2. Você já pensou como
acontece um processo
processo de
aprendizagem?
3. Quando nos propomos a realizar ações de educação, é importante
refletirmos sobre qual é o nosso entendimento sobre o processo ensino e
aprendizagem.
● Esse processo diz respeito à forma como as pessoas constroem conhecimentos,
competências e comportamentos;
● para isso, muitas metodologias podem ser empregadas, baseadas em concepções
epistemológicas distintas, ou seja, há uma diversidade de teorias que procuram explicar
como as pessoas constroem seus conhecimentos, e as práticas utilizadas no processo de
aprender e ensinar estão intimamente relacionadas a elas;
● dessas concepções teóricas e metodológicas resultam diferentes práticas pedagógicas.
Você já pensou sobre qual é a sua?
4. O processo ensino e aprendizagem baseia-se em metodologias desenvolvidas em
diversas concepções epistemológicas, orientando diferentes modelos educacionais e
práticas pedagógicas. As três principais concepções epistemológicas são:
● concepção apriorista: nessa concepção, acredita-se que o conhecimento está
no sujeito e precisa ser despertado;
● concepção empirista: nessa concepção, o professor detém o conhecimento e o
transmite ao aluno. O aluno é visto como uma “tábula rasa”, e de forma passiva
recebe o conhecimento pronto; e
● concepção interacionista: nessa concepção, o conhecimento é resultado das
interações.
(Mussoi, Flores e Behar, 2007)
6. O computador pode ser usado de diferentes formas, refletindo as diversas teorias que
embasam a proposta educativa. Pode ser usado como “máquina de ensinar”, refletindo um
modelo empirista, e pode ser usado em Comunidades Virtuais de Aprendizagem, refletindo um
modelo interacionista.
(Mussoi, Flores e Behar, 2007)
7. Por quê?
Vamos falar da perspetiva interacionista.
Ela é a que mais tem contribuído para
desenvolver processos de aprendizagem
nas Comunidades de Práticas.
8. ● Nessa concepção, busca-se romper a hierarquia das relações professor-aluno
e superar a ideia de que o professor só ensina, e o estudante só aprende.
● O professor oportuniza relações com as informações, favorece processos de mediação e
promove problematizações.
● Mais do que o próprio sujeito ou o objeto de aprendizagem, são as ações do sujeito que
realmente importam no processo de aprendizagem interacionista. E, coletivamente, são as
interações que promovem o processo de aprender e ensinar.
10. ● Comunidades de práticas são grupos de pessoas que compartilham um interesse
comum sobre um assunto ou problema e aprendem com interações regulares.
(WENGER, 2008).
● Mais do que comunidades de aprendizes, as comunidades podem ser “comunidades
que aprendem”, pois são compostas por pessoas que têm o compromisso de agregar
as melhores práticas. (WENGER, 2008).
● O contato e a interação entre os membros deve possibilitar a troca de informações e
conhecimentos, que, ao serem postos em prática pelos outros membros, auxiliam na
busca de soluções.
11. Teoria da Aprendizagem Social:
compreensões que podem nos ajudar a refletir sobre como se dá a
aprendizagem nas comunidades de prática
12. Teoria da Aprendizagem Social
● A aprendizagem social é a aprendizagem colaborativa que se dá por meio do contato e
de associações regulares com outros indivíduos. (BANDURA, 1977).
● Princípios básicos:
○ as pessoas aprendem observando o que as outras fazem;
○ o mesmo conjunto de estímulos pode provocar respostas diferentes de pessoas
diferentes ou das mesmas pessoas em momentos diferentes;
○ o mundo e o comportamento de uma pessoa estão conectados;
○ a personalidade é uma interação entre três fatores: o meio ambiente, o comportamento
e os processos psicológicos de uma pessoa.
13. É possível ensinar e aprender ao
mesmo tempo?
Aprendizagem colaborativa:
quando ensinar e aprender é um
processo coletivo!
14. Aprendizagem colaborativa
● A aprendizagem colaborativa ocorre a partir de um trabalho conjunto
entre dois ou mais indivíduos, que, através da troca de ideias e
conhecimentos, geram novas ideias e conhecimentos de forma coletiva.
(DILLENBOURG, 1995).
● Componentes básicos:
o critérios: para definir uma situação, simetria, divisão de tarefas, gerando padrões de
interação;
o interações: disparam mecanismos cognitivos que geram efeitos cognitivos (troca,
negociação, etc.);
o processos: background, modelagem mútua, indução, carga cognitiva; e
o efeitos: resultado dos processos sobre o objeto de aprendizagem (ideia, produto,
conhecimento, interação).
15. Como a interação
por meio do uso de
tecnologias contribui
na construção
de processos de
aprendizagem?
16. ● As comunidades dão suporte à aprendizagem colaborativa, permitindo aos alunos a
formação de redes, o ensino entre os pares e a construção de projetos conjuntamente. As
ferramentas disponíveis permitem que o foco pedagógico seja a interação. (KIRKWOOD,
2006).
● Um dos grandes avanços dos modelos de formação que utilizam ambientes virtuais, deve-se
à incorporação das Tecnologias da Informação e de elementos pedagógicos provenientes de
teorias de aprendizagem social.
17. ● Essas tecnologias proporcionam o suporte necessário para que ocorra a interação do
aprendiz com o tutor e com outros aprendizes.
● Dessa forma, os alunos tornam-se agentes ativos do próprio processo de ensino e
aprendizagem, e os professores, facilitadores da construção e da apropriação do
conhecimento pelos alunos. (Quiroz, 2010)
18. A aprendizagem social em comunidades
Wenger, um importante pensador sobre comunidades de prática, destaca
algumas das perspectivas da aprendizagem social:
● é inerente à natureza humana; o homem é um ser social por natureza;
● está centrada na habilidade de negociar novos significados, através da comunicação e da
ressignificação das nossas experiências;
● é fundamentalmente social e baseada em experiências individuais (observação) e
coletivas (interação);
● transforma a nossa identidade pela reflexão da percepção em grupo;
● é uma questão de energia social e força; é preciso um envolvimento cognitivo no processo
colaborativo, ou seja, todos devem querer participar e ter um objetivo em comum; e
● envolve a interação entre o local (experiências e habilidades individuais) e o global
(construção coletiva e conhecimento do grupo).
19. Referências
● BANDURA, A. (1977) Social Learning Theory. New York: General Learning Press
● KIRKWOOD, K. 2006. If they build it, they will come: creating opportunities for E-learning communities of
practice. Universitas 21 Conference on E-learning and pedagogy.
● MUSSOI, E., FLORES, M., BEHAR, P. 2007. Comunidades virtuais: um novo espaço de aprendizagem.
● QUIROZ, J. El rol del tutor en los entornos virtuales de aprendizaje. Innovación Educativa, v. 10(52), jul-
set, pp. 13-23. 2010.
● RIBEIRO, A. M., SILVA, J. L. T, BOFF, E., VICARI, R. 2011. Dos ambientes de aprendizagem às
comunidades de práticas. Anais do XXII SBIE-WIE.
● WENGER, E. (2008) Communities of practice: a brief introduction. Disponível em:
www.ewenger.com/theory/index.htm. Acesso: jun/2010.
● WENGER, E. (2000) Communities of Practice and Social Learning Systems. Wenger Organization.
● WOOLF, B.P. (org). (2010) A Roadmap for Education Technology. Global Resources for Online
Education (GROE).