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Esquadrão Pitaluga
História do Esquadrão de Reconhecimento da Força Expedicionária
Brasileira na Segunda Guerra Mundial
Dennison de Oliveira – UFPR/IMM-ECEME
Este livro se propõem a descrever e apresentar, de forma sucinta e
acessível ao leitor não iniciado no assunto, a História do Esquadrão de
Reconhecimento da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra
Mundial (1939-45). Como era usual, essa unidade militar se tornou conhecida a
partir do nome do seu comandante mais importante, capitão Plinio Pitaluga.
Essa é a história doEsquadrão Pitaluga.
O Esquadrão Pitaluga (doravante EP) foi a única unidade de
reconhecimento mecanizado da Arma de Cavalaria do Exército Brasileiro a
atuar em combate na Segunda Guerra Mundial. Seu tempo de serviço em
combate na linha de frente como parte da Força Expedicionária Brasileira
(FEB) na Campanha da Itália (1944-45) foi ocupado tanto por missões
exercidas a pé (ou “desmontados” no jargão dos cavalarianos) quanto
empregando seus veículos (“montados”).
A considerável experiência acumulada por essa unidadetanto em
funções de infantes quanto de cavalarianos pode ser considerada única em
nossa História Militarsob vários aspectos. Em particular o emprego do EP na
fase de perseguição às tropas alemãs na fase final da Campanha da Itáliase
prestará ainda durante muito tempo a todo tipo de estudo e pesquisa por parte
dos profissionais, estudantes e interessados em História Militar. Trata-se
realmente de um episódio de grande importância e de extremo interesse que
ainda não foi devidamente tratado pelos pesquisadores da História Nacional.
O propósito desse livro é oferecer um amplo, preciso e revelador
panorama da História do EP abordando a sequencia de eventos com recurso à
narrativa histórica organizada de forma cronológica. Além das atividades do EP
em sentido estrito, serão também descritas e analisadas diferentes
componentes da conjuntura histórica na qual sua ação se insere.
O livro será dividido em quatro partes. Destas, duas são relativas ao
combate em si, cobrindo as ações “montadas” e “desmontadas”. As outras são
material de introdução e conclusão, cobrindo o contexto pré e pós guerra
respectivamente. Em todas as partes mencionadas o fio condutor da narrativa
serão os diferentes depoimentos concedidos por Plinio Pitalugano pós-guerra,
onde rememora os principais fatos e personagens da Campanha da Itália.
Existem diferentes depoimentos dele, disponíveis tanto sob forma escrita
quando audiovisual. Isso permite ao pesquisador conhecer em detalhe a forma
pela qual o comandante do Esquadrão de Reconhecimento da FEB refletiu e
avaliou diferentes situações e contextos em que se viu envolvido. Tanto quanto
possível, será a partir do ponto de vista do comandante do EP que será
contada sua história.
Aprimeira parte do livro se refere ao contexto histórico que antecede a
entrada em combate da unidade. Serão examinados os principais componentes
da conjuntura que antecedeu a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial.
Isso se dará de forma breve e sintética, sempre com referência aos
comentários e depoimentos de Plinio Pitaluga a respeito. Também haverá uma
pequena biografia dele com ênfase no seu processo formativo de oficial do
Exército.
Será concedido espaço considerável para se descrever o processo de
formação e treinamento da unidade, bem comoo material por ela empregado.
Particular ênfase será dada à descrição e análise do principal veículo
empregado pelo EP, o blindado leve sobre rodas de origem norte-americana
M8, produzido pela empresa automobilística Ford. Os pontos fortes e fracos, as
vicissitudes do seu emprego e referências ao uso dado ao veículo pelo Exército
dos Estados Unidos da América (EUA) serão descritos e analisados.
Encerrando essa primeira parte do livro será feita menção ao cenário
onde se desenrolaram as ações do EP. Serão narradas e interpretadas as
implicações do teatro de operações brasileiro na Campanha da Itália. Nessa
parte em diante será imprescindível o recurso a abundantes fontes
cartográficas de diferentes escalas.
A segunda parte do livro se refere a fase inicial de emprego do EP em
combate. Será descrito de que forma a Cavalaria se converteu em Infantaria e
quais as implicações disso. As diferentes missões, a natureza do combate em
montanhas no inverno europeu, os armamentos e táticas empregadas serão os
temas aqui abordados, sempre numa sequencia cronológica. A partir daqui
será feito amplo uso das fontes documentais da FEB e do EP.
Encerrando essa segunda parte cabe descrever em que circunstâncias a
Cavalaria voltou a ser empregada em sua função original de
proverreconhecimento blindado.Serão apresentado ao leitor alguns dos
principais elementos do contexto histórico que se abre com a Batalha de
Montese (14/04/1945) e a Ofensiva da Primavera na qual se insere.
A terceira parte do livro se refere a ação em combate do EP quando ele
se torna decisivo. Serão tratados aqui os decisivos episódios relacionados
aocerco e captura em combate do Exército da Ligúria, uma das últimas tropas
dos exércitos do Eixo com efetivo poder de combate. Provavelmente essa será
a parte mais extensa do livro, uma vez que se pretende inserir a ação do EP no
quadro mais geral da Ofensiva de Primavera dos exércitos Aliados em ação na
Itália. Particular atenção será dada à inserção da FEB na ação de guarda de
flanco do IV Corpo de Exército dos EUA, ao qual estava subordinada.
Encerrando essa parte serão tratadas as operações do Esquadrão Pitaluga ao
final da guerra.
A última parte do livro trata do contexto do pós-guerra. Dentre os
episódios aqui tratados cabe mencionar os eventos decorridos antes do retorno
ao Brasil, como aalegria das “tochas” e o luto pelos mortos. No que diz respeito
ao retorno do EP à pátria é o caso de se mencionar tanto os festejos
comemorativos quando o quadropolítico e partidário em rápida transformação.
Esse tópico é de particular importância para se entender o processo
dereintegração social dos ex-combatentes da Segunda Guerra Mundial, do
qual Plinio Pitaluga foi um ativo participante até praticamente o final dos seus
dias.
Para se lograr a realização dessa obra serão fundamentais, como já
mencionado, o acesso a fontes históricas sob guarda de diferentes
organizações militares do Exército Brasileiro (EB). Para a consecução dos
objetivos aqui propostos seria importante que o EB colocasse à disposição do
autor o acesso tão amplo e franco quanto possível aos seus acervos históricos,
em particular aqueles sob guarda do Arquivo Histórico do Exército (Rio de
Janeiro/RJ) e do Museu Capitão Pitaluga (Valença/RJ).

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História do Esquadrão Pitaluga na 2a Guerra

  • 1. Esquadrão Pitaluga História do Esquadrão de Reconhecimento da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial Dennison de Oliveira – UFPR/IMM-ECEME Este livro se propõem a descrever e apresentar, de forma sucinta e acessível ao leitor não iniciado no assunto, a História do Esquadrão de Reconhecimento da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial (1939-45). Como era usual, essa unidade militar se tornou conhecida a partir do nome do seu comandante mais importante, capitão Plinio Pitaluga. Essa é a história doEsquadrão Pitaluga. O Esquadrão Pitaluga (doravante EP) foi a única unidade de reconhecimento mecanizado da Arma de Cavalaria do Exército Brasileiro a atuar em combate na Segunda Guerra Mundial. Seu tempo de serviço em combate na linha de frente como parte da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Campanha da Itália (1944-45) foi ocupado tanto por missões exercidas a pé (ou “desmontados” no jargão dos cavalarianos) quanto empregando seus veículos (“montados”). A considerável experiência acumulada por essa unidadetanto em funções de infantes quanto de cavalarianos pode ser considerada única em nossa História Militarsob vários aspectos. Em particular o emprego do EP na fase de perseguição às tropas alemãs na fase final da Campanha da Itáliase prestará ainda durante muito tempo a todo tipo de estudo e pesquisa por parte dos profissionais, estudantes e interessados em História Militar. Trata-se realmente de um episódio de grande importância e de extremo interesse que ainda não foi devidamente tratado pelos pesquisadores da História Nacional. O propósito desse livro é oferecer um amplo, preciso e revelador panorama da História do EP abordando a sequencia de eventos com recurso à narrativa histórica organizada de forma cronológica. Além das atividades do EP em sentido estrito, serão também descritas e analisadas diferentes componentes da conjuntura histórica na qual sua ação se insere.
  • 2. O livro será dividido em quatro partes. Destas, duas são relativas ao combate em si, cobrindo as ações “montadas” e “desmontadas”. As outras são material de introdução e conclusão, cobrindo o contexto pré e pós guerra respectivamente. Em todas as partes mencionadas o fio condutor da narrativa serão os diferentes depoimentos concedidos por Plinio Pitalugano pós-guerra, onde rememora os principais fatos e personagens da Campanha da Itália. Existem diferentes depoimentos dele, disponíveis tanto sob forma escrita quando audiovisual. Isso permite ao pesquisador conhecer em detalhe a forma pela qual o comandante do Esquadrão de Reconhecimento da FEB refletiu e avaliou diferentes situações e contextos em que se viu envolvido. Tanto quanto possível, será a partir do ponto de vista do comandante do EP que será contada sua história. Aprimeira parte do livro se refere ao contexto histórico que antecede a entrada em combate da unidade. Serão examinados os principais componentes da conjuntura que antecedeu a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Isso se dará de forma breve e sintética, sempre com referência aos comentários e depoimentos de Plinio Pitaluga a respeito. Também haverá uma pequena biografia dele com ênfase no seu processo formativo de oficial do Exército. Será concedido espaço considerável para se descrever o processo de formação e treinamento da unidade, bem comoo material por ela empregado. Particular ênfase será dada à descrição e análise do principal veículo empregado pelo EP, o blindado leve sobre rodas de origem norte-americana M8, produzido pela empresa automobilística Ford. Os pontos fortes e fracos, as vicissitudes do seu emprego e referências ao uso dado ao veículo pelo Exército dos Estados Unidos da América (EUA) serão descritos e analisados. Encerrando essa primeira parte do livro será feita menção ao cenário onde se desenrolaram as ações do EP. Serão narradas e interpretadas as implicações do teatro de operações brasileiro na Campanha da Itália. Nessa parte em diante será imprescindível o recurso a abundantes fontes cartográficas de diferentes escalas. A segunda parte do livro se refere a fase inicial de emprego do EP em combate. Será descrito de que forma a Cavalaria se converteu em Infantaria e quais as implicações disso. As diferentes missões, a natureza do combate em
  • 3. montanhas no inverno europeu, os armamentos e táticas empregadas serão os temas aqui abordados, sempre numa sequencia cronológica. A partir daqui será feito amplo uso das fontes documentais da FEB e do EP. Encerrando essa segunda parte cabe descrever em que circunstâncias a Cavalaria voltou a ser empregada em sua função original de proverreconhecimento blindado.Serão apresentado ao leitor alguns dos principais elementos do contexto histórico que se abre com a Batalha de Montese (14/04/1945) e a Ofensiva da Primavera na qual se insere. A terceira parte do livro se refere a ação em combate do EP quando ele se torna decisivo. Serão tratados aqui os decisivos episódios relacionados aocerco e captura em combate do Exército da Ligúria, uma das últimas tropas dos exércitos do Eixo com efetivo poder de combate. Provavelmente essa será a parte mais extensa do livro, uma vez que se pretende inserir a ação do EP no quadro mais geral da Ofensiva de Primavera dos exércitos Aliados em ação na Itália. Particular atenção será dada à inserção da FEB na ação de guarda de flanco do IV Corpo de Exército dos EUA, ao qual estava subordinada. Encerrando essa parte serão tratadas as operações do Esquadrão Pitaluga ao final da guerra. A última parte do livro trata do contexto do pós-guerra. Dentre os episódios aqui tratados cabe mencionar os eventos decorridos antes do retorno ao Brasil, como aalegria das “tochas” e o luto pelos mortos. No que diz respeito ao retorno do EP à pátria é o caso de se mencionar tanto os festejos comemorativos quando o quadropolítico e partidário em rápida transformação. Esse tópico é de particular importância para se entender o processo dereintegração social dos ex-combatentes da Segunda Guerra Mundial, do qual Plinio Pitaluga foi um ativo participante até praticamente o final dos seus dias. Para se lograr a realização dessa obra serão fundamentais, como já mencionado, o acesso a fontes históricas sob guarda de diferentes organizações militares do Exército Brasileiro (EB). Para a consecução dos objetivos aqui propostos seria importante que o EB colocasse à disposição do autor o acesso tão amplo e franco quanto possível aos seus acervos históricos, em particular aqueles sob guarda do Arquivo Histórico do Exército (Rio de Janeiro/RJ) e do Museu Capitão Pitaluga (Valença/RJ).