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EHROS TOMASINI 1
TARADOS2
EHROS TOMASINI 3
Parte 01
- Dói. Dói muito. A primeira vez que me matei, eu tinha
dezessete anos. Amava uma guria de dezesseis que me traiu
com o meu melhor amigo. Deixei-lhe uma carta, dizendo-lhe
que a minha morte havia sido culpa sua. Ela me achou um
idiota. Ridicularizou meu ato. Passou a trair também meu
amigo. Ele não era nada parecido comigo. Levou-a à pulso
para uma mata deserta e a matou. Nunca descobriram seu as-
sassino, até que eu voltei da morte. Encontrei-me com ela em
algum lugar que não me lembro bem e ela me contou quem
fora o seu assassino. Pediu que eu o matasse. Desde então, te-
nho voltado à vida. Hoje em dia, com mais facilidade. Porra,
muitas vezes não quero morrer de novo. Como hoje. Hoje eu
queria foder muito. É que quando eu morro, ressuscito com
uma vontade louca de transar. Aí, fico vendo pessoas que já
morreram.
- Por que nunca soubemos que tinha morrido, senhor
TARADOS4
Lázaro?
- Eu morro por pouco tempo. Muitas vezes, por alguns
minutos. Mas sempre a dor de reviver é insuportável.
- Você matou teu amigo, como tua ex namorada pediu?
- Não. Claro que não. Ela me deu indícios da sua mor-
te e eu denunciei tudo à Polícia. No início, não acreditaram
em mim. Mas encontraram tantas evidências do que falei que
acabaram me contratando como detetive da Polícia, meses
depois.
- Está bem. Acabou a nossa sessão. Volte na próxima
semana pra gente conversar mais sobre isso, está bem?
Quando o jovem saiu do consultório, a doutora Isadora
Pereira escreveu em seu prontuário, grifando bem as pala-
vras: “Doido varrido. Favor investigar sua vida profissional.
Também entrevistar amigos e parentes”.
Lázaro era um jovem de cerca de 35 anos, moreno alto,
bonito e charmoso. Desses que faziam as mulheres olharem
para trás para ver-lhe novamente, se passasse por ele na rua.
Mas ele parecia nem enxerga-las, de tão desligado das coisas
que era. Trabalhava como escrivão de Polícia e era de poucos
amigos. A maioria das pessoas que o conheciam o achava es-
tranho. Mas ele era eficiente em seu trabalho e por diversas
vezes deu dicas para solucionar crimes difíceis. Só não o ha-
viam promovido a detetive por conta da sua maneira distra-
ída de ser. Na delegacia onde trabalhava, só uma pessoa lhe
dava atenção: a detetive Bianca Marcelino. Foi ela quem lhe
perguntou:
- Esteve com a psicóloga que te indiquei, Lázaro?
- Sim, mas ela não acreditou em nada do que eu disse.
- Deixa que depois eu falo com ela. É uma amiga muito
chegada do meu marido. Sempre nos visita ou nós a visita-
mos. Eu devia ter conversado com ela, antes de te mandar pra
lá. Mas temi influencia-la com a minha conversa e ela errar o
EHROS TOMASINI 5
diagnóstico de tua dupla personalidade.
- Você me acha doido, Bianca?
- Você pra mim é um maluco beleza que tem me aju-
dado a resolver crimes difíceis. Sei que muita gente daqui da
delegacia não gosta de ti, mas eu gosto. Se já não fosse casada,
casaria contigo. Só não sei se aguentaria esse teu bilolão!
- Como sabe que tenho bilola grande?
- Por causa dos teus companheiros de trabalho, oras.
Dizem que ficam espantados com o tamanho do teu caralho,
quando te veem mijar lá no banheiro. Falam que o que te
sobra de caralho te falta em juízo rá rá rá.
Lázaro não reagiu à gozação da detetive. De repente,
ficou alheio a tudo, como de vez em quando fazia. E era isso
que incomodava as pessoas à sua volta. Muitas vezes deixa-
va uma frase pela metade e caia em catarse. Bianca já estava
acostumada. Por isso, levantou-se do birô onde estava e saiu
da sala, deixando-o lá, inerte.
Lázaro estava num lugar estranho. Parecia um barzi-
nho, mas não havia um único cliente. Também não havia
atendentes. Ele estava de garganta seca e ansiava por uma
cerveja bem gelada. Como não havia quem o atendesse, foi
ele mesmo até o freezer. Pegou uma cerva e voltou para a
mesa onde estava sentado. Aí, uma jovem linda, de cabelos
ruivos, se aproximou dele. Perguntou-lhe:
- Paga uma cerveja para mim?
- Pegue uma. Parece que aqui não há garçons.
Ela caminhou com um rebolado sensual, despertando
mais o tesão que ele estava sentindo. Lázaro apertou a rola
com uma mão, enquanto bebia um grande gole do gargalo.
Ela voltou do freezer e sentou-se na mesa dele sem pedir li-
cença. Também tomou um gole do gargalo imitando-o. Em
seguida, perguntou-lhe:
TARADOS6
- Estou cobrando barato. Não quer dar uma comigo?
Aproveitamos que não tem ninguém por perto...
- Eu não conseguiria transar sabendo que poderíamos
ser flagrados por alguém. Se quer mesmo transar comigo, va-
mos a um local mais reservado. Mas tenho pouco dinheiro.
Terá que me dizer antes quanto me custará o programa.
- Se tiver caralho grande, não te cobro nada.
Terminaram as cervejas e saíram do bar. Andaram de
mãos dadas, como dois namorados. Depois de uns dez mi-
nutos de caminhada, avistaram um casarão abandonado. Ti-
veram que transpor o portão de ferro com certa dificuldade.
Ele perguntou:
- A quem pertence este casarão?
- Aos meus bisavós. Mas não tive tempo de conserta-
-lo. Venha. Corramos para o pomar atrás da casa. O último a
chegar é um maricas.
Lázaro começou a correr atrás dela, mas não tinha ne-
nhuma intenção de vencê-la na carreira. Se ela ficasse feliz
com a vitória, talvez cedesse o cuzinho a ele. Pensava nisso
quando ela desapareceu por trás do casarão. Quando chegou
onde a tinha visto sumir, não viu mais a ruiva. O pomar era
enorme, cheio de frutas podres caídas pelo chão. Ele gritou
por ela, mesmo sem saber seu nome:
- Êi, ruiva, onde está você?
Nenhuma resposta.
- Está bem, quer continuar brincando, não é? Mas não
vou procura-la. - Ele disse isso e sentou-se num velho banco
à sombra das árvores. Teve que afastar umas frutas podres
para poder se sentar.
E nada dela aparecer. Ele desistiu de esperá-la. Le-
vantou-se e foi-se embora. Esperava que ela o seguisse, mas
EHROS TOMASINI 7
nada. Então, sentiu uma dor terrível no peito. Caiu de joelhos
no chão.
- Lázaro. Lázaro. Acorde, cara.
A dor ainda era forte quando ele despertou. A detetive
Bianca o chamava, balançando-lhe o ombro. Ela perguntou-
-lhe:
- O que houve, cara? Voltei aqui e você estava caído de
joelhos no chão...
- Você sabe onde tem uma velha mansão abandonada
por perto daqui?
- Uma mansão? Deve estar se referindo ao casarão que
existe a umas quatro ou cinco quadras daqui.
- Vamos já para lá. Uma mulher foi assassinada, talvez
ontem.
A detetive nem o questionou, pois já estava acostuma-
da com esses repentes dele. Lázaro já resolvera vários crimes
depois de um apagão como o que ele tivera há pouco. Pegou
sua arma que estava na gaveta e o seguiu. Quando chegaram
ao casarão e pularam a grade, ele correu pro quintal da resi-
dência. Não havia ninguém lá mas o cenário era idêntico ao
que ele havia sonhado acordado. Até as frutas retiradas do
banco deixaram a sua marca. Ele estava aperreado. A detetive
alertou:
- Calma, parceiro. Talvez o crime não tenha acontecido
ainda.
- Talvez. Mas o que eu vi foi muito nítido. Devem ter
escondido o cadáver.
- Então, se afaste. Sente-se no banco. Se houver algum
corpo escondido por aqui, eu o acharei.
O jovem fez o que ela pediu. Ela perscrutou o terreno à
procura de alguma marca no chão. Viu umas frutas pisadas.
TARADOS8
Concentrou a procura naquela região. Quando chegou perto
de umas moitas, viu os rastros. Era como se alguém tivesse
sido arrastado ali. Assim que se aproximou das moitas altas,
sorriu contente. Gritou para o parceiro:
- Achei. Você tinha razão.
Ele não respondeu. Quando ela olhou em sua direção,
o cara estava batendo uma punheta. A detetive gritou:
- Ei, pare com essa putaria e venha me ajudar aqui.
O escrivão não parou imediatamente. Só depois de
alguns minutos de bronha, largou o cacete e ficou estático.
Com pouco tempo depois, Bianca o viu lançar porra longe,
numa quantidade enorme.
FIM DA PRIMEIRA PARTE
EHROS TOMASINI 9
Parte 02
- O que houve, cara? Nunca te vi fazer essas safadezas
perto de mim. - Repreendeu o escrivão a detetive.
- Ela estava aqui. Neste instante. Perto de mim. Me deu
uma senhora chupada.
- O que eu vi foi você ejaculando no vazio. Um tremen-
do desperdício. Chegou a me dar água na boca, caralho.
- Desculpa. É como se eu estivesse noutra dimensão. O
cenário era o mesmo, só que você não estava inserida nele.
- Como assim?
- De repente, só estávamos eu e a ruiva aqui neste quin-
tal, entende? E ela me chupou. Depois, me fez prometer-lhe
que encontraria o seu assassino.
- Você viu o cara? Como ele é?
- Não o vi. Só ela. Ela estava totalmente nua. Depois de
me chupar, se deitou no chão bem ali. Em seguida, desapa-
receu.
TARADOS10
- Okay. Mas vem me ajudar a trazer o corpo dela pra
cá. Colocaremos seu corpo onde você diz que se deitou, pois
parece ser onde foi morta. Ela está atrás daqueles arbustos.
Quando o rapaz foi com ela até o matagal, no entanto,
teve nova surpresa: o corpo não era o da ruiva que acabara de
lhe chupar, segundo disse.
- Como assim, não é ela? - Perguntou a detetive Bianca.
- Ela era mais bonita, apesar de ser parecida com esta.
E era ruiva. Esta, não.
- Você pode estar se confundindo, não? Ou ela pode ter
pintado recentemente o cabelo.
- Não, não. Eu a vi nitidamente por duas vezes hoje.
Reafirmo que não é essa. As feições não conferem.
- Está bem. Ao menos achamos o corpo. A vítima não
parece ter sido morta há muito tempo.
- Foi morta ontem de madrugada. Ainda não se passa-
ram nem doze horas do crime. Precisamos pegar já o assas-
sino.
- Calma aí, tigrão. Qual é a pressa?
- Ela me disse que o cara está se arrumando pra fugir.
Pediu que eu o detivesse o quanto antes.
- Caralho, meu. Você e tuas promessas. Como pretende
cumpri-las?
- Precisamos saber a quem pertence essa mansão.
- Casarão, você quer dizer.
- Que seja. Tem como descobrir?
- Sim. Posso me informar com funcionários da prefei-
tura do Recife. Enquanto isso, você vai pra casa e troca essa
roupa suja de esperma. O cheiro já está me incomodando.
- Não gosta do odor de esperma?
- Adoro. por isso está me incomodando, cacete.
A detetive Bianca deixou o rapaz em casa e seguiu para
a Prefeitura. Lázaro tomou um banho demorado, querendo
EHROS TOMASINI 11
tirar da cabeça a sensação de ter sido chupado divinamente
por um fantasma. Mas ele parecia tão real! Olhou para o re-
lógio de pulso, à prova d’água, que usava. Ainda ia dar meio-
-dia. Porém, já estava com fome. Resolveu-se a ir almoçar
num restaurante perto do apartamento mas se lembrou que a
detetive Bianca poderia passar de volta à casa dele com novas
informações trazidas da prefeitura. Resolveu esperá-la. No
entanto, a fome aumentou cada vez mais. Então, ligou para
uma pizzaria. Sabia que a detetive também gostava de pizza.
Meia hora depois, tocaram a campainha do aparta-
mento onde Lázaro morava. Ele foi atender. A entregadora
era uma ruiva bonita, muito parecida com a mulher que viu
em seus devaneios. Ela sorria de uma forma bem safada para
ele. Lázaro perguntou quanto devia. Ela respondeu:
- Recebi um recado de alguém dizendo que você está
devendo um favor a ela. Pediu que eu te cobrasse a pizza em
esperma.
- Não entendi, senhorita.
- Entendeu, sim, senhor. Quando minha Pomba-Gira
me dá um recado eu tenho que cumprir, senão me lasco.
- Qual foi mesmo o recado?
- É surdo? Eu disse que tinha que te cobrar em esper-
ma.
- Ah, sim. Então, pode começar.
A entregadora fez uma cara mais safada ainda. Ajoe-
lhou-se perante o jovem e tratou de tirar seu caralho de dentro
do calção leve de dormir que usava. Ficou maravilhada com
o tamanho e a grossura do cacete do cara. Achava o jovem
muito bonito, também. Nunca havia chupado um rapaz tão
belo. Mas a posição em que ficou não era ideal para uma chu-
pada. Pediu que ele se sentasse num sofá. Agora, sim, podia
mama-lo ajoelhada entre as suas pernas. Começou lambendo
a pica e masturbando o rapaz suavemente. Depois, mordis-
TARADOS12
cou os lados da peia, lhe apalpando os bagos. Lázaro relaxou
e deixou que ela tomasse as rédeas do coito. Ela não parecia
querer sentir prazer. Dava a impressão de que estava ali ape-
nas para faze-lo gozar. Apressou a punheta quando sentiu o
pau do cara inchar. O jovem começou a gemer quando sentiu
se aproximar o orgasmo. Disse a ela que ia gozar. Ela não lhe
deu ouvidos. Continuou masturbando-o com urgência. Aí o
escrivão deu sua primeira gozada. Ela lambuzou-se com o
esperma dele. Depois, se levantou de repente e saiu do apar-
tamento, batendo a porta.
Lázaro ficou sentado no sofá, destruído. Arfava ainda
quando tocaram novamente a campainha do apartamento.
Vestiu o calção. Levantou-se penosamente e foi abrir a porta,
achando que era a detetive. Ficou surpreso quando viu nova-
mente a entregadora de pizzas à sua frente. Ela apressou-se
em dizer:
- Senhor, esqueci de pegar o dinheiro do pedido. Meu
patrão fica uma arara quando isso acontece. Tem me dado
uns brancos na mente, ultimamente, e eu ando esquecendo
das coisas. O senhor se importaria de me dar o que me deve?
Ainda tenho que fazer duas entregas, antes de ir almoçar.
Ele olhou para o rosto e para a blusa que a ruiva usava.
Disse para ela:
- Você está toda suja de esperma. Venha se lavar.
- Como é que é?
- Venha se lavar. Está toda melada de porra.
- O senhor é um depravado. Está me confundindo com
algumas das entregadoras catraias. Eu sou uma mulher casa-
da. Me dê o que me deve ou vou chamar a Polícia.
O rapaz se encaminhou até o quarto, pegou o dinheiro
junto com um espelho pequeno. Entregou primeiro o objeto
a ela, dizendo:
EHROS TOMASINI 13
- Dê-se uma olhada pelo espelho. Verá que não estou
mentindo. Não deve voltar para a pizzaria assim.
A mocinha espantou-se quando conferiu o que o sujei-
to dizia. Pediu-lhe um pano. Ele retrucou:
- Entre e se lave no banheiro, senhorita.
- Não. Você vai querer me tarar neste apartamento, por
eu estar sozinha.
- Se prefere voltar ao trabalho assim, faça como quiser.
Só quis te ajudar. Tome o teu dinheiro. Não precisa me dar
troco.
Ela ficou abobalhada, olhando para o dinheiro. Per-
guntou para ele:
- O que fez comigo, moço? Não consigo me lembrar de
nada.
- Você parecia ter incorporado alguém.
- Ah, deve ter sido minha pomba-gira. Tem razão. Eu
sempre fico meio aluada quando recebo uma entidade. Obri-
gada, moço. E desculpe-me qualquer coisa.
- Não vai se limpar?
- Eu já tinha esquecido, tá vendo? Leve-me ao banhei-
to, por favor.
Quando a entregadora saiu, Bianca encontrou-se com
ela no corredor. Viu sua roupa molhada, mas não lhe mal-
dou em nada. Apenas achou a jovem tão desligada do mundo
quanto o seu auxiliar Lázaro. No entanto, perguntou quando
ele lhe abriu a porta:
- Dia movimentado? Estou sentindo ainda o cheiro de
esperma.
- Sim. Movimentado. Já almoçou?
- Não deu tempo. Saí da prefeitura e vim direto pra cá.
- Ótimo. Guardei pizza pra ti. Vamos, entre.
TARADOS14
Bianca sentou-se à mesa da cozinha. Já conhecia bem a
residência do escrivão. Estivera ali algumas vezes. No entan-
to, ainda persistia o cheiro de esperma. Perguntou-lhe:
- Vi a entregadora saindo pelo corredor. Estavam tran-
sando? Sinto um cheiro forte de porra aqui dentro.
- É que não tinha ainda passado a vontade de foder. Aí,
bati uma bronha - mentiu. Deve ser o cheiro que você está
sentindo...
- Porra, não me diga que fez mais um desperdício de
gala!?
- Não é da tua conta.
- É sim, caralho. Queria eu que meu marido tivesse a
vitalidade que tu tens. Eu estaria no céu.
- Não gostas do teu marido, Bianca?
- Gosto, sim. Mas parece que ele é quem não gosta mais
de mim. Não temos fodido tanto como antigamente. E ele
vive querendo que eu pinte o cabelo. Me diz isso quase que
diariamente. Ele me quer ruiva.
- Parece que todas as mulheres querem ser ruivas, hoje
em dia. Deve ser moda. - Observou o escrivão.
- Porra, é mesmo! A que acabou de sair daqui era ruiva
também. Mas passa logo essa pizza. Estou com uma fome do
caralho.
No entanto, quando o sujeito abriu a caixa de pizza, a
comida estava totalmente estragada.
FIM DA SEGUNDA PARTE.
EHROS TOMASINI 15
Parte 03
Estavam almoçando num boteco. Lázaro insistia em dizer
que não abrira a caixa da pizza, por isso não viu o estrago.
O pior era que havia pago pela comida e pela entrega. Ainda
em seu apê, Bianca ligou para o telefone que viu na embala-
gem. Recebeu a mensagem de que aquele número não exis-
tia. Ainda tentou ligar umas três vezes, mas sempre a mesma
ladainha. Então, desistiu e foram para o barzinho mais perto.
Depois que terminaram de almoçar, ela disse:
- Olha, o casarão pertence à família Cavalcanti. Foi
herdado por duas irmãs. Uma foi assassinada há uns sete
anos. Pelo visto, é ela que está te assombrando. Ainda não sei
o nome dela. Preciso verificar nos arquivos da Polícia. Mas
a lógica reza que o corpo que encontramos é o da sua irmã.
Teremos a certeza quando ligarmos pro IML, depois que a
Perícia liberar o cadáver.
TARADOS16
- Bem, isso é com você. Vou tirar a tarde de folga. Estou
destruído. Apesar de que ainda estou com vontade de transar.
Porra, devo ter morrido novamente e nem percebi.
- Sabe, vou te confessar uma coisa: eu não acredito que
você morra e ressuscite, como tem me dito esse tempo todo.
Acho que tem só um desmaio.
- Apenas um desmaio não me traria tanta dor depois.
Nem me daria essa vontade louca de foder.
- Então, vou te confessar outra coisa: toda vez que você
fala em trepar, eu sinto vontade de me atirar em teus braços.
Caralho, devo estar muito carente. Se aquele filho da puta do
meu marido correr da minha boceta hoje, juro que o mando
pastar.
- Não vá fazer besteira, Bianca. Vocês devem estar vi-
vendo uma má fase de casal. Isso é natural.
- Má fase o cacete. O que me dá é a impressão de que
o fresco tem mulher fora. Por isso não se preocupa em me
foder.
- Você é detetive, caralho. Investigue.
Ela esteve um tempo calada, de cabeça baixa. Depois,
confessou:
- Eu... não tenho coragem de fazer isso. Na verdade,
continuo lhe amando. Seria capaz de fechar os olhos a esse
deslize dele, contanto que continuássemos juntos.
- Entendo. Eu também pensava assim, antes de criar
coragem para dar um fim à minha vida, anos atrás.
- Vira essa boca pra lá! Não pretendo me suicidar, por-
ra. Mais fácil seria matar aquele filho de rapariga.
- Bem, vou pagar o rango e vou-me embora dormir.
- Deixa eu ir contigo?
Ele olhou para a detetive, espantado. Nunca haviam
tido intimidades, em quase cinco anos trabalhando juntos.
Respeitava-a por sabe-la casada, apesar de acha-la uma mo-
EHROS TOMASINI 17
rena bonita. Ela devia estar, mesmo, muito carente para lhe
fazer uma proposta daquelas. Por isso, retrucou:
- Olha, Bianca, é melhor você refletir um pouco mais
sobre esse passo da tua vida. Façamos o seguinte: eu me vou
sozinho. Você sabe onde moro. Se depois que você largar ain-
da estiver afim, meu caralho é todo teu. Mas daqui pra lá você
terá tempo pra pensar. Lembre-se que isso não tem volta.
- É por isso que gosto de você - confessou ela - pois ou-
tro já estaria fungando meu cangote ao ouvir o que te disse.
Obrigada, amigo. Por via das dúvidas, não trepe com mais
ninguém antes que eu me decida, tá?
Lázaro sabia que não seria fácil cumprir essa promessa.
As coisas aconteciam fora do seu controle. Poderia até acon-
tecer de ele chegar ao apartamento e ter alguém lhe espe-
rando para transar. Quando ele menos esperava, tinha uma
oportunidade de foda. Isso só parava quando ele chegava ao
esgotamento. Aí, passava um tempão sem a fome de sexo, até
morrer novamente. Porém, dormiu tranquilo, depois de um
banho frio pra baixar o fogo.
Levantou-se bem disposto e com fome. Já anoitecera.
Olhou para o relógio de pulso e conferiu as horas: já passa-
vam das dez da noite. Não ouvira Bianca tocando a campai-
nha. Preferiu acreditar que ela desistira. Melhor assim. Temia
que, depois que trepassem, o relacionamento entre os dois
mudasse. Achava-a uma morena bonitinha e gostosinha, mas
sem exageros. Gostava dela, mas não a amava. Quando isso
acontece, o love tende a durar pouco. Aí é quando acontecem
as rusgas entre casais. Depois de sua primeira morte, evitava
se apaixonar novamente. É que não confiava mais nas mu-
lheres.
Tomou novo banho e trocou-se de roupas. Estava dis-
posto a tomar umas doses de Campari. Gostava da bebida
TARADOS18
vermelha, quando estava sem fazer nada. Bebia cervejas só
quando a farra era curta. Lembrou-se de um bar que fora
apenas uma vez. Este tinha um nome bem peculiar. Chama-
va-se “O Túmulo da Fossa” e tinha uma ambientação bem
fúnebre. Era como estava o seu espírito naquela noite. Foi
para lá.
O local estava lotado. Duas garçonetes vestidas de pre-
to atendiam à clientela masculina. Apenas um garçom negro
atendia as mulheres, quando chamado. A frequência maior
era de marmanjos. Ele foi atendido por uma loira simpática
que lhe trouxe a dose de Campari. Lázaro agradeceu e esteve
olhando em volta. Ninguém lhe dava atenção. E, aos poucos,
o bar foi se esvaziando. Em menos de duas horas, só restava
ele no bar. Procurou com o olhar uma das garçonetes para
pagar o consumo e não viu ninguém. Quando já ia se levan-
tar para ir lá dentro chamar alguém, eis que chegou ao local
uma ruiva elegantíssima, toda vestida de branco. Sentou-se
numa mesa ao lado da sua, porém de costas para ele. Esteve
olhando em volta, depois virou-se para Lázaro. Perguntou-
-lhe:
- Quem atende aqui?
O rapaz a reconheceu. Tratava-se da ruiva que o vivia
assombrando, se é que podia dizer assim. Era a jovem que o
havia chupado até que ejaculou, lá no casarão. A mesma que
o havia levado para lá, nos seus devaneios. Chamou-a para
a sua mesa. Ela sentou-se ao seu lado, bem charmosa. Ele
perguntou-lhe:
- Como é teu nome?
- Aline. Aline Cavalcanti. Tua parceira já deve ter des-
coberto isso.
- Talvez. Você é a primeira das herdeiras do casarão a
ser assassinada. Quem te matou, Aline?
- Eu quero primeiro uma cerveja. Depois te conto tudo.
EHROS TOMASINI 19
Ele pediu licença, levantou-se e caminhou em direção
ao balcão do bar. Não havia ninguém para atendê-lo. Olhou
para fora. Não havia nenhum movimento nas ruas. Nada de
carros, nada de pessoas, nada de nada. Pegou uma cerveja
numa geladeira dessas que é vitrine de bebidas e trouxe para
ela. Aline pediu:
- Abra-a, por favor. Não consigo fazer isso sem abridor.
- Ele abriu a garrafa com os dentes. Ela o beijou no na-
riz. Seu hálito era perfumado a lavanda. Ou seria alfazema?
Lázaro não conseguiu definir o perfume. Disse para ela:
- Sou todo ouvidos.
- Não tenho muito a te contar. Apesar de ter herdado
uma fortuna, eu não cheguei a receber sequer um centavo. Eu
era prostituta, por isso meus pais não me deixaram nenhum
dinheiro. Tinham vergonha de mim e não queriam me ver
nem de longe. Minha irmã era totalmente diferente de mim
e viveu o tempo todo com meus pais. Infelizmente, eles mor-
reram antes dos meus avós. Ambos em situações suspeitas.
Meus bisavós dividiram a fortuna deles entre minha irmã e
eu. Fui assasinada por um cliente assíduo que sabia da minha
história e da minha fortuna recém adquirida. Levei-o para
conhecer o casarão herdado, depois de nos encontrarmos
num bar e acertarmos um programa. Ele disse...
- Ele disse que tinha pouco dinheiro. Você me fez revi-
ver o momento, hoje. Ele te matou?
- Sim. E também matou a minha irmã pelo mesmo
motivo: ficar com a nossa herança. Fez-lhe assinar um docu-
mento passando o imóvel para ele, antes de assassiná-la.
- Quem é ele, Aline?
- Não posso pronunciar o seu nome. Foi o pacto que fiz
para estar aqui pois precisava falar contigo. Você vai desco-
brir quem nos matou sem que eu precise te dizer.
- Não sou detetive, garota.
- Eu sei. Mas tua parceira é.
TARADOS20
- Você a conhece?
- Sim. Tenho tentado juntar vocês dois, mas ela resiste.
- Nos juntar? Ela é casada, Aline.
- E daí? Mulheres casadas não traem? E ela tem moti-
vos pra isso.
- Por que abduzí-la? Não poderia ser outra, senão uma
mulher já comprometida?
- Não é fácil abduzir alguém. Você tem mais condições
de fazer isso do que eu.
- Eu?? Nunca nem pensei em tomar o corpo de quem
quer que seja. Por que o faria?
- Para saciar essa fome de sexo! Sei que é como eu. Mas
eu não consegui ressuscitar como você.
- Você está me dizendo que...
- Sim. Você pode assumir o corpo de uma pessoa e usá-
-lo para fazer sexo com outra. Mas nem todo mundo te per-
mitirá lhe possuir o corpo. Por isso, dói tanto.
- Como é que é?
- Você sente muitas dores no corpo quando abduz al-
guém e depois retorna para o teu próprio corpo.
- Quer me dizer que ando possuindo corpos de outras
pessoas?
- Sim. Mas você não se lembra, não é?
- Caralho. Claro que não me lembro. Sequer acredito
nisso...
- Quer tentar?
- Agora?
- Sim.
- Como fazer isso?
- No momento, você está em meu mundo. Aguarde um
momento e eu virei ao teu...
O branco do vestido que Aline usava ficou tão reluzen-
te que o rapaz quase não conseguia mais olhar para ela. Aí, o
ambiente que estava vazio ficou lotado de novo, como num
EHROS TOMASINI 21
passe de mágica. A loira vestida de preto, que o atendeu tra-
zendo a dose de Campari, estava sentada ao lado dele. Sorria.
Disse ao rapaz:
- Viu? Já abduzi a garçonete. Quem você gostaria de
ser, para me foder?
Ele estava impressionado com o que estava lhe aconte-
cendo. Olhou em volta. Ninguém parecia prestar atenção a
eles. Perguntou à loira:
- Quem você gostaria que te fodesse hoje?
- Você. Mas para tomar o corpo de alguém, você terá
de deixar o teu próprio corpo. Então, gostaria que você fosse
aquele negro ali, o garçom.
- Gosta de negros?
- Você, não?
- Nunca penso nas pessoas pela cor. Para mim, tanto
faz. Está me pedindo que eu possua o cara?
- Tente. Faça isso de forma consciente. Acredito que as-
sim irá se lembrar da experiência, depois.
Lázaro olhou para o garçom. O cara era alto, talvez com
quase dois metros de altura, e era bonitão. Tinha mãos gran-
des, como dizem que tem os bons fodões. Concentrou-se em
transferir seu espírito para o corpo dele, mas não aconteceu
nada. Aliás, só lhe deu sono. Atribuiu o torpor ao efeito do
Campari agindo em sua mente e corpo. De repente, caiu de
cara na mesa. Pouco depois, o garçom se aproximou do casal
e perguntou à loira:
- O jovem está bem? Precisam de alguma coisa?
A loira ficou feliz. Exclamou:
- Você conseguiu!!!
- Como sabe que sou eu?
- Você emana uma tênue aura. Depois, irá aprender a
lidar com isso. Vamos?
TARADOS22
- Vamos para onde?
- Qualquer lugar onde possamos fazer amor. Mas te-
mos que voltar antes que o bar feche.
O negrão garçom meteu a mão no bolso do escrivão
e tirou de lá as chaves do seu apartamento, além de todo o
dinheiro e documentos que ele tinha nos bolsos. A outra gar-
çonete o interpelou:
- Ei, o que pensam que estão fazendo? Roubando o
cliente?
- Não. Ele nos emprestou a casa dele para transarmos.
Voltamos já. - Disse ela.
- Pra vocês transarem? Você é casada, puta safada.
- Por isso, voltamos já - disse a loira.
A outra ficou com cara de tacho, olhando os dois saí-
rem às pressas.
Foi uma das melhores trepadas que Lázaro já deu, se
bem que ele não tivera muitas parceiras sexuais. No início,
tentou perscrutar os pensamentos da loira, para saber o que
ela gostaria que ele fizesse consigo, mas não conseguiu a
telepatia. Ela, no entanto, já lhe dava um banho de língua.
Chupou-o com a mesma perícia que havia feito antes, da pri-
meira vez que ele a viu ruiva. Mas não deixou que ela o fi-
zesse gozar. Estavam no apartamento de Lázaro. Se houvesse
alguém por perto, iria ver o negrão de quase dois metros de
altura virar a loira de costas e lambuzar o cu dela com cuspe.
Ela perguntou:
- Gosta mais assim, amor?
- Não sei. Nunca fodi um rabo e sempre tive a curiosi-
dade.
- Eu adoro. Pena que o caralho do negrão é pequeno,
nada proporcional à altura dele. Preferia foder o teu, que é
enorme.
- Por que não disse antes?
EHROS TOMASINI 23
- Eu te disse. Até prometi que, se tivesse um caralho
grande, eu não te cobraria. Lembra?
- Não. Não lembro...
- É que ainda não adquiriu a tua própria consciência.
É a mente do negrão garçom que não te deixa se lembrar de
mim hoje, pela manhã.
- Não importa. Eu quero mais é foder um cu.
- Pois foda o da loira, amor. Depois, vou querer que
foda o meu.
- Como assim?
- Ah, deixa de falar e fode!
E ele a fodeu. Fodeu até gozar dentro do cuzinho dela
duas vezes. Aí, ela o alertou:
- Ei, precisamos voltar para o bar, antes que feche.
FIM DA TERCEIRA PARTE
TARADOS24
Parte 04
Quando voltaram ao bar, a outra garçonete os esperava,
irada. Reclamou:
- Vocês me deixaram sozinha, com tanta gente. Recebi
reclamação do chefe por não conseguir dar conta dos clien-
tes. Tive que dizer a ele que vocês tinham dado uma saidinha,
mas já voltavam. Sei que ambos já quebraram muitos galhos
meus, assumindo meu lugar quando faltei, mas não dá pra
enganar o homem por tanto tempo. Vão lá e deem uma des-
culpa qualquer pra ele.
- Vou ao sanitário, primeiro. Depois, falamos com o
chefinho. - Disse o negro.
- Eu também vou - disse a garçonete ruiva, encami-
nhando-se para o banheiro das mulheres.
No entanto, quando entrou no banheiro masculino,
Lázaro abandonou o corpo do garçom. Porém, no mesmo
EHROS TOMASINI 25
instante se sentiu sufocado, como se fosse desmaiar. Voltou
de novo a abduzir o negro e ficou ofegante, agarrado à pia do
banheiro. Um cara entrou e percebeu que ele não estava bem.
Perguntou:
- O que houve, amigo? Está branco que nem um papel...
- Senti uma tontura, mas deve ser passageira. Me ajuda
a chegar a uma das mesas do bar? Preciso me sentar.
O cara que entrou no banheiro o amparou, antes que
o garçom caísse. Chamou por alguém que estava aguardan-
do do lado de fora do sanitário para ajuda-lhe. Outro sujeito
também fez o garçom se apoiar nele e o levaram até uma das
mesas, justamente onde estava debruçado o corpo de Lázaro.
Sentaram o negro na cadeira. Ele ainda respirava com difi-
culdade. Agradeceu aos dois e pediu que chamassem a garço-
nete ruiva. Quando os dois saíram de perto, ele tentou voltar
para o seu corpo, que estava desacordado naquela mesa. O
garçom deu um gemido prolongado e pareceu ter desperta-
do de algum desmaio. Olhou em volta, assustado. Viu Láza-
ro se mover. Este ergueu a cabeça e escancarou a boca, com
sono. O garçom se levantou imediatamente e saiu de perto
da mesa. Percebeu a ruiva garçonete se aproximar dele meio
abobalhada. Ela perguntou:
- Mandou me chamar? Por que não foi até lá dentro,
onde eu estava?
- Não sei. Estou confuso. Parece que tive um desmaio...
- Eu também estou me sentindo estranha. Maria me fez
uma pergunta sem pé nem cabeça. Jura que nós dois saímos
juntos e fomos transar. Ela deve estar doida. Eu jamais trairia
meu marido. E contigo, aí é que não trairia mesmo. Tenho
horror a negros, você sabe disso.
- Racismo é crime, Zefinha. Mas não estou afim de bri-
gar contigo. Deixa eu ver o que Maria tem a me dizer...
Maria, a garçonete que havia reclamado do casal, achou
TARADOS26
que o negro estivesse fingindo leseira, quando este perguntou
sobre a acusação de que ele havia saído com a ruiva. Ficaram
batendo boca. Lázaro observava o casal. Eles nem de longe
desconfiavam que haviam sido abduzidos. Procurou por Ali-
ne mas ela parecia não estar no bar. Foi quando se lembrou
de que havia deixado seus documentos e dinheiro nos bolsos
do negrão. Não podia ficar sem eles. Foi pedir ao cara:
- Olha, peguei no sono bebendo e me disseram agora
que você tinha tirado meu dinheiro e meus documentos do
meu bolso...
- Eeeu? Não tirei nada de ninguém, cavalheiro. Deve
estar me confundindo...
- Você tirou mesmo. Eu vi. Olhe nos teus bolsos. - Disse
a garçonete.
O garçom fez o que ela pediu e encontrou tudo em seus
bolsos. Estava incrédulo. Não se lembrava de nada. Pediu
desculpas e saiu de perto. Maria disse:
- Conte o dinheiro, moço. Eu nunca vi Antônio fazen-
do uma coisa dessas. Veja se está faltando algum.
O jovem fingiu contar a grana que estava em suas mãos.
Depois, disse:
- Tá tudo aqui. Me traga a conta, por favor...
O rapaz ainda deu uma rápida olhada em volta mas
não viu nenhum sinal de Aline. Resolveu-se a voltar para
casa. Permanecia incédulo quanto ao que tinha vivenciado.
Também não estava mais zonzo nem sentia o peito arfar
como minutos antes. Chegou à conclusão de que, para deixar
o corpo de alguém, tinha que manter o seu corpo por perto.
No outro dia, de manhã, a detetive não compareceu à
delegacia. Todo mundo estranhou, pois ela não era de faltar.
EHROS TOMASINI 27
Perguntaram a Lázaro mas o rapaz não soube informar seu
paradeiro. No intervalo para almoço, foi à casa dela. Sabia
onde morava pois costumava ir lá alguns fins de semana. O
marido dela sempre o olhava atravessado, mas o rapaz não lhe
dava atenção. Percebeu a porta da residência apenas encosta-
da e entrou de arma em punho. Encontrou-a caída no chão.
Estava bêbada. Na sala e no quarto havia sinais de violência,
como se ela tivesse lutado com alguém. A morena tinha um
lado do rosto inchado, indicando que esteve apanhando.
- O que aconteceu? - Perguntou Lázaro, levantando-a
do chão e a levando nos braços para a cama.
- Tô bicada e errada, peixe. Não tá vendo?
- Sim, estou. O que aconteceu para te deixar assim?
- O puto me deixou. Brigamos, ele me bateu e foi em-
bora, levando apenas algumas roupas. Eu quero morrer!
- Não vai morrer porra nenhuma. Vou te dar um banho
frio pra tirar essa bebedeira.
- Vai me deixar nua?
- Não vale a pena molhar tua roupa. Sente-se na cama
e eu te dispo.
Ela fez o que ele pediu. Até o ajudou a tirar sua roupa.
Quando ficou nua, quis despi-lo. O jovem, no entanto, disse:
- Nada de safadeza, mulher. Vou só te dar um banho. Se
quisesse trepar comigo, teria ido lá em casa ontem.
- Eu ia. Disse a ele que ia dar uma contigo. Ele me im-
pediu e me bateu.
- Já estava bêbada?
- Sei lá. Mas tinha tomado umas, antes de vir pra cá.
Devia ter ido direto pra tua casa...
- Onde acha que teu marido está?
- Não sei nem quero saber mais daquele puto. Ele me
bateu, porra. Nunca fez isso. E eu, como uma puta, deixei ele
me bater, caralho. Nem revidei.
- Vai dar queixa dele?
TARADOS28
- Não vale a pena. Não o quero mais.
- Eu acho que devia. Ele não pode bater numa policial
e continuar impune.
- Você me vinga, amor?
- Nem sei onde encontra-lo, linda.
- Linda? Quer dizer que me acha bonita?
- Com o rosto inchado desse jeito, está feia.
- Minha bocetinha não está inchada. Quer ver?
- Já estou vendo. Você está nua.
- Então, falta tu tirar a roupa. Quero ver o tamanho
desse caralho.
Ele se despiu sem pressa. Mas disse:
- Estou me despindo para não molhar minhas roupas
ao te dar banho. Se quiser mesmo trepar comigo, terá que
ir ao meu apê. Aqui é arriscado. Teu marido pode voltar de
repente.
- Pois eu queria que ele voltasse e me visse trepando
contigo.
- Não vale a pena, linda. Vá por mim...
- Então, vou tomar banho lá no teu apartamento.
Pouco depois, eles chegavam ao apê de Lázaro. Ele ha-
via ido até a casa dela usando uma das viaturas. Telefonou
para o delegado:
- Bianca não está muito bem, senhor. Pedi que folgasse
o resto do dia, fiz mal?
- Não. Mas fique com ela. A detetive nunca faltou se-
quer um dia aqui. Deve estar muito mal. Cadê o marido dela?
- Não sei, senhor. Acho que brigaram. Talvez seja o mo-
tivo dela estar assim.
- Ele bateu nela?
Lázaro demorou a responder. Ia mentir, mas terminou
dizendo a verdade. Bianca continuava adormecida na sua
EHROS TOMASINI 29
cama. Deitara-se nela assim que chegaram no apê do escri-
vão. Começou a tirar a roupa, mas adormeceu antes.
- Pois encontre esse filho da puta e dê uma sova nele.
Acha que consegue ou precisa de mais alguém para isso? -
Ordenou o delegado.
- Não seria contra a Lei, senhor?
- Foda-se a Lei. Bianquinha é uma ótima detetive. A
merda que der, eu resolvo. Entendeu?
- Entendi, sim, senhor. Mas acho que umas bordoadas
bastam. Eu não teria coragem de aleijar o cara.
- Então, vá tomar no cu. Deixe que eu mesmo me en-
tendo com ele. Fique com ela aí, onde estiverem. Se for preci-
so, leve-a para um hospital.
Lázaro não voltou a acordar a detetive. Deixou-a dor-
mir, mas fez uma aplicação de pomada no rosto machucado
dela. Com cuidado, para não acorda-la. Ela ficou agoniada
por estar vestida. Decerto costumava dormir nua. Ele termi-
nou tirando sua roupa.
Estando nua, o escrivão a achou mais desejável. Che-
gou a ficar de pau duro, mas não mexeu com ela. Foi até uma
farmácia, comprou uns analgésicos e depois passou por um
supermercado. Comprou dois pacotes de cervejas long neck
e colocou no freezer. Logo, estariam geladas. Depois, sentou-
-se na sala e ficou assistindo à tevê. Pegou no sono.
Lázaro despertou com uma boca macia chupando o
seu cacete. Continuou de olhos fechados, crente de que era
a detetive. Estava enganado. Quem lhe chupava era a rui-
va prostituta que havia sido morta por um cliente. Quando
estava para gozar, o rapaz abriu os olhos. Tomou um susto
quando via a mulher que o assombrava. Quase gozando, per-
guntou para ela:
- O que faz aqui?
TARADOS30
- Estou te preparando para transar com a detetive.
- Não... precisava... eu... eu... estava já... disposto a fo-
dê-la.
- Ela fechou os seus olhos com uma das mãos. Quando
a retirou, era Bianca quem estava perto dele, que estava sen-
tado no sofá da sala. Ela ajeitou-se em seu colo e apontou seu
pau para a racha. Disse:
- Finalmente vou te ter dentro de mim, amor. Tua enor-
me pica me fascinou...
- Ainda está carente de sexo?
- Você não?
- Então, cala a boca e me fode.
A ruiva usou o corpo de Bianca para beijá-lo. Esfregou
os seios no peito dele. Colocou os mamilos em seus lábios.
Depois, se enfiou na enorme pica do escrivão. Devagar. sem
pressa. Gemia baixinho, tão sensual que ele ficou mais exci-
tado ainda. Botou a mão atrás de si e apalpou as bolas dele
que estavam inchadas. Mediu quanto faltava de peia para se
esconder dentro dela. Aí, se enfiou de vez. Gemeu arrastado.
Quase gritou. Depois, pediu:
- Agora, meu gostoso, mete em mim, mete...
- Ahhhhhhhhhh, estou quase gozando...
- Ai, ai, ai, ai... goza nessa bocetinha carente, goza...
- Quem está me dizendo isso, você ou ela?
- Nós duas, amor... Só que ela acha que está sonhando
contigo a fodendo. Mas sinto que está gostando... Ai...
- Você... me disse... que...
- Sim, que não conseguia juntar vocês dois. Ela resistia.
Mas agora, consegui afastar-lhe o marido...
- Como... assim...?
- Assumi o corpo dela e a fiz discutir com ele. Escu-
lhambei-o e o provoquei até ele perder a as estribeiras. Agora
que ele bateu nela, acho difícil que o queira de volta.
EHROS TOMASINI 31
- Porra... Você foi... a culpada... da... separação...?
- Siiiiimmmmmmmmmm... Ah, que gostoso... goza,
amor... estou quase gozando, vai...
Ele não demorou muito a gozar. Foi outra gozada ca-
valar. Quando ela sentiu a enxurrada de esperma dentro da
vulva, gozou junto com ele.
- Ai, meu Deus... Ai meu Deus... Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...
FIM DA QUARTA PARTE
TARADOS32
Parte 05
Quando terminou de transar, Bianca voltou para a cama
parecendo uma sonâmbula. Deitou-se e continuou dor-
mindo como antes. Lázaro permaneceu no sofá, tentando re-
cuperar o fôlego. Achou que a pobre detetive jamais se lem-
braria daquela foda gostosíssima. Melhor assim. Sentia-se
chateado de se aproveitar da colega bêbada. Não era de fazer
isso. Mas não podia reclamar. A jovem trepava muito bem.
Não. A ruiva trepava muito bem. Não podia esquecer que a
policial estava possuída pela prostituta.
Foi pegar uma cerveja no freezer e a sorveu do gargalo.
Pensava em procurar o marido dela, antes que o delegado o
achasse. O cara era considerado um bruto e decerto ia deixar
o esposo dela aleijado. Até podia ser que o companheiro de
Bianca nem fosse um homem violento. A prostituta assas-
sinada, abduzindo a detetive, deve ter-lhe dito coisas que o
EHROS TOMASINI 33
tirou do sério. Foi até a cama e deu uma olhada na jovem mo-
rena. Achou que ela não acordaria tão cedo. Por isso, tomou
um banho e voltou à casa dela. Procurou em suas gavetas e
encontrou umas fotos do casal em uma casa de praia. Lem-
brou-se de que passou uns dias com eles nas suas férias do
ano retrasado. A casa, salvo engano, pertencia à irmã do cara.
Ficava à beira-mar do Janga, na cidade de Paulista, vizinha a
Olinda. Pegou a viatura que ainda estava consigo e foi pra lá.
Não encontrou o marido de Bianca. Quem estava lá era
a sua irmã Helena. Helena era uma negra bonita e gostosa,
irmã de criação do cara, que vivia dando encima de Lázaro.
Quando o viu, ficou contente. Convidou-o a entrar cheia de
“más” intenções. Usava um short curtíssimo, aparecendo a
polpa da bunda. O escrivão ficou de pau duro. Ela percebeu.
Porém, perguntou apenas:
- Que faz por aqui, amore? Veio finalmente me visitar?
- Infelizmente, a intenção era outra, Helena. Teu irmão
andou fazendo merda e está em perigo.
- O que ele fez?
Em poucas palavras, Lázaro contou da briga que o ca-
sal teve e que o sujeito havia batido na esposa, deixando-a de
rosto inchado. Não deu nome aos bois, mas disse que alguns
policiais estavam querendo vingar a companheira de traba-
lho. A negra ficou preocupada. Mas achou ali a oportunidade
de passar mais tempo com o rapaz. Falou:
- Fique comigo e espere por ele. Hamilton deve estar
tomando umas por aí, depois deve vir para cá. Ele tem a cha-
ve.
- Você está de férias?
- Sim. Meu primeiro dia de férias. Aí, tenho a sorte de
você me aparecer. Hoje, você não me escapa. Não sei porque
foge de mim. Sabe muito bem que sou afim de você...
- Eu ando evitando mulheres, Helena, desde que levei
TARADOS34
uns cornos do meu melhor amigo.
- Não precisa namorar comigo, cara. Basta fodermos
vez ou outra. Também não quero ninguém, por enquanto.
Mas ando com uma vontade louca de transar. E dizem que
você é roludo, do jeito que eu gosto.
- Porra, parece que todo mundo já está sabendo disso.
- Sorte tua. Como é, a gente fode enquanto espera meu
irmão aparecer? - Ela perguntou já abrindo os botões da ca-
misa que Lázaro vestia.
Ele deixou que ela lhe tirasse a veste. Depois de se li-
vrar da camisa, ela abriu o fecho da sua calça, libertando com
dificuldade o membro teso. Admirou-se do tamanho do bi-
cho. Levou-o à boca. Mamou a penca com carinho, sem nem
precisar tirar-lhe a calça. O rapaz, no entanto, estava inco-
modado com a roupa. Pediu que ela parasse um pouco para
ele se despir. Ela o ajudou. Depois, voltou a fazer a felação.
Concentrou-se só na chapeleta. Lambeu-a, chupou-a, roçou
o dedinho em torno dela. Então, resolveu-se a engoli-la por
inteiro. Abriu bem a boca e foi engolindo a peia aos pou-
cos, como uma engolidora de espadas. Babava em profusão,
se engasgava, mas não desistia. Lázaro se lembrava de uma
cena de um velho filme onde a protagonista conseguia engo-
lir um pau enorme até o talo. Isso o deixava mais excitado,
pois sempre desejou que uma mulher lhe fizesse o mesmo. Aí
ela, finalmente, conseguiu. Tocou com os lábios os pentelhos
dele. Mas perdeu o fôlego. Teve que retirar o caralho de suas
entranhas.
O pau do rapaz ficou pulsando, à espera de que ela se
recuperasse. Ela tinha lágrimas nos olhos do esforço de engo-
lir a enorme peia. Disse, ainda sem fôlego:
- Eu consegui. Eu consegui, porra. Sempre tive vontade
de fazer isso, depois que assisti Garganta Profunda. Você co-
nhece esse filme? Tenho ele em fita cassete até hoje.
EHROS TOMASINI 35
- Quem não conhece? Você está de parabéns. E muito
obrigado. Ninguém nunca tentou isso comigo. E eu duvido
que alguém conseguiria, como você conseguiu.
- Vamos pra o terraço. Também sempre quis trepar
numa rede.
- Numa rede? E presta?
- Vamos descobrir logo. Vem. - Insistiu ela, o puxando
pela mão - A praia está deserta, ninguém vai nos ver. Mas eu
adoro foder com plateia.
- Você é doida.
- Doida por você, amore.
A rede era armada bem baixo, a uns três palmos do
chão. Ela deitou o jovem nela, depois tirou devagar toda a
roupa. Ele ficou olhando seu strip-tease, de pau duríssimo.
Aí ela passou uma das pernas, enguiçando a rede, e ajeitou
o cacete dele em direção a si. Quando Lázaro esperava que
ela se estrepasse na buceta, eis que ela roçou a chapeleta no
cu. Helena tentou a penetração, mas as pregas estavam secas.
Ela cuspiu na mão e passou a saliva no ânus. Lázaro ficou
mais tesudo ainda. Foi penoso, mas ela conseguiu também
engoli-lo totalmente pelo cu. Depois, ficou cavalgando-o até
que começou a gozar. O rapaz se prendia, para não deixa-la
na mão.
- Tá bom meu cuzinho? Você gosta de foder um cu? Tá
querendo gozar dentro dele, tá? - Gemia ela, safadinha.
- Ai, nega, teu cu é muito apertado. Rebola no meu ca-
cete, rebola...
- Rebolo, sim, mas não vá gozar logo. Quero foder até
ficar de rodela ardida, tá, amor?
- Não dá. Estou quase... gozando...
- Então goza, bem. Mas vou querer dar outra depois tá?
Você fode minha...
A negra não completou a frase. Gozou pelo cu na peia
dele. O rapaz não se aguentou mais: gozou fartamente no
TARADOS36
ânus dela.
Ele ainda esperou mais de uma hora, depois de mais
uma foda, dessa vez na buceta da negra, e o irmão dela não
veio. Ela o chamou para tomar um banho de praia mas ele
recusou:
- Não posso. Se chegar queimado do sol na delegacia,
vão dizer que eu estava vagabundando e queimando expe-
diente.
- Está bem, amor. Mas fica comigo?
Ele demorou a responder:
- Melhor não, Helena. Preciso ir. Depois, volto aqui ou-
tro dia.
- Promete?
- Prometo. Você fode muito bem. Perdi tempo não te
fodendo outras vezes.
Ela o beijou longamente. Estava feliz. Se despediram no
portão da casa de praia. Ele entrou na viatura e foi-se embo-
ra. Cerca de dez minutos depois, cruzou com um carro que
vinha em direção contrária. Teve a impressão de que quem o
dirigia era o irmão de Helena, marido de Bianca. Porém, não
tinha certeza. Continuou seu caminho. Mas aí, percebeu que
as ruas estavam desertas. Não passava um carro, nem um pe-
destre sequer. O silêncio que reinava, chegava a incomodar.
Ele parou o veículo. Olhou para todos os lados, tentando ver
alguém. Assustou-se quando olhou novamente em direção
ao banco do carona. Havia um cara sentado ao lado dele, na
viatura. Lázaro não conseguia lhe ver as feições, mas sabia
que conhecia aquela figura masculina. A assombração deu
uma gargalhada aterrorizante. Aí, o escrivão se sentiu zonzo.
Em seguida, apagou.
FIM DA QUINTA PARTE
EHROS TOMASINI 37
Parte 06
Quando Lázaro despertou do seu desmaio, já era noite.
Olhou para o relógio de pulso querendo saber das horas.
Levou um susto quando percebeu sua camisa suja de sangue.
Suas calças, também. Tentou forçar a mente para se lembrar
do que tinha acontecido, mas só se recordava do momento
em que alguém apareceu ao lado dele e riu. Uma risada ater-
rorizante como nunca ouvira. Aí, lembrou-se de Helena. Fez
a volta no carro querendo logo chegar à casa dela. No entan-
to, quando lá chegou, havia uma viatura de Polícia e vários
curiosos reunidos na frente da residência. Ele não podia ser
visto com todo aquele sangue na roupa. Por isso, passou di-
reto e fez a volta mais adiante.
Felizmente, não foi avistado pelos vários policiais que
estavam na residência de praia. Pretendia voltar para o seu
apê. Será que havia acontecido alguma coisa à detetive Bian-
TARADOS38
ca? Pegou o celular do bolso e ia teclar o número dela quando
viu que havia várias ligações não atendidas da detetive. Ligou
de volta.
- Onde você está, porra? Já te liguei várias vezes... - A
policial disse mais irada do que preocupada.
- De repente, me deu um branco e eu devo ter apagado,
Bianca. Você está bem?
- Não. Não estou. Ligaram pra mim ainda bêbada di-
zendo que tinham matado meu marido e minha cunhada, lá
naquela casa de praia que estivemos ano retrasado, lembra?
- Lembro, sim. Quando aconteceu essa desgraça, Bian-
ca?
- Uma vizinha disse que ouviu um barulho de tiros e
achou que tinham vindo de lá. Isso foi por volta das quatro da
tarde. Ela olhou em direção à casa e viu uma viatura parada
na frente. Achou que a Polícia já estava resolvendo o caso. Foi
lá, saber o que estava acontecendo. Um cara não fardado saiu
da casa de pistola em punho, entrou na viatura, deu a volta e
foi-se embora.
Lázaro gelou. Forçou de novo a mente, mas não conse-
guia se lembrar de nada. Perguntou para ela:
- Você está na casa de praia, Bianca?
- Sim. O delegado não queria que eu viesse, mas insisti.
Por quê?
- Eu estou precisando falar contigo, urgente. Dá pra
sair daí e se encontrar comigo na minha casa?
Quando Bianca chegou à casa do rapaz, este estava sen-
tado no sofá, ainda com as roupas sujas de sangue. Tinha sua
pistola na mão. Ela gritou:
- Não. Nem pensar. O que está pretendendo de pistola
em punho, Lázaro? Quer me deixar mais aperreada?
- Não se preocupe, não vou atentar contra a minha
vida. Quero que me prenda. Acho que fui eu que matei teu
EHROS TOMASINI 39
marido e tua cunhada, Bianca...
- Acha??? Não tem certeza? E todo esse sangue? O que
você fez, Lázaro?
- Eu não sei. Não consigo me lembrar. Acabei de dar
uma olhada na minha pistola. Estão faltando três balas nela...
- Puta que pariu. Eu não acredito! Por quê, Lázaro, você
fez isso? Tá certo que meu marido merecia ser castigado. Mas
minha cunhada? O que ela te fez?
- Tome minha arma. Estou me entregando a você.
Como eu disse: não me lembro de nada.
Ela pegou a pistola dele e guardou na cintura. Sentou-
-se no braço do sofá onde ele estava. Alisou os cabelos dele
antes de dizer:
- Não vou te prender, caralho. Conte-me tudo desde o
começo, mas sem mentiras. Só quero entender a merda que
você fez, e por que fez.
Ele respirou fundo. Não queria mentir para ela. Come-
çou a dizer:
- Eu me lembrei da casa de praia. Achei que encontra-
ria teu marido lá.
- Vocês brigaram? Você atirou para se defender?
- Deixa eu terminar de contar a história, linda...
- Está bem. Não vou mais interrompê-lo.
- Eu queria achar o Hamilton antes do delegado. Você
sabe que nosso chefe é violento. E estava com raiva do cara
por ter te batido. Mas encontrei tua cunhada, ao invés dele.
Você deve ter conhecimento de que ela sempre foi afim de
mim. Acabamos transando.
- Transou com ela e depois a matou?
- Não, não. Ela quis que eu esperasse teu marido lá,
consigo. Mas ele demorou muito. Então, fui-me embora. Ia
voltar pra cá, onde deixei você dormindo. No entanto, apa-
guei no carro. Quando acordei, estava com as roupas nessas
TARADOS40
condições.
- Puta que pariu. Vai ser difícil convencer alguém de
que você não os matou. Nem eu mesma estou convencida.
Mas acredito que você não mentiria para mim. Então, vou
investigar o caso.
- Não é melhor me prender?
- Não, caralho, pois ninguém acreditaria na tua ino-
cência. Tire essas roupas e dê um sumiço nelas. Queime-as,
se quiser.
- Não é melhor, primeiro, analisar o sangue encontrado
nas roupas?
- Fazer isso é dar provas da tua culpa pra Polícia.
- Eles não precisam saber que as roupas são minhas.
- Está bem. Direi que foram encontradas na casa de
praia. Ou dou uma desculpa qualquer. Mas por que está que-
rendo fazer isso?
- Teu marido e tua cunhada morreram com quantos
tiros?
- Ambos foram baleados certeiramente na cabeça.
Onde está querendo chegar?
- Pense. Por que eu estaria com tanto sangue nas rou-
pas, se os acertei na cabeça? Tiveram morte instantânea, não?
Portanto, acho que todo esse sangue não é deles.
- Está querendo me dizer que você matou mais alguém
fora eles?
- Infelizmente, acho que sim.
- Caralho. Faz sentido. Vou analisar esse sangue eu
mesma. E comparar com o sangue da minha cunhada e do
meu finado marido. Mas você vai ter que desaparecer por uns
tempos. Não pode ser preso, ouviu? E não me diga onde esta-
rá. Nós nos comunicaremos apenas por whatsapp.
- Okay. Obrigado.
- Não me agradeça ainda. Se eu perceber que está me
mentido, eu mesma te prendo. E vou ficar com a tua arma.
EHROS TOMASINI 41
Cerca de uma hora depois, Lázaro alugava um quarto
de uma pousada afastada do centro da cidade e de seu apê.
Antes, passou por um caixa eletrônico e tirou todo o dinhei-
ro que tinha na sua conta. Temia que a Polícia o rastreasse e
bloqueasse sua grana. Atendeu-o uma mocinha da sua idade,
de rosto e corpo bonito, mas vestida de forma simples. Rece-
beu o dinheiro que ele lhe adiantou e o levou até os quartos.
O rapaz agradeceu e quis lhe dar uma gorjeta, mas ela não
aceitou. Disse:
- Eu e meu marido somos os donos. Não aceitamos
gorjetas. Mas agradeço.
Ele tomou um banho demorado, depois foi procurar
uma bebida para tomar. Na geladeira do quarto só tinha
água. Ele foi até a portaria e perguntou:
- Não vendem bebidas aqui?
- Não, senhor. Somos evangélicos. Mas, se quiser beber,
tem um bar logo ali. Fica aberto a noite toda.
Era um bar pequeno, frequentado por uma maioria de
mulheres de programas e seus clientes. Todas olharam para o
belo rapaz que se sentou à mesa. Uma mais afoita se aventu-
rou a chegar perto dele:
- Boa noite, jovem. Quer companhia?
- Não. Gostaria de permanecer sozinho, se não se im-
porta.
Ela fez um muxoxo e saiu de perto. Imediatamnte, uma
ruiva se sentou à mesa. Tinha a cabeça baixa. Lázaro se pre-
parou para lhe dizer que não queria companhia. No entanto,
viu duas lágrimas rolarem dos olhos dela.
- O que aconteceu para estar chorando?
- Desculpa. Eu não pude fazer nada.
- Do quê está falando?
- Eu tentei impedi-lo. Ele matou a mulher que eu abdu-
TARADOS42
zi para tentar impedir que ele te usasse.
- Aline? É você? O que faz aqui?
- Estou tentando te ajudar. Ele não vai te deixar em paz.
E é mais forte do que você. Talvez muito mais, pois guarda
tanta raiva dentro de si.
- Quem é ele, Aline?
- Algo me impede de te dizer. Também temo ficar sem
poder permanecer nesse plano de vida. Terá que descobrir
sozinho. Ou pedir à detetive para investigar por você.
- Por enquanto, não devo me aproximar dela. Terei que
me virar sozinho. Alguma dica?
- Vá à casa da minha finada irmã. Lá, encontrará algu-
mas pistas.
- Vem comigo?
- Não posso. Esse corpo resiste. Não vou conseguir do-
miná-lo por muito tempo. Mas, se eu deixá-lo sem ter outro
corpo por perto, posso desaparecer pra sempre deste mundo.
Nisso, a puta que se aproximou primeiro do rapaz vol-
tou. Reclamou:
- Então você me dispensou para ficar com essa catraia?
Antes que o rapaz respondesse, Aline levantou-se e en-
carou a prostituta. Disse, entredentes:
- O macho está comigo. Lavre daqui ou retalho teu ros-
to com canivete, entendeu?
A mulher se assustou. Deu meia volta e se afastou. Dis-
se para duas putas que estavam sentadas perto:
- O que aconteceu com Carminha? Nunca foi de me
enfrentar. Dessa vez tive até medo dela. Vôte!
Lázaro pagou a conta. A tal Carminha arriou na mesa,
como se estivesse bêbada. a garçonete que atendeu o rapaz
voltou com o troco. Ele viu que havia mais dinheiro do que o
devido. Disse a ela:
EHROS TOMASINI 43
- Fique com o troco.
- Sou eu de novo. Esta puta que lhe assumi o corpo é
mais dócil. Eu vou contigo. Essa catraia vive roubando clien-
tes. É a vez dela ser roubada. Pegue a grana.
Pouco depois, chegavam de táxi a uma residência mo-
desta, num bairro classe média de Recife. A puta falou:
- Esta é a casa onde eu morava com minha irmã, antes
de me prostituir. Encontrará o que precisa numa das gavetas
do criado mudo dela. Eu vou ficar te esperando aqui no táxi.
Veja se volta logo. Tem uma chave debaixo do jarro de plan-
tas, atrás da casa.
Lázaro achou logo a chave. Entrou na casa às escuras.
Acendeu uma lâmpada e caminhou pelo corredor até achar
o quarto. Não foi preciso procurar muito. Encontrou na ga-
veta um monte de fotografias. Em várias, aparecia o marido
de Bianca abraçado com a mulher que encontraram morta
no casarão. Mas as últimas fotos que viu o deixaram boquia-
berto: o marido da detetive aparecia beijando um homem na
boca. O escrivão o reconheceu. Tratava-se do cara que lhe
havia botado uns cornos e depois matado a sua namorada
traidora. O sujeito que ele tinha ajudado a Polícia a prender
e que acreditava que ainda estivesse trancafiado. Continuou
procurando na gaveta. Encontrou um envelope com uma
cópia xerografada de um documento que passava o casarão
pro nome do esposo da detetive. Então, entendeu tudo. Ligou
para Bianca.
- Oi. Eu disse que nos comunicássemos apenas por
whatsapp. Está querendo ser preso? - Irritou-se ela.
- Você investigou o cadáver da moça que encontramos
na mansão?
- No casarão, quer dizer. Não. Não tive tempo. Por quê?
- Vai ter uma enorme surpresa, linda. Encontre-se co-
migo no endereço que vou te dar. Mas venha com o espírito
TARADOS44
preparado.
Quando a detetive chegou na frente da casa onde o es-
crivão passou-lhe o endereço, ele havia dispensado o táxi e a
aguardava com a puta. Bianca perguntou:
- Quem é essa?
- A irmã da jovem assassinada.
- A tal que te assombra? Não sabia que era palpável.
- Não é. Está possuindo o corpo de uma puta que en-
contrei perto de onde estou escondido.
- Ah, tá. Pela cara, logo vi que se tratava de uma zinha.
Andou fodendo com ela?
- Não, não, não se trata disso. Dê uma olhada nessas
fotos e nesse documento...
Pouco depois, a detetive estava incrédula. Disse:
- Aquele filho da puta! Andou me enganando o tempo
todo com outras mulheres. E, ainda por cima, é viado? E este
documento? Encontrei uma cópia dele na casa de praia mas
não cheguei a ler.
- Pois leia.
- Caralho. Uma procuração, com todos os poderes de
decisão na venda de um imóvel, em nome dele.
- O casarão pertencia às irmãs assassinadas. Ele man-
tinha relação sexual com ambas. E você não sabe da maior...
- Ainda tem mais?
- Sim. O cara que aparece beijando teu marido na foto
é o que me botou um par de chifres e depois matou a minha
namorada. Ele deveria estar preso. Essa foto não é muito an-
tiga. E eu não soube mais dele. Deve estar em liberdade.
- Está querendo dizer que deve ter sido ele a matar o
meu marido e minha cunhada?
- Não duvido nada. O cara mostrou-se um assassino
sem escrúpulos. E me odeia. Pode ter querido me incriminar.
- Ei, o que estou fazendo aqui?
EHROS TOMASINI 45
Era a puta que havia se libertado do domínio de Aline.
Estava desconcertada de estar junto aos dois. Disse:
- Você. Conheço você. Lembro-me de ter te dado o tro-
co, lá no bar. O que faço aqui?
- Você quis vir comigo - mentiu o escrivão.
- Tudo bem. Mas não aceito programa a três... devia ter
me dito logo.
- Posso resolver isso, minha cara - disse a detetive, se
preparando para socar a garçonete.
- Não. Não, não faça isso - gritou Lázaro.
Mas já era tarde. A policial acertou o queixo da garço-
nete e a fez beijar a lona com um único murro.
Imediatamente, a detetive estremeceu. Lázaro adivi-
nhou que a prostituta ruiva havia possuído o corpo da poli-
cial. Esta falou por Bianca:
- Carregue a puta pra dentro da casa da minha irmã.
Enquanto ela não despertar, não posso assumir seu corpo
novamente. Vou ter que permanecer na mente da detetive.
Venha logo. Tenho pressa em foder.
- Olha, eu...
- Não se preocupe. Ela não vai se lembrar de nada. Mas
eu preciso de uma foda. Estou há muito tempo sem trepar.
Antes que Lázaro dissesse alguma coisa, ela o beijou
nos lábios. Seu hálito ainda fedia às bebidas ingeridas pela
detetive. Ele pegou a puta pelas axilas e ela o ajudou a colo-
ca-la dentro da casa. Depois, puxou-o em direção ao quarto.
Sussurrou ao ouvido dele:
- Quero te dar o cu de novo. Gostei de ter tua peia
enorme dentro de mim...
- Ela não vai ficar...?
- Afrouxada? E daí? Essa vadia também gosta de dar
TARADOS46
o cuzinho. Por isso o marido se chateava ao foder com ela:
queria ser ele a tomar no cu. E eu percebo que você já está
excitado.
- Estou, sim. Tire a roupa.
- Você, também.
Nesse momento, no entanto, a detetive caiu de joelhos
com as mãos na cabeça. Gemeu:
- Ahhhhhhhhhhhhhhhh, saia da minha cabeça, puta
safada...
- O que houve? - Perguntou o escrivão, já nu.
- Ouvi claramente essa rapariga dizendo que queria te
dar o cu. Só que percebi que ela queria usar o meu pra tu fo-
der. Caralho nenhum. No meu cu, mando eu. E você, o que
faz nu?
- Eu...
- Ah, vem. Você, eu deixo me foder. Ela, não. Agora,
acredito quando você diz que é possuído por alguém. Senti
claramente essa quenga na minha mente.
- Você... vai querer foder comigo, Bianca?
- Claro, nego. Principalmente, agora que sei que aquele
puto me enganava. E eu sempre quis saber como era receber
essa tua jeba enorme no cu. Adoro a sodomia, sabia?
Não foi preciso dizer mais nada. Lázaro a ajudou a tirar
as roupas enquanto ela botava seu caralho pra fora das calças.
Ele cuspiu na mão. Ela também. Esperou que ele lhe ume-
decesse o cu pra lambuza-lo também com saliva. Virou-se
de costas para ele. Ele a beijou na nuca. Ela voltou-se para
receber seu beijo na boca. Esfregou a bunda no cacete dele.
Abriu mais as pregas com as próprias mãos. Ele não esperou
mais nem um segundo: pincelou a glande no cu dela e depois
a penetrou devagar e sempre.
FIM DA SEXTA PARTE
EHROS TOMASINI 47
Parte 07
- Em que está pensando?
Lázaro demorou um pouco a responder. Levantou-se
da cama e vestiu-se, sem nem mesmo se lavar. Finalmente,
falou:
- Agora que sabe que não fui eu que matei teu marido
nem tua cunhada, estou livre pra voltar ao meu apartamento?
- Não está gostando de ficar aqui comigo?
- Não é isso. Temo novo ataque do meu inimigo. Tenho
que descobrir seu paradeiro.
- Se conseguir acha-lo, o que vai fazer?
- Ainda não sei. Mas confesso que estou com ódio dele.
- Onde ele estava preso?
- No presídio Aníbal Bruno.
- Meu falecido marido trabalhou lá. Como é o nome do
teu desafeto?
TARADOS48
- Raul. Raul Florentino.
- Amanhã cedo eu ligo para o presídio. Teremos no-
tícias dele. Volte para a cama. Ainda quero transar contigo,
amor.
- Você parece ter batido forte na garçonete. Ela ainda
não se acordou.
- Não mude de assunto. Agora que já sei que aguento
tua jeba, acho que fiquei viciada. Volte pra cá. Amanhã, pro-
meto te dar notícias do suposto assassino de meu marido e da
minha pobre cunhada.
- Lembre-se que Aline me disse que ele matou uma
mulher que ela incorporou. Talvez, onde eu apaguei, perto
da casa de praia.
- Tem razão. O dia está amanhecendo. Melhor irmos
procurar o corpo da tal mulher que sujou tua camisa de san-
gue.
- Vamos deixar a garçonete aqui? - Perguntou ele.
- Deixemo-la no terraço, do lado de fora da casa. Cadê
a tua amiga defunta? Desistiu de tomar meu corpo?
- Não sei. Ela me falou que não conseguia estar muito
tempo no corpo de uma pessoa inconsciente...
- Então, pra onde ela foi?
- Eu... acho que ela fica numa espécie de limbo. É um
lugar vazio, sem pessoas nem carros, mas a paisagem é a mes-
ma que vemos neste plano.
Viram a garçonete despertar, levando a mão ao queixo
dolorido. Levantou-se do chão, resmungando:
- Puta que pariu... Andaram batendo em mim? Que
dor do caralho...
Lázaro e Bianca se entreolharam. Ela perguntou:
- Acha que consegue?
- Não custa nada tentar. Assim, nós a devolveremos ao
lugar de onde a trouxemos. - Respondeu ele.
EHROS TOMASINI 49
E a garçonete caiu no chão de novo. Estremeceu-se um
pouco de corpo inteiro e depois levantou-se novamente. Fa-
lou com voz quase masculina:
- Pronto. Podemos ir. Ajude-me a carregar o meu pró-
prio corpo para o carro no qual você veio pra cá.
- Nossa. Se eu não estivesse vendo, não acreditaria.
Pouco depois, a garçonete saltava do carro dirigido por
Bianca. O bar estava fechando. Uma das putas perguntou por
onde ela tinha andado. A moça teve um breve estremecimen-
to e depois ficou espantada com a pergunta. Respondeu:
- Do que está falando? Eu não saí daqui...
Dentro do carro, deitado no banco de trás, Lázaro tam-
bém se estremeceu. Sentiu-se zonzo. A policial perguntou:
- Você está bem? Não pensei que iria aguentar abduzi-
-la durante esse tempo todo.
- Estou aprendendo a dominar o corpo alheio. Mas
sinto-me mal quando abandono o hospedeiro. Vamos indo.
Melhoro pelo caminho.
Cerca de uma hora depois, ele apontava:
- Foi ali que despertei, depois de ter uma espécie de
desmaio. A viatura estava parada bem naquela via que vai dar
naquele matagal.
- Hummm... Um bom lugar para esconder um corpo.
Vamos lá.
Pouco depois, estavam diante de um cadáver feminino
todo ensanguentado. A mulher devia ter cerca de quarenta
anos e tinha uma aliança no dedo da mão esquerda. O corpo
havia sido perfurado várias vezes. Bem próximo, tinha um
pedaço de pau pontiagudo e com sangue ressecado estava jo-
gado no chão.
TARADOS50
- A pobre era casada. Deve ter filhos... - Lamentou a
detetive.
- Chamamos a Polícia?
- Nós somos a Polícia, esqueceu?
Pouco depois, o movimento de policiais naquele local
ficou intenso. O delegado tinha vindo pessoalmente dar uma
olhada no corpo. Esteve conversando com a detetive, depois
foi falar com Lázaro:
- Por que fugiu, se não havia matado o marido e a
cunhada de Bianca?
- Era necessário estar livre para continuar as investiga-
ções, senhor - disse o escrivão, sem querer dar conhecimento
ao chefe de que havia se escondido a pedido da detetive.
- A detetive é ela. Não vejo porquê em você investigar.
- Mas quem seria preso era eu, já que a detetive não
acreditava em minha inocência.
- Sinceramente, pensei que havia vingado nossa amiga.
Só não vi motivo pra você matar a cunhada dela, também. A
história que a detetive me contou é estapafúrdia, mas confio
nela. Ajude-a nesse caso. Se conseguirem soluciona-lo a con-
tento, te promovo a detetive.
- Obrigado, senhor. Darei o melhor de mim.
O delegado gritou para alguns policiais:
- Deem toda a ajuda que estes dois precisarem. Quero
esse caso resolvido o quanto antes, entenderam?
- Deixe comigo, senhor - respondeu um tenente.
Pouco depois, Bianca perguntava ao escrivão:
- O que pensa em fazer agora?
- Passo na pousada e pego minhas coisas. Durmo por lá
até o meio-dia e depois vou pro meu apê. É o tempo de você
descobrir o paradeiro de Raul.
- Certo. Mas deixe o celular ligado e por perto. Posso
EHROS TOMASINI 51
precisar de ti. Nos encontramos à noite?
- Se você quer, claro que sim. Foi uma ótima trepada. E
fiquei te devendo mais um round.
- Gostei de ouvir. Vá terminar de dormir. Depois, te
encontro lá no teu apartamento?
- Não vai tratar do enterro do teu marido?
- Não. Aquele traidor desgraçado não merece. Que seja
enterrado pela Caridade do município.
Quando Lázaro voltou à pousada, a mocinha que se di-
zia dona o atendeu. Entregou-lhe a chave do quarto e disse:
- A noitada no bar foi longa, heim? Já são quase dez
da manhã. Perdeu o nosso desjejum. Mas deve ter sobrado
alguma coisa. Quer que levem pro teu quarto?
- Pode ser, se for possível. Ainda não comi nada desde
ontem.
- Noite agitada?
- Muito. Você nem de longe imagina.
- Você é policial?
- Por que pergunta?
- Tem todo o jeitão. Um policial muito bonito, por si-
nal.
- Obrigado. Bem, vou pro quarto. Se puder me mandar
ao menos um café quente, agradeço.
- Eu mesma vou levar. Se tiver umas frutas, o senhor
quer?
- Pode ser. Mas eu preferia um pão com manteiga.
- Pode se considerar servido.
O jovem tomava banho quando ouviu a porta abrir.
Estranhou que tivessem a chave. Mais ainda que entrassem
sabendo que ele estava lá dentro. Gritou do banheiro:
- Quem está aí?
- Sou eu, senhor Lázaro. Não grite, por favor. Não que-
ro que meu marido saiba que estou aqui.
TARADOS52
Ele saiu do banheiro ainda nu, pois a toalha estava so-
bre a cama. Viu-a com uma bandeja contendo uma xícara
de café, duas fatias de pão e um pote de manteiga. Ela admi-
rou-se do tamanho do seu pau, apesar dele ter tapado o sexo
com as mãos. Mas o membro era muito grande, deixava-se
ver alguma coisa.
- Desculpe, não sabia que tinha a cópia da chave. Por
isso deixei a toalha sobre a cama.
- Tudo bem. Não ignoro uma pica, apesar de achar a do
senhor muito grande. Já fui puta daquele bar que te indiquei.
Trouxe o teu desjejum por querer falar com o senhor.
- O que está havendo, senhora?
- Eu... não sei como dizer.
- Diga, assim mesmo.
- Bem... Eu não sou casada com o dono da pousada.
Sou filha dele. Ele vive dizendo pra todo mundo que somos
marido e mulher, desde que nos mudamos da Paraíba pra cá.
Ele me força a ter relações com ele, moço. Eu não quero. Ele
bate muito em mim, quer ver?
Antes que lázaro respondesse, ela tirou o vestido sim-
ples que usava. Mostrou as costas. Tinha vergões por todo o
dorso. Depois, virou-se de frente, deixando ver uma vulva
raspadinha e bem estufada. Também tinha machucões nos
seios e na barriga.
- Tá vendo? Ele me fode e me maltrata.
- Denuncie-o às autoridades.
- Não posso. Ele me mataria. Além do mais, dependo
dele pra viver.
- Se não quer denuncia-lo, o que quer que eu faça?
- Eu não quero ser forçada a foder, moço. Quero ser
bem tratada. Quero gozar. Gozar muito. Se o senhor não
pode ou não quer me levar daqui, pelo menos me dê esse
prazer...
EHROS TOMASINI 53
A mulher ajoelhou-se perante Lázaro e foi logo pegan-
do seu caralho e botando na boca. Disse pra ele:
- O senhor vai comendo o pão com manteiga enquanto
eu te chupo...
No início, o jovem ficou empulhado. Mas ela chupava
como uma profissional. Devia ter sido mesmo uma prostitu-
ta. Ela deve ter se sentido incomodada de estar ajoelhada. le-
vantou-se e empinou a bunda sem parar de chupá-lo. Lázaro
alisou a bunda dela. Ela demonstrou ter gostado. A filha do
dono da pousada esticou o braço e pegou o pote de mantei-
ga. Sem parar a felação, meteu os dedos dentro do pote. Em
seguida, lambuzou as pregas. Quando percebeu que o cacete
dele estava pulsante, virou-se de costas. Rontonou:
- Quero esse pau bem dentro de mim. Meta sem pena,
moço. Eu tenho larga experiência.
Ele não se fez de rogado: enrabou-a quase que com vio-
lência. A penca entrou macio, parte devido à manteiga, outra
por causa da elasticidade do cu dela. Ela sorriu, levando vara.
Mas não fazia nenhum barulho, como se temesse chamar a
atenção do dono da pousada. Lázaro nunca houvera fodido
um cu com manteiga. estava achando uma ótima sensação.
Empenhou-se na foda. Apressou as estocadas. Aí, sim, ela
começou a gemer. gemeu alto e ele ficou preocupado que al-
guém ouvisse. Tinha toda a razão.
Antes que gozasse, alguém abriu a porta de supetão. A
jovem a havia deixado apenas encostada, e com a chave pro
lado de fora. Um coroa botou a cara pra dentro do quarto.
Era o suposto pai da garota.
FIM DA SÉTIMA PARTE
TARADOS54
Parte 08
Ocoroa invadiu o quarto e puxou a moça pelo braço. Ber-
rou:
- Thalita! Já pra fora. Vá pro seu quarto. Vamos ter
uma conversa.
- Não pode tratar a tua filha assim. - Lázaro tentou
apaziguar o cara.
Este esteve bufando, depois se acalmou. Disse ao ra-
paz:
- O moço me desculpe, mas minha filha é doente. Vive
sempre me dando problemas com os clientes, principalmen-
te se são homens.
- Qual a doença dela?
- Ele é ninfo... ninfa...
- Ninfomaníaca?
- Isso. Antes de eu perceber sua enfermidade, vivia se
EHROS TOMASINI 55
prostituindo. Eu tive que castiga-la, moço. Muito. O pior é
que ela acabou gostando do castigo. Não sei mais o que fazer.
- Entendo.
A mocinha esperava do lado de fora do quarto, choran-
do. Lázaro sentou-se na cama e fechou os olhos. O coroa saiu
do cômodo e encostou a porta atrás de si. Segurou de novo
a evangélica pelo braço e a arrastou dali. Não viu quando o
jovem estremeceu e caiu de costas na cama. Quase ao mes-
mo tempo, a mocinha também estremeceu. Mas continuou
andando até os seus aposentos. Quando o pai a largou, este
tirou de trás da cintura uma chibata curta e grossa. Rosnou
para a jovem:
- Vou ter que te bater de novo. Depois você me chupará
até eu gozar. Ou então, me dá a bunda, como estava fazendo
para o nosso hóspede.
- Não. Hoje sou eu que vou querer te bater. Até me far-
tar. Depois, vou-me embora dessa merda. - Rosnou a mulher,
com a voz alterada. Lázaro a tinha possuído. Iria dar uma
lição ao pai carrasco dela.
- Como é que é? Você sempre gostou de apanhar. Sem-
pre fez por onde eu te batesse...
- Pode ser. Mas hoje quem vai te bater sou eu.
- Pois ouse bater no teu pai, sua cria do Demônio...
Lázaro deu-lhe um chute e o homem deixou cair a chi-
bata. O evangélico tentou apanha-la do chão, mas levou novo
pontapé, caindo de bunda no cimento. O rapaz se aproveitou
para pegar o relho e bater no pai da moça. O coroa gritava:
- Não. Não, filha, isso doi. Pare...
- Tire as calças e vire a bunda para cá - ordenou Lázaro,
assumindo o corpo da mocinha.
O coroa não atendeu de pronto. Levou uma chicotada
violenta. O jovem gritou:
TARADOS56
- Faça o que eu mandei!
- Filha, você parece estar possuída do capeta. Nunca te
vi assim, com essa voz de homem... - resmungou o coroa, já
amedrontado.
Fez o que Lázaro estava pedindo: arriou as calças e vol-
tou-se de costas para ele. Levou uma chibatada violenta na
bunda. Outras se seguiram, até que o sujeito desmaiou de dor.
Lázaro quis abandonar o corpo da evangélica e voltar
para o seu. No entanto, sentiu-se zonzo e sufocado antes de
chegar ao seu quarto. Teve que voltar ao corpo dela. Fê-la ca-
minhar até o seu dormitório. Só então, deixou de abduzi-la.
Ela estremeceu. Olhou para ele espantada, vendo-o deitado
de costas pra cama. Correu até o rapaz:
- Pelo sangue de Cristo, o que meu pai fez com você,
moço? - Aperreou-se ela, se agarrando ao corpo do jovem.
Este se levantou ainda tonto. Disse:
- Ele não fez nada comigo. Você é quem deu uma surra
nele.
- Eu? Eu não bateria em meu pai, moço. Jesus Cristo
me impediria.
- Pois foi o que aconteceu: você bateu nele até faze-lo
desmaiar. Se não acredita, vá ver lá no quarto...
Ela foi e voltou preocupada. Falou:
- Eu não me lembro de nada, moço. Mas meu pai está
mesmo todo lapeado. E agora? Ele não vai mais querer bater
em mim...
- Como é que é?
- Eu gosto de apanhar, moço. Gosto de foder depois de
apanhar. Ou vice-versa. Fico provocando meu pai para que
ele bata em mim. No início ele não gostava. Mas agora enten-
deu que quanto mais forte ele me bate, mais eu gozo depois.
EHROS TOMASINI 57
O jovem se arrependeu do que tinha feito. Entrou no
banheiro querendo tirar a sujeira de cu da pica e ir embo-
ra. Ela, no entanto, quando o viu se banhando, se aproximou
toda dengosa:
- Tá tomando banho pra gente foder de novo? - Per-
guntou acariciando o pau do rapaz.
- Não. Vou-me embora. É muita loucura para um dia
só. Por hoje, já basta.
- Me leva junto com você. Quando meu pai acordar, vai
ficar uma fera.
- Se ele gritar com você, diga-lhe que vai bater-lhe no-
vamente.
- E eu sou besta? Eu quero mais é que ele me foda e me
bata bem muito. Mas o moço não sairá daqui sem trepar de
novo comigo. - Ela lavava o pau dele com carinho. O caralho
ficou duro.
Ela entrou debaixo do chuveiro com ele. Deram uma
foda demorada em pé. Ele a possuiu de todas as maneiras,
dentro do pequeno banheiro. Ela não pediu mais que ele lhe
batesse. Ele a puxou para a cama. Voltou a foder o cuzinho
de Thalita. Só parou de meter-lhe no ânus quando gozou far-
tamente.
Lázaro pegou o dinheiro que tinha escondido debaixo
do colchão do quarto da pousada e voltou para o seu apê. Ali,
sim, dormiu por horas. Quando acordou, viu um recado de
Bianca em seu celular. Ela lhe dizia que o seu rival permane-
cia no presídio. Também havia marcado uma visita ao cara
que matou seu marido e sua cunhada. Queria muito falar
com ele. Mas não queria que o escrivão estivesse presente à
entrevista. O rapaz ficou chateado por ter sido dispensado de
estar lá com ela, mas não fez nenhum comentário.
TARADOS58
No dia seguinte, de manhã logo cedo, foi visitar a dou-
tora Isadora Pereira. A psiquiatra disse, assim que começou
a sessão:
- Andei conversando com pessoas do teu convívio, in-
clusive com o cara que matou tua namorada. Ele jura que
quem a matou foi você. Diz que está preso por engano. Mas
confirmou que você tem poderes especiais. O que ele quis
dizer com isso?
- Dos meus poderes ou da morte de minha ex-namo-
rada?
- De ambos.
- Já te falei que consigo voltar da morte. Você não acre-
dita.
- Poderia me dar provas disso, senhor Lázaro?
- Sim, claro. Se bem que é muito doloroso. Mas posso
fazer isso se te convencer do que eu te afirmo.
- Como faria isso?
- Você tem câmera aqui?
- Sim. Uso-a para registrar as sessões com meus pa-
cientes. Mas são gravações sigilosas. Não vão a público de
nenhuma forma. Servem para me lembrar de algo que eu não
tenha anotado. Por quê?
- Quero que registre o que vou te mostrar. Está gravan-
do agora?
- Sim. A câmera fica escondida naquele canto da sala.
grava tudo que se passa dentro deste consultório.
- Ótimo. Esteja atenta - e o rapaz começou a ter estre-
mecimentos no corpo. A doutora o observava quando ele se
sentou no divã. Aí, bateram na porta.
Ela irritou-se. Levantou-se e caminhou até a porta do
consultório. Quando a abriu, tinha um guarda penitenciário
do lado de fora. Ela disse;
- Estou atendendo um paciente. Aguardem alguns mi-
nutos e os atenderei.
EHROS TOMASINI 59
- Não podemos aguardar. A senhora vai ter que dispen-
sar quem está atendendo e nos colocar na vez. O detento tem
uma entrevista marcada pra daqui a pouco. - Falou o agente
penitenciário.
O sujeito olhou para dentro do consultório, pra sa-
ber quem estava sendo atendido. Seu corpo estremeceu de
repente e ele caiu de joelhos perante a doutora. Ela tentou
ampará-lo, antes que caísse no chão, mas não conseguiu. En-
tão, seu próprio corpo estremeceu. A médica sentiu a cabeça
rodar e perdeu a consciência.
A doutora Isadora levou a mão à testa. Estava ainda
zonza. Sentiu um cheiro estranho e olhou para a mão. Esta
estava tinta de sangue. Seu uniforme branco também. Ouviu
uma voz perto de si:
- Ela está despertando.
A médica olhou em direção àquela voz. Era o carcerei-
ro que atendera há pouco quem falava. Ela viu outros agen-
tes penitenciários olhando-a espantada. Só então, percebeu
o corpo ensanguentado de Lázaro caído no chão. Perguntou:
- O que aconteceu?
- Diga-nos a senhora. - Falou o carcereiro. Outro agen-
te disse:
- A senhora parece ter endoidado e partiu pra cima do
teu paciente com um olhar homicida. Perfurou o corpo dele
várias vezes, com a caneta de bico fino que usava para escre-
ver. Matou o rapaz. Todos vimos.
Ela correu para perto do escrivão. Tocou sua jugular
com os dedos. Disse, consternada:
- Ele está morto. Mas... eu não me lembro de nada...
- Vai ter que dizer isso lá na delegacia, dona. - Disse o
agente. - Considere-se presa pelo assassinato brutal do seu
TARADOS60
paciente.
Nisso, Lázaro se moveu. Ela agachou-se perto dele, de
novo. Gemeu:
- Você está vivo! Como pode? Agorinha atestei tua
morte...
O jovem sentou-se no chão, pra espanto de todos na
sala. Tinha o peito ensanguentado. O coração fora perfurado.
Ela gritou:
- Depressa. Chamem uma ambulância. Ele está vivo!
- E levem o prisioneiro daqui. Façam isso logo. Sua
consulta está encerrada. - Disse o carcereiro.
Levaram o detento imediatamente. Este ria de forma
enigmática. Lázaro tentava respirar melhor, ainda sentado no
chão. Ouviu o agente penitenciário dizer:
- Assim que a ambulância chegar, a senhora está presa
por tentativa de assassinato, doutora.
- Não. Eu não vou dar queixa do que aconteceu aqui. a
doutora não tem culpa. - Falou Lázaro.
- Mas senhor... - começou a dizer o guarda.
- Chamem a detetive Bianca. Urgente. Ela entenderá
mais do que vocês o que aconteceu aqui. - Insistiu o paciente.
- E o que aconteceu aqui? - Perguntou o agente peni-
tenciário.
Quando a detetive Bianca chegou, quase uma hora de-
pois, a doutora estava inconsolável. Lázaro tentava acalenta-
-la, enquanto uma enfermeira lhe repunha o sangue perdido
através de uma bolsa apropriada. A policial perguntou:
- O que aconteceu aqui? E fale logo, sem me enrolar.
FIM DA OITAVA PARTE
EHROS TOMASINI 61
Parte 09
Adetetive assistiu ao vídeo gravado pelas câmeras internas
do consultório da doutora Isadora pela terceira vez. As
imagens mostravam a médica psiquiatra atingindo o corpo
do paciente Lázaro várias vezes com a caneta metálica que
usava para anotações. Finalmente, falou:
- Sinto muito, mas não estou entendendo o que você
quer me dizer. Pelo que vi, ela te atacou e te feriu feio. Por que
quer inocentá-la?
- Olhe bem as imagens dela fazendo anotações do que
falo e compare com as do ataque. - Sugeriu Lázaro, ainda re-
cebendo sangue nas veias e tendo uma paramédica lhe fazen-
do curativos.
- Sim, já fiz isso várias vezes. Diga-me o que quer que
eu perceba.
- Escrevendo, a doutora é destra. Mas me atacou usan-
do a mão canhota. Isso não te diz nada?
TARADOS62
- Que ela é ambidestra?
- Não, não. O Raul, meu inimigo, é canhoto. Foi ele
quem me atacou.
- Já te disse que ele está no presídio.
- Disse, sim. Mas eu o vi aqui. Ele também é paciente
da doutora Isadora. Ela iria atende-lo, depois de mim. Mas
insistiram que ele deveria ter a sessão primeiro que eu, para
dar tempo de se encontrar contigo no presídio, linda. Pode
confirmar isso com os agentes penitenciários que levaram a
pobre médica presa. Ela não tem culpa. Foi abduzida por ele.
Só não consigo entender como ele conseguiu o mesmo poder
que eu.
- Isso é o que vamos descobrir - disse a detetive, pegan-
do seu celular. Em seguida, ligou para o presídio remarcando
a entrevista para o dia seguinte.
- E agora? - Quis saber o escrivão.
- Agora você vai pra casa e cuida de sarar. Não sei como
não morreu.
- Eu morri. Só que estou conseguindo ressuscitar em
menos tempo que antes.
- Eu não consigo entender bem esse teu dom. Mas não
é à toa que teus pais te denominaram de Lázaro, aquele que
voltou dos mortos.
- Não vai mesmo cuidar do enterro do teu marido?
- Não. Mas vou ao enterro da minha cunhada. Fiz ques-
tão de enterrá-la em um cemitério grã fino para não ter que
estar perto daquele crápula quando for visita-la. Estou indo
para o seu velório. Depois, vou pra tua casa, pode ser?
- Claro, linda. Estarei te esperando.
- Durmo por lá e amanhã cedo vou ao presídio. Mas
confesso que não sei como provar que foi teu inimigo a te
furar o couro. Ninguém acreditaria nessa coisa de abdução.
- Lá em casa, pensaremos em algo. Ele está cada vez
mais perigoso. Continuará matando. Teremos de encontrar
uma forma de para-lo. Nem que seja matando. - Disse Láza-
EHROS TOMASINI 63
ro, muito sério. Ela ficou calada.
Depois de liberado, após receber duas bolsas de sangue
na veia, o jovem foi para casa. Mas não seguiu as recomen-
dações médicas de repouso. Assim que chegou ao seu apê,
ligou o computador e ficou dando uma olhada nos arquivos
digitais da delegacia. Voltou uns anos no tempo, desde a pri-
meira notícia da prisão do assassino da namorada. Em outras
reportagens, o jovem Lázaro aparecia em fotos e em matérias
impressas, dando entrevistas sobre o seu dom inédito de so-
lucionar crimes. Ele tinha sido responsável direto pela prisão
do ex-amigo. Mas ainda estava abatido pela perda de sangue
e adormeceu frente ao computador.
Despertou ouvindo o chamado de alguém perto de si.
Abriu os olhos e viu a ruiva Aline ao seu lado. Ele perguntou:
- Onde você esteve esse tempo todo?
- No lugar que chamo de limbo. Vim me despedir de
você. Perdi o direito de estar contigo. Mas agora você já sabe
quem foi o meu assassino e quem matou a minha irmã: o
mesmo que matou o marido da detetive e a cunhada dela.
- Antes de ir, me diga como devo fazer para punir o
meu inimigo.
- Pretende mata-lo?
- Se for preciso, sim. Ele é mau. Não pode continuar
matando e ficando impune.
- Tem que afastá-lo do corpo dele. E não pode haver
ninguém por perto para que ele possa abduzir. Mas não se
preocupe, você vai saber detê-lo. Agora, preciso ir. Estou per-
dendo minhas forças.
- Não iremos transar desta vez?
- Eu queria. Mas não tenho mais esse direito - disse ela,
se desmaterializando. Lázaro ainda sentiu os lábios dela to-
carem o seu. Aí, bateram na porta do seu apê. Ele foi atender.
Espantou-se com a visita.
TARADOS64
- Como me achou?
A psiquiatra Isadora abraçou-se com ele. Estava cho-
rando.
- Você está vivo! Obrigada, meu Deus. Não sei como
pude fazer aquilo.
- Não foi você. Teu corpo foi tomando pelo detento.
- Não me diga que...
- Digo, sim. Raul tem os mesmos poderes que eu. Tal-
vez seja mais forte. Mas não me pergunte como.
- Ele me contou que, assim que foi preso por matar a
namorada, tentou o suicídio. Mas conseguiu voltar da morte
horas depois. Claro que eu não acreditei nessa história. No
entanto, a detetive Bianca me mostrou o vídeo. Eu não sou
canhota, mas o detento Raul é, sim. Você também morreu?
- Sim, mas ressuscitei logo.
- Quantas vezes você consegue morrer e reviver?
- Não sei. Espero que muitas. Mas, como te disse, é
muito dolorido.
- Coitado. Eu imagino.
- Como chegou até mim?
- Eu vim com Bianca. Ela me soltou da prisão. Está es-
perando no carro.
- Por que não subiu contigo?
- É que... eu... queria te agradecer. Disse isso a ela. Ela
disse que se eu não voltasse ao carro em meia hora, ela iria
embora.
- Ah, não precisava me agradecer. Volte lá, pra não per-
der a carona.
- Achei que você iria querer...
- Querer o quê?
Ela esteve um tempinho indecisa, depois deu-lhe um
selinho na boca. Falou:
- Nada não. Deixa pra lá. Vou mesmo descer. Muito
EHROS TOMASINI 65
obrigada por não ter dado queixa de mim. Te espero para
nova consulta?
- Oh, claro. Na próxima semana estarei lá - disse ele,
levando o dedo a tocar os lábios onde ela beijou.
A médica saiu apressada. Parecia envergonhada. Láza-
ro ficou na dúvida se ela o tinha beijado em agradecimento
ou se tinha intenção nele. A doutora Isadora era uma coroa
bonita, mas ele nunca a tinha visto como mulher. Sabia que
ela era casada e amiga da detetive, inclusive levava o marido
quando ia visitar a policial e seu esposo. E nunca demonstra-
ra interesse nele. Ele sacudiu a cabeça para espantar os maus
pensamentos e ia se deitar, quando bateram novamente na
porta. Dessa vez era a detetive Bianca.
- Está melhor?
- Sim. As feridas estão doendo menos.
- Achei que iria transar com Isadora. Mas ela voltou
pro carro chorando. O que houve?
- Não sei ainda. Ela estava estranha...
- Não te cantou pra trepar?
- Por que está me perguntando isso?
- Aquela puta trepava com meu marido. Dentro da mi-
nha própria casa. Ela pensa que não sei. Certa vez flagrei os
dois nus na minha cama. Mas confesso que não tive coragem
de enfrenta-los. Eu me escondi. No entanto, nunca mais tive
coragem de foder com ele. O puto morreu sem saber por que
eu o evitava.
- Sinto muito, linda. Você vai leva-la em casa?
- Não. Dei-lhe a chave do meu carro. Ela vai sozinha.
Vou ficar contigo, posso?
- Claro. Aproveitamos pra conversar sobre Raul. De
como podemos pega-lo.
- Certo. Mas essa conversa fica pra depois. Agora, que-
ro mesmo é trepar com você. Acha que me aguenta?
- Se doer, eu grito.
TARADOS66
- Pois então vou querer essa jeba todinha no meu rabo.
Se doer, eu grito.
Ela gritou. Mesmo assim, não desistiu de receber todo
o caralho dele no cuzinho. Ali mesmo, na sala. Bianca segu-
rou no espelho da cadeira da sala e ficou de costas para ele,
depois de tirar toda a roupa. Lázaro começou a beijando na
nuca até a regada da bunda, mas teve que parar. O ferimento
passou a doer. Disse isso a ela. Bianca, no entanto, não queria
saber de preliminares. Pegou seu pau com uma das mãos e se
enfiou nele. O jovem lhe enterrou a pica, depois de saliva-la.
Nem bem começou os movimentos de cópula, tremeu das
pernas. Estava fraco por conta da perda de sangue. A deteti-
ve o puxou em direção à cama. Fê-lo se deitar nela. Depois,
subiu sobre ele e se acocorou no seu pau. Nem lambuzou o
ânus com saliva. Fez com que o bicho entrasse inteiro no seu
furico. Ele gemeu de prazer. Ela, também. Quando ela come-
çou a cavalga-lo, ele não demorou muito a gozar dentro do
seu cuzinho.
FIM DA NONA PARTE
EHROS TOMASINI 67
Parte final
Antes das dez da manhã, a detetive Bianca estava no presí-
dio. O detento Raul já a esperava com um CD nas mãos.
Disse para ela:
- Pedi que fizessem uma cópia para você. Veja isso an-
tes de conversarmos.
- Do que se trata?
- Assista ao vídeo. Faz tempo que o guardo. Saberá por-
que tenho ódio de Lázaro.
Bianca saiu da cela e foi ver o vídeo na sala do diretor
do presídio. Este já o tinha assistido. Esperou que a detetive
terminasse para dizer:
- Eu fiz esta cópia para ele. O detento Raul está pedindo
novo julgamento.
- Esse vídeo foi forjado. Note que a vítima aparece o
tempo todo de costas. E a namorada de Lázaro era bem mais
TARADOS68
nova, quando foi assassinada. Outra coisa: meu companheiro
de trabalho é destro. Não mataria a mulher com a mão es-
querda. Já o Raul é canhoto. Deve ter abduzido Lázaro para
filmar essa coisa.
- Deve ter o quê? - Perguntou o diretor do presídio.
- Nada, nada.
A detetive assistiu o filme de cerca de cinco minutos
de novo. Nele, Lázaro flagrava o ex-amigo com uma mulher.
Pareciam discutir, pois as imagens não tinham som. Lázaro
puxou uma faca de trás da cintura e investiu contra a mulher,
matando-a com vários golpes. A partir de então, não se via
mais Raul na gravação. Bianca tirou o DVD do aparelho e
voltou para a cela onde estava preso o inimigo de Lázaro:
- O que pretendia me dizer com isso?
- Que estou pagando por um crime que não cometi. O
assassino foi teu amigo Lázaro.
- Isso aqui é uma encenação fajuta. Não conseguirá en-
ganar um júri.
- Eu gostaria de tentar. Dando certo ou não, isso é pro-
blema meu. Mas você sabe que posso sair daqui a hora que
quiser.
- Sim, eu sei. E você tem saído muito para o meu gos-
to. Também, por pouco você não conseguiu matar Lázaro,
ontem.
- Vou ter novas oportunidades. - Insistiu o preso.
- Não vai não. - Disse a detetive, batendo na grade, cha-
mando um agente penitenciário que aguardava do lado de
fora da cela.
No mesmo instante que um negrão forte apareceu com
as chaves, Raul caiu de joelhos no chão. Porém, as coisas es-
tavam acontecendo do jeito que a detetive e Lázaro tinham
planejado na noite anterior. Antes dela chegar ao presídio,
haviam passado pela casa da doutora Isadora para pegar uma
EHROS TOMASINI 69
injeção com um sedativo capaz de derrubar um touro ime-
diatamente. Quando viu o detento cair no chão e o guarda
penitenciário estremecer, a detetive sacou a seringa já pre-
parada e aplicou no pescoço do negrão. Este também caiu de
joelhos no chão. Em seguida, ela injetou o líquido no próprio
braço.
Quando Lázaro chegou na cela, acompanhado do dire-
tor do presídio, viu os três desmaiados. Disse para o homem:
- Depressa, ligue para a doutora Isadora, como combi-
namos. Tenho que levar esses três daqui.
- Eu ainda não estou entendendo o que estão tentando
fazer, mas vou ajudar. Meu guarda vai ficar bem? - Preocu-
pou-se o diretor.
- Sim, vai. A doutora vai cuidar bem dele.
Pouco depois, a médica chegava apressada. Disse para
Lázaro:
- Eu trouxe uma ambulância. Temos que levar os três
para meu consultório. Lá eu tenho as ferramentas necessá-
rias.
Sob orientação de Lázaro, que ainda não podia fazer
grandes esforços físicos por conta dos ferimentos recebidos,
guardas da prisão ajudaram o escrivão de Polícia e a médica
a carregarem os desacordados para a ambulância. O diretor
disse:
- Se descobrirem que eu ajudei vocês, posso ser punido,
doutora.
- Não se preocupe. O guarda, o detento e a detetive são
voluntários para uma experiência que estou fazendo - mentiu
a dra. Isadora.
Ela havia conversado com o casal e achou por bem fa-
zer o que eles tinham pedido: tornar Raul um inválido para
TARADOS70
sempre. Por isso, tinham aprisionado a mente do detento no
corpo do guarda do presídio, que era um negro alto e forte,
quando Raul tentou abduzir-lhe. O negro, que era amigo do
marido de Bianca e tinha trabalhado com este no presídio,
havia sido voluntário para a tal experiência, contanto que
vingasse o amigo. Jurou que aguentaria o bombardeio de en-
torpecentes que ela lhe aplicaria, por ser ex usuário de drogas
pesadas.
Quando chegaram ao consultório da doutora, Lázaro,
com esforço, colocou os três deitados um ao lado do outro.
Ela aplicou um coquetel de drogas na veia do negro. Este es-
tremeceu. Imediatamente, Raul estremeceu também. Lázaro
gritou:
- Agora, doutora! Ele voltou ao próprio corpo.
Quando o detento abriu os olhos, a médica aplicou-lhe
o coquetel. Ele gemeu, mas desmaiou em seguida. Ela disse:
- Pronto. Nós o pegamos. Enquanto o mantivermos
sedado, não vai ter forças para poder abduzir ninguém. O
efeito do sedativo é duradouro, mas todos os dias prometo ir
ao presídio e aplicar-lhe nova dose.
- Será que o diretor vai permitir?
- Deixe que eu falo com ele. Talvez, sendo eu uma pro-
fissional categorizada a lhe contar sobre abdução, ele acredite
em mim.
- E quanto aos “belos adormecidos”?
- Deixe que durmam. Mal não lhes fará. Aí, aproveita-
mos para terminar aquela conversa de ontem.
- Que conversa?
- Não lembra? Pois eu vou te abordar de uma outra ma-
neira: eu sou ninfomaníaca, sabia? Não passo mais de um dia
sem foder. Bianca sabe disso, mas sempre fechou os olhos
quando eu fodia seu marido.
- Eu soube que você é casada.
EHROS TOMASINI 71
- Sou, sim. Mas ele não consegue dar conta. Então, tam-
bém fecha os olhos para os meus saltos fora do casamento.
- Está me cantando, doutora?
- Ih, como você é difícil de entender as coisas, né? Eu
conversei com Bianca. Ela também é minha paciente. Ela dis-
se que você tem uma bilola enorme, de causar inveja a qual-
quer homem. Eu quero ver se é verdade. Posso?
Ele abriu o fecho da calça. Ela nem esperou que ele bo-
tasse o membro pra fora. Ajoelhou-se aos seus pés e puxou o
caralho pra fora da roupa. A médica ficou maravilhada com
seu tamanho e grossura. Alisou-o com carinho. Ele pergun-
tou:
- Não vamos ser interrompidos?
- Dei folga hoje à minha secretária. Desmarquei todos
os meus pacientes, antes de sair daqui. Ninguém vai nos in-
comodar.
Ninguém incomodou mesmo. Lázaro a possuíu no
divã que usava para entrevistar os pacientes. A médica era fo-
gosa. Gemia e gritava escandalosamente a cada aproximação
do orgasmo. No entanto, tinha o cuzinho tão apertado que
só depois de várias tentativas o rapaz conseguiu introduzir
seu falo. Nem bem a pica entrou, ela se mijou toda. Depois,
passou a falar palavras desconexas enquanto ele lhe fodia o
rabo. E só parou de foder quando Lázaro gozou duas vezes
seguidas em seu cuzinho apertado.
***********************************
O detento foi recolhido ao presídio e ninguém recla-
mou dele estar o tempo todo desacordado. A médica o vi-
sitava todos os dias pela manhã, com a desculpa de aplicar-
-lhe uma seringa com um reagente. Mas fingia sempre que
o antídoto não estava dando certo. Nesse ínterim, o casal de
TARADOS72
detetives soube através da doutora Isadora que Raul havia
tentado o suicídio logo assim que foi condenado. Os médicos
do presídio conseguiram ressuscita-lo com choques elétricos
minutos depois e não se falou mais nisso. Com certeza, te-
ria sido como o detento conseguira os mesmos poderes que
Lázaro. Mas só o escrivão, a médica e a detetive acreditavam
nessa versão.
Certa vez, Aline voltou a aparecer para Lázaro recla-
mando que Raul estivera no limbo, junto com ela, e quis ata-
ca-la. A médica passou a ter mais cuidado com a aplicação do
sedativo para que ele não morresse novamente. Nunca mais
a ruiva voltou a aparecer e reclamar de novo. Mas depois se
descobriu que o negrão carcereiro havia assassinado o cara
na cela, sufocando-o com um travesseiro, para vingar o ami-
go. O agente penitenciário prometeu não fazer mais isso.
Bianca passou uns tempos chateada por dividir a aten-
ção do jovem com a médica, mas ele a fez acreditar que não
amava a doutora. Como prova disso, assim que ganhou sua
promoção prometida pelo delegado, pediu transferência para
outro estado. A detetive foi atrás dele. Dizem que foram feli-
zes por um longo período de tempo.
O casarão permaneceu abandonado. A Prefeitura do
Recife tombou o imóvel e depois o reformou. Mas a história
do duplo homicídio acontecido lá fez com que não se encon-
trasse comprador para o local.
Lázaro e a detetive voltaram a resolver outros casos in-
trincados de possessão, mas isso já é outra história.
FIM DA SÉRIE
EHROS TOMASINI 73
TARADOS74

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Morte misteriosa em casarão abandonado

  • 3. EHROS TOMASINI 3 Parte 01 - Dói. Dói muito. A primeira vez que me matei, eu tinha dezessete anos. Amava uma guria de dezesseis que me traiu com o meu melhor amigo. Deixei-lhe uma carta, dizendo-lhe que a minha morte havia sido culpa sua. Ela me achou um idiota. Ridicularizou meu ato. Passou a trair também meu amigo. Ele não era nada parecido comigo. Levou-a à pulso para uma mata deserta e a matou. Nunca descobriram seu as- sassino, até que eu voltei da morte. Encontrei-me com ela em algum lugar que não me lembro bem e ela me contou quem fora o seu assassino. Pediu que eu o matasse. Desde então, te- nho voltado à vida. Hoje em dia, com mais facilidade. Porra, muitas vezes não quero morrer de novo. Como hoje. Hoje eu queria foder muito. É que quando eu morro, ressuscito com uma vontade louca de transar. Aí, fico vendo pessoas que já morreram. - Por que nunca soubemos que tinha morrido, senhor
  • 4. TARADOS4 Lázaro? - Eu morro por pouco tempo. Muitas vezes, por alguns minutos. Mas sempre a dor de reviver é insuportável. - Você matou teu amigo, como tua ex namorada pediu? - Não. Claro que não. Ela me deu indícios da sua mor- te e eu denunciei tudo à Polícia. No início, não acreditaram em mim. Mas encontraram tantas evidências do que falei que acabaram me contratando como detetive da Polícia, meses depois. - Está bem. Acabou a nossa sessão. Volte na próxima semana pra gente conversar mais sobre isso, está bem? Quando o jovem saiu do consultório, a doutora Isadora Pereira escreveu em seu prontuário, grifando bem as pala- vras: “Doido varrido. Favor investigar sua vida profissional. Também entrevistar amigos e parentes”. Lázaro era um jovem de cerca de 35 anos, moreno alto, bonito e charmoso. Desses que faziam as mulheres olharem para trás para ver-lhe novamente, se passasse por ele na rua. Mas ele parecia nem enxerga-las, de tão desligado das coisas que era. Trabalhava como escrivão de Polícia e era de poucos amigos. A maioria das pessoas que o conheciam o achava es- tranho. Mas ele era eficiente em seu trabalho e por diversas vezes deu dicas para solucionar crimes difíceis. Só não o ha- viam promovido a detetive por conta da sua maneira distra- ída de ser. Na delegacia onde trabalhava, só uma pessoa lhe dava atenção: a detetive Bianca Marcelino. Foi ela quem lhe perguntou: - Esteve com a psicóloga que te indiquei, Lázaro? - Sim, mas ela não acreditou em nada do que eu disse. - Deixa que depois eu falo com ela. É uma amiga muito chegada do meu marido. Sempre nos visita ou nós a visita- mos. Eu devia ter conversado com ela, antes de te mandar pra lá. Mas temi influencia-la com a minha conversa e ela errar o
  • 5. EHROS TOMASINI 5 diagnóstico de tua dupla personalidade. - Você me acha doido, Bianca? - Você pra mim é um maluco beleza que tem me aju- dado a resolver crimes difíceis. Sei que muita gente daqui da delegacia não gosta de ti, mas eu gosto. Se já não fosse casada, casaria contigo. Só não sei se aguentaria esse teu bilolão! - Como sabe que tenho bilola grande? - Por causa dos teus companheiros de trabalho, oras. Dizem que ficam espantados com o tamanho do teu caralho, quando te veem mijar lá no banheiro. Falam que o que te sobra de caralho te falta em juízo rá rá rá. Lázaro não reagiu à gozação da detetive. De repente, ficou alheio a tudo, como de vez em quando fazia. E era isso que incomodava as pessoas à sua volta. Muitas vezes deixa- va uma frase pela metade e caia em catarse. Bianca já estava acostumada. Por isso, levantou-se do birô onde estava e saiu da sala, deixando-o lá, inerte. Lázaro estava num lugar estranho. Parecia um barzi- nho, mas não havia um único cliente. Também não havia atendentes. Ele estava de garganta seca e ansiava por uma cerveja bem gelada. Como não havia quem o atendesse, foi ele mesmo até o freezer. Pegou uma cerva e voltou para a mesa onde estava sentado. Aí, uma jovem linda, de cabelos ruivos, se aproximou dele. Perguntou-lhe: - Paga uma cerveja para mim? - Pegue uma. Parece que aqui não há garçons. Ela caminhou com um rebolado sensual, despertando mais o tesão que ele estava sentindo. Lázaro apertou a rola com uma mão, enquanto bebia um grande gole do gargalo. Ela voltou do freezer e sentou-se na mesa dele sem pedir li- cença. Também tomou um gole do gargalo imitando-o. Em seguida, perguntou-lhe:
  • 6. TARADOS6 - Estou cobrando barato. Não quer dar uma comigo? Aproveitamos que não tem ninguém por perto... - Eu não conseguiria transar sabendo que poderíamos ser flagrados por alguém. Se quer mesmo transar comigo, va- mos a um local mais reservado. Mas tenho pouco dinheiro. Terá que me dizer antes quanto me custará o programa. - Se tiver caralho grande, não te cobro nada. Terminaram as cervejas e saíram do bar. Andaram de mãos dadas, como dois namorados. Depois de uns dez mi- nutos de caminhada, avistaram um casarão abandonado. Ti- veram que transpor o portão de ferro com certa dificuldade. Ele perguntou: - A quem pertence este casarão? - Aos meus bisavós. Mas não tive tempo de conserta- -lo. Venha. Corramos para o pomar atrás da casa. O último a chegar é um maricas. Lázaro começou a correr atrás dela, mas não tinha ne- nhuma intenção de vencê-la na carreira. Se ela ficasse feliz com a vitória, talvez cedesse o cuzinho a ele. Pensava nisso quando ela desapareceu por trás do casarão. Quando chegou onde a tinha visto sumir, não viu mais a ruiva. O pomar era enorme, cheio de frutas podres caídas pelo chão. Ele gritou por ela, mesmo sem saber seu nome: - Êi, ruiva, onde está você? Nenhuma resposta. - Está bem, quer continuar brincando, não é? Mas não vou procura-la. - Ele disse isso e sentou-se num velho banco à sombra das árvores. Teve que afastar umas frutas podres para poder se sentar. E nada dela aparecer. Ele desistiu de esperá-la. Le- vantou-se e foi-se embora. Esperava que ela o seguisse, mas
  • 7. EHROS TOMASINI 7 nada. Então, sentiu uma dor terrível no peito. Caiu de joelhos no chão. - Lázaro. Lázaro. Acorde, cara. A dor ainda era forte quando ele despertou. A detetive Bianca o chamava, balançando-lhe o ombro. Ela perguntou- -lhe: - O que houve, cara? Voltei aqui e você estava caído de joelhos no chão... - Você sabe onde tem uma velha mansão abandonada por perto daqui? - Uma mansão? Deve estar se referindo ao casarão que existe a umas quatro ou cinco quadras daqui. - Vamos já para lá. Uma mulher foi assassinada, talvez ontem. A detetive nem o questionou, pois já estava acostuma- da com esses repentes dele. Lázaro já resolvera vários crimes depois de um apagão como o que ele tivera há pouco. Pegou sua arma que estava na gaveta e o seguiu. Quando chegaram ao casarão e pularam a grade, ele correu pro quintal da resi- dência. Não havia ninguém lá mas o cenário era idêntico ao que ele havia sonhado acordado. Até as frutas retiradas do banco deixaram a sua marca. Ele estava aperreado. A detetive alertou: - Calma, parceiro. Talvez o crime não tenha acontecido ainda. - Talvez. Mas o que eu vi foi muito nítido. Devem ter escondido o cadáver. - Então, se afaste. Sente-se no banco. Se houver algum corpo escondido por aqui, eu o acharei. O jovem fez o que ela pediu. Ela perscrutou o terreno à procura de alguma marca no chão. Viu umas frutas pisadas.
  • 8. TARADOS8 Concentrou a procura naquela região. Quando chegou perto de umas moitas, viu os rastros. Era como se alguém tivesse sido arrastado ali. Assim que se aproximou das moitas altas, sorriu contente. Gritou para o parceiro: - Achei. Você tinha razão. Ele não respondeu. Quando ela olhou em sua direção, o cara estava batendo uma punheta. A detetive gritou: - Ei, pare com essa putaria e venha me ajudar aqui. O escrivão não parou imediatamente. Só depois de alguns minutos de bronha, largou o cacete e ficou estático. Com pouco tempo depois, Bianca o viu lançar porra longe, numa quantidade enorme. FIM DA PRIMEIRA PARTE
  • 9. EHROS TOMASINI 9 Parte 02 - O que houve, cara? Nunca te vi fazer essas safadezas perto de mim. - Repreendeu o escrivão a detetive. - Ela estava aqui. Neste instante. Perto de mim. Me deu uma senhora chupada. - O que eu vi foi você ejaculando no vazio. Um tremen- do desperdício. Chegou a me dar água na boca, caralho. - Desculpa. É como se eu estivesse noutra dimensão. O cenário era o mesmo, só que você não estava inserida nele. - Como assim? - De repente, só estávamos eu e a ruiva aqui neste quin- tal, entende? E ela me chupou. Depois, me fez prometer-lhe que encontraria o seu assassino. - Você viu o cara? Como ele é? - Não o vi. Só ela. Ela estava totalmente nua. Depois de me chupar, se deitou no chão bem ali. Em seguida, desapa- receu.
  • 10. TARADOS10 - Okay. Mas vem me ajudar a trazer o corpo dela pra cá. Colocaremos seu corpo onde você diz que se deitou, pois parece ser onde foi morta. Ela está atrás daqueles arbustos. Quando o rapaz foi com ela até o matagal, no entanto, teve nova surpresa: o corpo não era o da ruiva que acabara de lhe chupar, segundo disse. - Como assim, não é ela? - Perguntou a detetive Bianca. - Ela era mais bonita, apesar de ser parecida com esta. E era ruiva. Esta, não. - Você pode estar se confundindo, não? Ou ela pode ter pintado recentemente o cabelo. - Não, não. Eu a vi nitidamente por duas vezes hoje. Reafirmo que não é essa. As feições não conferem. - Está bem. Ao menos achamos o corpo. A vítima não parece ter sido morta há muito tempo. - Foi morta ontem de madrugada. Ainda não se passa- ram nem doze horas do crime. Precisamos pegar já o assas- sino. - Calma aí, tigrão. Qual é a pressa? - Ela me disse que o cara está se arrumando pra fugir. Pediu que eu o detivesse o quanto antes. - Caralho, meu. Você e tuas promessas. Como pretende cumpri-las? - Precisamos saber a quem pertence essa mansão. - Casarão, você quer dizer. - Que seja. Tem como descobrir? - Sim. Posso me informar com funcionários da prefei- tura do Recife. Enquanto isso, você vai pra casa e troca essa roupa suja de esperma. O cheiro já está me incomodando. - Não gosta do odor de esperma? - Adoro. por isso está me incomodando, cacete. A detetive Bianca deixou o rapaz em casa e seguiu para a Prefeitura. Lázaro tomou um banho demorado, querendo
  • 11. EHROS TOMASINI 11 tirar da cabeça a sensação de ter sido chupado divinamente por um fantasma. Mas ele parecia tão real! Olhou para o re- lógio de pulso, à prova d’água, que usava. Ainda ia dar meio- -dia. Porém, já estava com fome. Resolveu-se a ir almoçar num restaurante perto do apartamento mas se lembrou que a detetive Bianca poderia passar de volta à casa dele com novas informações trazidas da prefeitura. Resolveu esperá-la. No entanto, a fome aumentou cada vez mais. Então, ligou para uma pizzaria. Sabia que a detetive também gostava de pizza. Meia hora depois, tocaram a campainha do aparta- mento onde Lázaro morava. Ele foi atender. A entregadora era uma ruiva bonita, muito parecida com a mulher que viu em seus devaneios. Ela sorria de uma forma bem safada para ele. Lázaro perguntou quanto devia. Ela respondeu: - Recebi um recado de alguém dizendo que você está devendo um favor a ela. Pediu que eu te cobrasse a pizza em esperma. - Não entendi, senhorita. - Entendeu, sim, senhor. Quando minha Pomba-Gira me dá um recado eu tenho que cumprir, senão me lasco. - Qual foi mesmo o recado? - É surdo? Eu disse que tinha que te cobrar em esper- ma. - Ah, sim. Então, pode começar. A entregadora fez uma cara mais safada ainda. Ajoe- lhou-se perante o jovem e tratou de tirar seu caralho de dentro do calção leve de dormir que usava. Ficou maravilhada com o tamanho e a grossura do cacete do cara. Achava o jovem muito bonito, também. Nunca havia chupado um rapaz tão belo. Mas a posição em que ficou não era ideal para uma chu- pada. Pediu que ele se sentasse num sofá. Agora, sim, podia mama-lo ajoelhada entre as suas pernas. Começou lambendo a pica e masturbando o rapaz suavemente. Depois, mordis-
  • 12. TARADOS12 cou os lados da peia, lhe apalpando os bagos. Lázaro relaxou e deixou que ela tomasse as rédeas do coito. Ela não parecia querer sentir prazer. Dava a impressão de que estava ali ape- nas para faze-lo gozar. Apressou a punheta quando sentiu o pau do cara inchar. O jovem começou a gemer quando sentiu se aproximar o orgasmo. Disse a ela que ia gozar. Ela não lhe deu ouvidos. Continuou masturbando-o com urgência. Aí o escrivão deu sua primeira gozada. Ela lambuzou-se com o esperma dele. Depois, se levantou de repente e saiu do apar- tamento, batendo a porta. Lázaro ficou sentado no sofá, destruído. Arfava ainda quando tocaram novamente a campainha do apartamento. Vestiu o calção. Levantou-se penosamente e foi abrir a porta, achando que era a detetive. Ficou surpreso quando viu nova- mente a entregadora de pizzas à sua frente. Ela apressou-se em dizer: - Senhor, esqueci de pegar o dinheiro do pedido. Meu patrão fica uma arara quando isso acontece. Tem me dado uns brancos na mente, ultimamente, e eu ando esquecendo das coisas. O senhor se importaria de me dar o que me deve? Ainda tenho que fazer duas entregas, antes de ir almoçar. Ele olhou para o rosto e para a blusa que a ruiva usava. Disse para ela: - Você está toda suja de esperma. Venha se lavar. - Como é que é? - Venha se lavar. Está toda melada de porra. - O senhor é um depravado. Está me confundindo com algumas das entregadoras catraias. Eu sou uma mulher casa- da. Me dê o que me deve ou vou chamar a Polícia. O rapaz se encaminhou até o quarto, pegou o dinheiro junto com um espelho pequeno. Entregou primeiro o objeto a ela, dizendo:
  • 13. EHROS TOMASINI 13 - Dê-se uma olhada pelo espelho. Verá que não estou mentindo. Não deve voltar para a pizzaria assim. A mocinha espantou-se quando conferiu o que o sujei- to dizia. Pediu-lhe um pano. Ele retrucou: - Entre e se lave no banheiro, senhorita. - Não. Você vai querer me tarar neste apartamento, por eu estar sozinha. - Se prefere voltar ao trabalho assim, faça como quiser. Só quis te ajudar. Tome o teu dinheiro. Não precisa me dar troco. Ela ficou abobalhada, olhando para o dinheiro. Per- guntou para ele: - O que fez comigo, moço? Não consigo me lembrar de nada. - Você parecia ter incorporado alguém. - Ah, deve ter sido minha pomba-gira. Tem razão. Eu sempre fico meio aluada quando recebo uma entidade. Obri- gada, moço. E desculpe-me qualquer coisa. - Não vai se limpar? - Eu já tinha esquecido, tá vendo? Leve-me ao banhei- to, por favor. Quando a entregadora saiu, Bianca encontrou-se com ela no corredor. Viu sua roupa molhada, mas não lhe mal- dou em nada. Apenas achou a jovem tão desligada do mundo quanto o seu auxiliar Lázaro. No entanto, perguntou quando ele lhe abriu a porta: - Dia movimentado? Estou sentindo ainda o cheiro de esperma. - Sim. Movimentado. Já almoçou? - Não deu tempo. Saí da prefeitura e vim direto pra cá. - Ótimo. Guardei pizza pra ti. Vamos, entre.
  • 14. TARADOS14 Bianca sentou-se à mesa da cozinha. Já conhecia bem a residência do escrivão. Estivera ali algumas vezes. No entan- to, ainda persistia o cheiro de esperma. Perguntou-lhe: - Vi a entregadora saindo pelo corredor. Estavam tran- sando? Sinto um cheiro forte de porra aqui dentro. - É que não tinha ainda passado a vontade de foder. Aí, bati uma bronha - mentiu. Deve ser o cheiro que você está sentindo... - Porra, não me diga que fez mais um desperdício de gala!? - Não é da tua conta. - É sim, caralho. Queria eu que meu marido tivesse a vitalidade que tu tens. Eu estaria no céu. - Não gostas do teu marido, Bianca? - Gosto, sim. Mas parece que ele é quem não gosta mais de mim. Não temos fodido tanto como antigamente. E ele vive querendo que eu pinte o cabelo. Me diz isso quase que diariamente. Ele me quer ruiva. - Parece que todas as mulheres querem ser ruivas, hoje em dia. Deve ser moda. - Observou o escrivão. - Porra, é mesmo! A que acabou de sair daqui era ruiva também. Mas passa logo essa pizza. Estou com uma fome do caralho. No entanto, quando o sujeito abriu a caixa de pizza, a comida estava totalmente estragada. FIM DA SEGUNDA PARTE.
  • 15. EHROS TOMASINI 15 Parte 03 Estavam almoçando num boteco. Lázaro insistia em dizer que não abrira a caixa da pizza, por isso não viu o estrago. O pior era que havia pago pela comida e pela entrega. Ainda em seu apê, Bianca ligou para o telefone que viu na embala- gem. Recebeu a mensagem de que aquele número não exis- tia. Ainda tentou ligar umas três vezes, mas sempre a mesma ladainha. Então, desistiu e foram para o barzinho mais perto. Depois que terminaram de almoçar, ela disse: - Olha, o casarão pertence à família Cavalcanti. Foi herdado por duas irmãs. Uma foi assassinada há uns sete anos. Pelo visto, é ela que está te assombrando. Ainda não sei o nome dela. Preciso verificar nos arquivos da Polícia. Mas a lógica reza que o corpo que encontramos é o da sua irmã. Teremos a certeza quando ligarmos pro IML, depois que a Perícia liberar o cadáver.
  • 16. TARADOS16 - Bem, isso é com você. Vou tirar a tarde de folga. Estou destruído. Apesar de que ainda estou com vontade de transar. Porra, devo ter morrido novamente e nem percebi. - Sabe, vou te confessar uma coisa: eu não acredito que você morra e ressuscite, como tem me dito esse tempo todo. Acho que tem só um desmaio. - Apenas um desmaio não me traria tanta dor depois. Nem me daria essa vontade louca de foder. - Então, vou te confessar outra coisa: toda vez que você fala em trepar, eu sinto vontade de me atirar em teus braços. Caralho, devo estar muito carente. Se aquele filho da puta do meu marido correr da minha boceta hoje, juro que o mando pastar. - Não vá fazer besteira, Bianca. Vocês devem estar vi- vendo uma má fase de casal. Isso é natural. - Má fase o cacete. O que me dá é a impressão de que o fresco tem mulher fora. Por isso não se preocupa em me foder. - Você é detetive, caralho. Investigue. Ela esteve um tempo calada, de cabeça baixa. Depois, confessou: - Eu... não tenho coragem de fazer isso. Na verdade, continuo lhe amando. Seria capaz de fechar os olhos a esse deslize dele, contanto que continuássemos juntos. - Entendo. Eu também pensava assim, antes de criar coragem para dar um fim à minha vida, anos atrás. - Vira essa boca pra lá! Não pretendo me suicidar, por- ra. Mais fácil seria matar aquele filho de rapariga. - Bem, vou pagar o rango e vou-me embora dormir. - Deixa eu ir contigo? Ele olhou para a detetive, espantado. Nunca haviam tido intimidades, em quase cinco anos trabalhando juntos. Respeitava-a por sabe-la casada, apesar de acha-la uma mo-
  • 17. EHROS TOMASINI 17 rena bonita. Ela devia estar, mesmo, muito carente para lhe fazer uma proposta daquelas. Por isso, retrucou: - Olha, Bianca, é melhor você refletir um pouco mais sobre esse passo da tua vida. Façamos o seguinte: eu me vou sozinho. Você sabe onde moro. Se depois que você largar ain- da estiver afim, meu caralho é todo teu. Mas daqui pra lá você terá tempo pra pensar. Lembre-se que isso não tem volta. - É por isso que gosto de você - confessou ela - pois ou- tro já estaria fungando meu cangote ao ouvir o que te disse. Obrigada, amigo. Por via das dúvidas, não trepe com mais ninguém antes que eu me decida, tá? Lázaro sabia que não seria fácil cumprir essa promessa. As coisas aconteciam fora do seu controle. Poderia até acon- tecer de ele chegar ao apartamento e ter alguém lhe espe- rando para transar. Quando ele menos esperava, tinha uma oportunidade de foda. Isso só parava quando ele chegava ao esgotamento. Aí, passava um tempão sem a fome de sexo, até morrer novamente. Porém, dormiu tranquilo, depois de um banho frio pra baixar o fogo. Levantou-se bem disposto e com fome. Já anoitecera. Olhou para o relógio de pulso e conferiu as horas: já passa- vam das dez da noite. Não ouvira Bianca tocando a campai- nha. Preferiu acreditar que ela desistira. Melhor assim. Temia que, depois que trepassem, o relacionamento entre os dois mudasse. Achava-a uma morena bonitinha e gostosinha, mas sem exageros. Gostava dela, mas não a amava. Quando isso acontece, o love tende a durar pouco. Aí é quando acontecem as rusgas entre casais. Depois de sua primeira morte, evitava se apaixonar novamente. É que não confiava mais nas mu- lheres. Tomou novo banho e trocou-se de roupas. Estava dis- posto a tomar umas doses de Campari. Gostava da bebida
  • 18. TARADOS18 vermelha, quando estava sem fazer nada. Bebia cervejas só quando a farra era curta. Lembrou-se de um bar que fora apenas uma vez. Este tinha um nome bem peculiar. Chama- va-se “O Túmulo da Fossa” e tinha uma ambientação bem fúnebre. Era como estava o seu espírito naquela noite. Foi para lá. O local estava lotado. Duas garçonetes vestidas de pre- to atendiam à clientela masculina. Apenas um garçom negro atendia as mulheres, quando chamado. A frequência maior era de marmanjos. Ele foi atendido por uma loira simpática que lhe trouxe a dose de Campari. Lázaro agradeceu e esteve olhando em volta. Ninguém lhe dava atenção. E, aos poucos, o bar foi se esvaziando. Em menos de duas horas, só restava ele no bar. Procurou com o olhar uma das garçonetes para pagar o consumo e não viu ninguém. Quando já ia se levan- tar para ir lá dentro chamar alguém, eis que chegou ao local uma ruiva elegantíssima, toda vestida de branco. Sentou-se numa mesa ao lado da sua, porém de costas para ele. Esteve olhando em volta, depois virou-se para Lázaro. Perguntou- -lhe: - Quem atende aqui? O rapaz a reconheceu. Tratava-se da ruiva que o vivia assombrando, se é que podia dizer assim. Era a jovem que o havia chupado até que ejaculou, lá no casarão. A mesma que o havia levado para lá, nos seus devaneios. Chamou-a para a sua mesa. Ela sentou-se ao seu lado, bem charmosa. Ele perguntou-lhe: - Como é teu nome? - Aline. Aline Cavalcanti. Tua parceira já deve ter des- coberto isso. - Talvez. Você é a primeira das herdeiras do casarão a ser assassinada. Quem te matou, Aline? - Eu quero primeiro uma cerveja. Depois te conto tudo.
  • 19. EHROS TOMASINI 19 Ele pediu licença, levantou-se e caminhou em direção ao balcão do bar. Não havia ninguém para atendê-lo. Olhou para fora. Não havia nenhum movimento nas ruas. Nada de carros, nada de pessoas, nada de nada. Pegou uma cerveja numa geladeira dessas que é vitrine de bebidas e trouxe para ela. Aline pediu: - Abra-a, por favor. Não consigo fazer isso sem abridor. - Ele abriu a garrafa com os dentes. Ela o beijou no na- riz. Seu hálito era perfumado a lavanda. Ou seria alfazema? Lázaro não conseguiu definir o perfume. Disse para ela: - Sou todo ouvidos. - Não tenho muito a te contar. Apesar de ter herdado uma fortuna, eu não cheguei a receber sequer um centavo. Eu era prostituta, por isso meus pais não me deixaram nenhum dinheiro. Tinham vergonha de mim e não queriam me ver nem de longe. Minha irmã era totalmente diferente de mim e viveu o tempo todo com meus pais. Infelizmente, eles mor- reram antes dos meus avós. Ambos em situações suspeitas. Meus bisavós dividiram a fortuna deles entre minha irmã e eu. Fui assasinada por um cliente assíduo que sabia da minha história e da minha fortuna recém adquirida. Levei-o para conhecer o casarão herdado, depois de nos encontrarmos num bar e acertarmos um programa. Ele disse... - Ele disse que tinha pouco dinheiro. Você me fez revi- ver o momento, hoje. Ele te matou? - Sim. E também matou a minha irmã pelo mesmo motivo: ficar com a nossa herança. Fez-lhe assinar um docu- mento passando o imóvel para ele, antes de assassiná-la. - Quem é ele, Aline? - Não posso pronunciar o seu nome. Foi o pacto que fiz para estar aqui pois precisava falar contigo. Você vai desco- brir quem nos matou sem que eu precise te dizer. - Não sou detetive, garota. - Eu sei. Mas tua parceira é.
  • 20. TARADOS20 - Você a conhece? - Sim. Tenho tentado juntar vocês dois, mas ela resiste. - Nos juntar? Ela é casada, Aline. - E daí? Mulheres casadas não traem? E ela tem moti- vos pra isso. - Por que abduzí-la? Não poderia ser outra, senão uma mulher já comprometida? - Não é fácil abduzir alguém. Você tem mais condições de fazer isso do que eu. - Eu?? Nunca nem pensei em tomar o corpo de quem quer que seja. Por que o faria? - Para saciar essa fome de sexo! Sei que é como eu. Mas eu não consegui ressuscitar como você. - Você está me dizendo que... - Sim. Você pode assumir o corpo de uma pessoa e usá- -lo para fazer sexo com outra. Mas nem todo mundo te per- mitirá lhe possuir o corpo. Por isso, dói tanto. - Como é que é? - Você sente muitas dores no corpo quando abduz al- guém e depois retorna para o teu próprio corpo. - Quer me dizer que ando possuindo corpos de outras pessoas? - Sim. Mas você não se lembra, não é? - Caralho. Claro que não me lembro. Sequer acredito nisso... - Quer tentar? - Agora? - Sim. - Como fazer isso? - No momento, você está em meu mundo. Aguarde um momento e eu virei ao teu... O branco do vestido que Aline usava ficou tão reluzen- te que o rapaz quase não conseguia mais olhar para ela. Aí, o ambiente que estava vazio ficou lotado de novo, como num
  • 21. EHROS TOMASINI 21 passe de mágica. A loira vestida de preto, que o atendeu tra- zendo a dose de Campari, estava sentada ao lado dele. Sorria. Disse ao rapaz: - Viu? Já abduzi a garçonete. Quem você gostaria de ser, para me foder? Ele estava impressionado com o que estava lhe aconte- cendo. Olhou em volta. Ninguém parecia prestar atenção a eles. Perguntou à loira: - Quem você gostaria que te fodesse hoje? - Você. Mas para tomar o corpo de alguém, você terá de deixar o teu próprio corpo. Então, gostaria que você fosse aquele negro ali, o garçom. - Gosta de negros? - Você, não? - Nunca penso nas pessoas pela cor. Para mim, tanto faz. Está me pedindo que eu possua o cara? - Tente. Faça isso de forma consciente. Acredito que as- sim irá se lembrar da experiência, depois. Lázaro olhou para o garçom. O cara era alto, talvez com quase dois metros de altura, e era bonitão. Tinha mãos gran- des, como dizem que tem os bons fodões. Concentrou-se em transferir seu espírito para o corpo dele, mas não aconteceu nada. Aliás, só lhe deu sono. Atribuiu o torpor ao efeito do Campari agindo em sua mente e corpo. De repente, caiu de cara na mesa. Pouco depois, o garçom se aproximou do casal e perguntou à loira: - O jovem está bem? Precisam de alguma coisa? A loira ficou feliz. Exclamou: - Você conseguiu!!! - Como sabe que sou eu? - Você emana uma tênue aura. Depois, irá aprender a lidar com isso. Vamos?
  • 22. TARADOS22 - Vamos para onde? - Qualquer lugar onde possamos fazer amor. Mas te- mos que voltar antes que o bar feche. O negrão garçom meteu a mão no bolso do escrivão e tirou de lá as chaves do seu apartamento, além de todo o dinheiro e documentos que ele tinha nos bolsos. A outra gar- çonete o interpelou: - Ei, o que pensam que estão fazendo? Roubando o cliente? - Não. Ele nos emprestou a casa dele para transarmos. Voltamos já. - Disse ela. - Pra vocês transarem? Você é casada, puta safada. - Por isso, voltamos já - disse a loira. A outra ficou com cara de tacho, olhando os dois saí- rem às pressas. Foi uma das melhores trepadas que Lázaro já deu, se bem que ele não tivera muitas parceiras sexuais. No início, tentou perscrutar os pensamentos da loira, para saber o que ela gostaria que ele fizesse consigo, mas não conseguiu a telepatia. Ela, no entanto, já lhe dava um banho de língua. Chupou-o com a mesma perícia que havia feito antes, da pri- meira vez que ele a viu ruiva. Mas não deixou que ela o fi- zesse gozar. Estavam no apartamento de Lázaro. Se houvesse alguém por perto, iria ver o negrão de quase dois metros de altura virar a loira de costas e lambuzar o cu dela com cuspe. Ela perguntou: - Gosta mais assim, amor? - Não sei. Nunca fodi um rabo e sempre tive a curiosi- dade. - Eu adoro. Pena que o caralho do negrão é pequeno, nada proporcional à altura dele. Preferia foder o teu, que é enorme. - Por que não disse antes?
  • 23. EHROS TOMASINI 23 - Eu te disse. Até prometi que, se tivesse um caralho grande, eu não te cobraria. Lembra? - Não. Não lembro... - É que ainda não adquiriu a tua própria consciência. É a mente do negrão garçom que não te deixa se lembrar de mim hoje, pela manhã. - Não importa. Eu quero mais é foder um cu. - Pois foda o da loira, amor. Depois, vou querer que foda o meu. - Como assim? - Ah, deixa de falar e fode! E ele a fodeu. Fodeu até gozar dentro do cuzinho dela duas vezes. Aí, ela o alertou: - Ei, precisamos voltar para o bar, antes que feche. FIM DA TERCEIRA PARTE
  • 24. TARADOS24 Parte 04 Quando voltaram ao bar, a outra garçonete os esperava, irada. Reclamou: - Vocês me deixaram sozinha, com tanta gente. Recebi reclamação do chefe por não conseguir dar conta dos clien- tes. Tive que dizer a ele que vocês tinham dado uma saidinha, mas já voltavam. Sei que ambos já quebraram muitos galhos meus, assumindo meu lugar quando faltei, mas não dá pra enganar o homem por tanto tempo. Vão lá e deem uma des- culpa qualquer pra ele. - Vou ao sanitário, primeiro. Depois, falamos com o chefinho. - Disse o negro. - Eu também vou - disse a garçonete ruiva, encami- nhando-se para o banheiro das mulheres. No entanto, quando entrou no banheiro masculino, Lázaro abandonou o corpo do garçom. Porém, no mesmo
  • 25. EHROS TOMASINI 25 instante se sentiu sufocado, como se fosse desmaiar. Voltou de novo a abduzir o negro e ficou ofegante, agarrado à pia do banheiro. Um cara entrou e percebeu que ele não estava bem. Perguntou: - O que houve, amigo? Está branco que nem um papel... - Senti uma tontura, mas deve ser passageira. Me ajuda a chegar a uma das mesas do bar? Preciso me sentar. O cara que entrou no banheiro o amparou, antes que o garçom caísse. Chamou por alguém que estava aguardan- do do lado de fora do sanitário para ajuda-lhe. Outro sujeito também fez o garçom se apoiar nele e o levaram até uma das mesas, justamente onde estava debruçado o corpo de Lázaro. Sentaram o negro na cadeira. Ele ainda respirava com difi- culdade. Agradeceu aos dois e pediu que chamassem a garço- nete ruiva. Quando os dois saíram de perto, ele tentou voltar para o seu corpo, que estava desacordado naquela mesa. O garçom deu um gemido prolongado e pareceu ter desperta- do de algum desmaio. Olhou em volta, assustado. Viu Láza- ro se mover. Este ergueu a cabeça e escancarou a boca, com sono. O garçom se levantou imediatamente e saiu de perto da mesa. Percebeu a ruiva garçonete se aproximar dele meio abobalhada. Ela perguntou: - Mandou me chamar? Por que não foi até lá dentro, onde eu estava? - Não sei. Estou confuso. Parece que tive um desmaio... - Eu também estou me sentindo estranha. Maria me fez uma pergunta sem pé nem cabeça. Jura que nós dois saímos juntos e fomos transar. Ela deve estar doida. Eu jamais trairia meu marido. E contigo, aí é que não trairia mesmo. Tenho horror a negros, você sabe disso. - Racismo é crime, Zefinha. Mas não estou afim de bri- gar contigo. Deixa eu ver o que Maria tem a me dizer... Maria, a garçonete que havia reclamado do casal, achou
  • 26. TARADOS26 que o negro estivesse fingindo leseira, quando este perguntou sobre a acusação de que ele havia saído com a ruiva. Ficaram batendo boca. Lázaro observava o casal. Eles nem de longe desconfiavam que haviam sido abduzidos. Procurou por Ali- ne mas ela parecia não estar no bar. Foi quando se lembrou de que havia deixado seus documentos e dinheiro nos bolsos do negrão. Não podia ficar sem eles. Foi pedir ao cara: - Olha, peguei no sono bebendo e me disseram agora que você tinha tirado meu dinheiro e meus documentos do meu bolso... - Eeeu? Não tirei nada de ninguém, cavalheiro. Deve estar me confundindo... - Você tirou mesmo. Eu vi. Olhe nos teus bolsos. - Disse a garçonete. O garçom fez o que ela pediu e encontrou tudo em seus bolsos. Estava incrédulo. Não se lembrava de nada. Pediu desculpas e saiu de perto. Maria disse: - Conte o dinheiro, moço. Eu nunca vi Antônio fazen- do uma coisa dessas. Veja se está faltando algum. O jovem fingiu contar a grana que estava em suas mãos. Depois, disse: - Tá tudo aqui. Me traga a conta, por favor... O rapaz ainda deu uma rápida olhada em volta mas não viu nenhum sinal de Aline. Resolveu-se a voltar para casa. Permanecia incédulo quanto ao que tinha vivenciado. Também não estava mais zonzo nem sentia o peito arfar como minutos antes. Chegou à conclusão de que, para deixar o corpo de alguém, tinha que manter o seu corpo por perto. No outro dia, de manhã, a detetive não compareceu à delegacia. Todo mundo estranhou, pois ela não era de faltar.
  • 27. EHROS TOMASINI 27 Perguntaram a Lázaro mas o rapaz não soube informar seu paradeiro. No intervalo para almoço, foi à casa dela. Sabia onde morava pois costumava ir lá alguns fins de semana. O marido dela sempre o olhava atravessado, mas o rapaz não lhe dava atenção. Percebeu a porta da residência apenas encosta- da e entrou de arma em punho. Encontrou-a caída no chão. Estava bêbada. Na sala e no quarto havia sinais de violência, como se ela tivesse lutado com alguém. A morena tinha um lado do rosto inchado, indicando que esteve apanhando. - O que aconteceu? - Perguntou Lázaro, levantando-a do chão e a levando nos braços para a cama. - Tô bicada e errada, peixe. Não tá vendo? - Sim, estou. O que aconteceu para te deixar assim? - O puto me deixou. Brigamos, ele me bateu e foi em- bora, levando apenas algumas roupas. Eu quero morrer! - Não vai morrer porra nenhuma. Vou te dar um banho frio pra tirar essa bebedeira. - Vai me deixar nua? - Não vale a pena molhar tua roupa. Sente-se na cama e eu te dispo. Ela fez o que ele pediu. Até o ajudou a tirar sua roupa. Quando ficou nua, quis despi-lo. O jovem, no entanto, disse: - Nada de safadeza, mulher. Vou só te dar um banho. Se quisesse trepar comigo, teria ido lá em casa ontem. - Eu ia. Disse a ele que ia dar uma contigo. Ele me im- pediu e me bateu. - Já estava bêbada? - Sei lá. Mas tinha tomado umas, antes de vir pra cá. Devia ter ido direto pra tua casa... - Onde acha que teu marido está? - Não sei nem quero saber mais daquele puto. Ele me bateu, porra. Nunca fez isso. E eu, como uma puta, deixei ele me bater, caralho. Nem revidei. - Vai dar queixa dele?
  • 28. TARADOS28 - Não vale a pena. Não o quero mais. - Eu acho que devia. Ele não pode bater numa policial e continuar impune. - Você me vinga, amor? - Nem sei onde encontra-lo, linda. - Linda? Quer dizer que me acha bonita? - Com o rosto inchado desse jeito, está feia. - Minha bocetinha não está inchada. Quer ver? - Já estou vendo. Você está nua. - Então, falta tu tirar a roupa. Quero ver o tamanho desse caralho. Ele se despiu sem pressa. Mas disse: - Estou me despindo para não molhar minhas roupas ao te dar banho. Se quiser mesmo trepar comigo, terá que ir ao meu apê. Aqui é arriscado. Teu marido pode voltar de repente. - Pois eu queria que ele voltasse e me visse trepando contigo. - Não vale a pena, linda. Vá por mim... - Então, vou tomar banho lá no teu apartamento. Pouco depois, eles chegavam ao apê de Lázaro. Ele ha- via ido até a casa dela usando uma das viaturas. Telefonou para o delegado: - Bianca não está muito bem, senhor. Pedi que folgasse o resto do dia, fiz mal? - Não. Mas fique com ela. A detetive nunca faltou se- quer um dia aqui. Deve estar muito mal. Cadê o marido dela? - Não sei, senhor. Acho que brigaram. Talvez seja o mo- tivo dela estar assim. - Ele bateu nela? Lázaro demorou a responder. Ia mentir, mas terminou dizendo a verdade. Bianca continuava adormecida na sua
  • 29. EHROS TOMASINI 29 cama. Deitara-se nela assim que chegaram no apê do escri- vão. Começou a tirar a roupa, mas adormeceu antes. - Pois encontre esse filho da puta e dê uma sova nele. Acha que consegue ou precisa de mais alguém para isso? - Ordenou o delegado. - Não seria contra a Lei, senhor? - Foda-se a Lei. Bianquinha é uma ótima detetive. A merda que der, eu resolvo. Entendeu? - Entendi, sim, senhor. Mas acho que umas bordoadas bastam. Eu não teria coragem de aleijar o cara. - Então, vá tomar no cu. Deixe que eu mesmo me en- tendo com ele. Fique com ela aí, onde estiverem. Se for preci- so, leve-a para um hospital. Lázaro não voltou a acordar a detetive. Deixou-a dor- mir, mas fez uma aplicação de pomada no rosto machucado dela. Com cuidado, para não acorda-la. Ela ficou agoniada por estar vestida. Decerto costumava dormir nua. Ele termi- nou tirando sua roupa. Estando nua, o escrivão a achou mais desejável. Che- gou a ficar de pau duro, mas não mexeu com ela. Foi até uma farmácia, comprou uns analgésicos e depois passou por um supermercado. Comprou dois pacotes de cervejas long neck e colocou no freezer. Logo, estariam geladas. Depois, sentou- -se na sala e ficou assistindo à tevê. Pegou no sono. Lázaro despertou com uma boca macia chupando o seu cacete. Continuou de olhos fechados, crente de que era a detetive. Estava enganado. Quem lhe chupava era a rui- va prostituta que havia sido morta por um cliente. Quando estava para gozar, o rapaz abriu os olhos. Tomou um susto quando via a mulher que o assombrava. Quase gozando, per- guntou para ela: - O que faz aqui?
  • 30. TARADOS30 - Estou te preparando para transar com a detetive. - Não... precisava... eu... eu... estava já... disposto a fo- dê-la. - Ela fechou os seus olhos com uma das mãos. Quando a retirou, era Bianca quem estava perto dele, que estava sen- tado no sofá da sala. Ela ajeitou-se em seu colo e apontou seu pau para a racha. Disse: - Finalmente vou te ter dentro de mim, amor. Tua enor- me pica me fascinou... - Ainda está carente de sexo? - Você não? - Então, cala a boca e me fode. A ruiva usou o corpo de Bianca para beijá-lo. Esfregou os seios no peito dele. Colocou os mamilos em seus lábios. Depois, se enfiou na enorme pica do escrivão. Devagar. sem pressa. Gemia baixinho, tão sensual que ele ficou mais exci- tado ainda. Botou a mão atrás de si e apalpou as bolas dele que estavam inchadas. Mediu quanto faltava de peia para se esconder dentro dela. Aí, se enfiou de vez. Gemeu arrastado. Quase gritou. Depois, pediu: - Agora, meu gostoso, mete em mim, mete... - Ahhhhhhhhhh, estou quase gozando... - Ai, ai, ai, ai... goza nessa bocetinha carente, goza... - Quem está me dizendo isso, você ou ela? - Nós duas, amor... Só que ela acha que está sonhando contigo a fodendo. Mas sinto que está gostando... Ai... - Você... me disse... que... - Sim, que não conseguia juntar vocês dois. Ela resistia. Mas agora, consegui afastar-lhe o marido... - Como... assim...? - Assumi o corpo dela e a fiz discutir com ele. Escu- lhambei-o e o provoquei até ele perder a as estribeiras. Agora que ele bateu nela, acho difícil que o queira de volta.
  • 31. EHROS TOMASINI 31 - Porra... Você foi... a culpada... da... separação...? - Siiiiimmmmmmmmmm... Ah, que gostoso... goza, amor... estou quase gozando, vai... Ele não demorou muito a gozar. Foi outra gozada ca- valar. Quando ela sentiu a enxurrada de esperma dentro da vulva, gozou junto com ele. - Ai, meu Deus... Ai meu Deus... Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... FIM DA QUARTA PARTE
  • 32. TARADOS32 Parte 05 Quando terminou de transar, Bianca voltou para a cama parecendo uma sonâmbula. Deitou-se e continuou dor- mindo como antes. Lázaro permaneceu no sofá, tentando re- cuperar o fôlego. Achou que a pobre detetive jamais se lem- braria daquela foda gostosíssima. Melhor assim. Sentia-se chateado de se aproveitar da colega bêbada. Não era de fazer isso. Mas não podia reclamar. A jovem trepava muito bem. Não. A ruiva trepava muito bem. Não podia esquecer que a policial estava possuída pela prostituta. Foi pegar uma cerveja no freezer e a sorveu do gargalo. Pensava em procurar o marido dela, antes que o delegado o achasse. O cara era considerado um bruto e decerto ia deixar o esposo dela aleijado. Até podia ser que o companheiro de Bianca nem fosse um homem violento. A prostituta assas- sinada, abduzindo a detetive, deve ter-lhe dito coisas que o
  • 33. EHROS TOMASINI 33 tirou do sério. Foi até a cama e deu uma olhada na jovem mo- rena. Achou que ela não acordaria tão cedo. Por isso, tomou um banho e voltou à casa dela. Procurou em suas gavetas e encontrou umas fotos do casal em uma casa de praia. Lem- brou-se de que passou uns dias com eles nas suas férias do ano retrasado. A casa, salvo engano, pertencia à irmã do cara. Ficava à beira-mar do Janga, na cidade de Paulista, vizinha a Olinda. Pegou a viatura que ainda estava consigo e foi pra lá. Não encontrou o marido de Bianca. Quem estava lá era a sua irmã Helena. Helena era uma negra bonita e gostosa, irmã de criação do cara, que vivia dando encima de Lázaro. Quando o viu, ficou contente. Convidou-o a entrar cheia de “más” intenções. Usava um short curtíssimo, aparecendo a polpa da bunda. O escrivão ficou de pau duro. Ela percebeu. Porém, perguntou apenas: - Que faz por aqui, amore? Veio finalmente me visitar? - Infelizmente, a intenção era outra, Helena. Teu irmão andou fazendo merda e está em perigo. - O que ele fez? Em poucas palavras, Lázaro contou da briga que o ca- sal teve e que o sujeito havia batido na esposa, deixando-a de rosto inchado. Não deu nome aos bois, mas disse que alguns policiais estavam querendo vingar a companheira de traba- lho. A negra ficou preocupada. Mas achou ali a oportunidade de passar mais tempo com o rapaz. Falou: - Fique comigo e espere por ele. Hamilton deve estar tomando umas por aí, depois deve vir para cá. Ele tem a cha- ve. - Você está de férias? - Sim. Meu primeiro dia de férias. Aí, tenho a sorte de você me aparecer. Hoje, você não me escapa. Não sei porque foge de mim. Sabe muito bem que sou afim de você... - Eu ando evitando mulheres, Helena, desde que levei
  • 34. TARADOS34 uns cornos do meu melhor amigo. - Não precisa namorar comigo, cara. Basta fodermos vez ou outra. Também não quero ninguém, por enquanto. Mas ando com uma vontade louca de transar. E dizem que você é roludo, do jeito que eu gosto. - Porra, parece que todo mundo já está sabendo disso. - Sorte tua. Como é, a gente fode enquanto espera meu irmão aparecer? - Ela perguntou já abrindo os botões da ca- misa que Lázaro vestia. Ele deixou que ela lhe tirasse a veste. Depois de se li- vrar da camisa, ela abriu o fecho da sua calça, libertando com dificuldade o membro teso. Admirou-se do tamanho do bi- cho. Levou-o à boca. Mamou a penca com carinho, sem nem precisar tirar-lhe a calça. O rapaz, no entanto, estava inco- modado com a roupa. Pediu que ela parasse um pouco para ele se despir. Ela o ajudou. Depois, voltou a fazer a felação. Concentrou-se só na chapeleta. Lambeu-a, chupou-a, roçou o dedinho em torno dela. Então, resolveu-se a engoli-la por inteiro. Abriu bem a boca e foi engolindo a peia aos pou- cos, como uma engolidora de espadas. Babava em profusão, se engasgava, mas não desistia. Lázaro se lembrava de uma cena de um velho filme onde a protagonista conseguia engo- lir um pau enorme até o talo. Isso o deixava mais excitado, pois sempre desejou que uma mulher lhe fizesse o mesmo. Aí ela, finalmente, conseguiu. Tocou com os lábios os pentelhos dele. Mas perdeu o fôlego. Teve que retirar o caralho de suas entranhas. O pau do rapaz ficou pulsando, à espera de que ela se recuperasse. Ela tinha lágrimas nos olhos do esforço de engo- lir a enorme peia. Disse, ainda sem fôlego: - Eu consegui. Eu consegui, porra. Sempre tive vontade de fazer isso, depois que assisti Garganta Profunda. Você co- nhece esse filme? Tenho ele em fita cassete até hoje.
  • 35. EHROS TOMASINI 35 - Quem não conhece? Você está de parabéns. E muito obrigado. Ninguém nunca tentou isso comigo. E eu duvido que alguém conseguiria, como você conseguiu. - Vamos pra o terraço. Também sempre quis trepar numa rede. - Numa rede? E presta? - Vamos descobrir logo. Vem. - Insistiu ela, o puxando pela mão - A praia está deserta, ninguém vai nos ver. Mas eu adoro foder com plateia. - Você é doida. - Doida por você, amore. A rede era armada bem baixo, a uns três palmos do chão. Ela deitou o jovem nela, depois tirou devagar toda a roupa. Ele ficou olhando seu strip-tease, de pau duríssimo. Aí ela passou uma das pernas, enguiçando a rede, e ajeitou o cacete dele em direção a si. Quando Lázaro esperava que ela se estrepasse na buceta, eis que ela roçou a chapeleta no cu. Helena tentou a penetração, mas as pregas estavam secas. Ela cuspiu na mão e passou a saliva no ânus. Lázaro ficou mais tesudo ainda. Foi penoso, mas ela conseguiu também engoli-lo totalmente pelo cu. Depois, ficou cavalgando-o até que começou a gozar. O rapaz se prendia, para não deixa-la na mão. - Tá bom meu cuzinho? Você gosta de foder um cu? Tá querendo gozar dentro dele, tá? - Gemia ela, safadinha. - Ai, nega, teu cu é muito apertado. Rebola no meu ca- cete, rebola... - Rebolo, sim, mas não vá gozar logo. Quero foder até ficar de rodela ardida, tá, amor? - Não dá. Estou quase... gozando... - Então goza, bem. Mas vou querer dar outra depois tá? Você fode minha... A negra não completou a frase. Gozou pelo cu na peia dele. O rapaz não se aguentou mais: gozou fartamente no
  • 36. TARADOS36 ânus dela. Ele ainda esperou mais de uma hora, depois de mais uma foda, dessa vez na buceta da negra, e o irmão dela não veio. Ela o chamou para tomar um banho de praia mas ele recusou: - Não posso. Se chegar queimado do sol na delegacia, vão dizer que eu estava vagabundando e queimando expe- diente. - Está bem, amor. Mas fica comigo? Ele demorou a responder: - Melhor não, Helena. Preciso ir. Depois, volto aqui ou- tro dia. - Promete? - Prometo. Você fode muito bem. Perdi tempo não te fodendo outras vezes. Ela o beijou longamente. Estava feliz. Se despediram no portão da casa de praia. Ele entrou na viatura e foi-se embo- ra. Cerca de dez minutos depois, cruzou com um carro que vinha em direção contrária. Teve a impressão de que quem o dirigia era o irmão de Helena, marido de Bianca. Porém, não tinha certeza. Continuou seu caminho. Mas aí, percebeu que as ruas estavam desertas. Não passava um carro, nem um pe- destre sequer. O silêncio que reinava, chegava a incomodar. Ele parou o veículo. Olhou para todos os lados, tentando ver alguém. Assustou-se quando olhou novamente em direção ao banco do carona. Havia um cara sentado ao lado dele, na viatura. Lázaro não conseguia lhe ver as feições, mas sabia que conhecia aquela figura masculina. A assombração deu uma gargalhada aterrorizante. Aí, o escrivão se sentiu zonzo. Em seguida, apagou. FIM DA QUINTA PARTE
  • 37. EHROS TOMASINI 37 Parte 06 Quando Lázaro despertou do seu desmaio, já era noite. Olhou para o relógio de pulso querendo saber das horas. Levou um susto quando percebeu sua camisa suja de sangue. Suas calças, também. Tentou forçar a mente para se lembrar do que tinha acontecido, mas só se recordava do momento em que alguém apareceu ao lado dele e riu. Uma risada ater- rorizante como nunca ouvira. Aí, lembrou-se de Helena. Fez a volta no carro querendo logo chegar à casa dela. No entan- to, quando lá chegou, havia uma viatura de Polícia e vários curiosos reunidos na frente da residência. Ele não podia ser visto com todo aquele sangue na roupa. Por isso, passou di- reto e fez a volta mais adiante. Felizmente, não foi avistado pelos vários policiais que estavam na residência de praia. Pretendia voltar para o seu apê. Será que havia acontecido alguma coisa à detetive Bian-
  • 38. TARADOS38 ca? Pegou o celular do bolso e ia teclar o número dela quando viu que havia várias ligações não atendidas da detetive. Ligou de volta. - Onde você está, porra? Já te liguei várias vezes... - A policial disse mais irada do que preocupada. - De repente, me deu um branco e eu devo ter apagado, Bianca. Você está bem? - Não. Não estou. Ligaram pra mim ainda bêbada di- zendo que tinham matado meu marido e minha cunhada, lá naquela casa de praia que estivemos ano retrasado, lembra? - Lembro, sim. Quando aconteceu essa desgraça, Bian- ca? - Uma vizinha disse que ouviu um barulho de tiros e achou que tinham vindo de lá. Isso foi por volta das quatro da tarde. Ela olhou em direção à casa e viu uma viatura parada na frente. Achou que a Polícia já estava resolvendo o caso. Foi lá, saber o que estava acontecendo. Um cara não fardado saiu da casa de pistola em punho, entrou na viatura, deu a volta e foi-se embora. Lázaro gelou. Forçou de novo a mente, mas não conse- guia se lembrar de nada. Perguntou para ela: - Você está na casa de praia, Bianca? - Sim. O delegado não queria que eu viesse, mas insisti. Por quê? - Eu estou precisando falar contigo, urgente. Dá pra sair daí e se encontrar comigo na minha casa? Quando Bianca chegou à casa do rapaz, este estava sen- tado no sofá, ainda com as roupas sujas de sangue. Tinha sua pistola na mão. Ela gritou: - Não. Nem pensar. O que está pretendendo de pistola em punho, Lázaro? Quer me deixar mais aperreada? - Não se preocupe, não vou atentar contra a minha vida. Quero que me prenda. Acho que fui eu que matei teu
  • 39. EHROS TOMASINI 39 marido e tua cunhada, Bianca... - Acha??? Não tem certeza? E todo esse sangue? O que você fez, Lázaro? - Eu não sei. Não consigo me lembrar. Acabei de dar uma olhada na minha pistola. Estão faltando três balas nela... - Puta que pariu. Eu não acredito! Por quê, Lázaro, você fez isso? Tá certo que meu marido merecia ser castigado. Mas minha cunhada? O que ela te fez? - Tome minha arma. Estou me entregando a você. Como eu disse: não me lembro de nada. Ela pegou a pistola dele e guardou na cintura. Sentou- -se no braço do sofá onde ele estava. Alisou os cabelos dele antes de dizer: - Não vou te prender, caralho. Conte-me tudo desde o começo, mas sem mentiras. Só quero entender a merda que você fez, e por que fez. Ele respirou fundo. Não queria mentir para ela. Come- çou a dizer: - Eu me lembrei da casa de praia. Achei que encontra- ria teu marido lá. - Vocês brigaram? Você atirou para se defender? - Deixa eu terminar de contar a história, linda... - Está bem. Não vou mais interrompê-lo. - Eu queria achar o Hamilton antes do delegado. Você sabe que nosso chefe é violento. E estava com raiva do cara por ter te batido. Mas encontrei tua cunhada, ao invés dele. Você deve ter conhecimento de que ela sempre foi afim de mim. Acabamos transando. - Transou com ela e depois a matou? - Não, não. Ela quis que eu esperasse teu marido lá, consigo. Mas ele demorou muito. Então, fui-me embora. Ia voltar pra cá, onde deixei você dormindo. No entanto, apa- guei no carro. Quando acordei, estava com as roupas nessas
  • 40. TARADOS40 condições. - Puta que pariu. Vai ser difícil convencer alguém de que você não os matou. Nem eu mesma estou convencida. Mas acredito que você não mentiria para mim. Então, vou investigar o caso. - Não é melhor me prender? - Não, caralho, pois ninguém acreditaria na tua ino- cência. Tire essas roupas e dê um sumiço nelas. Queime-as, se quiser. - Não é melhor, primeiro, analisar o sangue encontrado nas roupas? - Fazer isso é dar provas da tua culpa pra Polícia. - Eles não precisam saber que as roupas são minhas. - Está bem. Direi que foram encontradas na casa de praia. Ou dou uma desculpa qualquer. Mas por que está que- rendo fazer isso? - Teu marido e tua cunhada morreram com quantos tiros? - Ambos foram baleados certeiramente na cabeça. Onde está querendo chegar? - Pense. Por que eu estaria com tanto sangue nas rou- pas, se os acertei na cabeça? Tiveram morte instantânea, não? Portanto, acho que todo esse sangue não é deles. - Está querendo me dizer que você matou mais alguém fora eles? - Infelizmente, acho que sim. - Caralho. Faz sentido. Vou analisar esse sangue eu mesma. E comparar com o sangue da minha cunhada e do meu finado marido. Mas você vai ter que desaparecer por uns tempos. Não pode ser preso, ouviu? E não me diga onde esta- rá. Nós nos comunicaremos apenas por whatsapp. - Okay. Obrigado. - Não me agradeça ainda. Se eu perceber que está me mentido, eu mesma te prendo. E vou ficar com a tua arma.
  • 41. EHROS TOMASINI 41 Cerca de uma hora depois, Lázaro alugava um quarto de uma pousada afastada do centro da cidade e de seu apê. Antes, passou por um caixa eletrônico e tirou todo o dinhei- ro que tinha na sua conta. Temia que a Polícia o rastreasse e bloqueasse sua grana. Atendeu-o uma mocinha da sua idade, de rosto e corpo bonito, mas vestida de forma simples. Rece- beu o dinheiro que ele lhe adiantou e o levou até os quartos. O rapaz agradeceu e quis lhe dar uma gorjeta, mas ela não aceitou. Disse: - Eu e meu marido somos os donos. Não aceitamos gorjetas. Mas agradeço. Ele tomou um banho demorado, depois foi procurar uma bebida para tomar. Na geladeira do quarto só tinha água. Ele foi até a portaria e perguntou: - Não vendem bebidas aqui? - Não, senhor. Somos evangélicos. Mas, se quiser beber, tem um bar logo ali. Fica aberto a noite toda. Era um bar pequeno, frequentado por uma maioria de mulheres de programas e seus clientes. Todas olharam para o belo rapaz que se sentou à mesa. Uma mais afoita se aventu- rou a chegar perto dele: - Boa noite, jovem. Quer companhia? - Não. Gostaria de permanecer sozinho, se não se im- porta. Ela fez um muxoxo e saiu de perto. Imediatamnte, uma ruiva se sentou à mesa. Tinha a cabeça baixa. Lázaro se pre- parou para lhe dizer que não queria companhia. No entanto, viu duas lágrimas rolarem dos olhos dela. - O que aconteceu para estar chorando? - Desculpa. Eu não pude fazer nada. - Do quê está falando? - Eu tentei impedi-lo. Ele matou a mulher que eu abdu-
  • 42. TARADOS42 zi para tentar impedir que ele te usasse. - Aline? É você? O que faz aqui? - Estou tentando te ajudar. Ele não vai te deixar em paz. E é mais forte do que você. Talvez muito mais, pois guarda tanta raiva dentro de si. - Quem é ele, Aline? - Algo me impede de te dizer. Também temo ficar sem poder permanecer nesse plano de vida. Terá que descobrir sozinho. Ou pedir à detetive para investigar por você. - Por enquanto, não devo me aproximar dela. Terei que me virar sozinho. Alguma dica? - Vá à casa da minha finada irmã. Lá, encontrará algu- mas pistas. - Vem comigo? - Não posso. Esse corpo resiste. Não vou conseguir do- miná-lo por muito tempo. Mas, se eu deixá-lo sem ter outro corpo por perto, posso desaparecer pra sempre deste mundo. Nisso, a puta que se aproximou primeiro do rapaz vol- tou. Reclamou: - Então você me dispensou para ficar com essa catraia? Antes que o rapaz respondesse, Aline levantou-se e en- carou a prostituta. Disse, entredentes: - O macho está comigo. Lavre daqui ou retalho teu ros- to com canivete, entendeu? A mulher se assustou. Deu meia volta e se afastou. Dis- se para duas putas que estavam sentadas perto: - O que aconteceu com Carminha? Nunca foi de me enfrentar. Dessa vez tive até medo dela. Vôte! Lázaro pagou a conta. A tal Carminha arriou na mesa, como se estivesse bêbada. a garçonete que atendeu o rapaz voltou com o troco. Ele viu que havia mais dinheiro do que o devido. Disse a ela:
  • 43. EHROS TOMASINI 43 - Fique com o troco. - Sou eu de novo. Esta puta que lhe assumi o corpo é mais dócil. Eu vou contigo. Essa catraia vive roubando clien- tes. É a vez dela ser roubada. Pegue a grana. Pouco depois, chegavam de táxi a uma residência mo- desta, num bairro classe média de Recife. A puta falou: - Esta é a casa onde eu morava com minha irmã, antes de me prostituir. Encontrará o que precisa numa das gavetas do criado mudo dela. Eu vou ficar te esperando aqui no táxi. Veja se volta logo. Tem uma chave debaixo do jarro de plan- tas, atrás da casa. Lázaro achou logo a chave. Entrou na casa às escuras. Acendeu uma lâmpada e caminhou pelo corredor até achar o quarto. Não foi preciso procurar muito. Encontrou na ga- veta um monte de fotografias. Em várias, aparecia o marido de Bianca abraçado com a mulher que encontraram morta no casarão. Mas as últimas fotos que viu o deixaram boquia- berto: o marido da detetive aparecia beijando um homem na boca. O escrivão o reconheceu. Tratava-se do cara que lhe havia botado uns cornos e depois matado a sua namorada traidora. O sujeito que ele tinha ajudado a Polícia a prender e que acreditava que ainda estivesse trancafiado. Continuou procurando na gaveta. Encontrou um envelope com uma cópia xerografada de um documento que passava o casarão pro nome do esposo da detetive. Então, entendeu tudo. Ligou para Bianca. - Oi. Eu disse que nos comunicássemos apenas por whatsapp. Está querendo ser preso? - Irritou-se ela. - Você investigou o cadáver da moça que encontramos na mansão? - No casarão, quer dizer. Não. Não tive tempo. Por quê? - Vai ter uma enorme surpresa, linda. Encontre-se co- migo no endereço que vou te dar. Mas venha com o espírito
  • 44. TARADOS44 preparado. Quando a detetive chegou na frente da casa onde o es- crivão passou-lhe o endereço, ele havia dispensado o táxi e a aguardava com a puta. Bianca perguntou: - Quem é essa? - A irmã da jovem assassinada. - A tal que te assombra? Não sabia que era palpável. - Não é. Está possuindo o corpo de uma puta que en- contrei perto de onde estou escondido. - Ah, tá. Pela cara, logo vi que se tratava de uma zinha. Andou fodendo com ela? - Não, não, não se trata disso. Dê uma olhada nessas fotos e nesse documento... Pouco depois, a detetive estava incrédula. Disse: - Aquele filho da puta! Andou me enganando o tempo todo com outras mulheres. E, ainda por cima, é viado? E este documento? Encontrei uma cópia dele na casa de praia mas não cheguei a ler. - Pois leia. - Caralho. Uma procuração, com todos os poderes de decisão na venda de um imóvel, em nome dele. - O casarão pertencia às irmãs assassinadas. Ele man- tinha relação sexual com ambas. E você não sabe da maior... - Ainda tem mais? - Sim. O cara que aparece beijando teu marido na foto é o que me botou um par de chifres e depois matou a minha namorada. Ele deveria estar preso. Essa foto não é muito an- tiga. E eu não soube mais dele. Deve estar em liberdade. - Está querendo dizer que deve ter sido ele a matar o meu marido e minha cunhada? - Não duvido nada. O cara mostrou-se um assassino sem escrúpulos. E me odeia. Pode ter querido me incriminar. - Ei, o que estou fazendo aqui?
  • 45. EHROS TOMASINI 45 Era a puta que havia se libertado do domínio de Aline. Estava desconcertada de estar junto aos dois. Disse: - Você. Conheço você. Lembro-me de ter te dado o tro- co, lá no bar. O que faço aqui? - Você quis vir comigo - mentiu o escrivão. - Tudo bem. Mas não aceito programa a três... devia ter me dito logo. - Posso resolver isso, minha cara - disse a detetive, se preparando para socar a garçonete. - Não. Não, não faça isso - gritou Lázaro. Mas já era tarde. A policial acertou o queixo da garço- nete e a fez beijar a lona com um único murro. Imediatamente, a detetive estremeceu. Lázaro adivi- nhou que a prostituta ruiva havia possuído o corpo da poli- cial. Esta falou por Bianca: - Carregue a puta pra dentro da casa da minha irmã. Enquanto ela não despertar, não posso assumir seu corpo novamente. Vou ter que permanecer na mente da detetive. Venha logo. Tenho pressa em foder. - Olha, eu... - Não se preocupe. Ela não vai se lembrar de nada. Mas eu preciso de uma foda. Estou há muito tempo sem trepar. Antes que Lázaro dissesse alguma coisa, ela o beijou nos lábios. Seu hálito ainda fedia às bebidas ingeridas pela detetive. Ele pegou a puta pelas axilas e ela o ajudou a colo- ca-la dentro da casa. Depois, puxou-o em direção ao quarto. Sussurrou ao ouvido dele: - Quero te dar o cu de novo. Gostei de ter tua peia enorme dentro de mim... - Ela não vai ficar...? - Afrouxada? E daí? Essa vadia também gosta de dar
  • 46. TARADOS46 o cuzinho. Por isso o marido se chateava ao foder com ela: queria ser ele a tomar no cu. E eu percebo que você já está excitado. - Estou, sim. Tire a roupa. - Você, também. Nesse momento, no entanto, a detetive caiu de joelhos com as mãos na cabeça. Gemeu: - Ahhhhhhhhhhhhhhhh, saia da minha cabeça, puta safada... - O que houve? - Perguntou o escrivão, já nu. - Ouvi claramente essa rapariga dizendo que queria te dar o cu. Só que percebi que ela queria usar o meu pra tu fo- der. Caralho nenhum. No meu cu, mando eu. E você, o que faz nu? - Eu... - Ah, vem. Você, eu deixo me foder. Ela, não. Agora, acredito quando você diz que é possuído por alguém. Senti claramente essa quenga na minha mente. - Você... vai querer foder comigo, Bianca? - Claro, nego. Principalmente, agora que sei que aquele puto me enganava. E eu sempre quis saber como era receber essa tua jeba enorme no cu. Adoro a sodomia, sabia? Não foi preciso dizer mais nada. Lázaro a ajudou a tirar as roupas enquanto ela botava seu caralho pra fora das calças. Ele cuspiu na mão. Ela também. Esperou que ele lhe ume- decesse o cu pra lambuza-lo também com saliva. Virou-se de costas para ele. Ele a beijou na nuca. Ela voltou-se para receber seu beijo na boca. Esfregou a bunda no cacete dele. Abriu mais as pregas com as próprias mãos. Ele não esperou mais nem um segundo: pincelou a glande no cu dela e depois a penetrou devagar e sempre. FIM DA SEXTA PARTE
  • 47. EHROS TOMASINI 47 Parte 07 - Em que está pensando? Lázaro demorou um pouco a responder. Levantou-se da cama e vestiu-se, sem nem mesmo se lavar. Finalmente, falou: - Agora que sabe que não fui eu que matei teu marido nem tua cunhada, estou livre pra voltar ao meu apartamento? - Não está gostando de ficar aqui comigo? - Não é isso. Temo novo ataque do meu inimigo. Tenho que descobrir seu paradeiro. - Se conseguir acha-lo, o que vai fazer? - Ainda não sei. Mas confesso que estou com ódio dele. - Onde ele estava preso? - No presídio Aníbal Bruno. - Meu falecido marido trabalhou lá. Como é o nome do teu desafeto?
  • 48. TARADOS48 - Raul. Raul Florentino. - Amanhã cedo eu ligo para o presídio. Teremos no- tícias dele. Volte para a cama. Ainda quero transar contigo, amor. - Você parece ter batido forte na garçonete. Ela ainda não se acordou. - Não mude de assunto. Agora que já sei que aguento tua jeba, acho que fiquei viciada. Volte pra cá. Amanhã, pro- meto te dar notícias do suposto assassino de meu marido e da minha pobre cunhada. - Lembre-se que Aline me disse que ele matou uma mulher que ela incorporou. Talvez, onde eu apaguei, perto da casa de praia. - Tem razão. O dia está amanhecendo. Melhor irmos procurar o corpo da tal mulher que sujou tua camisa de san- gue. - Vamos deixar a garçonete aqui? - Perguntou ele. - Deixemo-la no terraço, do lado de fora da casa. Cadê a tua amiga defunta? Desistiu de tomar meu corpo? - Não sei. Ela me falou que não conseguia estar muito tempo no corpo de uma pessoa inconsciente... - Então, pra onde ela foi? - Eu... acho que ela fica numa espécie de limbo. É um lugar vazio, sem pessoas nem carros, mas a paisagem é a mes- ma que vemos neste plano. Viram a garçonete despertar, levando a mão ao queixo dolorido. Levantou-se do chão, resmungando: - Puta que pariu... Andaram batendo em mim? Que dor do caralho... Lázaro e Bianca se entreolharam. Ela perguntou: - Acha que consegue? - Não custa nada tentar. Assim, nós a devolveremos ao lugar de onde a trouxemos. - Respondeu ele.
  • 49. EHROS TOMASINI 49 E a garçonete caiu no chão de novo. Estremeceu-se um pouco de corpo inteiro e depois levantou-se novamente. Fa- lou com voz quase masculina: - Pronto. Podemos ir. Ajude-me a carregar o meu pró- prio corpo para o carro no qual você veio pra cá. - Nossa. Se eu não estivesse vendo, não acreditaria. Pouco depois, a garçonete saltava do carro dirigido por Bianca. O bar estava fechando. Uma das putas perguntou por onde ela tinha andado. A moça teve um breve estremecimen- to e depois ficou espantada com a pergunta. Respondeu: - Do que está falando? Eu não saí daqui... Dentro do carro, deitado no banco de trás, Lázaro tam- bém se estremeceu. Sentiu-se zonzo. A policial perguntou: - Você está bem? Não pensei que iria aguentar abduzi- -la durante esse tempo todo. - Estou aprendendo a dominar o corpo alheio. Mas sinto-me mal quando abandono o hospedeiro. Vamos indo. Melhoro pelo caminho. Cerca de uma hora depois, ele apontava: - Foi ali que despertei, depois de ter uma espécie de desmaio. A viatura estava parada bem naquela via que vai dar naquele matagal. - Hummm... Um bom lugar para esconder um corpo. Vamos lá. Pouco depois, estavam diante de um cadáver feminino todo ensanguentado. A mulher devia ter cerca de quarenta anos e tinha uma aliança no dedo da mão esquerda. O corpo havia sido perfurado várias vezes. Bem próximo, tinha um pedaço de pau pontiagudo e com sangue ressecado estava jo- gado no chão.
  • 50. TARADOS50 - A pobre era casada. Deve ter filhos... - Lamentou a detetive. - Chamamos a Polícia? - Nós somos a Polícia, esqueceu? Pouco depois, o movimento de policiais naquele local ficou intenso. O delegado tinha vindo pessoalmente dar uma olhada no corpo. Esteve conversando com a detetive, depois foi falar com Lázaro: - Por que fugiu, se não havia matado o marido e a cunhada de Bianca? - Era necessário estar livre para continuar as investiga- ções, senhor - disse o escrivão, sem querer dar conhecimento ao chefe de que havia se escondido a pedido da detetive. - A detetive é ela. Não vejo porquê em você investigar. - Mas quem seria preso era eu, já que a detetive não acreditava em minha inocência. - Sinceramente, pensei que havia vingado nossa amiga. Só não vi motivo pra você matar a cunhada dela, também. A história que a detetive me contou é estapafúrdia, mas confio nela. Ajude-a nesse caso. Se conseguirem soluciona-lo a con- tento, te promovo a detetive. - Obrigado, senhor. Darei o melhor de mim. O delegado gritou para alguns policiais: - Deem toda a ajuda que estes dois precisarem. Quero esse caso resolvido o quanto antes, entenderam? - Deixe comigo, senhor - respondeu um tenente. Pouco depois, Bianca perguntava ao escrivão: - O que pensa em fazer agora? - Passo na pousada e pego minhas coisas. Durmo por lá até o meio-dia e depois vou pro meu apê. É o tempo de você descobrir o paradeiro de Raul. - Certo. Mas deixe o celular ligado e por perto. Posso
  • 51. EHROS TOMASINI 51 precisar de ti. Nos encontramos à noite? - Se você quer, claro que sim. Foi uma ótima trepada. E fiquei te devendo mais um round. - Gostei de ouvir. Vá terminar de dormir. Depois, te encontro lá no teu apartamento? - Não vai tratar do enterro do teu marido? - Não. Aquele traidor desgraçado não merece. Que seja enterrado pela Caridade do município. Quando Lázaro voltou à pousada, a mocinha que se di- zia dona o atendeu. Entregou-lhe a chave do quarto e disse: - A noitada no bar foi longa, heim? Já são quase dez da manhã. Perdeu o nosso desjejum. Mas deve ter sobrado alguma coisa. Quer que levem pro teu quarto? - Pode ser, se for possível. Ainda não comi nada desde ontem. - Noite agitada? - Muito. Você nem de longe imagina. - Você é policial? - Por que pergunta? - Tem todo o jeitão. Um policial muito bonito, por si- nal. - Obrigado. Bem, vou pro quarto. Se puder me mandar ao menos um café quente, agradeço. - Eu mesma vou levar. Se tiver umas frutas, o senhor quer? - Pode ser. Mas eu preferia um pão com manteiga. - Pode se considerar servido. O jovem tomava banho quando ouviu a porta abrir. Estranhou que tivessem a chave. Mais ainda que entrassem sabendo que ele estava lá dentro. Gritou do banheiro: - Quem está aí? - Sou eu, senhor Lázaro. Não grite, por favor. Não que- ro que meu marido saiba que estou aqui.
  • 52. TARADOS52 Ele saiu do banheiro ainda nu, pois a toalha estava so- bre a cama. Viu-a com uma bandeja contendo uma xícara de café, duas fatias de pão e um pote de manteiga. Ela admi- rou-se do tamanho do seu pau, apesar dele ter tapado o sexo com as mãos. Mas o membro era muito grande, deixava-se ver alguma coisa. - Desculpe, não sabia que tinha a cópia da chave. Por isso deixei a toalha sobre a cama. - Tudo bem. Não ignoro uma pica, apesar de achar a do senhor muito grande. Já fui puta daquele bar que te indiquei. Trouxe o teu desjejum por querer falar com o senhor. - O que está havendo, senhora? - Eu... não sei como dizer. - Diga, assim mesmo. - Bem... Eu não sou casada com o dono da pousada. Sou filha dele. Ele vive dizendo pra todo mundo que somos marido e mulher, desde que nos mudamos da Paraíba pra cá. Ele me força a ter relações com ele, moço. Eu não quero. Ele bate muito em mim, quer ver? Antes que lázaro respondesse, ela tirou o vestido sim- ples que usava. Mostrou as costas. Tinha vergões por todo o dorso. Depois, virou-se de frente, deixando ver uma vulva raspadinha e bem estufada. Também tinha machucões nos seios e na barriga. - Tá vendo? Ele me fode e me maltrata. - Denuncie-o às autoridades. - Não posso. Ele me mataria. Além do mais, dependo dele pra viver. - Se não quer denuncia-lo, o que quer que eu faça? - Eu não quero ser forçada a foder, moço. Quero ser bem tratada. Quero gozar. Gozar muito. Se o senhor não pode ou não quer me levar daqui, pelo menos me dê esse prazer...
  • 53. EHROS TOMASINI 53 A mulher ajoelhou-se perante Lázaro e foi logo pegan- do seu caralho e botando na boca. Disse pra ele: - O senhor vai comendo o pão com manteiga enquanto eu te chupo... No início, o jovem ficou empulhado. Mas ela chupava como uma profissional. Devia ter sido mesmo uma prostitu- ta. Ela deve ter se sentido incomodada de estar ajoelhada. le- vantou-se e empinou a bunda sem parar de chupá-lo. Lázaro alisou a bunda dela. Ela demonstrou ter gostado. A filha do dono da pousada esticou o braço e pegou o pote de mantei- ga. Sem parar a felação, meteu os dedos dentro do pote. Em seguida, lambuzou as pregas. Quando percebeu que o cacete dele estava pulsante, virou-se de costas. Rontonou: - Quero esse pau bem dentro de mim. Meta sem pena, moço. Eu tenho larga experiência. Ele não se fez de rogado: enrabou-a quase que com vio- lência. A penca entrou macio, parte devido à manteiga, outra por causa da elasticidade do cu dela. Ela sorriu, levando vara. Mas não fazia nenhum barulho, como se temesse chamar a atenção do dono da pousada. Lázaro nunca houvera fodido um cu com manteiga. estava achando uma ótima sensação. Empenhou-se na foda. Apressou as estocadas. Aí, sim, ela começou a gemer. gemeu alto e ele ficou preocupado que al- guém ouvisse. Tinha toda a razão. Antes que gozasse, alguém abriu a porta de supetão. A jovem a havia deixado apenas encostada, e com a chave pro lado de fora. Um coroa botou a cara pra dentro do quarto. Era o suposto pai da garota. FIM DA SÉTIMA PARTE
  • 54. TARADOS54 Parte 08 Ocoroa invadiu o quarto e puxou a moça pelo braço. Ber- rou: - Thalita! Já pra fora. Vá pro seu quarto. Vamos ter uma conversa. - Não pode tratar a tua filha assim. - Lázaro tentou apaziguar o cara. Este esteve bufando, depois se acalmou. Disse ao ra- paz: - O moço me desculpe, mas minha filha é doente. Vive sempre me dando problemas com os clientes, principalmen- te se são homens. - Qual a doença dela? - Ele é ninfo... ninfa... - Ninfomaníaca? - Isso. Antes de eu perceber sua enfermidade, vivia se
  • 55. EHROS TOMASINI 55 prostituindo. Eu tive que castiga-la, moço. Muito. O pior é que ela acabou gostando do castigo. Não sei mais o que fazer. - Entendo. A mocinha esperava do lado de fora do quarto, choran- do. Lázaro sentou-se na cama e fechou os olhos. O coroa saiu do cômodo e encostou a porta atrás de si. Segurou de novo a evangélica pelo braço e a arrastou dali. Não viu quando o jovem estremeceu e caiu de costas na cama. Quase ao mes- mo tempo, a mocinha também estremeceu. Mas continuou andando até os seus aposentos. Quando o pai a largou, este tirou de trás da cintura uma chibata curta e grossa. Rosnou para a jovem: - Vou ter que te bater de novo. Depois você me chupará até eu gozar. Ou então, me dá a bunda, como estava fazendo para o nosso hóspede. - Não. Hoje sou eu que vou querer te bater. Até me far- tar. Depois, vou-me embora dessa merda. - Rosnou a mulher, com a voz alterada. Lázaro a tinha possuído. Iria dar uma lição ao pai carrasco dela. - Como é que é? Você sempre gostou de apanhar. Sem- pre fez por onde eu te batesse... - Pode ser. Mas hoje quem vai te bater sou eu. - Pois ouse bater no teu pai, sua cria do Demônio... Lázaro deu-lhe um chute e o homem deixou cair a chi- bata. O evangélico tentou apanha-la do chão, mas levou novo pontapé, caindo de bunda no cimento. O rapaz se aproveitou para pegar o relho e bater no pai da moça. O coroa gritava: - Não. Não, filha, isso doi. Pare... - Tire as calças e vire a bunda para cá - ordenou Lázaro, assumindo o corpo da mocinha. O coroa não atendeu de pronto. Levou uma chicotada violenta. O jovem gritou:
  • 56. TARADOS56 - Faça o que eu mandei! - Filha, você parece estar possuída do capeta. Nunca te vi assim, com essa voz de homem... - resmungou o coroa, já amedrontado. Fez o que Lázaro estava pedindo: arriou as calças e vol- tou-se de costas para ele. Levou uma chibatada violenta na bunda. Outras se seguiram, até que o sujeito desmaiou de dor. Lázaro quis abandonar o corpo da evangélica e voltar para o seu. No entanto, sentiu-se zonzo e sufocado antes de chegar ao seu quarto. Teve que voltar ao corpo dela. Fê-la ca- minhar até o seu dormitório. Só então, deixou de abduzi-la. Ela estremeceu. Olhou para ele espantada, vendo-o deitado de costas pra cama. Correu até o rapaz: - Pelo sangue de Cristo, o que meu pai fez com você, moço? - Aperreou-se ela, se agarrando ao corpo do jovem. Este se levantou ainda tonto. Disse: - Ele não fez nada comigo. Você é quem deu uma surra nele. - Eu? Eu não bateria em meu pai, moço. Jesus Cristo me impediria. - Pois foi o que aconteceu: você bateu nele até faze-lo desmaiar. Se não acredita, vá ver lá no quarto... Ela foi e voltou preocupada. Falou: - Eu não me lembro de nada, moço. Mas meu pai está mesmo todo lapeado. E agora? Ele não vai mais querer bater em mim... - Como é que é? - Eu gosto de apanhar, moço. Gosto de foder depois de apanhar. Ou vice-versa. Fico provocando meu pai para que ele bata em mim. No início ele não gostava. Mas agora enten- deu que quanto mais forte ele me bate, mais eu gozo depois.
  • 57. EHROS TOMASINI 57 O jovem se arrependeu do que tinha feito. Entrou no banheiro querendo tirar a sujeira de cu da pica e ir embo- ra. Ela, no entanto, quando o viu se banhando, se aproximou toda dengosa: - Tá tomando banho pra gente foder de novo? - Per- guntou acariciando o pau do rapaz. - Não. Vou-me embora. É muita loucura para um dia só. Por hoje, já basta. - Me leva junto com você. Quando meu pai acordar, vai ficar uma fera. - Se ele gritar com você, diga-lhe que vai bater-lhe no- vamente. - E eu sou besta? Eu quero mais é que ele me foda e me bata bem muito. Mas o moço não sairá daqui sem trepar de novo comigo. - Ela lavava o pau dele com carinho. O caralho ficou duro. Ela entrou debaixo do chuveiro com ele. Deram uma foda demorada em pé. Ele a possuiu de todas as maneiras, dentro do pequeno banheiro. Ela não pediu mais que ele lhe batesse. Ele a puxou para a cama. Voltou a foder o cuzinho de Thalita. Só parou de meter-lhe no ânus quando gozou far- tamente. Lázaro pegou o dinheiro que tinha escondido debaixo do colchão do quarto da pousada e voltou para o seu apê. Ali, sim, dormiu por horas. Quando acordou, viu um recado de Bianca em seu celular. Ela lhe dizia que o seu rival permane- cia no presídio. Também havia marcado uma visita ao cara que matou seu marido e sua cunhada. Queria muito falar com ele. Mas não queria que o escrivão estivesse presente à entrevista. O rapaz ficou chateado por ter sido dispensado de estar lá com ela, mas não fez nenhum comentário.
  • 58. TARADOS58 No dia seguinte, de manhã logo cedo, foi visitar a dou- tora Isadora Pereira. A psiquiatra disse, assim que começou a sessão: - Andei conversando com pessoas do teu convívio, in- clusive com o cara que matou tua namorada. Ele jura que quem a matou foi você. Diz que está preso por engano. Mas confirmou que você tem poderes especiais. O que ele quis dizer com isso? - Dos meus poderes ou da morte de minha ex-namo- rada? - De ambos. - Já te falei que consigo voltar da morte. Você não acre- dita. - Poderia me dar provas disso, senhor Lázaro? - Sim, claro. Se bem que é muito doloroso. Mas posso fazer isso se te convencer do que eu te afirmo. - Como faria isso? - Você tem câmera aqui? - Sim. Uso-a para registrar as sessões com meus pa- cientes. Mas são gravações sigilosas. Não vão a público de nenhuma forma. Servem para me lembrar de algo que eu não tenha anotado. Por quê? - Quero que registre o que vou te mostrar. Está gravan- do agora? - Sim. A câmera fica escondida naquele canto da sala. grava tudo que se passa dentro deste consultório. - Ótimo. Esteja atenta - e o rapaz começou a ter estre- mecimentos no corpo. A doutora o observava quando ele se sentou no divã. Aí, bateram na porta. Ela irritou-se. Levantou-se e caminhou até a porta do consultório. Quando a abriu, tinha um guarda penitenciário do lado de fora. Ela disse; - Estou atendendo um paciente. Aguardem alguns mi- nutos e os atenderei.
  • 59. EHROS TOMASINI 59 - Não podemos aguardar. A senhora vai ter que dispen- sar quem está atendendo e nos colocar na vez. O detento tem uma entrevista marcada pra daqui a pouco. - Falou o agente penitenciário. O sujeito olhou para dentro do consultório, pra sa- ber quem estava sendo atendido. Seu corpo estremeceu de repente e ele caiu de joelhos perante a doutora. Ela tentou ampará-lo, antes que caísse no chão, mas não conseguiu. En- tão, seu próprio corpo estremeceu. A médica sentiu a cabeça rodar e perdeu a consciência. A doutora Isadora levou a mão à testa. Estava ainda zonza. Sentiu um cheiro estranho e olhou para a mão. Esta estava tinta de sangue. Seu uniforme branco também. Ouviu uma voz perto de si: - Ela está despertando. A médica olhou em direção àquela voz. Era o carcerei- ro que atendera há pouco quem falava. Ela viu outros agen- tes penitenciários olhando-a espantada. Só então, percebeu o corpo ensanguentado de Lázaro caído no chão. Perguntou: - O que aconteceu? - Diga-nos a senhora. - Falou o carcereiro. Outro agen- te disse: - A senhora parece ter endoidado e partiu pra cima do teu paciente com um olhar homicida. Perfurou o corpo dele várias vezes, com a caneta de bico fino que usava para escre- ver. Matou o rapaz. Todos vimos. Ela correu para perto do escrivão. Tocou sua jugular com os dedos. Disse, consternada: - Ele está morto. Mas... eu não me lembro de nada... - Vai ter que dizer isso lá na delegacia, dona. - Disse o agente. - Considere-se presa pelo assassinato brutal do seu
  • 60. TARADOS60 paciente. Nisso, Lázaro se moveu. Ela agachou-se perto dele, de novo. Gemeu: - Você está vivo! Como pode? Agorinha atestei tua morte... O jovem sentou-se no chão, pra espanto de todos na sala. Tinha o peito ensanguentado. O coração fora perfurado. Ela gritou: - Depressa. Chamem uma ambulância. Ele está vivo! - E levem o prisioneiro daqui. Façam isso logo. Sua consulta está encerrada. - Disse o carcereiro. Levaram o detento imediatamente. Este ria de forma enigmática. Lázaro tentava respirar melhor, ainda sentado no chão. Ouviu o agente penitenciário dizer: - Assim que a ambulância chegar, a senhora está presa por tentativa de assassinato, doutora. - Não. Eu não vou dar queixa do que aconteceu aqui. a doutora não tem culpa. - Falou Lázaro. - Mas senhor... - começou a dizer o guarda. - Chamem a detetive Bianca. Urgente. Ela entenderá mais do que vocês o que aconteceu aqui. - Insistiu o paciente. - E o que aconteceu aqui? - Perguntou o agente peni- tenciário. Quando a detetive Bianca chegou, quase uma hora de- pois, a doutora estava inconsolável. Lázaro tentava acalenta- -la, enquanto uma enfermeira lhe repunha o sangue perdido através de uma bolsa apropriada. A policial perguntou: - O que aconteceu aqui? E fale logo, sem me enrolar. FIM DA OITAVA PARTE
  • 61. EHROS TOMASINI 61 Parte 09 Adetetive assistiu ao vídeo gravado pelas câmeras internas do consultório da doutora Isadora pela terceira vez. As imagens mostravam a médica psiquiatra atingindo o corpo do paciente Lázaro várias vezes com a caneta metálica que usava para anotações. Finalmente, falou: - Sinto muito, mas não estou entendendo o que você quer me dizer. Pelo que vi, ela te atacou e te feriu feio. Por que quer inocentá-la? - Olhe bem as imagens dela fazendo anotações do que falo e compare com as do ataque. - Sugeriu Lázaro, ainda re- cebendo sangue nas veias e tendo uma paramédica lhe fazen- do curativos. - Sim, já fiz isso várias vezes. Diga-me o que quer que eu perceba. - Escrevendo, a doutora é destra. Mas me atacou usan- do a mão canhota. Isso não te diz nada?
  • 62. TARADOS62 - Que ela é ambidestra? - Não, não. O Raul, meu inimigo, é canhoto. Foi ele quem me atacou. - Já te disse que ele está no presídio. - Disse, sim. Mas eu o vi aqui. Ele também é paciente da doutora Isadora. Ela iria atende-lo, depois de mim. Mas insistiram que ele deveria ter a sessão primeiro que eu, para dar tempo de se encontrar contigo no presídio, linda. Pode confirmar isso com os agentes penitenciários que levaram a pobre médica presa. Ela não tem culpa. Foi abduzida por ele. Só não consigo entender como ele conseguiu o mesmo poder que eu. - Isso é o que vamos descobrir - disse a detetive, pegan- do seu celular. Em seguida, ligou para o presídio remarcando a entrevista para o dia seguinte. - E agora? - Quis saber o escrivão. - Agora você vai pra casa e cuida de sarar. Não sei como não morreu. - Eu morri. Só que estou conseguindo ressuscitar em menos tempo que antes. - Eu não consigo entender bem esse teu dom. Mas não é à toa que teus pais te denominaram de Lázaro, aquele que voltou dos mortos. - Não vai mesmo cuidar do enterro do teu marido? - Não. Mas vou ao enterro da minha cunhada. Fiz ques- tão de enterrá-la em um cemitério grã fino para não ter que estar perto daquele crápula quando for visita-la. Estou indo para o seu velório. Depois, vou pra tua casa, pode ser? - Claro, linda. Estarei te esperando. - Durmo por lá e amanhã cedo vou ao presídio. Mas confesso que não sei como provar que foi teu inimigo a te furar o couro. Ninguém acreditaria nessa coisa de abdução. - Lá em casa, pensaremos em algo. Ele está cada vez mais perigoso. Continuará matando. Teremos de encontrar uma forma de para-lo. Nem que seja matando. - Disse Láza-
  • 63. EHROS TOMASINI 63 ro, muito sério. Ela ficou calada. Depois de liberado, após receber duas bolsas de sangue na veia, o jovem foi para casa. Mas não seguiu as recomen- dações médicas de repouso. Assim que chegou ao seu apê, ligou o computador e ficou dando uma olhada nos arquivos digitais da delegacia. Voltou uns anos no tempo, desde a pri- meira notícia da prisão do assassino da namorada. Em outras reportagens, o jovem Lázaro aparecia em fotos e em matérias impressas, dando entrevistas sobre o seu dom inédito de so- lucionar crimes. Ele tinha sido responsável direto pela prisão do ex-amigo. Mas ainda estava abatido pela perda de sangue e adormeceu frente ao computador. Despertou ouvindo o chamado de alguém perto de si. Abriu os olhos e viu a ruiva Aline ao seu lado. Ele perguntou: - Onde você esteve esse tempo todo? - No lugar que chamo de limbo. Vim me despedir de você. Perdi o direito de estar contigo. Mas agora você já sabe quem foi o meu assassino e quem matou a minha irmã: o mesmo que matou o marido da detetive e a cunhada dela. - Antes de ir, me diga como devo fazer para punir o meu inimigo. - Pretende mata-lo? - Se for preciso, sim. Ele é mau. Não pode continuar matando e ficando impune. - Tem que afastá-lo do corpo dele. E não pode haver ninguém por perto para que ele possa abduzir. Mas não se preocupe, você vai saber detê-lo. Agora, preciso ir. Estou per- dendo minhas forças. - Não iremos transar desta vez? - Eu queria. Mas não tenho mais esse direito - disse ela, se desmaterializando. Lázaro ainda sentiu os lábios dela to- carem o seu. Aí, bateram na porta do seu apê. Ele foi atender. Espantou-se com a visita.
  • 64. TARADOS64 - Como me achou? A psiquiatra Isadora abraçou-se com ele. Estava cho- rando. - Você está vivo! Obrigada, meu Deus. Não sei como pude fazer aquilo. - Não foi você. Teu corpo foi tomando pelo detento. - Não me diga que... - Digo, sim. Raul tem os mesmos poderes que eu. Tal- vez seja mais forte. Mas não me pergunte como. - Ele me contou que, assim que foi preso por matar a namorada, tentou o suicídio. Mas conseguiu voltar da morte horas depois. Claro que eu não acreditei nessa história. No entanto, a detetive Bianca me mostrou o vídeo. Eu não sou canhota, mas o detento Raul é, sim. Você também morreu? - Sim, mas ressuscitei logo. - Quantas vezes você consegue morrer e reviver? - Não sei. Espero que muitas. Mas, como te disse, é muito dolorido. - Coitado. Eu imagino. - Como chegou até mim? - Eu vim com Bianca. Ela me soltou da prisão. Está es- perando no carro. - Por que não subiu contigo? - É que... eu... queria te agradecer. Disse isso a ela. Ela disse que se eu não voltasse ao carro em meia hora, ela iria embora. - Ah, não precisava me agradecer. Volte lá, pra não per- der a carona. - Achei que você iria querer... - Querer o quê? Ela esteve um tempinho indecisa, depois deu-lhe um selinho na boca. Falou: - Nada não. Deixa pra lá. Vou mesmo descer. Muito
  • 65. EHROS TOMASINI 65 obrigada por não ter dado queixa de mim. Te espero para nova consulta? - Oh, claro. Na próxima semana estarei lá - disse ele, levando o dedo a tocar os lábios onde ela beijou. A médica saiu apressada. Parecia envergonhada. Láza- ro ficou na dúvida se ela o tinha beijado em agradecimento ou se tinha intenção nele. A doutora Isadora era uma coroa bonita, mas ele nunca a tinha visto como mulher. Sabia que ela era casada e amiga da detetive, inclusive levava o marido quando ia visitar a policial e seu esposo. E nunca demonstra- ra interesse nele. Ele sacudiu a cabeça para espantar os maus pensamentos e ia se deitar, quando bateram novamente na porta. Dessa vez era a detetive Bianca. - Está melhor? - Sim. As feridas estão doendo menos. - Achei que iria transar com Isadora. Mas ela voltou pro carro chorando. O que houve? - Não sei ainda. Ela estava estranha... - Não te cantou pra trepar? - Por que está me perguntando isso? - Aquela puta trepava com meu marido. Dentro da mi- nha própria casa. Ela pensa que não sei. Certa vez flagrei os dois nus na minha cama. Mas confesso que não tive coragem de enfrenta-los. Eu me escondi. No entanto, nunca mais tive coragem de foder com ele. O puto morreu sem saber por que eu o evitava. - Sinto muito, linda. Você vai leva-la em casa? - Não. Dei-lhe a chave do meu carro. Ela vai sozinha. Vou ficar contigo, posso? - Claro. Aproveitamos pra conversar sobre Raul. De como podemos pega-lo. - Certo. Mas essa conversa fica pra depois. Agora, que- ro mesmo é trepar com você. Acha que me aguenta? - Se doer, eu grito.
  • 66. TARADOS66 - Pois então vou querer essa jeba todinha no meu rabo. Se doer, eu grito. Ela gritou. Mesmo assim, não desistiu de receber todo o caralho dele no cuzinho. Ali mesmo, na sala. Bianca segu- rou no espelho da cadeira da sala e ficou de costas para ele, depois de tirar toda a roupa. Lázaro começou a beijando na nuca até a regada da bunda, mas teve que parar. O ferimento passou a doer. Disse isso a ela. Bianca, no entanto, não queria saber de preliminares. Pegou seu pau com uma das mãos e se enfiou nele. O jovem lhe enterrou a pica, depois de saliva-la. Nem bem começou os movimentos de cópula, tremeu das pernas. Estava fraco por conta da perda de sangue. A deteti- ve o puxou em direção à cama. Fê-lo se deitar nela. Depois, subiu sobre ele e se acocorou no seu pau. Nem lambuzou o ânus com saliva. Fez com que o bicho entrasse inteiro no seu furico. Ele gemeu de prazer. Ela, também. Quando ela come- çou a cavalga-lo, ele não demorou muito a gozar dentro do seu cuzinho. FIM DA NONA PARTE
  • 67. EHROS TOMASINI 67 Parte final Antes das dez da manhã, a detetive Bianca estava no presí- dio. O detento Raul já a esperava com um CD nas mãos. Disse para ela: - Pedi que fizessem uma cópia para você. Veja isso an- tes de conversarmos. - Do que se trata? - Assista ao vídeo. Faz tempo que o guardo. Saberá por- que tenho ódio de Lázaro. Bianca saiu da cela e foi ver o vídeo na sala do diretor do presídio. Este já o tinha assistido. Esperou que a detetive terminasse para dizer: - Eu fiz esta cópia para ele. O detento Raul está pedindo novo julgamento. - Esse vídeo foi forjado. Note que a vítima aparece o tempo todo de costas. E a namorada de Lázaro era bem mais
  • 68. TARADOS68 nova, quando foi assassinada. Outra coisa: meu companheiro de trabalho é destro. Não mataria a mulher com a mão es- querda. Já o Raul é canhoto. Deve ter abduzido Lázaro para filmar essa coisa. - Deve ter o quê? - Perguntou o diretor do presídio. - Nada, nada. A detetive assistiu o filme de cerca de cinco minutos de novo. Nele, Lázaro flagrava o ex-amigo com uma mulher. Pareciam discutir, pois as imagens não tinham som. Lázaro puxou uma faca de trás da cintura e investiu contra a mulher, matando-a com vários golpes. A partir de então, não se via mais Raul na gravação. Bianca tirou o DVD do aparelho e voltou para a cela onde estava preso o inimigo de Lázaro: - O que pretendia me dizer com isso? - Que estou pagando por um crime que não cometi. O assassino foi teu amigo Lázaro. - Isso aqui é uma encenação fajuta. Não conseguirá en- ganar um júri. - Eu gostaria de tentar. Dando certo ou não, isso é pro- blema meu. Mas você sabe que posso sair daqui a hora que quiser. - Sim, eu sei. E você tem saído muito para o meu gos- to. Também, por pouco você não conseguiu matar Lázaro, ontem. - Vou ter novas oportunidades. - Insistiu o preso. - Não vai não. - Disse a detetive, batendo na grade, cha- mando um agente penitenciário que aguardava do lado de fora da cela. No mesmo instante que um negrão forte apareceu com as chaves, Raul caiu de joelhos no chão. Porém, as coisas es- tavam acontecendo do jeito que a detetive e Lázaro tinham planejado na noite anterior. Antes dela chegar ao presídio, haviam passado pela casa da doutora Isadora para pegar uma
  • 69. EHROS TOMASINI 69 injeção com um sedativo capaz de derrubar um touro ime- diatamente. Quando viu o detento cair no chão e o guarda penitenciário estremecer, a detetive sacou a seringa já pre- parada e aplicou no pescoço do negrão. Este também caiu de joelhos no chão. Em seguida, ela injetou o líquido no próprio braço. Quando Lázaro chegou na cela, acompanhado do dire- tor do presídio, viu os três desmaiados. Disse para o homem: - Depressa, ligue para a doutora Isadora, como combi- namos. Tenho que levar esses três daqui. - Eu ainda não estou entendendo o que estão tentando fazer, mas vou ajudar. Meu guarda vai ficar bem? - Preocu- pou-se o diretor. - Sim, vai. A doutora vai cuidar bem dele. Pouco depois, a médica chegava apressada. Disse para Lázaro: - Eu trouxe uma ambulância. Temos que levar os três para meu consultório. Lá eu tenho as ferramentas necessá- rias. Sob orientação de Lázaro, que ainda não podia fazer grandes esforços físicos por conta dos ferimentos recebidos, guardas da prisão ajudaram o escrivão de Polícia e a médica a carregarem os desacordados para a ambulância. O diretor disse: - Se descobrirem que eu ajudei vocês, posso ser punido, doutora. - Não se preocupe. O guarda, o detento e a detetive são voluntários para uma experiência que estou fazendo - mentiu a dra. Isadora. Ela havia conversado com o casal e achou por bem fa- zer o que eles tinham pedido: tornar Raul um inválido para
  • 70. TARADOS70 sempre. Por isso, tinham aprisionado a mente do detento no corpo do guarda do presídio, que era um negro alto e forte, quando Raul tentou abduzir-lhe. O negro, que era amigo do marido de Bianca e tinha trabalhado com este no presídio, havia sido voluntário para a tal experiência, contanto que vingasse o amigo. Jurou que aguentaria o bombardeio de en- torpecentes que ela lhe aplicaria, por ser ex usuário de drogas pesadas. Quando chegaram ao consultório da doutora, Lázaro, com esforço, colocou os três deitados um ao lado do outro. Ela aplicou um coquetel de drogas na veia do negro. Este es- tremeceu. Imediatamente, Raul estremeceu também. Lázaro gritou: - Agora, doutora! Ele voltou ao próprio corpo. Quando o detento abriu os olhos, a médica aplicou-lhe o coquetel. Ele gemeu, mas desmaiou em seguida. Ela disse: - Pronto. Nós o pegamos. Enquanto o mantivermos sedado, não vai ter forças para poder abduzir ninguém. O efeito do sedativo é duradouro, mas todos os dias prometo ir ao presídio e aplicar-lhe nova dose. - Será que o diretor vai permitir? - Deixe que eu falo com ele. Talvez, sendo eu uma pro- fissional categorizada a lhe contar sobre abdução, ele acredite em mim. - E quanto aos “belos adormecidos”? - Deixe que durmam. Mal não lhes fará. Aí, aproveita- mos para terminar aquela conversa de ontem. - Que conversa? - Não lembra? Pois eu vou te abordar de uma outra ma- neira: eu sou ninfomaníaca, sabia? Não passo mais de um dia sem foder. Bianca sabe disso, mas sempre fechou os olhos quando eu fodia seu marido. - Eu soube que você é casada.
  • 71. EHROS TOMASINI 71 - Sou, sim. Mas ele não consegue dar conta. Então, tam- bém fecha os olhos para os meus saltos fora do casamento. - Está me cantando, doutora? - Ih, como você é difícil de entender as coisas, né? Eu conversei com Bianca. Ela também é minha paciente. Ela dis- se que você tem uma bilola enorme, de causar inveja a qual- quer homem. Eu quero ver se é verdade. Posso? Ele abriu o fecho da calça. Ela nem esperou que ele bo- tasse o membro pra fora. Ajoelhou-se aos seus pés e puxou o caralho pra fora da roupa. A médica ficou maravilhada com seu tamanho e grossura. Alisou-o com carinho. Ele pergun- tou: - Não vamos ser interrompidos? - Dei folga hoje à minha secretária. Desmarquei todos os meus pacientes, antes de sair daqui. Ninguém vai nos in- comodar. Ninguém incomodou mesmo. Lázaro a possuíu no divã que usava para entrevistar os pacientes. A médica era fo- gosa. Gemia e gritava escandalosamente a cada aproximação do orgasmo. No entanto, tinha o cuzinho tão apertado que só depois de várias tentativas o rapaz conseguiu introduzir seu falo. Nem bem a pica entrou, ela se mijou toda. Depois, passou a falar palavras desconexas enquanto ele lhe fodia o rabo. E só parou de foder quando Lázaro gozou duas vezes seguidas em seu cuzinho apertado. *********************************** O detento foi recolhido ao presídio e ninguém recla- mou dele estar o tempo todo desacordado. A médica o vi- sitava todos os dias pela manhã, com a desculpa de aplicar- -lhe uma seringa com um reagente. Mas fingia sempre que o antídoto não estava dando certo. Nesse ínterim, o casal de
  • 72. TARADOS72 detetives soube através da doutora Isadora que Raul havia tentado o suicídio logo assim que foi condenado. Os médicos do presídio conseguiram ressuscita-lo com choques elétricos minutos depois e não se falou mais nisso. Com certeza, te- ria sido como o detento conseguira os mesmos poderes que Lázaro. Mas só o escrivão, a médica e a detetive acreditavam nessa versão. Certa vez, Aline voltou a aparecer para Lázaro recla- mando que Raul estivera no limbo, junto com ela, e quis ata- ca-la. A médica passou a ter mais cuidado com a aplicação do sedativo para que ele não morresse novamente. Nunca mais a ruiva voltou a aparecer e reclamar de novo. Mas depois se descobriu que o negrão carcereiro havia assassinado o cara na cela, sufocando-o com um travesseiro, para vingar o ami- go. O agente penitenciário prometeu não fazer mais isso. Bianca passou uns tempos chateada por dividir a aten- ção do jovem com a médica, mas ele a fez acreditar que não amava a doutora. Como prova disso, assim que ganhou sua promoção prometida pelo delegado, pediu transferência para outro estado. A detetive foi atrás dele. Dizem que foram feli- zes por um longo período de tempo. O casarão permaneceu abandonado. A Prefeitura do Recife tombou o imóvel e depois o reformou. Mas a história do duplo homicídio acontecido lá fez com que não se encon- trasse comprador para o local. Lázaro e a detetive voltaram a resolver outros casos in- trincados de possessão, mas isso já é outra história. FIM DA SÉRIE