1) O sermão discute a importância da humildade e dos que são "pobres de espírito" de acordo com a Bíblia. 2) A falta de humildade é a raiz de todos os pecados e problemas, enquanto a humildade capacita as pessoas a serem cidadãs do Reino de Deus. 3) A única maneira de ser verdadeiramente feliz é sendo humilde e reconhecendo a própria fraqueza e dependência de Deus.
1. Culto de Sábado Dia 16-10-2010
A melhor posição de um homem
Bom dia queridos irmãos, esta manhã sou portadora de uma mensagem que não é minha mas
que considerei muito pertinente para trazer.
Foi elaborada pelo pastor Marcelo Augusto de Carvalho e intitula-se “ A melhor posição de um
homem”.
É baseada em Mateus 5:3 que vou passar a ler:
“Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o reino dos céus”.
Não deixa de ser uma forma estranha de iniciar um sermão: bem-aventurados os pobres de
espírito. Seria uma mensagem bem-vinda? Quem dos presentes gostaria de ouvir falar de
pobreza de espírito?
O pregador Jesus não está sintonizado com o mundo. Hoje para ser bem sucedido temos que
dar às pessoas o que elas querem, temos que apresentar-lhes as palavras e ideias que desejam
ouvir.
E qualquer ouvinte quer ouvir mensagens tais como: bem-aventurados os ricos ou bemaventurados os ricos de espírito.
Agora os pobres?
Se Jesus desejasse atrair uma multidão ele deveria utilizar os métodos do mundo. Mas com
uma mensagem dando enfoque nos pobres de espírito… Ele nunca alcançaria o tipo de sucesso
que é respeitado pela cultura em geral.
Mas é exactamente aí que está a diferença entre os valores convencionais e Jesus. Ele não
estava preocupado com a admiração do mundo à sua volta.
Jesus preocupava-se em estar em sintonia com Deus.
Como resultado, a sua mensagem é o oposto da cultura do senso comum em geral.
Essa primeira bem-aventurança inverte o sistema de valores do mundo. Ela revoluciona as
coisas.
O reino de Jesus é um reino peculiar.
“Bem-aventurados os pobres de espírito” é uma das declarações mais radicais do mundo.
Contudo, constitui a base da mensagem cristã de Jesus.
Os pobres de espírito revelam-se através da sua necessidade de Deus, são os humildes de
coração, os que reconhecem a sua condição.
A mensagem de Jesus é pessoal, para mim e para cada um de nós. Temos que escolher entre
Jesus e o mundo- entre os seus valores e os D’Ele.
2. Cabe-nos fazer a pergunta:
Porque razão Jesus faz tanta questão que eu seja humilde se esta é a maneira contrária de
pensar e viver deste mundo? Aparentemente os humildes são sempre massacrados pelos
orgulhosos e, se eu for humilde, também serei pisado pelos arrogantes. Porquê ser humilde? O
que ganharei com isso?
Vamos ver o que a Bíblia responde:
1º A falta de humildade é a raiz de toda a nossa miséria pessoal.
Leiamos Daniel 4:30
“Falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilónia que eu edifiquei para a casa real, com a
força do meu poder, e para glória da minha magnificência?”
Eu, meu, minha
Nabucodonosor era um ser humano bem sucedido, muito bem sucedido. E tinha orgulho orgulho de quem era, orgulho das suas realizações, orgulho da sua dignidade. Ele era qualquer
coisa menos humilde de espírito. Tinha orgulho do seu espírito e gostava dele.
A atitude espiritual de Nabucodonosor está exactamente no centro do problema do pecado. O
pecado é amor mal dirigido. A essência do pecado é desviar o nosso amor a Deus e do nosso
próximo para o nosso próprio Eu. É colocar o nosso insignificante Eu no centro do universo e
ter orgulho dele.
Esse foi o problema de Lúcifer. Leiamos Isaías 14:13 e 14
“E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu
trono, e no monte da congregação e assentarei. Da banda dos lados do norte. Subirei acima
das mais altas nuvens e serei semelhante ao altíssimo.”
Em poucas palavras, Lúcuifer tornou-se Satanás, o adversário de Deus e Cristo.
Adão e Eva seguiram um caminho semelhante quando escolheram a sua própria vontade,
acima da vontade e palavras de Deus. Esse pecado rebelde tem resultado em toda a miséria
que desde então infectou o planeta Terra.
O orgulho e a auto-suficiência permanecem exactamente no centro do problema do pecado. É
por isso que Jesus começou expondo os princípios de Seu reino em “Bem-aventurados os
pobres de espírito”. Ele precisava atacar a raiz do problema. Nada poderia ser feito até que o
cerne do problema fosse exposto.
E actualmente a maior necessidade dos seres humanos é de um transplante de coração. Deus
deseja tomar a minha vida egoísta e centralizada no eu e transformá-la numa vida de amor
transbordante, tanto por Ele como por seus semelhantes.
O primeiro passo na cirurgia realizada por Deus é diagnosticar o problema. Então cada um de
nós deve enfrentar a situação. Assim Jesus “ataca” a nossa “humanidade”, os nossos métodos
normais e centrados no eu.
Ele deseja que cada um de nós perceba que o primeiro passo para entrar no Seu reino é a
humildade de espírito.
A questão é: Estou disposta a ser humilde em favor da vida eterna?
3. A Bíblia também nos diz que a falta de humildade torna-me inacessível à salvação que Deus
me oferece e ainda torna-me um crítico severo do comportamento alheio, separando-me
cada vez mais do meu próximo.
Leiamos Lucas 18: 11 e 12
“ O fariseu, estando em pé, orava consigo, desta maneira: Ó Deus graças te dou, porque não
sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este
publicano. Jejuo 2 vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo”.
Bom afinal o homem deste texto bíblico era um bom homem! Ele desistiu do modo de vida do
mundo e centrou a sua vida e os seus pensamentos nas coisas espirituais.
Mas ele não se deixou envolver. Colocou em ordem os seus actos superficiais, mas ele não se
tornara pobre de espírito. Na verdade ele ainda tinha um grande orgulho interior.
Simplesmente tinha transferido o seu orgulho das coisas terrenas para as chamadas coisas
espirituais. Como resultado, ainda tinha a mesma doença. Mas agora ele padecia de uma
doença mais subtil: estava orgulhoso da sua bondade.
E nós irmãos, ainda nos orgulhamos das coisas deste mundo? Ou orgulhamo-nos da nossa
bondade?
Não há nada mais perigoso para o verdadeiro cristianismo do que o orgulho espiritual.
O Espírito de Profecia, no livro Parábolas de Jesus, diz:
“ Nada é tão ofensivo a Deus nem tão perigoso para o ser humano como o orgulho e a
presunção. De todos os pecados é o que menos esperança incute, e o mais irremediável”
pág. 154.
Diz ainda no Caminho a Cristo: “ porque o orgulho não sente necessidade alguma, e assim
fecha o coração a Cristo e às infinitas bênçãos.” Pág.30
O publicano é o verdadeiro herói neste relato do fariseu, porque ele sabia que era indigno e
precisava de ajuda. Diz ele: Ó Deus tem misericórdia de mim, pecador”- esta foi somente a sua
oração e porque era humilde de espírito Deus pôde perdoá-lo.
Agora vamos medir a nossa humildade:
Estamos nós na igreja para criticar o comportamento daqueles a quem julgamos grandes
pecadores? Achamo-nos verdadeiramente espirituais? O que sentimos quando vemos
pecadores: amor por eles ou por nós mesmos?
A Bíblia ainda nos ensina que somente a humildade nos capacita a sermos cidadãos do Céu.
Mateus 3:1 e 2
“E naqueles dias apareceu, João Baptista, pregando no deserto da Judeia. E dizendo:
arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus”.
O que significava isso? O reino de Deus não vem com a 2ª vinda de Jesus? Sim mas também o
reino chegou com o ministério de Jesus que veio revelar o Pai e capacitar os seres humanos
4. para ainda aqui se tornarem cidadãos do reino. Esse reino será estabelecido em sua plenitude
aquando da 2ª Vinda de Jesus, assim podemos considerar que o primeiro aspecto é
considerado o reino da graça e quando Jesus vier estabelecer-se-á o reino da glória.
Dessa forma, os crentes já são cidadãos do reino de Deus e já têm a vida eterna senão leiamos:
João 5: 24
“Na verdade, na verdade vos digo, que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me
enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida”
João 6:47
“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna”.
Podemos então concluir que a possessão da vida eterna é actual. O Espírito de Profecia explica
no livro “O Maior Discurso de Cristo”
“Todos os que têm a intuição da sua pobreza de alma e vêem que em si mesmos nada possuem
de bom, encontrarão justiça e força olhando para Jesus… Ele vos ordena que troqueis a vossa
pobreza pelas riquezas da sua graça…Qualquer que tenha sido a vossa vida passada, por mais
desanimadoras que sejam as vossas circunstâncias presentes, se fordes a Jesus exactamente
como estais, fracos, incapazes e em desespero, nosso compassivo Salvador irá grande distância
ao vosso encontro, e em torno de vós lançará os braços de amor e as vestes de Sua justiça. Ele
nos apresenta ao Pai, trajados nas vestes brancas de Seu próprio carácter” págs.8 e 9
Isso significa que se somos humildes de espírito, já somos membros do reino dos Céus.
Será que as pessoas que vivem ao nosso lado podem afirmar isso sobre nós? O que é que os
anjos comentam a nosso respeito?
Porém a Bíblia ainda afirma: Que a única maneira de ser feliz neste mundo é sendo humilde
Leiamos Lucas 6:20
“E levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós os pobres,
porque vosso é o reino de Deus.
Cada uma das bem-aventuranças começa com a palavra grega Makarios. Essa palavra pode ser
traduzida de várias maneiras: bem-aventurados ou felizes.
Existe a ideia de que os crentes em Jesus são felizes e têm direito à felicidade. Mas na verdade
a palavra “felizes” é uma tradução inadequada para Makarios, porque a maioria de nós vê a
felicidade como um estado subjectivo. Isto é, felicidade é como nos sentimos: estamos felizes
ou tristes. Mas a vida de um cristão não é baseada num sentimento subjectivo.
Conta-se a história de um rapaz que foi junto de um pastor totalmente frustrado porque não
se sentia feliz. Esses sentimentos tinham-no levado a um profundo desânimo espiritual. Afinal,
Jesus não disse repetidas vezes que se ele era um cristão, seria feliz? Portanto, se ele não
estava feliz, então era não era um verdadeiro cristão. Algo devia estar errado na sua vida mas
ele não conseguia imaginar o que era.
Então o pastor sabiamente explicou ao jovem que ele tinha percebido tudo mal. A nossa
aceitação de Deus não está baseada em sentimentos subjectivos de felicidade ou tristeza, mas
5. no facto objectivo de que Jesus morreu pelos nossos pecados e que todos os que aceitam o
Seu sacrifício pela fé, já foram perdoados e adoptados na família de Deus e tornam-se
cidadãos do reino.
Assim posso concluir que embora eu tenha momentos em que não me sinto feliz posso ainda
assim ter paz porque sou abençoada por Jesus. E enquanto tenho consciência de que posso ser
feliz por causa da paz no coração, a bem-aventurança é mais do que felicidade.
Temos nós essa consciência? Somos realmente felizes?
Se pesquisarmos veremos na Bíblia que:
As pessoas felizes de forma especial e mais úteis para Deus eram humildes.
Leiamos Isaías 6:5
“Então disse eu: Ai de mim que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros,
e habito no meio de um povo de impuros lábios: e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos
exércitos!”
A Bíblia é diferente de todos os livros porque repetidas vezes caracteriza como heróis, pessoas
que admitem suas fraquezas e necessidades.
Na Bíblia os seus heróis são grandes porque eles reconhecem que as suas fraquezas mais
importantes estão longe de serem vencidas através do esforço humano. Admitem que
necessitam da ajuda de Deus. Ou seja são pobres de espírito.
Foi isso que aconteceu com Isaías ao ser dada a visão da magnitude e glória de Deus, ele
confessou a totalmente a sua fraqueza. Percebeu que não era nada comparado com o que viu.
Moisés partilhou o mesmo espírito - leiamos êxodo 4:10
“Então disse Moisés ao Senhor: Ah, Senhor! Eu não sou homem eloquente, nem de ontem
nem de anteontem, nem ainda desde que tens falado ao teu servo: porque sou pesado de
boca e pesado de língua.”
Moisés sentiu-se profundamente indigno para realizar a tarefa que Deus colocou sobre ele.
Estava totalmente consciente de que não era a pessoa adequada. O mesmo pode ser dito de
David, Gideão e um grande número de outros heróis do Antigo Testamento.
Pedro, por exemplo sabemos que era um homem agressivo, auto confiante, um típico homem
do mundo. Era tudo menos pobre de espírito. Mas isso mudaria totalmente na cruz e depois,
quando ele teve um vislumbre mais completo da sua fraqueza e necessidade de Deus.
A nova vida de Pedro começou ao pé da cruz, quando ele se tornou pobre de espírito. Quando
o galo cantou pela 3ª vez, quando viu o olhar de Jesus.
Assim é com cada um de nós. Não é acidentalmente que Jesus começa o seu discurso sobre os
princípios do Seu reino com a pobreza de espírito. É esse senso de nossa impotência espiritual
que nos força a olhar para Jesus em busca das bênçãos que Ele deseja conceder a cada um de
nós.
6. Assim coloca-se a pergunta: Como ser humilde?
Leiamos João 16:7 e 8
“Todavia, digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá, porque se eu não for, o Consolador
não virá a vós, mas se eu for enviá-lo-ei.
quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.”
Então uma das coisas mais maravilhosas sobre o cristianismo é que nunca estamos sozinhos.
Por causa do amor infinito de Deus, cada um de nós tem o auxílio do Espírito Santo na vida
pessoal.
O Espírito Santo é caracterizado em várias traduções não apenas como o consolador mas como
auxiliador, conselheiro. De todas as pessoas os cristãos são os mais abençoados porque têm
Um membro da divindade trabalhando activamente com eles todos os dias.
Mas a obra do E.S. na nossa vida não se resume a consolar. Algumas vezes a sua obra inicial é a
de incomodar, até mesmo magoar, porque é obra do E.S. convencer-nos do pecado. É sua
função dizer-nos que algo está errado na nossa vida., que não somos o que devíamos ser.
Ouçamos o E.S. Ele tem uma msg que será necessária para o nosso crescimento espiritual. Ele
convence-nos da nossa pobreza espiritual. Mas o Consolador também nos aponta a solução
para todos os nossos problemas - Jesus Cristo, e o seu sacrifício e a justiça.
Que o E.S. nos mostre a nossa real necessidade tornando-nos humildes, sinceros e submissos
para que nos transforme nas pessoas mais mais felizes deste mundo - independentemente das
circunstâncias. Entreguemo-nos ao senhor e assim sejamos ricamente pobres para este mundo
mas milionários da fé.