O documento discute três pontos principais: 1) A interseccionalidade como a sobreposição de identidades sociais e sistemas de opressão que afetam a experiência individual; 2) A importância de abordagens interdisciplinares para entender o fenômeno; 3) A distinção entre ciências naturais e humanas no estudo do gênero.
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Só toca tóxico.pptx
5. INTERSECCIONALIDADE é
a sobreposição ou intersecção de
identidades sociais e sistemas
relacionados de opressão,
dominação ou discriminação em
que se registra as diferentes
experiência de opressão do
indivíduo para resposta e
enfrentamento mais efetivo do
problema.
Fonte: MPT DF/TO(adaptado). Fonte: A interseccionalidade na Discriminação de
Raça e Gênero, Kimberle Crenshaw
7. ● Distinção entre ciências naturais x ciências
humanas
● Importância de uma investigação interdisciplinar
do fenômeno
● Natureza biológica x cultural dos caracteres de
distinção sexual
● Gênero x Sexo
● Determinismo e Crenças essencialistas
● Teorias Implícitas
● Essencialização Psicológica
9. “O que quer o homem?”
- Fanon, Peles Negras Máscaras Brancas
10. Masculinidade como modalidade performática;
● Os estudos sobre masculinidades partiram das décadas de 60/70 ;
● 2 Tipos de estudos sobre masculinidade: Os das feministas que
perpassam a temática de gênero e os que tratam a masculinidade
como algo em si mesmo;
● A masculinidade só começa a ser estudada a partir da década de
80/90;
11. Segundo Kimell (2016 apud Zanello, 2018), masculinidade é “uma coleção variada e
constante de significados que os homens constroem consigo mesmos, com outros
homens e com o mundo”
● A condição viril é a essência que deve estar constantemente sendo provada,
construída e fabricada, pois é este o elemento que confirma a masculinidade
“A casa dos homens” é o recurso simbólico denominado por Welzer-lang (2001
apud Zanello, 2018), responsável por construir as performances de como
se constituir como homem.
● Welzer-lang (2001 apud Zanello, 2018), enfatiza que a masculinidade é tanto uma
submissão quanto um deleite de seus privilégios.
12. ● A valorização de determinadas características em momentos específicos faz com que essa
masculinidade hegemônica desperte. Esta, se relaciona com as masculinidade subalternas.
● A masculinidade hegemônica, desse modo, se torna acessível apenas a pequenos grupos de
homens, bem como é utilizada para estabelecer um padrão de comparação em geral.
● A masculinidade hegemônica é aquela que se mantém por boa parte dos homens que tiram
proveito e se sentem favorecidos, que usufrui dos seus benefícios e que pode acionar diferentes
atribuições de masculinidade.
Masculinidade hegemônica, segundo Kimell ( 1998 apud Zanello, 2018) é a junção
de trejeitos, e comportamentos que se tornam padrões frente a outras
masculinidades. É também aquela pelo meio da qual os homens medem o sucesso
de suas conquistas de gênero.
13. O ideal de embranquecimento do período pós abolição, a manutenção de
privilégios/hierarquização de homens brancos, ricos, heterossesuais e pais de
família, marca a configuração da masculinidade hegemônica atual.
A rejeição e o repúdio representam importantes ferramentas para a afirmação
identitária masculina.
● Os meios de comunicação são importantes tecnologias de gênero;
● Transformações políticas, processo de urbanização e a ideia de valorização do
trabalho e do esforço;
14. conjunto decididamente heterogêneo que engloba discursos, instituições, organizações
arquitetônicas, decisões regulamentares, leis, medidas administrativas, enunciados científicos,
proposições filosóficas, morais, filantrópicas. Em suma, o dito e o não dito são os elementos do
dispositivo. [...] O dispositivo tem, portanto, uma função estratégica dominante. [...] O
dispositivo, portanto, está sempre inscrito em um jogo de poder, estando sempre, no entanto,
ligado a uma ou a configurações de saber que dele nascem mas que igualmente o condicionam.
(FOUCAULT, 1996)
DISPOSITIVOS
17. É meu amigo falou que é bom
Quero pegar também
Desculpa falar desse jeito
Mas se eu te pegar não conto pra ninguém
Sei que você gosta de um negão
E quer me pegar também
Não adianta se fazer de santa
Conheço seu tipo não vem que não tem
19. - Fanon, Peles Negras Máscaras Brancas
“O que quer o homem
negro?”
20. ● “O sujeito Negro sempre ser
forçado a desenvolver uma
relação consigo mesmo(a)
através da presença alienante
do outro branco (Hall, 1996).
Sempre colocado como
‘Outro’, nunca como ‘self’.”
(KILOMBA, 2010, p.175);
● O Trauma.
21. ● O Negão: “O preto é fixado no genital, ou pelo menos aí foi fixado.”
(FANON, 2008, p.143)
● O dispositivo da virilidade se ressalta no homem negro, mas a que preço?
● O Neguinho.
● Algumas consequências:
1. “Uma vez que é (física e mentalmente) interditado pelo racismo, o homem
negro não consegue corresponder, diante da mulher negra [e diante se si
próprio], às expectativas patriarcais de masculinidade;
2. “O negro, em sua busca afetiva rumo a uma intersecção apocalíptica, não
identifica na negra o seu outro ideal.” (Nkosi, 2014, p.88).
22. ● “Todo negão é bem dotado(?)”
● “Se é preto e não tem piruzão, veio com defeito”
● “Negão ainda vai, mas negão viado?”
● “Chegou o tripé”
● “Você tem a cor do pecado”
● “Tenho fetiches por negros”
● “Você é o primeiro negão que eu pego”
● “Se é preto tem que ser macho”
23. ● Qual o papel dos estereótipos sobre as masculinidades negras,
principalmente os de cunho sexual, para a manutenção dos lugares e
papéis sociais estabelecidos pelo discurso hegemônico?
● “O que acontece com o homem negro que não corresponde ao estereótipo
do ser supermasculino do negão?”
24. “ A subjetividade negra é diaspórica, por trazer em sua memória corporal e
genealógica a saída de seu lar, de seu espaço de segurança, de afirmação de si e da
cosmogonia de seu povo […] O povo negro vive, desde sua saída forçada de África,
num ambiente antinegro, racista, que opera com inúmeros dispositivos para
exterminá-lo. Não há descanso e muito menos a possibilidade de se sentir em casa,
mesmo estando vivendo no Brasil há cerca de quinhentos anos (VEIGA, 2018).”
● O efeito da masculinidade na subjetividade dos homens negros
25. ● Índice de suicídio entre jovens e adolescentes negros: Cartilha Óbitos por Suicídio
entre Adolescentes e Jovens Negros, lançada pelo Ministério da Saúde (MS)
1. No ano de 2016, a cada 100 suicídios em adolescentes e jovens brancos do sexo
masculino, ocorreram 150 suicídios em negros;
1. A chance de suicídio é 50% maior no grupo de adolescentes e jovens negro do
que entre brancos na mesma faixa etária;
1. A cada suicídio no sexo feminino ocorreram, em média, seis no sexo masculino,
entre 2012 e 2016.
Fonte: g1.globo.com
26. ● As diásporas da bixa preta: sobre ser negro e gay no Brasil (VEIGA,
2018)
“Desde muito cedo as bixas pretas precisam enfrentar o próprio corpo e o próprio
desejo como inimigo em potencial porque podem vir a deixá-las ainda mais
desamparadas, como se viver num país onde a cada 23 minutos se mata um jovem
negro não fosse terrível o suficiente. Soma-se a isso o fato de o Brasil ser um dos países
que mais matam LGBTs no mundo. A cada 28 horas uma pessoa LGBT é assassinada
no país. Esses dados, ao se cruzarem sobre o corpo da bixa preta, fazem dela um alvo
permanente da violência do racismo e da homofobia.”
29. Referências:
Geledés Instituto da Mulher Negra. O conceito de gênero por Judith Butler: a questão da performatividade. 2013. Disponível em
<https://www.geledes.org.br/o-conceito-de-genero-por-judith-butler-a-questao-da-performatividade/> Acesso em: 18 de setembro de 2019.
KILOMBA, Grada. The Mask. In: Plantation Memories: Episodes of Everyday Racism. Münster: Unrast Verlag, 2. Edição, 2010.
Disponível em < https://www.revistas.usp.br/clt/article/viewFile/115286/112968> Acesso em: 13 de Setembro 2019;
NKOSI, Deivisson Faustino. O Pênis sem o falo: algumas reflexões sobre homens negros, masculinidades e racismos. In: feminismos e
mascilinidades: novos caminhos para enfrentar a violência contra a mulher. Cultura acadêmica, 1.ed. São Paulo: 2014;
OKA, Mateus; LAURENTI, Carolina. Entre sexo e gênero: um estudo bibliográfico-exploratório das ciências da saúde. Saude soc.
[online]. 2018, vol.27, n.1, pp.238-251
PEREIRA, Marcos Emanoel. Estereótipos e as teorias implícitas. In: Enfrentando preconceitos e estereótipos. Na escola, no trabalho, nas
ruas e os que sobrevivem em cada um de nós. Disponível em <https://estereotipos.net/enfrentando/3-estereotipos-e-as-teorias-implicitas/>
Acesso em: 18 de setembro de 2019.
PINHO, Osmundo. “Putaria”: masculinidade, negritude e desejo no pagode baiano. Maguaré. vol. 29, n.˚ 2 (jul-dic) · 2015 · issn 0120-
3045 (impreso) · 2256-5752 (em linea) · pp. 209-238;
30. Referências:
RIBEIRO, Alan Augusto Moraes. Homens negros, Negro homem: para discutir masculinidades negras na escola. Texto para Apresentação no
curso Educação, Direitos Humanos, Gênero, Sexualidade e Raça. Disponível em < http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-
content/uploads/2015/11/Homens-negros-Negro-homem-para-discutir-masculinidades-negras-na-escola_AlanRibeiro.pdf>. Acesso em 13 de
Setembro de 2019;
RIBEIRO, Alan Augusto Moraes. Homens Negros, Negro Homem: sob a perspectiva do feminismo negro. REIA- Revista de Estudos e
Investigações Antropológicas, ano 2, volume 2(2):2015. P.52-75. Disponível em <
https://periodicos.ufpe.br/revistas/reia/article/viewFile/229971/24164>. Acesso em 13 de Setembro de 2019;
SOUZA, Henrique Restier da Costa. Lá vem o negão: Discursos e estereótipos sexuais sobre os homens negros. Florianópolis, 2017.
Disponível em: http://www.en.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1499020802_ARQUIVO_LAVEMONEGAOFINAL.pdf .
Acesso em 21 de janeiro de 2019;
VEIGA, Lucas. As diásporas da bixa preta: sobre ser negro e gay no Brasil. Revista Tabuleiro de Letras, Salvador, v. 12, n. 1, 2018. DOI
http://www.revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras. Disponível em:
https://www.revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/5176/3245. Acesso em: 20 set. 2019.
ZANELLO, Valeska. Saúde mental, gênero e dispositivos: cultura e processos de subjetivação. Curitiba: Appris, 2018.