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Seminário MGI - Insuficiência Familiar.pptx

  1. Síndrome da Insuficiência Familiar Alípio Moreira, Gabrielle Torres, João Marcos, Lorem Pereira
  2. Definição 01
  3. Definição ➔ Síndrome geriátrica, um dos “gigantes”. ➔ Multifatorial: “O processo onde ocorre uma ineficiência, ou até mesmo ausência, na interação entre a família, parentes, amigos e vizinhos.” (ROCHA et al., 2019) (MORAES; MARINO; SANTOS, 2010)
  4. Definição Processo psicossocial de estrutura complexa, fundado em: ➔ Informação, aconselhamento e ajuda instrumental; ➔ Detecção de alterações funcionais, psíquicas e fisiológicas. ➔ Contato com amigos e vizinhos; ➔ Envolvimento com a comunidade; ➔ Tipo e número de laços sociais, estrutura, reciprocidade, função, engajamento social (SOUZA et al., 2015) Baixo apoio social Baixo apoio familiar - Vínculo familiar prejudicado “Apoio social total”
  5. Etiologia, História e Epidemiologia 02
  6. Etiologia, história e epidemiologia Redução das taxas de mortalidade Desenvolvimento das forças produtivas + inovações médicas Transformações no comportamento de massa + “avanço do bem-estar” Redução das taxas de natalidade Transição demográfica (ALVES, 2008) ➔ O Brasil e a América Latina encontram-se em uma fase intermediária da transição demográfica ➔ Base da pirâmide etária diminuída e mudança do quadro epidemiológico
  7. (ONU, 2022)
  8. Etiologia, história e epidemiologia ➔ O processo de envelhecimento traz consigo mudanças fisiológicas que são universais e que se manifestam mesmo na ausência de outras comorbidades (ROCHA et al., 2019) ➔ Aumento do número de idosos > 80 anos, polifarmácia, analfabetismo - “inversão de papéis” (ALMEIDA, 2013) ➔ Risco de institucionalização, maus tratos, isolamento social etc.
  9. Fisiopatologia e Fatores de risco 03
  10. ➔ Hierarquia familiar; ➔ É preciso flexibilidade e adaptabilidade; ➔ Velhice = último estágio do ciclo de vida familiar; (Tratado de geriatria e gerontologia, 2006)
  11. Modificações no sistema patriarcal Elementos Determinantes da Insuficiência Familiar 1) Transformações Contemporâneas no Sistema Familiar “Ninho vazio” Famílias de tamanho decrescente Inversão de papéis (SOUZA et al., 2015)
  12. Elementos Determinantes da Insuficiência Familiar 2) Conflitos Intergeracionais Baixo sentimento de “piedade filiar” Baixas expectativas culturais de fraternidade Afiliação familiar prejudicada Perda do valor cultural de “autoridade” e “respeito” entre membros da família Conflitos entre gerações ↓ vínculo com a pessoa idosa; isolamento social. (SOUZA et al., 2015)
  13. Elementos Determinantes da Insuficiência Familiar 2) Conflitos Intergeracionais Homens e mulheres envelhecem de forma diferente ➔ Transmissores de valores; ➔ Conciliadores; ➔ Provedores; ➔ Norteadores do comportamento familiar. ➔ Posição era definida pelos homens; ➔ Abandono da vida profissional; ➔ Responsabilidade pela casa e filhos. ➔ Dificuldade em aceitar mudanças dos papéis geracionais = conflitos; ➔ Recusa em aceitar suporte = estresse familiar. Consequências: (FREITAS et al., 2006; SOUZA et al., 2015)
  14. Elementos Determinantes da Insuficiência Familiar 3) Comprometimento das Relações Familiares Baixo apoio familiar Fonte de informação e aconselhamento precária Falta de participação no cuidado da saúde Desaprovação/rejeição das decisões ou comportamentos ➔ Sensação de inutilidade; ➔ Isolamento social; ➔ Redução da autoestima; ➔ Declínio Funcional; ➔ Depressão. (SOUZA et al., 2015)
  15. Elementos Determinantes da Insuficiência Familiar 4) Vulnerabilidade Social da Família Problemas sociais Desgaste dos vínculos por problemas da vida moderna ➔ Exarcebamento das más condições de saúde; ➔ Declínio emocional; ➔ Isolamento Social. (SOUZA et al., 2015)
  16. Consequências da Insuficiência Familiar no Idoso Institucionalização Depressão Saúde física prejudicada Insatisfação Menor qualidade de vida Declínio Funcional Declínio da saúde psicológica Vulnerabilidade social Envelhecimento mal sucedido (SOUZA et al., 2015)
  17. ➔ Estudo quantitativo e transversal realizado com 384 idosos; ➔ O grau de fragilidade física entre os idosos é diretamente proporcional ao nível de Disfunção Familiar. (SETOGUCHI et al., 2022)
  18. Diagnóstico e Propedêutica 04
  19. Identificação dos determinantes Baixo apoio social Vínculo familiar prejudicado Conflito entre gerações 01 02 03 (SOUZA et al., 2015)
  20. Apgar da Família Itens Sempre Algumas Vezes Nunca Estou satisfeito(a) pois posso recorrer à minha família em busca de ajuda quando alguma coisa está me incomodando ou preocupando. 2 1 0 2) Estou satisfeito(a) com a maneira pela qual minha família e eu conversamos e compartilhamos os problemas. 2 1 0 3) Estou satisfeito(a) com a maneira como minha família aceita e apoia meus desejos de iniciar ou buscar novas atividades e procurar novos caminhos ou direções. 2 1 0 4) Estou satisfeito(a) com a maneira pela qual minha família demonstra afeição e reage às minhas emoções, tais como raiva, mágoa ou amor. 2 1 0 5) Estou satisfeito(a) com a maneira pela qual minha família e eu compartilhamos o tempo juntos. 2 1 0
  21. Apgar da Família 07 a 10 Boa Funcionalidade Familiar 05 a 06 Moderada Disfunção Familiar 0 a 04 Elevada Disfunção Familiar Interpretação do Escore Total
  22. Mapa Mínimo de Relações (DUARTE et al., 2020)
  23. Tratamento e Prognóstico 05
  24. Restabelecimento dos laços familiares
  25. Seguimento Psicológico Especialmente os idosos em ILPs Psiquiátrico Clínico Social Rede de apoio social e familiar é indispensável. A reinserção familiar pode ser considerada. 01 02 03 04 (SOUZA et al., 2015)
  26. ● Síndrome da Fragilidade identificada em 70% dos participantes ● 80% reprovados nos testes de cognição realizados Melo et al., 2018
  27. ● Aplicaram MM e EDG ● Predomínio feminino, viúvos e solteiros, com baixa escolaridade e situação financeira precária, e a maioria, sem filhos. ● 95% relatou ter de duas a três doenças crônicas e fazer uso diário de três ou mais medicamentos. ● 55% apresentaram sintomas depressivos e morbidades associadas Guths et al., 2017
  28. Prognóstico Quadro Clínico Seguimento Situação Social (SOUZA et al., 2015)
  29. Caso Clínico 06
  30. João G. M., 79 anos ● Hipertenso, diabético e tabagista. Tem amputação de membro inferior direito a nível de joelho devido a vasculopatia diabética, se locomovendo por cadeira de rodas. ● Sem histórico demencial, embora relato de sua cuidadora (neta) sobre personalidade teimosa e agressiva.
  31. João G. M., 79 anos História de internação no HMGV por dispneia associada a sintomas gripais em setembro de 2020. À admissão foi testado para COVID-19 com resultado reagente. Evoluiu com pneumonia bacteriana e necessidade de ventilação mecânica com intubação orotraqueal por 16 dias, apresentando boa evolução clínica, recebendo alta hospitalar em novembro de 2020.
  32. À ocasião da alta, Os familiares se recusaram a buscar o idoso, relatando desistência dos cuidados do paciente, que tinha mobilidade reduzida e “dava muito trabalho”. Foram acionados órgãos jurídicos para responsabilização dos familiares, e no intercorrer do processo o paciente foi referenciado para o Lar dos Velhinhos onde ficaria temporariamente.
  33. Em 35 dias de permanência na casa de repouso: Desenvolveu Amnésia retrógrada e anterógrada e Incontinência urinária, sendo iniciado o tratamento urológico e neurológico, sem boa resposta. Em 9 dias evoluiu para restrição ao leito por imobilidade não explicada, confusão mental e irritabilidade.
  34. Em 35 dias de permanência na casa de repouso: Desenvolveu Amnésia retrógrada e anterógrada e Incontinência urinária, sendo iniciado o tratamento urológico e neurológico, sem boa resposta. Em 9 dias evoluiu para restrição ao leito por imobilidade não explicada, confusão mental e irritabilidade.
  35. Em 35 dias de permanência na casa de repouso: Desenvolveu Amnésia retrógrada e anterógrada e Incontinência urinária, sendo iniciado o tratamento urológico e neurológico, sem boa resposta. Em 9 dias evoluiu para restrição ao leito por imobilidade não explicada, confusão mental e irritabilidade. 21 dias depois foram percebidos sinais de paralisia hemifacial e liberação esfincteriana, sendo o paciente encaminhado para a emergência, onde recebeu diagnóstico de AVE. Foi internado na UTI, evoluindo para óbito em 3 dias.
  36. Em 35 dias de permanência na casa de repouso: Desenvolveu Amnésia retrógrada e anterógrada e Incontinência urinária, sendo iniciado o tratamento urológico e neurológico, sem boa resposta. Em 9 dias evoluiu para restrição ao leito por imobilidade não explicada, confusão mental e irritabilidade. 21 dias depois foram percebidos sinais de paralisia hemifacial e liberação esfincteriana, sendo o paciente encaminhado para a emergência, onde recebeu diagnóstico de AVE. Foi internado na UTI, evoluindo para óbito em 3 dias.
  37. Considerando que o paciente apresenta uma história clínica típica de debilidade por Síndrome da Insuficiência Familiar, qual tratamento poderia ter sido indicado no início do quadro para reverter a evolução negativa?
  38. Considerando que o paciente apresenta uma história clínica típica de debilidade por Síndrome da Insuficiência Familiar, qual tratamento poderia ter sido indicado no início do quadro para reverter a evolução negativa?
  39. Considerando que o paciente apresenta uma história clínica típica de debilidade por Síndrome da Insuficiência Familiar, qual tratamento poderia ter sido indicado no início do quadro para reverter a evolução negativa? Psicoterapia e acompanhamento psiquiátrico
  40. O idoso e a Família https://www.youtube.com/watch?v=WlUeg80KbXU
  41. Referências ALMEIDA, Michelli Aparecida Brandes de. A insuficiência familiar no cuidado ao idoso e seus reflexos na atenção primária a saúde. UFMG, Belo Horizonte, 2013. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD- 9DEHG2/1/ultima_vers_o_tcc.pdf. Acesso em 4 nov. 2022. ALVES, José Eustáquio Diniz. A transição demográfica e a Janela de Oportunidade. Disponível em: http://www.braudel.org.br/pesquisas/pdf/transicao_demografica.pdf. Acesso em 4 nov. 2022. DUARTE, Yeda AO; DOMINGUES, Marisa Accioly R. Família, Rede de Suporte Social e Idosos: Instrumentos de Avaliação. Editora Blucher, 2020. FREITAS, Elizabete Viana de et al. Tratado de geriatria e gerontologia. In: Tratado de geriatria e gerontologia. 2006. p. 1665-1665. MORAES, Edgar Nunes de; MARINO, Marília Campos de Abreu; SANTOS, Rodrigo Ribeiro, Principais síndromes geriátricas. UFMG, Belo Horizonte, 2010. Disponível em: https://ead05.proj.ufsm.br/pluginfile.php/25774/course/section/14290/S%C3%ADndromes%20geri%C3%A1tricas.pdf. Acesso em 4 de nov. 2022. Güths, Jucélia Fátima da Silva, et al. "Perfil sociodemográfico, aspectos familiares, percepção de saúde, capacidade funcional e depressão em idosos institucionalizados no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, Brasil." Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia 20 (2017): 175-185.
  42. Referências Melo, Elisa Moura de Albuquerque, et al. "Síndrome da fragilidade e fatores associados em idosos residentes em instituições de longa permanência." Saúde em Debate 42 (2018): 468-480. ONU - Organização das Nações Unidas. Data Portal, 2022. Disponível em: https://population.un.org/dataportal/data/indicators/46/locations/76/start/1990/end/2022/pyramid/pyramidagesexplots ingle. Acesso em 4 de nov. 2022. ROCHA Renally Chrystina de Araújo et al. Impactos da insuficiência familiar no cuidado ao idoso e as contribuições da atenção primária. IV Congresso Internacional de Envelhecimento Humano, 2017. Disponível em: https://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/53694. Acesso em 4 nov. 2022 SETOGUCHI, Larissa Sayuri et al. Insuficiência familiar e a condição e os marcadores de fragilidade física de idosos em assistência ambulatorial. Escola Anna Nery, v. 26, 2022. SOUZA, Alessandra de et al. Conceito de insuficiência familiar na pessoa idosa: análise crítica da literatura. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 68, p. 1176-1185, 2015.

Notes de l'éditeur

  1. Análise Crítica da Literatura( Bairro, grupos religiosos, clubes e organizações não governamentais estrutura, em relação aos tipos e número de laços sociais, à reciprocidade, ao engajamento social, à proximidade de relacionamento e função, como a frequência de contato da pessoa idosa e sua participação( A família é fonte de informação e aconselhamento; quando o vínculo familiar está prejudicado, possivelmente ela deixa de proporcionar conforto, apoio e companhia ao seu idoso, como, por exemplo, a restrita participação dos membros da família aos encontros de cuidados de saúde de seu familiar idoso, além de não poder ajudar nas instruções médicas e nos efeitos dos procedimentos clínicos a que seu idoso possa ser submetido(19). Vínculo familiar prejudicado pode ser reforçado pela sensação de escasso envolvimento e de inutilidade percebida relativa aos parentes(22). Por fim, o vínculo familiar prejudicado pode motivar o isolamento social da sua pessoa idosa(6).
  2. Na estrutura familiar, a hierarquia envolve a compreensão de como é estabelecida a relação de poder entre as pessoas, subsistemas e gerações, sendo fundamental na diferenciação de papeis na família. O padrão de autoridade precisa ser flexível e adaptável ao processo de desenvolvimento dos membros da família, por exemplo, à medida que os filhos se diferenciam enquanto indivíduos e se tornam autônomos ou quando os pais tornam-se dependentes por motivo de doença física ou mental. A velhice dos membros idosos é o último estágio do ciclo de vida familiar, caracterizado pelo rompimento com o trabalho formal, pelo vislumbre da perda de independência/autonomia, pela proximidade da morte e pela vivência do luto pela perda do cônjuge, de parentes e de amigos. Ao mesmo tempo, há a possibilidade de reencontro com o cônjuge, de projeção da continuidade familiar nas futuras gerações, de reestruturação de papéis familiares e de revisão de vida, de busca de integridade e de busca de significado. As características e a qualidade desse momento são consequentes a como as fases anteriores foram vividas, aos relacionamentos passados e aos padrões familiares desenvolvidos para manter a integração familiar.
  3. Transformações contemporâneas no sistema familiar; Com a expansão do acesso às aposentadorias, a pessoa idosa passou a ser importante fonte de apoio financeiro à família, desempenhando, em certo grau, o papel de cuidador da mesma(29). Muitas vezes, a família passa a ser chefiada pelo seu idoso, que assume responsabilidades na manutenção dos filhos e netos. Desse modo, a pessoa idosa mantém a casa, suprindo necessidades, tais como roupas, calçados, medicamentos e alimentos básicos. Comumente, sua aposentadoria se tornou fundamental à sobrevivência e economia familiar e, em muitos casos, representa a principal, senão a única, fonte de renda(29) Por outro lado, diante da evolução natural da vida, das consequentes mudanças no sistema familiar e da globalização, é comum que filhos adultos estejam cada vez mais morando longe dos pais(20), tendo em vista as oportunidades econômicas e sociais distantes da família(34), caracterizando então o surgimento da condição ninho vazio. Este, juntamente com a inversão dos papéis, pode contribuir para o desencadeamento da insuficiência familiar na pessoa idosa. Com o aumento da expectativa de vida e com a diminuição da disponibilidade de jovens para o cuidado, está aumentando o número de idosos que cuidam de outros idosos, por um período cada vez mais longo. Embora a família seja a principal instituição responsável pelo cuidado, questiona-se se pode desempenhar essa tarefa de forma adequada. Uma parte significativa de idosos com dificuldades em atividades instrumentais de vida diária relatam não receber ajuda de outros membros da família, o que significa que suas necessidades básicas não são devidamente atendidas. Por sua vez, as famílias não contam com programas regulares de apoio formal do governo ou da iniciativa privada sob a forma de atenção domiciliar, assistência ambulatorial e recursos financeiros. A principal fonte potencial de apoio dos homens é a cônjuge e, no caso das mulheres, os filhos. No entanto, idosos dependentes podem viver em arranjos familiares não continentes. Os que vivem sozinhos ou em casa de parentes são mais vulneráveis à violência familiar e à residência institucional (Camarano e Kanso, 2010). São exemplos de fatores que influenciam a boa funcionalidade de famílias com idosos que requerem cuidados de longa duração: contar com uma rede de suporte social informal composta por parentes, amigos, voluntários ou grupos religiosos; facilidade de acesso aos serviços de saúde; recursos comunitários, que possibilitem o acompanhamento regular do estado de saúde dos idosos. São importantes, também, a capacidade adaptativa dos familiares diante da doença; a organização da casa; relações afetivas consistentes, responsáveis e seguras e grande dedicação dos familiares ao idoso (Horta et al., 2010). As maiores dificuldades da família dizem respeito à desorganização emocional, ao luto antecipado, à sobrecarga do papel de cuidador, à falta de conhecimento sobre a doença e ao desajuste familiar, que aumentam com a doença, com a falta de colaboração para o cuidado e com o distanciamento nos relacionamentos. A família compreendida como funcional não é aquela caracterizada pela ausência de problemas, mas sim a que permite o desenvolvimento adequado, saudável ou adaptado de todos os seus membros. A interação dos membros da família é mediada pela comunicação, pelas trocas de informação e de suporte, pelo desenvolvimento e pela transmissão de significados.
  4. Conflitos intergeracionais As relações intergeracionais dentro da família são regidas por fortes normas de piedade filial(34). Esta incorpora emoções, incluindo o respeito e a proximidade dos adultos mais velhos com seus filhos(19). Ademais, a prestação de apoio aos pais distingue- -se como uma obrigação moral e social, e os filhos deverão ser obedientes e subservientes, respeitando-os por toda a vida(34). Entretanto, destacam-se famílias que são fontes de conflitos intergeracionais, sustentados por relações de violência, negligência desrespeito, abandono, dominação, poder e força(6). Tal contexto familiar deixa de desempenhar seu importante papel de apoio na relação intergeracional, com expectativas culturais de amor, proximidade e solidariedade, apontando para o prejuízo da afiliação familiar(17). Nesse cenário, associado ao desgaste perante os problemas da vida moderna, ressalta-se a perda do valor cultural da autoridade e do respeito entre os membros da família, podendo levar à diminuição do vínculo com sua pessoa idosa ou ainda ao isolamento social(6).
  5. Homens e mulheres envelhecem de forma diferente. A maioria dos idosos atuais foi socializada segundo um modelo em que a posição das mulheres nos relacionamentos era definida pelos homens. Socorro e Dias (2007) avaliaram a perspectiva de mulheres idosas quanto aos papéis vivenciados durante o ciclo vital da família. A maioria das entrevistadas relatou que se moldaram aos padrões de família tradicional segundo o qual deveriam abandonar a vida profissional, subordinar-se aos seus maridos e ficar responsáveis pelos cuidados da casa e dos filhos. Santos e Dias (2008) relataram que os homens idosos exercem papel de transmissores de valores, conciliadores, agregadores e provedores de suporte financeiro. Mostram-se disponíveis nos momentos de crises e manifestam desejo de permanecer na posição de chefes e de norteadores do comportamento familiar. Para Hines (1995), na velhice ou no estágio tardio do ciclo de vida familiar, aceitar a mudança dos papéis geracionais é o principal processo emocional de transição. Os idosos devem apoiar a chamada geração do meio, formada pelos filhos, genros e noras, permitindo-lhes maior centralidade no desempenho de papéis de autoridade. A recusa em passar parte do controle, a inflexibilidade ou a dificuldade para aceitar a mudança de papéis ocasionam conflitos e desestabilizam a funcionalidade familiar e pessoal. Muitos idosos relutam em solicitar ou aceitar suporte dos filhos, preferindo permanecer autônomos pelo maior tempo possível, mesmo quando a necessidade de assistência é inarredável.
  6. A família é fonte de informação e aconselhamento; quando o vínculo familiar está prejudicado, possivelmente ela deixa de proporcionar conforto, apoio e companhia ao seu idoso, como, por exemplo, a restrita participação dos membros da família aos encontros de cuidados de saúde de seu familiar idoso, além de não poder ajudar nas instruções médicas e nos efeitos dos procedimentos clínicos a que seu idoso possa ser submetido(19). Vínculo familiar prejudicado pode ser reforçado pela sensação de escasso envolvimento e de inutilidade percebida relativa aos parentes(22).. Igualmente, membros da família podem se tornar críticos no contexto de uma disfunção de saúde, com desaprovação ou rejeição dos comportamentos e decisões do idoso, o que pode resultar em maior declínio funcional, comportamentos de saúde adaptativos, aumento do afeto negativo ou mesmo depressão(35).
  7. Enfim, a vulnerabilidade social da família também se caracteriza como condição a priori da insuficiência familiar na pessoa idosa. Tal vulnerabilidade familiar pode ser provocada pelo desemprego, pela dependência de álcool e drogas, por vínculos ou desgaste desses com problemas da vida moderna, tais como a valorização dos bens materiais, o fortalecimento do individualismo entre os familiares, a perda dos valores da autoridade e do respeito(6,27), entre outros. Além do que, trocas sociais negativas podem exacerbar o efeito das más condições de saúde e do declínio emocional da pessoa idosa. Dependendo das condições de sobrevivência, a família pode levar ao isolamento social do seu idoso(35). Por conseguinte, o isolamento social da pessoa idosa se configura como antecedente principal do conceito insuficiência familiar.
  8. Dessa forma, dentre as múltiplas redes sociais a que a pessoa idosa possa pertencer, a rede social total, constituída pela soma dos filhos, parentes, amigos e confidentes, se apresenta como importante papel na proteção contra a moradia em Instituições de Longa Permanência(24). Por outro lado, quando essas redes encontram-se fragilizadas, aliada à solidão, tornam a pessoa idosa vulnerável à institucionalização(37) e consequente afastamento da família. declínio da saúde psicológica. Pois, quando a pessoa idosa não se encontra integrada a sua família, nem tampouco à comunidade à qual pertence, conservando frágeis relacionamentos, comumente ela apresenta sentimentos negativos com a vida(37), baixa autoestima(28) e aumento do afeto negativo(35). Desse modo, a solidão, isolamento e trocas sociais negativas exacerbam o mau funcionamento emocional(35), geram situações estressantes(6) e implicam em deficientes cuidados psicológicosà pessoa idosa(27). Ademais, carência de afeto e ajuda à pessoa idosa poderá enfraquecer a defesa contra estressores relacionados à saúde(35) e desencadear dificuldades na adaptação às crises(30). declínio funcional da pessoa idosa. Este é igualmente caracterizado pelo comprometimento do comportamento de promoção da saúde, bem como pelo comportamento indevido de saúde, no contexto da disfunção de saúde(35). Portanto, interação restrita, como na viuvez, ou deficiente com os familiares está relacionada à maior dependência(38) e vulnerabilidade a problemas de saúde no familiar idoso(27) e conseguinte saúde física prejudicada(23) com suas prováveis complicações(38). A pessoa idosa com uma rede social restrita, ou seja, que conta ou convive pouco com seus familiares, também apresenta maior declínio em suas atividades de vida diária, pois recebe menor assistência nas tarefas do dia a dia(6,23,38), incluindo o cuidado físico(27) Uma vez que se apresenta escassa a mais importante fonte de bem-estar para a pessoa idosa - família -, logicamente, menor qualidade de vida ou déficit de bem-estar(31) se constitui um dos consequentes do isolamento social da pessoa idosa com insuficiência familiar(6). A carência do apoio familiar pode dificultar a manutenção de uma vida saudável(30) e provocar a diminuição ou perda da satisfação com a vida(3,6,34) e mesmo de sua qualidade(30-31 Vulnerabilidade social da pessoa idosa, declínio da saúde psicológica e funcional, menor qualidade de vida se concretizam no grande consequente do conceito de insuficiência familiar na pessoa idosa, isto é, envelhecimento mal sucedido. Visto que, por meio de percursos psicológicos, comportamentais e fisiológicos, a pessoa idosa com poucos e frágeis laços familiares tende a experimentar maior declínio cognitivo, influindo sobre o envelhecimento físico(22,37).
  9. e percentual de idosos frágeis com elevada Disfunção Familiar (22,2%) e moderada Disfunção Familiar (19,4%), maior que o observado entre os idosos com boa funcionalidade familiar (12,2%). Entre os idosos frágeis para o marcador “fadiga/exaustão”, houve proporcionalidade direta ao grau de Disfunção Familiar e relação estatisticamente significativa ao escore total do APGAR de Família (p=0,001). Todas essas condições colocam o idoso em maior demanda de cuidado. Quando a família, principal provedora dessa assistência ao idoso, não é capaz de adaptar-se a essa reestruturação, frequentemente, ocorre conflitos da convivência entre os membros, acarretando tensões no processo de cuidado.29 O isolamento social, fatores psicossociais e até a depressão podem interferir na realização de atividades físicas pelos idosos, assim como no relato de “sentir-se cansado/exausto”. Além disso, a pesquisa mostra que sintomas depressivos no idosos estão relacionados à presença de fragilidade.3
  10. O diagnóstico é feito a partir de que a rede de saúde em que o paciente está inserido, identifica fragilidade do suporte familiar a este idoso formada por um conjunto de fatores (Ou seja, O vínculo familiar prejudicado); O baixo apoio social (que é importante para o bem-estar individual ao longo da vida; mas que tem uma relevância ainda maior na vida mais tardia, quando os desafios ocupacionais, econômicos, funcionais e de saúde tendem a aumentar); O conflito de gerações (que expressa a dificuldade dos mais jovens da família ao lidar com o idoso).
  11. É um método de avaliação de disfunção familiar aplicado ao idoso que responde às perguntas, pontuando de acordo com a resposta.
  12. O mapa mínimo de relações é um instrumento gráfico que pode ser realizado por qualquer profissional da saúde capacitado que consiste em identificar a rede de apoio e proximidade desta com o idoso entrevistado. Esse consiste em um método adaptado pela USP que abrange perguntas a serem feitas ao entrevistado, marcando-se com um ponto ou número da pergunta no quadrante correspondente ao círculo social indicado na resposta. Quanto mais central a circunferência marcada, maior a proximidade com o idoso e mais forte a rede de apoio. As relações são classificadas como RELAÇÃO PRÓXIMA, RELAÇÃO INTERMEDIÁRIA E RELAÇÃO DISTANTE. Pg 59
  13. Trata-se de um questionário de 15 perguntas com respostas objetivas (SIM ou NÃO) a respeito de como a pessoa tem se sentido na última semana. A GDS não substitui a entrevista específica de avaliação especializada realizada por profissionais da área da saúde mental. Seu objetivo é favorecer a identificação de um estado depressivo no idoso. Avaliação de resultados: somar os pontos obtidos nas 15 questões e, conforme resultado considerar o idoso com quadro psicológico normal ou indicativo de depressão leve ou grave.
  14. e percentual de idosos frágeis com elevada Disfunção Familiar (22,2%) e moderada Disfunção Familiar (19,4%), maior que o observado entre os idosos com boa funcionalidade familiar (12,2%). Entre os idosos frágeis para o marcador “fadiga/exaustão”, houve proporcionalidade direta ao grau de Disfunção Familiar e relação estatisticamente significativa ao escore total do APGAR de Família (p=0,001). Todas essas condições colocam o idoso em maior demanda de cuidado. Quando a família, principal provedora dessa assistência ao idoso, não é capaz de adaptar-se a essa reestruturação, frequentemente, ocorre conflitos da convivência entre os membros, acarretando tensões no processo de cuidado.29 O isolamento social, fatores psicossociais e até a depressão podem interferir na realização de atividades físicas pelos idosos, assim como no relato de “sentir-se cansado/exausto”. Além disso, a pesquisa mostra que sintomas depressivos no idosos estão relacionados à presença de fragilidade.3
  15. e percentual de idosos frágeis com elevada Disfunção Familiar (22,2%) e moderada Disfunção Familiar (19,4%), maior que o observado entre os idosos com boa funcionalidade familiar (12,2%). Entre os idosos frágeis para o marcador “fadiga/exaustão”, houve proporcionalidade direta ao grau de Disfunção Familiar e relação estatisticamente significativa ao escore total do APGAR de Família (p=0,001). Todas essas condições colocam o idoso em maior demanda de cuidado. Quando a família, principal provedora dessa assistência ao idoso, não é capaz de adaptar-se a essa reestruturação, frequentemente, ocorre conflitos da convivência entre os membros, acarretando tensões no processo de cuidado.29 O isolamento social, fatores psicossociais e até a depressão podem interferir na realização de atividades físicas pelos idosos, assim como no relato de “sentir-se cansado/exausto”. Além disso, a pesquisa mostra que sintomas depressivos no idosos estão relacionados à presença de fragilidade.3
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