1. IMPORTANTE! LEIA!
O material ora apresentado, foi inicialmente produzido
para ser apresentado no
III Congresso Brasileiro de História da Educação – da SBHE,
realizado em 2004 na Pontifícia Universidade Católica – Curitiba/PR.
Porém, diante de solicitação do próprio orientador na época
julgá-lo de menor importância o mesmo foi arquivado .
Fatos posteriores no entanto vão sendo analisados e o referido trabalho foi
considerado próprio para os estudantes do Fundamental I e II e até mesmo
de estudantes de Pedagogia e História como base de pesquisas ou
de tópicos de estudos, voltando então a luz novamente
é hoje material básico para quem queira entender de
forma mais fácil a História da cidade de Sorocaba.
Este aviso é dessa forma importante e explica
o por quê do texto inicial citar o referido
Congresso da SBHEe a Universidade de Sorocaba – Uniso.
Professor Dagoberto Mebius
Sorocaba, julho de 2013
4. A geografia e antropogênese
sorocabana
•A bacia hidrográfica da região
•A depressão periférica
•As serras e morros
•Os campos de cerrados
•Os homens que aqui estavam
•Os homens que aqui chegaram
•Como ocorreu a fixação na terra
•O arraial, a primeira comunidade e suas ações
sociais
5. Macro-visão
da “linha do tempo”
•Da Pré-história até o século XVI
•Bandeirismo – 1580 a 1732
•Tropeirismo – 1733 a 1897
•Industrialização – 1875 a 1980
•A atualidade sorocabana
6. Pré-história – 4 mil anos atrás
4 mil anos atrás aproximadamente era passagem e
campo de caça de pequenos grupos nômades que
seguiam em direção ao sul do continente.
•Os rios da região provavelmente serviram de limites
para os índios – Tupis (Rio Tietê) – Tupiniquins e
Guaianazes (área inicial do altiplanalto paulista) –
Carijós (Campos Gerais/Curitiba) –Guaranis e
Guaianazes (Rio Paranapanema)
•O grande “Peabiru” ou “Caminho de São Tomé” –
bifurcação – oeste em direção a serra de Botucatu e
para o sul em direção ao Paraná
7. Bandeirantes – 1580/1732
•Heróis ou bandidos?
•Conceito – momento histórico dos fatos
•Quase 200 anos de Bandeiras e Entradas
•1580 - Início da presença do homem branco
•1733 - A expansão rumo ao sul
8. O arraial – 1580 – 1670
•1580 - Affonso Sardinha – fornos catalães e a aventura do ferro
•1589 - D. Francisco de Souza – 7° governador Geral do Brasil ordena a
criação da “villa de N.S. do Monte Serrat”
•1611 - O pelourinho muda para a “Fellipa Villa” ou Arraial de S. Felipe
•1630 - Destruição de Guairá pelos bandeirantes paulistas – os padres
Mazzeta e Masília passam por Itavuvu a caminho de Madri e Roma – irão
queixar-se ao Papa Urbano VIII da crueldade dos paulista de Sorocaba.
•André Fernandes – Santana de Parnaíba, Domingos Fernandes – Itu,
Baltazar Fernandes - Sorocaba – filhos de Manuel Fernandes e Suzana Dias
– neta de João Ramalho e Bartira
•Fusão de famílias castelhanas em Guairá (Paraguai)– Zuñega e Fernandes
•Família de Baltazar Fernandes
1ª esposa: Maria de Riquelme de Gusmon – faleceu no Guairá
2ª esposa: Isabel de Proença – faleceu em Sorocaba
•1641 – a mudança para o local onde surgiria o arraial de Sorocaba
•1654 – a transferência do pelourinho da Vila de São Felipe
•1661 - o Governador da Capitanias do Sul, Salvador Correia de Sá y
Benevides autoriza a instalação da Câmara de Sorocaba
9. Bandeirantes sorocabanos - 1733
•Nos confins dos “certoins desconhecidos”
os primeiros sorocabanos deixam suas mulheres no “arraial” e
saem em “estrepulias” a caçar índios, descobrindo ouro
e fundando cidades.
10. Os Moreira Cabral
•Paschoal Moreira Cabral – o velho, vindo de Santana do
Parnaiba recebe terras de Baltazar, nos altos da Serra de
São Francisco e estabelece sua sede onde hoje está a
fábrica de cimento em Santa Helena - Votorantin.
•Participou ativamente das investidas ao sul no preamento
de índios e destruição de “Reduciones del sur”
•Paschoal Moreira Cabral – o filho, nasceu em Santa
Helena e com André de Zuñega foi um grande caçador de
índios. Em 1715 descobre ouro as margens do rio Coxipó-
Mirim e 1719 funda o arraial de Forquilha no Mato
Grosso
11. Os irmãos Sutil de Oliveira
Sebastião Sutil de Oliveira – explorou a região do sertão bravio da
alta Araraquara e grande parte do oeste do estado de São Paulo.
•Miguel Sutil de Oliveira – Fundador da cidade de Cuiabá – foi o
mais ricos de todos os bandeirantes, morreu pobre numa
choupana onde hoje é a Vila Barão.
12. A “feroz” família Maciel
•João Antunes Maciel – estabelece uma fazenda nos campos do
Pirapora pouco antes de chegar ao rio Sarapuí, ali nascem seus cinco
filhos. Tinham fama de guerreiros e “mui honrada palavra”.
•Miguel – Depois de participar de duas bandeiras vai lutar contra os
índios Paiaguás em 1725 e encontra a morte. Tinha menos de 16 anos.
•João – honrando a palavra dada, luta contra os paulistas na Guerra
dos Emboabas, nunca mais voltará tendo caído morto no rio das
Mortes.
•Gabriel – planejou abrir uma estrada ligando Sorocaba ao rio Paraná
– Esteve nos combates contra os Paiaguás e descobriu diamantes no rio
Paraguai, foi Capitão-mor de Sorocaba, onde faleceu em 1734
•Antônio – eufórico com a descoberta entra aos berros na pequena
“villa de São Paulo”: Ouro! Ouro! Para quem quiser! A notícia deixa a
“villa” as moscas, somente velhos e doentes e algumas mulheres ficam
em São Paulo. Foi o caos!
•Felipe –caçou índios Parecis e lutou na guerra contra os Paiaguás.
13. Os Paes de Barros e os outros
•Arthur e Fernão Paes de Barros - fundam em 1734 Vila Bela do Mato
Grosso – hoje patrimônio Cultural da Humanidade. Por ela, abriu-se o
caminho para a conquista da Amazônia e a ligação do norte com sul do
Brasil.
•Braz Esteves Leme – Era mameluco, depois de “correrias pelos
sertões” caçando índios, se estabelece com sua fazenda de escravos
vermelhos nos campos do Itapeva (serra de São Francisco, onde hoje
está o bairro do Carafá). Teve seis filhos legítimos e catorze ilegítimos
com suas escrava índias carijós.
•Manoel Correia – procurou e encontrou ouro no Araguaia. Voltando a
Sorocaba fez com o primeiro ouro de Goiás, uma coroazinha para a
imagem de N.S. do Pilar que ficava no mosteiro de São Bento. Esse
raro tesouro encontra-se “perdido”.
14. A única monção sorocabana
1727 – O comerciante João Antunes Cabral Camelo, parte
de Sorocaba e chega a Cuiabá depois de 9 meses de
peripécias e aventuras.
•1730, no retorno ocorre a trágica emboscada dos índios
Paiaguás, onde morre entre outros o ouvidor-real Antônio
Lanhas Peixoto. Esse episódio vai dar origem a guerra de
extermínio dos índios Paiaguás no qual a família Maciel
tanto se empenhou. A atitude de vingança da família
Maciel contra os índios foi levada ao extremo. Um de seus
filhos adolescente morre em combate.
15. “...homens do mato e gentes da
villa de Sorocaba em guerra
contra os castelhanos...”
•Braz Mendes Paes, veio para Sorocaba em 1682 de onde
parte com sua bandeira para os sertões de Vacaria - RS, com
ele o ituano Pedro Leme da Silva, que por ser caolho era
chamado de “Torto”. Próximo aos Campos Gerais se
defrontam com os espanhóis que exigem que os mesmos
reconheçam aquelas terras como do rei de Espanha. Não o
fazem e mesmo estando em número inferior, os bandeirantes
vencem a guarnição espanhola, cujo comandante ao se retirar
diz: - “Mirem el tuerto!”, ao que acrescenta Pedro Leme em
voz alta: “...y coxo tambien!”
16. Declínio do ciclo bandeirantista...
•As tropas estão chegando...são bois, vacas, cavalos, mulas e um
bando de peões.
•De 1733 a 1897 – um “capitalismo” meio caipira dá início ao
ciclo tropeiro.
•Sorocabano não é tropeiro e Sorocaba não é uma cidade
tropeira! É na verdade um “grande entreposto”!
•1733 – Cristovão Pereira de Abreu passa pela vila de Sorocaba
alvoroçando a quietude e a apatia do arraial.
•Correria de pessoas para ver o inusitado arranchamento nas
margens do rio Sorocaba para se abastecerem de água e
suprimentos
•O sorocabano continua na sua lavoura... mas a “villa” é sede das
famosas, barulhentas e mal cheirosas “Feiras de Muares”.
17. 1750 - Marco oficial do ciclo
econômico tropeiro
•Com a instalação do primeiro registro de muares, a “villa” de
Sorocaba passa a viver em função dele, com a produção
artesanal e caseira de arreios, facões, redes, comidas, vida
artística... mas pouco intelectual.
•Estabelecido o comércio interno, a vila começa a se modificar
em função dos comerciantes que antes eram temporários e
agora passam a se fixar na vila
•A arquitetura e o urbanismo da vila passa por modificações
•Desenvolve-se a lavoura canavieira e algodoeira
•O século XVIII está terminando
18. O século XIX começa com um fato que
muda a vida da Colônia
•Até então nem sabíamos que éramos brasileiros!
•O Bloqueio Continental por Napoleão, traz a família Real para o Brasil – Somos
elevados a Reino Unido em 1808.
•Em 1810, D. João, o príncipe regente determina a construção - do Real
Estabelecimento Montanístico das Minas de Ferro de São João do Ipanema , a
Fábrica de Ferro de Ipanema - nossa primeira grande indústria – o primeiro
investimento de capital misto também no Brasil.
•As primeiras escolas e um grande mestre: O Professor Toledo e o “Collégio do
Lageado”.
•Outros empreendimentos virão em razão de algumas novidades. A Guerra de
Secessão nos Estados Unidos – 1860/1865 – exportamos algodão para a Inglaterra.
•Poucos escravos e libertados bem antes da Lei Áurea. Somos irmãos!
•Surge a máquina a vapor e as locomotivas – O sorocabano começa a ter pressa -
Mailasky e outros fundam a União Sorocabana de Estradas de Ferro em 1876.
•O ciclo tropeiro está em franco declínio. Em 1897 realiza-se a última e derradeira
feira sem muito interesse.
•A gênese sorocabana estava formada.
19. Século XX – O interior é aqui!
•O século das grandes transformações.
•O mundo está em transformação. O homem agora anda de rodas e faz
fumaça. Alguns até voam!
•Como a maioria das cidades interioranas no Brasil, Sorocaba tem uma
agricultura rudimentar, suas indústrias familiares empregam um enorme
contingente de imigrantes italianos, espanhóis... Mas pouca gente da terra.
•Mas um evento avassalador está por vir – ¼ da população da cidade
sucumbe a peste ou gripe espanhola nos anos de 1917 a 1918.
•Somente após os anos 30 , Sorocaba começa novamente a figurar nas
estatísticas de produção e nos anos 70 tem sua maior e mais significativa
transformação como cidade industrial.
•Sorocaba atualmente é sede de um grande número de indústrias de ponta
e conhecida internacionalmente. Somos “high-tec” - nada de poluição!
•A qualidade de vida de seus habitantes é considerada de boa para
excelente, apesar dos muitos problemas sociais, culturais e urbanos ainda
aguardarem uma solução.
20. O século XXI já começou!
•Qual será a previsão para a cidade de Sorocaba para este
século novinho em folha!
•Apesar de considerada como cidade histórica não preservou
nada de suas construções e tão pouco guardou seus locais
históricos. É uma cidade sem memória.
•Seus museus permanecem caóticos e mal administrados.
Não temos teatros e as bibliotecas públicas são insipientes.
Não temos um Sistema de Arquivo Municipal.
•E a história não pára.
•Quem estará pronto para reunir a grande memória
sorocabana e suas raízes e dar-lhe o devido valor?
•Alguém se habilita? Será que nossa população universitária
estará disposta e pronta para esse trabalho?
•Fica o desafio a essa nova “gene” sorocabana!
21. BIBLIOGRAFIA E FONTES
História de Sorocaba
No Tempo dos Bandeirantes
Cadernos de Arqueologia
História da Siderurgia de São Paulo
Minhas Memórias
Um Educador de Outrora
A Pré História Brasileira
O Indígena no Vale do Paraíba
O Esconderijo do Sol
História da Fábrica de Ipanema
Cartilha de História de Sorocaba para Crianças
Professor Toledo e o Colégio do Lageado
Cartas Tropeiras
Arquivo da Marinha e Ultramar
Cadernos da Academia Sorocabana de Letras
Aluísio de Almeida
Belmonte
Francis Celoria
Jesuino Felicíssimo Junior
Francisco Gaspar
João Lourenço Rodrigues
Josué de Camargo Mendes
Paulo Pereira dos Reis
José Monteiro Salazar
Nicolau Pereira de Campos Vergueiro
Dagoberto Mebius
Dagoberto Mebius
Dagoberto Mebius
Portugal
Sorocaba
22. Dagoberto Mebius é professor e pesquisador de História – nascido
em São Paulo, radicou-se em Sorocaba em fins de 1970, mas passou
grande parte de sua vida em contato com Sorocaba ,
pois é filho de mãe e neto de sorocabanos.
É também ilustrador e tem feito um trabalho de preservação da
Memória sorocabana
através de desenhos em bico-de-pena e
de uma Cartilha elaborada exclusivamente
para alunos do ensino fundamental I.
Como psicopedagogo clínico atua na área do desenvolvimento das
habilidades situada no brincar. Esta atividade soma-se as oficinas
de experimentos e iniciação científica para crianças.
Por mais de 40 anos tem se dedicado a educação por acreditar que
esta é uma das ferramentas necessárias para fazer um Brasil Novo.
Contatos podem ser feitos através do e.mail :
dagmebius@hotmail.com .