O documento discute o Arcadismo e Ilustração no século 18. O Arcadismo simbolizava um ideal pastoral de vida simples em harmonia com a natureza, em contraste com as cidades industrializadas. A Ilustração promoveu valores como razão, progresso e liberdade. Poetas como Bocage e Gonzaga escreveram sobre esses temas de forma neoclássica no Brasil colonial.
2. O termo Arcádia
Antiga região da Grécia habitada por pastores e
poetas.
* parte central do Peloponeso – relevo
montanhoso, paraíso rústico.
3. A Arcádia
Simboliza um lugar ideal para se viver.
A condição dos pastores:
•Conservantismo;
•Profissão milenar;
•Elementos do seu universo;
•Geografia;
•Ciúme amoroso.
4. Arcadismo e Mimese
A clareza da poesia pastoril e bucólica como
reação à complexidade obscura da poesia
barroca.
mas... como era o Século XVIII, quando surgiu
esse tipo de poesia arcaica e conservadora?
5. Século XVIII
Pensadores fizeram da razão o fio condutor da
vida humana – irradiar a luz do conhecimento!
(Montesquieu, Voltaire e Rousseau)
Período Progressista - novo Humanismo,
regido pela filosofia e pela ciência
Expandiu o Renascimento, impedido pela
Contra-Reforma
7. Século XVIII
Século das LUZES!
*Iluminismo; *Fundação das Arcádias;
*Liberalismo; *Independência dos EUA;
*Enciclopedismo; *Conjuração Mineira;
*Revolução Industrial; *Mimese;
*Revolução Francesa; *Marquês de Pombal.
8. Revolução Francesa
• Cai todo Antigo Regime e o grupo de famílias
que dominavam as monarquias desde o
Renascimento.
• Queda da Nobreza!
9. A Burguesia
• Intensificação das atividades comerciais;
• Inventos modernos: tear mecânico,
máquina a vapor, meios de transporte
(estradas de ferro) – surgiram grandes
fábricas, o que levou à criação de
grandes Bancos e companhias de seguro.
10. Urbanização e as Arcádias
• Despertou nos poetas uma nostalgia pela vida
campestre – pastoralismo.
14. Clichês
inutilia truncat – cortar o supérfluo (o inútil)
fugere urbem – fuga da cidade (evitar o mundo urbano)
aurea mediocritas – equilíbrio (meio-termo) de ouro
locus amoenus – lugar prazeroso, sossegado
mimesis – imitação dos clássicos
15. Na idade que eu, brincando entre os pastores,
Andava pela mão e mal andava,
Uma ninfa comigo então brincava,
Da mesma idade e bela como as flores.
Eu, como vê-la, sentia mil ardores,
Ela punha-se a olhar e não falava;
Qualquer de nós podia ver que amava,
Mas quem sabia então que eram amores?
Mudar de sítio à ninfa já convinha,
Foi-se a outra ribeira; e eu naquela
Fiquei sentindo a dor que n’alma tinha.
Eu cada vez mais firme, ela mais bela;
Não se lembra ela já de que foi minha,
Eu ainda me lembro que sou dela!... (Basílio da Gama – Soneto XVIII)
16. Egotismo
• Tema do indivíduo solitário;
• Inquietudes do eu;
• Marcado pela presença da noite, da lua, de
corujas, cemitérios e outros ambientes
lúgubres (locus horrendus).
tendência pré-romântica
17. Nesta triste masmorra,
De um semivivo corpo sepultura,
Inda, Marília, adoro
A tua formosura.
Amor na minha ideia te retrata;
Busca extremoso que eu assim resista
À dor imensa que me cerca e mata.
Tomás Antonio Gonzaga. “Lira 22’ (2ª parte). Marília de Dirceu.
Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel de paixões, que me arrastava.
Ah! Cego eu cria, ah! mísero eu sonhava
Em mim quase imortal a essência humana.
Bocage. Poesias
20. A Arcádia Lusitana
• Fundação da Arcádia Lusitana (1756);
• O ideário iluminista foi apoiado pela ditadura
do Marquês de Pombal;
• Repressão aos Jesuítas da companhia de Jesus.
21. Bocage
O denso erotismo e a sátira mordaz
de seus versos, somados a um
certo liberalismo político, fizeram
com que Bocage fosse perseguido
e hostilizado.
1765 - 1805
22. Um escrivão fez um roubo:
Diz-lhe o juiz: “Que razão
Teve para fazer isto?”
Responde: -“Ser escrivão.”
A morte foi sensual
Quando ainda era menina
Co pecado original
Teve cópula carnal
E pariu a Medicina!
23. Arcadismo no Brasil
• Escritores formavam grupos: “Academia
Brasileira dos Esquecidos” (1724); dos
“Felizes”; dos “Seletos”, dos “Renascidos”.
• Libertas quae sera tamen – Inconfidência
Mineira (1789)
24. Poetas do Arcadismo no Brasil
• Cláudio Manoel da Costa (1729-1789) – Obras poéticas e
Vila Rica;
• Tomás Antônio Gonzaga (1744-1812) – Marília de Dirceu
e Cartas Chilenas;
• Alvarenga Peixoto (1744-1793) – Obras poéticas;
• Silva Alvarenga (1749-1814) – Glaura e o Desertor;
• Basílio da Gama (1741-1795) – O Uraguai;
• Santa Rita Durão (1722-1784) – Caramuru.
25. Epicédio I
O vasto empório das douradas Minas
Por mim o falará: quando mais finas
Se derramam as lágrimas do imposto
De uma capitação, clama o desgosto
De um país decadente.
Cláudio Manoel da Costa. Obras Poéticas
26. Tomás Antônio Gonzaga
(Miragaia, Porto, 11 de agosto de 1744 — Ilha de
Moçambique, 1810), cujo nome arcádico é Dirceu, foi
um jurista, poeta e ativista político luso-brasileiro.
Considerado o mais proeminente dos poetas árcades,
é ainda hoje estudado em escolas e universidades por
seu "Marília de Dirceu" (versos notadamente árcades
feitos para sua amada).
27. Durante sua permanência em Minas Gerais,
escreve Cartas Chilenas, poema satírico em
forma de epístolas, uma violenta crítica ao
governo colonial. Promovido a desembargador
da relação da Bahia em 1786, resolve pedir em
casamento Maria Doroteia dois anos depois. O
casamento é marcado para o final do mês de
maio de 1789. Como era pobre e bem mais
velho que ela, sofreu oposição da família da
noiva.