SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
Categorias da narrativa
Acção
Dá-se o nome de acção ao conjunto de acontecimentos que constituem uma narrativa e que
são relatados, mas há que distinguir a importância de cada um deles para a história.
Acção principal: constituída pelo ou pelos acontecimentos principais.
Acção secundária: constituída pelo ou pelos acontecimentos menos importantes que
valorizam a acção central.
Numa narrativa, as várias acções relacionam-se entre si de diferentes maneiras:
- por encadeamento: quando as acções sucedem por ordem temporal e em que o
final de uma acção se encadeia com o início da seguinte,
- por alternância: quando as acções se desenrolam separada e alternadamente,
podendo fundir-se em determinado ponto da história,
- por encaixe, isto é, quando se introduz uma acção noutra.
Narrador
O narrador é uma entidade imaginária criada pelo autor, que tem como função contar a história.
Não deve, por isso, ser confundido com o autor, que é o responsável pela criação da história.
Presença
Quanto à presença, o narrador pode ser não participante ou participante.
Narrador não participante: conta uma história na qual não participa.
Ex: "Os automobilistas que nessa manhã de Setembro entravam em Lisboa pela
Avenida Gago Coutinho, direitos ao Areeiro, começaram por apanhar um grande susto
(...)" (1)
(1) CARVALHO, Mário de, A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho e outras Histórias, Lisboa, Editorial Caminho, 1992.
escolavirtuale
1
Narrador participante: conta uma história em que participa como personagem principal
ou uma história em que participa como personagem secundária ou figurante.
Ex.: "Para lá do telefone e das calorias das trouxas de ovos, a minha mãe
também odeia palavras foleiras tipo "tchauzinho", "ôi!", "tudo bem, fofa?", coisas
assim." (2)
Posição
Quanto à posição relativamente ao que conta, o narrador pode ser objectivo ou subjectivo.
Narrador objectivo: mantém uma posição imparcial em relação aos acontecimentos,
narrando os factos com objectividade.
Ex.: " Sexta-feira colhia flores por entre os rochedos junto da antiga gruta quando
viu um ponto branco no horizonte, para leste." (3)
Narrador subjectivo: narra os acontecimentos com parcialidade, emitindo a sua opinião,
emitindo juízos de valor, tornando a narração subjectiva.
Ex.: " (...) quando os primeiros alfanges assomavam ao lado de um autocarro
da Carris, já os briosos homens da Polícia de Intervenção corriam a bom correr
até à Cervejaria Munique, onde se refugiavam atrás do balcão (...)" (1)
Focalização
Focalização omnisciente: o narrador detém um conhecimento total e ilimitado da
narrativa. Controla os acontecimentos, o tempo e as personagens.
Ex.: "De que Alá era grande estava o chefe da tropa convencido, mas não lhe
pareceu o momento oportuno para louvaminhas, que a situação requeria antes
soluções práticas e muito tacto." (1)
(1) CARVALHO, Mário de, A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho e outras Histórias, Lisboa, Editorial Caminho, 1992.
(2) VIEIRA, Alice, Cadernos de Agosto, Lisboa, Editorial Caminho, 1995.
(3) TOURNIER, Michel, Sexta-Feira ou a Vida Selvagem, Lisboa, Editorial Presença,1998.
escolavirtuale
2
Narrador
Presença Narrador participante Narrador não participante
Definição
Narrador que participa na história que
narra.
Narrador que não participa na história
que narra.
Características
Pronomes pessoais da 1ª pessoa
eu, me, comigo; nós, nos, connosco
Determinantes/Pronomes pessoais e
demonstrativos da 1ª pessoa
meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s);
este(s), esta(s)
Formas verbais da 1ª pessoa
vi, encontrei, gostava; vimos, encontrámos,
gostávamos
Pronomes pessoais da 3ª pessoa
ele(s)/ela(s), lhe(s),
Determinantes/Pronomes pessoais e
demonstrativos da 3ª pessoa
dele(s), dela(s), seu(s), sua(s); esse(s),
essa(s), aquele(s), aquela(s)
Formas verbais da 3ª pessoa
viu, encontrou, gostava; viram,
encontraram, gostavam
Posição Narrador objectivo Narrador subjectivo
Definição
Narrador que relata os acontecimentos
com imparcialidade e objectividade.
Narrador que narra os acontecimentos
com parcialidade e subjectividade.
Focalização Narrador omnisciente
Definição
Narrador que é detentor de um conhecimento ilimitado da narrativa, que lhe
permite ter um controlo total dos acontecimentos, do tempo e das personagens.
escolavirtuale
3
Personagem
A personagem é uma categoria essencial da narrativa. Regra geral, a acção desenvolve-se
à volta da personagem, daí a sua importância. Podemos caracterizar a personagem quanto
ao relevo na acção e quanto à sua composição.
Relevo
Protagonista: personagem que desempenha o papel de maior importância para o
desenrolar da acção.
Personagem secundária: personagem que desempenha um papel com menos relevo,
mas ainda assim é essencial para o desenvolvimento da acção.
Figurante: personagem que é, normalmente, irrelevante para o desenrolar da acção,
mas pode ser muito importante para ajudar a ilustrar um ambiente.
Composição
Personagem plana: uma personagem sem complexidade e que não evolui para além
da sua caracterização inicial – mantém as mesmas ideias, as mesmas acções, as
mesmas palavras, as mesmas qualidades e defeitos.
Personagem redonda: uma personagem complexa, apresentando uma personalidade
forte. A caracterização deste tipo de personagens está sempre em aberto, pois os seus
medos, os seus objectivos, as suas obsessões vão sendo revelados pouco a pouco.
Tempo
O tempo é uma das categorias da narrativa com mais relevo. Estabelece a duração
da acção e marca a sucessão cronológica dos acontecimentos. No entanto, é necessário
distinguir o tempo da história do tempo do discurso.
O tempo da história é a sucessão dos acontecimentos por ordem cronológica, ou seja,
a ordem real dos acontecimentos.
A ordem real dos acontecimentos pode ser representada desta forma:
1.
A B C D E F G
escolavirtuale
4
Analepse
A analepse é um recuo no tempo para relatar acontecimentos anteriores ao presente
da acção.
Ex.: "Oito dias antes, a madrinha tinha aparecido em casa de Lúcia."
O tempo do discurso é a representação do tempo da história na narrativa, ou seja,
é a ordem textual dos acontecimentos. O tempo do discurso nem sempre respeita
o tempo da história, ou seja, os acontecimentos nem sempre são relatados pela ordem
de sucessão.
A ordem textual dos acontecimentos pode ser representada desta forma:
Quando ocorre esta alteração da ordem dos acontecimentos, há uma organização do
tempo do discurso através de vários recursos: analepse, prolepse, resumo e elipse.
2.
Prolepse
A prolepse é um avanço no tempo para antecipar acontecimentos futuros.
Ex.: "Muito mais tarde, nessas caves quase vazias e cheias de teias de aranhas e
sustos, os netos de Hans, às escondidas das mestras e das criadas, divagaram em
explorações sonhadoras."
(4)
Resumo
O resumo é um sumário da história que provoca uma redução do tempo do discurso.
Este fica reduzido a um intervalo de tempo menor do que aquele que demoraria a
ocorrer.
Ex.: "Daí a dias Lúcia foi viver com a tia."
(5)
B C A D G E F
(4)
ANDRESSEN, Sophia de Mello Breyner; "Saga", in Histórias da Terra e do Mar, Edições Salamandra, Lisboa, 1984.
(5)
ANDRESSEN, Sophia de Mello Breyner; "A História da Gata Borralheira", in Histórias da Terra e do Mar, Edições Salamandra,
Lisboa, 1984.
escolavirtuale
5
Elipse
A elipse é uma supressão de intervalos temporais relativamente alargados.
Ex.: "E assim passaram vinte anos."
(5)
Espaço
O espaço de uma narrativa refere-se não só ao lugar físico onde decorre a acção, mas
também ao ambiente social e cultural onde se inserem as personagens.
Espaço físico e geográfico: lugar ou lugares onde decorre a acção. Pode definir-se
como um espaço aberto/fechado, interior/exterior, público/privado.
Espaço social e cultural: meio, situação económica, cultural ou social das personagens.
Podem ser definidos grupos sociais, conjuntos de valores e crenças desses grupos,
posição que ocupam na sociedade, referência às tradições e costumes culturais de um
povo.
(5)
ANDRESSEN, Sophia de Mello Breyner; "A História da Gata Borralheira", in Histórias da Terra e do Mar, Edições Salamandra,
Lisboa, 1984.
escolavirtuale
6

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Gênero Textual: Conto
Gênero Textual: ContoGênero Textual: Conto
Gênero Textual: ContoMyllenne Abreu
 
3° ano - Contos e crônicas
3° ano - Contos e crônicas3° ano - Contos e crônicas
3° ano - Contos e crônicasProfFernandaBraga
 
Contos-Português
Contos-PortuguêsContos-Português
Contos-Portuguêssala703
 
Elementos da narrativa-conto-de-enigma-e-relato-pessoal-revisão
Elementos da narrativa-conto-de-enigma-e-relato-pessoal-revisãoElementos da narrativa-conto-de-enigma-e-relato-pessoal-revisão
Elementos da narrativa-conto-de-enigma-e-relato-pessoal-revisãoNastrilhas da lingua portuguesa
 
Projeto - Módulo II Versão final - Gênero textual - tirinha
Projeto - Módulo II Versão final - Gênero textual - tirinhaProjeto - Módulo II Versão final - Gênero textual - tirinha
Projeto - Módulo II Versão final - Gênero textual - tirinhaAline Santana
 
106670377 categorias-da-narrativa
106670377 categorias-da-narrativa106670377 categorias-da-narrativa
106670377 categorias-da-narrativaManuela Marques
 
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François JostA narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jostcrislautert
 
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 5 e 6
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 5 e 6A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 5 e 6
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 5 e 6crislautert
 
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 3 e 4
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 3 e 4A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 3 e 4
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 3 e 4crislautert
 
3º ano crônica características
3º ano crônica características3º ano crônica características
3º ano crônica característicasUFC
 
Trabalho realizado pelos alunos: Bruna, Guilherme, Natália e Pedro 1ºB
Trabalho realizado pelos alunos: Bruna, Guilherme, Natália e Pedro 1ºBTrabalho realizado pelos alunos: Bruna, Guilherme, Natália e Pedro 1ºB
Trabalho realizado pelos alunos: Bruna, Guilherme, Natália e Pedro 1ºBVanda Crivillari
 
2 portugues novo superior
2 portugues novo superior2 portugues novo superior
2 portugues novo superiorJanice Porto
 
Modulo 1 conhecendo a literatura
Modulo 1 conhecendo a literaturaModulo 1 conhecendo a literatura
Modulo 1 conhecendo a literaturaPriscila Santana
 

Mais procurados (18)

Gênero Textual: Conto
Gênero Textual: ContoGênero Textual: Conto
Gênero Textual: Conto
 
3° ano - Contos e crônicas
3° ano - Contos e crônicas3° ano - Contos e crônicas
3° ano - Contos e crônicas
 
Crônicas e contos
Crônicas e contosCrônicas e contos
Crônicas e contos
 
texto narrativo
texto narrativotexto narrativo
texto narrativo
 
Contos-Português
Contos-PortuguêsContos-Português
Contos-Português
 
Elementos da narrativa-conto-de-enigma-e-relato-pessoal-revisão
Elementos da narrativa-conto-de-enigma-e-relato-pessoal-revisãoElementos da narrativa-conto-de-enigma-e-relato-pessoal-revisão
Elementos da narrativa-conto-de-enigma-e-relato-pessoal-revisão
 
Projeto - Módulo II Versão final - Gênero textual - tirinha
Projeto - Módulo II Versão final - Gênero textual - tirinhaProjeto - Módulo II Versão final - Gênero textual - tirinha
Projeto - Módulo II Versão final - Gênero textual - tirinha
 
106670377 categorias-da-narrativa
106670377 categorias-da-narrativa106670377 categorias-da-narrativa
106670377 categorias-da-narrativa
 
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François JostA narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost
 
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 5 e 6
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 5 e 6A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 5 e 6
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 5 e 6
 
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 3 e 4
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 3 e 4A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 3 e 4
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 3 e 4
 
3º ano crônica características
3º ano crônica características3º ano crônica características
3º ano crônica características
 
Trabalho realizado pelos alunos: Bruna, Guilherme, Natália e Pedro 1ºB
Trabalho realizado pelos alunos: Bruna, Guilherme, Natália e Pedro 1ºBTrabalho realizado pelos alunos: Bruna, Guilherme, Natália e Pedro 1ºB
Trabalho realizado pelos alunos: Bruna, Guilherme, Natália e Pedro 1ºB
 
Crônica e conto eemh
Crônica e conto eemhCrônica e conto eemh
Crônica e conto eemh
 
2 portugues novo superior
2 portugues novo superior2 portugues novo superior
2 portugues novo superior
 
4180 13908-1-pb
4180 13908-1-pb4180 13908-1-pb
4180 13908-1-pb
 
Tipos de textos
Tipos de textosTipos de textos
Tipos de textos
 
Modulo 1 conhecendo a literatura
Modulo 1 conhecendo a literaturaModulo 1 conhecendo a literatura
Modulo 1 conhecendo a literatura
 

Semelhante a Categorias da narrativa

Semelhante a Categorias da narrativa (20)

Narração
NarraçãoNarração
Narração
 
Texto narrativo
Texto narrativoTexto narrativo
Texto narrativo
 
Narração
NarraçãoNarração
Narração
 
Texto narrativo
Texto narrativoTexto narrativo
Texto narrativo
 
Tipologia textual
Tipologia textualTipologia textual
Tipologia textual
 
Tipologia textual
Tipologia textualTipologia textual
Tipologia textual
 
Gêneros literários - 1º Ano do Ensino Médio
Gêneros literários - 1º Ano do Ensino MédioGêneros literários - 1º Ano do Ensino Médio
Gêneros literários - 1º Ano do Ensino Médio
 
Tipologia textual
Tipologia textualTipologia textual
Tipologia textual
 
tipologiatextual-130813142120-phpapp02.pdf
tipologiatextual-130813142120-phpapp02.pdftipologiatextual-130813142120-phpapp02.pdf
tipologiatextual-130813142120-phpapp02.pdf
 
tipologiatextual-130813142120-phpapp02_(1).pdf
tipologiatextual-130813142120-phpapp02_(1).pdftipologiatextual-130813142120-phpapp02_(1).pdf
tipologiatextual-130813142120-phpapp02_(1).pdf
 
O jarro de prata
O jarro de prataO jarro de prata
O jarro de prata
 
Slide conto e crônica 7ºano.pdf
Slide conto e crônica 7ºano.pdfSlide conto e crônica 7ºano.pdf
Slide conto e crônica 7ºano.pdf
 
Aula 08 português.text.marked
Aula 08   português.text.markedAula 08   português.text.marked
Aula 08 português.text.marked
 
Aula 08 português.text.marked
Aula 08   português.text.markedAula 08   português.text.marked
Aula 08 português.text.marked
 
Categoriasdanarrativa
CategoriasdanarrativaCategoriasdanarrativa
Categoriasdanarrativa
 
Categorias Da Narrativa
Categorias Da NarrativaCategorias Da Narrativa
Categorias Da Narrativa
 
Categorias da narrativa 7º Ano
Categorias da narrativa 7º AnoCategorias da narrativa 7º Ano
Categorias da narrativa 7º Ano
 
Texto narrativo
Texto narrativoTexto narrativo
Texto narrativo
 
Ppt tipos texto[1]
Ppt tipos texto[1]Ppt tipos texto[1]
Ppt tipos texto[1]
 
Ppt tipos texto[1]
Ppt tipos texto[1]Ppt tipos texto[1]
Ppt tipos texto[1]
 

Último

Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxLusGlissonGud
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 

Último (20)

Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 

Categorias da narrativa

  • 1. Categorias da narrativa Acção Dá-se o nome de acção ao conjunto de acontecimentos que constituem uma narrativa e que são relatados, mas há que distinguir a importância de cada um deles para a história. Acção principal: constituída pelo ou pelos acontecimentos principais. Acção secundária: constituída pelo ou pelos acontecimentos menos importantes que valorizam a acção central. Numa narrativa, as várias acções relacionam-se entre si de diferentes maneiras: - por encadeamento: quando as acções sucedem por ordem temporal e em que o final de uma acção se encadeia com o início da seguinte, - por alternância: quando as acções se desenrolam separada e alternadamente, podendo fundir-se em determinado ponto da história, - por encaixe, isto é, quando se introduz uma acção noutra. Narrador O narrador é uma entidade imaginária criada pelo autor, que tem como função contar a história. Não deve, por isso, ser confundido com o autor, que é o responsável pela criação da história. Presença Quanto à presença, o narrador pode ser não participante ou participante. Narrador não participante: conta uma história na qual não participa. Ex: "Os automobilistas que nessa manhã de Setembro entravam em Lisboa pela Avenida Gago Coutinho, direitos ao Areeiro, começaram por apanhar um grande susto (...)" (1) (1) CARVALHO, Mário de, A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho e outras Histórias, Lisboa, Editorial Caminho, 1992. escolavirtuale 1
  • 2. Narrador participante: conta uma história em que participa como personagem principal ou uma história em que participa como personagem secundária ou figurante. Ex.: "Para lá do telefone e das calorias das trouxas de ovos, a minha mãe também odeia palavras foleiras tipo "tchauzinho", "ôi!", "tudo bem, fofa?", coisas assim." (2) Posição Quanto à posição relativamente ao que conta, o narrador pode ser objectivo ou subjectivo. Narrador objectivo: mantém uma posição imparcial em relação aos acontecimentos, narrando os factos com objectividade. Ex.: " Sexta-feira colhia flores por entre os rochedos junto da antiga gruta quando viu um ponto branco no horizonte, para leste." (3) Narrador subjectivo: narra os acontecimentos com parcialidade, emitindo a sua opinião, emitindo juízos de valor, tornando a narração subjectiva. Ex.: " (...) quando os primeiros alfanges assomavam ao lado de um autocarro da Carris, já os briosos homens da Polícia de Intervenção corriam a bom correr até à Cervejaria Munique, onde se refugiavam atrás do balcão (...)" (1) Focalização Focalização omnisciente: o narrador detém um conhecimento total e ilimitado da narrativa. Controla os acontecimentos, o tempo e as personagens. Ex.: "De que Alá era grande estava o chefe da tropa convencido, mas não lhe pareceu o momento oportuno para louvaminhas, que a situação requeria antes soluções práticas e muito tacto." (1) (1) CARVALHO, Mário de, A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho e outras Histórias, Lisboa, Editorial Caminho, 1992. (2) VIEIRA, Alice, Cadernos de Agosto, Lisboa, Editorial Caminho, 1995. (3) TOURNIER, Michel, Sexta-Feira ou a Vida Selvagem, Lisboa, Editorial Presença,1998. escolavirtuale 2
  • 3. Narrador Presença Narrador participante Narrador não participante Definição Narrador que participa na história que narra. Narrador que não participa na história que narra. Características Pronomes pessoais da 1ª pessoa eu, me, comigo; nós, nos, connosco Determinantes/Pronomes pessoais e demonstrativos da 1ª pessoa meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s); este(s), esta(s) Formas verbais da 1ª pessoa vi, encontrei, gostava; vimos, encontrámos, gostávamos Pronomes pessoais da 3ª pessoa ele(s)/ela(s), lhe(s), Determinantes/Pronomes pessoais e demonstrativos da 3ª pessoa dele(s), dela(s), seu(s), sua(s); esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s) Formas verbais da 3ª pessoa viu, encontrou, gostava; viram, encontraram, gostavam Posição Narrador objectivo Narrador subjectivo Definição Narrador que relata os acontecimentos com imparcialidade e objectividade. Narrador que narra os acontecimentos com parcialidade e subjectividade. Focalização Narrador omnisciente Definição Narrador que é detentor de um conhecimento ilimitado da narrativa, que lhe permite ter um controlo total dos acontecimentos, do tempo e das personagens. escolavirtuale 3
  • 4. Personagem A personagem é uma categoria essencial da narrativa. Regra geral, a acção desenvolve-se à volta da personagem, daí a sua importância. Podemos caracterizar a personagem quanto ao relevo na acção e quanto à sua composição. Relevo Protagonista: personagem que desempenha o papel de maior importância para o desenrolar da acção. Personagem secundária: personagem que desempenha um papel com menos relevo, mas ainda assim é essencial para o desenvolvimento da acção. Figurante: personagem que é, normalmente, irrelevante para o desenrolar da acção, mas pode ser muito importante para ajudar a ilustrar um ambiente. Composição Personagem plana: uma personagem sem complexidade e que não evolui para além da sua caracterização inicial – mantém as mesmas ideias, as mesmas acções, as mesmas palavras, as mesmas qualidades e defeitos. Personagem redonda: uma personagem complexa, apresentando uma personalidade forte. A caracterização deste tipo de personagens está sempre em aberto, pois os seus medos, os seus objectivos, as suas obsessões vão sendo revelados pouco a pouco. Tempo O tempo é uma das categorias da narrativa com mais relevo. Estabelece a duração da acção e marca a sucessão cronológica dos acontecimentos. No entanto, é necessário distinguir o tempo da história do tempo do discurso. O tempo da história é a sucessão dos acontecimentos por ordem cronológica, ou seja, a ordem real dos acontecimentos. A ordem real dos acontecimentos pode ser representada desta forma: 1. A B C D E F G escolavirtuale 4
  • 5. Analepse A analepse é um recuo no tempo para relatar acontecimentos anteriores ao presente da acção. Ex.: "Oito dias antes, a madrinha tinha aparecido em casa de Lúcia." O tempo do discurso é a representação do tempo da história na narrativa, ou seja, é a ordem textual dos acontecimentos. O tempo do discurso nem sempre respeita o tempo da história, ou seja, os acontecimentos nem sempre são relatados pela ordem de sucessão. A ordem textual dos acontecimentos pode ser representada desta forma: Quando ocorre esta alteração da ordem dos acontecimentos, há uma organização do tempo do discurso através de vários recursos: analepse, prolepse, resumo e elipse. 2. Prolepse A prolepse é um avanço no tempo para antecipar acontecimentos futuros. Ex.: "Muito mais tarde, nessas caves quase vazias e cheias de teias de aranhas e sustos, os netos de Hans, às escondidas das mestras e das criadas, divagaram em explorações sonhadoras." (4) Resumo O resumo é um sumário da história que provoca uma redução do tempo do discurso. Este fica reduzido a um intervalo de tempo menor do que aquele que demoraria a ocorrer. Ex.: "Daí a dias Lúcia foi viver com a tia." (5) B C A D G E F (4) ANDRESSEN, Sophia de Mello Breyner; "Saga", in Histórias da Terra e do Mar, Edições Salamandra, Lisboa, 1984. (5) ANDRESSEN, Sophia de Mello Breyner; "A História da Gata Borralheira", in Histórias da Terra e do Mar, Edições Salamandra, Lisboa, 1984. escolavirtuale 5
  • 6. Elipse A elipse é uma supressão de intervalos temporais relativamente alargados. Ex.: "E assim passaram vinte anos." (5) Espaço O espaço de uma narrativa refere-se não só ao lugar físico onde decorre a acção, mas também ao ambiente social e cultural onde se inserem as personagens. Espaço físico e geográfico: lugar ou lugares onde decorre a acção. Pode definir-se como um espaço aberto/fechado, interior/exterior, público/privado. Espaço social e cultural: meio, situação económica, cultural ou social das personagens. Podem ser definidos grupos sociais, conjuntos de valores e crenças desses grupos, posição que ocupam na sociedade, referência às tradições e costumes culturais de um povo. (5) ANDRESSEN, Sophia de Mello Breyner; "A História da Gata Borralheira", in Histórias da Terra e do Mar, Edições Salamandra, Lisboa, 1984. escolavirtuale 6