode ser utilizada como apoio para uma hostilização. - CASAS ISOLADAS Vantagens: • É a situação ideal, facilita a Segurança; • Permite em melhores condições, as diversas medidas de proteção (sistema da alarmes, comunicações, gerador reserva, etc.), • Facilita o controle do acesso de pessoas e veículos; Desvantagens: • A existência de pontos dominante nas proximidades dificulta a Segurança. 1) Segurança no Local de Trabalho O local de trabalho poderá estar localizado em imóveis conforme as situações acima apresentadas e em conseqüência apresentará as mesmas vantagens e desvantagens correspondentes. • Seleção de Residências
  • 51. 53 Caso seja possível selecionar uma residência, antes da ocupação, devemos nos preocupar com os seguintes itens: • Privacidade; • Cercas e muros (com altura suficiente para proteção); • Sem obstáculos entre a casa e o muro; • Vários acessos ao local da residência; • Distante de pontos dominantes. 3) Segurança da Residência Os itens abaixo correspondem a uma série de medidas de segurança que deveremos utilizar na residência. • Proteção para todas as aberturas; • Inspeções freqüentes nas dependências; • Dependências vazias (trancadas e verificadas regulamente); • Escolha de empregados; • Visitas identificadas; • Utilização de alarmes; • Emprego de cães. 4) Cuidados com a correspondência No caso de recebimento de cartas ou pacotes suspeitos, verificar os itens abaixo: • Remetente procedência; • Selos, lacres e carimbos; • Peso e espessura;
  • 52. 54 • Cheiro em manchas; • Rigidez da embalagem; • Envelope duplo. 5) Cuidado com o automóvel A situação ideal é a de que carro permaneça (quando não utilizado) trancado numa garagem também fechada. Quando isto não ocorrer, antes de abrir o automóvel devemos examinar: O chão em torno do carro; Os lados do carro; Embaixo do carro (reflexo); O seu interior. ESCOLHA DE ITINERÁRIOS Dentre as diversas situações vulneráveis em que se pode encontrar uma Autoridade, uma das mais críticas é durante um deslocamento a pé ou transportado, quaisquer que sejam as precauções tomadas. Por esta razão, o planejamento e a escolha de itinerários a serem percorridos por uma Autoridade, merecem especial atenção por parte da Segurança com o objetivo de evitar, dificultar ou minimizar os efeitos de uma agressão. a) Conceito ESCOLHA DE ITINERÁRIOS: é a decisão decorrente de um reconhecimento e planejamento sobre o deslocamento a pé ou transportado, a ser percorrido por uma Autoridade.
  • 53. 55 b) Aspecto a serem observados na escolha de itinerários • Classificação dos tipos de deslocamentos; • Exame na carta; • Reconhecimento; • Planejamento; • Decisão; • Execução. 1) Classificação dos tipos de deslocamentos: a) Quanto a Missão ROTINEIROS: deslocamentos efetuados da residência para o trabalho e vice-versa; ESPECIAIS: são aqueles realizados para atender às solenidades oficiais e as de cunho social (inaugurações, concertos, datas cívicas, jantares); INOPINADOS: são os deslocamentos não programados. b) Quanto ao Meio de Transporte AÉREOS: quando é utilizado avião ou helicóptero; AQUÁTICOS: no caso de utilização de navios, lanches, barcos pequenos, etc. Pode ser marítimo, fluvial ou lacustre; TERRESTRES: realizado utilizando-se automóveis, ônibus e trens. c) Quanto ao sigilo
  • 54. 56 OSTENSIVOS: quando realizado com o conhecimento do público em geral, seja através da divulgação do deslocamento, seja pela fácil identificação pelos transeuntes da passagem da Autoridade; SIGILOSOS: quando se procura furtar do conhecimento público este deslocamento, agindo com discrição e se possível, utilizando transportes que não denunciem o citado deslocamento. d) Quanto ao horário DIURNOS: realizado à luz do dia, com todas as implicações que um deslocamento nessas condições enfrenta (trânsito, pedestres, etc.). Para se diminuir o tempo de deslocamento, haverá necessidade de emprego de força policial (trânsito); NOTURNOS: as condições são opostas às acima descrita. Não há necessidade de envolvimento de grandes efetivos policiais na Segurança. e) Quanto à Extensão CURTOS: deslocamentos realizados dentro do perímetro urbano; LONGOS: grandes deslocamentos fora do perímetro urbano ou mesmo fora da cidade (zona rural ou outras cidades). f) Quanto à Flexibilidade FLEXÍVEIS: quando há possibilidade de mudança no deslocamento (itinerários alternativos) para outras opções de acesso e de retiradas dos locais a serem percorridos; NÃO FLEXÍVEIS: quando não há esta possibilidade (ex.: todavia sem retorno). g) Quanto aos Meios Empregados
  • 55. 57 SIMPLES: deslocamentos que não exigem grande emprego de meios (ex. deslocamentos inopinados e sigilosos); COMPLEXOS: há necessidade de grande emprego de meios. A utilização de pessoal e meios em apoio fica condicionado aos seguintes fatores: • Importância da Autoridade; • A disponibilidade de pessoal e material; • A conjuntura atual. h) Quanto às Comunicações Qualquer que seja o deslocamento há necessidade de uma rede de comunicações. O comando da operação será feito pelo Chefe da Segurança, se necessário, o comando poderá ser feito através da Central. 2) Exame na Carta O exame na carta é importante para as fases posteriores de reconhecimento no local e planejamento, por parte da Segurança. Deverá seguir os seguintes itens: • Seleção das estradas que poderão ser utilizados nos diversos itinerários; • Escolha das estradas que permitam os deslocamentos sem problemas; • Identificar os pontos críticos. É preferível evitá-los, porém se não for possível, reforçar a segurança nestes locais. 3) Reconhecimento
  • 56. 58 O reconhecimento é feito por etapas de acordo com a programação da Autoridade, levando-se em consideração o tipo de deslocamento e os dados fornecidos pelo exame na carta; Não devemos desprezar nunca a possibilidade de um atentado, por menor que seja; Os itinerários deverão ser reconhecidos no mesmo sentido em que a Autoridade se deslocar; Caso haja necessidade de mudar o itinerário, por vontade da Autoridade ou decisão do Chefe da Segurança, é necessário que o esquema de Segurança (Segurança Velada, Policiamento Ostensivo e de Trânsito) tenha condições de se deslocar para o outro itinerário; Verificar nos lugares de embarque e desembarque da Autoridade, o tipo de entrada e saída do veículo (ortodoxo e não-ortodoxo; mão e contramão). 4) Planejamento Após o reconhecimento, é feita uma reunião para planejar o esquema de Segurança a ser empregado; O planejamento deve ser o mais detalhado possível, distribuindo missões a todos os componentes do esquema de Segurança, de uma forma simples e com clareza; Deverá haver bastante entrosamento em todos os setores envolvidos no esquema de Segurança, de modo a haver continuidade no desenvolvimento dos trabalhos. 5) Decisão
  • 57. 59 Baseado nos quatro itens anteriores (tipo de deslocamento, exame na carta, reconhecimento e planejamento), a decisão será então limitada à escolha do itinerário Principal e dos itinerários Alternativos. 6) Execução a) Montagem do Dispositivo De acordo com o planejamento feito, cada chefe de setor deverá assumir a sua missão e distribuir o seu pessoal, que deverá ter pleno conhecimento de sua atuação; Especial atenção para o pessoal empenhado nos pontos críticos e pontos dominantes. Infiltração na multidão, da Segurança Velada para sentir a reação do público em face de presença da Autoridade; Manter sempre uma reserva em condições de reforçar os pontos necessários; Verificar durante a montagem do dispositivo, o pleno conhecimento da missão do pessoal em apoio: hospital, bombeiros, tropas de choque, helicóptero, etc. b) Reconhecimento final No dia do evento, após a montagem do dispositivo, com tempo suficiente antes da passagem da Autoridade, as equipes Precursora e Vistoria realizam uma última inspeção no dispositivo. Etapas equipes deverão manter contato permanente com o Chefe da Segurança para a eventualidade de uma mudança de itinerário (se necessário)
  • 58. 60 7. Conclusão A boa execução do esquema de Segurança dependerá do estudo minucioso e aplicação correta dos aspectos a serem observa na Escolha de Itinerários, porém devemos estar sempre preparados para qualquer eventualidade, até mesmo para improvisações, porque ao elemento adverso cabe a iniciativa com quase 100% (cem por cento) de probabilidade de êxito.