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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

                     ENGENHARIA CIVIL




                       PAULO RAMOS




  ANÁLISE DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES –
QUASE ACIDENTE – E A VIABILIDADE DA APLICAÇÃO DIRETA NA
          CONSTRUÇÃO CIVIL – ESTUDO DE CASO




                CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2009
PAULO RAMOS




  ANÁLISE DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES –
QUASE ACIDENTE – E A VIABILIDADE DA APLICAÇÃO DIRETA NA
          CONSTRUÇÃO CIVIL – ESTUDO DE CASO




                            Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado
                            para obtenção do grau de Engenheiro Civil no
                            curso de Engenharia Civil da Universidade do
                            Extremo Sul Catarinense, UNESC.

                            Orientador: Prof. Msc. Clovis Norberto Savi




                CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2009
PAULO RAMOS




  ANÁLISE DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – QUASE
ACIDENTE – E A VIABILIDADE DA APLICAÇÃO DIRETA NA CONSTRUÇÃO
                      CIVIL – ESTUDO DE CASO




                                   Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado pela
                                   Banca Examinadora para obtenção do Grau de
                                   Engenheiro Civil no curso de Engenharia Civil da
                                   Universidade do Extremo Sul Catarinense,
                                   UNESC, com linha de Pesquisa em Segurança do
                                   Trabalho.




                 Criciúma, 09 de Dezembro de 2009.




                       BANCA EXAMINADORA




       _______________________________________________
       Prof º Clovis Norberto Savi – Mestre – UNESC – Orientador



        _______________________________________________
        Prof ª. Ângela Costa Piccinini – Mestre – UNESC – Banca



        _______________________________________________
          Prof º. Edson Luiz da Silva – Mestre – UNESC - Banca
5




    •   Dedico este trabalho aos meus pais e meu irmão
        que sempre me apoiaram e me ajudaram estando
        ao meu lado em todos os momentos.
    •   À minha noiva pelas palavras de ânimo e apoio
        constante.
6

                               AGRADECIMENTOS



•   À DEUS por ser a razão da minha vida, pela ajuda em todos os momentos, por
ser o meu melhor amigo.
•   Aos meus familiares, Pai, Mãe, meu irmão (Andy) e Tia Vanda que me ajudaram
com muito amor, carinho, respeito, paciência, incentivo.
•   À minha noiva Samanta que com suas palavras de ânimo, amor, carinho me
ajudaram a chegar até aqui com muito sucesso.
•   Ao meu orientador Prof º Clovis pela motivação e apoio para a realização deste
trabalho e sempre disponível para as orientações.
•   À BUNGE FERTILIZANTES S.A por disponibilizar a empresa para a realização
da pesquisa deste trabalho, assim como a atenção e ajuda de todos funcionários do
setor de Segurança do Trabalho, RH, Manutenção, Mina, à Gerencia Industrial e a
todos que me ajudaram.
•   Aos colegas de faculdade que estiveram ao meu lado com incentivo,
companheirismo até chegar ao dia tão esperado da formatura.
7

                                         LISTA DE ILUSTRAÇÃO




FIGURA 1: Placa de aviso.........................................................................................44
FIGURA 2: Fita sinalizadora.................................................................................... ..44
FIGURA 3: Corrente de sinalização...........................................................................44
FIGURA 4: Cone de sinalização..................................... ..........................................45
FIGURA 5: Plataforma de proteção...........................................................................46
FIGURA 6: Detalhes da plataforma de proteção.............................................. .........46
FIGURA 7: Guarda corpo de laje ..............................................................................47
FIGURA 8: Protetor para poço de elevador ..............................................................48
FIGURA 9: Tela fechadeiro........................................................................... ............49
FIGURA 10: Tela leve ................................................. .............................................49
FIGURA 11: Tela tapume ................................................. ........................................50
FIGURA 12: Capacete tipo aba frontal......................................................................53
FIGURA 13: Capacete tipo aba total................................................. ........................53
FIGURA 14: Capacete tipo aba frontal com viseira...................................................54
FIGURA 15: Capacete tipo aba frontal com protetor tipo concha..................... ........54
FIGURA 16: Óculos de segurança para proteção com lente incolo.................... ......55
FIGURA 17: Óculos de segurança para proteção com lente de tonalidade escura ..55
FIGURA 18: Óculos de segurança para proteção tipo ampla visão..........................56
FIGURA 19: Protetor auditivo tipo concha ................................................................57
FIGURA 20: Protetor auditivo tipo inserção (Plug)....................................................57
FIGURA 21: Respirador purificador de ar (descartável) ...........................................58
FIGURA 22: Respirador purificador de ar (com filtro)................................................58
FIGURA 23: Respirador purificador de ar com filtro (descartável)............................ 59
FIGURA 24: Luva de proteção tipo vaqueta..............................................................60
FIGURA 25: Luva de proteção de algodão ...............................................................60
FIGURA 26:Luva de proteção emborrachada..................................... ......................60
FIGURA 27:Luva de proteção de latex .......................................................... ...........61
FIGURA 28:Luva de proteção de PVC cano longo................................... ................61
FIGURA 29:Luva de proteção de raspa.................... ................................................61
FIGURA 30: Cinturão de segurança tipo pára - quedista..................................... .....62
FIGURA 31: Dispositivo tava - quedas.................................................................. ....63
8

FIGURA 32: Botina em couro com elástico.......................................................... .....63
FIGURA 33: Sapato em couro...................................................................................64
FIGURA 34: Bota de borracha...................................................................................64
FIGURA 35: Perneira de raspa..................................................................................64
FIGURA 36:Pirâmide de Frank Bird........................................................................ ..66
FIGURA 37: Bloco de registro de quase acidente.....................................................67
FIGURA 38: Portaria central da Bunge Fertilizantes S.A.-Unidade de Cajati-SP.. ...69
FIGURA 39: Comprometimento com o registro do Quase Acidente na Bunge
Fertilizantes S.A......................... ...............................................................................74
FIGURA 40: Quadro de resultados - Gestão a vista........................................... ......75
FIGURA 41: Estatística de Acidentes na Bunge Fertilizantes-Unidade de Cajati-SP
em 2004. ...................................................................................................................77
FIGURA 42: Estatística de Acidentes na Bunge Fertilizantes-Unidade de Cajati-SP
em 2005.....................................................................................................................78
FIGURA 43: Estatística de Acidentes na Bunge Fertilizantes-Unidade de Cajati-SP
em 2008.....................................................................................................................78
FIGURA 44: Estatística dos relatos de Quase Acidente na construtora de
Criciúma-SC.. ............................................................................................................80
9

                                    RESUMO




A Bunge Fertilizantes S.A. é uma empresa que atua em todas as etapas de
produção de fertilizantes e se dedica em melhorar as condições de trabalho de seus
funcionários com a segurança do trabalho, aplicando e aperfeiçoando programas de
prevenção de acidente como o Quase Acidente. Com isso, este trabalho tem como
objetivo o estudo do programa de prevenção de acidentes - Quase Acidente - da
Bunge Fertilizantes S.A. e analisar a viabilidade da aplicação do programa na
construção civil. Após a coleta de dados estatísticos na Bunge sobre o programa, a
apresentação e a aplicação foram feitas em uma obra residencial localizada na
cidade de Araranguá/SC, de responsabilidade de uma construtora de Criciúma/SC,
onde foram coletados os relatos de Quase Acidente dos funcionários e analisados
posteriormente. Buscou-se fazer a verificação das dificuldades encontradas para a
aplicação do Quase Acidente e o interesse da construtora em aplicar este programa
em suas obras.

Palavras-chave: Segurança do trabalho, Quase Acidente, Viabilidade, Construção
Civil.
10

                                                       SUMÁRIO




1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. ..........12
2 TEMA............................................................................................................. .........13
2.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA...................................................................................13
3 PROBLEMA DE PESQUISA ...................................................................... ...........14
4 JUSTIFICATIVA......................................................................................................15
5 OBJETIVOS............................................................................................................16
5.1 Objetivo Geral....................................................................................................16
5.2 Objetivos Específicos .......................................................................................16
6 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA..............................................................................17
6.1 Acidente do Trabalho ................................................. ......................................17
6.1.1 Causas de Acidente do Trabalho ................................................. ................20
6.1.1.1 Atos Inseguros ............................................................................................20
6.1.1.2 Condições Inseguras ..................................................................................22
6.2 Segurança do Trabalho ................................................. ...................................24
6.2.1 Segurança do Trabalho na Construção Civil................................................25
6.3 Prevenção de Acidentes ...................................................................................27
6.4 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) ...................................28
6.5 Análise de Risco da Tarefa (ART) ....................................................................32
6.6 Observação de Risco no Trabalho (ORT)........................................................34
6.6.1 Procedimento da ORT....................................................................................35
6.7 Permissão de Serviço Seguro (PSS)................................................................37
6.7.1 Procedimento da PSS.....................................................................................38
6.8 Diálogo Diário de Segurança (DDS)............................. ....................................40
6.9 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)................................................. ....42
6.9.1 Tipos de EPC ..................................................................................................43
6.10 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)..................................................50
6.10.1 Tipos de EPI..................................................................................................53
6.11 Quase Acidente................................................................................................65
6.11.1 Importância do Quase Acidente para a Construção Civil......................... 68
7 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA......................... ............69
7.1 Local da Pesquisa......................... ....................................................................69
11

7.2 Técnicas de Coleta dos Dados.........................................................................70
7.3 Local da Aplicação da Pesquisa......................... .............................................71
7.4 Limitações..........................................................................................................71
8 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA..................72
8.1 A Aplicação do Quase - Acidente na Bunge Fertilizantes S.A.......................72
8.2 Resultados dos Registros na Bunge Fertilizantes S.A......................... .........76
8.3 A aplicação do Quase Acidente na construtora de Criciúma-SC e os
resultados ................................................................................................................79
9 CONCLUSÃO.........................................................................................................82
REFERÊNCIAS........................................................................... ..............................83
ANEXO 1 - Exemplo da ART (Análise de Risco da Tarefa).................................. 85
ANEXO 2 - Modelo da ORT (Observação de Risco no Trabalho).........................89
ANEXO 2 - Modelo da PSS (Permissão de Serviço Seguro)................................91
ANEXO 4 - Modelo de DDS (Diálogo Diário de Segurança).............................. ...93
ANEXO 5 - Quadro Indicativo de EPI por Função............................................. ....95
ANEXO 6 - Acompanhamento de Pendências do Quase Acidente Na Bunge
Fertilizantes ..............................................................................................................97
ANEXO 7 - Matriz de Risco para os Procedimentos de SSO e PPRA................102
ANEXO 8 - Exemplos de Registros de Quase Acidente na Bunge Fertilizantes
S.A. no Mês de Maio/2009.................................................................................... .105
ANEXO 9 - Resultados da Aplicação do Quase Acidente na Bunge Fertilizantes
S.A. - Unidade de Cajati/SP................................................................................... 110
ANEXO 10 - Exemplos de Registro de Quase Acidente da Construtora de
Criciúma/SC na obra de Araranguá/SC nos Meses de Agosto, Setembro e
Outubro de 2009.....................................................................................................117
12



1 INTRODUÇÃO




          Na indústria da construção civil pode ser constatado um grande número
de acidentes, esse número vem crescendo a cada ano. Podemos observar alguns
dos principais fatores determinantes para esse fato ocorrer, como a rotatividade da
mão de obra que também está sem qualificação e sem treinamento de segurança e
um dos principais fatores é a falta de cultura dos funcionários quanto à utilização e
treinamento do uso correto dos EPI’s.
          Segundo dados do Ministério da Previdência Social do ano de 2008,
ocorreram 688 mil acidentes de trabalho, sendo 281 mil com afastamento superior a
15 dias e 2804 acidentes com morte. Um dado impressionante é uma média de 31
trabalhadores/dia que não retornaram ao trabalho devido a invalidez ou morte.
          Esse número que a cada ano assusta a sociedade pode ser reduzido,
pois nos dias atuais temos a tecnologia a nosso favor para proporcionar meios,
técnicas, ações para a redução dos acidentes.
          A solução para essa redução é encontrada na prevenção do acidente,
com essa ação podemos reduzir quase a zero o número de acidentes. Uma
ferramenta de prevenção é o quase-acidente, pouco utilizada na indústria da
construção civil, mas bem aplicada em outros setores das indústrias.
          Diante desse quadro, será feito um estudo da aplicação da ferramenta de
prevenção de acidentes o quase-acidente em uma indústria, a Bunge - Nutrição
Animal, onde a aplicação do quase-acidente é muito bem implantada e iremos
verificar através de resultados na redução de acidentes. Mediante a esses
resultados e métodos de aplicação será feito um estudo da viabilidade, dificuldades
e resultado da aplicação desta ferramenta de prevenção de acidente o quase-
acidente na construção civil.
13



2 TEMA




          A prevenção de acidente do trabalho aplicado no canteiro de obra.



2.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA




          Análise do programa de prevenção de acidentes – Quase Acidente – e a
viabilidade da aplicação direta na construção civil. Estudo de caso.
14



3 PROBLEMA DE PESQUISA



          A indústria da construção civil destaca-se por apresentar uma grande
diversidade de risco, em virtude das condições de trabalho e dos aspectos
específicos de cada país, região ou localidade. A taxa de acidentes de trabalho
nessa área é elevada, geralmente classificados como graves ou fatais; resultante de
um ambiente de trabalho onde se encontram riscos ocupacionais. Diante do exposto
o problema de pesquisa se volta para o seguinte questionamento: Com a
implantação do programa de prevenção de acidentes – Quase Acidente – na
construção civil será possível aplicar esse programa para poder diminuir os
acidentes?
15



4 JUSTIFICATIVA




          A construção civil vem crescendo a cada ano com inovações
tecnológicas, aplicação de novos métodos construtivos para facilitar e tornar a
construção mais rápida e fácil de executar.
          Com obras cada vez maiores e mais complexas há sempre estudos e
treinamento do funcionário para minimizar o desperdício de material e mão-de-obra,
isso é muito importante para a empresa e principalmente para o meio ambiente, mas
não é o suficiente para o funcionário que por muitas vezes se envolve em acidentes
por falta de equipamentos de proteção individual, treinamento e informação.
          A maioria desses acidentes poderiam ser evitados se as empresas
desenvolvessem em seus canteiros de obra programas de segurança do trabalho,
além de dar treinamento a seus operários e acompanhá-los em seus serviços.
          Diante desse quadro, ao longo desse trabalho será apresentado o
desenvolvimento e aplicação direta do programa de prevenção Quase Acidente, pois
através da prevenção podemos evitar vários acidentes.
16



5 OBJETIVOS



5.1 Objetivo Geral:




          Analisar e implementar o programa de prevenção de acidentes – Quase
Acidente - na construção civil, seguindo-se as recomendações da Norma
regulamentadora brasileira de Segurança e Medicina do Trabalho a NR-18
(condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção).




5.2 Objetivos Específicos:




   •   Implantar um programa de prevenção de acidentes no canteiro de obra;
   •   Estabelecer medidas de proteção e prevenção para os riscos que derivam do
       processo de execução da obra;
   •   Desenvolver técnicas que reduzam os riscos de acidentes, assegurando a
       integridade e a saúde dos trabalhadores;
   •   Designar atribuições, responsabilidades e autoridade ao pessoal responsável
       pela segurança e saúde ocupacional.
17



6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA




6.1 Acidente do Trabalho




           O conceito definido pela lei 8.213, de 24 de julho de 1991, da Previdência
Social determina, em seu Capitulo II, Seção I, artigo 19, segundo Piza (1997,p.7):


                      Acidente do Trabalho é o que ocorre no exercício do trabalho a serviço da
                      empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII
                      do artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional
                      que cause a morte ou perda ou ainda a redução permanente ou temporal da
                      capacidade para o trabalho.


           Mas o acidente não pode ser tratado quando apenas há ferimentos, morte
ou lesão pode ocorrer quando não houver essas causas, como exemplo a queda de
energia elétrica, furo no pneu, etc.
           Também de acordo com a lei, o acidente do trabalho é considerado
quando ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa de acordo com as
seguintes circunstâncias, conforme De Cicco (1982,p.2):


                       • Doenças profissionais ou do trabalho: aquelas que são adquiridas em
                       determinados ramos de atividade e que são resultantes das condições
                       especiais em que o trabalho é realizado;
                       • Qualquer tipo de lesão, quando ocorre: no local e no horário de trabalho
                       e quando o caminho ou na volta do trabalho; fora dos limites da empresa e
                       fora do horário de trabalho; fora do local da empresa, mas em função do
                       trabalho.


           Podemos verificar que o conceito de acidente é muito amplo e não é
limitado apenas no local de trabalho, mas também abrangendo o trajeto e os
ocorridos em função do trabalho.
           Com a preocupação que as empresas estão com relação à segurança do
trabalho, o acidente é um fato que nenhuma gostaria de presenciar e vivenciar,
devido as várias preocupações legais que podem repercutir a empresa, outro fato é
o custo que o acidente gera.
18



           Os acidentes devem ser evitados em todas as empresas, seja qual for o
ramo de trabalho ou o tamanho desta, pois o acidente pode ocorrer em todos os
lugares.
           Podemos verificar os prejuízos decorrentes do acidente para o
empregado como o aspecto humano de acordo com (Zocchio,2002) um dos
aspectos que costumam estar em mais evidência nos acidentes de trabalho quando
destes resulta alguma vítima. A preocupação do empregado é no retorno ao trabalho
depois de um período de afastamento seja ele longo ou curto, como mostra Zocchio
(2002,p.80):


                       Vítima da incapacidade parcial, o mutilado, embora voltando a trabalhar,
                       poderá sentir-se inferiorizado diante dos demais ou se sentir piedosamente
                       aceito pela empresa e pouco útil para o trabalho. Isso ocorre quando não
                       recebe apoio moral necessário após o acidente ou não lhe é propiciada
                       uma reintegração psicológica adequada ao trabalho. Pode, mesmo, vir a
                       representar problemas para a própria segurança do trabalho.


           Outro aspecto importante é o social, onde muitas empresas preocupadas
com o funcionário acidentado fornecem a completa assistência social, psicológica,
apoio moral e material tanto ao empregado como a família, por muitas vezes até a
reintegração ao trabalho, essas empresas são dignas de elogios. Essa não é a
realidade da maioria das empresas que não dão a devida importância ao
empregado, assim o dispensando da empresa após o tempo de afastamento
deixando a família e o empregado em uma situação terrível de viver dignamente.
Sem esse apoio as famílias passam por muitas necessidades, de acordo com
Zocchio (2002,p.81):


                       Muitas vítimas de acidentes sofrem, temporária ou permanentemente,
                       redução de vencimentos que obriga a família a baixar repentinamente o
                       padrão de vida, a proceder a cortes no orçamento, a privar-se de coisas até
                       então usuais, fatos que ferem profundamente a felicidade de indivíduos e de
                       famílias. Apesar da justiça que se pretende imprimir com o pagamento de
                       indenizações às vítimas ou seus familiares, o valor indenizatório jamais
                       compensa os danos físicos ou funcionais das vítimas, e muito menos os
                       repara.

           O aspecto social da empresa não deve ser restrito somente ao RH
(Recursos Humanos) da empresa, também deve ser de responsabilidade da
segurança do trabalho de prevenir os acidentes algo muito mais importante do que
assistir as vítimas de acidentes do trabalho.
19



          Um dos piores problemas a serem enfrentados pelo funcionário
acidentado e principalmente pela empresa é o aspecto econômico, segundo
(Zocchio,2002) onde a empresa nem sempre percebe esse lado negativo do
infortúnio do trabalho, embora seja ela inicialmente a mais afetada.
          O empregado acidentado recebe muitas vezes o auxilio dentro do previsto
por lei, mas dependendo do acidente este pode até ficar inválido, assim diminuindo a
renda familiar, pois apesar da previdência social amparar legalmente o acidentado,
ele não recebe o que antes recebia da empresa.
          Todas as empresas têm condições e fazem orçamentos das despesas, do
serviço, material, mão-de-obra, impostos, etc. Mas o cálculo para o custo dos
acidentes ocorridos na empresa não são contabilizados, o que gera no final um
prejuízo para a empresa. Por muitas vezes apenas consideram a taxa de seguro
paga a previdência social, as diárias pagas aos acidentados até o décimo quinto dia
de afastamento, esse seria o custo direto do acidente, o que seria um parcela
pequena quando temos os custos indiretos.
          Os custos indiretos para a empresa segundo De Cicco (1982,p.5):


                    • Salários pagos durante o tempo perdido por outros trabalhadores que não o
                    acidentado: em geral, após o acidente, por menor que seja, os companheiros
                    do acidentado deixam de produzir durante certo tempo, seja para socorre-lo,
                    seja para comentar o ocorrido, seja por curiosidade, ou porque necessitam
                    da ajuda do acidentado para a execução de sua tarefa, ou a máquina em que
                    operavam ficou danificada no acidente;
                    • Salários adicionais pagos por trabalhos em horas extras: em virtude do
                    acidente, atrasos na execução da obra podem exigir trabalhos em horas
                    extraordinárias, representando um adicional de 20% sobre o salário
                    correspondente ao horário normal de trabalho;
                    • Salários pagos a funcionários, durante o tempo gasto na investigação do
                    acidente;
                    • Diminuição da eficiência do acidentado de volta ao serviço produz menos
                    (por receio de sofrer novo acidente, por desambientação, por falta de
                    treinamento muscular, etc.). Em qualquer dos casos, a empresa pagará o
                    mesmo salário para um trabalhador produzindo menos, o que representa,
                    portanto, um outro custo adicional;
                    • Custo de material ou equipamento danificado no acidente;
                    • Multas contratuais, decorrentes de atrasos na execução da obra, devidos à
                    queda de produção resultante de acidente.



          Além de todas as interferências citadas que os acidentes podem causar a
empresa e ao funcionário podemos ainda mostrar outros aspectos negativos como a
qualidade do serviço que irá ser reduzida devido a acidentes, não somente na
qualidade final do produto, mas sim nas outras fases que antecedem a final. Algo de
20



grande importância é o prazo de entrega dos produtos, onde com a ocorrência de
acidentes estes prazos podem ser alongados e assim prejudicando a empresa.
Outro fato importante a ser tomado cuidado quanto ao prazo é a tentativa de
minimizar esse fato, mas com isso começa a aparecer outras condições de risco que
podem levar a outro acidente.



6.1.1 Causas de Acidentes do Trabalho




          Para evitar os acidentes devemos conhecer as causas, e estas ocorrem
pela soma de atos inseguros e condições inseguras. A maioria dos acidentes de
trabalho acontece por influência do homem, seja por influência do meio social, pela
personalidade, educação, entre outras características. De acordo com Zocchio
(2002,p.95):


                    Tudo se origina do homem e do meio: do homem por meio de
                    características que lhe são inerentes, fatores hereditários, sociais e de
                    educação, que são prejudiciais quando falhos; o meio, com os riscos que
                    lhe são peculiares, ou que nele são criados, e que requerem ações e
                    medidas corretas por parte do homem para que sejam controlados,
                    neutralizados e não transformem em fontes de acidentes. Assim começa a
                    seqüência de fatores, com o homem e o meio como os dois únicos fatores
                    inseparáveis de toda a série de acontecimentos que dá origem ao acidente
                    e a todas as suas indesejáveis conseqüências.


          Para causar um acidente basta as pessoas não se enquadrarem nas
condições de saúde, estado de ânimo, temperamento, preocupação, entre outras
condições.
          Para obter o conhecimento mais profundo das causas dos acidentes, será
separado em dois grupos: atos inseguros e condição insegura.




6.1.1.1 Atos Inseguros




          Os atos inseguros são definidos de acordo com (De Cicco,1882), como
causas de acidentes de trabalho que residem exclusivamente no fator humano, isto
21



é, aqueles que decorrem da execução de tarefas de forma contrária às normas de
segurança.
            Portanto, de acordo com esta definição, os atos inseguros dependem da
não observância das normas de segurança do trabalho, ou seja, depende do homem
agir de forma correta, observando seus atos e corrigir quando necessário.
            Estes atos devem ser reduzidos ao máximo, pois uma sucessão de atos
inseguros pode levar ao acidente.
            Como os atos inseguros dependem do homem, podem ser tratados
segundo Zocchio (2002), como atos conscientes, onde as pessoas sabem que estão
se expondo ao perigo; atos inconscientes, aqueles que as pessoas desconhecem o
perigo a que se expõem; atos circunstanciais, ocorre quando as pessoas podem
conhecer ou desconhecer o perigo, mas algo mais forte as leva à prática da ação
insegura.
            Para evitar os atos inseguros é necessário conhecer os motivos que levou
o funcionário a praticá-lo e trabalhar através de treinamento, palestras, etc.,
principalmente o comportamento do empregado.
            As causas dos atos inseguros devem ser identificadas em cada
funcionário para que assim possam ser tomadas as precauções e ações corretivas.
Podemos citar 3 grandes grupos de causas do ato inseguro, conforme De Cicco
(1982,p.7), explica:
                       • Inadequação entre homem e função: Alguns trabalhadores cometem atos
                       inseguros por não apresentarem aptidões necessárias para o exercício da
                       função. Um operário com movimentos excessivamente lentos poderá
                       cometer muitos atos inseguros, aparentemente por distração ou falta de
                       cuidado, mas, pode ser que a máquina que ele opere exija movimentos
                       rápidos. Este operário deve ser transferido para um tipo de trabalho
                       adequado às suas características.
                       • Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los: É
                       comum um operário praticar atos inseguros, simplesmente por não saber
                       outra forma de realizar a operação ou mesmo por desconhecer os riscos a
                       que se está expondo. Trata-se, pois, de uma exposição inconsciente ao risco.
                       • O ato inseguro pode ser sinal de desajustamento: o ato inseguro se
                       relaciona com certas condições específicas de trabalho, que influenciam o
                       desempenho do indivíduo. Incluem-se, nesta categoria, problemas de
                       relacionamento com chefia e/ou colegas, política salarial e promocional
                       imprópria, clima de insegurança com relação à manutenção do emprego, etc.
                       Tais problemas ,interferem com o desempenho do trabalhador, desviando
                       sua atenção da tarefa, expondo-o, portanto, a acidentes.


            Dependendo da área de trabalho, das empresas, podemos citar alguns
exemplos de atos inseguros, conforme segue no quadro abaixo:
22


 QUADRO 01 – Exemplos de atos inseguros e suas conseqüências.
             ATO INSEGURO                        CAUSA DO ATO INSEGURO
                                             Desconhecimento dos riscos da função
  Ficar junto ou sob cargas suspensas
                                             e/ou da forma de evitá-los
                                             Desconhecimento dos riscos da função
  Colocar parte do corpo em lugar
  perigoso                                   e/ou da forma de evitá-los
  Usar máquina sem habilitação ou            Sinal de desajustamento
  autorização
  Imprimir excesso de velocidade ou          Sinal de desajustamento
  sobrecarga
                                             Desconhecimento dos riscos da função
  Lubrificar, ajustar e limpar máquinas
  em movimento                               e/ou da forma de evitá-los
  Improvisação ou mau emprego de             Sinal de desajustamento
  ferramentas manuais
  Uso de dispositivo de segurança            Inadequação entre homem e função
  inutilizados
  Não usar proteção individual               Sinal de desajustamento
  Uso de roupas inadequadas ou               Inadequação entre homem e função
  acessórios desnecessários
  Manipulação insegura de produtos           Inadequação entre homem e função
  químicos
  Transportar ou empilhar                    Sinal de desajustamento
  inseguramente
  Fumar ou usar chamas em lugares            Sinal de desajustamento
  indevidos
  Tentativa de ganhar tempo                  Sinal de desajustamento

  Brincadeiras e exibicionismo               Sinal de desajustamento
 FONTE – Zocchio,2002




6.1.1.2 Condições Inseguras




          Condições inseguras nos locais de trabalho de acordo com Zocchio
(2002), são as que comprometem a segurança, ou seja, falhas, defeitos,
irregularidades técnicas, carência de dispositivo de segurança, desorganização, etc.
que põem em risco a integridade física e/ou a saúde das pessoas.
          Não podemos confundir condição insegura com perigo inerente, onde são
aqueles que apresentam perigo pela sua característica agressiva, como exemplo
23



claro podemos citar a corrente elétrica é um perigo inerente aos trabalhadores,
porém, não pode ser considerada condição insegura, por si só. No entanto,
instalações elétricas improvisadas, fios expostos, etc. são consideradas condições
inseguras.
             Para evitar as condições inseguras do local de trabalho à empresa tem
um papel muito importante, pois é ela através dos técnicos de segurança,
encarregados e supervisores que deve analisar essas condições antes de ocorrer o
acidente e tomar as devidas ações para corrigir, conforme relata Ribeiro Filho
(1974,p.479,480):
                      O supervisor, em contato diário com seus subordinados, está em excelente
                      posição para atuar junto a eles, a fim de que adquiram “mentalidade de
                      segurança”, evitando, assim, a prática de atos inseguros; de outro lado, é
                      responsável também pela remoção das condições inseguras existentes em
                      sua área de trabalho.


             Por muitas vezes as condições inseguras estão ligadas diretamente com
os atos inseguros, pois os funcionários verificam uma condição insegura e mesmo
assim realizam o serviço, podendo ocasionar o acidente assim classificando a
condição insegura aliada com o ato inseguro. O funcionário deve avisar a chefia das
condições de trabalho e se recusar a executar o serviço para a sua própria proteção.
             Em cada área podemos ter várias condições inseguras, abaixo algumas
das principais e de mais ocorrência de acordo com Zocchio (2002):


•    Falta de proteção em máquinas e equipamentos;
•    Proteções inadequadas ou defeituosas;
•    Deficiência em maquinaria e ferramental;
•    Falta de ordem e de limpeza;
•    Escassez de espaço;
•    Passagens perigosas;
•    Defeito nas edificações;
•    Instalações elétricas inadequadas ou defeituosas;
•    Iluminação inadequada;
•    Ventilação inadequada
•    Falta de proteção individual (EPI);
•    Falta ou falha de manutenção.
24




           Mediante a esses indicadores, as empresas podem tomar várias
providências para evitar as condições inseguras no local de trabalho. São ações
rápidas e de fácil execução que levará a redução de acidentes.




6.2 Segurança do Trabalho




           A segurança do trabalho sempre deve ter muita importância para as
empresas, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, pois o tamanho da empresa
não pode influenciar na importância da segurança. Essa importância deve ser
considerada porque por trás de qualquer máquina existe um homem trabalhando,
assim a segurança do funcionário não está ligada apenas aos ferimentos que ele
pode estar sujeito, mas há muitos outros fatores que influenciam o homem com a
falta de segurança como o aspecto social, aspectos econômicos e aspectos
humanos.
           De acordo com Zocchio ( 1980, p.17),


                     Segurança do trabalho é um conjunto de medidas técnicas, administrativas,
                     educacionais, médicas e psicológicas aplicadas para prevenir acidentes nas
                     atividades das empresas. Indispensável à consecução plena de qualquer
                     trabalho, essas medidas têm por finalidade evitar a criação de condições
                     inseguras e corrigi-las quando existentes nos locais ou meios de trabalho,
                     bem como preparar as pessoas para a prática de prevenção de acidentes.


           Algo que ocorria muito antigamente era a falta de investimento na
empresa para a área de segurança do trabalho, pois era visto como um investimento
muito alto e não era analisado o custo beneficio de uma boa política de segurança e
saúde do trabalhador. Por esse e por muitos outros motivos, que no passado o
número de acidentes era maior que o dos dias atuais. De acordo com a Revista
Proteção (1997, p. 22 e 24):


                     As empresas que não investirem em segurança e que continuarem achando
                     que isso é apenas um custo, começarão a andar na contramão da história
                     [...] Alguns itens de segurança, por exemplo, prevêem a existência de
                     equipamentos que não estão disponíveis no mercado brasileiro [...] Os
                     andaimes mais modernos do mundo não podem ser usados aqui, porque
                     não atendem nossa norma. Isso mostra que algo está errado.
25




          Mesmo com um alto preço a ser pago pela segurança com treinamentos
de utilização de EPC, EPI, técnicas de prevenção e com o fornecimento dos
melhores EPC’s e EPI’s, ainda há empresas que não dão a importância devida.
Alem destas empresas entra o fator dos funcionários que não se interessam com a
sua própria segurança e saúde.
          Ao contrário dos pensamentos antigos como cita Zocchio (2002), Sem
acidente ou com acidente, o trabalho é realizado. De fato que este pensamento era
muito aplicado antigamente, mas nos dias de hoje os pensamentos são outros, onde
a segurança este em primeiro lugar, muito acima até mesmo da produção, tanto que
muitas das empresas utilizam outras frases muito mais adequadas para a realidade
que estamos vivendo, conforme a Bunge Fertilizantes AS utiliza: “Não há trabalho
tão importante ou urgente que não possa ser feito com segurança“ ou também ,“
Segurança em primeiro lugar “.




6.2.1 Segurança do Trabalho na Construção Civil




          A Segurança do Trabalho na Indústria da Construção Civil tem pouca
importância para a maioria das empresas, porque acreditam aplicar um alto
investimento ou imaginam ser desnecessário.
          O julgamento dessas empresas se dá pela alta rotatividade da mão-de-
obra, onde o funcionário não se compromete com a empresa apenas visa o salário
do mês.
          De acordo com DE CICCO (1982, p. 10),


                     [...] Essa tendência de mudar de emprego, que converteu muitos operários
                     da Construção Civil em verdadeiros nômades, é ainda maior nos períodos
                     de pleno emprego, ou seja, quando os trabalhadores têm a segurança de
                     encontrar outra colocação, sem dificuldades.


          Desta forma, a empresa e o funcionário são prejudicados, pois há um
aumento de acidentes acarretando no afastamento do funcionário que fica sem
trabalhar, podendo até ficar inválido ou no pior dos casos perder a vida.
26



          Há uma grande dificuldade de implementar a segurança principalmente
pela mentalidade do funcionário que por muitas vezes não considera as instruções
de segurança importantes, não entendem os procedimentos que foram dados,
acharem incômodo seguir as normas de segurança e portanto, desrespeitando as
mesmas, contribuindo assim, com o aumento no número de acidentes.
          Para diminuir esses acidentes é necessário realizar um trabalho de
educação o funcionário quanto a segurança do trabalho, essa educação é feita
através de palestras, treinamentos e conscientização, mas este trabalho não pode
ser feito de modo compulsivo, não mostrar como se fosse uma obrigação a
segurança, mas sim uma conscientização para ele mesmo. Assim o funcionário
sentirá mais seguro com as informações e treinamento não tratando a segurança
como um fardo.
          Também devem ser considerados os fatores de ordem social, como os
baixos salários, que levam os funcionários a alimentar-se mal, facilitando o contágio
das doenças ocupacionais. Muitas vezes o transporte coletivo é inadequado, ou até
mesmo a distância do local de trabalho faz com que o funcionário tenha que acordar
muito cedo.
          Existem muitos fatores que expõe os operários aos riscos de acidentes
como:
          ● Instalações inadequadas;
          ● Longas jornadas de trabalho;
          ● Falta do EPI - Equipamento de Proteção Individual ou uso incorreto do
mesmo;
          ● Falta do EPC - Equipamento de Proteção Coletiva;
          • Falta de treinamento.


          De acordo com ZOCCHIO (2002), assim começa a seqüência de fatores,
com o homem e o meio como os dois únicos fatores inseparáveis e inevitáveis de
toda a série de acontecimentos que dá origem ao acidente e a todas as suas
indesejáveis conseqüências.
          Observa-se ainda a existência de um perfil de insensibilidade com a
Higiene e Segurança no Trabalho. SOUSA (1997), por exemplo, evidenciou em sua
pesquisa alguns levantamentos expedidos pela fiscalização da Delegacia Regional
do Trabalho em João Pessoa, que apontavam dentre os dez itens das Normas
27



Regulamentadoras mais infringidos, os itens "condições sanitárias" e "EPI" como
sendo os que apresentaram maior número de irregularidades. Trata-se, portanto, de
itens sobre os quais todos têm conhecimento e que não dependem de nenhum
conhecimento técnico mais aprofundado.




6.3 Prevenção de Acidentes




           A prevenção contra acidentes são técnicas utilizadas para evitá-los, que
não deve ser apenas analisada após o acidente visando às conseqüências e não as
causas do acidente, pois mais de 96% dos acidentes de trabalho são causados por
desvio de comportamento das pessoas, assim a maior preocupação deve ser o
funcionário.
           Quando o programa de prevenção é aplicado na empresa, é única e
exclusivamente para a diminuição dos acidentes e para antecipar a ação. Não basta
esperar ocorrer o acidente para depois tomar as atitudes, pois com isso pode levar a
morte de muitos funcionários.
           Um dos principais fatores para se prevenir acidentes é a consciência do
funcionário onde tem que atentar para os riscos que pode estar correndo quando
não segue as normas de segurança. Por isso a principal ferramenta para prevenção
está em mostrar os riscos que ele pode estar correndo no canteiro de obra, com isso
instruir e ensinar o trabalhador a se proteger.
           De acordo com Ribeiro Filho (1974, p. 79),


                      A Participação ativa dos trabalhadores no programa de prevenção de
                      acidentes só será atingida quando os mesmos tiverem consciência da
                      importância da segurança em sua vida: na fabrica, no lar, em quaisquer
                      lugares e circunstância. Esse objetivo somente será atingido através de uma
                      motivação adequada para a segurança do trabalho.




           Esta não é uma prática muito comum na indústria da construção civil, pois
a prevenção necessita de investimento, claro que terá um retorno muito grande na
diminuição do acidente, e quando falamos de investimento com relação à segurança
28



na construção civil os empreendedores e proprietários de construtoras tentam por
muitas vezes driblar a legislação e não seguir as normas de segurança.
          Há uma frase muito utilizada por várias empresas para a motivação e
conscientização do funcionário que é: “não há trabalho tão importante ou urgente
que não possa ser feito com segurança”, esta era a frase estampada na parede de
entrada da empresa de mineração Metal Ar em Cajati-SP.
          Com as técnicas e estudos sendo elaborados sobre a prevenção de
acidentes torna-se mais fácil a sua aplicação. De acordo com Ribeiro Filho
(1974), os meios são ilimitados, cabe ao responsável escolher os métodos
apropriados que, conjugados ou não, muito o ajudarão na prevenção de acidentes.
Podem ser aplicadas algumas técnicas como o Quase-Acidente, Analise de Risco da
Tarefa (ART), Treinamento, Permissão de Serviço Seguro (PSS), Instrução de
Segurança do Trabalho (IST), Diálogo Diário de Segurança (DDS), Observação de
Risco no Trabalho (ORT), a formação da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA), etc.
          Essas ferramentas são aplicadas em muitas empresas, porém na
construção civil são ainda pouco aplicadas e consequentemente se reflete no
aumento do número de acidentes na indústria da construção civil. Quando os
empreendedores e construtores aplicarem essas ferramentas, a tendência é haver
uma redução de acidentes, já que elas requerem treinamento a todos os
funcionários.
          Por outro lado há falta de interesse do empreendedor e construtor na
aplicação de programas de segurança e saúde do trabalho, faz com que os
funcionários não desenvolvam a cultura da prevenção de acidentes.




6.4 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)




          O objetivo principal da CIPA é a prevenção de acidentes e doenças
decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho
com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
          A CIPA é composta de representantes dos empregados e do empregador.
De acordo com a NR-5 da Portaria n. 3.214, de 08/06/78, do MTb, as empresas
29



privadas ou públicas e órgãos da administração direta ou indireta, que possuam 20
(vinte) ou mais empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, estão
obrigados a organizar a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, com
as atribuições legais e finalidades reguladas por esta Norma.
          Na Construção Civil, segundo o estudo realizado pelo Ministério do
Trabalho (1983, p. 11),


                     [...] a representação dos trabalhadores em tais comissões é problemática, já
                     que, além das dificuldades para a eleição dos representantes, estes podem
                     também deixar o trabalho, provocando vagas difíceis de serem preenchidas
                     em um prazo razoável.


          Na Construção Civil a falta de organização da CIPA é retratada muito
claramente, pois os trabalhadores deveriam expor coletivamente e individualmente
suas queixas quanto à segurança de seu trabalho, participar dos projetos de
equipamentos de proteção coletiva e na escolha dos EPI's mais adequados para a
realização de suas atividades.
          Segue algumas das principais atribuições da CIPA de acordo com a NR 5:
   a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos,
      com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do
      SESMT, onde houver;
   b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de
      problemas de segurança e saúde no trabalho;
   c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de
      prevenção necessárias, bem como da avaliação as prioridades de ação nos
      locais de trabalho;
   d) realizar, periodicamente,verificações nos ambientes e condições de trabalho
      visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a
      segurança e saúde dos trabalhadores;
   e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu
      plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;
   f) divulgar aos trabalhadores informações relativas a segurança e saúde do
      trabalho;
30



   g) participar, com a SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo
      empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo
      de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;
   h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador,a paralisação de
      máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e
      saúde dos trabalhadores;
   i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de
      outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
   j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem
      como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à
      segurança e saúde no trabalho;
   k) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com empregador da
      análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de
      solução dos problemas identificados;
   l) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que
      tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;
   m) requisitar à empresa as cópias das CAT’s emitidas;
   n) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana
      Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;
   o) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de
      Prevenção da AIDS.
          Além das atribuições da CIPA, veremos algumas atribuições dos
membros da CIPA de acordo com a NR 5 :


• Cabe aos empregados:


a) participar da eleição de seus representantes;
b) colaborar com a gestão da CIPA;
c) indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar
sugestões para melhoria das condições de trabalho;
d) observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.
31



• Cabe ao Presidente da CIPA:


a) convocar os membros para as reuniões da CIPA;
b) coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT,
quando houver, as decisões da comissão;
c) manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
d) coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;
e) delegar atribuições ao Vice-Presidente;


• Cabe ao Vice-Presidente:


a) executar atribuições que lhe forem delegadas;
b) substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus
afastamentos temporários;


• O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes
atribuições:


a) cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o
desenvolvimento de seus trabalhos;
b) coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos
propostos sejam alcançados;
c) delegar atribuições aos membros da CIPA;
d) promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;
e) divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;
f) encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;
g) constituir a comissão eleitoral.


• O Secretário da CIPA terá por atribuição:


a) acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as para
aprovação e assinatura dos membros presentes;
b) preparar as correspondências; e
c) outras que lhe forem conferidas.
32



6.5 Análise de Risco da Tarefa (ART)




          A palavra risco nos mostra uma situação insegura que poderá ocorrer um
acidente, desde que esse risco seja analisado e tomado às devidas precauções para
que não haja uma perda, seja ela física ou material. O risco pode estar presente de
diversos modos como em gases, produto químico, trabalho em altura ou até mesmo
em uma simples caminhada pela área de trabalho. Por esse motivo deve-se tomar o
devido cuidado para os riscos existentes no ambiente de trabalho, assim fazendo
uma analise de cada risco existente no ambiente de trabalho e em cada atividade
executada.
          De acordo com que cita Zocchio (2002,p.179),


                     A análise prévia tem a finalidade de estudar e determinar medidas de
                     prevenção de riscos que, incorporadas aos projetos ou processos, previnem
                     problemas de segurança que poderiam ocorrer na fase operacional do que
                     foi projetado ou de processos desenvolvidos. A análise operacional
                     identifica falhas de segurança na fase operacional, que em geral se
                     constituem em perigos para as pessoas envolvidas e para os próprios
                     componentes materiais das áreas de trabalho.


          Infelizmente a mentalidade das empresas, principalmente da indústria da
construção civil com relação à análise e gerenciamento de riscos encontra-se
bastante distante da prática. O mais comum é esperar a ocorrência de tragédias
como acidentes e doenças graves para se tomar alguma atitude, e freqüentemente
os trabalhadores são acusados como principais responsáveis pelos mesmos.
          De acordo com (Souza Porto,1997), o foco principal da análise de riscos
da atividade nos locais de trabalho é a prevenção, ou seja, os riscos devem ser
eliminados sempre que possível, e o controle dos riscos existentes deve seguir os
padrões de qualidade mais elevados em termos técnicos e gerenciais. Segundo
Zocchio (2002), é de indiscutível utilidade a ART (Analise de Risco da Tarefa) para a
melhoria contínua da segurança do trabalho.
          Para a elaboração da Análise de risco da tarefa é feito primeiramente uma
análise da atividade a ser realizada no setor, descriminando o que possa ter maior
risco ao funcionário, empresa ou meio ambiente.
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          De acordo com o programa de prevenção de acidentes da BUNGE
FERTILIZANTES SA, a ART é elaborada da seguinte forma e ilustrada em um
exemplo no ANEXO 1:
          O técnico de segurança vai até o local que será executado o serviço e faz
a análise dos perigos, riscos e as medidas de controle a serem seguidas, cada etapa
desta deve ser seguido através de cada definição: Perigo: Fonte ou situação com
potencial para provocar danos em termos de lesão, doença, dano à propriedade,
dano ao meio ambiente do local de trabalho, ou uma combinação destes. Risco:
Combinação da probabilidade de ocorrência (freqüência) e da(s) conseqüência(s)
(gravidade) de um determinado evento perigoso. Tarefa: determinada etapa que o(s)
trabalhador(es) executa(m) durante a realização de uma atividade. Atividade:
conjunto de tarefas que o empregado ou grupo de empregados executa. Por
exemplo: concretagem da laje, armação da ferragem, execução das formas,
execução do telhado, serviço de pintura,etc.
          Esta é uma ferramenta muito importante a ser seguida, pois em cada
etapa de serviço da construção o funcionário está ciente dos riscos que passará e
assim tomará as providências pré-estipuladas da análise feita. Uma coisa é muito
clara, não basta aplicar somente a ART e sim deve haver um treinamento do
funcionário para cada risco na atividade.
          Um dos principais benefícios da elaboração da ART de acordo com o
Evangelinos e Marchetti ( 2003,p.28) :


                      Para a empresa ser economicamente saudável, devemos ser eficientes.
                     • Para fazermos as coisas de maneira correta, sem erro, na primeira vez;
                     • Para termos um aproveitamento total de pessoas, equipamentos e do local
                     de trabalho;
                     • Para proteger os empregados e ter o local de trabalho livre de riscos
                     desconhecidos;
                     • Para preservar nossos empregos.
                     Resumindo, a análise é uma maneira sistemática para o reconhecimento de:
                     • Exposições a riscos ou acidentes;
                     • Possíveis problemas e incluindo produção, qualidade ou desperdício;
                     • Desenvolver maneiras corretas para realização das tarefas de forma que
                     atos inseguros, condições inseguras, acidentes, falhas, retrabalhos e
                     desperdícios não ocorram;
                     • Fazer de maneira certa sem perdas de qualquer espécie.



          Mas esta análise não se deve apenas ser feita para ser um documento
burocrático da empresa, mas sim um processo contínuo, pois a cada mudança
34



tecnológica que ocorre no mercado de trabalho podem surgir novos riscos e estes
devem ser analisados e tomados às devidas precauções.



6.6 Observação de Risco no Trabalho (ORT)




          Esta é uma ferramenta para a prevenção de acidentes de trabalho de fácil
aplicação, apresenta como objetivo um observador notar as ações, riscos, atitudes,
etc. de todos os funcionários e identificar e corrigir todo comportamento não
conforme que consiste na ação que discorda ou diverge do padrão de referência
(comportamento seguro), expresso em procedimentos operacionais e ou normas de
segurança, para a execução de uma atividade.

          Todos da empresa têm a função de cuidar da segurança, segundo Ribeiro
Filho (1974,p.479):

                      O sucesso de segurança depende, em grande parte, de como os
                      supervisores aceitam sua responsabilidade em levar a cabo os princípios de
                      um programa de prevenção de acidentes. É essencial que todos os
                      empregados da supervisão conheçam e aceitem essa responsabilidade, e
                      sejam considerados competentes para arcar com elas.



          Na     utilização   da    ferramenta     ORT,      alguns    setores     têm    uma
responsabilidade maior, como a gerência, que apresenta em sua função principal
garantir a operacionalização da ORT e dispor os recursos para manter e aprimorar
esta metodologia. A chefia, supervisores, engenheiros, técnicos, cipeiros e membros
do sub-comitê ORT tem o dever de realizar as ORT buscando multiplicar a
conscientização prevencionista e correção das não conformidades e o contínuo
aprimoramento dos procedimentos e normas da empresa.

          O observador tem umas das principais responsabilidades para a boa
aplicação da ferramenta de prevenção ORT, que estão relatadas abaixo:

•   Aprender os princípios da observação de comportamento;

•   Compreender a lista de verificação, padrões/normas e práticas seguras de
     trabalho;

•   Realizar um mínimo de observações por mês;
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•   Proteger o anonimato e a objetividade do processo de observação;

•   Dar um feedback positivo e de alta qualidade, imediatamente após a observação;

•   Obter comentários objetivos de seu colega de trabalho a respeito de observações
    de risco;

•   Ser positivo e profissional durante as observações. Evitar argumentos, confrontos
    ou repreensões;

•   Suspender sua observação e intervir “como a preocupação de um colega de
    trabalho”, se um acidente for iminente;

•   Entregar sua ORT no mesmo dia em que fizer a observação;

•   Informar prontamente à equipe ou Comitê de coordenação do sobre interesses
    ou questões sobre o processo;

•   Participar de novos treinamentos de atualização;

•   Ser um exemplo do processo; observar todas os padrões e boas da Cia.




6.6.1 Procedimento da ORT




           O Observador deverá observar sistematicamente as operações realizadas
nas áreas da empresa, sob sua responsabilidade, tanto de seus colaboradores como
dos funcionários pertencentes a outros departamentos e também os prestadores de
serviços, a fim de identificar, medir, avaliar, corrigir e controlar as atitudes
comportamentais não conformes.

           O Observador, imediatamente após identificar a atitude comportamental
não conforme deverá, no ato, esclarecer os procedimentos e objetivos da
observação, focar primeiramente as atitudes conformes e reagir para as atitudes não
conformes ou inseguras, adotando a medida de controle, apropriada e cabível,
orientando quanto à forma segura para realização da tarefa, e qual ou quais
preparações, deverão ser tomadas, para permitir que o serviço seja continuado,
desta vez, dentro dos padrões e requisitos de segurança, conforto e higiene. No
36



caso de dúvidas, o técnico da empresa poderá ser acionado, para ajudá-lo no que
couber.

          O desenvolvimento da sistemática ORT está baseado em quatro
fundamentos: observar, informar, corrigir as irregularidades e relatar.



• Observar



          O observador analisa visualmente seus colaboradores diretos e terceiros,
identificando os vícios, más posturas e outras condições de insegurança, em função
do comportamento, adotadas por estes durante a realização das tarefas.

          A observação pode ser ocasional onde você identifica o desvio
prontamente, ou também pode ser observação planejada onde a atividade de
observação é definida anteriormente. Na observação planejada é necessário que
haja uma atenção especial, pois se deve informar ao trabalhador o que irá ser feito,
informe que você estará observando-o por alguns minutos e que ele deve continuar
trabalhando normalmente.

          Todos devem evitar que ocorram as seguintes falhas, muito comuns no
processo de observação:

a) Nas ORT’s enfocar atos e comportamentos não conformes de pessoas não
pertencentes ao setor do observador. Identificar primeiramente os desvios na sua
área de atuação. Não observe somente funcionários terceiros.

b) Nem sempre o observado é notificado, corrigido e orientado; passando nestes
casos a “ORT” a ser mero instrumento burocrático, o que, em momento algum, é a
finalidade desta ferramenta.



• Informar



          Uma vez terminada a observação inicial, o observador tem a obrigação de
dar ciência ao pessoal envolvido, seja ou não seu colaborador, sobre o que foi
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observado e a(s) não conformidade(s) identificadas, colocando-o a par do(s) risco(s),
de seu(s) efeito(s), severidade(s) e conseqüência(s).

            Informar primeiro e sempre os comportamentos seguros e corretos,
exaltando o funcionário dos acertos verificados. Nesta fase verificar o entendimento
e aplicação dos padrões em busca de desvios potenciais.



• Corrigir as Irregularidades



            O trabalho é imediatamente paralisado e, através de um diálogo de
segurança franco, honesto, construtivo e objetivo, devem ser corrigidas as falhas
comportamentais.



• Relatar



            Preencher corretamente todos os campos do formulário apresentado no
ANEXO 2, e se observado que é uma situação onde exista a probabilidade de
similaridade da ocorrência, encaminhar de imediato uma cópia desta ORT’s as
demais áreas da empresa e a quem possa contribuir para consolidar a correção e a
não reincidência do(s) desvio(s).

            Depois de tomadas as providências corretivas adequadas, o supervisor
deverá registrar os fatos, através do preenchimento da ORT.




6.7 Permissão de Serviço Seguro (PSS)




            Trata-se de uma prévia análise dos riscos identificados nos serviços não
rotineiros onde são aqueles que não são realizados com freqüência ou sob
condições de risco variadas como: trabalho a quente, trabalhos elétricos, entrada em
espaço confinado, abertura de linhas, trabalho em local elevado e outros que
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possam gerar risco ao funcionário ou até mesmo ao patrimônio e ao meio ambiente,
e assim seguir as devidas medidas de controle dos riscos através do preenchimento
de um formulário ilustrado no ANEXO 3.
          A PSS pode ser tratada como uma ART (Anotações de Responsabilidade
Técnica), ou seja, o funcionário que emitir a PSS está responsável por todo trabalho
referente aquela PSS.
          O solicitante é o empregado devidamente treinado e autorizado a emitir a
PSS. O solicitante não pode assumir o papel do responsável pelo executante e
também não pode fazer parte da equipe de executante.
          O executante é a pessoa que realizará o serviço solicitado, sendo
orientada e instruída dos cuidados a serem seguidos.




6.7.1 Procedimento da PSS




          De acordo com o Programa de Prevenção de Acidentes da BUNGE
FERTILIZANTES S.A., segue o procedimento da PSS:
          O solicitante e o responsável pelos executantes devem efetuar o
preenchimento da PSS no local onde o serviço será realizado, analisando os riscos,
os equipamentos necessários, as condições de segurança e as medidas de controle
necessárias para cada tipo de serviço a ser realizado. Uma vez realizada essas
providências, solicitante e responsável devem aprovar a PSS, liberando a atividade.
          Em uma mesma PSS não pode ser incluso dois tipos de trabalho.
          A primeira via da PSS deverá permanecer no local onde o serviço está
sendo realizado, e a segunda via deverá ficar com a equipe de segurança em um
local seguro de qualquer risco.
          É obrigatório interromper a PSS por qualquer pessoa quando:
          •   For constatada que as medidas de segurança propostas nessas
              permissões não estão sendo seguidas;
          •   Novos membros forem inseridos na equipe;
          •   Houver mudança de local de serviço;
          •   Novas atividades não previstas forem inseridas no trabalho;
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          •    Houver emergência ou no caso em que situações inesperadas
               aconteçam e coloquem em risco a segurança dos envolvidos nas
               atividades, nas instalações ou no meio ambiente tais como: erosão,
               infiltração, vazamento e desabamento. Após o controle da situação, o
               serviço será reiniciado apenas após nova avaliação por parte dos
               aprovadores da PSS.


          A PSS tem validade até o término do serviço, devendo ser revalidada pelo
solicitante e pelo responsável pelos executantes nas seguintes situações:
          •    A cada alteração do solicitante, do responsável pelos executantes ou
               da equipe executante;
          •    A cada mudança da equipe de trabalho, seja na entrada de novos
               integrantes ou saída dos mesmos;
          •    Quando     houver       interrupção   na   execução    do    serviço,
               independentemente do tempo desta interrupção.


          Quando se encerra o serviço, deve-se dar baixa na PSS através do
preenchimento do campo “Quitação e Aceitação do serviço” pelo solicitante e pelo
responsável dos executantes. Logo após a PSS deve ser enviada ao setor de
segurança para que analise a PSS e verifique se há a necessidade de tomar alguma
medida corretiva, após é arquivada a PSS.
          Esta medida é de extrema importância, pois assim há sempre um
responsável por qualquer atividade a ser executada e no meio em que vivemos é
muito importante ter essa pessoa ciente de todos os serviços, riscos que o
funcionário está sujeito. A PSS é um documento que responsabiliza todos os atos
inseguros na atividade.
          No meio da indústria da construção civil essa é mais uma ferramenta de
prevenção pouco atuante e aplicada. Como tudo que é burocrático e deve seguir
normas, a construção civil apresenta certa resistência, principalmente pela
mentalidade que vem de muito tempo.
              Para essa medida ser aplicada na construção civil é necessário um
treinamento e o início da aplicação do programa, que é a principal cobrança da
execução desta ferramenta de prevenção.
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6.8 Diálogo Diário de Segurança (DDS)




          O DDS segundo Zocchio (2002), é um instrumento de eficácia
incontestável das atividades prevencionistas para a segurança e saúde do
funcionário. Uma ferramenta de fácil aplicação em qualquer área e tipo de trabalho,
por ser conversas diárias entre os funcionários, além do baixo custo de aplicação.
          O DDS tem como objetivo proporcionar oportunidades para que se
implante a cultura de segurança nas diversas áreas, desenvolvendo nas pessoas o
hábito da conversa sobre assuntos relativos a saúde e segurança do trabalho. São
reuniões rápidas de aproximadamente 5 a 10 minutos realizadas diariamente antes
do início da jornada de trabalho, no local de trabalho para discutir assuntos relativos
aos riscos e prevenção dos mesmos, bem como discutir acidentes e incidentes
ocorridos. Essas reuniões são feitas pelos supervisores, encarregados de cada área
onde este elabora os assuntos que são os mais diversos a serem abordados.
          Zocchio (2002,p.121) cita que:


                       O chefe que tem por hábito dialogar com os subordinados sobre segurança
                       do trabalho, corrigindo falhas e ensinando a maneira segura de executar as
                       tarefas, além de prevenir acidentes, promove, ao mesmo tempo, o equilíbrio
                       da produtividade nas atividades sob sua responsabilidade.



          Segue alguns dos principais assuntos abordados no DDS segundo o
Programa de Prevenção de Segurança da BUNGE FERTILIZANTES S.A. :
          •     Falar das tarefas a serem executadas durante o dia;
          •     Alertar sobre os riscos de acidentes e quais as medidas preventivas;
          •     Utilização dos EPI’s e EPC’s;
          •     Saúde do trabalhador;
          •     Forma de prevenção de doenças;
          •     Acidentes ocorridos no local de trabalho;
          •     O que fazer em caso de acidentes;
          •     Repita quantas vezes for necessário, os procedimentos para evitar
          acidentes;
          •     Confira sempre se entenderam as instruções que foram transmitidas.
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            São muitos os assuntos a serem abordados. Além dos assuntos
específicos, pode ser lida algumas informações básicas de segurança para que a
cada dia a segurança esteja na mentalidade do funcionário. No ANEXO 4 mostra
alguns exemplos e a lista de presença dos funcionários no DDS.
            Abaixo algumas informações segundo o programa de segurança da
BUNGE FERTILIZANTES S.A. para a leitura do encarregado aos funcionários no
DDS:
   QUADRO 02: Informações transmitidas no DDS
       1     Verifique os Equipamentos de Proteção Individual de sua Equipe,
             inclusive faça a programação antecipada das atividades e quais
             Equipamentos e Ferramentas que serão utilizadas ;
       2     Não se aproxime de máquinas, equipamentos ou caminhões em
             movimentação ;
       3     Em redes elétricas energizadas somente o eletricista poderá
             executar trabalhos, Nunca faça improvisações ;
       4     É proibido o uso de bebidas alcóolicas ou drogas alteradoras do
             comportamento ;
       5     Conserve limpo o local de trabalho ;
       6     Obedeça as sinalizações implantadas pela Segurança do Trabalho ;
       7     Antes dos inícios das atividades, verifique as condições das
             máquinas e equipamentos ;
       8     Comunique ao Encarregado todas as condições inseguras que
             ofereçam riscos de acidentes, observadas nas fases da Obra ;
       9     Sempre que observar um principio de incêndio, combata-o com a
             preventiva, conforme instruções recebidas e em seguida comunique
             à Segurança do Trabalho ;
       10    Usar todo Uniforme e EPIs conforme especialidades de Serviços e
             Normas da FAFEN/SE/Qualiman
       11    Obedecer as placas de Sinalização instaladas na Refinaria e frentes
             de Trabalho ;
       12    Andar e não correr nos locais de Trabalho ;
       13    Ajudar a manter limpo os locais de refeição, sanitários, vestiários e
             veículos de Transporte de Pessoal ;
       14    Não fazer brincadeiras de qualquer espécie nos locais de trabalho
             ou desviar atenção dos colegas de trabalho ;
       15    Nos trabalhos a serem executados em altura superior a (2) dois
             metros, fazer uso do cinto de segurança ;
       16    Não subir ou descer em veículos em movimento ;
       17    Não deixar ferramentas ou equipamentos soltas sob estruturas,
             plataformas em cima de tubulações (acondicione-as) ;
       18    Somente utilizar ferramentas e equipamentos adequados à atividade
             e nunca fazer improvisações ;
42



      19       Nunca permanecer de baixo de cargas suspensas nem mesmo
               passar
      20       Quando precisar comparecer ao Ambulatório Médico, comunique de
               imediato ao seu encarregado e este ao serviço de Segurança do
               Trabalho ;
      21       Não desligar ou ligar chaves elétricas sem a autorização de seu
               encarregado, a não ser em casos de emergência ;
      22       Obedecer as instruções recebidas do Técnico de Segurança,
               quando determinadas a você ;
      23       Quando executar atividades com lixadeiras elétricas, pneumáticas e
               esmeril, usar óculos de Segurança e Protetor Facial ;
      24       Os Empregados não devem acionar, parar, ajustar qualquer
               máquina ou equipamento ou instalação que não esteja sob sua
               responsabilidade ;
      25       Preservar o Meio Ambiente, não jogando lixo em locais
               inadequados.
   FONTE: Bunge Fertilizantes S.A., 2009


           O principal objetivo do DDS é a conscientização do funcionário quanto a
segurança e saúde para que haja uma prevenção e redução dos acidentes ao
funcionário.




6.9 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)



           EPCs são dispositivos utilizados à proteção de trabalhadores durante
realização de suas atividades. O EPC serve para neutralizar a ação dos agentes
ambientais, evitando acidentes, protegendo contra danos à saúde e a integridade
física dos trabalhadores, uma vez que o ambiente de trabalho não deve oferecer
riscos à saúde ou à a segurança do trabalhador.
           Ao pensar em proteção do trabalhador é necessário previnir coletivamente
primeiro, quando o meio não oferece condições seguras de trabalho adota-se o EPI.
Esta ferramenta coletiva ao contrário do que se pensa é um investimento
relativamente barato, claro que temos EPC de alta qualidade e de alta tecnologia
como os sistemas sofisticados de detecção de gases dentro de uma indústria
química.
           De acordo com Piza (1997,p.33):
43


                     Os EPCs para serem perfeitamente definidos e adequados devem respeitar
                     algumas premissas básicas:
                         • Ser do tipo adequado em relação ao risco que irão neutralizar;
                         • Depender de menos possível da atuação do homem para atender
                             suas finalidades;
                         • Ser resistentes às agressividades de impactos, corrosão,
                             desgastes,etc., a que estiverem sujeitos;
                         • Permitir serviços e acessórios como limpeza, lubrificação e
                             manutenção;
                         • Não criar outros tipos de riscos, principalmente mecânicos como
                             obstrução de passagens, cantos vivos,etc.



          Assim a melhor conclusão para o EPC é que esta proteção não atrapalha
em nada o trabalhador, são dispositivos que ajudam e pode até aumentar a
produção do trabalhador.




6.9.1 Tipos de EPC’s




          Abaixo alguns dos tipos mais utilizados de EPC’s:


• Sinalização




          A sinalização pode ser utilizada tanto internamente e externamente com a
função de sinalizar, interditar, balizamento ou demarcação em geral, por indústrias,
construtoras, transportes, órgãos públicos ou empresas que realizam trabalhos
externos. São equipamentos de fácil visualização e fácil de se encontrar no
mercado. As fitas sinalizadoras podem conter textos, assim possibilitando várias
aplicações. As correntes de sinalização e isolamento em plástico ABS são as mais
utilizadas devido a sua alta durabilidade, resistência mecânica e contra altas
temperaturas, excelente para uso externo, não perdendo cor ou descascando com a
ação de intempéries. (Figura 1, 2, 3 e 4).
44




       FIGURA 1: Placa de aviso
       FONTE: Bunge Fertilizantes S.A., 2008




    FIGURA 2: Fita sinalizadora
    FONTE: Bunge Fertilizantes S.A., 2008




FIGURA 3: Corrente de sinalização
FONTE: Bunge Fertilizantes S.A., 2008
45




                   FIGURA 4: Cone de sinalização
                   FONTE: Bunge Fertilizantes S.A., 2008




• Plataforma de Proteção



          O sistema de plataforma de proteção (bandeja) é composta de quadros
modulares de tamanhos variáveis, com molduras de aço e chapas de compensado,
que são fixadas por intermédio de parafusos a vigas de aço reforçadas. Quando
instalados, os quadros são fixados entre si, proporcionando total segurança ao
conjunto. Devido à variedade de tamanhos e quadros, as bandejas são adaptáveis
aos mais variados desenhos de lajes existentes. Esse tipo de proteção é de muita
importância para os pedestres, pois evita que detritos de construção atinjam pessoas
passando na calçada. (Figura 5 e 6).
46




 FIGURA 5: Plataforma de proteção
 FONTE: Civil / Mecânica., 2009




FIGURA 6: Detalhes da plataforma de proteção
FONTE: Civil / Mecânica., 2009
47



• Protetor de Periferia – Tipo Guarda Corpo




          Conforme exige a norma NR-18, tem suporte para rodapé, travessão
intermediário e travessão superior. A fixação à forma é feita através de um suporte
em tubo redondo preso nos garfos de madeira. Tem, como acessório entre o
travessão intermediário e o superior, dispositivo de passagem de cabo de aço para
amarração dos cintos de segurança dos operários. Muito utilizado nas limitações das
lajes para segurança dos trabalhadores. (Figura 7).




                   FIGURA 7: Guarda corpo de laje
                   FONTE: Civil / Mecânica., 2009



• Protetor para Poço de Elevador


          Módulo regulável tipo Guarda-corpo Rodapé (GcR), entre 1,50 m e 2,60
m, com suporte para rodapé, travessão intermediário e superior. Os módulos são
montados em apoios rigidamente fixados à estrutura ou em montantes. Os apoios
48



fazem com que o fechamento fique à distância de 0,20 m do poço do elevador,
seguindo a orientação dos fabricantes de elevadores. (Figura 8).




                  FIGURA 8: Protetor para poço de elevador
                  FONTE: Civil / Mecânica., 2009




• Telas de Proteção



           As telas de extrema utilidade, proporciona uma boa proteção para as
pessoas. Segue as características de cada tela:
   •   Tela Fachadeiro - ideal para proteger prédios em construção e obras de longa
       duração;
   •   Tela Leve - para proteger prédios em reformas, pintura, recuperação de
       fachadas, etc. ;
   •   Tela Tapume - ideal para cercamento de canteiro de obras, áreas de risco,
       desvio de trânsito e corredor para pedestres.
           Abaixo ilustrações das telas de proteção. (Figura 9, 10 e 11).
49




FIGURA 9: Tela fachadeiro
FONTE: IBRATE,2009




FIGURA 10: Tela leve
FONTE: IBRATE,2009
50




        FIGURA 11: Tela tapume
        FONTE: IBRATE,2009




6.10 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)



          São todos os equipamentos de uso individual destinados a proteger a
integridade física e preservar a saúde do trabalhador. De acordo com Oliveira Ayres
e Peixoto Corrêa (2001), os EPI’s desempenham importante papel na redução das
lesões provocadas pelos acidentes do trabalho e das doenças profissionais.
          Todos os funcionários da obra devem ser treinados e orientados para
utilização adequada dos EPI’s - Equipamentos de Proteção Individual e recebê-los
gratuitamente em perfeito estado de conservação e funcionamento. De acordo com
a lei do ministério do trabalho, CLT – Consolidação das Leis de Trabalho / Capítulo V
– da segurança e medicina do trabalho / Seção IV - do equipamento de proteção
individual - Art.166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito
estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral
51



não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos
empregados.
          As empresas adotam um sistema para a distribuição e fiscalização dos
EPI’s através de uma ficha, onde essa visa atender, não só as necessidades de
controles administrativas, mas, principalmente, os aspectos legais. Nesta ficha
consta além do termo de responsabilidade do empregado e da empresa, os tipos de
EPI’s requisitados, seus C.A’s (Certificado de Aprovação) e as datas de entrega e
substituição. Todos os EPI’s utilizados pelo empregado deverão ser anotados nessa
ficha. As fichas de Controle de EPI’s ficarão arquivadas no setor de Segurança do
Trabalho enquanto o empregado estiver trabalhando na empresa, após o
desligamento do empregado, sua ficha deverá ser enviada ao setor de RH para
arquivamento junto ao prontuário do empregado desligado.
          Outro sistema a ser adotado para a fiscalização e principalmente para a
instrução dos funcionários de acordo com a sua função é uma planilha onde
constam os riscos para cada função e principalmente porque consta o EPI a ser
utilizado na rotina de trabalho ou se a sua utilização é uma eventualidade, conforme
a planilha no ANEXO 5. É muito importante a fixação desta planilha em vário locais
de trabalho para todos os funcionários ficarem instruídos quanto a utilização dos
EPI’s.
          O equipamento deve conter o CA (Certificado de Aprovação), que é
expedido pelo ministério do trabalho e emprego. Também quando não é dado o
devido treinamento o funcionário fica com o equipamento, mas, desprotegido, pois
utilizam incorretamente.
          Os funcionários devem responsabilizar-se pela guarda e conservação dos
equipamentos de proteção individual e comunicar ao setor de segurança, quando o
EPI tornar-se impróprio para o uso. Além disto, é necessária a sua utilização após o
treinamento e orientação do setor de segurança da empresa.
          De acordo com Oliveira Ayres e Peixoto Corrêa (2001,p.26),


                     É importante que o trabalhador tenha em mente que:
                      • é necessário que o trabalhador participe dos programas de prevenção de
                      sua empresa, a fim de que possa, conscientemente, valorizar o uso dos
                      EPIs;
                      • é desejável que o EPI seja confortável, que se adapte ao esquema
                      corporal do usuário e tenha semelhança com objetos comuns;
52



                     • deve-se deixar ao trabalhador a escolha do tipo de sua preferência, até
                     mesmo quando a certa característica, como a cor, quando a empresa tiver
                     selecionado e adquirido mais de um tipo e marca para a mesma finalidade;
                     • a experiência tem demonstrado que se o trabalhador for levado a
                     compreender que o EPI é um objeto bom para si, destinado a protegê-lo,
                     mudará de atitude, passando a considerá-lo como algo de sua estima e,
                     nesse caso, as perdas ou danos por uso inadequado tendem a
                     desaparecer;
                     • empregador e/ou o supervisor deverão ser tolerantes na fase inicial de
                     adaptação, usando a compreensão e dando as necessárias explicações ao
                     trabalhador, substituindo a coerção pela atenção e esclarecimento, de
                     forma que, aos poucos, vá conscientizando o trabalhador da utilidade do
                     uso do EPI. As ameaças e atitudes coercitivas provocarão traumas e
                     revoltas do empregado.


          Em vários segmentos de trabalhos como em indústrias automobilísticas,
alimentícias, química, mineração, cerâmica entre outras, apresentam uma aplicação
correta dos EPIs conforme as normas de trabalho devido a sua organização,
mentalidade, treinamentos e investimentos feitos. Na indústria da construção civil
onde os acidentes são em maior números segundo o ministério do trabalho, por
muitas vezes apenas fornecem o EPI, mas não há um treinamento e tão pouco uma
reposição do EPI quando necessário. A segurança para a indústria da construção
civil resume em fornecer o EPI sem uma preocupação da sua utilização correta.
          Conforme o artigo da Zanpieri Grohmann,


                     [...] o simples fornecimento de EPIs e exigência de seu uso não podem
                     evitar acidentes se utilizados isoladamente pois, um eficaz sistema de
                     segurança é caracterizado não apenas pelo simples cumprimento de
                     exigências legais,mas, principalmente, pela preocupação em fornecer aos
                     empregados um ambiente seguro, os mais adequados equipamentos de
                     proteção individual e um eficiente treinamento do mesmo, sem levar em
                     conta apenas a minimização dos custos.



          Esse fato ocorre devido à alta rotatividade de mão-de-obra na construção
civil, onde os empreendedores não investem em equipamentos e tão pouco em
segurança para não “perder dinheiro”, um pensamento retrogrado nos dias
modernos, onde a segurança tem que estar em primeiro lugar a frente da produção,
pois do que vale produzir com acidentes ou mortes, o prejuízo é certo.
53



6.10.1 Tipos de EPI’s




          A variedade de tipos de EPI são imensas, abaixo estão algum dos tipos
de EPI mais utilizados:


• Capacete de proteção




          A principal utilização do capacete é para proteção da cabeça do
empregado contra agentes metereológicos (trabalho a céu aberto) e trabalho em
local confinado, impactos provenientes de queda ou projeção de objetos,
queimaduras, choque elétrico e irradiação solar. (Figura 12, 13, 14 e 15).




                        FIGURA 12: Capacete tipo aba frontal
                        FONTE: CPNSP,2005




                      FIGURA 13: Capacete tipo aba total
                      FONTE: CPNSP,2005
54




     FIGURA 14: Capacete tipo aba frontal com viseira
     FONTE: CPNSP,2005




FIGURA 15: Capacete tipo aba frontal com protetor tipo concha
FONTE: CPNSP,2005
55



• Óculos de segurança para proteção




             Os óculos são utilizados principalmente para evitar perfuração dos olhos
através de corpos estranhos como no corte de arames e cabos, no uso de chave de
boca e talhadeiras, uso de furadeiras, retirada de pregos, partículas sólidas e outros
agentes agressivos que possam prejudicar sua visão, como agentes químicos. Uma
outra aplicação é a utilização do óculos com lente de tonalidade escura, além das
proteções já citadas, podem proteger os olhos dos raios ultravioletas. (Figura 16, 17
e 18).




          FIGURA 16: Óculos de segurança para proteção com lente incolor
          FONTE: CPNSP,2005




         FIGURA 17: Óculos de segurança para proteção com lente de tonalidade escura
         FONTE: CPNSP,2005
56




        FIGURA 18: Óculos de segurança para proteção tipo ampla visão
        FONTE: CPNSP,2005




• Protetor auditivo




          Utilizado para proteção dos ouvidos nas atividades e nos locais que
apresentem ruídos excessivos para evitar algumas doenças causadas pelo ruído
como: perda auditiva, cansaço físico, mental, stress, fadigas, pressão arterial
irregular, impotência sexual nos homens e descontrole hormonal nas mulheres e
excesso de nervosismo. É recomendado a utilização desta proteção durante todo o
período de trabalho, assim causando um maior conforto para o trabalho.           Na
indústria da construção civil existe alguns setores onde a utilização desta proteção
torna muito necessária como no caso do operador da betoneira, utilização de
ferramentas elétricas como serra circular, serra mármore. Quando não utilizado essa
proteção pode gerar doenças ao longo do tempo. (Figura 19 e 20).
57




                   FIGURA 19: Protetor auditivo tipo concha
                   FONTE: CPNSP,2005




               FIGURA 20: Protetor auditivo tipo inserção (plug)
               FONTE: CPNSP,2005




• Respirador purificador de ar




          Utilizado para proteção do sistema respiratório contra gases, vapores,
névoas, poeiras, para evitar contaminações por via respiratória, complicações nos
pulmões e doenças decorrentes de produtos químicos. Em casos de emergência
deverão ser utilizadas máscaras especiais.
58



          Na construção civil a poeira é a grande dificuldade no local de trabalho
assim prejudicando a respiração do funcionário, outra dificuldade é na utilização de
serra mármore para cortar paredes que gera uma névoa de pó, com isso é de
extrema necessidade a utilização desta proteção para evitar doenças respiratórias e
no momento do trabalho proporcionar um conforto ao funcionário. (Figura 21, 22 e
23).




              FIGURA 21: Respirador purificador de ar (descartável).
              FONTE: CPNSP,2005




              FIGURA 22: Respirador purificador de ar (com filtro)
              FONTE: CPNSP,2005
59




             FIGURA 23: Respirador purificador de ar com filtro (descartável).
             FONTE: CPNSP,2005



• Luva de proteção




           As luvas de proteção são utilizadas para proteção mecânica, e contra
produtos abrasivos, escoriantes e rebarbas. Para cada tipo de luva há uma utilização
correta, como para a construção civil as mais utilizadas são as luvas de raspa para o
transporte de argamassa nos carrinhos, as luvas de látex mais usadas para proteger
as mãos de agentes químicos como o cimento que pode ocorrer várias irritações na
pele.
           Para que várias doenças não ocorram com o funcionário é de extrema
necessidade a utilização desta proteção para cada tipo de serviço. (Figura 24, 25,
26, 27, 28 e 29).
60




  FIGURA 24: Luva de proteção tipo vaqueta
  FONTE: CPNSP,2005




FIGURA 25: Luva de proteção de algodão
FONTE: CPNSP,2005




  FIGURA 26: Luva de proteção emborrachada
  FONTE: CPNSP,2005
61




 FIGURA 27: Luva de proteção de látex
 FONTE: DANNY,2009




FIGURA 28: Luva de proteção de PVC cano longo
FONTE: CPNSP,2005




 FIGURA 29: Luva de proteção de raspa
 FONTE: CPNSP,2005
62



• Cinto de segurança




          Cinto de segurança é utilizado para proteção do empregado contra
quedas em serviços onde exista diferença de nível. Na indústria da construção civil
muito utilizado já que os serviços em altura são muito freqüentes na utilização de
andaimes, na construção de telhados, etc. Os cuidados a serem tomados pelo
funcionário é a sua correta utilização, pois quando utilizado frouxo na queda pode
ocorrer um acidente. Deve-se verificar todas as cordas de segurança para que o
funcionário fique bem seguro na altura. A utilização do dispositivo trava – quedas é
de estrema importância, pois impede que o funcionário na queda possa chegar ao
chão, assim travando o funcionário e fazendo com que ele fique preso no local.
(Figura 30 e 31).




                    FIGURA 30: Cinturão de segurança tipo pára-quedista
                    FONTE: CPNSP,2005
Análise do Programa de Prevenção de Acidentes Quase Acidente na Construção Civil
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Análise do Programa de Prevenção de Acidentes Quase Acidente na Construção Civil

  • 1. UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC ENGENHARIA CIVIL PAULO RAMOS ANÁLISE DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – QUASE ACIDENTE – E A VIABILIDADE DA APLICAÇÃO DIRETA NA CONSTRUÇÃO CIVIL – ESTUDO DE CASO CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2009
  • 2. PAULO RAMOS ANÁLISE DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – QUASE ACIDENTE – E A VIABILIDADE DA APLICAÇÃO DIRETA NA CONSTRUÇÃO CIVIL – ESTUDO DE CASO Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Engenheiro Civil no curso de Engenharia Civil da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientador: Prof. Msc. Clovis Norberto Savi CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2009
  • 3. PAULO RAMOS ANÁLISE DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – QUASE ACIDENTE – E A VIABILIDADE DA APLICAÇÃO DIRETA NA CONSTRUÇÃO CIVIL – ESTUDO DE CASO Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Engenheiro Civil no curso de Engenharia Civil da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, com linha de Pesquisa em Segurança do Trabalho. Criciúma, 09 de Dezembro de 2009. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ Prof º Clovis Norberto Savi – Mestre – UNESC – Orientador _______________________________________________ Prof ª. Ângela Costa Piccinini – Mestre – UNESC – Banca _______________________________________________ Prof º. Edson Luiz da Silva – Mestre – UNESC - Banca
  • 4. 5 • Dedico este trabalho aos meus pais e meu irmão que sempre me apoiaram e me ajudaram estando ao meu lado em todos os momentos. • À minha noiva pelas palavras de ânimo e apoio constante.
  • 5. 6 AGRADECIMENTOS • À DEUS por ser a razão da minha vida, pela ajuda em todos os momentos, por ser o meu melhor amigo. • Aos meus familiares, Pai, Mãe, meu irmão (Andy) e Tia Vanda que me ajudaram com muito amor, carinho, respeito, paciência, incentivo. • À minha noiva Samanta que com suas palavras de ânimo, amor, carinho me ajudaram a chegar até aqui com muito sucesso. • Ao meu orientador Prof º Clovis pela motivação e apoio para a realização deste trabalho e sempre disponível para as orientações. • À BUNGE FERTILIZANTES S.A por disponibilizar a empresa para a realização da pesquisa deste trabalho, assim como a atenção e ajuda de todos funcionários do setor de Segurança do Trabalho, RH, Manutenção, Mina, à Gerencia Industrial e a todos que me ajudaram. • Aos colegas de faculdade que estiveram ao meu lado com incentivo, companheirismo até chegar ao dia tão esperado da formatura.
  • 6. 7 LISTA DE ILUSTRAÇÃO FIGURA 1: Placa de aviso.........................................................................................44 FIGURA 2: Fita sinalizadora.................................................................................... ..44 FIGURA 3: Corrente de sinalização...........................................................................44 FIGURA 4: Cone de sinalização..................................... ..........................................45 FIGURA 5: Plataforma de proteção...........................................................................46 FIGURA 6: Detalhes da plataforma de proteção.............................................. .........46 FIGURA 7: Guarda corpo de laje ..............................................................................47 FIGURA 8: Protetor para poço de elevador ..............................................................48 FIGURA 9: Tela fechadeiro........................................................................... ............49 FIGURA 10: Tela leve ................................................. .............................................49 FIGURA 11: Tela tapume ................................................. ........................................50 FIGURA 12: Capacete tipo aba frontal......................................................................53 FIGURA 13: Capacete tipo aba total................................................. ........................53 FIGURA 14: Capacete tipo aba frontal com viseira...................................................54 FIGURA 15: Capacete tipo aba frontal com protetor tipo concha..................... ........54 FIGURA 16: Óculos de segurança para proteção com lente incolo.................... ......55 FIGURA 17: Óculos de segurança para proteção com lente de tonalidade escura ..55 FIGURA 18: Óculos de segurança para proteção tipo ampla visão..........................56 FIGURA 19: Protetor auditivo tipo concha ................................................................57 FIGURA 20: Protetor auditivo tipo inserção (Plug)....................................................57 FIGURA 21: Respirador purificador de ar (descartável) ...........................................58 FIGURA 22: Respirador purificador de ar (com filtro)................................................58 FIGURA 23: Respirador purificador de ar com filtro (descartável)............................ 59 FIGURA 24: Luva de proteção tipo vaqueta..............................................................60 FIGURA 25: Luva de proteção de algodão ...............................................................60 FIGURA 26:Luva de proteção emborrachada..................................... ......................60 FIGURA 27:Luva de proteção de latex .......................................................... ...........61 FIGURA 28:Luva de proteção de PVC cano longo................................... ................61 FIGURA 29:Luva de proteção de raspa.................... ................................................61 FIGURA 30: Cinturão de segurança tipo pára - quedista..................................... .....62 FIGURA 31: Dispositivo tava - quedas.................................................................. ....63
  • 7. 8 FIGURA 32: Botina em couro com elástico.......................................................... .....63 FIGURA 33: Sapato em couro...................................................................................64 FIGURA 34: Bota de borracha...................................................................................64 FIGURA 35: Perneira de raspa..................................................................................64 FIGURA 36:Pirâmide de Frank Bird........................................................................ ..66 FIGURA 37: Bloco de registro de quase acidente.....................................................67 FIGURA 38: Portaria central da Bunge Fertilizantes S.A.-Unidade de Cajati-SP.. ...69 FIGURA 39: Comprometimento com o registro do Quase Acidente na Bunge Fertilizantes S.A......................... ...............................................................................74 FIGURA 40: Quadro de resultados - Gestão a vista........................................... ......75 FIGURA 41: Estatística de Acidentes na Bunge Fertilizantes-Unidade de Cajati-SP em 2004. ...................................................................................................................77 FIGURA 42: Estatística de Acidentes na Bunge Fertilizantes-Unidade de Cajati-SP em 2005.....................................................................................................................78 FIGURA 43: Estatística de Acidentes na Bunge Fertilizantes-Unidade de Cajati-SP em 2008.....................................................................................................................78 FIGURA 44: Estatística dos relatos de Quase Acidente na construtora de Criciúma-SC.. ............................................................................................................80
  • 8. 9 RESUMO A Bunge Fertilizantes S.A. é uma empresa que atua em todas as etapas de produção de fertilizantes e se dedica em melhorar as condições de trabalho de seus funcionários com a segurança do trabalho, aplicando e aperfeiçoando programas de prevenção de acidente como o Quase Acidente. Com isso, este trabalho tem como objetivo o estudo do programa de prevenção de acidentes - Quase Acidente - da Bunge Fertilizantes S.A. e analisar a viabilidade da aplicação do programa na construção civil. Após a coleta de dados estatísticos na Bunge sobre o programa, a apresentação e a aplicação foram feitas em uma obra residencial localizada na cidade de Araranguá/SC, de responsabilidade de uma construtora de Criciúma/SC, onde foram coletados os relatos de Quase Acidente dos funcionários e analisados posteriormente. Buscou-se fazer a verificação das dificuldades encontradas para a aplicação do Quase Acidente e o interesse da construtora em aplicar este programa em suas obras. Palavras-chave: Segurança do trabalho, Quase Acidente, Viabilidade, Construção Civil.
  • 9. 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. ..........12 2 TEMA............................................................................................................. .........13 2.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA...................................................................................13 3 PROBLEMA DE PESQUISA ...................................................................... ...........14 4 JUSTIFICATIVA......................................................................................................15 5 OBJETIVOS............................................................................................................16 5.1 Objetivo Geral....................................................................................................16 5.2 Objetivos Específicos .......................................................................................16 6 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA..............................................................................17 6.1 Acidente do Trabalho ................................................. ......................................17 6.1.1 Causas de Acidente do Trabalho ................................................. ................20 6.1.1.1 Atos Inseguros ............................................................................................20 6.1.1.2 Condições Inseguras ..................................................................................22 6.2 Segurança do Trabalho ................................................. ...................................24 6.2.1 Segurança do Trabalho na Construção Civil................................................25 6.3 Prevenção de Acidentes ...................................................................................27 6.4 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) ...................................28 6.5 Análise de Risco da Tarefa (ART) ....................................................................32 6.6 Observação de Risco no Trabalho (ORT)........................................................34 6.6.1 Procedimento da ORT....................................................................................35 6.7 Permissão de Serviço Seguro (PSS)................................................................37 6.7.1 Procedimento da PSS.....................................................................................38 6.8 Diálogo Diário de Segurança (DDS)............................. ....................................40 6.9 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)................................................. ....42 6.9.1 Tipos de EPC ..................................................................................................43 6.10 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)..................................................50 6.10.1 Tipos de EPI..................................................................................................53 6.11 Quase Acidente................................................................................................65 6.11.1 Importância do Quase Acidente para a Construção Civil......................... 68 7 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA......................... ............69 7.1 Local da Pesquisa......................... ....................................................................69
  • 10. 11 7.2 Técnicas de Coleta dos Dados.........................................................................70 7.3 Local da Aplicação da Pesquisa......................... .............................................71 7.4 Limitações..........................................................................................................71 8 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA..................72 8.1 A Aplicação do Quase - Acidente na Bunge Fertilizantes S.A.......................72 8.2 Resultados dos Registros na Bunge Fertilizantes S.A......................... .........76 8.3 A aplicação do Quase Acidente na construtora de Criciúma-SC e os resultados ................................................................................................................79 9 CONCLUSÃO.........................................................................................................82 REFERÊNCIAS........................................................................... ..............................83 ANEXO 1 - Exemplo da ART (Análise de Risco da Tarefa).................................. 85 ANEXO 2 - Modelo da ORT (Observação de Risco no Trabalho).........................89 ANEXO 2 - Modelo da PSS (Permissão de Serviço Seguro)................................91 ANEXO 4 - Modelo de DDS (Diálogo Diário de Segurança).............................. ...93 ANEXO 5 - Quadro Indicativo de EPI por Função............................................. ....95 ANEXO 6 - Acompanhamento de Pendências do Quase Acidente Na Bunge Fertilizantes ..............................................................................................................97 ANEXO 7 - Matriz de Risco para os Procedimentos de SSO e PPRA................102 ANEXO 8 - Exemplos de Registros de Quase Acidente na Bunge Fertilizantes S.A. no Mês de Maio/2009.................................................................................... .105 ANEXO 9 - Resultados da Aplicação do Quase Acidente na Bunge Fertilizantes S.A. - Unidade de Cajati/SP................................................................................... 110 ANEXO 10 - Exemplos de Registro de Quase Acidente da Construtora de Criciúma/SC na obra de Araranguá/SC nos Meses de Agosto, Setembro e Outubro de 2009.....................................................................................................117
  • 11. 12 1 INTRODUÇÃO Na indústria da construção civil pode ser constatado um grande número de acidentes, esse número vem crescendo a cada ano. Podemos observar alguns dos principais fatores determinantes para esse fato ocorrer, como a rotatividade da mão de obra que também está sem qualificação e sem treinamento de segurança e um dos principais fatores é a falta de cultura dos funcionários quanto à utilização e treinamento do uso correto dos EPI’s. Segundo dados do Ministério da Previdência Social do ano de 2008, ocorreram 688 mil acidentes de trabalho, sendo 281 mil com afastamento superior a 15 dias e 2804 acidentes com morte. Um dado impressionante é uma média de 31 trabalhadores/dia que não retornaram ao trabalho devido a invalidez ou morte. Esse número que a cada ano assusta a sociedade pode ser reduzido, pois nos dias atuais temos a tecnologia a nosso favor para proporcionar meios, técnicas, ações para a redução dos acidentes. A solução para essa redução é encontrada na prevenção do acidente, com essa ação podemos reduzir quase a zero o número de acidentes. Uma ferramenta de prevenção é o quase-acidente, pouco utilizada na indústria da construção civil, mas bem aplicada em outros setores das indústrias. Diante desse quadro, será feito um estudo da aplicação da ferramenta de prevenção de acidentes o quase-acidente em uma indústria, a Bunge - Nutrição Animal, onde a aplicação do quase-acidente é muito bem implantada e iremos verificar através de resultados na redução de acidentes. Mediante a esses resultados e métodos de aplicação será feito um estudo da viabilidade, dificuldades e resultado da aplicação desta ferramenta de prevenção de acidente o quase- acidente na construção civil.
  • 12. 13 2 TEMA A prevenção de acidente do trabalho aplicado no canteiro de obra. 2.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA Análise do programa de prevenção de acidentes – Quase Acidente – e a viabilidade da aplicação direta na construção civil. Estudo de caso.
  • 13. 14 3 PROBLEMA DE PESQUISA A indústria da construção civil destaca-se por apresentar uma grande diversidade de risco, em virtude das condições de trabalho e dos aspectos específicos de cada país, região ou localidade. A taxa de acidentes de trabalho nessa área é elevada, geralmente classificados como graves ou fatais; resultante de um ambiente de trabalho onde se encontram riscos ocupacionais. Diante do exposto o problema de pesquisa se volta para o seguinte questionamento: Com a implantação do programa de prevenção de acidentes – Quase Acidente – na construção civil será possível aplicar esse programa para poder diminuir os acidentes?
  • 14. 15 4 JUSTIFICATIVA A construção civil vem crescendo a cada ano com inovações tecnológicas, aplicação de novos métodos construtivos para facilitar e tornar a construção mais rápida e fácil de executar. Com obras cada vez maiores e mais complexas há sempre estudos e treinamento do funcionário para minimizar o desperdício de material e mão-de-obra, isso é muito importante para a empresa e principalmente para o meio ambiente, mas não é o suficiente para o funcionário que por muitas vezes se envolve em acidentes por falta de equipamentos de proteção individual, treinamento e informação. A maioria desses acidentes poderiam ser evitados se as empresas desenvolvessem em seus canteiros de obra programas de segurança do trabalho, além de dar treinamento a seus operários e acompanhá-los em seus serviços. Diante desse quadro, ao longo desse trabalho será apresentado o desenvolvimento e aplicação direta do programa de prevenção Quase Acidente, pois através da prevenção podemos evitar vários acidentes.
  • 15. 16 5 OBJETIVOS 5.1 Objetivo Geral: Analisar e implementar o programa de prevenção de acidentes – Quase Acidente - na construção civil, seguindo-se as recomendações da Norma regulamentadora brasileira de Segurança e Medicina do Trabalho a NR-18 (condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção). 5.2 Objetivos Específicos: • Implantar um programa de prevenção de acidentes no canteiro de obra; • Estabelecer medidas de proteção e prevenção para os riscos que derivam do processo de execução da obra; • Desenvolver técnicas que reduzam os riscos de acidentes, assegurando a integridade e a saúde dos trabalhadores; • Designar atribuições, responsabilidades e autoridade ao pessoal responsável pela segurança e saúde ocupacional.
  • 16. 17 6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 6.1 Acidente do Trabalho O conceito definido pela lei 8.213, de 24 de julho de 1991, da Previdência Social determina, em seu Capitulo II, Seção I, artigo 19, segundo Piza (1997,p.7): Acidente do Trabalho é o que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou perda ou ainda a redução permanente ou temporal da capacidade para o trabalho. Mas o acidente não pode ser tratado quando apenas há ferimentos, morte ou lesão pode ocorrer quando não houver essas causas, como exemplo a queda de energia elétrica, furo no pneu, etc. Também de acordo com a lei, o acidente do trabalho é considerado quando ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa de acordo com as seguintes circunstâncias, conforme De Cicco (1982,p.2): • Doenças profissionais ou do trabalho: aquelas que são adquiridas em determinados ramos de atividade e que são resultantes das condições especiais em que o trabalho é realizado; • Qualquer tipo de lesão, quando ocorre: no local e no horário de trabalho e quando o caminho ou na volta do trabalho; fora dos limites da empresa e fora do horário de trabalho; fora do local da empresa, mas em função do trabalho. Podemos verificar que o conceito de acidente é muito amplo e não é limitado apenas no local de trabalho, mas também abrangendo o trajeto e os ocorridos em função do trabalho. Com a preocupação que as empresas estão com relação à segurança do trabalho, o acidente é um fato que nenhuma gostaria de presenciar e vivenciar, devido as várias preocupações legais que podem repercutir a empresa, outro fato é o custo que o acidente gera.
  • 17. 18 Os acidentes devem ser evitados em todas as empresas, seja qual for o ramo de trabalho ou o tamanho desta, pois o acidente pode ocorrer em todos os lugares. Podemos verificar os prejuízos decorrentes do acidente para o empregado como o aspecto humano de acordo com (Zocchio,2002) um dos aspectos que costumam estar em mais evidência nos acidentes de trabalho quando destes resulta alguma vítima. A preocupação do empregado é no retorno ao trabalho depois de um período de afastamento seja ele longo ou curto, como mostra Zocchio (2002,p.80): Vítima da incapacidade parcial, o mutilado, embora voltando a trabalhar, poderá sentir-se inferiorizado diante dos demais ou se sentir piedosamente aceito pela empresa e pouco útil para o trabalho. Isso ocorre quando não recebe apoio moral necessário após o acidente ou não lhe é propiciada uma reintegração psicológica adequada ao trabalho. Pode, mesmo, vir a representar problemas para a própria segurança do trabalho. Outro aspecto importante é o social, onde muitas empresas preocupadas com o funcionário acidentado fornecem a completa assistência social, psicológica, apoio moral e material tanto ao empregado como a família, por muitas vezes até a reintegração ao trabalho, essas empresas são dignas de elogios. Essa não é a realidade da maioria das empresas que não dão a devida importância ao empregado, assim o dispensando da empresa após o tempo de afastamento deixando a família e o empregado em uma situação terrível de viver dignamente. Sem esse apoio as famílias passam por muitas necessidades, de acordo com Zocchio (2002,p.81): Muitas vítimas de acidentes sofrem, temporária ou permanentemente, redução de vencimentos que obriga a família a baixar repentinamente o padrão de vida, a proceder a cortes no orçamento, a privar-se de coisas até então usuais, fatos que ferem profundamente a felicidade de indivíduos e de famílias. Apesar da justiça que se pretende imprimir com o pagamento de indenizações às vítimas ou seus familiares, o valor indenizatório jamais compensa os danos físicos ou funcionais das vítimas, e muito menos os repara. O aspecto social da empresa não deve ser restrito somente ao RH (Recursos Humanos) da empresa, também deve ser de responsabilidade da segurança do trabalho de prevenir os acidentes algo muito mais importante do que assistir as vítimas de acidentes do trabalho.
  • 18. 19 Um dos piores problemas a serem enfrentados pelo funcionário acidentado e principalmente pela empresa é o aspecto econômico, segundo (Zocchio,2002) onde a empresa nem sempre percebe esse lado negativo do infortúnio do trabalho, embora seja ela inicialmente a mais afetada. O empregado acidentado recebe muitas vezes o auxilio dentro do previsto por lei, mas dependendo do acidente este pode até ficar inválido, assim diminuindo a renda familiar, pois apesar da previdência social amparar legalmente o acidentado, ele não recebe o que antes recebia da empresa. Todas as empresas têm condições e fazem orçamentos das despesas, do serviço, material, mão-de-obra, impostos, etc. Mas o cálculo para o custo dos acidentes ocorridos na empresa não são contabilizados, o que gera no final um prejuízo para a empresa. Por muitas vezes apenas consideram a taxa de seguro paga a previdência social, as diárias pagas aos acidentados até o décimo quinto dia de afastamento, esse seria o custo direto do acidente, o que seria um parcela pequena quando temos os custos indiretos. Os custos indiretos para a empresa segundo De Cicco (1982,p.5): • Salários pagos durante o tempo perdido por outros trabalhadores que não o acidentado: em geral, após o acidente, por menor que seja, os companheiros do acidentado deixam de produzir durante certo tempo, seja para socorre-lo, seja para comentar o ocorrido, seja por curiosidade, ou porque necessitam da ajuda do acidentado para a execução de sua tarefa, ou a máquina em que operavam ficou danificada no acidente; • Salários adicionais pagos por trabalhos em horas extras: em virtude do acidente, atrasos na execução da obra podem exigir trabalhos em horas extraordinárias, representando um adicional de 20% sobre o salário correspondente ao horário normal de trabalho; • Salários pagos a funcionários, durante o tempo gasto na investigação do acidente; • Diminuição da eficiência do acidentado de volta ao serviço produz menos (por receio de sofrer novo acidente, por desambientação, por falta de treinamento muscular, etc.). Em qualquer dos casos, a empresa pagará o mesmo salário para um trabalhador produzindo menos, o que representa, portanto, um outro custo adicional; • Custo de material ou equipamento danificado no acidente; • Multas contratuais, decorrentes de atrasos na execução da obra, devidos à queda de produção resultante de acidente. Além de todas as interferências citadas que os acidentes podem causar a empresa e ao funcionário podemos ainda mostrar outros aspectos negativos como a qualidade do serviço que irá ser reduzida devido a acidentes, não somente na qualidade final do produto, mas sim nas outras fases que antecedem a final. Algo de
  • 19. 20 grande importância é o prazo de entrega dos produtos, onde com a ocorrência de acidentes estes prazos podem ser alongados e assim prejudicando a empresa. Outro fato importante a ser tomado cuidado quanto ao prazo é a tentativa de minimizar esse fato, mas com isso começa a aparecer outras condições de risco que podem levar a outro acidente. 6.1.1 Causas de Acidentes do Trabalho Para evitar os acidentes devemos conhecer as causas, e estas ocorrem pela soma de atos inseguros e condições inseguras. A maioria dos acidentes de trabalho acontece por influência do homem, seja por influência do meio social, pela personalidade, educação, entre outras características. De acordo com Zocchio (2002,p.95): Tudo se origina do homem e do meio: do homem por meio de características que lhe são inerentes, fatores hereditários, sociais e de educação, que são prejudiciais quando falhos; o meio, com os riscos que lhe são peculiares, ou que nele são criados, e que requerem ações e medidas corretas por parte do homem para que sejam controlados, neutralizados e não transformem em fontes de acidentes. Assim começa a seqüência de fatores, com o homem e o meio como os dois únicos fatores inseparáveis de toda a série de acontecimentos que dá origem ao acidente e a todas as suas indesejáveis conseqüências. Para causar um acidente basta as pessoas não se enquadrarem nas condições de saúde, estado de ânimo, temperamento, preocupação, entre outras condições. Para obter o conhecimento mais profundo das causas dos acidentes, será separado em dois grupos: atos inseguros e condição insegura. 6.1.1.1 Atos Inseguros Os atos inseguros são definidos de acordo com (De Cicco,1882), como causas de acidentes de trabalho que residem exclusivamente no fator humano, isto
  • 20. 21 é, aqueles que decorrem da execução de tarefas de forma contrária às normas de segurança. Portanto, de acordo com esta definição, os atos inseguros dependem da não observância das normas de segurança do trabalho, ou seja, depende do homem agir de forma correta, observando seus atos e corrigir quando necessário. Estes atos devem ser reduzidos ao máximo, pois uma sucessão de atos inseguros pode levar ao acidente. Como os atos inseguros dependem do homem, podem ser tratados segundo Zocchio (2002), como atos conscientes, onde as pessoas sabem que estão se expondo ao perigo; atos inconscientes, aqueles que as pessoas desconhecem o perigo a que se expõem; atos circunstanciais, ocorre quando as pessoas podem conhecer ou desconhecer o perigo, mas algo mais forte as leva à prática da ação insegura. Para evitar os atos inseguros é necessário conhecer os motivos que levou o funcionário a praticá-lo e trabalhar através de treinamento, palestras, etc., principalmente o comportamento do empregado. As causas dos atos inseguros devem ser identificadas em cada funcionário para que assim possam ser tomadas as precauções e ações corretivas. Podemos citar 3 grandes grupos de causas do ato inseguro, conforme De Cicco (1982,p.7), explica: • Inadequação entre homem e função: Alguns trabalhadores cometem atos inseguros por não apresentarem aptidões necessárias para o exercício da função. Um operário com movimentos excessivamente lentos poderá cometer muitos atos inseguros, aparentemente por distração ou falta de cuidado, mas, pode ser que a máquina que ele opere exija movimentos rápidos. Este operário deve ser transferido para um tipo de trabalho adequado às suas características. • Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los: É comum um operário praticar atos inseguros, simplesmente por não saber outra forma de realizar a operação ou mesmo por desconhecer os riscos a que se está expondo. Trata-se, pois, de uma exposição inconsciente ao risco. • O ato inseguro pode ser sinal de desajustamento: o ato inseguro se relaciona com certas condições específicas de trabalho, que influenciam o desempenho do indivíduo. Incluem-se, nesta categoria, problemas de relacionamento com chefia e/ou colegas, política salarial e promocional imprópria, clima de insegurança com relação à manutenção do emprego, etc. Tais problemas ,interferem com o desempenho do trabalhador, desviando sua atenção da tarefa, expondo-o, portanto, a acidentes. Dependendo da área de trabalho, das empresas, podemos citar alguns exemplos de atos inseguros, conforme segue no quadro abaixo:
  • 21. 22 QUADRO 01 – Exemplos de atos inseguros e suas conseqüências. ATO INSEGURO CAUSA DO ATO INSEGURO Desconhecimento dos riscos da função Ficar junto ou sob cargas suspensas e/ou da forma de evitá-los Desconhecimento dos riscos da função Colocar parte do corpo em lugar perigoso e/ou da forma de evitá-los Usar máquina sem habilitação ou Sinal de desajustamento autorização Imprimir excesso de velocidade ou Sinal de desajustamento sobrecarga Desconhecimento dos riscos da função Lubrificar, ajustar e limpar máquinas em movimento e/ou da forma de evitá-los Improvisação ou mau emprego de Sinal de desajustamento ferramentas manuais Uso de dispositivo de segurança Inadequação entre homem e função inutilizados Não usar proteção individual Sinal de desajustamento Uso de roupas inadequadas ou Inadequação entre homem e função acessórios desnecessários Manipulação insegura de produtos Inadequação entre homem e função químicos Transportar ou empilhar Sinal de desajustamento inseguramente Fumar ou usar chamas em lugares Sinal de desajustamento indevidos Tentativa de ganhar tempo Sinal de desajustamento Brincadeiras e exibicionismo Sinal de desajustamento FONTE – Zocchio,2002 6.1.1.2 Condições Inseguras Condições inseguras nos locais de trabalho de acordo com Zocchio (2002), são as que comprometem a segurança, ou seja, falhas, defeitos, irregularidades técnicas, carência de dispositivo de segurança, desorganização, etc. que põem em risco a integridade física e/ou a saúde das pessoas. Não podemos confundir condição insegura com perigo inerente, onde são aqueles que apresentam perigo pela sua característica agressiva, como exemplo
  • 22. 23 claro podemos citar a corrente elétrica é um perigo inerente aos trabalhadores, porém, não pode ser considerada condição insegura, por si só. No entanto, instalações elétricas improvisadas, fios expostos, etc. são consideradas condições inseguras. Para evitar as condições inseguras do local de trabalho à empresa tem um papel muito importante, pois é ela através dos técnicos de segurança, encarregados e supervisores que deve analisar essas condições antes de ocorrer o acidente e tomar as devidas ações para corrigir, conforme relata Ribeiro Filho (1974,p.479,480): O supervisor, em contato diário com seus subordinados, está em excelente posição para atuar junto a eles, a fim de que adquiram “mentalidade de segurança”, evitando, assim, a prática de atos inseguros; de outro lado, é responsável também pela remoção das condições inseguras existentes em sua área de trabalho. Por muitas vezes as condições inseguras estão ligadas diretamente com os atos inseguros, pois os funcionários verificam uma condição insegura e mesmo assim realizam o serviço, podendo ocasionar o acidente assim classificando a condição insegura aliada com o ato inseguro. O funcionário deve avisar a chefia das condições de trabalho e se recusar a executar o serviço para a sua própria proteção. Em cada área podemos ter várias condições inseguras, abaixo algumas das principais e de mais ocorrência de acordo com Zocchio (2002): • Falta de proteção em máquinas e equipamentos; • Proteções inadequadas ou defeituosas; • Deficiência em maquinaria e ferramental; • Falta de ordem e de limpeza; • Escassez de espaço; • Passagens perigosas; • Defeito nas edificações; • Instalações elétricas inadequadas ou defeituosas; • Iluminação inadequada; • Ventilação inadequada • Falta de proteção individual (EPI); • Falta ou falha de manutenção.
  • 23. 24 Mediante a esses indicadores, as empresas podem tomar várias providências para evitar as condições inseguras no local de trabalho. São ações rápidas e de fácil execução que levará a redução de acidentes. 6.2 Segurança do Trabalho A segurança do trabalho sempre deve ter muita importância para as empresas, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, pois o tamanho da empresa não pode influenciar na importância da segurança. Essa importância deve ser considerada porque por trás de qualquer máquina existe um homem trabalhando, assim a segurança do funcionário não está ligada apenas aos ferimentos que ele pode estar sujeito, mas há muitos outros fatores que influenciam o homem com a falta de segurança como o aspecto social, aspectos econômicos e aspectos humanos. De acordo com Zocchio ( 1980, p.17), Segurança do trabalho é um conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas aplicadas para prevenir acidentes nas atividades das empresas. Indispensável à consecução plena de qualquer trabalho, essas medidas têm por finalidade evitar a criação de condições inseguras e corrigi-las quando existentes nos locais ou meios de trabalho, bem como preparar as pessoas para a prática de prevenção de acidentes. Algo que ocorria muito antigamente era a falta de investimento na empresa para a área de segurança do trabalho, pois era visto como um investimento muito alto e não era analisado o custo beneficio de uma boa política de segurança e saúde do trabalhador. Por esse e por muitos outros motivos, que no passado o número de acidentes era maior que o dos dias atuais. De acordo com a Revista Proteção (1997, p. 22 e 24): As empresas que não investirem em segurança e que continuarem achando que isso é apenas um custo, começarão a andar na contramão da história [...] Alguns itens de segurança, por exemplo, prevêem a existência de equipamentos que não estão disponíveis no mercado brasileiro [...] Os andaimes mais modernos do mundo não podem ser usados aqui, porque não atendem nossa norma. Isso mostra que algo está errado.
  • 24. 25 Mesmo com um alto preço a ser pago pela segurança com treinamentos de utilização de EPC, EPI, técnicas de prevenção e com o fornecimento dos melhores EPC’s e EPI’s, ainda há empresas que não dão a importância devida. Alem destas empresas entra o fator dos funcionários que não se interessam com a sua própria segurança e saúde. Ao contrário dos pensamentos antigos como cita Zocchio (2002), Sem acidente ou com acidente, o trabalho é realizado. De fato que este pensamento era muito aplicado antigamente, mas nos dias de hoje os pensamentos são outros, onde a segurança este em primeiro lugar, muito acima até mesmo da produção, tanto que muitas das empresas utilizam outras frases muito mais adequadas para a realidade que estamos vivendo, conforme a Bunge Fertilizantes AS utiliza: “Não há trabalho tão importante ou urgente que não possa ser feito com segurança“ ou também ,“ Segurança em primeiro lugar “. 6.2.1 Segurança do Trabalho na Construção Civil A Segurança do Trabalho na Indústria da Construção Civil tem pouca importância para a maioria das empresas, porque acreditam aplicar um alto investimento ou imaginam ser desnecessário. O julgamento dessas empresas se dá pela alta rotatividade da mão-de- obra, onde o funcionário não se compromete com a empresa apenas visa o salário do mês. De acordo com DE CICCO (1982, p. 10), [...] Essa tendência de mudar de emprego, que converteu muitos operários da Construção Civil em verdadeiros nômades, é ainda maior nos períodos de pleno emprego, ou seja, quando os trabalhadores têm a segurança de encontrar outra colocação, sem dificuldades. Desta forma, a empresa e o funcionário são prejudicados, pois há um aumento de acidentes acarretando no afastamento do funcionário que fica sem trabalhar, podendo até ficar inválido ou no pior dos casos perder a vida.
  • 25. 26 Há uma grande dificuldade de implementar a segurança principalmente pela mentalidade do funcionário que por muitas vezes não considera as instruções de segurança importantes, não entendem os procedimentos que foram dados, acharem incômodo seguir as normas de segurança e portanto, desrespeitando as mesmas, contribuindo assim, com o aumento no número de acidentes. Para diminuir esses acidentes é necessário realizar um trabalho de educação o funcionário quanto a segurança do trabalho, essa educação é feita através de palestras, treinamentos e conscientização, mas este trabalho não pode ser feito de modo compulsivo, não mostrar como se fosse uma obrigação a segurança, mas sim uma conscientização para ele mesmo. Assim o funcionário sentirá mais seguro com as informações e treinamento não tratando a segurança como um fardo. Também devem ser considerados os fatores de ordem social, como os baixos salários, que levam os funcionários a alimentar-se mal, facilitando o contágio das doenças ocupacionais. Muitas vezes o transporte coletivo é inadequado, ou até mesmo a distância do local de trabalho faz com que o funcionário tenha que acordar muito cedo. Existem muitos fatores que expõe os operários aos riscos de acidentes como: ● Instalações inadequadas; ● Longas jornadas de trabalho; ● Falta do EPI - Equipamento de Proteção Individual ou uso incorreto do mesmo; ● Falta do EPC - Equipamento de Proteção Coletiva; • Falta de treinamento. De acordo com ZOCCHIO (2002), assim começa a seqüência de fatores, com o homem e o meio como os dois únicos fatores inseparáveis e inevitáveis de toda a série de acontecimentos que dá origem ao acidente e a todas as suas indesejáveis conseqüências. Observa-se ainda a existência de um perfil de insensibilidade com a Higiene e Segurança no Trabalho. SOUSA (1997), por exemplo, evidenciou em sua pesquisa alguns levantamentos expedidos pela fiscalização da Delegacia Regional do Trabalho em João Pessoa, que apontavam dentre os dez itens das Normas
  • 26. 27 Regulamentadoras mais infringidos, os itens "condições sanitárias" e "EPI" como sendo os que apresentaram maior número de irregularidades. Trata-se, portanto, de itens sobre os quais todos têm conhecimento e que não dependem de nenhum conhecimento técnico mais aprofundado. 6.3 Prevenção de Acidentes A prevenção contra acidentes são técnicas utilizadas para evitá-los, que não deve ser apenas analisada após o acidente visando às conseqüências e não as causas do acidente, pois mais de 96% dos acidentes de trabalho são causados por desvio de comportamento das pessoas, assim a maior preocupação deve ser o funcionário. Quando o programa de prevenção é aplicado na empresa, é única e exclusivamente para a diminuição dos acidentes e para antecipar a ação. Não basta esperar ocorrer o acidente para depois tomar as atitudes, pois com isso pode levar a morte de muitos funcionários. Um dos principais fatores para se prevenir acidentes é a consciência do funcionário onde tem que atentar para os riscos que pode estar correndo quando não segue as normas de segurança. Por isso a principal ferramenta para prevenção está em mostrar os riscos que ele pode estar correndo no canteiro de obra, com isso instruir e ensinar o trabalhador a se proteger. De acordo com Ribeiro Filho (1974, p. 79), A Participação ativa dos trabalhadores no programa de prevenção de acidentes só será atingida quando os mesmos tiverem consciência da importância da segurança em sua vida: na fabrica, no lar, em quaisquer lugares e circunstância. Esse objetivo somente será atingido através de uma motivação adequada para a segurança do trabalho. Esta não é uma prática muito comum na indústria da construção civil, pois a prevenção necessita de investimento, claro que terá um retorno muito grande na diminuição do acidente, e quando falamos de investimento com relação à segurança
  • 27. 28 na construção civil os empreendedores e proprietários de construtoras tentam por muitas vezes driblar a legislação e não seguir as normas de segurança. Há uma frase muito utilizada por várias empresas para a motivação e conscientização do funcionário que é: “não há trabalho tão importante ou urgente que não possa ser feito com segurança”, esta era a frase estampada na parede de entrada da empresa de mineração Metal Ar em Cajati-SP. Com as técnicas e estudos sendo elaborados sobre a prevenção de acidentes torna-se mais fácil a sua aplicação. De acordo com Ribeiro Filho (1974), os meios são ilimitados, cabe ao responsável escolher os métodos apropriados que, conjugados ou não, muito o ajudarão na prevenção de acidentes. Podem ser aplicadas algumas técnicas como o Quase-Acidente, Analise de Risco da Tarefa (ART), Treinamento, Permissão de Serviço Seguro (PSS), Instrução de Segurança do Trabalho (IST), Diálogo Diário de Segurança (DDS), Observação de Risco no Trabalho (ORT), a formação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), etc. Essas ferramentas são aplicadas em muitas empresas, porém na construção civil são ainda pouco aplicadas e consequentemente se reflete no aumento do número de acidentes na indústria da construção civil. Quando os empreendedores e construtores aplicarem essas ferramentas, a tendência é haver uma redução de acidentes, já que elas requerem treinamento a todos os funcionários. Por outro lado há falta de interesse do empreendedor e construtor na aplicação de programas de segurança e saúde do trabalho, faz com que os funcionários não desenvolvam a cultura da prevenção de acidentes. 6.4 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) O objetivo principal da CIPA é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A CIPA é composta de representantes dos empregados e do empregador. De acordo com a NR-5 da Portaria n. 3.214, de 08/06/78, do MTb, as empresas
  • 28. 29 privadas ou públicas e órgãos da administração direta ou indireta, que possuam 20 (vinte) ou mais empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, estão obrigados a organizar a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, com as atribuições legais e finalidades reguladas por esta Norma. Na Construção Civil, segundo o estudo realizado pelo Ministério do Trabalho (1983, p. 11), [...] a representação dos trabalhadores em tais comissões é problemática, já que, além das dificuldades para a eleição dos representantes, estes podem também deixar o trabalho, provocando vagas difíceis de serem preenchidas em um prazo razoável. Na Construção Civil a falta de organização da CIPA é retratada muito claramente, pois os trabalhadores deveriam expor coletivamente e individualmente suas queixas quanto à segurança de seu trabalho, participar dos projetos de equipamentos de proteção coletiva e na escolha dos EPI's mais adequados para a realização de suas atividades. Segue algumas das principais atribuições da CIPA de acordo com a NR 5: a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver; b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho; c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação as prioridades de ação nos locais de trabalho; d) realizar, periodicamente,verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores; e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas; f) divulgar aos trabalhadores informações relativas a segurança e saúde do trabalho;
  • 29. 30 g) participar, com a SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores; h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador,a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores; i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho; k) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com empregador da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados; l) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores; m) requisitar à empresa as cópias das CAT’s emitidas; n) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT; o) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS. Além das atribuições da CIPA, veremos algumas atribuições dos membros da CIPA de acordo com a NR 5 : • Cabe aos empregados: a) participar da eleição de seus representantes; b) colaborar com a gestão da CIPA; c) indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho; d) observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.
  • 30. 31 • Cabe ao Presidente da CIPA: a) convocar os membros para as reuniões da CIPA; b) coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando houver, as decisões da comissão; c) manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA; d) coordenar e supervisionar as atividades de secretaria; e) delegar atribuições ao Vice-Presidente; • Cabe ao Vice-Presidente: a) executar atribuições que lhe forem delegadas; b) substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários; • O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes atribuições: a) cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento de seus trabalhos; b) coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos propostos sejam alcançados; c) delegar atribuições aos membros da CIPA; d) promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver; e) divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento; f) encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA; g) constituir a comissão eleitoral. • O Secretário da CIPA terá por atribuição: a) acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as para aprovação e assinatura dos membros presentes; b) preparar as correspondências; e c) outras que lhe forem conferidas.
  • 31. 32 6.5 Análise de Risco da Tarefa (ART) A palavra risco nos mostra uma situação insegura que poderá ocorrer um acidente, desde que esse risco seja analisado e tomado às devidas precauções para que não haja uma perda, seja ela física ou material. O risco pode estar presente de diversos modos como em gases, produto químico, trabalho em altura ou até mesmo em uma simples caminhada pela área de trabalho. Por esse motivo deve-se tomar o devido cuidado para os riscos existentes no ambiente de trabalho, assim fazendo uma analise de cada risco existente no ambiente de trabalho e em cada atividade executada. De acordo com que cita Zocchio (2002,p.179), A análise prévia tem a finalidade de estudar e determinar medidas de prevenção de riscos que, incorporadas aos projetos ou processos, previnem problemas de segurança que poderiam ocorrer na fase operacional do que foi projetado ou de processos desenvolvidos. A análise operacional identifica falhas de segurança na fase operacional, que em geral se constituem em perigos para as pessoas envolvidas e para os próprios componentes materiais das áreas de trabalho. Infelizmente a mentalidade das empresas, principalmente da indústria da construção civil com relação à análise e gerenciamento de riscos encontra-se bastante distante da prática. O mais comum é esperar a ocorrência de tragédias como acidentes e doenças graves para se tomar alguma atitude, e freqüentemente os trabalhadores são acusados como principais responsáveis pelos mesmos. De acordo com (Souza Porto,1997), o foco principal da análise de riscos da atividade nos locais de trabalho é a prevenção, ou seja, os riscos devem ser eliminados sempre que possível, e o controle dos riscos existentes deve seguir os padrões de qualidade mais elevados em termos técnicos e gerenciais. Segundo Zocchio (2002), é de indiscutível utilidade a ART (Analise de Risco da Tarefa) para a melhoria contínua da segurança do trabalho. Para a elaboração da Análise de risco da tarefa é feito primeiramente uma análise da atividade a ser realizada no setor, descriminando o que possa ter maior risco ao funcionário, empresa ou meio ambiente.
  • 32. 33 De acordo com o programa de prevenção de acidentes da BUNGE FERTILIZANTES SA, a ART é elaborada da seguinte forma e ilustrada em um exemplo no ANEXO 1: O técnico de segurança vai até o local que será executado o serviço e faz a análise dos perigos, riscos e as medidas de controle a serem seguidas, cada etapa desta deve ser seguido através de cada definição: Perigo: Fonte ou situação com potencial para provocar danos em termos de lesão, doença, dano à propriedade, dano ao meio ambiente do local de trabalho, ou uma combinação destes. Risco: Combinação da probabilidade de ocorrência (freqüência) e da(s) conseqüência(s) (gravidade) de um determinado evento perigoso. Tarefa: determinada etapa que o(s) trabalhador(es) executa(m) durante a realização de uma atividade. Atividade: conjunto de tarefas que o empregado ou grupo de empregados executa. Por exemplo: concretagem da laje, armação da ferragem, execução das formas, execução do telhado, serviço de pintura,etc. Esta é uma ferramenta muito importante a ser seguida, pois em cada etapa de serviço da construção o funcionário está ciente dos riscos que passará e assim tomará as providências pré-estipuladas da análise feita. Uma coisa é muito clara, não basta aplicar somente a ART e sim deve haver um treinamento do funcionário para cada risco na atividade. Um dos principais benefícios da elaboração da ART de acordo com o Evangelinos e Marchetti ( 2003,p.28) : Para a empresa ser economicamente saudável, devemos ser eficientes. • Para fazermos as coisas de maneira correta, sem erro, na primeira vez; • Para termos um aproveitamento total de pessoas, equipamentos e do local de trabalho; • Para proteger os empregados e ter o local de trabalho livre de riscos desconhecidos; • Para preservar nossos empregos. Resumindo, a análise é uma maneira sistemática para o reconhecimento de: • Exposições a riscos ou acidentes; • Possíveis problemas e incluindo produção, qualidade ou desperdício; • Desenvolver maneiras corretas para realização das tarefas de forma que atos inseguros, condições inseguras, acidentes, falhas, retrabalhos e desperdícios não ocorram; • Fazer de maneira certa sem perdas de qualquer espécie. Mas esta análise não se deve apenas ser feita para ser um documento burocrático da empresa, mas sim um processo contínuo, pois a cada mudança
  • 33. 34 tecnológica que ocorre no mercado de trabalho podem surgir novos riscos e estes devem ser analisados e tomados às devidas precauções. 6.6 Observação de Risco no Trabalho (ORT) Esta é uma ferramenta para a prevenção de acidentes de trabalho de fácil aplicação, apresenta como objetivo um observador notar as ações, riscos, atitudes, etc. de todos os funcionários e identificar e corrigir todo comportamento não conforme que consiste na ação que discorda ou diverge do padrão de referência (comportamento seguro), expresso em procedimentos operacionais e ou normas de segurança, para a execução de uma atividade. Todos da empresa têm a função de cuidar da segurança, segundo Ribeiro Filho (1974,p.479): O sucesso de segurança depende, em grande parte, de como os supervisores aceitam sua responsabilidade em levar a cabo os princípios de um programa de prevenção de acidentes. É essencial que todos os empregados da supervisão conheçam e aceitem essa responsabilidade, e sejam considerados competentes para arcar com elas. Na utilização da ferramenta ORT, alguns setores têm uma responsabilidade maior, como a gerência, que apresenta em sua função principal garantir a operacionalização da ORT e dispor os recursos para manter e aprimorar esta metodologia. A chefia, supervisores, engenheiros, técnicos, cipeiros e membros do sub-comitê ORT tem o dever de realizar as ORT buscando multiplicar a conscientização prevencionista e correção das não conformidades e o contínuo aprimoramento dos procedimentos e normas da empresa. O observador tem umas das principais responsabilidades para a boa aplicação da ferramenta de prevenção ORT, que estão relatadas abaixo: • Aprender os princípios da observação de comportamento; • Compreender a lista de verificação, padrões/normas e práticas seguras de trabalho; • Realizar um mínimo de observações por mês;
  • 34. 35 • Proteger o anonimato e a objetividade do processo de observação; • Dar um feedback positivo e de alta qualidade, imediatamente após a observação; • Obter comentários objetivos de seu colega de trabalho a respeito de observações de risco; • Ser positivo e profissional durante as observações. Evitar argumentos, confrontos ou repreensões; • Suspender sua observação e intervir “como a preocupação de um colega de trabalho”, se um acidente for iminente; • Entregar sua ORT no mesmo dia em que fizer a observação; • Informar prontamente à equipe ou Comitê de coordenação do sobre interesses ou questões sobre o processo; • Participar de novos treinamentos de atualização; • Ser um exemplo do processo; observar todas os padrões e boas da Cia. 6.6.1 Procedimento da ORT O Observador deverá observar sistematicamente as operações realizadas nas áreas da empresa, sob sua responsabilidade, tanto de seus colaboradores como dos funcionários pertencentes a outros departamentos e também os prestadores de serviços, a fim de identificar, medir, avaliar, corrigir e controlar as atitudes comportamentais não conformes. O Observador, imediatamente após identificar a atitude comportamental não conforme deverá, no ato, esclarecer os procedimentos e objetivos da observação, focar primeiramente as atitudes conformes e reagir para as atitudes não conformes ou inseguras, adotando a medida de controle, apropriada e cabível, orientando quanto à forma segura para realização da tarefa, e qual ou quais preparações, deverão ser tomadas, para permitir que o serviço seja continuado, desta vez, dentro dos padrões e requisitos de segurança, conforto e higiene. No
  • 35. 36 caso de dúvidas, o técnico da empresa poderá ser acionado, para ajudá-lo no que couber. O desenvolvimento da sistemática ORT está baseado em quatro fundamentos: observar, informar, corrigir as irregularidades e relatar. • Observar O observador analisa visualmente seus colaboradores diretos e terceiros, identificando os vícios, más posturas e outras condições de insegurança, em função do comportamento, adotadas por estes durante a realização das tarefas. A observação pode ser ocasional onde você identifica o desvio prontamente, ou também pode ser observação planejada onde a atividade de observação é definida anteriormente. Na observação planejada é necessário que haja uma atenção especial, pois se deve informar ao trabalhador o que irá ser feito, informe que você estará observando-o por alguns minutos e que ele deve continuar trabalhando normalmente. Todos devem evitar que ocorram as seguintes falhas, muito comuns no processo de observação: a) Nas ORT’s enfocar atos e comportamentos não conformes de pessoas não pertencentes ao setor do observador. Identificar primeiramente os desvios na sua área de atuação. Não observe somente funcionários terceiros. b) Nem sempre o observado é notificado, corrigido e orientado; passando nestes casos a “ORT” a ser mero instrumento burocrático, o que, em momento algum, é a finalidade desta ferramenta. • Informar Uma vez terminada a observação inicial, o observador tem a obrigação de dar ciência ao pessoal envolvido, seja ou não seu colaborador, sobre o que foi
  • 36. 37 observado e a(s) não conformidade(s) identificadas, colocando-o a par do(s) risco(s), de seu(s) efeito(s), severidade(s) e conseqüência(s). Informar primeiro e sempre os comportamentos seguros e corretos, exaltando o funcionário dos acertos verificados. Nesta fase verificar o entendimento e aplicação dos padrões em busca de desvios potenciais. • Corrigir as Irregularidades O trabalho é imediatamente paralisado e, através de um diálogo de segurança franco, honesto, construtivo e objetivo, devem ser corrigidas as falhas comportamentais. • Relatar Preencher corretamente todos os campos do formulário apresentado no ANEXO 2, e se observado que é uma situação onde exista a probabilidade de similaridade da ocorrência, encaminhar de imediato uma cópia desta ORT’s as demais áreas da empresa e a quem possa contribuir para consolidar a correção e a não reincidência do(s) desvio(s). Depois de tomadas as providências corretivas adequadas, o supervisor deverá registrar os fatos, através do preenchimento da ORT. 6.7 Permissão de Serviço Seguro (PSS) Trata-se de uma prévia análise dos riscos identificados nos serviços não rotineiros onde são aqueles que não são realizados com freqüência ou sob condições de risco variadas como: trabalho a quente, trabalhos elétricos, entrada em espaço confinado, abertura de linhas, trabalho em local elevado e outros que
  • 37. 38 possam gerar risco ao funcionário ou até mesmo ao patrimônio e ao meio ambiente, e assim seguir as devidas medidas de controle dos riscos através do preenchimento de um formulário ilustrado no ANEXO 3. A PSS pode ser tratada como uma ART (Anotações de Responsabilidade Técnica), ou seja, o funcionário que emitir a PSS está responsável por todo trabalho referente aquela PSS. O solicitante é o empregado devidamente treinado e autorizado a emitir a PSS. O solicitante não pode assumir o papel do responsável pelo executante e também não pode fazer parte da equipe de executante. O executante é a pessoa que realizará o serviço solicitado, sendo orientada e instruída dos cuidados a serem seguidos. 6.7.1 Procedimento da PSS De acordo com o Programa de Prevenção de Acidentes da BUNGE FERTILIZANTES S.A., segue o procedimento da PSS: O solicitante e o responsável pelos executantes devem efetuar o preenchimento da PSS no local onde o serviço será realizado, analisando os riscos, os equipamentos necessários, as condições de segurança e as medidas de controle necessárias para cada tipo de serviço a ser realizado. Uma vez realizada essas providências, solicitante e responsável devem aprovar a PSS, liberando a atividade. Em uma mesma PSS não pode ser incluso dois tipos de trabalho. A primeira via da PSS deverá permanecer no local onde o serviço está sendo realizado, e a segunda via deverá ficar com a equipe de segurança em um local seguro de qualquer risco. É obrigatório interromper a PSS por qualquer pessoa quando: • For constatada que as medidas de segurança propostas nessas permissões não estão sendo seguidas; • Novos membros forem inseridos na equipe; • Houver mudança de local de serviço; • Novas atividades não previstas forem inseridas no trabalho;
  • 38. 39 • Houver emergência ou no caso em que situações inesperadas aconteçam e coloquem em risco a segurança dos envolvidos nas atividades, nas instalações ou no meio ambiente tais como: erosão, infiltração, vazamento e desabamento. Após o controle da situação, o serviço será reiniciado apenas após nova avaliação por parte dos aprovadores da PSS. A PSS tem validade até o término do serviço, devendo ser revalidada pelo solicitante e pelo responsável pelos executantes nas seguintes situações: • A cada alteração do solicitante, do responsável pelos executantes ou da equipe executante; • A cada mudança da equipe de trabalho, seja na entrada de novos integrantes ou saída dos mesmos; • Quando houver interrupção na execução do serviço, independentemente do tempo desta interrupção. Quando se encerra o serviço, deve-se dar baixa na PSS através do preenchimento do campo “Quitação e Aceitação do serviço” pelo solicitante e pelo responsável dos executantes. Logo após a PSS deve ser enviada ao setor de segurança para que analise a PSS e verifique se há a necessidade de tomar alguma medida corretiva, após é arquivada a PSS. Esta medida é de extrema importância, pois assim há sempre um responsável por qualquer atividade a ser executada e no meio em que vivemos é muito importante ter essa pessoa ciente de todos os serviços, riscos que o funcionário está sujeito. A PSS é um documento que responsabiliza todos os atos inseguros na atividade. No meio da indústria da construção civil essa é mais uma ferramenta de prevenção pouco atuante e aplicada. Como tudo que é burocrático e deve seguir normas, a construção civil apresenta certa resistência, principalmente pela mentalidade que vem de muito tempo. Para essa medida ser aplicada na construção civil é necessário um treinamento e o início da aplicação do programa, que é a principal cobrança da execução desta ferramenta de prevenção.
  • 39. 40 6.8 Diálogo Diário de Segurança (DDS) O DDS segundo Zocchio (2002), é um instrumento de eficácia incontestável das atividades prevencionistas para a segurança e saúde do funcionário. Uma ferramenta de fácil aplicação em qualquer área e tipo de trabalho, por ser conversas diárias entre os funcionários, além do baixo custo de aplicação. O DDS tem como objetivo proporcionar oportunidades para que se implante a cultura de segurança nas diversas áreas, desenvolvendo nas pessoas o hábito da conversa sobre assuntos relativos a saúde e segurança do trabalho. São reuniões rápidas de aproximadamente 5 a 10 minutos realizadas diariamente antes do início da jornada de trabalho, no local de trabalho para discutir assuntos relativos aos riscos e prevenção dos mesmos, bem como discutir acidentes e incidentes ocorridos. Essas reuniões são feitas pelos supervisores, encarregados de cada área onde este elabora os assuntos que são os mais diversos a serem abordados. Zocchio (2002,p.121) cita que: O chefe que tem por hábito dialogar com os subordinados sobre segurança do trabalho, corrigindo falhas e ensinando a maneira segura de executar as tarefas, além de prevenir acidentes, promove, ao mesmo tempo, o equilíbrio da produtividade nas atividades sob sua responsabilidade. Segue alguns dos principais assuntos abordados no DDS segundo o Programa de Prevenção de Segurança da BUNGE FERTILIZANTES S.A. : • Falar das tarefas a serem executadas durante o dia; • Alertar sobre os riscos de acidentes e quais as medidas preventivas; • Utilização dos EPI’s e EPC’s; • Saúde do trabalhador; • Forma de prevenção de doenças; • Acidentes ocorridos no local de trabalho; • O que fazer em caso de acidentes; • Repita quantas vezes for necessário, os procedimentos para evitar acidentes; • Confira sempre se entenderam as instruções que foram transmitidas.
  • 40. 41 São muitos os assuntos a serem abordados. Além dos assuntos específicos, pode ser lida algumas informações básicas de segurança para que a cada dia a segurança esteja na mentalidade do funcionário. No ANEXO 4 mostra alguns exemplos e a lista de presença dos funcionários no DDS. Abaixo algumas informações segundo o programa de segurança da BUNGE FERTILIZANTES S.A. para a leitura do encarregado aos funcionários no DDS: QUADRO 02: Informações transmitidas no DDS 1 Verifique os Equipamentos de Proteção Individual de sua Equipe, inclusive faça a programação antecipada das atividades e quais Equipamentos e Ferramentas que serão utilizadas ; 2 Não se aproxime de máquinas, equipamentos ou caminhões em movimentação ; 3 Em redes elétricas energizadas somente o eletricista poderá executar trabalhos, Nunca faça improvisações ; 4 É proibido o uso de bebidas alcóolicas ou drogas alteradoras do comportamento ; 5 Conserve limpo o local de trabalho ; 6 Obedeça as sinalizações implantadas pela Segurança do Trabalho ; 7 Antes dos inícios das atividades, verifique as condições das máquinas e equipamentos ; 8 Comunique ao Encarregado todas as condições inseguras que ofereçam riscos de acidentes, observadas nas fases da Obra ; 9 Sempre que observar um principio de incêndio, combata-o com a preventiva, conforme instruções recebidas e em seguida comunique à Segurança do Trabalho ; 10 Usar todo Uniforme e EPIs conforme especialidades de Serviços e Normas da FAFEN/SE/Qualiman 11 Obedecer as placas de Sinalização instaladas na Refinaria e frentes de Trabalho ; 12 Andar e não correr nos locais de Trabalho ; 13 Ajudar a manter limpo os locais de refeição, sanitários, vestiários e veículos de Transporte de Pessoal ; 14 Não fazer brincadeiras de qualquer espécie nos locais de trabalho ou desviar atenção dos colegas de trabalho ; 15 Nos trabalhos a serem executados em altura superior a (2) dois metros, fazer uso do cinto de segurança ; 16 Não subir ou descer em veículos em movimento ; 17 Não deixar ferramentas ou equipamentos soltas sob estruturas, plataformas em cima de tubulações (acondicione-as) ; 18 Somente utilizar ferramentas e equipamentos adequados à atividade e nunca fazer improvisações ;
  • 41. 42 19 Nunca permanecer de baixo de cargas suspensas nem mesmo passar 20 Quando precisar comparecer ao Ambulatório Médico, comunique de imediato ao seu encarregado e este ao serviço de Segurança do Trabalho ; 21 Não desligar ou ligar chaves elétricas sem a autorização de seu encarregado, a não ser em casos de emergência ; 22 Obedecer as instruções recebidas do Técnico de Segurança, quando determinadas a você ; 23 Quando executar atividades com lixadeiras elétricas, pneumáticas e esmeril, usar óculos de Segurança e Protetor Facial ; 24 Os Empregados não devem acionar, parar, ajustar qualquer máquina ou equipamento ou instalação que não esteja sob sua responsabilidade ; 25 Preservar o Meio Ambiente, não jogando lixo em locais inadequados. FONTE: Bunge Fertilizantes S.A., 2009 O principal objetivo do DDS é a conscientização do funcionário quanto a segurança e saúde para que haja uma prevenção e redução dos acidentes ao funcionário. 6.9 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) EPCs são dispositivos utilizados à proteção de trabalhadores durante realização de suas atividades. O EPC serve para neutralizar a ação dos agentes ambientais, evitando acidentes, protegendo contra danos à saúde e a integridade física dos trabalhadores, uma vez que o ambiente de trabalho não deve oferecer riscos à saúde ou à a segurança do trabalhador. Ao pensar em proteção do trabalhador é necessário previnir coletivamente primeiro, quando o meio não oferece condições seguras de trabalho adota-se o EPI. Esta ferramenta coletiva ao contrário do que se pensa é um investimento relativamente barato, claro que temos EPC de alta qualidade e de alta tecnologia como os sistemas sofisticados de detecção de gases dentro de uma indústria química. De acordo com Piza (1997,p.33):
  • 42. 43 Os EPCs para serem perfeitamente definidos e adequados devem respeitar algumas premissas básicas: • Ser do tipo adequado em relação ao risco que irão neutralizar; • Depender de menos possível da atuação do homem para atender suas finalidades; • Ser resistentes às agressividades de impactos, corrosão, desgastes,etc., a que estiverem sujeitos; • Permitir serviços e acessórios como limpeza, lubrificação e manutenção; • Não criar outros tipos de riscos, principalmente mecânicos como obstrução de passagens, cantos vivos,etc. Assim a melhor conclusão para o EPC é que esta proteção não atrapalha em nada o trabalhador, são dispositivos que ajudam e pode até aumentar a produção do trabalhador. 6.9.1 Tipos de EPC’s Abaixo alguns dos tipos mais utilizados de EPC’s: • Sinalização A sinalização pode ser utilizada tanto internamente e externamente com a função de sinalizar, interditar, balizamento ou demarcação em geral, por indústrias, construtoras, transportes, órgãos públicos ou empresas que realizam trabalhos externos. São equipamentos de fácil visualização e fácil de se encontrar no mercado. As fitas sinalizadoras podem conter textos, assim possibilitando várias aplicações. As correntes de sinalização e isolamento em plástico ABS são as mais utilizadas devido a sua alta durabilidade, resistência mecânica e contra altas temperaturas, excelente para uso externo, não perdendo cor ou descascando com a ação de intempéries. (Figura 1, 2, 3 e 4).
  • 43. 44 FIGURA 1: Placa de aviso FONTE: Bunge Fertilizantes S.A., 2008 FIGURA 2: Fita sinalizadora FONTE: Bunge Fertilizantes S.A., 2008 FIGURA 3: Corrente de sinalização FONTE: Bunge Fertilizantes S.A., 2008
  • 44. 45 FIGURA 4: Cone de sinalização FONTE: Bunge Fertilizantes S.A., 2008 • Plataforma de Proteção O sistema de plataforma de proteção (bandeja) é composta de quadros modulares de tamanhos variáveis, com molduras de aço e chapas de compensado, que são fixadas por intermédio de parafusos a vigas de aço reforçadas. Quando instalados, os quadros são fixados entre si, proporcionando total segurança ao conjunto. Devido à variedade de tamanhos e quadros, as bandejas são adaptáveis aos mais variados desenhos de lajes existentes. Esse tipo de proteção é de muita importância para os pedestres, pois evita que detritos de construção atinjam pessoas passando na calçada. (Figura 5 e 6).
  • 45. 46 FIGURA 5: Plataforma de proteção FONTE: Civil / Mecânica., 2009 FIGURA 6: Detalhes da plataforma de proteção FONTE: Civil / Mecânica., 2009
  • 46. 47 • Protetor de Periferia – Tipo Guarda Corpo Conforme exige a norma NR-18, tem suporte para rodapé, travessão intermediário e travessão superior. A fixação à forma é feita através de um suporte em tubo redondo preso nos garfos de madeira. Tem, como acessório entre o travessão intermediário e o superior, dispositivo de passagem de cabo de aço para amarração dos cintos de segurança dos operários. Muito utilizado nas limitações das lajes para segurança dos trabalhadores. (Figura 7). FIGURA 7: Guarda corpo de laje FONTE: Civil / Mecânica., 2009 • Protetor para Poço de Elevador Módulo regulável tipo Guarda-corpo Rodapé (GcR), entre 1,50 m e 2,60 m, com suporte para rodapé, travessão intermediário e superior. Os módulos são montados em apoios rigidamente fixados à estrutura ou em montantes. Os apoios
  • 47. 48 fazem com que o fechamento fique à distância de 0,20 m do poço do elevador, seguindo a orientação dos fabricantes de elevadores. (Figura 8). FIGURA 8: Protetor para poço de elevador FONTE: Civil / Mecânica., 2009 • Telas de Proteção As telas de extrema utilidade, proporciona uma boa proteção para as pessoas. Segue as características de cada tela: • Tela Fachadeiro - ideal para proteger prédios em construção e obras de longa duração; • Tela Leve - para proteger prédios em reformas, pintura, recuperação de fachadas, etc. ; • Tela Tapume - ideal para cercamento de canteiro de obras, áreas de risco, desvio de trânsito e corredor para pedestres. Abaixo ilustrações das telas de proteção. (Figura 9, 10 e 11).
  • 48. 49 FIGURA 9: Tela fachadeiro FONTE: IBRATE,2009 FIGURA 10: Tela leve FONTE: IBRATE,2009
  • 49. 50 FIGURA 11: Tela tapume FONTE: IBRATE,2009 6.10 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) São todos os equipamentos de uso individual destinados a proteger a integridade física e preservar a saúde do trabalhador. De acordo com Oliveira Ayres e Peixoto Corrêa (2001), os EPI’s desempenham importante papel na redução das lesões provocadas pelos acidentes do trabalho e das doenças profissionais. Todos os funcionários da obra devem ser treinados e orientados para utilização adequada dos EPI’s - Equipamentos de Proteção Individual e recebê-los gratuitamente em perfeito estado de conservação e funcionamento. De acordo com a lei do ministério do trabalho, CLT – Consolidação das Leis de Trabalho / Capítulo V – da segurança e medicina do trabalho / Seção IV - do equipamento de proteção individual - Art.166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral
  • 50. 51 não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. As empresas adotam um sistema para a distribuição e fiscalização dos EPI’s através de uma ficha, onde essa visa atender, não só as necessidades de controles administrativas, mas, principalmente, os aspectos legais. Nesta ficha consta além do termo de responsabilidade do empregado e da empresa, os tipos de EPI’s requisitados, seus C.A’s (Certificado de Aprovação) e as datas de entrega e substituição. Todos os EPI’s utilizados pelo empregado deverão ser anotados nessa ficha. As fichas de Controle de EPI’s ficarão arquivadas no setor de Segurança do Trabalho enquanto o empregado estiver trabalhando na empresa, após o desligamento do empregado, sua ficha deverá ser enviada ao setor de RH para arquivamento junto ao prontuário do empregado desligado. Outro sistema a ser adotado para a fiscalização e principalmente para a instrução dos funcionários de acordo com a sua função é uma planilha onde constam os riscos para cada função e principalmente porque consta o EPI a ser utilizado na rotina de trabalho ou se a sua utilização é uma eventualidade, conforme a planilha no ANEXO 5. É muito importante a fixação desta planilha em vário locais de trabalho para todos os funcionários ficarem instruídos quanto a utilização dos EPI’s. O equipamento deve conter o CA (Certificado de Aprovação), que é expedido pelo ministério do trabalho e emprego. Também quando não é dado o devido treinamento o funcionário fica com o equipamento, mas, desprotegido, pois utilizam incorretamente. Os funcionários devem responsabilizar-se pela guarda e conservação dos equipamentos de proteção individual e comunicar ao setor de segurança, quando o EPI tornar-se impróprio para o uso. Além disto, é necessária a sua utilização após o treinamento e orientação do setor de segurança da empresa. De acordo com Oliveira Ayres e Peixoto Corrêa (2001,p.26), É importante que o trabalhador tenha em mente que: • é necessário que o trabalhador participe dos programas de prevenção de sua empresa, a fim de que possa, conscientemente, valorizar o uso dos EPIs; • é desejável que o EPI seja confortável, que se adapte ao esquema corporal do usuário e tenha semelhança com objetos comuns;
  • 51. 52 • deve-se deixar ao trabalhador a escolha do tipo de sua preferência, até mesmo quando a certa característica, como a cor, quando a empresa tiver selecionado e adquirido mais de um tipo e marca para a mesma finalidade; • a experiência tem demonstrado que se o trabalhador for levado a compreender que o EPI é um objeto bom para si, destinado a protegê-lo, mudará de atitude, passando a considerá-lo como algo de sua estima e, nesse caso, as perdas ou danos por uso inadequado tendem a desaparecer; • empregador e/ou o supervisor deverão ser tolerantes na fase inicial de adaptação, usando a compreensão e dando as necessárias explicações ao trabalhador, substituindo a coerção pela atenção e esclarecimento, de forma que, aos poucos, vá conscientizando o trabalhador da utilidade do uso do EPI. As ameaças e atitudes coercitivas provocarão traumas e revoltas do empregado. Em vários segmentos de trabalhos como em indústrias automobilísticas, alimentícias, química, mineração, cerâmica entre outras, apresentam uma aplicação correta dos EPIs conforme as normas de trabalho devido a sua organização, mentalidade, treinamentos e investimentos feitos. Na indústria da construção civil onde os acidentes são em maior números segundo o ministério do trabalho, por muitas vezes apenas fornecem o EPI, mas não há um treinamento e tão pouco uma reposição do EPI quando necessário. A segurança para a indústria da construção civil resume em fornecer o EPI sem uma preocupação da sua utilização correta. Conforme o artigo da Zanpieri Grohmann, [...] o simples fornecimento de EPIs e exigência de seu uso não podem evitar acidentes se utilizados isoladamente pois, um eficaz sistema de segurança é caracterizado não apenas pelo simples cumprimento de exigências legais,mas, principalmente, pela preocupação em fornecer aos empregados um ambiente seguro, os mais adequados equipamentos de proteção individual e um eficiente treinamento do mesmo, sem levar em conta apenas a minimização dos custos. Esse fato ocorre devido à alta rotatividade de mão-de-obra na construção civil, onde os empreendedores não investem em equipamentos e tão pouco em segurança para não “perder dinheiro”, um pensamento retrogrado nos dias modernos, onde a segurança tem que estar em primeiro lugar a frente da produção, pois do que vale produzir com acidentes ou mortes, o prejuízo é certo.
  • 52. 53 6.10.1 Tipos de EPI’s A variedade de tipos de EPI são imensas, abaixo estão algum dos tipos de EPI mais utilizados: • Capacete de proteção A principal utilização do capacete é para proteção da cabeça do empregado contra agentes metereológicos (trabalho a céu aberto) e trabalho em local confinado, impactos provenientes de queda ou projeção de objetos, queimaduras, choque elétrico e irradiação solar. (Figura 12, 13, 14 e 15). FIGURA 12: Capacete tipo aba frontal FONTE: CPNSP,2005 FIGURA 13: Capacete tipo aba total FONTE: CPNSP,2005
  • 53. 54 FIGURA 14: Capacete tipo aba frontal com viseira FONTE: CPNSP,2005 FIGURA 15: Capacete tipo aba frontal com protetor tipo concha FONTE: CPNSP,2005
  • 54. 55 • Óculos de segurança para proteção Os óculos são utilizados principalmente para evitar perfuração dos olhos através de corpos estranhos como no corte de arames e cabos, no uso de chave de boca e talhadeiras, uso de furadeiras, retirada de pregos, partículas sólidas e outros agentes agressivos que possam prejudicar sua visão, como agentes químicos. Uma outra aplicação é a utilização do óculos com lente de tonalidade escura, além das proteções já citadas, podem proteger os olhos dos raios ultravioletas. (Figura 16, 17 e 18). FIGURA 16: Óculos de segurança para proteção com lente incolor FONTE: CPNSP,2005 FIGURA 17: Óculos de segurança para proteção com lente de tonalidade escura FONTE: CPNSP,2005
  • 55. 56 FIGURA 18: Óculos de segurança para proteção tipo ampla visão FONTE: CPNSP,2005 • Protetor auditivo Utilizado para proteção dos ouvidos nas atividades e nos locais que apresentem ruídos excessivos para evitar algumas doenças causadas pelo ruído como: perda auditiva, cansaço físico, mental, stress, fadigas, pressão arterial irregular, impotência sexual nos homens e descontrole hormonal nas mulheres e excesso de nervosismo. É recomendado a utilização desta proteção durante todo o período de trabalho, assim causando um maior conforto para o trabalho. Na indústria da construção civil existe alguns setores onde a utilização desta proteção torna muito necessária como no caso do operador da betoneira, utilização de ferramentas elétricas como serra circular, serra mármore. Quando não utilizado essa proteção pode gerar doenças ao longo do tempo. (Figura 19 e 20).
  • 56. 57 FIGURA 19: Protetor auditivo tipo concha FONTE: CPNSP,2005 FIGURA 20: Protetor auditivo tipo inserção (plug) FONTE: CPNSP,2005 • Respirador purificador de ar Utilizado para proteção do sistema respiratório contra gases, vapores, névoas, poeiras, para evitar contaminações por via respiratória, complicações nos pulmões e doenças decorrentes de produtos químicos. Em casos de emergência deverão ser utilizadas máscaras especiais.
  • 57. 58 Na construção civil a poeira é a grande dificuldade no local de trabalho assim prejudicando a respiração do funcionário, outra dificuldade é na utilização de serra mármore para cortar paredes que gera uma névoa de pó, com isso é de extrema necessidade a utilização desta proteção para evitar doenças respiratórias e no momento do trabalho proporcionar um conforto ao funcionário. (Figura 21, 22 e 23). FIGURA 21: Respirador purificador de ar (descartável). FONTE: CPNSP,2005 FIGURA 22: Respirador purificador de ar (com filtro) FONTE: CPNSP,2005
  • 58. 59 FIGURA 23: Respirador purificador de ar com filtro (descartável). FONTE: CPNSP,2005 • Luva de proteção As luvas de proteção são utilizadas para proteção mecânica, e contra produtos abrasivos, escoriantes e rebarbas. Para cada tipo de luva há uma utilização correta, como para a construção civil as mais utilizadas são as luvas de raspa para o transporte de argamassa nos carrinhos, as luvas de látex mais usadas para proteger as mãos de agentes químicos como o cimento que pode ocorrer várias irritações na pele. Para que várias doenças não ocorram com o funcionário é de extrema necessidade a utilização desta proteção para cada tipo de serviço. (Figura 24, 25, 26, 27, 28 e 29).
  • 59. 60 FIGURA 24: Luva de proteção tipo vaqueta FONTE: CPNSP,2005 FIGURA 25: Luva de proteção de algodão FONTE: CPNSP,2005 FIGURA 26: Luva de proteção emborrachada FONTE: CPNSP,2005
  • 60. 61 FIGURA 27: Luva de proteção de látex FONTE: DANNY,2009 FIGURA 28: Luva de proteção de PVC cano longo FONTE: CPNSP,2005 FIGURA 29: Luva de proteção de raspa FONTE: CPNSP,2005
  • 61. 62 • Cinto de segurança Cinto de segurança é utilizado para proteção do empregado contra quedas em serviços onde exista diferença de nível. Na indústria da construção civil muito utilizado já que os serviços em altura são muito freqüentes na utilização de andaimes, na construção de telhados, etc. Os cuidados a serem tomados pelo funcionário é a sua correta utilização, pois quando utilizado frouxo na queda pode ocorrer um acidente. Deve-se verificar todas as cordas de segurança para que o funcionário fique bem seguro na altura. A utilização do dispositivo trava – quedas é de estrema importância, pois impede que o funcionário na queda possa chegar ao chão, assim travando o funcionário e fazendo com que ele fique preso no local. (Figura 30 e 31). FIGURA 30: Cinturão de segurança tipo pára-quedista FONTE: CPNSP,2005