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CAMPOS HARMÔNICOS
É quando montamos sobre cada nota da escala, um acorde. Conseqüentemente,
esses acordes irão conter apenas as notas dessa escala. Podemos então acompanhar
melodias feitas com essa escala usando tais acordes. Dessa maneira, tocar-se-á tanto
em forma de acordes (em acompanhamento) como em melodias (em solos), apenas as
notas da escala.
1. Campo harmônico maior
Com o campo harmônico abaixo, podemos visualizar as possibilidades de
montagem de acordes de três sons (tríades), em uma tonalidade maior.
Usam-se numerais romanos acima dos acordes, para generalizarmos o campo
harmônico para outros tons.
Ex.: Dó maior:
I IIm IIIm IV V VIm VIIm(b5)
C Dm Em F G Am Bm(b5)
2. Campo harmônico menor
Com o campo harmônico abaixo, podemos visualizar as possibilidades de
montagem de acordes de três sons (tríades), em uma tonalidade menor.
Obs.: Como o campo harmônico de Dó maior e de Lá menor tem as mesmas
notas e os mesmos acordes, chamamos estes tons de relativos.
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Ex.: Lá menor natural:
Im IIm(b5) bIII IVm Vm bVI bVII
Am Bm(b5) C Dm Em F G
Desta forma pode-se montar os campos harmônicos das escalas menores Harmônicas e
melódicas (Bachianas):
Ex.: Lá menor harmônico:
Im IIm(b5) bIII(#5) IVm V bVI VIIm(b5)
Am Bm(b5) C(#5) Dm E F G#m(b5)
Ex.: Lá menor melódico (da Escala Bachiana)::
Im IIm bIII(#5) IV V VI#m(b5) VIIm(b5)
Am Bm C(#5) D E F#m(b5) G#m(b5)
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3. A Função dos acordes
Normalmente um acorde é ouvido de acordo com sua função qualitativa dentro de
um determinado encadeamento de acordes. Essa função é distinguida devido à
impressão sonora, caracterizada dentro do tom do trecho musical. Podemos significar
essa impressão por qualidades como a instabilidade ou estabilidade.
Basicamente temos três funções que comumente são relacionadas às impressões:
Tônica: É representada pelo acorde de primeiro grau de uma tonalidade
seja maior ou menor. Acordes com essa função exprimem repouso e são
mais estáveis que as outras funções.
Subdominante: Representado pelo acorde de quarto grau de uma
tonalidade seja maior ou menor. Acordes com essa função exprimem uma
moderada sensação de movimento em relação à tonica, sendo mais
instável que ela, porém demonstra mais estabilidade que a função de
dominante.
Dominante: Representado pelo acorde, sempre maior, montado sobre o
quinto grau de uma tonalidade seja maior ou menor. Acordes com essa
função exprimem uma intensa sensação de movimento em relação à
tonica, sendo a função mais instável do campo harmônico. Essa função,
quando encadeada para um acorde de tônica, provoca o que chamamos
de resolução, então podemos dizer que ao conduzirmos um acorde de
dominante para um de tônica temos a sensação de tensão e resolução ou
expectativa e repouso. Esse efeito de resolução se dá mais intensamente
quando o acorde de dominante está adicionado de uma sétima menor, o
que implica na presença das notas atrativas da tonalidade, ou seja, o
trítono, e que será abordado no item 5.
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4. Relação funcional entre acordes
Dentro de um campo harmônico, os acordes geralmente se relacionam,
demonstrando, de certa forma, uma possibilidade substituírem uns aos outros. Por
exemplo, o acorde de dó maior (C) tem duas notas em comum com o acorde de mi
menor (Em) e com o lá maior (Am):
IIIm I VIm
Em C Am
Então podemos relacionar esses acordes, Em e Am, como se fossem também,
como o C, de função tônica. Porém, devido a presença da fundamental do acorde de C
no Am, esse será denominado de acorde relativo, pois demonstra mais tal função o que
já não acontece com o Em, o que chamamos de anti-relativo.
Seguindo esse mesmo raciocínio podemos achar os relativos e anti-relativos das
outras funções.
Acordes de função subdominante
VIm IV IIm
Am F Dm
Acordes de função dominante
VIIm(b5) V IIIm
Bm(b5) G7 Em
O acorde de dominante quando usado com sétima tende a se afeiçoar mais com
o acorde anti-relativo devido a presença do trítono, pois esse intervalo, como já
abordado aqui, ao ser resolvido expressa o efeito de tensão e resolução que ocorre
entre a dominante e a tônica.
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Em tons maiores podemos entender os graus e suas funções da seguinte forma:
Função forte Função média Função fraca
Tônica I VIm (relativo) IIIm (anti-relativo)
Subdominante IV IIm (relativo) VIm (anti-relativo)
Dominante V VIIm(b5) (anti-relativo) IIIm (relativo)
Em tons menores podemos então entender assim os graus e suas funções:
Função forte Função média Função fraca
Tônica Im bVI (relativo) bIII (anti-relativo)
Subdominante IVm bVIIm (relativo) bVIm (anti-relativo)
Dominante V VIIº (anti-relativo) bIII (relativo)
5. O Trítono
O trítono é o intervalo de quarta aumentada (enarmônica a uma quinta diminuta),
ou seja, é a distância de três tons entre duas notas, daí o nome de trítono (três tons).
Consiste em uma dissonância que resolve por grau conjunto e em movimento contrário.
Ex.:
Trítono Resolução Trítono Resolução
Trítono Resolução Trítono Resolução
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Quando resolvido, o trítono exprime uma das principais características do sistema
tonal, ou seja, o efeito de tensão e resolução, pois esse intervalo harmônico, que está
presente em acordes dominantes e seus substitutos, tende, portanto, resolver em
acordes de função tônica.
Ex.:
V7 I V7 Im
G7 C G7 C
6. Campos harmônicos com dissonâncias (tétrades mais tensões)
Campo harmônico maior
Com o campo harmônico abaixo, podemos visualizar mais amplamente as
possibilidades de montagem de acordes em uma tonalidade maior.
Ex.: Dó maior:
I7M IIm7 IIIm7 IV7M V7 VIm7 VIIm7(b5)
C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 Bm7(b5)
9, (4),
6 ou 13*
9, 11,
6 ou 13*
(b9), 11,
(b13)
9, #11,
6 ou 13*
9, (4), 13 9, 11,
(b13)
(b9), 11,
b13
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Obs.:
-As notas e números entre parênteses são notas evitadas (avoid notes), ou seja,
usadas somente como passagem e não incluídas na formação do acorde. Estas notas
se encontram a distância de uma 2ª menor ascendente de qualquer uma nota do acorde.
-* A décima terceira é usada em acordes com sétima e assim a sexta só será
usada quando não incluímos a sétima no acorde.
-No V grau podemos também obter o acorde de V7sus4 (V47
) que é usualmente
usado como IIm7 com baixo na 4ª, por conter as notas vitais à sonoridade de IIm7.
Ex.:
V7sus4 IIm7
G7sus4 Dm7/G
Dó
Fá Lá
Ré Fá
Dó Ré
Sol Sol
`
Campo harmônico menor natural
Com o campo harmônico abaixo, podemos visualizar mais amplamente as
possibilidades de montagem de acordes da escala menor natural (primitiva ou eólio).
Ex.: Lá menor.
Im7 IIm7(b5) bIII7M IVm7 Vm7 bVI7M bVII7
Am7 Bm7(b5) C7M Dm7 Em7 F7M G7
9, 11,
(b13)
(b9), 11,
b13
9, (4),
6 ou 13*
9, 11,
6 ou13*
(b9), 11,
(b13)
9, #11,
6 ou 13*
9, (4), 13
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Campo harmônico menor harmônico
Com o campo harmônico abaixo, podemos visualizar mais amplamente as
possibilidades de montagem de acordes da escala menor harmônica.
Ex.: Lá menor
Im7 IIm7(b5) bIII7M IVm7 Vm7 bVI7M VIIº
Am7M Bm7(b5) C7M(#5) Dm7 E7 F7M G#º
9, 11,
(b13)
(b9), 11,
13
9, (4),
(6 ou13*)
9, #11,
6 ou13*
(b9), 11,
(b13)
#9, #11,
6 ou 13*
b9, b4,
b13
Obs.: - Apesar de a (b13) e a(b9) do acorde de E7 fazerem semitom ascendente com,
respectivamente, a quinta justa e a fundamental, esta é uma nota disponível, pois
caracteriza a dominante da tonalidade menor harmônica.
Campo harmônico menor melódico
Com o campo harmônico abaixo, podemos visualizar mais amplamente as
possibilidades de montagem de acordes da escala menor harmônica.
Ex.: Lá menor.
Im7 IIm7(b5) bIII7M(#5) IV7 V7 VIm7(b5) VIIm7(b5)
Am7M Bm7 C7M(#5) D7 E7 F#m7(b5) G#m7(b5)
9, 11,
b13
(b9), 11,
13
9, #4,
(6 ou 13*)
9, #11,
6 ou13*
9, (4),
b13
9, 11,
6 ou 13*
9, (b4),
b13
Obs.: Apesar de a (b13) do acorde de E7 fazer semitom ascendente com sua quinta
justa, esta é uma nota disponível, pois caracteriza a dominante da tonalidade menor
melódica.