O documento descreve:
1) Uma atividade complementar de História para alunos do 3o ano sobre a Proclamação da República e a Primeira República brasileira.
2) Textos que explicam a Proclamação da República em 1889 e as características da Primeira República, como o coronelismo.
3) Atividades propostas para os alunos, como pesquisar sobre regimes e sistemas políticos e debater modelos eleitorais.
1. 3º SIMULADO 3ª AVALIAÇÃO
01
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO
COORDENADORIA DO ENSINO FUNDAMENTAL
ATIVIDADE COMPLEMENTAR NA MODALIDADE À DISTÂNCIA
CICLO / ANO
COMPONENTE
CURRICULAR
CARGA
HORÁRIA
PROFESSOR
FORMADOR
IV/3º ano História h Celso Oliveira
Objetos do
conhecimento
segundo a BNCC
Experiências republicanas e práticas autoritárias: as tensões e
disputas do mundo contemporâneo
A proclamação da República e seus primeiros desdobramentos
Primeira República e suas características
Sejam bem vindos! A Secretaria
Municipal de Educação em tempos de
pandemia e preocupada com a
aprendizagem dos alunos disponibiliza
algumas atividades complementares a
serem desenvolvidas a distância. Para o
componente curricular História iremos
disponibilizar algumas atividades para
serem desenvolvidas pelos alunos.
Bons estudos!
Abaixo temos disponível alguns
textos que irão faciliatar a
compreensão dos conhecimentos
já acumulado por vocês através
dos estudos desenvolvidos em
suas escolas. Vamos ler!?
2. 3º SIMULADO 3ª AVALIAÇÃO
02
A Proclamação da Republica no Brasil
O 15 de novembro é uma data importante no Brasil, pois nesse dia comemora-se
a Proclamação da República. Esse evento aconteceu em 1889 e foi resultado da
mobilização do Exército e de republicanos civis contra a monarquia instalada no país
desde 1822. A partir de um golpe, a república foi instaurada no Brasil e a família
real foi expulsa.
A Proclamação da República foi resultado de uma longa insatisfação dos
militares com o governo monárquico. Os historiadores tratam esse acontecimento
atualmente como um golpe por ter sido uma transição de regime forçada e sem a
participação popular.
A Proclamação da República é resultado de um processo político que se estendeu desde
a década de 1870. A insatisfação com a monarquia ganhou força ao final da Guerra do
Paraguai, tanto nos meios militares quantos nos civis. Essa insatisfação só foi
crescendo, e o surgimento de partidos republicanos contribuiu para isso.
O grande grupo insatisfeito, porém, era o Exército brasileiro. As Forças Armadas
consideravam-se pouco reconhecidas depois de terem conduzido todo o esforço da
Guerra do Paraguai. Os militares estavam insatisfeitos com suas remunerações, queriam
melhorias no sistema de promoção de carreira e a permissão para opinar suas posições
políticas, algo proibido na época.
Isso contribuiu para que o republicanismo fosse ventilado no seu interior. Não obstante,
a insatisfação com a monarquia não era uma exclusividade dos militares,
os cafeicultores paulistas e a Igreja Católica também estavam insatisfeitos. Ainda, o
enfraquecimento do regime monárquico no Brasil está diretamente relacionado com o
avanço da pauta abolicionista. A relação era proporcional e inversa: na mesma medida
em que o abolicionismo ganhava força, o monarquismo perdia influência no país.
Politicamente os debates foram acirrando-se ao longo da década de 1880, tanto na
questão da abolição quanto na do republicanismo. A situação do Brasil era de crise
crônica na década de 1880, e a polarização só contribuiu para reforçar esse quadro.
Com a perda do apoio da Igreja e dos escravocratas, a monarquia ficou sem os grandes
grupos que lhe davam apoio, sobretudo o segundo. Assim, a sua sustentação tornou-se
extremamente difícil, uma vez que o movimento republicano estava muito forte no final
da década de 1880. Na medida em que o republicanismo avançava, uma nova pauta era
ventilada: o federalismo.
Essa pauta inspirava-se no federalismo que existia nos Estados Unidos e defendia
maior descentralização do governo, isto é, os partidos republicanos agruparam-se
regionalmente e passaram a defender maior autonomia para os estados. Em determinado
momento, pensou-se que a monarquia aplicaria uma certa descentralização, mas isso
não aconteceu.
Outro fator de insatisfação com a monarquia dava-se em relação à economia. Depois da
Guerra do Paraguai, a economia brasileira enfraqueceu-se, afinal o país gastou muito
mais do que poderia para vencer os paraguaios. Ainda há de considerar-se os impactos
da crise mundial do capitalismo de 1873, que impactou pouco o Brasil, mas teve no país
seus reflexos.
O último fator é a questão da sucessão, pois, até entre os monarquistas, havia um certo
incômodo com o fato de que os sucessores do trono eram a princesa Isabel e seu marido,
o Conde D’Eu.
Em novembro de 1889, a crise política estava avançada, principalmente porque já existia
uma percepção de que o visconde de Ouro Preto não resolveria as grandes demandas
daquele momento. Sendo assim, grandes nomes do republicanismo da época reuniram-se
3. 3º SIMULADO 3ª AVALIAÇÃO
03
secretamente com o marechal Deodoro da Fonseca, um militar bastante influente na
época, para que ele aderisse ao movimento.
Depois de ser convencido, Deodoro da Fonseca liderou um levante militar, em 15 de
novembro, que cercou o Gabinete Ministerial, destituiu o visconde de Ouro Preto do cargo
e prendeu-o. Ao longo daquele dia, uma série de acontecimentos levaram à Proclamação da
República, oficialmente, após anúncio feito por José do Patrocínio, um vereador do Rio de
Janeiro.
Conde D’Eu tentou liderar uma resistência no dia 15, e o imperador tentou formar um novo
gabinete, mas as ações não tiveram sucesso. A monarquia estava efetivamente derrubada, d.
Pedro II deixou de ser imperador do Brasil, e um governo provisório republicano foi
instaurado. No dia 17 de 1889, a família real partiu rumo à Europa.
A política dos coronéis
O coronelismo é uma prática sociopolítica brasileira típica do início do
século XX, no período chamado de República Velha (1889-1930), quando os
chamados “coronéis” exerciam o poder local sobre as camadas inferiores da
sociedade a fim de garantir votos em troca de favores das esferas políticas
locais, estaduais e federais.
ORIGENS
As origens do coronelismo remontam ao século XIX, com o desenvolvimento
da Guarda Nacional, quando os cargos de confiança foram nomeados de
acordo com relações de influência e troca de favores, assim sendo, grandes
proprietários de terra que eram leais ao governo recebiam o cargo
de coronel para exercer o controle local. A medida que o tempo avançou, todo
chefe político local passou a ser chamado pelos sertanejos de coronelO
coronelismo, portanto, foi se desenvolvendo ao longo do século XIX, existente
tanto nos meios rurais como nas cidades, foi resultado das desigualdades e
Vivemos hoje em um regime republicano e o
sistema adotado pelo Brasil é o
presidencialista. Existem outros regimes e
sistemas políticos no mundo? Quais você
conhece? Qual a diferença entre eles?
Pesquise a respeito e em seu caderno elabore
uma tabela especificando quais as
características dos diferentes regimes e
sistemas políticos existentes. Quando retornar
á sua escola apresente essa pesquisa ao
professor para que ele possa dialogar com a
turma a respeito
4. 3º SIMULADO 3ª AVALIAÇÃO
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precariedades existentes na sociedade brasileira e encontrou no período
da República Velha as condições necessárias para prosperar..
VOTO DE CABRESTO E TROCA DE FAVORES
O desenvolvimento eleitoral em esferas municipais permitiu aos coronéis
ampliar seus poderes, pois atuavam diretamente no arrebanhamento de votos
para os candidatos que possuíam apoio do governo estadual ou mesmo
federal. Como os coronéis em geral possuíam uma força militar considerável,
eles poderiam utilizar a força e o medo para coagir a população a votar em
determinado candidato. Importante lembrar que o voto durante a República
Velha não era secreto, o que permitia um maior controle dos coronéis sobre as
votações. A partir do aliciamento de votos, os coronéis garantiam uma série de
favores que poderiam ampliar seu controle político e/ou econômico local, mas
que também poderia incluir favores simples como um par de sapatos, uma
vaga no hospital ou um emprego de professora|.
A influência do coronelismo também foi marcante nesse período em razão da
prática da política dos governadores iniciada pelo presidente Campos
Sales (1902-1906), que era nada mais que a utilização da troca de favores e
do voto de cabresto como forma de garantir o poder das oligarquias, que
eram os grupos que exerciam o controle político e econômico naquele período.
O poder dos coronéis e a influência do coronelismo variava de região para
região do Brasil, portanto, a extensão do poder dos coronéis nunca era
uniforme. Há exemplos onde a influência e o poder dos coronéis eram muito
fortes, como no interior da Bahia e outras regiões do Nordeste, mas também
haviam regiões onde esse poder era dependente de uma estrutura mais
complexa, que poderia ser dos próprios governos estaduais ou de partidos
políticos locais.
O coronelismo enquanto prática sociopolítica se enfraqueceu a partir da
Revolução de 1930, quando as mudanças implantadas por Getúlio Vargas, tais
como a dissolução das câmaras municipais e dos congressos estaduais, além
das nomeações de homens de confiança de Getúlio Vargas como interventores
(governadores) para os Estados, geraram uma centralização de poder, que
acabou por enfraquecer as Oligarquias e, por consequência, também os
5. 3º SIMULADO 3ª AVALIAÇÃO
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coronéis.
A Belle Époque Amazônica
Belle Époque (bela época em francês) começou no final do século XIX (1871)
e durou até a eclosão da primeira guerra mundial em 1914 foi considerada
uma era de ouro da beleza, inovação e paz entre os países europeus e suas
influências se espalharam pelo mundo chegando até a Amazônia.
Na Amazônica a belle époque deu-se por conta do boom provocado pela
riqueza proveniente da extração do látex (Borracha) extraído da árvore havea
brasiliensis, e o período entre 1870 e 1913, foi uma época sem igual para
Belém e Manaus, os centros da economia da borracha. Após a queda do
império e a implantação da república, os ideais positivistas, modernizantes e
progressistas do novo regime não demoraram a chegar a região, uma vez que
com a implantação do federalismo os estados ganharam autonomia para
recolhimento e aplicação dos impostos, o que possibilitou as elites locais
avançarem ainda mais no seu projeto de civilização européia em plena região
amazônica.
A economia da borracha e o sistema de aviamento
Para a consolidação do novo ciclo econômico, várias mudanças se fizeram
necessárias, primeiramente precisava-se de mão de obra para extrair o látex,
na época abundante na floresta amazônica, para suprir a falta de
trabalhadores buscou-se no exterior e sobretudo no nordeste onde a
população passava uma das piores secas da história. Criou-se o sistema de
aviamento que consistia na contratação de trabalhadores no nordeste e seu
translado para a Amazônia, chegando a região os mesmos eram submetidos a
um sistema de escravidão, pois os mesmos chegavam já endividados por conta
das passagens e ainda pior só poderiam vender a borracha e comprar produtos
de sua necessidade no barracão do seringalista ou coronéis da borracha (Donos
As eleições no Brasil hoje são bem diferentes
do que ocorria no período especificado no
texto acima. Converse com seus pais, avós,
tios sobre o modelo adotado para escolher
nossos representantes nos diferentes cargos
políticos. O que poderia ser aprimorado?
Quais os aspectos eles não concordam?
Escreva as respostas em seu caderno e
apresente ao professor para ser debatido em
sala de aula.
6. 3º SIMULADO 3ª AVALIAÇÃO
06
de Seringais) o que obrigava os seringueiros (trabalhadores da borracha) a
ficarem eternamente em débito e presos ao seringal.
Os centros da economia da borracha eram Belém e Manaus, onde vinha toda a
borracha produzida nos seringais, as cidades serviam de entrepostos
comerciais para compra e venda do látex, uma vez que na época a Amazônia
detinha o monopólio do produto, já que não existia havea brasiliensis em
nenhum outro lugar do mundo. Enquanto a moeda brasileira era o Réis, na
Amazônia a moeda da borracha era a Libra Esterlina da Grã-Bretanha, uma
vez que era a moeda mais valorizada da época e os britânicos eram os
principais compradores, e na Europa a borracha era utilizada na industria
automotiva, na fabricação de bolsas, sapatos e diversos outros produtos, o
que mostra a importância que o látex da amazônia tinha para a economia
mundial.
O boom provocado pela riqueza advinda da extração da borracha e as custas
da escravização de milhares de seringueiros, trouxe para as principais cidades
da Amazônia milhares de imigrantes europeus e de outras regiões do Brasil,
que vieram sobretudo para lucrar com o pujante ciclo econômico, com isso a
nova elite aristocrática-seringalista da região traçou um projeto de civilização
européia, importando além de produtos de luxo e a arquitetura, bem como os
costumes e tradições puramente europeus para a Amazônia. Dentro deste
contexto era necessário reurbanizar os centros da economia gomífera, e Paris
serviu de modelo neste período, um espelho de civilização de não deveria ser
apenas imitado e sim copiado em todos os seus aspectos. Criando uma certa
dicotomia, pois se por um lado havia um forte dependência econômica da
Inglaterra, por outro havia uma forte ligação com a França. Dentro deste
contexto duas personalidades foram igualmente significativas para este
processo de reurbanização, Antônio Lemos em Belém e Eduardo Ribeiro em
Manaus.
Você sabia que vários monumentos históricos
que hoje fazem parte da paisagem de nossa
cidade foram construídos na época ao qual o
texto se refere? Você conhece alguns deles?
Realize uma pesquisa para saber um pouco
mais a respeito. Anote no seu caderno o que
vc conseguiu descobrir sobre esses
monumentos . Mostre ao professor e peça
ao mesmo mais informações sobre esse
período histórico.
7. 3º SIMULADO 3ª AVALIAÇÃO
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Muitas foram as informações obtidas
através da leitura dos textos acima. Outra
fonte de informação muito importante é
o livro didático que você recebeu na sua
escola. Temos também a internet com
muito material interessante. Agora
vamos responder dez questões sobre o
que você leu e entendeu a partir dos
textos acima citados.