3. I V
Alguém me pediu á tempo Peço a todos muita coragem
Para um relato arranjar Para não haver despedimentos
Pontificou-se que me pagava A crise é muito grande
Para o caso melhor constar… De que eu tenho conhecimento…
II VI
Aida estou para ver Aqueles que não nomeio
Aquelas coroas a saltar Peço a todos paciência
Ficou em águas de bacalhau Nós sabemos que ajudaram
Depois de eu trabalhar… E que ainda tem existência…
III VII
Quem me pediu foi Abílio Consta que António Matreno
Que pertence aos Vieiras Alguma coisa também fez
Que habita em Vargos Foi membro da Sociedade
Que também tem laranjeiras… E foi membro mais que uma vez.
IV VIII
Eu não espero nada Não esqueçam o José Amaro
Eu ainda sou bairrista Que mais prestável não há
Ofereço o interesse á Sociedade Para festas e para bailes
Para ter boa vista… José Amaro sempre cá está.
4. IX XIII
Foi membro da Sociedade Aida esteve outro homem
Juntou-se com amigo seu Que era de algum respeito
Era o amigo que fazia a escrita Era o Manuel Dias Gonçalves
Era o senhor Mário Pompeu… Que queria tudo com bom jeito…
X XIV
Esteve antes seu cunhado Luiz Há pois vivos e mortos
Que deu a tudo muita atenção Que estão na nomeada
Melhor na terra não havia O senhor José sapateiro
Em muita ocasião… Na filarmónica e teatro
executava.
XV
XI
Não esqueçam pois o Mota
Para tudo era o Luiz
Que era da mesma condição
Mesmo assim mesmo é que é
Era para tudo chamado
Para arruinar a Sociedade
Com boa disposição…
Estabeleceu-se com novo café…
XVI
XII
Pois então o senhor Estevam
Pois esteve na Sociedade
E os seus familiares
Fez ele o que pôde fazer
Era de grande valor
Entendeu que devia sair
Para ajudar era aos pares…
E ainda poderá pertencer…
5. XVII XXI
Tudo se vai acabando Teve cá ele um irmão
É pois de grande pano Que a todos estimava
Não esqueçam um influente Era chamado sempre
O senhor Felicíssimo Caetano. Porque ao povo ele amava.
XVIII XXII
Ainda houve boa gente Era o senhor Carlos Martins
Um homem de grande valor
Que gostava de cerveja
Foi bom para todos
Era chamada para tudo Porque tinha ao seu grande povo grande amor.
Para teatro e obras de Igreja…
XXIII
IXX Não esqueçam agora
Foi o senhor Abílio Martins O que um amigo praticou
Homem de grande consideração O senhor Manuel Correia
Para tudo era o senhor Abílio Boa música executou.
Em muita ocasião…
XXIV
XX Eram todos uns bons homens
Tudo tem o seu fim e não foram pois á carqueja
E tudo tem que acabar faleceu o senhor António Mota
O senhor Abílio no final era para tudo ir para a Igreja…
Estava para desnortear.
6. IXXX
XXV Há também Victor Coelho e Júlio
Também esteve Manuel Matreno É alguma coisa ajudarão
Que foi um incansável Todos fazem a diligência
Hoje ele já não pode
Porque tem bom coração.
Era um coração amorável.
XXX
XXVI
Ainda pois esteve outro
Esteve também José Martins
Na colectividade passava
Que era um pouco acanhado
Era o senhor Francisco Páscoa
Fez também o que pôde
Que algum serviço executava.
Apesar de não ser desembaraçado.
XXVII
XXXI
Agora a nova gerência
Todos se estão a enfadar
O senhor Ferreira e Abílio Vieira
E gora para tudo seguir
Vão fazendo o que podem
O José ferreira e Luís Vieira
Pela melhor maneira…
Nenhum deles se deixa despedir…
XXVIII
XXXII
Há também uns rapazes novos
E a d. Maria Estela
Que na Sociedade vão trabalhar
Também com sua cunhada
É José Fernando e Artur
Carlos e José Luís
Para a Sociedade conservar…
Para a casa ser equilibrada.
7. XXXIII XXXVII
Todos fazem o que podem Pois causa grande tristeza
Com mais ou menos vontade Este grande arrefecimento
Era bom não desanimar
Os antigos estão velhos
Porque á gente com conhecimento.
Venha toda a mocidade.
XXXVIII
XXXIV
Deixem-se pois de partidas
Haja coragem e alegria
E haja muita coragem
Mesmo que apareça um tomante
Vão com diligência
Para tudo seguir em bem
Para não haver uma aragem.
Nem que apareça um tratante.
IXL
XXXV
Também algumas vezes
Todos têm direito á vida
Valério e Humberta vão ajudar
Mas nunca a prejudicar
Para manter a casa aberta
Haja bom coração
E algum café se empinar.
Para a nossa casa não fechar…
XXXVI
XL
Julgo não esquecer nada
Aida a pouco aqui veio
Mesmo o pessoal do teatro
De uma certa maneira
E rapazes e raparigas
Um bom teatro foi apresentado
Que merecem um bom trato.
Pelo pessoal da ribeira.
8. XLI XLV
Foi teatro e filarmónica Agradecera ao senhor Luís
Para uma grande garotada Que foi amigo do coração
Fizeram todos bom serviço Foi ele da iniciativa
E sua arte foi apresentada… De trazer o pessoal na ocasião.
XLII XLVI
Ponham os olhos naqueles rapazes Tudo precisa de sacrifícios
E vejam o que todos fizeram Tudo precisa de condição
Vinham belas raparigas
Haja coragem e amizade
E da ribeira todos vieram.
Para melhor disposição.
XLIII
XLVII
Foram todos bem recebidos
Há cousas que merecem atenção
Era tudo com satisfação
E falo desta maneira
Era a grande alegria
Trabalhava ali com coragem
De tarde e serão…
Sua mulher e José M. ferreira.
XLIV
Também um grande amigo
XLVIII
Vinha com satisfação
Desempenharam ali o seu lugar
Era o nosso conterrâneo É ele e foi seu irmão
O senhor padre João. O Luís ganhão também ali ajudou
Em muita ocasião…
9. IL LIII
Na altura se pouco ajudava Portanto não se arrependam
Tem que se desculpar Vão todos para a frente
Tinha a vida ocupada Rapazes e raparigas
Porque era militar… Pois é tudo boa gente.
L LIV
Para tudo se quer coragem Se a rapariga é boa
E um bom andamento E alguém é artista
O Luís fez o que pôde Também veio o Silvério
do que tinha conhecimento. E o Júlio Tractorista.
LI LV
Portanto mãos á obra Também está o senhor Isidro
Não devem deixar morrer Que alguma cousa vai fazendo
Tudo tem sacrifícios Para entreter o pagode
Para todos se entender. Para melhores dias se ir vivendo
LII LVI
Seja Manuel ou José Cinismo e resignação
António ou José Fernando Pouco disto é preciso
Victor Coelho, Artur e Júlio Auxiliem a Sociedade
E que haja gente de mando. É tudo o que eu lhe digo.
10. LVII LXI
Há terras que muito fazem Pois eu já estou velha
E com menos auxiliares Já pouco posso ajudar
Não gosto de ser desconsiderada
A nossa com coragem
E isto tudo tem que acabar…
Muito faziam sem azares.
LXII
LVIII
As quadras é uma queda
Dizem que vão começar obras
Que vão sempre aparecendo
Oi que grande alegria
Ajuda a passar o tempo
Com a ajuda de todos
Para melhores dias ir vivendo.
Muita cousa se fazia.
LXIII
ILX
Mostrando isto a alguém
Vamos pois ajudar
Mas isto não são tretas
A quem tiver cabimento
Disseram que eu merecia
Para melhor se passar
Por estas boas gorjetas.
Da Sociedade para dentro.
LXIV
LX
Deiem-me pois atenção
Eu não sou poetisa
E façam o que entender
E disso não pesco nada
Peço muita coragem
Faço quadras quando calha
Para a gente poder viver.
Mas não sou mais estimada.
11. LXV ILXX
Também esta na sociedade O senhor Silvério era recto
Um homem de talento Queria ali algum respeito
Para substituir o pai
Tratava a todos bem
E não da importância ao seu tempo.
Falo assim deste jeito.
LXVI
LXX
Dai por ele esteja pouco tempo
Houve muito mais pessoal
Vai sempre ajudando
Que na casa trabalhara
É o senhor Valério Mota
Não os posso nomear a todos
Que apresenta o seu mando.
Porque agora não me lembrara.
LXVII
LXXI
Esteve também na Sociedade
Foram rapazes e raparigas
Um homem que muito fazia
Que bom serviço executaram
Era o senhor Silvério
Desempenharam sua missão
Que nos dava alegria.
E na casa trabalharam.
LXVIII
LXXII
Já me ia a esquecer
Eu peço desculpa a todos
E falo mesmo assim
E a todos em geral
Foi Manuel Mendes no teatro
Por eu fazer quadras
E o velhote Valentim.
A ninguém deve parecer mal.
12. LXXIII LXXVII
Vi pessoas muito antigas Esteve também outro sujeito
Que me chegam as lágrimas aos olhos Com certa atenção
Por se lembrarem do pouco feno Foi o senhor José melro
E das horas gastas faziam molhos. Que alguma cousa fez com distinção.
LXXIV LXXVIII
Tudo tem a sua crise Agora vieram novos rapazes
E tudo quer animação Para ajudar a sociedade
Haja coragem e paciência
É tudo malta nova
Para na casa se passar um bom serão.
É da nossa mocidade.
LXXV
ILXXX
Se todos se unissem
É um filho do Luís Matreno
Era uma grande alegria Que gosta de passar o tempo
Com coragem e disposição Mas pouco tempo esteve na Sociedade
Muita coisa se fazia. De portas para dentro…
LXXVI LXXX
Sou comerciante de á anos Tudo quer animação
Até me causa pavor Não foi só no tempo dos Costas
A mim não me ligam meia Os sócios querem boa gerência
É essa a maior dor. Para novamente pagar as cotas.
13. LXXXI LXXXV
Não esqueçam ainda outro Não é só brincadeira
Que também é artista E as vezes a chacotear
É um rapaz muito sério Porque á pessoas que lá vão
Que é o filho do tractorista. Que se costumaram a chatear.
LXXXII LXXXVI
Não ficam pois por aqui Vi ali algumas meninas
O que estou a relatar E alguma rapaziada
Apareceu outro mais revolucionário
Quando fregueses lá vão
Que também quer ajudar.
Começam logo na risada.
LXXXIII
LXXXVII
Não digo que seja mau rapaz
Tenham pois paciência
Esta sempre a fazer chacota
Não façam mangação
É o Victor do José Amaro
Ninguém precisa de se chatear
Que gosta de jogar a batota.
Em nenhuma ocasião.
LXXXIV
LXXXVIII
Tudo quer atenção
A Sociedade precisa sempre
E o respeito devem apresentar
De bons rapazes e de coragem
Porque quem vai á sociedade
Que tratem todos com amor
Alguma cousa vai ajudar.
E com boa camaradagem.
14. IXC XCIII
Dizem que eu faço quadras Pois a gente ser pobre
E quadras costumo a fazer É um azar que aparece
Não esqueçam Clarinha Vieira Poderá haver respeito
Que muito tem ajudado a entreter. Porque a pessoa também merece.
XC XCIV
Para tudo se precisa de sorte Não devem esquecer
E muita amabilidade A mocidade nova do teatro
Eduarda, Teresa, Margarida e Amaro
Não devem atentar os idosos
Fazerem com alegria e bom trato.
Deve haver caridade.
XCV
XCI
Por agora já chega
A caridade é uma jóia
Para minha ideia apresentar
Que sempre se deve usar
Trabalharam com amor
Quem não quer ter caridade
Para bom serviço executar.
Deste mundo pode marchar.
XCVI
XCII
Falo assim com mágoa
Tudo quer atenção
E falo assim deste jeito
E tudo quer respeito
Á também alguns de fora
Deixamos pois a brincadeira
Que deviam usar respeito.
Andem sempre com respeito.
15. XCVII CI
Já fui nova hoje sou velha Vi pois muitas donzelas
Merecia mais consideração Que á casa tem muita atenção
Olham-me com desapreço Clotilde josezinha e mais
Em muita ocasião. E a Maria da Conceição.
XCVIII CII
Eu se entro na casa Agora o pessoal novo
Sempre vou auxiliar Que já esta presente
Pois se lá não me querem Não esqueçam Lui Bento
Devem-me participar. Que é filho de boa gente.
IC CIII
A malta nova não é má José Carlos e Margarida
São ás vezes atenciosos Victor Coelho e Clara Vieira
Não devia haver reinação Peralta e Carlos Vieira
Mas também são zelosos. E Clara Santos com boa maneira.
C CIV
Desculpem o meu desafogo A irmã do Luís não fica atrás
Queiram desculpar a minha condição O Artur e José M. Ferreira
Pois todos os fregueses
A Estela e a Fernanda
Merecem muita atenção.
Dão atenção de boa maneira.
16. CV CIX
Todos fazem o que podem O principal me esqueceu de nomear
De dia e serão E sem nenhum azar
Devia nomear um grande amigo
Haja muita vontade
Que nos anda a ajudar.
E a boa condição.
CX
CVI
Tem sido um incansável
É pois muito triste
É o Abílio Vieira mesmo sempre
Não haver boa vontade
Dêem-lhe muita coragem
Ganhem ânimo e coragem E ajudem porque o povo ainda não sente.
Os velhos e a mocidade.
CXI
CVII É um homem que faz falta
Vão pedindo pois a deus Que á nossa terra convém
E a todos os Santinhos Vejam se o animam
Que é dos melhores que a gente tem.
Que dêem a todos coragem
Para serem melhorzinhos.
CXII
CVIII
Muita coragem e ânimo
Que haja animação
Para ele não desanimar
E muita paciência
O senhor Abílio faz falta
E todos mãos á obra
E deve continuar.
Com grande resistência.
17. CXIII CXVII
Vejam se ele não sai Para hoje já chega
Vila do Paço fica sem valor A dar minha opinião
Não á pessoa fixe Tenho frequentado pouco a casa
Que vá falar com um doutor. Porque não é minha condição.
CXIV CXVIII
Conservem as caras antigas Coragem é que é preciso
Que conhecem o andamento Para tudo andar pra frente
Para não meter caras novas Acabem com as obras
De portas para dentro. Para haver boa gente…
CXV
Os rapazes que se reúnam
E vão pedir ao Abílio Vieira
Para não voltar as costas
Todos têm inimigos e não é brincadeira.
CXVI
Não o deixem sair
Haja coragem e consideração
O Abílio é cá preciso
Em toda a ocasião.
18. i
Este livro foi copilado por mim Fausto Manuel
Martins Mota de um livro que minha prima
Guilhermina Vieira Mota me deixou e que foi
escrito a pedido do Sr. Abílio Vieira que era
residente em Vargos. Trata-se pois de várias
quadras que contam um pouco da vida de
Dirigentes e pessoas que passaram pela
Sociedade Filarmónica e Recreativa de Vila do
Paço. Os meus agradecimentos a ela por nos
ter deixado estas lindas quadras. A publicação
pública ou cópia não esta autorizada por mim
assim como a divulgação da mesma em público.