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O Absolutismo
-A partir da Baixa Idade Média, verificou-se um processo de fortalecimento da
autoridade real. Esse fortalecimento deu-se em detrimento do poder autônomo da
nobreza, fruto da própria crise feudal e do agravamento das reações camponesas
-Estado centralizado: a autoridade política estende-se até os limites da nação, de modo
que as leis, regulamentações, impostos, estabelecidos pelo Estado, aplicam-se em todo
território do país, assim como sua força militar e a justiça. Porém houvemecanismos que
limitaram o poder do Estado, como a participação popular nas decisões, como a
Constituição, um Parlamento independente. Porém nenhum desses elementos estava
presente nos Estados da Idade Moderna, constituindo-se o Absolutismo (poder
absoluto)
-Vários fatores possibilitaram esse tipo de poder. O enfraquecimento da nobreza ditado
pela crise feudal e pelo crescimento das revoltas camponesas, que ameaçavam suas
terras, fazendo com que a força militar nobre não conseguisse as conter. Assim,
percebe-se que a nobreza necessitava de um Estado forte, capaz de garantir-lhe suas
terras, seus privilégios e seu poder
-O caráter incipiente da burguesia também contribuiu para esse fortalecimento da
autoridade real. Embora enriquecida com o crescimento da atividade mercantil, a nova
camada burguesa ainda estava distante de uma condição em que pudesse suplantar o
predomínio da nobreza e implementar as ações necessárias para um efetivo crescimento.
Portanto, para haver a abertura de estradas, construção de portos, etc., a burguesia
precisava, também, de um Estado forte. Porém, a riqueza gerada pela burguesia
(comércio) trazia possibilidades ao rei de cobrar impostos, fazendo com que ocorresse
uma relação rei-burguesia
-A manutenção de um divisão social estamental foi de grande importância para a
consolidação do fortalecimento real:
*A primeira camada, a do clero, foi dividida em uma pequena camada de bispos e
abades (grandes proprietários de terras) e em uma grande massa de padres e vigários
*A segunda camada, a da nobreza, dividia-se em aristocracia, composto pelos principais
nobres do reino, e a provincial, que procurava sobreviver por meio de seus antigos
direitos e privilégios senhoriais
*A terceira camada, ou terceiro estado, abrangia a maioria da população, entre
burgueses, artesãos e camponeses. A burguesia se dividia em alta, composta por
descendentes do patriciado urbano, e em baixa, agrupando funcionários públicos,
profissionais liberais e pequenos comerciantes
O Absolutismo francês
-Deu-se após um longo processo. Já no final da dinastia capetíngia, o poder real ganhou
um impulso no reinado de Filipe IV, o Belo, que impôs-se cobre a Igreja, levando ao
Cisma do Oriente. Durante o século XIV, o poder monárquico ganhou forte impulso
com a dinastia Valois. Em 1337, no reinado do primeiro rei Filipe VI, que se precipitou
na Guerra dos Cem Anos, contra a Inglaterra, cuja guerra teve um significado profundo
para a consolidação do Estado nacional e do poder real na França
-Essa consolidação se ampliou após o término da guerra, porém despertou uma forte
oposição de uma série de setores descontentes da nobreza e da burguesia, além dos
populares. A adoção da religião calvinista por esses setores deu a essa luta uma
conotação religiosa, tanto que as lutas políticas que assolaram a França foram chamadas
de Guerra de Religião
-No reinado de Francisco II, houve o primeiro massacre de huguenotes e o confrontoo
tornou-se generalizado. Elizabeth I da Inglaterra apoiou os huguenotes (calvinistas
franceses) e Felipe II de Espanha, os católicos
-Durante o governo de Carlos IX, cujos primeiros 11 anos transcorreram sob a regência
de sua mãe, Catarina de Médicis (autoriza cultos calvinistas no meio rural, mas não nas
cidades, para não ofender os burgueses), a luta entre católicos e protestantes aumentou.
Tentando pacificar, Catarina, pelo Edito de Saint Germain, concedeu aos huguenotes o
direito de culto em algumas cidades e o direito de manter quatro fortalezas
-Contudo, temendo a crescente influência do almirante Coligny, líder huguenote, sobre
o rei, Catarina tramou com Henrique, duque de Guise, líder dos católicos, o assassinato
de Coligny. O atentado falhou, mas acabou desencadeando o massacre de mais de três
mil protestantes pelas ruas de Paris, sendo denominado Noite de São Bartolomeu
-O massacre reacendeu a guerra civil, que se transformou na Guerra dos Três
Henrique, correspondente ao reinado de Henrique III, irmão de Carlos IX. O poder real
foi contestado por Henrique de Guise, que fundou a Liga Católica para pressionar o rei,
e por Henrique de Navarra e Bourbon, que era huguenote e sucessor do trono por ser
primo do rei. A morte de Henrique III, sem herdeiros, consolidou a pretensão de
Henrique de Navarra e Bourbon, porém essa pretensão se deparou com a forte oposição
dos setores católicos, fazendo com que o mesmo se convertesse ao catolicismo
-Henrique IV deu início à dinastia de Bourbon, que consolidou o Absolutismo
francês. O rei pacificou o país e decretou o Edito de Nantes, que concedia liberdade de
culto aos huguenotes e o direito de conservar algumas fortalezas para sua proteção. Ao
mesmo tempo em que o rei se aproxima da nobreza, ele dá à burguesia condições para
seu desenvolvimento quase autônomo
-Com a morte de Henrique IV, o trono passou para Luís XIII, que, criança, teve como
regente sua mãe, Maria de Médicis, a qual delegou o governo ao cardeal Richarlieu,
que se empenhou em fortalecer o poder real. Os Estados Gerais foram convocados pela
última vez em 1612; os huguenotes, que formavam “um Estado dentro do Estado”,
foram vítimas de uma luta, até a derrota que lhes custou a perda dos direitos políticos e
militares, conservando apenas a liberdade de culto
-Externamente, Richelieu aliou-se aos protestantes, que lutavam contra os Habsburgo
católicos, durante a Guerra dos Trinta Anos, a qual teve como origem um conflito
político no centro político de Habsburgo, o Sacro Império Romano Germânico. A luta
eclodiu quando o reino da Boêmia, pertencente ao Império, queria se tornar
independente, tendo como estopim uma questão religiosa (pois era calvinista e estava
sob domínio católico)
-Os Habsburgos reinavam na Espanha e no Sacro Império, tendo ainda o domínio sobre
o Franco Condado, do sul da Itália e de outras regiões na Europa. Esse poder era
contestado pelo reino da Boêmia, pela Holanda (recém independente dos Habsburgo),
pela Suécia (que tinha uma disputa com o Sacro Império no mar Báltico) e pela Rússia
(que tinha disputas de fronteiras com o Império)
-Para a França, essa guerra abria a possibilidade de reduzir o poder de Habsburgo na
Europa e consolidar-se como principal monarquia europeia. Foi por essa razão que
Richelieu colocou a França na guerra, criando uma situação contrária, pois a França
era um país católico e, mesmo assim, entrou na guerra ao lado dos protestantes da
Boêmia, contra o império católico, o que mostra que os interesses políticos eram
maiores que os religiosos
-Os objetivos de Richelieu foram atingidos. A guerra, que se concluiu após sua more,
pela Paz de Westfália, deu à França as províncias da Alsácia e Lorena, além de
enfraquecer o poder Habsburgo na Europa
-O apogeu do Absolutismo francês se deu no reinado de Luís XIV, chamado o Rei Sol,
que subiu ao trono ainda criança. O governo foi exercido pelo cardeal Mazzarino, que
eliminou as frondas (associações de nobres e burgueses revoltados contra constantes
aumentos de impostos), afastando a última ameaça ao Absolutismo. O rei assumiu
pessoalmente o governo, concentrando os poderes, fazendo com que a frase do mesmo
foi (“O Estado sou eu”) constitui-se em realidade
-A situação econômica da França começou a deteriorar-se. A revogação do Edito de
Nantes revelou-se mais prejudicial do que se imaginava a princípio. Ela significou a
perda de capitais, enfraquecendo a atividade produtiva interna. Além disso, p século
XVIII trouxe um imenso crescimento da produção manufatureira na Inglaterra,
cristalizada com a Revolução Industrial, tornando impossível qualquer tipo de
concorrência por parte da França
-A morte de Luís XIV e a posse de Luís XV marcam o início do declínio da monarquia
francesa. O novo rei teve de conviver com uma economia que dava sinais de
esgotamento, com o descontentamento da burguesia e com a crescente reação popular.
Em uma tentativa de reverter essa situação, Luís XV sustentou uma guerra contra a
Inglaterra, a Guerra dos Sete Anos, que ocasionou resultados catastróficos para a
economia francesa: a perda do Canadá e da índia, peças importantes do império colonial
francês
-Com isso, o Iluminismo surgia, tal visão serviu como base teórica para a luta que se
começava a travar contra o Absolutismo, os privilégios da nobreza e o controle do
Estado sobre a economia, através de suas idéias de liberdade e igualdade
-No reinado de seu sucessor, Luís XVI, essa combinação de elementos provocou a
Revolução Francesa, que destruiu o Absolutismo e a monarquia francesa
O Absolutismo inglês
-O processo de centralização do poder e de fortalecimento da monarquia atingiu a
Inglaterra no século XIII. Ao se tratar da formação da monarquia inglesa, os barões
feudais ingleses, em uma reação às pesadas taxas impostas pelo rei João Sem-Terra,
impuselham-lhe a Magna Carta. Esse documento estabelecia limitações ao poder real,
criando o Grande Conselho que é o embrião do Parlamentoinglês
-A Magna Carta propunha que o rei não poderia criar impostos, convocar tropas ou
declarar guerra sem autorização do Grande Conselho, que reunia membros do clero e
da nobreza. Posteriormente, com a incorporação de representantes do povo em seus
quadros, o Grande Conselho (ou Parlamento) significa um avanço expressivo na criação
de um mecanismo de representação da população no poder. Contudo, sua existência
representou um limitador ao poder real, impedindo o Absolutismo
-Porém, durante a dinastia Tudor, o poder monárquico conheceu um fortalecimento que
permitiu ao rei um controle total sobre o Parlamento
-Assim, o Parlamento converteu-se em um órgão do poder real e não de limitação ao
mesmo, tornando-se absoluto. Portanto, percebe-se que na Inglaterra existiu uma forma
particular de Absolutismo, fazendo com que a monarquia jamais se constituísse em um
Estado de direito (instituído), mas sim de fato (fazer com que o Parlamento esteja
submetido ao rei)
-O crescimento do comércio gerou uma transformação sensível nas atividades
econômicas da nobreza. Os contatos cada vez mais intensos com a região de Flandres
(através das feiras), rico na produção de manufaturas de tecidos, tornava a produção de
lã a mais lucrativa atividade agrícola. Terras foram convertidas em pastagens para a
criação de ovelhas. Apropriando-se dessas terras, os nobres cercavam-nas, delimitando
sua propriedade e expulsando as populações camponesas, atitude denominada
cercamentos

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O surgimento do Absolutismo na Europa

  • 1. O Absolutismo -A partir da Baixa Idade Média, verificou-se um processo de fortalecimento da autoridade real. Esse fortalecimento deu-se em detrimento do poder autônomo da nobreza, fruto da própria crise feudal e do agravamento das reações camponesas -Estado centralizado: a autoridade política estende-se até os limites da nação, de modo que as leis, regulamentações, impostos, estabelecidos pelo Estado, aplicam-se em todo território do país, assim como sua força militar e a justiça. Porém houvemecanismos que limitaram o poder do Estado, como a participação popular nas decisões, como a Constituição, um Parlamento independente. Porém nenhum desses elementos estava presente nos Estados da Idade Moderna, constituindo-se o Absolutismo (poder absoluto) -Vários fatores possibilitaram esse tipo de poder. O enfraquecimento da nobreza ditado pela crise feudal e pelo crescimento das revoltas camponesas, que ameaçavam suas terras, fazendo com que a força militar nobre não conseguisse as conter. Assim, percebe-se que a nobreza necessitava de um Estado forte, capaz de garantir-lhe suas terras, seus privilégios e seu poder -O caráter incipiente da burguesia também contribuiu para esse fortalecimento da autoridade real. Embora enriquecida com o crescimento da atividade mercantil, a nova camada burguesa ainda estava distante de uma condição em que pudesse suplantar o predomínio da nobreza e implementar as ações necessárias para um efetivo crescimento. Portanto, para haver a abertura de estradas, construção de portos, etc., a burguesia precisava, também, de um Estado forte. Porém, a riqueza gerada pela burguesia (comércio) trazia possibilidades ao rei de cobrar impostos, fazendo com que ocorresse uma relação rei-burguesia -A manutenção de um divisão social estamental foi de grande importância para a consolidação do fortalecimento real: *A primeira camada, a do clero, foi dividida em uma pequena camada de bispos e abades (grandes proprietários de terras) e em uma grande massa de padres e vigários *A segunda camada, a da nobreza, dividia-se em aristocracia, composto pelos principais nobres do reino, e a provincial, que procurava sobreviver por meio de seus antigos direitos e privilégios senhoriais *A terceira camada, ou terceiro estado, abrangia a maioria da população, entre burgueses, artesãos e camponeses. A burguesia se dividia em alta, composta por descendentes do patriciado urbano, e em baixa, agrupando funcionários públicos, profissionais liberais e pequenos comerciantes
  • 2. O Absolutismo francês -Deu-se após um longo processo. Já no final da dinastia capetíngia, o poder real ganhou um impulso no reinado de Filipe IV, o Belo, que impôs-se cobre a Igreja, levando ao Cisma do Oriente. Durante o século XIV, o poder monárquico ganhou forte impulso com a dinastia Valois. Em 1337, no reinado do primeiro rei Filipe VI, que se precipitou na Guerra dos Cem Anos, contra a Inglaterra, cuja guerra teve um significado profundo para a consolidação do Estado nacional e do poder real na França -Essa consolidação se ampliou após o término da guerra, porém despertou uma forte oposição de uma série de setores descontentes da nobreza e da burguesia, além dos populares. A adoção da religião calvinista por esses setores deu a essa luta uma conotação religiosa, tanto que as lutas políticas que assolaram a França foram chamadas de Guerra de Religião -No reinado de Francisco II, houve o primeiro massacre de huguenotes e o confrontoo tornou-se generalizado. Elizabeth I da Inglaterra apoiou os huguenotes (calvinistas franceses) e Felipe II de Espanha, os católicos -Durante o governo de Carlos IX, cujos primeiros 11 anos transcorreram sob a regência de sua mãe, Catarina de Médicis (autoriza cultos calvinistas no meio rural, mas não nas cidades, para não ofender os burgueses), a luta entre católicos e protestantes aumentou. Tentando pacificar, Catarina, pelo Edito de Saint Germain, concedeu aos huguenotes o direito de culto em algumas cidades e o direito de manter quatro fortalezas -Contudo, temendo a crescente influência do almirante Coligny, líder huguenote, sobre o rei, Catarina tramou com Henrique, duque de Guise, líder dos católicos, o assassinato de Coligny. O atentado falhou, mas acabou desencadeando o massacre de mais de três mil protestantes pelas ruas de Paris, sendo denominado Noite de São Bartolomeu -O massacre reacendeu a guerra civil, que se transformou na Guerra dos Três Henrique, correspondente ao reinado de Henrique III, irmão de Carlos IX. O poder real foi contestado por Henrique de Guise, que fundou a Liga Católica para pressionar o rei, e por Henrique de Navarra e Bourbon, que era huguenote e sucessor do trono por ser primo do rei. A morte de Henrique III, sem herdeiros, consolidou a pretensão de Henrique de Navarra e Bourbon, porém essa pretensão se deparou com a forte oposição dos setores católicos, fazendo com que o mesmo se convertesse ao catolicismo -Henrique IV deu início à dinastia de Bourbon, que consolidou o Absolutismo francês. O rei pacificou o país e decretou o Edito de Nantes, que concedia liberdade de culto aos huguenotes e o direito de conservar algumas fortalezas para sua proteção. Ao mesmo tempo em que o rei se aproxima da nobreza, ele dá à burguesia condições para seu desenvolvimento quase autônomo
  • 3. -Com a morte de Henrique IV, o trono passou para Luís XIII, que, criança, teve como regente sua mãe, Maria de Médicis, a qual delegou o governo ao cardeal Richarlieu, que se empenhou em fortalecer o poder real. Os Estados Gerais foram convocados pela última vez em 1612; os huguenotes, que formavam “um Estado dentro do Estado”, foram vítimas de uma luta, até a derrota que lhes custou a perda dos direitos políticos e militares, conservando apenas a liberdade de culto -Externamente, Richelieu aliou-se aos protestantes, que lutavam contra os Habsburgo católicos, durante a Guerra dos Trinta Anos, a qual teve como origem um conflito político no centro político de Habsburgo, o Sacro Império Romano Germânico. A luta eclodiu quando o reino da Boêmia, pertencente ao Império, queria se tornar independente, tendo como estopim uma questão religiosa (pois era calvinista e estava sob domínio católico) -Os Habsburgos reinavam na Espanha e no Sacro Império, tendo ainda o domínio sobre o Franco Condado, do sul da Itália e de outras regiões na Europa. Esse poder era contestado pelo reino da Boêmia, pela Holanda (recém independente dos Habsburgo), pela Suécia (que tinha uma disputa com o Sacro Império no mar Báltico) e pela Rússia (que tinha disputas de fronteiras com o Império) -Para a França, essa guerra abria a possibilidade de reduzir o poder de Habsburgo na Europa e consolidar-se como principal monarquia europeia. Foi por essa razão que Richelieu colocou a França na guerra, criando uma situação contrária, pois a França era um país católico e, mesmo assim, entrou na guerra ao lado dos protestantes da Boêmia, contra o império católico, o que mostra que os interesses políticos eram maiores que os religiosos -Os objetivos de Richelieu foram atingidos. A guerra, que se concluiu após sua more, pela Paz de Westfália, deu à França as províncias da Alsácia e Lorena, além de enfraquecer o poder Habsburgo na Europa -O apogeu do Absolutismo francês se deu no reinado de Luís XIV, chamado o Rei Sol, que subiu ao trono ainda criança. O governo foi exercido pelo cardeal Mazzarino, que eliminou as frondas (associações de nobres e burgueses revoltados contra constantes aumentos de impostos), afastando a última ameaça ao Absolutismo. O rei assumiu pessoalmente o governo, concentrando os poderes, fazendo com que a frase do mesmo foi (“O Estado sou eu”) constitui-se em realidade -A situação econômica da França começou a deteriorar-se. A revogação do Edito de Nantes revelou-se mais prejudicial do que se imaginava a princípio. Ela significou a perda de capitais, enfraquecendo a atividade produtiva interna. Além disso, p século XVIII trouxe um imenso crescimento da produção manufatureira na Inglaterra, cristalizada com a Revolução Industrial, tornando impossível qualquer tipo de concorrência por parte da França
  • 4. -A morte de Luís XIV e a posse de Luís XV marcam o início do declínio da monarquia francesa. O novo rei teve de conviver com uma economia que dava sinais de esgotamento, com o descontentamento da burguesia e com a crescente reação popular. Em uma tentativa de reverter essa situação, Luís XV sustentou uma guerra contra a Inglaterra, a Guerra dos Sete Anos, que ocasionou resultados catastróficos para a economia francesa: a perda do Canadá e da índia, peças importantes do império colonial francês -Com isso, o Iluminismo surgia, tal visão serviu como base teórica para a luta que se começava a travar contra o Absolutismo, os privilégios da nobreza e o controle do Estado sobre a economia, através de suas idéias de liberdade e igualdade -No reinado de seu sucessor, Luís XVI, essa combinação de elementos provocou a Revolução Francesa, que destruiu o Absolutismo e a monarquia francesa O Absolutismo inglês -O processo de centralização do poder e de fortalecimento da monarquia atingiu a Inglaterra no século XIII. Ao se tratar da formação da monarquia inglesa, os barões feudais ingleses, em uma reação às pesadas taxas impostas pelo rei João Sem-Terra, impuselham-lhe a Magna Carta. Esse documento estabelecia limitações ao poder real, criando o Grande Conselho que é o embrião do Parlamentoinglês -A Magna Carta propunha que o rei não poderia criar impostos, convocar tropas ou declarar guerra sem autorização do Grande Conselho, que reunia membros do clero e da nobreza. Posteriormente, com a incorporação de representantes do povo em seus quadros, o Grande Conselho (ou Parlamento) significa um avanço expressivo na criação de um mecanismo de representação da população no poder. Contudo, sua existência representou um limitador ao poder real, impedindo o Absolutismo -Porém, durante a dinastia Tudor, o poder monárquico conheceu um fortalecimento que permitiu ao rei um controle total sobre o Parlamento -Assim, o Parlamento converteu-se em um órgão do poder real e não de limitação ao mesmo, tornando-se absoluto. Portanto, percebe-se que na Inglaterra existiu uma forma particular de Absolutismo, fazendo com que a monarquia jamais se constituísse em um Estado de direito (instituído), mas sim de fato (fazer com que o Parlamento esteja submetido ao rei) -O crescimento do comércio gerou uma transformação sensível nas atividades econômicas da nobreza. Os contatos cada vez mais intensos com a região de Flandres (através das feiras), rico na produção de manufaturas de tecidos, tornava a produção de lã a mais lucrativa atividade agrícola. Terras foram convertidas em pastagens para a criação de ovelhas. Apropriando-se dessas terras, os nobres cercavam-nas, delimitando sua propriedade e expulsando as populações camponesas, atitude denominada cercamentos