Projeto de Literatura Infantil, explorando a história "Menina Bonita do Laço de Fita", trabalhando a heterogeneidade na e da escola, como o preconceito racial, buscando, as origens dos participantes, suas descendência, etc.
Projeto Diversidade Cultural na Educação Infantil
TEMA: Diversidade cultural
INSTITUIÇÃO: Educação Infantil/Pré-Escola
PÚBLICO ALVO: Crianças de 06 (seis) anos de idade
TEMPO PREVISTO: 01 (um) bimestre ou a escolha.
JUSTIFICATIVA:
O Projeto Diversidade Cultural para a pré-escola, propõe uma discussão não
só com os pequeninos, mas também com toda a escola sobre identidade cultural
destes e as várias culturas existentes em nosso país no âmbito individual, social e
coletivo, buscando entrelaçar as diversas linhas do conhecimento interdisciplinar
em Língua Portuguesa, História, Geografia, Artes, etc.
O trabalho com Literatura Infantil, nos trás possibilidades de explorar várias
habilidades e competências desta faixa de idade. Sendo assim, com a opção da
história Menina Bonita do Laço de Fita, pode-se explorar a heterogeneidade na e
da escola, como o preconceito racial, buscando, as origens dos participantes, suas
descendência, culturas em que estão inseridos, como: comidas típicas, costumes,
danças, lendas e religião, não só local, mas também global. Com isso, formar
cidadãos críticos e autônomos que participam do processo social, conscientes de
seus direitos e deveres na sociedade com base no respeito mútuo.
OBJETIVO GERAL: Abordar as diversidades culturais bem como suas
particularidades, através do processo de conhecer, descobrir, interagir, crescer e
apropriar-se de novos repertórios de forma prazerosa, rica e envolvente.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Pesquisar as diferentes culturas da Instituição para serem trabalhadas nas
atividades;
Pesquisar as diferentes culturas da comunidade;
Trabalhar a interação família escola;
Propiciar a interação de todos os segmentos da escola;
Possibilitar a construção de valorização da cultura africana e a brasileira,
buscando uma verdadeira identidade cultural;
Promover a valorização cultural através da leitura e interpretação dos textos
literários afro-brasileiros, refletindo sobre este tema;
Estimular a formação de opiniões, atitudes e valores que desenvolvem os
cidadãos críticos e éticos para a consciência étnico-racial;
Trabalhar a auto-estima no educando, para que este possa
relacionar-se com os seus pares;
Fomentar no educador, a postura, a ética, a educação e a construção de
uma auto-estima positiva;
Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais
independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas
limitações;
Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas
potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos e
cuidado com a própria saúde e bem-estar;
Estabelece vínculos afetivos e de troca com adultos e seus pares,
fortalecendo sua auto-estima e ampliando gradativamente suas
possibilidades de comunicação e interação social;
etc;
RECURSOS:
Livros de histórias;
CDs;
DVs;
Fotos;
Mapa-mundi;
Etc;
Este projeto poderá ser desenvolvido através dos vários eixos abaixo
levando em conta o RECNEI:
Hora do Conto - Atividades desenvolvidas dentro do componente curricular
Linguagem Oral e Escrita através de diálogos com adultos e⁄ou seus
próprios pares nas diversas situações de interação social e no faz-de-conta
em que estas crianças se expressão via imitação, observação,
familiarização com a escrita e leitura através do manuseio e audição de
livros, revistas, escuta e encenação de diversos tipos de textos.
Artes Cênicas – As atividades desenvolvidas dentro deste componente
curricular - O fazer artístico/Teatro, tem como um dos objetivos a
exploração e reconhecimento de diferentes movimentos gestuais, visando a
produção de marcas gráficas e complementando com os trabalhos e
objetos produzidos individualmente ou em grupo (RECNEI, Vol. 3, p.97).
Desenvolvimento da Identidade e Autonomia – Na construção deste
conceito a criança gradualmente, permite-se enquanto ser social a
compreender-se e comunicar-se através de múltiplas formas tendo em vista
a aquisição de seus próprios limites corporais e isso ocorre de forma efetiva
na oportunidade do trabalho com o Teatro via histórias infantis entre como a
história Menina Bonita do Laço de Fita;
Conteúdos - Os conteúdos irão priorizar o desenvolvimento das capacidades de
leitura, escrita, expressivas e estéticas, possibilitando a apropriação do
conhecimento em diversas situações de aprendizagem. Isto se dará de forma
gradual e expontânea com a participação em diferentes atividades envolvendo a
percepção de apoio em situações que envolvam a necessidade a argumentação
de idéias e pontos de vista e experiências vividas. Neste contexto, dramatizar a
realidade é apropriar-se dela para poder entender a vida, os diferentes papéis
sociais e as relações entre eles.
Nesta perspectiva, o teatro na Educação Infantil trata-se mais de um grande jogo
dramático, onde brincando exercitam outros tons de voz testam a autoridade ou a
submissão, a coragem e o medo.
Os fantoches, marionetes, fantasias e maquiagens contribuem para esse exercício
de faz de conta e também compõem esse delicioso cenário.
Busca-se neste projeto, compreender a nossa cultura, os elementos do folclore, os
costumes e as regras sociais permitem que nossas crianças possam estabelecer
comparações e ampliar o seu repertório, através do conhecimento de outras
culturas e outros povos, este processo será rico também através da culinária que
pode surgir em vários contextos. Quer seja a partir da história, quer seja a partir do
conhecimento de outras culturas e seus alimentos, ou ainda das preferências
culinárias de cada aluno da turma.
Metodologia – O papel do professor - Vygotsky sustenta que todo conhecimento
é construído socialmente, no âmbito das relações humanas. Essa teoria tem por
base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-
histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse
desenvolvimento, sendo essa teoria considerada, histórico-social. Este processo,
se dá na relação com outro, nas trocas onde o professor aperfeiçoando sua
prática constrói, consolida, fortalece e enriquece seu aprendizado. Por isso é
importante ver a pessoa do professor valorizar o saber de sua experiência. Neste
sentido, NÓVOA (1997) afirma que a troca de experiências e a partilha de saberes
consolidam espaços de formação mútua, nos quais cada professor é chamado a
desempenhar, simultaneamente, o papel de formador e de formando. Assim, o
papel do professor é de fundamental importância para a criança ao iniciar a
Educação infantil, esta criança está na idade de vivenciar o processo de
socialização e estabelecer amizades.
A metodologia utilizada neste projeto contempla uma ação educativa que visa
garantir que a criança compreenda e contemple a diversidade cultural.
Ainda, que as trocas de experiências entre crianças sejam respeitados, inclusive
nas produções individuais. Tudo isto levando em conta o prazer lúdico (co)gerador
do processo de produção. Diante destes elementos, o professor deve estar atento
no redimensionamento das atividades propostas quando houver necessidade. A
utilização de recursos como TV, vídeo, computadores em sala de aula, internet,
visita a escolas e espaços culturais, ida ao teatro, cinema, entre outros, garante
situações de aprendizagens significativas no percurso do desenvolvimento da
criança. Assim, nesta organização, estes conhecimentos são (re)pensados e
(re)vistos enquanto percebimento de um aprendiz que lida com indivíduos em uma
sociedade em constantes mudanças. Durante o processo de construção deste
projeto é importante afirmar que este estará em consonância com a Proposta
Pedagógica da Instituição.
Sendo assim, o trabalho será dividido em várias etapas que deverão estar em
consonância entre si como:
Interação dos grupos/turmas através de jogos de percepção e observação
do corpo como um todo brincadeiras, músicas de conhecimento comum a
todos.
História o uso da arte de contar histórias para apresentar diversos contos .
observação de figuras humanas nas imagens.
Após leitura de histórias, uso de desenhos e (re)interpretação) destas.
Valorização da ação artística e o respeito pela diversidade cultural.
Trabalho individual e em grupo respeitando o limite e o potencial de cada
um.
Criação de trabalhos manuais através de pinturas, colagens, modelagens,
texturas, etc.
A partir daí iniciam-se os ensaios de fala, coreografias, leitura, escrita, etc. O
professor com o conhecimento do grupo como um todo, pode inferir apresentando
sugestões indicando materiais, tipos de ações adequados a cada criança ou
grupo. É essencial que este trabalho requer uma integração plena entre alunos,
professores e funcionários da instituição, além de pais e comunidade, pois o
desenvolvimento depende da participação de todos, pois envolvem diferenciados
conteúdos cada um em seu segmento. Para planejar cenários, fantasias,
adereços, máscaras, entre outros, o desenvolvimento de oficinas entre os
participantes devem ser uma constante para que sejam confeccionadas todo o
material a ser utilizado.
HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS DURANTE O PROJETO:
Hábito de ouvir;
Hábito de ler e interpretar histórias;
Trabalhar a oralidade;
Expressão critica;
Comunicação;
Criatividade;
Autonomia;
Respeito às regras sociais, etc.
COMPETÊNCIAS A SEREM ADQUIRIDAS DURANTE O PROJETO:
Escrita e leitura;
Noção de tempo e espaço;
Noção de pesquisa;
Respeito às diversas culturas;
Valorização e respeito ao outro;
Etc;
As atividades desenvolvidas durante este período podem ser assim
distribuídas:
Rodas da conversa informais e formais
Leitura de materiais variados como livros infantis, jornais, revistas, gibis,
sobre a cultura Afro-brasileira;
Visitas à museu, teatro e cinema da cidade, quando houver atividade
relevante;
Observação do meio como forma de pesquisa da cultura local e global;
Confecção de cartazes, jornais, livros referente ao tema abordado;
Músicas e textos com conteúdo relacionadas ao tema escolhido;
Linguagens cênicas: linguagem falada e escrita, expressão corporal (corpo
e movimento), as expressões plásticas, visuais e sonoras na elaboração de
peças teatrais;
Mostra Cultural com trabalhos realizados pelos alunos
bimestralmente⁄semestralmente⁄ anualmente, quando for o caso, etc;
AVALIAÇÃO:
O processo de avaliação deve ser contínuo, através de observações e
registros do professor que poderá documentar os progressos do desenvolvimento
dos alunos, das habilidades conquistadas como linguagem, escrita, interpretação,
expressão, criticidade, comunicação, criatividade, autonomia, respeito as regras
sociais, etc. Estes, são o norte para que estes sujeitos possam agir como
(trans)formadores do faz-de-conta para o mundo real.
Para que se possa avaliar efetivamente se uma criança ou grupo
desenvolve-se saudavelmente deve-se pensar em um ambiente que remete a
desafios em situações de interatividade podendo ser feita de forma sistemática por
todos os envolvidos no processo como afirma ZAMBELLI.
Considerações finais
Considerando que através da leitura e escrita de histórias infantis a criança
expressa-se, comunica-se e sociabiliza-se, o professor tem o importante papel que
é a mediação da relação da criança com o conhecimento, assim como na
constituição da sua identidade e autonomia. A arte de imitar está presente em tudo
e cabe ao educador utilizar recursos didáticos adequados para apresentar
variadas informações nos momentos certos a estas crianças. Ao imitar pessoas de
seu convívio, a criança está representando. Esta representação de seu cotidiano,
ocorre a partir de leituras, interpretações, desenhos, rodas de conversas,
dramatizações, etc. Nestes casos, o professor deve estar atento como está ou se
dará o desenvolvimento das habilidades de seu aluno, sua inserção social. No
nosso dia-a-dia as formas de comunicação e expressão humana são ferramentas
eficientes para planejar ações e⁄ou transformações em uma Educação Infantil de
qualidade, consolidada no respeito à criança que aprende. Neste projeto, o
primordial é que a arte de ler e interpretar histórias desenvolva amplamente na
criança habilidades como a auto-estima, formulação de idéias, resolução de
problemas, criticidade, etc, tudo ludicamente. Cabe então, a todos os profissionais
que atuam direta ou indiretamente com esta criança, reflita não somente dos
processos de sala de aula, mas também do seu papel como cidadãos,
protagonistas de uma história.
BIBLIOGRAFIA
1 - BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil, V. 3,
Brasília: MEC/SEF, 1998.
2 - CANDAU, Vera Maria (Coord). Somos todas iguais? Escola, discriminação e
educação em direitos humanos/ Vera Maria Candau (Coord.). – Rio de Janeiro:
DP&A, 2003. 176p.
3 – SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias
do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. 156 p
4 - NZABALA, Antoni. A Prática Educativa: como ensinar. Trad. Ernani F. da
Fonseca Rosa. Porto Alegre: Artmed, 1998.
5 - ZAMBELLI G. D. TEATRO NA ESCOLA: UMA EXPERIÊNCIA DE
INTEGRAÇÃO COM DIVERSAS LINGUAGENS. Fonte:
www.alb.com.br/anais14/Sem16/C16008.doc
SITES PESQUISADOS:
A CRIANÇA E O TEATRO - DE QUE CRIANÇAS FALAMOS? Maria
Helena Kühner site: http://www.cbtij.org.br/arquivo_aberto/artigos.htm
ALCÂNTARA. Projeto Teatro na Escola. Fonte:
http://www.maniakids.com.br/blog/projeto-teatro-na-escola/
http://cantinholudico.forumeiros.com/projetos-f6/menina-bonita-de-laco-de-fita-
t240.htm
http://grupocontoaconto.blogspot.com/2008/08/menina-bonita-do-lao-de-fita.html
http://apdsantos.blogspot.com/2009/01/projeto-diversidade-cultural-para-pr.html
ANEXO
Menina Bonita do Laço de Fita
Era uma vez uma menina linda, linda.
Os olhos dela pareciam duas azeitonas pretas, daquelas bem brilhantes.
Os cabelos eram enroladinhos e bem negros, feito fiapos da noite. A pele era
escura e lustrosa, que nem o pêlo da pantera negra quando pula na chuva. Ainda
por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laço de
fita colorida. Ela ficava parecendo uma princesa das Terras da África, ou uma fada
do Reino do Luar.
Do lado da casa dela morava um coelho branco, de orelha cor-de-rosa, olhos
vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a
pessoa mais linda que ele tinha visto em toda a vida. E pensava: - Ah, quando eu
casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela…
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou: - Menina bonita do
laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou: - Ah, deve ser porque eu caí na tinta preta
quando era pequenina... O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e
tornou banho nela. Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e
lavou aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez: - Menina bonita do
laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou: - Ah, deve ser porque eu tomei muito café
quando era pequenina. O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e
passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez: - Menina bonita
do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou: - Ah, deve ser porque eu comi muita
jabuticaba quando era pequenina. O coelho saiu dali e se empanturrou de
jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que
conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não
ficou nada preto.
Por isso, daí a alguns dias ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada,
quando a mãe dela, que era uma E, mulata linda e risonha, resolveu se meter e
disse: - Artes de uma avó preta que ela tinha…
Aí o coelho - que era bobinho, mas nem tanto - viu que a mãe da menina devia
estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais,
os tios, os avós e até com os parentes tortos. E se ele queria ter uma
filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta
para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite,
que achava aquele coelho branco uma graça. Foram namorando, casando e
tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não
pára mais.
Tinha coelho pra todo gosto: branco, bem branco, branco meio cinza,
branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha
bem pretinha. já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa
ao lado.
E quando a coelhinha saía, de laço colorido no pescoço, sempre encontrava
alguém que perguntava: - Coelha bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser
tão pretinha? E ela respondia: - Conselhos da mãe da minha
madrinha…