1. espiral
boletim da associação FRATERNITAS MOVIMENTO
Nº 15 - Abril / Junho de 2004
PESQUISA
Uma experiência que me marcou bas- ça a trabalhar na fronteira do desconhecido,
tante foi o curso de doutoramento em Quí- num domínio onde as ideias ainda não estão
mica Física, feito no Institut für physikalische clarificadas, já que o confuso e indefinido é
Chemie da Universidade de Bonn, Alemanha. particularmente adequado a um trabalho cri-
ativo.
O meu tema de doutoramento tinha a
ver com as potencialidades duma técnica Durante os três anos de doutoramento,
electroquímica recente para o estudo de re- os doutorandos trabalham dia e noite. Sem-
acções heterogéneas, ou seja, reacções que pre que eu ia ao Instituto, qualquer que fos-
têm lugar numa interface sólido-solução, se a hora do dia ou da noite, havia lá sempre
estando o reagente em solução. Para esse gente a trabalhar. Porquê? Principalmente por
estudo é preciso conhecer a natureza da (continua na pág. 2)
superfície sólida, a estrutura da interface, sa-
ber como é o transporte do reagente do in-
terior da solução para a interface e dos pro- Sumário:
dutos da reacção da interface para a solu-
ção, bem como a influência da fase sólida Fundo de Partilha 3
no mecanismo reaccional. Importância: a
maior parte das reacções biológicas nos or- Férias... tempo de descanso e de... partilha 3
ganismos vivos são reacções heterogéneas.
O XI Encontro Nacional em imagens 4
O tema atribuído é novo, tanto para o A nossa vivência... 5
doutorando como para o supervisor. Este não
se esquece de avisar: “espero que me sur- A família cresce... 5
preenda!”. O doutorando não tem alternati-
va: ou consegue nadar ou afunda-se. Tem Voto de pesar 6
como ferramentas os conhecimentos teóri-
Publicações 6
cos e experimentais adquiridos na licencia-
tura, conta com a experiência do supervisor Breves... 7
para a interpretação dos resultados que vai
obtendo e, sempre que precise de conheci- Conclusões do XI Encontro Nacional 8
mentos novos, tem de os adquirir.
Parte dum determinado modelo e come-
2. 2 espiral
(continuação da pág. 1) está a fazer e que ele próprio nunca tenha a
satisfação de fazer algo que seja imediata-
duas razões. A primeira é que o tempo é mente útil. Mas pode ter a grande satisfação
limitado e o trabalho experimental exige de reconhecer que o seu trabalho contribuiu
muita presença. A segunda é porque, quan- para o avanço da ciência e,
do temos experiências a correr, é tal a ansi- consequentemente, para o bem da humani-
edade e o interesse em ver o que dão, que dade.
nós ficamos colados ao local de trabalho.
Todo o trabalho científico é de natureza
Em termos emocionais, um trabalho des- civilizacional. Mais conhecimentos, maior pro-
ta natureza é muitas vezes frustrante. Geral- gresso, maior evolução. Se a humanidade
mente, os primeiros resultados parecem to- evolui constantemente é porque todas as
talmente disparatados, não condizem uns suas células constitutivas estão vivas e acti-
com os outros nas várias repetições, nem vas. As mudanças tornam-se visíveis nas or-
com o que seria de esperar de acordo com ganizações após terem acontecido nos indi-
o modelo de partida. Tudo para deitar fora! víduos. A busca de novos conhecimentos
Muitas vezes é bem grande essa tentação, tem de ser conduzida sem preconceitos, com
mas a regra é guardar tudo. Ainda me lem- plena liberdade de pensar e de agir, confron-
bro das rimas de gráficos sem sentido que tando as conclusões de cada um com as dos
acumulei. outros investigadores e com as dos diferen-
Por vezes esta fase chega a arrastar-se tes grupos de investigação. Assim se pode-
até dois anos. Mas um dia acontece aquele rá chegar a uma compreensão mais clara da
clique que nos faz apanhar a ponta do fio da obra da criação.
meada. Então vai ser necessário confirmar
se este novo modelo funciona e é aí que A progressiva compreensão da Nature-
damos conta da utilidade daquelas experi- za, além de ser particularmente excitante e
ências que, felizmente, não deitámos fora. entusiasmante, desperta no investigador um
Finalmente percebemos que foi dado um grande sentido de humildade. O cientista, ao
passo em frente – afinámos a técnica, fize- mesmo tempo que se sente realizado em
mos “falar” a natureza, descobrimos meca- cada passo dado em frente no conhecimen-
nismos reaccionais, algo de novo foi conse- to, vai desenvolvendo também a consciên-
guido. Podemos comunicar a descoberta. cia de que é imensamente mais o que fica
por saber.
Muitas vezes também se progride de- Ao contemplar a vida, este complexo
monstrando que determinados modelos ci- equilíbrio de inúmeros processos inter-rela-
entíficos correntes estão errados. Pode ser cionados, tão complicado como bem con-
um pouco frustrante para o doutorando, mas, seguido, a um tempo frágil e regenerável,
em termos globais, um contributo desta na- dificilmente posso considerar que ela seja
tureza é igualmente positivo. No mundo real obra de mero acaso. Admitindo que as coi-
e num dado momento da história, é muito sas, tais como estão hoje, resultam duma
difícil saber quais são os problemas impor- evolução desde o big-bang, só posso enten-
tantes ou se a abordagem aos problemas é der que uma tal evolução, que assim progri-
feita pelo caminho certo para os resolver. de do mais simples para o mais complicado,
ao arrepio da lei da entropia, seja uma evolu-
Um cientista provavelmente nunca enri- ção teleológica. Para mim, Deus anda por aí.
quecerá. É também provável que os seus
amigos e conhecidos não entendam o que Aveiro, 19-06-2004
João Simão
3. espiral 3
FUNDO DE PARTILHA
— sua filosofia e prática —
Reflexão no Feminino
À medida que o tempo vai pas- não pode ser Senhor, a falta dele possibilitando assim a sua presença
sando, as relações entre nós, irmãos, atormenta-nos a vida, tira-nos a paz, nos encontros e nos cursos.
vão-se alicerçando na confiança. A diminui-nos e sonega-nos o futuro!... Quanta riqueza para eles e para
atenção uns aos outros e a disponi- Assim sendo e tentando ter olhos e nós o podermos estar todos!
bilidade de mãos e de coração tem ouvidos para este tipo de clamores, Sabemos como é difícil o segun-
que, por força do amor que nos une, o Movimento Fraternitas resolveu do início de vida. O emprego, a casa,
vir ao de cima. Não em palavras, criar um Fundo Comum de Parti- os filhos pequenos…
mas em gestos concretos de solida- lha, para acudir e minimizar casos Que para nós as palavras soli-
riedade e partilha. de necessidades económicas pontu- dariedade e partilha existam para
E se “a solidariedade é indubi- ais de qualquer um dos seus mem- além do dicionário. De lá saltem pa-
tavelmente uma virtude cristã” dis- bros. Fomos confrontados, há sen- ra o nosso coração e depois abram
se João Paulo II no seu documento sivelmente 3 anos, com a necessi- as nossas mãos.
Sollicitudo Rei Socialis, é também dade de acorrer a um irmão nosso, O Movimento Fraternitas tem
um desafio à imaginação e à cria- cuja recuperação não teria sido a que dois momentos privilegiados — os
tividade de quem ama (digo eu!...). foi sem a ajuda na compra de uma ofertórios em Abril e Outubro das
Está facilmente provado (basta cadeira de rodas, de uma cama arti- celebrações de encerramento dos
termos chegado à paz que hoje vi- culada, de um colchão anti-escara encontros e cursos. E por que não
vemos) que há um longo e solidário (este colchão não sendo já necessá- juntar-lhe alguma renúncia quares-
caminho já andado, mas há ainda rio a este irmão, foi ajuda preciosa a mal? É sempre tempo de partilhar.
muito a percorrer e terão que ser uma velhinha que não tendo nada a E todos conhecemos o exemplo da
também os nossos pés a percorrê- ver com o nosso movimento o usou viúva…
-lo… até morrer; está neste momento dis- Mas para termos a grandeza
Se é verdade que todos temos ponível para outra qualquer neces- dela, temos de sentir que a partilha
obrigação de não esconder debaixo sidade). é obrigação que alegra a alma… e
do alqueire os dons que temos, os Ora, as verbas usadas, saíram ninguém é tão rico que de nada pre-
carismas, as disponibilidades, os sa- desse Fundo Comum de Partilha. cise nem tão pobre que nada tenha
beres, também é verdade que temos Todos nós partilhámos do nos- para partilhar.
que ter olhos para ver e ouvidos para so! Para além disto, “… e que a mão
ouvir não só os clamores da alma Hoje somos confrontados com a esquerda não saiba o que a direita
mas também as necessidades come- necessidade de outros irmãos em iní- faz…”
zinhas do pão e do dinheiro. cio de vida, irmãos a quem o fundo
Se para nós, cristãos, o dinheiro comum paga deslocações e estadia, Glória
partilha!
Férias... tempo de descanso e de... partilha!
Sai este número quando se está em pleno tempo de férias, de descanso. Alguns talvez só o leiam quando
regressarem a casa... Mas, nem por isso, é extemporânea nem despicienda esta pequena nota.
Claro que já todos sabemos bem que é preciso aproveitar o tempo de férias para descansar, mudando de
actividade, e não ficando inactivo!... Podemos (e deveremos) aproveitar esta oportunidade para partilhar: bens
materiais com carenciados. Mas também partilhar saberes, afectos (visitar alguém mais só ou isolado; dedicar-
espiral?)...
-se mais aos nossos), vivências (porque não escrever algo para o espiral
Também de pequenas notícias, experiências, recordações, é feito este nosso boletim. Além de artigos mais
fortes e elaborados... Não queres partilhar connosco? BOAS FÉRIAS! A. Osório
4. 4 espiral
O X I E N C O N T R O N A C I O N A L D A F R AT E R N I TA S M O V I M E N T O E M I M A G E N S
Legenda (esq. – dir. / cima – baixo): O Presidente da Direcção fala à Assembleia Geral; Celebração de Encerramento (leitura;
comunhão; acção de graças); “Foto de Família” (com quase todos os participantes presentes, no final da Celebração Eucarística).
página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento ! fraternitas@netcabo.pt página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento ! fraternitas
5. espiral 5
A NOSSA VIVÊNCIA...
Há já bastante tempo que o Gostámos muito dos temas apre- quotidiana de cada um e os sorri-
fim-de-semana de 23 a 25 de Abril sentados, os relatores foram, mais sos simples; a presença das crian-
de 2004 estava reservado na nos- uma vez, de alto nível. Se a parte ças, os gritos delas que chamavam
sa agenda como um fim-de-sema- dos conteúdos e actualização teoló- a atenção de todos; a companhia à
na de compromisso inalterável. gica é de grande importância (e nós mesa e às vezes um esforço para
Era a data do XI Encontro Nacio- agradecemos a quem, com tanto tra- iniciar uma conversa qualquer; os
nal da Fraternitas e nós não que- balho e dedicação, prepara os nos- cafés tomados fora do local do En-
ríamos faltar por nada deste mun- sos Encontros), o encontro fraterno contro, nos cafés vizinhos, são al-
do! Agora, podemos dizer que va- e a simples partilha vivêncial entre guns dos momentos intensos do
leu a pena ter reservado o fim-de- os vários membros da Fraternitas nosso Encontro que alimentam
semana, valeu a pena ter alterado não o é menos. essa fraternidade.
outros compromissos e ter partici- As saudações nos corredores, as Mais uma vez, depois do En-
pado neste encontro de amigos. pequenas perguntas sobre a vida contro, sentimos que o tempo foi
insuficiente para criar novas ami-
zades, sentir em profundidade a
união do grupo e partilhar de modo
mais profundo o que cada um está
a sentir e viver. Não temos nada
de concreto para sugerir, mas po-
deríamos consolidar a nossa rela-
ção dando uma parte do tempo
para uma interacção animada e de
partilha depois do jantar, para ali-
mentar a fraternidade dentro da
Fraternitas.
Vincent e Cidália
A f amília cresce...
Neste ano, no XI Encontro Nacional da FRATERNITAS MOVIMENTO,
com muita satisfação pudemos contar com as significativas presenças de...
... Samuel (2 a.), filho do Vincent e da Cidália Costa; ... Joana (3 a.), filha do Manuel Pombal e da Luísa
Pinto; ... David (3 a.) e Daniel (18 m.), filhos do David e da Paula Silva; ... André (7 a.) e Inês (5 a.),
filhos do Rogério e da Alda Marques; ... Raquel (8 a.) e Carolina (3 m.), filhas do Serafim e da Rosa
Rodrigues; ... Tita (14 a.), filha do Alípio e da Zélia Afonso; ... Joana (15 a.), filha do Joaquim Macedo e
da Maria Zélia; ... Andreia (17 a.), filha do Luciano e da Ana Rodrigues; ... João (20 a.), filho do Pacheco
de Andrade e da Graça; ... Leonor (15 m.), neta do Carlos Leonel e da Maria Guilhermina.
... e comemora!
comemora!
Durante o nosso Encontro, o Jorge Ribeiro e a Maria Helena Ribeiro (no 1º banco da foto 4 da pág. ante-
rior), celebraram as suas Bodas de Prata Matrimoniais. Com eles todos demos graças a Deus!
A Repórter X
s@netcabo.pt página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento ! fraternitas@netcabo.pt página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento
6. 6 espiral
VOTO DE PESAR
(deliberação nº398/2003)
PUBLICAÇÕES
Tomando a palavra, o Gostosamente aqui damos notí- vro em que, quem o lê, se sente ele-
senhor Presidente deu cia de alguma da produção que vado. Com uma linguagem simples,
conhecimento que faleceu o membros da FRATERNITAS têm feito. de fácil entendimento, tem como
Padre Filipe Figueiredo Certamente haverá outras mais, mas, única preocupação “despertar-nos”
quando estava a tratar de como não tivemos conhecimento... para a meta, a sorte do cristão (e de
assuntos relacionados com a As nossas desculpas, com o refor- todo o homem): a Glória, Deus!
construção de uma unidade de çado pedido de, por favor, não nos Como afirma o P. Peter Stilwell, no
acamados, num terreno deixem na ignorância... Prefácio, este livro é “uma medita-
recentemente adquirido por si " Começamos por referir que ção tranquila que por vezes se
para a Fundação Manuel estamos a fazer permuta com a transforma em oração de acção de
Mendes da Conceição Santos. revista Sinal (publicação dos graças ou de louvor”.
Apesar de residir em Évora, padres casados do Ceará – Brasil) Um livro a saborear!
manteve sempre viva a sua terra e também recebemos a " A MARGEM DA TRANSCEN-
natal, não só através desta Ministerium Novum (da DÊNCIA — UM ESTUDO DA
futura obra comunitária, mas Federación Internacional de POESIA DE RUY BELO
também por intensas relações Sacerdotes Católicos Casados, Sob o patrocínio da Fundação
humanas que cultivou e Nijmegen – Holanda). Calouste Gulbenkian e da Fundação
igualmente pela criação " Aproveitamos para referir que, para a Ciência e Tecnologia, do Mi-
literária, através de diversas desde o dia 23 de Julho passado, nistério da Ciência e do Ensino Su-
obras sobre a nossa terra e a a FRATERNITAS passou a estar perior, foi editada esta valiosa obra
nossa gente, nomeadamente referenciada no espaço de “Paró- do nosso colega Manuel António Ri-
versando o Padre Donaciano de quias [Portugal]”, no seu endere- beiro.
Abreu Freire e a família de ço (www.paroquias.org), com li- Trata-se de um muito aprofundado
Pedro Calado. Por isso, propõe gação directa (link) à nossa pági- estudo sobre o poeta e a sua obra,
que seja exarado um voto de na oficial. procurando
pesar pelo falecimento deste descobrir-
ilustre Estarrejense, na " O CÉU: ONDE DEUS NOS
ESPERA PARA SEMPRE lhe toda a
tradução do reconhecimento extensão,
público que o Município deve Este é o título do último livro do
Francisco Sousa Monteiro. Com a toda a forte
pela sua dimensão humana e envolvência
cívica, representando uma chancela da Ed. Apostolado da Ora-
ção, de Braga, teve lançamento em e transcen-
perda para o concelho, que para dência que
a posteridade deverá ser 25.03.2004, no Palácio das
Galveias (C.M.L.), em Lisboa. A Ruy Belo
recordada na toponímia da deu à sua
freguesia de Beduído, onde apresentação foi feita por Appio
Sottomayor, tendo presidido à ses- produção poética.
nasceu. A Câmara Municipal
são o P. Manuel Morujão, sj, Direc- Não nos cabe aqui fazer a crítica (e
deliberou por unanimidade dos
tor do A.O., já nosso conhecido, pois o elogio) que este trabalho do Ma-
presentes aprovar a proposta
nos orientou a nuel António merece. Apenas pre-
apresentada.
parte espiritual tendemos dar dele conta e
do IX Encontro sugestionar o leitor e o interessado
(da Acta da Reunião Ordinária nº 25, nacional, em Fe- a debruçarem-se sobre ele.
de 2 de Dezembro de 2003, vereiro de 2002. Leiam-se a Voz Portucalense de
da Câmara Municipal de Estarreja) O Francisco 19.05.2004 e a Brotéria de Ju-
Monteiro brinda- lho.2004.
-nos com um li- Parabéns, Manuel António!
7. espiral 7
CONCLUSÕES DO XI ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO FRATERNITAS MOVIMENTO
(continuação da página 8) 3.- Depois duma interessada e muito participa-
da discussão dos diferentes pontos da ordem
de. Reivindicando a participação nas de- de trabalhos por parte dos oitenta sócios pre-
cisões das comunidades eclesiais, fazem sentes, a Assembleia Geral:
com que o actual modelo clerical de Igre- • Aprovou o Relatório de Actividades e
ja esteja em crise e em transformação. Contas da Gerência referentes a 2003;
• A Igreja, dada a sua estrutural dificuldade • Aprovou o Plano de Actividades para
em se actualizar, acompanha de longe e 2004-2005 e a Previsão Orçamental para
de pé atrás os movimentos de actualiza- o mesmo período;
ção. Em vez de acolher os sinais dos tem- • Reafirmou o interesse e a importância dos
pos, prefere o discurso da dignidade da Encontros Regionais como instrumentos
mulher como esposa e mãe. Então porque adequados para a expansão do Movimen-
não também a dignidade do homem como to e apelou para que se constituam comis-
esposo e pai? sões promotoras desses encontros por
• As mulheres constituem a maioria no con- zonas;
junto dos fiéis e participam mais nos actos • Sugeriu que o Espiral passasse a inserir
litúrgicos. Também são elas que mais par- mais notícias da família Fraternitas;
ticipam nas actividades em favor da co- • Reafirmou a sua concordância com a pro-
munidade. Em grande parte a Igreja é uma moção de Cursos de Actualização com
igreja de mulheres. Contudo é-lhes nega- conferencistas de qualidade.
do o direito à palavra, ao ensino da teolo-
gia, à representatividade e à participação Os trabalhos encerraram com a celebração da
na governação da Igreja. Eucaristia, na qual foi evocada a memória do
• Para elas o importante não é o acesso ao nosso Assistente, Cónego Filipe de Figueiredo.
sacerdócio ministerial, mas sim o modelo
eclesial. Fátima, 25 de Abril de 2004
b r e v e s . . . e mais dois ou três colegas da da, sofreu uma intervenção cirúr-
diocese de Lisboa, igualmente or- gica a um descolamento da retina.
! Escola de Línguas: O Vicent denados nesse dia, não foram con- Continuação de efectivas melho-
e a Cidália conseguiram (finalmen- vidados para essa comemoração, ras.
te!) abrir uma escola de línguas na este ano festejada em Fátima... Es-
! Novos livros: Veja-se notícia
cidade de Abrantes, para onde se quecimento? Marginali-zação?...
mudaram. É uma luz ao fundo do mais desenvolvida na página an-
(esta, porque forte, não será se con-
túnel, após tantos obstáculos e terior.
siderar — ou será?...)
amarguras. Parabéns (a ele e aos demais). Os nossos parabéns.
Felicidades e que resulte. ! Jubileu de Ordenação: D.
! Em recuperação: O Higino foi
! Bodas de Ouro de Ordena- há pouco operado à vesícula. Tudo Serafim, Bispo de Leiria--Fátima,
ção: O Carlos Leonel, no dia 29 correu bem, graças a Deus, tendo que orientou o primeiro retiro para
de Junho passado, fez 50 anos que regressado a casa e entrado em fran- a embrionária Fraternitas, celebrou
foi ordenado presbítero. Esta bre- ca fase de recuperação. este ano as suas Bodas de Ouro Sa-
ve tem, porém, uma dupla verten- Também a Sandra, filha do Mon- cerdotais e de Prata, como Bispo.
te: é que foi a primeira vez que ele teiro Fernandes e da Maria Fernan- As nossas sinceras felicitações.
8. CONCLUSÕES DO XI ENCONTRO NACIONAL DA
ASSOCIAÇÃO FRATERNITAS MOVIMENTO
A Associação Fraternitas Movimento realizou soante as faixas etárias. Mas é de salientar
em Fátima, de 23 a 25 de Abril de 2004, o seu XI que, na faixa etária dos 16-24 anos, esse
Encontro Nacional, que constou de três momen- decréscimo é maior nas mulheres do que
tos. Primeiro: uma reflexão sobre a “Leitura so- nos homens.
ciológica da frequência à missa dominical”, • Os resultados dos inquéritos fornecem si-
orientada pelo Prof. Dr. Manuel Luís Marinho nais claros de que é necessário tomar me-
Antunes. Segundo: a reflexão sobre o tema “O didas e fazer opções pastorais adequadas.
lugar das mulheres e do feminino nas socieda- Mas, se as medidas a tomar e as opções
des contemporâneas”, orientada pela Prof.ª Dr.ª pastorais a fazer não estão no nosso âm-
Manuela Silva. Terceiro: a reunião anual ordiná- bito individual, há atitudes e iniciativas par-
ria da Assembleia Geral. ticulares perfeitamente ao nosso alcance
que importa pôr em prática sem esperar
1. - A leitura sociológica da frequência à missa que alguém nos chame.
dominical teve por base os resultados dos • Do inquérito ficamos a saber que a Igreja
inquéritos sobre a assistência às missas de está a perder as mulheres, apesar de o cris-
domingo, realizados em 1977, 1991 e 2001, tianismo estar reconhecidamente presen-
por ordem da CEP, e também uma sonda- te na sociedade portuguesa. Mas há sinais
gem pública sobre comportamentos e atitu- de quebra na transmissão deste patrimó-
des religiosas. O Dr. Marinho Antunes co- nio religioso. Importa repensar o estilo de
meçou por acentuar que a participação na condução da Igreja, comprometer as pes-
missa dominical é um dado extremamente soas que assumem responsabilidades. A
significativo da prática cristã, uma vez que questão dos ministérios está inquestiona-
se trata de um acto sociologicamente muito velmente na ordem do dia.
importante, pois é um acto público, realiza-
do num domingo, e quando há domingo há 2.- Da exposição da Dr.ª Manuela Silva sobre o
missa. tema “O Lugar das Mulheres e do Femini-
• No seu conjunto, esta prática dominical no nas Sociedades Contemporâneas”, bem
tem vindo a diminuir de forma significati- como da subsequente troca de impressões
va tanto nos homens como nas mulheres, com os presentes, emergiram as seguintes
naturalmente com algumas variantes con- conclusões:
• A igualdade de direitos de ambos os se-
xos, bem como o reconhecimento do va-
lor do feminino na construção harmonio-
sa das sociedades, são dados adquiridos
nos países ocidentais. É também um facto
que as mulheres entraram decisivamente
na vida económica mercantilizada. Adqui-
rindo qualificações tão elevadas como as
dos homens, elas estão presentes em to-
dos os sectores de actividade e atingiram
Aspecto da comunicação do dr. Marinho Antunes. autonomia económica.
•No que se refere à condição
boletim da
espiral associação fraternitas movimento
eclesial das mulheres, também
masculino e feminino devem ser
Rua Lourinha, 429 - Hab 2 = 4435-310 RIO TINTO considerados em pé de igualda-
Responsável: Alberto Osório de Castro
e-mail: a-osorio-c@clix.pt
Nº 15 - Abr/Junº de 2004
(conclui na página 7)