1. A CIVILIZAÇÃO INDUSTRIAL
NO SÉCULO XIX
O mundo industrializado
O caso português
Os novos modelos culturais
RUI AMADO FERNANDES
2. O mundo industrializado
As características da 2ª Revolução Industrial
Novas fontes de energia: eletricidade, gás e petróleo.
Novos metais: aço, alumínio e níquel;
Novas indústrias: química, siderúrgica, termoelétrica e
hidroelétrica, automóvel, etc;
Nova tecnologia: inventos nos
transportes, comunicações, medicina, etc;
Novos países: França, Alemanha, Bélgica, EUA e Japão.
5. O mundo industrializado
A 2ª Revolução Industrial/ Modificações no Quotidiano:
“A utilização de novas fontes de energia, novas máquinas e
materiais modificou radicalmente o quotidiano das
populações.”
O professor
7. O mundo industrializado
Revolução Demográfica:
Grande aumento populacional na Europa.
Causas do aumento populacional:
melhoria das condições alimentares [adubos químicos e
mecanização da agricultura], de higiene [vulgarização do sabão
e das roupas de algodão] e de saúde [vacinas, desinfeção e
anestesia].
Crescimento urbano acentuado.
Emigração intensa da Europa para os
EUA, Brasil, Argentina, Canadá, Austrália, etc.
9. O mundo industrializado
Sociedade de classes:
Critério: riqueza;
Característica: mobilidade
social;
Classes sociais:
proletariado, classe
média, clero, nobreza e alta
burguesia.;
Primazia da mentalidade
burguesa:
defesa da livre iniciativa, direito
à
propriedade, trabalho, disciplin
a, poupança, bem-
estar, ostentação, família e
honra pessoal.
11. O mundo industrializado
Sociedade de classes:
A afirmação social, económica e política da burguesia.
“Trata-se de uma classe social constituída por pessoas: 1.º, que trabalham, não
manualmente, mas sim exercendo funções coletivas; 2.º, que estão vinculadas a atividades
privilegiadamente remuneradas; 3.º, que dispõem de enormes receitas.
As duas primeiras características separam a grande burguesia da antiga aristocracia
latifundiária; a terceira separa-a dos restantes estratos burgueses (a pequena e média
burguesias) (…).
Precisando mais, a estrutura da burguesia apresenta-se da maneira seguinte:
a) no topo, uma série de industriais e de banqueiros;
b) ligeiramente abaixo, o grande comércio e o grupo constituído por altos funcionários
ministeriais e homens de leis (notários, procuradores), todos eles ligados ao mundo dos
negócios. Mas não basta o cargo para se fazer parte da classe, sendo também necessário
que seja elevado o seu rendimento económico;
c) por último, um grupo heterogéneo no qual se integram funcionários, advogados,
professores, literatos, jornalistas que, é claro, figuram com receitas consideráveis num
escalão suficientemente elevado da hierarquia administrativa ou colocam os seus talentos
e aptidões ao serviço da classe dominante.”
PIJOAN, J., História do Mundo (1976), vol. 9, Lisboa, Publicações Europa-América, p.106 (adaptado).
12. O mundo industrializado
Sociedade de classes:
Contrastes no quotidiano: burguesia/ proletariado.
Proletariado – caracterização da sua situação social.
13. O mundo industrializado
Sociedade de classes:
Proletariado – caracterização da sua situação social.
“O factor dominante da vida dos trabalhadores do século XIX era talvez a
insegurança. Não sabiam no princípio da semana quanto trariam para casa no fim da
mesma. Não sabiam durante quanto tempo conservariam o seu trabalho ou se, no caso de o
perderem, conseguiriam arranjar outro emprego e em que condições. Não sabiam se iam ser
vítimas de um acidente ou de uma doença e, embora soubessem que ao atingirem uma
certa idade não muito avançada – os quarenta e tal para os trabalhadores não
especializados, os cinquenta e tal para os mais especializados – não poderiam continuar a
fornecer um dia de trabalho normal para um adulto, não sabiam o que lhes aconteceria
desde essa altura até morrerem.
Nem mesmo os mais especializados tinham a certeza de terem sempre trabalho: durante a
depressão de 1857/58, o número de trabalhadores da indústria de construção de máquinas
de Berlim foi reduzido em quase um terço. Não existia ainda qualquer equivalente do nosso
sistema de segurança social, para além da caridade e de algum auxílio na penúria, e, mesmo
assim, insignificantes.
No mundo do liberalismo, a insegurança era o preço do progresso, da liberdade e até da
riqueza, e só uma expansão económica contínua podia torná-la suportável. O trabalhador
estava sempre em risco de cair na miséria, pelo que a insegurança era constante e real.
Aqueles que podiam viver durante algumas semanas ou meses das suas economias eram
‘uma classe rara’.”
HOBSBAWM, E. J. (1988), A Era do Capital, Lisboa, Editorial Presença (adaptado)