A utilização da água na indústria - Gestão de Recursos Hídricos

UNICAMP/SP
UNICAMP/SPProfessora de Geografia à UNICAMP/SP
Beatriz Siqueira
Rodrigo Cassemiro
Samir Eid
Vinícius Kumazawa
Responsável por cerca de 22% do uso mundial de

água

Países desenvolvidos o índice é de cerca de 59%
Países não desenvolvidos é de apenas 8%

Principal responsável pela crescente dificuldade na

obtenção de água para atendimento das necessidades
da sociedade
Crescimento da demanda industrial
Efluentes aquosos (qualidade inferior à original)
A disponibilidade de dados precisos sobre o consumo

industrial da água é muito restrita

por receio de ações tanto de agências ambientais quanto

de empresas públicas
Diferenças técnicas significativas fazem com que
qualquer consolidação de dados seja de validade
duvidosa

Aspectos a serem considerados
Mesmos
produtos
obtidos
por
processos
tecnologicamente distintos
Diferenças
de processo, de equipamento, de
procedimentos operacionais ou até mesmo de escala de
produção
O grau de verticalização do complexo industrial dificulta
a obtenção da informação relativa ao consumo específico
de cada segmento
Outro fator que afeta os dados relativos ao consumo

específico de água pelo setor industrial, é o aspecto
econômico relacionado ao custo deste insumo
Escassez

Aumento do custo da água implica no aumento do

custo final do produto
O consumidor pagará não só pelo seu consumo de
água, como também pelo seu uso
Uso da água no Brasil
Tipos de uso da água na indústria
Duas classes principais
Matéria-prima


Quando fica incorporada ao produto final
 Mantém sua identidade química (cervejas, refrigerantes,
produtos de limpeza e higiene)
 Perde sua identidade química (ácido sulfúrico)

Uso auxiliar

Veículo
 Fluído térmico
 Lavagem
 Geração de energia

Impurezas nas águas naturais e problemas no seu
uso industrial
A contaminação das águas naturais pode ocorrer em

qualquer fase do ciclo hidrológico
Principalmente, cada vez mais,

atividades antropogênicas

em decorrência das

As impurezas presentes na água podem modificar

significativamente suas propriedades
Corrosões
Incrustações
Incrustações
São resultantes da disposição de materiais sólidos nas

paredes dos equipamentos (principalmente de caldeiras)
que estão em contato com a água
Podem ser bastante prejudiciais pelo fato de terem baixa
condutividade térmica
Redução da eficiência térmica do equipamento em virtude dos
gases de combustão saírem em temperatura mais alta
 Superaquecimento do material de construção das caldeiras,
provocando redução de sua resistência mecânica com o
conseqüente risco de deformações ou mesmo de ruptura

Corrosões
É

um fenômeno potencialmente presente em
equipamentos que operam com água em condições de
temperatura e pressão acima das normais


A intensidade depende do material de construção do
equipamento, das impurezas presentes na água usada e das
condições de operação do sistema
As impurezas mais comumente encontradas nas água

naturais são:

Sólidos em suspensão
Gases dissolvidos
Sais solúveis
Sais de sódio
Sais de metais alcalino-terrosos (cálcio e magnésio)
Sílica
Ácidos livres
Contaminação microbiológica (abastecimento público)
Técnicas convencionais

•
•

Técnicas específicas
Técnicas Convencionais
Promovem a adequação das características físicas, químicas e
biológicas da água a padrões econômicos e de higiene.
Aeração ou Pré-cloração;
Coagulação e Floculação;
Decantação;
Filtração;
Desinfecção ;
Controle de corrosão.
Técnicas Específicas
Compensar medidas que a outra técnica não satisfazia
Processo de abrandamento da água;
Degaseificação;
Remoção de sílica gel.
Aeração ou Pré-cloração: Objetiva remover substâncias

orgânicas causadoras de odor e sabor, bem como oxidar
compostos ferrosos e manganosos que poderiam se
precipitar mais adiante, conferindo cor a água.

Coagulação e Floculação: Promover a separação dos

sólidos em suspensão presentes na água, em condições que
permitam se realizar a clarificação efetiva da mesma.

Decantação: Vale-se da ação da gravidade para separar o

material floculado obtido da operação supracitada.
Filtração: Visa complementar o trabalho da decantação

para remover partículas que continuam suspensas. Esse
método faz fluir o efluente da decantação através de um
meio filtrante sobre o qual ficarão retidos os sólidos
suspensos. A água livre de impurezas é coletada no fundo do
equipamento.

Desinfecção:

Eliminação de organismos patogênicos.
Dosagem de agentes desinfetantes (derivados clorados,
ozônio e a emissão de radiação ultravioleta)
Controle de corrosão: Ajuste químico para que não haja

propriedades corrosivas.
Abrandamento da água ou Correção da Dureza:

Consiste na remoção de cátions bivalente de cálcio e
magnésio.
Degaseificação: Remove gases como o oxigênio, gás

carbônico e o sulfeto de hidrogênio dissolvidos na água.
Esse processo pode ser efetuado por dois métodos.
_ Método Físico: compreende ações de aquecimento ou de
pulverização da água.
_ Método Químico: utilizam-se de agentes químicos de
natureza compatível cm os gases a serem removidos.
Remoção da sílica solúvel: Realizada por reações

químicas.
Segmentos industriais e suas peculiaridades quanto ao
uso da água.
Têxtil - consome 15% de toda a água industrial do mundo, totalizando 30 milhões
de m³ ao ano. A água é utilizada nas chamadas etapas úmidas do processo têxtil,
principalmente na fase de tinturaria, onde consome cerca de metade de toda a
água do setor e no pré-tratamento, onde é consumido 41% do total da água.
Carga contaminante:
•desengomagem – 50%
•tinturaria – 37%
•estamparia – 7%
•tingimento – 6%
Mais perigosos:
•halógenos orgânicos absorvíveis (AOX)
•metais pesados (Cu, Ni, Pb)
•alquifenol entoxilado (APEO,tóxico para os peixes)
•hidrocarbonetos voláteis (VHC)
Frigorífica - nesse tipo de indústria o consumo de água por cabeça varia
tradicionalmente de 2.500l no caso de bovinos, 1.200l para suínos e 25l para as
aves. No caso de frangos, as industrias brasileiras já trabalham hoje em dia com
metas de 14l de água por frango.
A tarefa mais complexa desse tipo de indústria é o tratamento dos rejeitos
aquosos dos frigoríficos.
Alta taxas de DBO (800 a 32 mil mg/l) + lodo → processos anaeróbios como
lagoas.
Os sistemas que permitem a purificação mais completa são os mistos, em que
se associam lagoas anaeróbias com aeradas.
Curtumes - após todos os procedimentos como esfola de couro, lavagem,
descarnagem e curtimento, sobram resíduos na águas que constituem-se
basicamente de cal e sulfetos livres, cromo, matéria orgânica diluída ou em
suspensão, elevados teores de sólidos dissolvidos e PH.
Decantação: é uma das formais mais incentivadas de se reduzir o teor de resíduos
nas águas. O produto é aquecido em ácido sulfúrico concentrado, como no caso
do sebo.
Celulose e Papel – nesse tipo de indústria, uma das formas de utilização da água
é na fabricação da pasta mecânica para lavar as fibras retiradas da madeira e
dessa forma, esta fica contaminada pela lignina O maior volume de despejo desse
tipo de indústria está no branqueamento das fibras e nas máquinas de papel, já em
termos de carga poluidora, destaca-se o licor negro (rico em açúcar de madeira).
Sobre o tratamento, costuma-se separar os efluentes por nível de concentração de
sólidos.
Açúcar e Álcool – esse tipo de indústria demanda um grande volume de água,
que é empregada desde a lavagem da cana a uma taxa de aproximadamente
5m³ por tonelada de cana. Na fase seguinte, também utiliza-se muita água para
diluir o açúcar do caldo extraído pelas moendas de cana, no processo
denominado embebição. Essa água deve ser contaminada em maior ou menor
grau pela solução de sacarose e pode ser reutilizada em outras fases do
processo.
Vinhoto - principal ameaça ambiental desse tipo de indústria, presente em mais
de 90% do total de água. No Brasil, seu impacto foi solucionado através da
aspersão do resíduo no próprio canavial, tal seu elevado conteúdo fertilizante.
Como vantagens houve o aumento da população microbiana do solo, aumento
do PH e aumento da capacidade de troca iônica.
Cervejarias: A indústria cervejeira divide a água usada no processo em água cervejeira
(nobre ou de fabricação) e água de serviço. A primeira é a água incorporada ao produto
e utilizada para condicionamento do malte, moagem, carga e descarga de produtos em
elaboração. Já a de serviço, trata-se da água usada em lugares e equipamentos onde não
há contato com o produto. As indústrias cervejeiras possuem instalações relativamente
grandes para tratamento de seus efluentes, devido à carga orgânica dos despejos que
podem variar entre 1,2 a 3 mil mg/l de DBO e também de sua considerável vazão que,
dependendo do porte das instalações, pode atingir a ordem de milhares de m3/dia.
Ferro e aço: O consumo nessas indústrias é de porte elevado, ficando na faixa de 100 a
500 m³ por tonelada de aço. Um dos usos principais é no processo de refrigeração de
equipamentos. Quanto aos poluentes desse ramo industrial, há a contaminação na fase
do resfriamento dos gases de coqueria e nas chaminés.
Petróleo: Já nas primeiras fases do refino muitos são os usos da água. Após a extração,
ela é separada do óleo antes do armazenamento inicial, sendo que o óleo cru é
misturado com a água para a separação de sais e sólidos.
Pólos Petroquímicos e o uso da água
Pólo de Camaçari: O pólo de Camaçari localiza-se no estado da Bahia. A central
petroquímica lá existente – Copene. A água bruta captada por esse pólo é tratada,
obtendo-se a água clarificada, atendendo as necessidades de água de refrigeração das
empresas do pólo, além de alimentar as Unidades de Água Potável e Desmineralizada,
sendo que a aquela é distribuída para o pólo e a água desmineralizada alimenta as
caldeiras dos sistemas de turbo geração.

Pólo de Mauá: Localiza-se no município de Mauá, a cerca de 30 km de São Paulo. Sua
demanda de água bruta é da ordem de 1.260 m³/h, sendo esta captação realizada no rio
Tamanduateí, numa vazão que depende do regime de chuvas (no regime de estiagem a
captação é da ordem de 500 m³/h e em épocas de chuva a captação máxima pode chegar a
945 m³/h.
A utilização da água na indústria - Gestão de Recursos Hídricos
Tratamento de efluentes aquosos
Ações de controle
Ações de prevenção
Ações de controle
Visa minimizar os efeitos adversos dos despejos antes de
sua disposição no ambiente.
 Métodos físicos
 Métodos físico-químicos
 Métodos biológicos
Métodos físicos

Separação de poluentes sólidos, contaminantes líquidos
imiscíveis e gases dissolvidos presentes em despejos
líquidos.
 Adsorção
 Centrifugação
 Coagulação, floculação, decantação e flotação
 Filtração
 Separação por membranas: Envolve a utilização de

membranas sintéticas, porosas ou semipermeáveis para a
separação de partículas sólidas de pequenas dimensões.
Separados de acordo com o diâmetro dos poros, tipo e a
força motriz utilizados na separação.

Microfiltração, Ultrafiltração, Nanofiltração, Osmose reversa
e Eletrodiálise
 Separação térmica: Os processos

mais comuns no
tratamento de efluentes líquidos sao a evaporação e a
destilação.
 Stripping (ou extração): consiste na remoção das

impurezas por meio do ar ou vapor.
Métodos físico-químicos

Princípios de ação baseiam-se em reações químicas e como
em termos operacionais as técnicas desse grupo agem
alterando as propriedades dos contaminantes, daí o
tratamento físico.
Neutralização
Oxidação e redução química
Precipitação química
Troca iônica
Métodos biológicos

Grande expansão no Brasil por apresentar relevantes
efeitos purificadores. Baseia-se na otimização artificial e
controlada da biodegradação de matéria orgânica.
De acordo com a necessidade de oxigênio:
Digestão aeróbia
Digestão anaeróbia
Ações de prevenção
Não geração ou reaproveitamento dos rejeitos gerados
pelas unidades de qualquer processo de transformação.
Legislação
No Brasil, a mais importante lei ambiental criada é a

Lei 6.938 (17/01/1981), denominada Política Nacional
de Meio Ambiente

Define que o poluidor é obrigado a indenizar os danos

ambientais causados por ele ao meio ambiente e a
terceiros, independentemente de culpa. Este é o
conhecido princípio do poluidor pagador, o que
determinou uma nova postura em relação ao meio
ambiente, no sentido de introduzir a necessidade de
conciliação entre o desenvolvimento econômico-social e
a preservação do meio ambiente
Considerando a Lei 6.938
Para se construir, reformar, ampliar a capacidade de

uma indústria, é necessário inicialmente que o Órgão
Ambiental seja consultado a fim de avaliar a necessidade
ou não de um processo de licenciamento ambiental.
O licenciamento é constituído pela licença prévia,
licença de instalação e licença de operação ou
funcionamento
DESENVOLVIMENTO/BEM
ESTAR/NECESSIDADES BÁSICAS X USO DA ÁGUA

Fonte: Revista Escola
Referências
KULAY, Luiz Alexandre; SILVA, Gil Anderi da. Água

na Indústria. In: BRAGA, Benedito; REBOUÇAS, Aldo
da C.; TUNDISI, José Galizia. (Org.). Águas doces do
Brasil: capital ecológico, uso e conservação. 3 ed. São
Paulo: Escrituras Editora, 2006. p. 367-398.
http://www.revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 19
janeiro 2014.
http://www.mma.gov.br. Acesso em: 20 janeiro 2014.
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A utilização da água na indústria - Gestão de Recursos Hídricos

  • 2. Responsável por cerca de 22% do uso mundial de água Países desenvolvidos o índice é de cerca de 59% Países não desenvolvidos é de apenas 8% Principal responsável pela crescente dificuldade na obtenção de água para atendimento das necessidades da sociedade Crescimento da demanda industrial Efluentes aquosos (qualidade inferior à original)
  • 3. A disponibilidade de dados precisos sobre o consumo industrial da água é muito restrita por receio de ações tanto de agências ambientais quanto de empresas públicas Diferenças técnicas significativas fazem com que qualquer consolidação de dados seja de validade duvidosa Aspectos a serem considerados Mesmos produtos obtidos por processos tecnologicamente distintos Diferenças de processo, de equipamento, de procedimentos operacionais ou até mesmo de escala de produção O grau de verticalização do complexo industrial dificulta a obtenção da informação relativa ao consumo específico de cada segmento
  • 4. Outro fator que afeta os dados relativos ao consumo específico de água pelo setor industrial, é o aspecto econômico relacionado ao custo deste insumo Escassez Aumento do custo da água implica no aumento do custo final do produto O consumidor pagará não só pelo seu consumo de água, como também pelo seu uso
  • 5. Uso da água no Brasil
  • 6. Tipos de uso da água na indústria Duas classes principais Matéria-prima  Quando fica incorporada ao produto final  Mantém sua identidade química (cervejas, refrigerantes, produtos de limpeza e higiene)  Perde sua identidade química (ácido sulfúrico) Uso auxiliar Veículo  Fluído térmico  Lavagem  Geração de energia 
  • 7. Impurezas nas águas naturais e problemas no seu uso industrial A contaminação das águas naturais pode ocorrer em qualquer fase do ciclo hidrológico Principalmente, cada vez mais, atividades antropogênicas em decorrência das As impurezas presentes na água podem modificar significativamente suas propriedades Corrosões Incrustações
  • 8. Incrustações São resultantes da disposição de materiais sólidos nas paredes dos equipamentos (principalmente de caldeiras) que estão em contato com a água Podem ser bastante prejudiciais pelo fato de terem baixa condutividade térmica Redução da eficiência térmica do equipamento em virtude dos gases de combustão saírem em temperatura mais alta  Superaquecimento do material de construção das caldeiras, provocando redução de sua resistência mecânica com o conseqüente risco de deformações ou mesmo de ruptura 
  • 9. Corrosões É um fenômeno potencialmente presente em equipamentos que operam com água em condições de temperatura e pressão acima das normais  A intensidade depende do material de construção do equipamento, das impurezas presentes na água usada e das condições de operação do sistema
  • 10. As impurezas mais comumente encontradas nas água naturais são: Sólidos em suspensão Gases dissolvidos Sais solúveis Sais de sódio Sais de metais alcalino-terrosos (cálcio e magnésio) Sílica Ácidos livres Contaminação microbiológica (abastecimento público)
  • 12. Técnicas Convencionais Promovem a adequação das características físicas, químicas e biológicas da água a padrões econômicos e de higiene. Aeração ou Pré-cloração; Coagulação e Floculação; Decantação; Filtração; Desinfecção ; Controle de corrosão.
  • 13. Técnicas Específicas Compensar medidas que a outra técnica não satisfazia Processo de abrandamento da água; Degaseificação; Remoção de sílica gel.
  • 14. Aeração ou Pré-cloração: Objetiva remover substâncias orgânicas causadoras de odor e sabor, bem como oxidar compostos ferrosos e manganosos que poderiam se precipitar mais adiante, conferindo cor a água. Coagulação e Floculação: Promover a separação dos sólidos em suspensão presentes na água, em condições que permitam se realizar a clarificação efetiva da mesma. Decantação: Vale-se da ação da gravidade para separar o material floculado obtido da operação supracitada.
  • 15. Filtração: Visa complementar o trabalho da decantação para remover partículas que continuam suspensas. Esse método faz fluir o efluente da decantação através de um meio filtrante sobre o qual ficarão retidos os sólidos suspensos. A água livre de impurezas é coletada no fundo do equipamento. Desinfecção: Eliminação de organismos patogênicos. Dosagem de agentes desinfetantes (derivados clorados, ozônio e a emissão de radiação ultravioleta)
  • 16. Controle de corrosão: Ajuste químico para que não haja propriedades corrosivas.
  • 17. Abrandamento da água ou Correção da Dureza: Consiste na remoção de cátions bivalente de cálcio e magnésio. Degaseificação: Remove gases como o oxigênio, gás carbônico e o sulfeto de hidrogênio dissolvidos na água. Esse processo pode ser efetuado por dois métodos. _ Método Físico: compreende ações de aquecimento ou de pulverização da água. _ Método Químico: utilizam-se de agentes químicos de natureza compatível cm os gases a serem removidos.
  • 18. Remoção da sílica solúvel: Realizada por reações químicas.
  • 19. Segmentos industriais e suas peculiaridades quanto ao uso da água.
  • 20. Têxtil - consome 15% de toda a água industrial do mundo, totalizando 30 milhões de m³ ao ano. A água é utilizada nas chamadas etapas úmidas do processo têxtil, principalmente na fase de tinturaria, onde consome cerca de metade de toda a água do setor e no pré-tratamento, onde é consumido 41% do total da água. Carga contaminante: •desengomagem – 50% •tinturaria – 37% •estamparia – 7% •tingimento – 6% Mais perigosos: •halógenos orgânicos absorvíveis (AOX) •metais pesados (Cu, Ni, Pb) •alquifenol entoxilado (APEO,tóxico para os peixes) •hidrocarbonetos voláteis (VHC)
  • 21. Frigorífica - nesse tipo de indústria o consumo de água por cabeça varia tradicionalmente de 2.500l no caso de bovinos, 1.200l para suínos e 25l para as aves. No caso de frangos, as industrias brasileiras já trabalham hoje em dia com metas de 14l de água por frango. A tarefa mais complexa desse tipo de indústria é o tratamento dos rejeitos aquosos dos frigoríficos. Alta taxas de DBO (800 a 32 mil mg/l) + lodo → processos anaeróbios como lagoas. Os sistemas que permitem a purificação mais completa são os mistos, em que se associam lagoas anaeróbias com aeradas.
  • 22. Curtumes - após todos os procedimentos como esfola de couro, lavagem, descarnagem e curtimento, sobram resíduos na águas que constituem-se basicamente de cal e sulfetos livres, cromo, matéria orgânica diluída ou em suspensão, elevados teores de sólidos dissolvidos e PH. Decantação: é uma das formais mais incentivadas de se reduzir o teor de resíduos nas águas. O produto é aquecido em ácido sulfúrico concentrado, como no caso do sebo. Celulose e Papel – nesse tipo de indústria, uma das formas de utilização da água é na fabricação da pasta mecânica para lavar as fibras retiradas da madeira e dessa forma, esta fica contaminada pela lignina O maior volume de despejo desse tipo de indústria está no branqueamento das fibras e nas máquinas de papel, já em termos de carga poluidora, destaca-se o licor negro (rico em açúcar de madeira). Sobre o tratamento, costuma-se separar os efluentes por nível de concentração de sólidos.
  • 23. Açúcar e Álcool – esse tipo de indústria demanda um grande volume de água, que é empregada desde a lavagem da cana a uma taxa de aproximadamente 5m³ por tonelada de cana. Na fase seguinte, também utiliza-se muita água para diluir o açúcar do caldo extraído pelas moendas de cana, no processo denominado embebição. Essa água deve ser contaminada em maior ou menor grau pela solução de sacarose e pode ser reutilizada em outras fases do processo. Vinhoto - principal ameaça ambiental desse tipo de indústria, presente em mais de 90% do total de água. No Brasil, seu impacto foi solucionado através da aspersão do resíduo no próprio canavial, tal seu elevado conteúdo fertilizante. Como vantagens houve o aumento da população microbiana do solo, aumento do PH e aumento da capacidade de troca iônica.
  • 24. Cervejarias: A indústria cervejeira divide a água usada no processo em água cervejeira (nobre ou de fabricação) e água de serviço. A primeira é a água incorporada ao produto e utilizada para condicionamento do malte, moagem, carga e descarga de produtos em elaboração. Já a de serviço, trata-se da água usada em lugares e equipamentos onde não há contato com o produto. As indústrias cervejeiras possuem instalações relativamente grandes para tratamento de seus efluentes, devido à carga orgânica dos despejos que podem variar entre 1,2 a 3 mil mg/l de DBO e também de sua considerável vazão que, dependendo do porte das instalações, pode atingir a ordem de milhares de m3/dia. Ferro e aço: O consumo nessas indústrias é de porte elevado, ficando na faixa de 100 a 500 m³ por tonelada de aço. Um dos usos principais é no processo de refrigeração de equipamentos. Quanto aos poluentes desse ramo industrial, há a contaminação na fase do resfriamento dos gases de coqueria e nas chaminés. Petróleo: Já nas primeiras fases do refino muitos são os usos da água. Após a extração, ela é separada do óleo antes do armazenamento inicial, sendo que o óleo cru é misturado com a água para a separação de sais e sólidos.
  • 25. Pólos Petroquímicos e o uso da água
  • 26. Pólo de Camaçari: O pólo de Camaçari localiza-se no estado da Bahia. A central petroquímica lá existente – Copene. A água bruta captada por esse pólo é tratada, obtendo-se a água clarificada, atendendo as necessidades de água de refrigeração das empresas do pólo, além de alimentar as Unidades de Água Potável e Desmineralizada, sendo que a aquela é distribuída para o pólo e a água desmineralizada alimenta as caldeiras dos sistemas de turbo geração. Pólo de Mauá: Localiza-se no município de Mauá, a cerca de 30 km de São Paulo. Sua demanda de água bruta é da ordem de 1.260 m³/h, sendo esta captação realizada no rio Tamanduateí, numa vazão que depende do regime de chuvas (no regime de estiagem a captação é da ordem de 500 m³/h e em épocas de chuva a captação máxima pode chegar a 945 m³/h.
  • 28. Tratamento de efluentes aquosos Ações de controle Ações de prevenção
  • 29. Ações de controle Visa minimizar os efeitos adversos dos despejos antes de sua disposição no ambiente.  Métodos físicos  Métodos físico-químicos  Métodos biológicos
  • 30. Métodos físicos Separação de poluentes sólidos, contaminantes líquidos imiscíveis e gases dissolvidos presentes em despejos líquidos.  Adsorção  Centrifugação  Coagulação, floculação, decantação e flotação  Filtração
  • 31.  Separação por membranas: Envolve a utilização de membranas sintéticas, porosas ou semipermeáveis para a separação de partículas sólidas de pequenas dimensões. Separados de acordo com o diâmetro dos poros, tipo e a força motriz utilizados na separação. Microfiltração, Ultrafiltração, Nanofiltração, Osmose reversa e Eletrodiálise  Separação térmica: Os processos mais comuns no tratamento de efluentes líquidos sao a evaporação e a destilação.  Stripping (ou extração): consiste na remoção das impurezas por meio do ar ou vapor.
  • 32. Métodos físico-químicos Princípios de ação baseiam-se em reações químicas e como em termos operacionais as técnicas desse grupo agem alterando as propriedades dos contaminantes, daí o tratamento físico. Neutralização Oxidação e redução química Precipitação química Troca iônica
  • 33. Métodos biológicos Grande expansão no Brasil por apresentar relevantes efeitos purificadores. Baseia-se na otimização artificial e controlada da biodegradação de matéria orgânica. De acordo com a necessidade de oxigênio: Digestão aeróbia Digestão anaeróbia
  • 34. Ações de prevenção Não geração ou reaproveitamento dos rejeitos gerados pelas unidades de qualquer processo de transformação.
  • 35. Legislação No Brasil, a mais importante lei ambiental criada é a Lei 6.938 (17/01/1981), denominada Política Nacional de Meio Ambiente Define que o poluidor é obrigado a indenizar os danos ambientais causados por ele ao meio ambiente e a terceiros, independentemente de culpa. Este é o conhecido princípio do poluidor pagador, o que determinou uma nova postura em relação ao meio ambiente, no sentido de introduzir a necessidade de conciliação entre o desenvolvimento econômico-social e a preservação do meio ambiente
  • 36. Considerando a Lei 6.938 Para se construir, reformar, ampliar a capacidade de uma indústria, é necessário inicialmente que o Órgão Ambiental seja consultado a fim de avaliar a necessidade ou não de um processo de licenciamento ambiental. O licenciamento é constituído pela licença prévia, licença de instalação e licença de operação ou funcionamento
  • 37. DESENVOLVIMENTO/BEM ESTAR/NECESSIDADES BÁSICAS X USO DA ÁGUA Fonte: Revista Escola
  • 38. Referências KULAY, Luiz Alexandre; SILVA, Gil Anderi da. Água na Indústria. In: BRAGA, Benedito; REBOUÇAS, Aldo da C.; TUNDISI, José Galizia. (Org.). Águas doces do Brasil: capital ecológico, uso e conservação. 3 ed. São Paulo: Escrituras Editora, 2006. p. 367-398. http://www.revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 19 janeiro 2014. http://www.mma.gov.br. Acesso em: 20 janeiro 2014.