2. ANAERÓBIOS
O termo anaeróbio abrange uma ampla gama de variação
biológica. Existem os anaeróbios “estritos”, como a
bactéria Treponema denticola e muitas espécies de
Clostridium spp., que só crescem se o O2 estiver ausente
no meio. Os anaeróbios “moderados” crescem em
atmosferas que contêm até 10% de O2.
O dano causado pelo O2 nos seres anaeróbios deve-se à
oxidação de componentes celulares essenciais. O
O2 pode oxidar intermediários metabólicos, como tióis
(grupamento –SH) e pteridinas, que, na sua forma
reduzida, seriam utilizados em reações biosintéticas.
Além do mais, essas reações de oxidação
frequentemente reduzem simultaneamente o O2, gerando
radicais livres e outras espécies tóxicas de derivados do
O2.
3. METABOLISMO
ANAERÓBICO
O Metabolismo anaeróbico é uma
forma alternativa de metabolismo que
ocorre quando os níveis de oxigênio
são baixos e menos energia é
produzida do que durante a respiração
aeróbica. O metabolismo anaeróbico
refere-se a processos biológicos que
produzem energia para um organismo
sem usar oxigênio.
4. CLOSTRIDIUM
SPP
As espécies de Clostridium englobam um grupo de
bacilos gram-positivos formadores de esporos,
anaeróbios obrigatórios. As principais espécies
patogénicas incluem Clostridium perfringens (C.
perfringens), associado à gangrena
gasosa; Clostridium difficile, associado à colite
pseudomembranosa; C. tetani, que causa o
tétano; e C. botulinum, responsável pelo
botulismo. As espécies Clostridium perfringens (C.
perfringens), Clostridium difficile, C. tetani, e C.
botulinum apresentam um espectro amplo de
manifestações clínicas e invasão aos seres vivos.
5. ESPOROS
BACTERIANOS
O esporo bacteriano representa um mecanismo de
conservação de informação genética altamente
eficiente e o tipo celular mais resistente conhecido.
Esporos podem ser encontrados em amostras isoladas
de, praticamente, todas as partes da superfície e
subsuperfície terrestre.
Esporos são ainda capazes de resistir a extremos de
temperatura, radiação, agentes químicos e tempo. Essas
propriedades são conferidas aos esporos graças às
características de composição química e ultraestrutura.
7. CLOSTRIDIUM TETANI O C. tetani é uma bactéria descrita por
Nicolaier em 1894, agente causador do
tétano. A bactéria é isolada de amostras
de solo, fezes de animais e homem e das
feridas tetanigenas. É um bacilo
anaeróbio estrito, produtor de esporo que
lhe permite sobreviver em condições de
aerobiose e produtor de uma exotoxina
que se fixa ao sistema nervoso,
provocando a sintomatologia da doença.
8. TOXINAS
TETÂNICAS
O C. tetani produz 3 toxinas: uma
tetanospasmina neuro tóxica; uma
neurotoxina não convulsivante, e
uma tetanolisina. Dessas 3 toxinas,
aquela incriminada na patogenia
do tétano humano é a
tetanoespasmina.
12. CLOSTRIDIUM
BOTULINUM
Produz 7 tipos de toxinas que atuam no sistema nervoso,
porem só os tipos A, B. E e F causam doenças em
humanos.
Uma vez absorvida, a toxina é transportada via
hematógena até neurônios sensíveis. As toxinas atuam
nas junções neuromusculares, provocando paralisia
funcional motora sem a interferência com a função
sensorial. Os efeitos farmacológicos das toxinas
acometem principalmente os nervos periféricos, os quais
têm a acetilcolina como mediador. As toxinas ligam-se
na membrana nervosa bloqueando a liberação da
acetilcolina necessária para a excitação muscular,
causando a paralisia flácida que evolui para a morte,
devido à paralisia dos músculos respiratórios.
15. CLOSTRIDIUM
PERFRINGES
Apresenta cinco tipos de esporos de A a E, classificados de
acordo com as exotoxinas produzidas. Os tipos A, C e D são
patogênicos para humanos.
A maioria das intoxicações surge com C. perfringens produtor da
enterotoxina do tipo A. Esta enterotoxina é uma proteína formada
durante o processo de esporulação no interior do intestino, e
interfere no transporte de água, sódio e cloretos através da
mucosa intestinal. Os sintomas clássicos desta intoxicação
(gastroenterite) são dores abdominais agudas, diarreias com
náuseas, febre, e, em casos raros, vómitos. Os sintomas surgem
cerca de 6 a 24 horas (mais usualmente 8 a 12 horas) após a
ingestão do alimento contaminado com um número elevado de
células vegetativas de C. perfringens (considera-se que a dose
infecciosa é superior 1000000 células vegetativas por g de
alimento). Estes sintomas persistem, geralmente, durante 24
horas, mas podem manter-se, de forma menos acentuada,
durante 1 a 2 semanas. Outros sintomas mais raros são a febre,
os arrepios e as dores de cabeça.
16. GÊNERO CLOSTRIDIUM SPP E A ODONTOLOGIA
O Botox é uma toxina produzida pelo Clostridium botulinum e usada em doses que não causam a doença.
Além do uso estético, a toxina pode ser utilizada para o uso terapêutico no tratamento de espasticidade disfuncional (rigidez
muscular excessiva), distonias e espasmo hemifacial.
É método simples, rápido e em muitos casos efetivo no tratamento do sorriso gengival.
Pacientes nos quais a capacidade dos músculos faciais responsáveis por elevar o lábio superior durante o sorriso se encontra
aumentada, têm indicação para tratamento com toxina botulínica.
Outros fatores que tornam esta toxina um tratamento de primeira opção são o rápido e reversível efeito, com uma duração entre
3 a 5 meses.
Em muitos casos, a toxina botulínica tem particular interesse quando os pacientes pretendem submeter-se a um procedimento mais
invasivo, como a cirurgia ortognática, mas desejam um rápido melhoramento estético enquanto o procedimento cirúrgico é
planeado.
Ocasiona uma melhora significativa nos sintomas de sialorreia.
17. CLOSTRIDIUM SPP E A ODONTOLOGIA
C. tetani: A alta prevalência de traumas dento-alveolares associada às lacerações dos tecidos moles
adjacentes pode propiciar uma porta de entrada para os microrganismos. O primeiro sintoma que o
paciente apresenta é o trismo. Devido a este quadro clínico o cirurgião dentista tende a ser o primeiro
profissional a ser procurado no momento inicial da doença.
C. difficile: Em uma unidade de terapia intensiva deve-se seguramente assumir que esporos podem ser
encontrados em qualquer coisa que não tenha sido esterilizada ou limpa com um desinfetante de alto nível. A
taxa de aquisição de C. difficile é estimada em 13% nos pacientes com internação de até duas semanas, e
em 50% em pacientes com internação hospitalar por mais de quatro semanas.