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Globalização e Competitividade
O Posicionamento das Regiões Periféricas
António Castro Guerra
DT 12-98 Maio 1998
As análises, opiniões e conclusões expressas neste documento de trabalho são da exclu-
siva responsabilidade do seu autor e não reflectem necessariamente posições do
Ministério da Economia.
Globalização e Competitividade
Posicionamento das Regiões Periféricas
por
António Castro Guerra
Presidente do Conselho de Administração
do IAPMEI
FICHA TÉCNICA
Título:
Autor:
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Concepção gráfica:
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Tiragem:
Edição:
ISBN:
Depósito legal:
Globalização e Competitividade
O Posicionamento das Regiões Periféricas
António Castro Guerra
GEPE - Gabinete de Estudos e Prospectiva Económica
do Ministério da Economia
Rua José Estêvão, 83-A, 1.º-Esq.
1150 Lisboa
Gep@mail.telepac.pt
Deltagraphos - Design e Publicidade, Lda.
Grafema - Sociedade Gráfica, Lda.
1000 exemplares
Lisboa, Maio 1998
972-8170-41-6
124 209/98
1. Globalização o que é? 7
2. Globalização e competitividade 9
3. Globalização e espaço económico 11
4. Integração económica europeia e regiões periféricas 13
4.1. As periferias regionais e as políticas estruturais 13
4.2. As outras políticas comunitárias são complementares ou não com as políticas estruturais? 14
5. Portugal como região periférica da UEM e o papel das políticas públicas nacionais 17
6. Referências bibliográficas 19
7. Lista de siglas 21
8. Documentos publicado 23
5
Sumário
1. Globalização o que é?
7
N
a década de 50, o conceito de economia
internacional respeitava ao conjunto das
economias domésticas, separadas entre si
por barreiras pautais e não pautais, meios de
transporte caros e pouco regulares, fluxos de
informação descontínuos e não standardizados, e
cujas empresas estavam predominantemente
centradas sobre o mercado interno. Em conse-
quência, as economias nacionais eram fraca-
mente interdependentes, seja pela via do comér-
cio, predominantemente do tipo interindustrial,
seja pela via dos movimentos internacionais de
capitais, que fluíam dos países mais desenvolvi-
dos para os países menos desenvolvidos e que
assumiam, sobretudo, a forma de aplicações
financeiras. A diferença de custos relativos dos
produtos era o principal fundamento da sua troca
internacional. As diferentes remunerações do
capital, a razão de ser da sua mobilidade unidi-
reccional.
Volvidos quarenta anos, o conceito de economia
internacional cede o lugar ao conceito de econo-
mia mundial, caracterizada por uma profunda
interdependência das economias nacionais,
estruturada pelos fluxos de comércio interna-
cional que, até aos anos 70, cresceu mais do que
a produção mundial e pelos movimentos de ca-
pital, em particular o IDE, que, de então até hoje,
tem crescido mais do que o comércio mundial.
O desarmamento pautal e não pautal generali-
zado, a acção das FMN, americanas e de grande
dimensão, primeiro, de menor dimensão e de
todos os quadrantes, depois, bem como os movi-
mentos regionais de integração económica foram
instrumentais na estruturação da economia
mundial, potenciada pelo decréscimo dos custos
unitários de transporte e de comunicação inter-
nacionais e pela homogeneização das preferên-
cias dos consumidores.
A globalização é, então, a fase actual da econo-
mia mundial, caracterizada por interdependentes
sistemas produtivos de base regional e/ou
nacional abertos sobre o exterior, que acomodam
uma diversidade de subsistemas produtivos secto-
riais de base empresarial, cuja coerência técnica
é captada através do conceito de decomposição
internacional dos processos produtivos e cuja
complexidade económica se manifesta por fluxos
cruzados de IDE, de comércio intra-industrial,
muito dele do tipo intrafirma. Aquela coerência é
mais visível e esta complexidade mais evidente
em espaços supranacionais integrados, de que a
UEM é o melhor exemplo, mas, com frequência,
a decomposição internacional dos processos
produtivos e correspondentes fluxos de IDE e de
comércio, extravasam as fronteiras daqueles
espaços. Neste contexto, às formas de com-
petição pelos custos associam-se as formas de
competição pela diferenciação e os fluxos de
comércio intra-industrial e intraproduto superam
os fluxos de comércio inter-industrial.
9
O
que significa ser competitivo e a que
nível captar a competitividade no con-
texto de uma economia global ? Ser com-
petitivo num contexto de globalização envolve
uma capacidade para manter o mercado domés-
tico e conquistar de forma sustentada mercados
internacionais relevantes, seja pela via do comér-
cio internacional e/ou de operações de IDE, ou
de formas intermédias de internacionalização
situadas entre a exportação e o IDE.
Se é certo que quem compete são as empresas,
não é menos verdade que podemos falar de com-
petitividade internacional numa perspectiva
regional - um país ou uma região - e/ou de activi-
dades ou conjunto de actividades comple-
mentares - um produto, uma empresa, uma
indústria, um cluster, etc.
Seja qual fôr o campo de análise, parece certo
que a competitividade é um conceito relativo.
O mais comum é comparar a competitividade de
indústrias, empresas e produtos, com relação a
uma determinada base territorial, país ou região,
seja esta supranacional - CE vs EUA, Japão vs
EUA - ou infranacional - região Norte vs região
Sul.
Como sugerem as teorias do comércio interna-
cional, uma base territorial concreta não é com-
petitiva em todas as indústrias ou produtos e, por
consequência, ao nível das empresas que a inte-
gram ou o produzem, há unidades internacional-
mente competitivas e outras que o não são.
O diamante de Porter é uma explicação dinâmica
e multidimensional da especialização interna-
cional de um país ou região. Como sugere
Dunning, a acção da FMN, a par da dos governos
como já sugeria Porter, pode e tem contribuído
para alterar o padrão de especialização de alguns
países e/ou de regiões no interior desses países,
ao actuar sobre as faces do diamante, ao influen-
ciar a acção dos próprios governos e os contextos
competitivos.
A competitividade é uma realidade multidimen-
sional, pelo que os seus múltiplos indicadores de
medida reflectem uma base territorial - país,
região -, uma abrangência económica - indústria,
firma e produto -, e três dimensões de utilização:
enquanto potencial, enquanto resultado e como
processo. Falar de competitividade enquanto
resultado significa utilizar indicadores que em si
mesmo - lucro, quota de mercado, saldo da ba-
lança comercial, etc. - ignoram o grau de sus-
tentabilidade da própria competitividade e não
captam a regeneração e manutenção da compe-
titividade potencial. Falar desta, significa utilizar
indicadores - preço dos inputs, em particular os
salários, custos unitários de produção, etc. - que
nada nos dizem sobre a competitividade enquan-
to resultado. Finalmente, medidas qualitativas da
gestão da competitividade ou do processo com-
petitivo, seja para melhorar a performance -
relação entre as empresas e o SC&T, estratégia
das associações empresariais, etc. - seja para
aumentar o potencial competitivo – infra-estrutu-
ração da economia, qualificação do capital
humano, etc. - ignoram a possibilidade de com-
parar o fenómeno do ponto de vista nacional,
regional, intra-industrial e intrafirmas. Uma boa
apreensão do fenómeno pressupõe que o capte-
mos em todos estes ângulos e que não se
esqueçam as inter-relações que entre eles se esta-
belecem.
2. Globalização e competitividade
11
T
oda a actividade produtiva se desenvolve e
organiza no espaço: um espaço físico e um
espaço económico. Quando falamos de
espaço físico estamos a referir-nos a uma região
de um país, a um país, ou um conjunto de países
mais ou menos contíguos e/ou interdependentes.
Quando falamos de espaço económico estamos a
referir-nos a bases produtivas e correspondentes
mercados de inputs e de outputs, organizados
numa base regional, nacional ou supranacional,
com relevância, aqui, para as uniões aduaneiras
e as uniões económicas e monetárias. Também
queremos relevar o espaço económico das
grandes empresas, em particular as FMN, e seu
potencial para organizar redes cada vez mais
complexas de empresas, filiais ou unidades inde-
pendentes, no contexto de uma decomposição
internacional dos processos produtivos e de
aproximação aos mercados mais relevantes para
os seus produto ou serviços.
Nesta era da globalização, as sub-regiões
nacionais e os próprios espaços nacionais, em
particular os de menor dimensão, são cada vez
mais espaços económicos cuja autonomia é ten-
dencialmente decrescente e cuja coerência faz
chamada ao estudo de articulações com outras
regiões e países organizados em espaços
económicos mais vastos, que estruturam de forma
multipolar o mercados mundial: a UEM, o MER-
COSUL, a NAFTA, a ASEAN, etc. Enquanto os
espaços económicos sub-regionais e nacionais se
vão desestruturando no interior das suas fron-
teiras físicas para se reestruturarem e dotarem de
coerência em espaços económicos mais vastos,
em paralelo, emergem e consolidam-se espaços
económicos de natureza empresarial - o espaço
económico das FMN - cuja regulação escapa às
autoridades nacionais e supranacionais. Em con-
sequência, as bases produtivas da região de um
país ou do próprio país, estabelecem, em
simultâneo, relações de concorrência mas tam-
bém de complementaridade com as bases produ-
tivas de outras regiões ou países, ganhando cada
vez mais audiência conceitos de competitividade
supranacional: a competitividade da CE; a com-
petitividade da NAFTA, por exemplo.
3. Globalização e espaço económico
13
4. Integração económica europeia e regiões periféricas
D
a mesma maneira que os espaços físicos
não são homogéneos do ponto de vista da
sua fisionomia natural, os espaços
económicos comportam desigualdades regionais
com reflexos visíveis sobre o nível de bem-estar
das respectivas populações. Recuando na
história, seria mesmo possível estabelecer
relações de causalidade entre características físi-
cas e características económicas das regiões de
um determinado país.
Portugal, enquanto espaço económico nacional,
comporta regiões diferentemente desenvolvidas:
um ou mais centros e várias periferias. Portugal é,
globalmente, uma região periférica da Europa.
O desequilíbrio é, de resto, inerente ao funciona-
mento dos sistemas económicos. Intolerável do
ponto de vista da equidade, este desequilíbrio é
muitas vezes ditado por razões de eficiência
sistémica. Se existe, muitas vezes, uma dimensão
cumulativa nestes desequilíbrios, à escala de um
país mas, sobretudo, à escala do mapa-mundo,
em tempo histórico, os centros e as periferias
mudam. Portugal foi centro da Europa e do
mundo no século XV e XVI, hoje é periferia
europeia; o RU já foi centro da Europa e do
Mundo, mas no pós-guerra cedeu o passo aos
EUA nesta posição que, nos últimos anos, está
sendo disputada pelas economias do Pacífico.
A concentração espacial é uma das principais
características da geografia das actividades
económicas. Economias de aglomeração e rendi-
mentos crescentes à escala são os princípios
económicos explicativos mais relevantes daquela
concentração. A partir de um certo nível de con-
centração, funciona mesmo o princípio da
causalidade cumulativa. Ser periférico em
relação a um centro económico é, por isso, mais
- e cada vez menos - do que uma mera questão
de distância física e de custos de transporte. É-se
periférico também por razões culturais e psi-
cológica. A periferibilidade de uma região está
fortemente associada à fraca densidade das suas
economias de aglomeração e do seu network -
isto é, ao seu potencial endógeno de desenvolvi-
mento - e à distância, cultural, psicológica e física
de outras regiões centrais na hierarquia dos
espaços económicos. A periferibilidade é, por
isso, um fenómeno multidimensional, daí que,
não sendo uma fatalidade, é uma realidade difi-
cilmente contrariada pela vontade programada
dos homens, que tendem a monitorar sobretudo
políticas públicas unidimensionais
4.1-As periferias regionais
e as políticas estruturais
A Europa, no seu movimento de aprofundamento
da integração, vem acolhendo um número cres-
cente de países com diferentes níveis de desen-
volvimento económico, aumentando, assim, a
sua heterogeneidade económica, o que comporta
limitações aos efeitos positivos da própria inte-
gração. A consciência desta heterogeneidade
sempre existiu, como decorre das políticas estru-
turais comunitárias e correspondentes fundos
que, nos últimos anos, para fazer face às exigên-
cias do aprofundamento, viram aumentar os seus
orçamentos. Portugal, como país física e eco-
nomicamente periférico do centro da Europa, tem
beneficiado dos fundos estruturais e, em conse-
quência, teve sucesso em termos de convergência
nominal - preços, taxa de juro e taxa de câmbio -
sem custos sociais relevantes. Falta aprofundar a
convergência real, aproximando os seus níveis de
produtividade dos países do centro europeu e,
em consequência, dos seus níveis salariais.
Pela primeira vez, na história do movimento de
integração europeia, à entrada numa nova fase -
a criação da UEM - , parece não estar associada
uma mobilização de mais recursos orientados
para os objectivos da coesão. Problemas de
emprego no centro da Europa, a dificuldades que
a Alemanha enfrenta em consequência da unifi-
cação, as ajudas de pré-adesão aos novos países
14
candidatos à integração num contexto de cons-
tância dos Fundos Estruturais, tudo pode levar a
crer que, como se vislumbra na Agenda 2000,
Portugal e os outros países da coesão venham a
contar com menos recursos comunitários para
avançar no seu processo de convergência real. Se
assim fôr, é de admitir que seja mais lento o ritmo
de redução das disparidades regionais no seio da
Europa Comunitária.
4.2-As outras políticas comunitárias são comple-
mentares ou não com as políticas estruturais?
A entrada na última fase da UEM, com a intro-
dução do Euro cria um espaço de oportunidades
e de ameaças às empresas da CE em geral e dos
países periféricos em particular. Se por um lado se
cria um contexto de maior certeza associada à
redução dos custos de transacção e a uma maior
comparabilidade dos preços no espaço económi-
co comunitário alargado, por outro, os níveis de
concorrência aumentarão nas suas diferentes sub-
-regiões, seja pela via da disciplina das impor-
tações, seja pela presença de empresas de capital
não nacional nessas mesmas subregiões.
A rivalidade, no longo prazo, tem efeitos virtu-
osos, mas, no curto prazo, pode gerar indese-
jáveis custos sociais, que, no contexto de uma
UEM, em probabilidade, serão mais acentuados
nas regiões mais periféricas. O que a Agenda
2000 sugere é que, face ao menor benefício
potencial dos efeitos distributivos inerentes às
políticas estruturais comunitárias, Portugal, agora
mais desprotegido do ponto de vista dos instru-
mentos de algumas políticas macro-económicas -
a monetária e cambial, face à criação da moeda
única; a orçamental, pelo menos do lado das
despesas, face às restrições inerentes ao Pacto de
Estabilidade Económica - poderá não tirar, no
curto e médio prazo, todos os benefícios potenci-
ais de uma UEM. Se assim fôr, vejamos ainda que
sinteticamente, se as outras políticas comunitárias
servem os objectivos da coesão ou, antes, acen-
tuam, do ponto de vista relativo, que não neces-
sariamente absoluto, o carácter periférico de
algumas regiões.
As políticas estruturais comunitárias têm trazido
benefícios líquidos inequívocos aos países da
coesão, ainda que os ganhos de bem estar social
para o conjunto dos países da CE sejam muitas
vezes superiores aos recursos mobilizados pelas
próprias políticas, como sugere, por exemplo, o
relatório Cechinni.
É certo que por mais potentes que fossem as
políticas a favor da coesão, não dispensam a
necessidade de reformas estruturais autónomas,
que, em Portugal, devem visar uma maior inte-
gração do espaço económico nacional, as suas
acessibilidades face ao centro europeu e a cri-
ação de condições institucionais que lubrifiquem
o funcionamento do sistema económico – tempo
de decisão dos tribunais, maior equidade e efi-
ciência do sistema fiscal, melhor e mais rápido
serviço público em geral, etc. -, uma qualificação
acelerada do capital humano, como condição
primeira da excelência de qualquer Sistema
Científico e Tecnológico Nacional - SCTN, etc.
Como dialogam as restantes políticas comu-
nitárias com estas políticas, em termos da estrutu-
ração das relações entre o centro e as periferias
europeias? Acentuam ou reduzem o carácter peri-
férico dessas regiões? Estamos a referir-nos à
política de I&D, à política industrial, à política de
concorrência, à política social e à política
monetária.
Se as políticas estruturais visam uma maior
homogeneização do espaço económico comu-
nitário, as restantes políticas perseguem o reforço
da sua competitividade estrutural face ao Resto
do Mundo, em particular os EUA e o Japão. Serão
as políticas direccionadas para a competitividade
europeia convergentes com os objectivos da
coesão?
A política comunitária de I&D, dirigida à incenti-
vação da pesquisa pré-competitiva, reflecte um
importante esforço da indústria europeia para
reduzir o seu lag tecnológico face ao Japão e aos
EUA. No entanto, os fundos que mobiliza, ao
estarem ao alcance sobretudo das grandes firmas
dos países comunitários mais prósperos, onde de
resto estão localizados os principais centros de
pesquisa e de inovação, fazem com que aquela
política não milite directamente a favor dos
objectivos da coesão.
A política industrial comunitária, de que a políti-
ca de I&D é complementar, foi intervencionista e
de cariz sectorial até ao final dos anos 70, ao
visar objectivos de reestruturação sectorial -
carvão, aço, construção naval, têxtil, etc. -, mas,
a partir dos anos 80, evoluiu para uma política de
15
cariz mais horizontal, centrada nos problemas e
factores da competitividade em economia aberta,
visando a criação e a cooperação tecnológica
entre as grandes empresas tendo em vista a cri-
ação de campeões europeus, aptos a jogar o jogo
da internacionalização produtiva e da com-
petição global. Ao perder o seu foco regional e ao
querer situar as empresas europeias face ao
benchmarking extra-comunitário, passou a con-
flituar com a especificidade industrial das regiões
periféricas. Ao fomentar o global sourcing, con-
tribuiu para a integração das regiões periféricas
no espaço económico das FMN, mas, ao regular
os conteúdo das incorporação, não em termos
nacionais mas antes comunitários, limitou o
alcance dos efeitos daquela integração.
A política de concorrência comunitária tem
efeitos nas regiões periféricas que penalizam, a
vários títulos, os objectivos da coesão: inibe o
mecanismo das compras públicas como instru-
mento de política industrial a favor das empresas
locais; reduz o grau de discricionariedade das
autoridades nacionais na atribuição de ajudas
públicas no quadro de políticas autónomas de
raiz microeconómica; ao alargar os limites
dimensionais das operações de fusão e concen-
tração de empresas à escala europeia, aumentou
o carácter centrípeto das suas regiões centrais,
onde aliás estão as bases produtivas mais impor-
tantes dessas mesmas empresas.
A política social europeia é ainda uma promessa
não cumprida, tanto ao nível do seu conteúdo
como do grau do seu enforcement e que tem
contado com a oposição sistemática de alguns
Estado-membros, em especial o RU, não con-
tribuindo, assim, como é objectivo seu, para a
coesão social na Europa.
Vemos assim que as externalidades desta dife-
rentes políticas sobre os objectivos da coesão não
parecem ser significativas. Resta saber se a políti-
ca monetária comum acentuará, ou diminuirá, as
divergências entre o centro e as regiões periféri-
cas da UEM, se não se evoluir para mecanismos
redistributivos entre regiões, o que só se afigura
possível com um reforço muito significativo do
orçamento comunitário, no quadro de um ten-
dencial federalismo fiscal.
17
E
stá generalizada a ideia, que parece real, de
que Portugal como sistema económico e
social tem uma eficiência que está àquem da
sua fronteira de possibilidades de produção. A
este propósito, do nosso ponto de vista, são dois
os grandes desafios que se colocam a Portugal
como região periférica da UEM, para tirar pleno
partido das oportunidades que se abrem com a
criação do Euro: a elevação do seu potencial
endógeno de desenvolvimento enquanto região
única; a redução da sua distância física, mas
sobretudo psicológica e cultural, face ao centro
europeu. Nesta aproximação, o seu reposiciona-
mento Ibérico parece ser instrumental.
Como referimos, Portugal, à semelhança de ou-
tros países é um espaço económico fortemente
hierarquizado que comporta em si mesmo várias
sub-regiões periféricas. Duas metrópoles - a
grande Lisboa e o grande Porto - e a faixa litoral
situada entre elas e/ou na sua área de influência
mais próxima exercem uma atracção irresistível
sobre o resto do país. O seu potencial endógeno
é, no entanto, fortemente limitado pelo fraco grau
de integração do espaço produtivo e mercantil
nacional. Uma matriz de fluxos inter-regionais -
capitais, bens e serviços, pessoas, etc. - ilustraria
o carácter economicamente pouco integrado do
nosso espaço nacional. Políticas públicas orien-
tadas para esta integração – infra-estruturas e
redes de transporte e comunicações, plataformas
logísticas, terminais multimodais, flexibilização
do mercado de habitação para permitir uma
maior mobilidade do capital humano, etc. - são
fortemente instrumentais em relação à elevação
do potencial económico endógeno do país como
região da Europa. No mesmo plano se situará
uma desconcentração significativa de algumas
funções da Administração Central para a
Administração Regional e Local.
Instrumental da elevação do potencial endógeno
de desenvolvimento do país é, também, a melho-
ria generalizada do serviço público aos cidadãos
em geral e aos agentes económicos em particular.
Deste ponto de vista, da consensualização:
•da necessidade de melhorar drasticamente o
funcionamento dos tribunais,
• da urgência de uma reforma fiscal no sentido de
uma maior equidade e eficiência,
•de uma maior qualidade dos serviços de saúde,
• do imperativo em aumentar a qualidade do
capital humano – na era moderna a mais deter-
minante força criadora de riqueza – dignifican-
do a escola e os seus professores em todos os
escalões de ensino,
• da tão falada fragilidade das relações entre o
SCTN e as empresas - de que naturalmente
estas fazem parte – que é urgente intensificar,
há que passar à acção, pondo interesses colec-
tivos acima de interesses parcelares, de tão evi-
dente ser a necessidade destas reformas para o
nosso futuro colectivo. A consciência da cidada-
nia gerada pela vivência em democracia e pelo
efeito de contágio decorrente do reencontro dos
portugueses com a Europa, a perda da condição
de monopólio por parte do Estado ao nível de
algumas das funções tradicionais, decorrente da
globalização de que a integração europeia é uma
manifestação, a desconcentração de funções e
serviços – no quadro da regionalização ou fora
dela – que as periferias da grande Lisboa e o
grande Porto reivindicam, em conjunto, tudo
aponta para o imperativo de melhor Estado, agora
que o Pacto de Estabilidade Económica impõe
moderação nas despesas públicas e a tendência
para a harmonização fiscal obrigará à redução
da taxa marginal de alguns impostos.
No domínio das políticas micro-económicas, há
que continuar com o fomento do grande objecti-
vo da competitividade e da internacionalização
das empresas portuguesas, propiciando a sua
integração em espaços económicos mais alarga-
dos, em particular o espaço Ibérico e o espaço
europeu. O fomento da internacionalização das
5. Portugal como região periférica da UEM
e o papel das políticas públicas nacionais
18
empresas será tanto mais bem sucedido quanto
mais sólidas forem as suas vantagens competiti-
vas de base doméstica e ao dinamismo dos sub-
sistemas económicos regionais e/ou subregionais
em que as mesmas se encontram inseridas. Na
perspectiva, advogamos uma dimensão regional
para as políticas dirigidas para o fomento da com-
petitividade, fomentando as virtualidades do con-
ceito marshaliano de distrito industrial.
Ser menos periférico em relação ao centro da
Europa, significa também melhorar as vias físicas
de penetração na Espanha, sem voltar as costa
aos portos e ao mar, a melhor via de transporte
para certo tipo de mercadorias, e porta de entra-
da e saída certa em todas as contingências.
Significa também olhar para a Espanha como um
parceiro privilegiado, não só do ponto de vista do
comércio – como já é - mas também do investi-
mento internacional. Fazer da Espanha a platafor-
ma produtiva de algumas das nossas empresas e
de Portugal a plataforma produtiva de algumas
empresas espanholas, aumentando a comple-
mentaridade das duas economias Ibéricas, é uma
via privilegiada de aproximação de Portugal ao
centro da Europa.
A nossa aproximação à Europa não é apenas uma
questão de kms e de redução de tempo. É tam-
bém, e sobretudo, uma questão de imagem e de
atitude. A imagem global de Portugal na Europa,
se já não é aquela que foi forjada pela emigração
dos anos 60 e pelo turismo sol e praia, tem que ir
além da imagem do aluno aplicado e bem com-
portado. Temos, por isso, que reconstruir a
imagem do país no sentido da modernidade. Para
isso é necessário trabalharmos o sentimento da
auto-confiança. O sucesso é cumulativo e gera-
dor de confiança pelo que, da leitura dos suces-
sos recentes da nossa democracia e da nossa
economia, tudo indica estarmos no bom cami-
nho. Termos atingido, com sucesso, os critérios
de convergência nominal para sermos membros
do clube Euro fez bem ao ego nacional. Importa
continuar no caminho das realizações, para que
os benefícios da convergência real venham a
estar rapidamente ao alcance de todos os por-
tugueses.
19
Fynes,Brian e Ennis,Sean (1997) – “Peripherality: Concepts,
Issues and Alternative Frameworks”, in Fynes,Brian e
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Economica, 1990
6. Referências bibliográficas
21
ASEAN - Associação das Nações do Sueste Asiático
CE - Comunidade Europeia
EUA - Estados Unidos da América
FMN - Empresas Multinacionais
IDE - Investimento Directo Estrangeiro
MERCOSUL - Mercado Comum do Cone Sul (Argentina,
Brasil, Paraguai, Uruguai)
NAFTA - Acordo Norte-Americano de Comércio Livre
RU - Reino Unido
SC&T - Sistema Científico e Tecnológico
UEM - União Económica e Monetária
7. Lista de siglas
23
8. Documentos publicados
DT 1
Nov. 96
DT 2
Dez. 96
DT 3
Jan. 97
DT 4
Mar. 97
DT 5
Maio 97
DT 6
Jun. 97
DT 7
Jul. 97
DT 8
Out.97
DT 9
Nov. 97
DT 10-98
Jan.98
DT 11-98
Mar.98
DT 12-98
Maio.98
Política de Concorrência e Política Industrial
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Globalização e Competitividade

  • 1. Globalização e Competitividade O Posicionamento das Regiões Periféricas António Castro Guerra DT 12-98 Maio 1998 As análises, opiniões e conclusões expressas neste documento de trabalho são da exclu- siva responsabilidade do seu autor e não reflectem necessariamente posições do Ministério da Economia.
  • 2.
  • 3. Globalização e Competitividade Posicionamento das Regiões Periféricas por António Castro Guerra Presidente do Conselho de Administração do IAPMEI
  • 4. FICHA TÉCNICA Título: Autor: Editor: Concepção gráfica: Impressão e acabamento: Tiragem: Edição: ISBN: Depósito legal: Globalização e Competitividade O Posicionamento das Regiões Periféricas António Castro Guerra GEPE - Gabinete de Estudos e Prospectiva Económica do Ministério da Economia Rua José Estêvão, 83-A, 1.º-Esq. 1150 Lisboa Gep@mail.telepac.pt Deltagraphos - Design e Publicidade, Lda. Grafema - Sociedade Gráfica, Lda. 1000 exemplares Lisboa, Maio 1998 972-8170-41-6 124 209/98
  • 5. 1. Globalização o que é? 7 2. Globalização e competitividade 9 3. Globalização e espaço económico 11 4. Integração económica europeia e regiões periféricas 13 4.1. As periferias regionais e as políticas estruturais 13 4.2. As outras políticas comunitárias são complementares ou não com as políticas estruturais? 14 5. Portugal como região periférica da UEM e o papel das políticas públicas nacionais 17 6. Referências bibliográficas 19 7. Lista de siglas 21 8. Documentos publicado 23 5 Sumário
  • 6.
  • 7. 1. Globalização o que é? 7 N a década de 50, o conceito de economia internacional respeitava ao conjunto das economias domésticas, separadas entre si por barreiras pautais e não pautais, meios de transporte caros e pouco regulares, fluxos de informação descontínuos e não standardizados, e cujas empresas estavam predominantemente centradas sobre o mercado interno. Em conse- quência, as economias nacionais eram fraca- mente interdependentes, seja pela via do comér- cio, predominantemente do tipo interindustrial, seja pela via dos movimentos internacionais de capitais, que fluíam dos países mais desenvolvi- dos para os países menos desenvolvidos e que assumiam, sobretudo, a forma de aplicações financeiras. A diferença de custos relativos dos produtos era o principal fundamento da sua troca internacional. As diferentes remunerações do capital, a razão de ser da sua mobilidade unidi- reccional. Volvidos quarenta anos, o conceito de economia internacional cede o lugar ao conceito de econo- mia mundial, caracterizada por uma profunda interdependência das economias nacionais, estruturada pelos fluxos de comércio interna- cional que, até aos anos 70, cresceu mais do que a produção mundial e pelos movimentos de ca- pital, em particular o IDE, que, de então até hoje, tem crescido mais do que o comércio mundial. O desarmamento pautal e não pautal generali- zado, a acção das FMN, americanas e de grande dimensão, primeiro, de menor dimensão e de todos os quadrantes, depois, bem como os movi- mentos regionais de integração económica foram instrumentais na estruturação da economia mundial, potenciada pelo decréscimo dos custos unitários de transporte e de comunicação inter- nacionais e pela homogeneização das preferên- cias dos consumidores. A globalização é, então, a fase actual da econo- mia mundial, caracterizada por interdependentes sistemas produtivos de base regional e/ou nacional abertos sobre o exterior, que acomodam uma diversidade de subsistemas produtivos secto- riais de base empresarial, cuja coerência técnica é captada através do conceito de decomposição internacional dos processos produtivos e cuja complexidade económica se manifesta por fluxos cruzados de IDE, de comércio intra-industrial, muito dele do tipo intrafirma. Aquela coerência é mais visível e esta complexidade mais evidente em espaços supranacionais integrados, de que a UEM é o melhor exemplo, mas, com frequência, a decomposição internacional dos processos produtivos e correspondentes fluxos de IDE e de comércio, extravasam as fronteiras daqueles espaços. Neste contexto, às formas de com- petição pelos custos associam-se as formas de competição pela diferenciação e os fluxos de comércio intra-industrial e intraproduto superam os fluxos de comércio inter-industrial.
  • 8.
  • 9. 9 O que significa ser competitivo e a que nível captar a competitividade no con- texto de uma economia global ? Ser com- petitivo num contexto de globalização envolve uma capacidade para manter o mercado domés- tico e conquistar de forma sustentada mercados internacionais relevantes, seja pela via do comér- cio internacional e/ou de operações de IDE, ou de formas intermédias de internacionalização situadas entre a exportação e o IDE. Se é certo que quem compete são as empresas, não é menos verdade que podemos falar de com- petitividade internacional numa perspectiva regional - um país ou uma região - e/ou de activi- dades ou conjunto de actividades comple- mentares - um produto, uma empresa, uma indústria, um cluster, etc. Seja qual fôr o campo de análise, parece certo que a competitividade é um conceito relativo. O mais comum é comparar a competitividade de indústrias, empresas e produtos, com relação a uma determinada base territorial, país ou região, seja esta supranacional - CE vs EUA, Japão vs EUA - ou infranacional - região Norte vs região Sul. Como sugerem as teorias do comércio interna- cional, uma base territorial concreta não é com- petitiva em todas as indústrias ou produtos e, por consequência, ao nível das empresas que a inte- gram ou o produzem, há unidades internacional- mente competitivas e outras que o não são. O diamante de Porter é uma explicação dinâmica e multidimensional da especialização interna- cional de um país ou região. Como sugere Dunning, a acção da FMN, a par da dos governos como já sugeria Porter, pode e tem contribuído para alterar o padrão de especialização de alguns países e/ou de regiões no interior desses países, ao actuar sobre as faces do diamante, ao influen- ciar a acção dos próprios governos e os contextos competitivos. A competitividade é uma realidade multidimen- sional, pelo que os seus múltiplos indicadores de medida reflectem uma base territorial - país, região -, uma abrangência económica - indústria, firma e produto -, e três dimensões de utilização: enquanto potencial, enquanto resultado e como processo. Falar de competitividade enquanto resultado significa utilizar indicadores que em si mesmo - lucro, quota de mercado, saldo da ba- lança comercial, etc. - ignoram o grau de sus- tentabilidade da própria competitividade e não captam a regeneração e manutenção da compe- titividade potencial. Falar desta, significa utilizar indicadores - preço dos inputs, em particular os salários, custos unitários de produção, etc. - que nada nos dizem sobre a competitividade enquan- to resultado. Finalmente, medidas qualitativas da gestão da competitividade ou do processo com- petitivo, seja para melhorar a performance - relação entre as empresas e o SC&T, estratégia das associações empresariais, etc. - seja para aumentar o potencial competitivo – infra-estrutu- ração da economia, qualificação do capital humano, etc. - ignoram a possibilidade de com- parar o fenómeno do ponto de vista nacional, regional, intra-industrial e intrafirmas. Uma boa apreensão do fenómeno pressupõe que o capte- mos em todos estes ângulos e que não se esqueçam as inter-relações que entre eles se esta- belecem. 2. Globalização e competitividade
  • 10.
  • 11. 11 T oda a actividade produtiva se desenvolve e organiza no espaço: um espaço físico e um espaço económico. Quando falamos de espaço físico estamos a referir-nos a uma região de um país, a um país, ou um conjunto de países mais ou menos contíguos e/ou interdependentes. Quando falamos de espaço económico estamos a referir-nos a bases produtivas e correspondentes mercados de inputs e de outputs, organizados numa base regional, nacional ou supranacional, com relevância, aqui, para as uniões aduaneiras e as uniões económicas e monetárias. Também queremos relevar o espaço económico das grandes empresas, em particular as FMN, e seu potencial para organizar redes cada vez mais complexas de empresas, filiais ou unidades inde- pendentes, no contexto de uma decomposição internacional dos processos produtivos e de aproximação aos mercados mais relevantes para os seus produto ou serviços. Nesta era da globalização, as sub-regiões nacionais e os próprios espaços nacionais, em particular os de menor dimensão, são cada vez mais espaços económicos cuja autonomia é ten- dencialmente decrescente e cuja coerência faz chamada ao estudo de articulações com outras regiões e países organizados em espaços económicos mais vastos, que estruturam de forma multipolar o mercados mundial: a UEM, o MER- COSUL, a NAFTA, a ASEAN, etc. Enquanto os espaços económicos sub-regionais e nacionais se vão desestruturando no interior das suas fron- teiras físicas para se reestruturarem e dotarem de coerência em espaços económicos mais vastos, em paralelo, emergem e consolidam-se espaços económicos de natureza empresarial - o espaço económico das FMN - cuja regulação escapa às autoridades nacionais e supranacionais. Em con- sequência, as bases produtivas da região de um país ou do próprio país, estabelecem, em simultâneo, relações de concorrência mas tam- bém de complementaridade com as bases produ- tivas de outras regiões ou países, ganhando cada vez mais audiência conceitos de competitividade supranacional: a competitividade da CE; a com- petitividade da NAFTA, por exemplo. 3. Globalização e espaço económico
  • 12.
  • 13. 13 4. Integração económica europeia e regiões periféricas D a mesma maneira que os espaços físicos não são homogéneos do ponto de vista da sua fisionomia natural, os espaços económicos comportam desigualdades regionais com reflexos visíveis sobre o nível de bem-estar das respectivas populações. Recuando na história, seria mesmo possível estabelecer relações de causalidade entre características físi- cas e características económicas das regiões de um determinado país. Portugal, enquanto espaço económico nacional, comporta regiões diferentemente desenvolvidas: um ou mais centros e várias periferias. Portugal é, globalmente, uma região periférica da Europa. O desequilíbrio é, de resto, inerente ao funciona- mento dos sistemas económicos. Intolerável do ponto de vista da equidade, este desequilíbrio é muitas vezes ditado por razões de eficiência sistémica. Se existe, muitas vezes, uma dimensão cumulativa nestes desequilíbrios, à escala de um país mas, sobretudo, à escala do mapa-mundo, em tempo histórico, os centros e as periferias mudam. Portugal foi centro da Europa e do mundo no século XV e XVI, hoje é periferia europeia; o RU já foi centro da Europa e do Mundo, mas no pós-guerra cedeu o passo aos EUA nesta posição que, nos últimos anos, está sendo disputada pelas economias do Pacífico. A concentração espacial é uma das principais características da geografia das actividades económicas. Economias de aglomeração e rendi- mentos crescentes à escala são os princípios económicos explicativos mais relevantes daquela concentração. A partir de um certo nível de con- centração, funciona mesmo o princípio da causalidade cumulativa. Ser periférico em relação a um centro económico é, por isso, mais - e cada vez menos - do que uma mera questão de distância física e de custos de transporte. É-se periférico também por razões culturais e psi- cológica. A periferibilidade de uma região está fortemente associada à fraca densidade das suas economias de aglomeração e do seu network - isto é, ao seu potencial endógeno de desenvolvi- mento - e à distância, cultural, psicológica e física de outras regiões centrais na hierarquia dos espaços económicos. A periferibilidade é, por isso, um fenómeno multidimensional, daí que, não sendo uma fatalidade, é uma realidade difi- cilmente contrariada pela vontade programada dos homens, que tendem a monitorar sobretudo políticas públicas unidimensionais 4.1-As periferias regionais e as políticas estruturais A Europa, no seu movimento de aprofundamento da integração, vem acolhendo um número cres- cente de países com diferentes níveis de desen- volvimento económico, aumentando, assim, a sua heterogeneidade económica, o que comporta limitações aos efeitos positivos da própria inte- gração. A consciência desta heterogeneidade sempre existiu, como decorre das políticas estru- turais comunitárias e correspondentes fundos que, nos últimos anos, para fazer face às exigên- cias do aprofundamento, viram aumentar os seus orçamentos. Portugal, como país física e eco- nomicamente periférico do centro da Europa, tem beneficiado dos fundos estruturais e, em conse- quência, teve sucesso em termos de convergência nominal - preços, taxa de juro e taxa de câmbio - sem custos sociais relevantes. Falta aprofundar a convergência real, aproximando os seus níveis de produtividade dos países do centro europeu e, em consequência, dos seus níveis salariais. Pela primeira vez, na história do movimento de integração europeia, à entrada numa nova fase - a criação da UEM - , parece não estar associada uma mobilização de mais recursos orientados para os objectivos da coesão. Problemas de emprego no centro da Europa, a dificuldades que a Alemanha enfrenta em consequência da unifi- cação, as ajudas de pré-adesão aos novos países
  • 14. 14 candidatos à integração num contexto de cons- tância dos Fundos Estruturais, tudo pode levar a crer que, como se vislumbra na Agenda 2000, Portugal e os outros países da coesão venham a contar com menos recursos comunitários para avançar no seu processo de convergência real. Se assim fôr, é de admitir que seja mais lento o ritmo de redução das disparidades regionais no seio da Europa Comunitária. 4.2-As outras políticas comunitárias são comple- mentares ou não com as políticas estruturais? A entrada na última fase da UEM, com a intro- dução do Euro cria um espaço de oportunidades e de ameaças às empresas da CE em geral e dos países periféricos em particular. Se por um lado se cria um contexto de maior certeza associada à redução dos custos de transacção e a uma maior comparabilidade dos preços no espaço económi- co comunitário alargado, por outro, os níveis de concorrência aumentarão nas suas diferentes sub- -regiões, seja pela via da disciplina das impor- tações, seja pela presença de empresas de capital não nacional nessas mesmas subregiões. A rivalidade, no longo prazo, tem efeitos virtu- osos, mas, no curto prazo, pode gerar indese- jáveis custos sociais, que, no contexto de uma UEM, em probabilidade, serão mais acentuados nas regiões mais periféricas. O que a Agenda 2000 sugere é que, face ao menor benefício potencial dos efeitos distributivos inerentes às políticas estruturais comunitárias, Portugal, agora mais desprotegido do ponto de vista dos instru- mentos de algumas políticas macro-económicas - a monetária e cambial, face à criação da moeda única; a orçamental, pelo menos do lado das despesas, face às restrições inerentes ao Pacto de Estabilidade Económica - poderá não tirar, no curto e médio prazo, todos os benefícios potenci- ais de uma UEM. Se assim fôr, vejamos ainda que sinteticamente, se as outras políticas comunitárias servem os objectivos da coesão ou, antes, acen- tuam, do ponto de vista relativo, que não neces- sariamente absoluto, o carácter periférico de algumas regiões. As políticas estruturais comunitárias têm trazido benefícios líquidos inequívocos aos países da coesão, ainda que os ganhos de bem estar social para o conjunto dos países da CE sejam muitas vezes superiores aos recursos mobilizados pelas próprias políticas, como sugere, por exemplo, o relatório Cechinni. É certo que por mais potentes que fossem as políticas a favor da coesão, não dispensam a necessidade de reformas estruturais autónomas, que, em Portugal, devem visar uma maior inte- gração do espaço económico nacional, as suas acessibilidades face ao centro europeu e a cri- ação de condições institucionais que lubrifiquem o funcionamento do sistema económico – tempo de decisão dos tribunais, maior equidade e efi- ciência do sistema fiscal, melhor e mais rápido serviço público em geral, etc. -, uma qualificação acelerada do capital humano, como condição primeira da excelência de qualquer Sistema Científico e Tecnológico Nacional - SCTN, etc. Como dialogam as restantes políticas comu- nitárias com estas políticas, em termos da estrutu- ração das relações entre o centro e as periferias europeias? Acentuam ou reduzem o carácter peri- férico dessas regiões? Estamos a referir-nos à política de I&D, à política industrial, à política de concorrência, à política social e à política monetária. Se as políticas estruturais visam uma maior homogeneização do espaço económico comu- nitário, as restantes políticas perseguem o reforço da sua competitividade estrutural face ao Resto do Mundo, em particular os EUA e o Japão. Serão as políticas direccionadas para a competitividade europeia convergentes com os objectivos da coesão? A política comunitária de I&D, dirigida à incenti- vação da pesquisa pré-competitiva, reflecte um importante esforço da indústria europeia para reduzir o seu lag tecnológico face ao Japão e aos EUA. No entanto, os fundos que mobiliza, ao estarem ao alcance sobretudo das grandes firmas dos países comunitários mais prósperos, onde de resto estão localizados os principais centros de pesquisa e de inovação, fazem com que aquela política não milite directamente a favor dos objectivos da coesão. A política industrial comunitária, de que a políti- ca de I&D é complementar, foi intervencionista e de cariz sectorial até ao final dos anos 70, ao visar objectivos de reestruturação sectorial - carvão, aço, construção naval, têxtil, etc. -, mas, a partir dos anos 80, evoluiu para uma política de
  • 15. 15 cariz mais horizontal, centrada nos problemas e factores da competitividade em economia aberta, visando a criação e a cooperação tecnológica entre as grandes empresas tendo em vista a cri- ação de campeões europeus, aptos a jogar o jogo da internacionalização produtiva e da com- petição global. Ao perder o seu foco regional e ao querer situar as empresas europeias face ao benchmarking extra-comunitário, passou a con- flituar com a especificidade industrial das regiões periféricas. Ao fomentar o global sourcing, con- tribuiu para a integração das regiões periféricas no espaço económico das FMN, mas, ao regular os conteúdo das incorporação, não em termos nacionais mas antes comunitários, limitou o alcance dos efeitos daquela integração. A política de concorrência comunitária tem efeitos nas regiões periféricas que penalizam, a vários títulos, os objectivos da coesão: inibe o mecanismo das compras públicas como instru- mento de política industrial a favor das empresas locais; reduz o grau de discricionariedade das autoridades nacionais na atribuição de ajudas públicas no quadro de políticas autónomas de raiz microeconómica; ao alargar os limites dimensionais das operações de fusão e concen- tração de empresas à escala europeia, aumentou o carácter centrípeto das suas regiões centrais, onde aliás estão as bases produtivas mais impor- tantes dessas mesmas empresas. A política social europeia é ainda uma promessa não cumprida, tanto ao nível do seu conteúdo como do grau do seu enforcement e que tem contado com a oposição sistemática de alguns Estado-membros, em especial o RU, não con- tribuindo, assim, como é objectivo seu, para a coesão social na Europa. Vemos assim que as externalidades desta dife- rentes políticas sobre os objectivos da coesão não parecem ser significativas. Resta saber se a políti- ca monetária comum acentuará, ou diminuirá, as divergências entre o centro e as regiões periféri- cas da UEM, se não se evoluir para mecanismos redistributivos entre regiões, o que só se afigura possível com um reforço muito significativo do orçamento comunitário, no quadro de um ten- dencial federalismo fiscal.
  • 16.
  • 17. 17 E stá generalizada a ideia, que parece real, de que Portugal como sistema económico e social tem uma eficiência que está àquem da sua fronteira de possibilidades de produção. A este propósito, do nosso ponto de vista, são dois os grandes desafios que se colocam a Portugal como região periférica da UEM, para tirar pleno partido das oportunidades que se abrem com a criação do Euro: a elevação do seu potencial endógeno de desenvolvimento enquanto região única; a redução da sua distância física, mas sobretudo psicológica e cultural, face ao centro europeu. Nesta aproximação, o seu reposiciona- mento Ibérico parece ser instrumental. Como referimos, Portugal, à semelhança de ou- tros países é um espaço económico fortemente hierarquizado que comporta em si mesmo várias sub-regiões periféricas. Duas metrópoles - a grande Lisboa e o grande Porto - e a faixa litoral situada entre elas e/ou na sua área de influência mais próxima exercem uma atracção irresistível sobre o resto do país. O seu potencial endógeno é, no entanto, fortemente limitado pelo fraco grau de integração do espaço produtivo e mercantil nacional. Uma matriz de fluxos inter-regionais - capitais, bens e serviços, pessoas, etc. - ilustraria o carácter economicamente pouco integrado do nosso espaço nacional. Políticas públicas orien- tadas para esta integração – infra-estruturas e redes de transporte e comunicações, plataformas logísticas, terminais multimodais, flexibilização do mercado de habitação para permitir uma maior mobilidade do capital humano, etc. - são fortemente instrumentais em relação à elevação do potencial económico endógeno do país como região da Europa. No mesmo plano se situará uma desconcentração significativa de algumas funções da Administração Central para a Administração Regional e Local. Instrumental da elevação do potencial endógeno de desenvolvimento do país é, também, a melho- ria generalizada do serviço público aos cidadãos em geral e aos agentes económicos em particular. Deste ponto de vista, da consensualização: •da necessidade de melhorar drasticamente o funcionamento dos tribunais, • da urgência de uma reforma fiscal no sentido de uma maior equidade e eficiência, •de uma maior qualidade dos serviços de saúde, • do imperativo em aumentar a qualidade do capital humano – na era moderna a mais deter- minante força criadora de riqueza – dignifican- do a escola e os seus professores em todos os escalões de ensino, • da tão falada fragilidade das relações entre o SCTN e as empresas - de que naturalmente estas fazem parte – que é urgente intensificar, há que passar à acção, pondo interesses colec- tivos acima de interesses parcelares, de tão evi- dente ser a necessidade destas reformas para o nosso futuro colectivo. A consciência da cidada- nia gerada pela vivência em democracia e pelo efeito de contágio decorrente do reencontro dos portugueses com a Europa, a perda da condição de monopólio por parte do Estado ao nível de algumas das funções tradicionais, decorrente da globalização de que a integração europeia é uma manifestação, a desconcentração de funções e serviços – no quadro da regionalização ou fora dela – que as periferias da grande Lisboa e o grande Porto reivindicam, em conjunto, tudo aponta para o imperativo de melhor Estado, agora que o Pacto de Estabilidade Económica impõe moderação nas despesas públicas e a tendência para a harmonização fiscal obrigará à redução da taxa marginal de alguns impostos. No domínio das políticas micro-económicas, há que continuar com o fomento do grande objecti- vo da competitividade e da internacionalização das empresas portuguesas, propiciando a sua integração em espaços económicos mais alarga- dos, em particular o espaço Ibérico e o espaço europeu. O fomento da internacionalização das 5. Portugal como região periférica da UEM e o papel das políticas públicas nacionais
  • 18. 18 empresas será tanto mais bem sucedido quanto mais sólidas forem as suas vantagens competiti- vas de base doméstica e ao dinamismo dos sub- sistemas económicos regionais e/ou subregionais em que as mesmas se encontram inseridas. Na perspectiva, advogamos uma dimensão regional para as políticas dirigidas para o fomento da com- petitividade, fomentando as virtualidades do con- ceito marshaliano de distrito industrial. Ser menos periférico em relação ao centro da Europa, significa também melhorar as vias físicas de penetração na Espanha, sem voltar as costa aos portos e ao mar, a melhor via de transporte para certo tipo de mercadorias, e porta de entra- da e saída certa em todas as contingências. Significa também olhar para a Espanha como um parceiro privilegiado, não só do ponto de vista do comércio – como já é - mas também do investi- mento internacional. Fazer da Espanha a platafor- ma produtiva de algumas das nossas empresas e de Portugal a plataforma produtiva de algumas empresas espanholas, aumentando a comple- mentaridade das duas economias Ibéricas, é uma via privilegiada de aproximação de Portugal ao centro da Europa. A nossa aproximação à Europa não é apenas uma questão de kms e de redução de tempo. É tam- bém, e sobretudo, uma questão de imagem e de atitude. A imagem global de Portugal na Europa, se já não é aquela que foi forjada pela emigração dos anos 60 e pelo turismo sol e praia, tem que ir além da imagem do aluno aplicado e bem com- portado. Temos, por isso, que reconstruir a imagem do país no sentido da modernidade. Para isso é necessário trabalharmos o sentimento da auto-confiança. O sucesso é cumulativo e gera- dor de confiança pelo que, da leitura dos suces- sos recentes da nossa democracia e da nossa economia, tudo indica estarmos no bom cami- nho. Termos atingido, com sucesso, os critérios de convergência nominal para sermos membros do clube Euro fez bem ao ego nacional. Importa continuar no caminho das realizações, para que os benefícios da convergência real venham a estar rapidamente ao alcance de todos os por- tugueses.
  • 19. 19 Fynes,Brian e Ennis,Sean (1997) – “Peripherality: Concepts, Issues and Alternative Frameworks”, in Fynes,Brian e Ennis,Sean editors – Competing From The Perifhery, The Drien Press, 1997 Búrca, Seán de ( 1997) – “Core-Peripheral Relations as the Nexus in World Trade Trends“, in Fynes,Brian e Ennis,Sean editors – Competing From The Perifhery, The Drien Press, 1997 O´Donnell, Rory ( 1997) – “The Competitive Advantage of Periferal Regions: Conceptual, Issues and Research Approaches”, in Fynes,Brian e Ennis,Sean editors – Competing From The Perifhery, The Drien Press, 1997 Tomaney, John e Pike, Andy ( 1997) – “The Imapact of European Union Policy on Peripheral Regions“, in Fynes,Brian e Ennis,Sean editors – Competing From The Perifhery, The Drien Press, 1997 McKinnon, Alan (1997) – “Logistics, Peripherality and Manufacturing Competitiveness“, in Fynes,Brian e Ennis,Sean editors – Competing From The Perifhery, The Drien Press, 1997 Ryan, Paul A. (1997) – “Industrial Markets and Neo- Modern Productions: the View from the Edge“, in Fynes, Brian e Ennis,Sean editors – Competing From The Perifhery, The Drien Press, 1997 McDermott, Kenneth (1997) – “Competing from the Southern Europe: the case of Portugal“, in Fynes,Brian e Ennis, Sean editors – Competing From The Perifhery, The Drien Press, 1997 Michalet, Charles-Albert (1990) – “Où en est la notion d`Economie Mondiale“, in Humbert, Marc, editeur – Investissement International et Dynamique de l`Économie Mondiale, Economica, 1990 Humber, Marc (1990) – “Le Concept de Système Industriel Mondiale“, in Humbert, Marc, editeur – Investissement International et Dynamique de l`Économie Mondiale, Economica, 1990 Lafay, Gerard ( 1990) – “Nations et Entreprises dans l`Economie Mondiale”, in Humbert, Marc, editeur – Investissement International et Dynamique de l`Économie Mondiale, Economica, 1990 Muchielli, Jean-Louis ( 1990) – “Avantages Compétitifs, Comparatifs et Stratégiques dans la Théorie des Firms Multinationales”, in Humbert, Marc, editeur – Investissement International et Dynamique de l`Économie Mondiale, Economica, 1990 Burgenmeier,B. (1990) – “Les Nouvelles Formes d`Investissement International et les Stratégies des Firmes“, in Humbert, Marc, editeur – Investissement International et Dynamique de l`Économie Mondiale, Economica, 1990 6. Referências bibliográficas
  • 20.
  • 21. 21 ASEAN - Associação das Nações do Sueste Asiático CE - Comunidade Europeia EUA - Estados Unidos da América FMN - Empresas Multinacionais IDE - Investimento Directo Estrangeiro MERCOSUL - Mercado Comum do Cone Sul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai) NAFTA - Acordo Norte-Americano de Comércio Livre RU - Reino Unido SC&T - Sistema Científico e Tecnológico UEM - União Económica e Monetária 7. Lista de siglas
  • 22.
  • 23. 23 8. Documentos publicados DT 1 Nov. 96 DT 2 Dez. 96 DT 3 Jan. 97 DT 4 Mar. 97 DT 5 Maio 97 DT 6 Jun. 97 DT 7 Jul. 97 DT 8 Out.97 DT 9 Nov. 97 DT 10-98 Jan.98 DT 11-98 Mar.98 DT 12-98 Maio.98 Política de Concorrência e Política Industrial António Nogueira Leite - (Esgotado) Transformação Estrutural e Dinâmica do Emprego Paulino Teixeira - (Esgotado) Ética e Economia António Castro Guerra - (Esgotado) Padrões de Diversificação dos Grupos Empresariais Adelino Furtado - (Esgotado) Estratégias e Estruturas Industriais e o Impacto da Adesão à Comunidade Europeia António Brandão, Alberto Castro e Helder de Vasconcelos - (Esgotado) Têxteis, Vestuário, Curtumes e Calçado - Uma Visão Prospectiva João Abel de Freitas O Comércio a Retalho Português no Contexto Europeu Teresinha Duarte Com a coordenação de Julieta Estêvão Será a Globalização um Fenómeno Sustentável? Vitor Santos Turismo Português - Reflexões sobre a sua competitividade e sustentabilidade António Trindade União Europeia - Auxílios de Estado e Coesão Económica e Social - Tendências Contraditórias Maria Eugénia Pina Gomes Mário Lobo Cooperação Comercial - Uma Estratégia de Competitividade Teresinha Duarte Globalização e Competitividade - O Posicionamento das Regiões Periféricas António Castro Guerra