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Desigualdade
racial no Brasil
PROF. GABRIEL MAIA DE OLIVEIRA
SOCIOLOGIA
Diferenciar é importante
Etnia
►  é um grupo definido pela mesma
origem, afinidades linguísticas e
culturais
► É cultural
Raça
►  tenta trazer a ideia da distinção
entre os homens, é um conceito
socialmente construído de que
existiriam diferenças biológicas
entre as etnias
► É histórico
Vamos começar com a
escravidão
► Vamos voltar no calendário e contextualizar a escravidão. A
principal fonte para o estudo da escravidão antiga provavelmente
é Aristóteles. As diferenças entre os tipos de escravidão e as
diferenças entre as múltiplas regiões da Grécia (além, é claro, do
período de tempo extenso), tornam o tema complexo, mas
podemos vulgarizar da seguinte forma: a escravidão na Grécia
antiga compreendia três possibilidades; por dívida, como punição
e como apresamento de guerra.
Na antiguidade
► Qual a lógica de tais tipos de escravidão? A
escravidão como punição, como mecanismo
penal, talvez seja a mais óbvia. Um indivíduo
comete um crime de tal proporção que, como
punição, é privado de sua cidadania e de
liberdade. Tal escravidão pune o indivíduo
apenas, ou seja, não se aplica para uma
sociedade ou sua família. A escravidão por
dívida é autoexplicativa, quando uma dívida
pecuniária é paga pelo trabalho servil; ela,
dependendo do exemplo, podia passar para o
restante da família do devedor. Finalmente, o
apresamento de escravos em guerra consistia no
entendimento aristotélico de que um
determinado povo, ao perder uma guerra,
demonstrava fraqueza e inferioridade, por isso
seria justo o vencedor escravizá-lo.
No colonialismo
► Em contraste à sociedade romana, em que
várias etnias poderiam ser escravas, inclusive
os próprios romanos, o componente étnico
que Portugal adiciona ao comércio de
escravos cria uma aberração: existe um
povo que é escravo, tem cara de escravo.
Tem cor de escravo.
► Por trezentos anos, tal conceito é martelado
na sociedade. Os resultados só podem ser
catastróficos. O Decreto nº 1.331-A, de 17 de
Fevereiro de 1854, que regulamenta o ensino
básico no Brasil, irá excluir os negros, mesmo
os libertos, do ensino nesses motivos, por
serem “portadores de contágio”. No Rio
Grande do Sul, no Colégio de Artes
Mecânicas, a lei mandava recusar matrículas
às crianças de cor preta e aos escravos e
pretos, “ainda que libertos e livres”.
‘’Mas outras etnias também foram
escravizadas’’
► Comparar o imenso comércio de africanos
escravizados pelo Oceano Atlântico com o
comércio de escravos feito na Antiguidade, ou
de acordo com os costumes antigos, não tem
sustentação. Se um príncipe africano tomava
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uma coisa. Inserir esse escravo no processo
mercantil atlântico é outra, com outra origem,
outra conotação, outra finalidade. Outro
elemento: o étnico. O escravo deixa de ser por
crime, por dívida ou por guerra. O escravo é o
negro, e o negro torna-se escravo. Um
fenômeno econômico que remonta à
antiguidade do Crescente Fértil é distorcido
ideologicamente. A escravidão do negro pelo
Atlântico não é fruto do racismo. A escravidão
do negro pelo Atlântico cria o racismo.
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Senso comum
► É racismo o fato isolado de
apelidar/discriminar alguém pela
cor da pele
► Temos igualdade racial no Brasil
desde que houve abolição da
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Científica
► Racismo é puramente ligado à história
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do mundo, pois os negros não foram integrados
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camadas mais baixas do mercado de trabalho
► Existe uma grande diferença entre igualdade
formal(ou jurídica) e igualdade material (ou
isonomia material), nessa última em específico, os
negros saem perdendo historicamente.
E o movimento negro?
► O movimento negro começou a surgir no
Brasil durante o período da escravidão.
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praticadas pelos senhores, os negros
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resistência. Ao longo dos anos, o
movimento negro se fortaleceu e foi
responsável por diversas conquistas desta
comunidade, que por séculos foi injustiçada
e cujos reflexos das políticas escravocratas
ainda são visíveis na sociedade atual. 
Democracia racial?
► O termo democracia racial foi utilizado pelo sociólogo Gilberto Freyre, no seu livro “Casa
Grande e Senzala” (1933). O autor defende a ideia de que, ao contrário de outros países
como África do Sul e Estados Unidos, haveria no Brasil uma convivência pacífica entre as
raças. Veja a capa do livro “Casa Grande e Senzala”, onde Gilberto Freyre fala de
democracia racial. O autor também escreveu o livro Sobrados & Mucambos, referente
ao mesmo tema.
►  O mito da democracia racial assentou-se sobre dois fundamentos: 1) o mito do bom
senhor ; 2) o mito do escravo submisso
► O movimento negro ganhou novas influências na década de 1960, com a força do
movimento dos direitos civis nos EUA e a luta africana contra o apartheid e libertação
das colônias.
Democracia racial se baseia em
dois princípios
► A crença no bom senhor
A ideia de que o senhor de
engenho tinha uma relação de
hierarquia, mas não de guerra com
relação aos escravos negros,
trazendo uma ideia de
pseudocordialidade do senhor.
► O mito do escravo submisso
A ideia de que os negros não teriam se
levantado contra as opressões raciais
durante o colonialismo, ignorando o
sofrimento e a resistência do povo negro
Como foi/é nos EUA...
► Os Panteras Negras surgiram como um
grupo que defendia a resistência
armada contra a opressão dos negros.
Fundado em outubro de 1966, o grupo
nasceu prometendo patrulhar os bairros
de maioria negra para proteger seus
moradores contra a violência policial.
► O movimento se espalhou pelos EUA
chegou ao seu período de maior
popularidade no final da década de
1960, quando chegou a ter 2 mil
membros e escritórios nas principais
cidades do país. Mas logo as brigas
com a polícia levaram a tiroteios em
Nova York e Chicago, e entre 1966 e
1970 pelo menos 15 policiais e 34
“panteras” morreram em conflitos
urbanos.
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negro nos EUA:
► NAÇÃO DO ISLÃ
► LÍDER – Malcolm X
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praticava a luta política por meios legais,
mas defendia quaisquer formas de
autoproteção para negros contra a
violência racial. Recusando a igualdade
racial, o foco do movimento liderado
por X era promover a ideia de que
apenas os negros poderiam trazer a
libertação dos próprios negros. Na
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negra e a criação de uma nação
separada.
► DIREITOS CIVIS
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► PROPOSTAS – O pastor batista liderava uma corrente moderada,
adepta da não-violência, que defendia a obtenção da igualdade
racial por meios pacíficos, com a extensão do direito ao voto a
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civil sem atos violentos.
No Dia Nacional da Consciência Negra, brasileiros
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Para casa
► Analisar o texto 4 da página 60 do livro e realizar as atividades das
páginas 61 até 67 (A correção será enviada no grupo)
► Anotar no caderno quem foi e qual a importância de Rosa Parks.
Referências
► https://xadrezverbal.com/2014/02/28/escravos-africanos-e-o-trafico
-atlantico-historia-politicamente-incorreta/
► https://www.politize.com.br/movimento-negro/
► https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-foi-malcolm-x/
► https://www.almapreta.com/editorias/realidade/qual-e-o-legado-d
e-malcolm-x-para-o-povo-negro
► http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-11/negros-enfre
ntam-mais-dificuldades-que-negros-no-mercado-de-trabalho-diz-m
pt
► https://capitalismoemdesencanto.wordpress.com/2015/08/18/raca-
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Desigualdade racial no Brasil: da escravidão aos movimentos negros

  • 1. Desigualdade racial no Brasil PROF. GABRIEL MAIA DE OLIVEIRA SOCIOLOGIA
  • 2. Diferenciar é importante Etnia ►  é um grupo definido pela mesma origem, afinidades linguísticas e culturais ► É cultural Raça ►  tenta trazer a ideia da distinção entre os homens, é um conceito socialmente construído de que existiriam diferenças biológicas entre as etnias ► É histórico
  • 3. Vamos começar com a escravidão ► Vamos voltar no calendário e contextualizar a escravidão. A principal fonte para o estudo da escravidão antiga provavelmente é Aristóteles. As diferenças entre os tipos de escravidão e as diferenças entre as múltiplas regiões da Grécia (além, é claro, do período de tempo extenso), tornam o tema complexo, mas podemos vulgarizar da seguinte forma: a escravidão na Grécia antiga compreendia três possibilidades; por dívida, como punição e como apresamento de guerra.
  • 4. Na antiguidade ► Qual a lógica de tais tipos de escravidão? A escravidão como punição, como mecanismo penal, talvez seja a mais óbvia. Um indivíduo comete um crime de tal proporção que, como punição, é privado de sua cidadania e de liberdade. Tal escravidão pune o indivíduo apenas, ou seja, não se aplica para uma sociedade ou sua família. A escravidão por dívida é autoexplicativa, quando uma dívida pecuniária é paga pelo trabalho servil; ela, dependendo do exemplo, podia passar para o restante da família do devedor. Finalmente, o apresamento de escravos em guerra consistia no entendimento aristotélico de que um determinado povo, ao perder uma guerra, demonstrava fraqueza e inferioridade, por isso seria justo o vencedor escravizá-lo.
  • 5. No colonialismo ► Em contraste à sociedade romana, em que várias etnias poderiam ser escravas, inclusive os próprios romanos, o componente étnico que Portugal adiciona ao comércio de escravos cria uma aberração: existe um povo que é escravo, tem cara de escravo. Tem cor de escravo. ► Por trezentos anos, tal conceito é martelado na sociedade. Os resultados só podem ser catastróficos. O Decreto nº 1.331-A, de 17 de Fevereiro de 1854, que regulamenta o ensino básico no Brasil, irá excluir os negros, mesmo os libertos, do ensino nesses motivos, por serem “portadores de contágio”. No Rio Grande do Sul, no Colégio de Artes Mecânicas, a lei mandava recusar matrículas às crianças de cor preta e aos escravos e pretos, “ainda que libertos e livres”.
  • 6. ‘’Mas outras etnias também foram escravizadas’’ ► Comparar o imenso comércio de africanos escravizados pelo Oceano Atlântico com o comércio de escravos feito na Antiguidade, ou de acordo com os costumes antigos, não tem sustentação. Se um príncipe africano tomava escravos em uma guerra com seus vizinhos, é uma coisa. Inserir esse escravo no processo mercantil atlântico é outra, com outra origem, outra conotação, outra finalidade. Outro elemento: o étnico. O escravo deixa de ser por crime, por dívida ou por guerra. O escravo é o negro, e o negro torna-se escravo. Um fenômeno econômico que remonta à antiguidade do Crescente Fértil é distorcido ideologicamente. A escravidão do negro pelo Atlântico não é fruto do racismo. A escravidão do negro pelo Atlântico cria o racismo.
  • 7. A opinião é Senso comum ► É racismo o fato isolado de apelidar/discriminar alguém pela cor da pele ► Temos igualdade racial no Brasil desde que houve abolição da escravidão ► Mas a constituição garante nossa igualdade! Científica ► Racismo é puramente ligado à história ► A desigualdade racial no Brasil é uma das maiores do mundo, pois os negros não foram integrados ao sistema educacional e foram absorvidos pelas camadas mais baixas do mercado de trabalho ► Existe uma grande diferença entre igualdade formal(ou jurídica) e igualdade material (ou isonomia material), nessa última em específico, os negros saem perdendo historicamente.
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  • 9. E o movimento negro? ► O movimento negro começou a surgir no Brasil durante o período da escravidão. Para defender-se das violências e injustiças praticadas pelos senhores, os negros escravos se uniram para buscar formas de resistência. Ao longo dos anos, o movimento negro se fortaleceu e foi responsável por diversas conquistas desta comunidade, que por séculos foi injustiçada e cujos reflexos das políticas escravocratas ainda são visíveis na sociedade atual. 
  • 10. Democracia racial? ► O termo democracia racial foi utilizado pelo sociólogo Gilberto Freyre, no seu livro “Casa Grande e Senzala” (1933). O autor defende a ideia de que, ao contrário de outros países como África do Sul e Estados Unidos, haveria no Brasil uma convivência pacífica entre as raças. Veja a capa do livro “Casa Grande e Senzala”, onde Gilberto Freyre fala de democracia racial. O autor também escreveu o livro Sobrados & Mucambos, referente ao mesmo tema. ►  O mito da democracia racial assentou-se sobre dois fundamentos: 1) o mito do bom senhor ; 2) o mito do escravo submisso ► O movimento negro ganhou novas influências na década de 1960, com a força do movimento dos direitos civis nos EUA e a luta africana contra o apartheid e libertação das colônias.
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  • 12. Democracia racial se baseia em dois princípios ► A crença no bom senhor A ideia de que o senhor de engenho tinha uma relação de hierarquia, mas não de guerra com relação aos escravos negros, trazendo uma ideia de pseudocordialidade do senhor. ► O mito do escravo submisso A ideia de que os negros não teriam se levantado contra as opressões raciais durante o colonialismo, ignorando o sofrimento e a resistência do povo negro
  • 13. Como foi/é nos EUA... ► Os Panteras Negras surgiram como um grupo que defendia a resistência armada contra a opressão dos negros. Fundado em outubro de 1966, o grupo nasceu prometendo patrulhar os bairros de maioria negra para proteger seus moradores contra a violência policial. ► O movimento se espalhou pelos EUA chegou ao seu período de maior popularidade no final da década de 1960, quando chegou a ter 2 mil membros e escritórios nas principais cidades do país. Mas logo as brigas com a polícia levaram a tiroteios em Nova York e Chicago, e entre 1966 e 1970 pelo menos 15 policiais e 34 “panteras” morreram em conflitos urbanos.
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  • 15. Outros movimentos de ativismo negro nos EUA: ► NAÇÃO DO ISLÃ ► LÍDER – Malcolm X ► PROPOSTAS – Essa vertente religiosa praticava a luta política por meios legais, mas defendia quaisquer formas de autoproteção para negros contra a violência racial. Recusando a igualdade racial, o foco do movimento liderado por X era promover a ideia de que apenas os negros poderiam trazer a libertação dos próprios negros. Na prática, o grupo defendia a supremacia negra e a criação de uma nação separada.
  • 16. ► DIREITOS CIVIS ► PRINCIPAL LÍDER – Martin Luther King Jr. ► PROPOSTAS – O pastor batista liderava uma corrente moderada, adepta da não-violência, que defendia a obtenção da igualdade racial por meios pacíficos, com a extensão do direito ao voto a todos os negros e o uso de táticas como boicotes e desobediência civil sem atos violentos.
  • 17.
  • 18. No Dia Nacional da Consciência Negra, brasileiros negros relatam suas experiências
  • 19. Para casa ► Analisar o texto 4 da página 60 do livro e realizar as atividades das páginas 61 até 67 (A correção será enviada no grupo) ► Anotar no caderno quem foi e qual a importância de Rosa Parks.
  • 20. Referências ► https://xadrezverbal.com/2014/02/28/escravos-africanos-e-o-trafico -atlantico-historia-politicamente-incorreta/ ► https://www.politize.com.br/movimento-negro/ ► https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-foi-malcolm-x/ ► https://www.almapreta.com/editorias/realidade/qual-e-o-legado-d e-malcolm-x-para-o-povo-negro ► http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-11/negros-enfre ntam-mais-dificuldades-que-negros-no-mercado-de-trabalho-diz-m pt ► https://capitalismoemdesencanto.wordpress.com/2015/08/18/raca- e-racismo/